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FOLHA TRIBUTÁRIA

FEVEREIRO 2023 | N.º 57


FOLHA TRIBUTÁRIA

A Folha Tributária,
com periodicidade mensal, é um meio
de comunicação da Administração
Geral Tributária, para a divulgação
de informações, notícias, artigos
técnicos, eventos com relevância
fiscal e aduaneira ou novidades sobre
os seus serviços, dirigida a todos os
interessados em matérias tributárias.

FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE:
AGT - Administração Geral Tributária
Título: Folha Tributária
Edição: Fevereiro 2023 - N.o 57
Redacção e Edição:
Gabinete de Comunicação Institucional
(GCI - AGT)

EQUIPA DE TRABALHO:
Bráulio E. Assis, Fernando Costa,
Josemar Dias, Denise Garrocho Panzo,
Natacha Nunda, Osvaldo Domingos,
Tarciso Gourgel, Raúl Dias,
Augusto Delgado, Lee Cambeia.

AGT DIGITAL:
www.agt.minfin.gov.ao
portaldocontribuinte.minfin.gov.ao
apoio.agt@minfin.gov.ao
Central de Apoio ao Contribuinte:
+244 923 16 70 10
Justinho (Assistente Virtual)
WhatsApp AGT: +244 923 167 011
FÓRUM ADUANEIRO 2023
CONTRIBUINTES DEFENDEM DIÁLOGO CONTÍNUO
DURANTE O PROCESSO DE ACTUALIZAÇÃO DA PAUTA ADUANEIRA

A Administração Geral Tributária (AGT) realizou, Facilitação do Comércio”, o “Mecanismo de


de 22 de Fevereiro a 9 de Março, a nível das Concessão dos Benefícios Fiscais Aduaneiros
sete regiões tributárias, o Fórum Aduaneiro à Luz das Instruções Pre-liminares da Pauta
Nacional sob o lema “Uma Alfândega mais (IPPs) Vigente”, “Regime Especial Tributário
próxima do contribuinte”. Durante o fórum, os para a Província de Cabinda” e a “Tramitação
contribuintes apelaram ao Executivo a continuar de Despachos Aduaneiros (Exportação e
a auscultar todas as organizações e associações Importação) Via Marítima no Sector Petrolífero”.
que participam do sistema de comércio Foram ainda abordados os temas “Garantias do
internacional, no decurso da actualização da Contribuinte no Processo de Desalfandegamento
Pauta Aduaneira. das Mercadorias”, o “Controlo do Trânsito
Aduaneiro com Recurso a Selos Electrónicos”, a
O Fórum, que decorreu em formato híbrido, foi “Entrada e Saída de Moeda nos termos do Aviso
realizado nas províncias de Benguela, Cabinda, n.º 06 do BNA”, bem como o “Procedimento
Huíla, Lunda-Norte, Cunene, Luanda e Malanje, Simplificado no âmbito da Facilitação do
teve como objectivo levar ao conhecimento dos Comércio, tendo em atenção o Artigo 13º das
intervenientes da cadeia do sector aduaneiro as IPPs e as Alterações Introduzidas pelo OGE”,
normas e os procedimentos vigentes no País. entre outros temas concernentes à cadeia do
comércio internacional.
Durante as sessões, os participantes analisaram
questões ligadas à “Evolução do Programa AGT PREVÊ CRIAR JANELA ÚNICA DO COMÉRCIO
do Operador Económico Autorizado”, o EXTERNO
“Impacto das Principais Alterações da Pauta Durante o evento, o director dos Serviços
Aduaneira”, as “Alfândegas Modernas na Aduaneiros, Jerónimo Cambalanganja, reiterou

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fronteiriço que permitirão que sejam depositadas
mercadorias cativas de direitos e demais
imposições aduaneiras.

RECOMENDAÇÕES DOS CONTRIBUINTES


No decorrer do Fórum Aduaneiro Nacional os
contribuintes fizeram várias recomendações,
nomeadamente sobre a necessidade de realização
de mais acções de informação e sensibilização
da população e residentes cambiais sobre
o aviso nº 6/2022, do Banco Nacional de
Angola, que se refere aos procedimentos legais
para a entrada e saída de moeda no território
nacional e igualmente sobre o contrabando de
combustível, alertando para os benefícios fiscais
aduaneiros enquanto residentes fronteiriços.
Os participantes sugeriram a união de esforços
entre as instituições e a população para o
combate efectivo desta prática recorrente.

No que diz respeito à facilitação do comércio


interno, os intervenientes defenderam a análise
o compromisso da AGT em promover a da implementação do Termo de Responsabilidade
facilitação do comércio e o controlo aduaneiro, para mercadorias que não constituem risco de
com iniciativas como a criação da Janela Única
do Comércio Externo (JUCE) “que irá permitir a
simplificação, automatização, harmonização de
todos os procedimentos atinentes à importação
ou exportação, assim como a redução das
etapas observadas na cadeia do comércio
internacional”, disse.

Referiu, igualmente, que está em curso a


efectivação do primeiro Posto Fronteiriço
de Paragem Única, localizado em Santa-
Clara, província do Cunene, “com vista à
redução do tempo de desalfandegamento nos
postos de controlo, na travessia entre as duas
fronteiras bem como garantir a simplificação
e coordenação com as autoridades de outros
países que partilham a mesma linha de fronteira
com Angola”, sublinhou.

Acrescentou, ainda, que a AGT está a criar


armazéns aduaneiros da zona de comércio

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utilização interna e a constituição de Operador de desalfandegamento de mercadorias, fazendo
Económico Autorizado para Despachantes e jus à facilitação do comércio e o seu controlo”,
Transitários, de modo a evitar que a exigência avançou.
de garantias, actualmente em vigor, prejudique
os operadores económicos. Acrescentou que o desafio actual é a AGT
encontrar, permanentemente, a forma adequada
No capítulo das isenções, advertiram sobre a de se colocar ao serviço dos agentes económicos
necessidade de serem devidamente acauteladas que participam do comércio internacional. “Só
as isenções das taxas na importação de assim conseguiremos cumprir plenamente a
computadores e livros científicos destinados ao missão da AGT, que é a de arrecadar receitas
ensino e contributo ao conhecimento científico. para o Estado e garantir o controlo aduaneiro
Entre os inúmeros contributos do público, em prol da sociedade, ao mesmo tempo que
destacam-se, ainda, a sugestão da instalação busca ser conhecida, no âmbito nacional
de scanners portáteis ou de pequeno porte e Internacional, como uma instituição de
nas fronteiras terrestres e a necessidade de excelência na prestação de serviços públicos,
instalação de serviços de troca de moedas nas primando em prol de valores como o respeito
zonas fronteiriças. ao contribuinte”, reiterou o responsável da 2ª
Região Tributária.
DESAFIOS
O director do Segundo Serviço Regional Participaram, na 2ª edição do Fórum
Tributário, Ivo N’hany, ao proceder ao discurso Aduaneiro Nacional, membros do Conselho de
de encerramento do Fórum, em Malange, Administração da AGT, delegados, directores,
referiu que com as apresentações feitas, as chefes departamento e demais técnicos da
questões levantadas, os debates, contributos e Instituição, representantes da Polícia Fiscal e
recomendações acolhidas, “foi possível constatar Aduaneira, do Comité de Gestão Coordenada
que, para Angola, há toda a necessidade de de Fronteiras, de órgãos públicos e privados,
se proceder, de forma sistemática e contínua, despachantes oficiais, membros de associações
à avaliação da relação entre os operadores do do sector do comércio, governadores provinciais,
comércio internacional e as alfândegas, o que só entre outros convidados.
é possível havendo transparência nos processos

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IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO
DAS PESSOAS SINGULARES COLECTIVAS
ANGOLA E CABO VERDE TROCAM EXPERIÊNCIA SOBRE TRIBUTAÇÃO
DAS PESSOAS SINGULARES E COLECTIVAS

A implementação do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS) e o Imposto


sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC) foram os tópicos principais de uma visita de
trabalho realizada por técnicos da Administração Geral Tributária (AGT) a Cabo Verde, no período
de 6 a 10 de Fevereiro. O objectivo foi absorver as experiências da Administração Tributária
de Cabo Verde (Autoridade Tributária e Aduaneira), em relação à evolução do seu processo
legislativo que culminou com a implementação dos referidos impostos.

Segundo Anselmo Major, técnico do Centro de Estudos Tributários da AGT, ao fazer o balanço do
evento, a sessão de benchmarking permitiu absorver a experiência de Cabo Verde, em relação à
reforma tributária e todo o processo legislativo que determinou a implementação dos impostos
únicos em sede do rendimento naquele país.

“De um modo geral, o benchmarking foi muito produtivo. A principal recomendação é de


começarmos a reforma da tributação do rendimento de forma global, olhando para o rendimento
das pessoas singulares e colectivas como alicerce do novo paradigma tributário. Apelou-se
também para a introdução de um sistema tecnológico robusto e integrado, capaz de garantir o
cruzamento da informação inerente às transacções económicas e o cumprimento das obrigações
declarativas em sede do Imposto”, referiu.

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Em relação à implementação do Imposto Único sobre o Rendimento (IUR) em Angola, Anselmo
Major explicou que, permitirá o alcance de maior justiça tributária por visar a tributação do
rendimento real. “Do ponto de vista da tributação das pessoas singulares, permite a subtracção
de alguns encargos que sobrecarregam o rendimento das famílias”, explicou.

Anselmo Major disse, igualmente, que a congénere recomendou o alargamento da discussão


da temática à Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola, “no sentido de se
aferir sobre a continuidade ou não da utilização do Plano Nacional de Contabilidade (PNC),
visto que a implementação do IRPC sugere a adopção das regras internacionais do sistema
do Sistema de Normalização Contabilística, considerando que o PNC vigente é omisso em
relação a determinadas figuras contabilísticas que concorrem para o apuramento do rendimento
tributável”.

A EXPERIÊNCIA DE CABO VERDE


O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares foi introduzido em Cabo Verde juntamente
com o Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, em 2015, tendo sido eliminado o
sistema de tributação cedular, que é o modelo vigente no sistema fiscal angolano.

“A equipa congénere considera ter sido um passo importante na evolução da fiscalidade com
a tributação global dos rendimentos, processo este que teve um período preparatório de,
aproximadamente, três anos”, disse Anselmo Major.

“O IRPS consagra um modelo que privilegia a simplicidade e a eficiência, tornando mais fácil
para os contribuintes o cumprimento das suas obrigações fiscais. Embora o IRPS apresente
dois modelos de tributação, a retenção na fonte em sede do IRPS representa quase 100%, na
medida em que os contribuintes optam pela retenção na fonte a título definitivo em detrimento
do modelo de englobamento”, explicou.

Em relação às categorias, o IRPS encontra-se dividido em cinco grupos, designadamente,


Grupo A que corresponde aos rendimentos decorrentes de trabalho dependente, Grupo B os
rendimentos empresariais e profissionais e o grupo C que corresponde aos rendimentos prediais.
O sistema inclui, ainda, o grupo D que corresponde aos rendimentos de capitais e o grupo E
correspondente aos ganhos patrimoniais.

Com a aprovação do IRPC, segundo Anselmo Major, no que respeita à incidência, as sociedades
comerciais, sociedades civis sob forma comercial, as empresas públicas e demais entidades
de direito público ou privado passam a ser tributadas sobre o rendimento, quer sejam estes
provenientes de actos lícitos ou ilícitos. “Relativamente à tributação dos actos ilícitos, a
implementação do IRPC representou para Cabo Verde um passo à frente no combate à
criminalidade, fraude e evasão fiscal”, enfatizou.

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REGIME SIMPLIFICADO DE TRIBUTAÇÃO
MAIS DE 46 MIL EMPRESAS DO REGIME SIMPLIFICADO ESTÃO
INSCRITAS NA BASE DE DADOS DA AGT

Actualmente estão inscritas na base de dados Contribuinte, bem como nas repartições e postos
da Administração Geral Tributária (AGT) fiscais, devendo o contribuinte apresentar o
mais de 46.000 empresas enquadradas no formulário de Declaração Simplificada ou o
Regime Simplificado de Tributação do Imposto livro de registo de compra e venda e serviços
Industrial (II). A informação foi a avançada pelo prestados.
director dos Serviços Fiscais, Denis Barbosa,
em entrevista à Folha Tributária. O não pagamento do imposto dentro do prazo
legal previsto por lei, implica o pagamento
De acordo com o responsável, o II do Regime adicional de multa à taxa de 25% do valor do
Simplificado de Tributação aplica-se aos imposto, além de outros acréscimos legais.
contribuintes abrangidos pelo regime de não
sujeição do Imposto sobre o Valor Acrescentado Em caso de cessação total do exercício da
(IVA). actividade comercial, Denis Barbosa disse que
o contribuinte deve escrever uma carta ou ofício
“O Imposto Industrial do Regime Simplificado para a repartição fiscal de domicílio, dirigida ao
de Tributação é liquidado até ao último dia útil chefe da repartição. “De acordo com os artigos
do mês de Abril de cada ano, sendo que a taxa 58º e 78º do Código do Imposto Industrial, os
é de 25%. Para os rendimentos provenientes de contribuintes devem apresentar, em triplicado,
actividades exclusivamente agrícolas, aquícolas, a Declaração Modelo 1, entendendo-se que a
apícolas, avícolas, piscatórias, silvícolas e cessação se verifica na data do encerramento
pecuárias a taxa única é de 10%”, explicou. das contas, ou tratando-se de sociedade
Já para os rendimentos provenientes de regularmente constituída com sede ou direcção
actividades do sector bancário e de seguros, efectiva no País, a aprovação das contas do
operadoras de telecomunicações e de empresas liquidatário ou administrador”, avançou.
petrolíferas angolanas, aplica-se a taxa única de
35%. Acrescentou, igualmente, que o contribuinte
deve também se fazer acompanhar da relação
O código do Imposto Industrial, que prevê o dos liquidatários, identificação do contabilista
Regime Simplificado de Tributação, foi aprovado envolvido na preparação das demonstrações
pela Lei 19/14, de 22 de Outubro, tendo sido financeiras da liquidação, identificação do
incluídas alterações na Lei 26/20, 20 de Julho. advogado envolvido nos actos e negócios
Segundo o director dos Serviços Fiscais, jurídicos de liquidação da pessoa colectiva.
a facturação anual estabelecida por lei
constitui um dos requisitos necessários para “Deve ainda apresentar uma cópia da acta da
que as empresas sejam inseridas no Regime assembleia geral contendo a aprovação das
Simplificado de Tributação. contas ou havendo aprovação judicial, a certidão
da respectiva decisão e o Mapa da Conta de
Por outro lado, a liquidação do Regime Resultados da Liquidação discriminado por
Simplificado de Tributação é feita nos canais rúbricas do balanço, bem como os mapas da
digitais da AGT, nomeadamente no Portal conta de resultados do exercício e do balanço
do Contribuinte, na Central de Apoio ao final”, disse.
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MECENATO
EMPRESAS QUE FINANCIAM PROJECTOS DO SECTOR AMBIENTAL E
EDUCACIONAL BENEFICIAM DE REDUÇÃO DE 40% DO IMPOSTO INDUSTRIAL

As empresas que patrocinam iniciativas de defesa do meio ambiente e do sector educacional


beneficiam de redução de 40% à matéria colectável do Imposto Industrial (II), nos termos do Código
dos Benefícios Fiscais, aprovado pela Lei n.º 22/14, de 14 de Abril e do Regulamento do Mecenato
aprovado pelo Decreto Presidencial 195/15, de 7 de Outubro. No entanto, os limites passam para
30% se a actividade for desenvolvida para benefício de trabalhadores e agregado familiar.

Segundo o técnico do Departamento de Normas e Procedimentos Fiscais da Direcção dos Serviços


Fiscais da AGT, Ednaldo Watyiapu, o Código dos Benefícios Fiscais confere benefícios ao Mecenato,
tendo em vista o fomento e promoção ao desenvolvimento dos sectores sociais, culturais, desportivos,
educacionais, juvenis, tecnológicos, bem como da saúde e da sociedade de informação.

Para além da dedução à matéria colectável do Imposto Industrial, os mecenas usufruem, também
de redução de 50% da taxa de Imposto de Selo e 70% da taxa do Imposto Predial pela aquisição de
imóveis necessários para a instalação da sua sede.

“Segundo o Regulamento do Mecenato são considerados mecenas, todas as pessoas colectivas que,
de forma desinteressada e sem quaisquer contrapartidas de carácter económico, oferecem bens e
serviços para a realização de acções com o objectivo de incentivar e contribuir para o desenvolvimento
de diversos sectores sociais”.

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De acordo com Ednaldo Watyiapu, os benefícios fiscais atribuídos aos Mecenas do sector educacional
visam fomentar a promoção da actividade de formação ou cursos legalmente reconhecidos pelos
órgãos governamentais responsáveis pela educação, fomento a criação e apetrechamento de
bibliotecas escolares, laboratórios, assim como a criação de fundações e associações de ensino.

“Quanto ao sector ambiental, os incentivos têm como objectivo apoiar as associações de defesa
do ambiente no que respeita à sua criação e a implementação das suas actividades, apoiar as
organizações não governamentais, entidades ou associações de defesa e protecção do ambiente que
se dediquem à criação, restauro e manutenção de jardins públicos e botânicos, parques zoológicos
e ecológicos, ao combate à desertificação, tratamento e distribuição de água e saneamento básico”,
explicou.

Avançou, igualmente que estão elegíveis para receber as “doações” as pessoas colectivas públicas ou
privadas que desenvolvam acções de beneficência, de carácter humanitário e cariz educacional, bem
como o Estado, as fundações com utilidade pública, as associações sociais, técnico-profissionais e
comunitárias, os agentes culturais, as universidades e os institutos superiores e centros de excelência.

Para estarem elegíveis para os benefícios fiscais, os Mecenas devem ter contabilidade organizada e
auditada nos termos do Plano Geral de Contabilidade, devem proceder ao registo junto do Ministério
das Finanças e do Ministério da Cultura, ter contribuições para a Segurança Social regularizadas,
não ter ausência de pagamento de impostos nem estar a pagar dívida fiscal em prestações.

“Deste modo, não têm direito aos benefícios fiscais todos os mecenas que efectivamente fogem das
suas responsabilidades tributárias, nos termos da Lei nº 8/12, e 18 de Janeiro”, concluiu.

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PASSO A PASSO
SUBMISSÃO DO MAPA DE REMUNERAÇÃO
IRT - IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO

1. INICIA SESSÃO
Para submissão do mapa de remunerações aceda:
https://portaldocontribuinte.minfin.gov.ao

2. SELECCIONAR A CONTA DO CONTRIBUINTE


Para seleccionar a conta clique na opção Seleccionar.

3. SELECCIONAR A OPÇÃO IRT


No Menu de Serviços seleccione a opção IRT.

4. SUBMISSÃO DO MAPA
Seleccione a opção submeter.

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5. SELECCIONAR A CONTA
Após clicar na aba submeter, escolha a conta desejada e clique em próximo.

6. FORMA DE SUBMISSÃO
Em seguida, escolha o mapa desejado e preencha os campos abaixo de forma sequêncial (exercícios,
mês e forma de submissão).

Nota: Em de submissão tardia, terá acesso a mais duas abas (Data de pagamento de salário e a aba Comprovativo de
salário).

7. ANEXAR O FICHEIRO
Caso seleccione a opção Ficheiro, submeta o mapa de remunerações na opção abaixo (Anexos)

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8. PREENCHIMENTO DO MAPA
Caso escolha a opção Manual, terá acesso à aba Mapa de Remuneração, em seguida clique em
Adicionar e preencha os campos do formulário, sem se esquecer de salvar as informações no final.

Nota: Em caso de submissão tardia, terá acesso a mais uma aba (Data de pagamento de salário).

9. REUTILIZAÇÃO DO MAPA
Caso queira reutilizar um mapa submetido, seleccione a opção forma de submissão “Cópia” indicando
o exercício e o mês pretendido.

10. CONSULTA
Caso necessite consultar as suas Declarações, Histórico e Relatórios, clique em Consulta.

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EXPLORAÇÃO
PETROLÍFERA
ANGOLA E CONGO ALINHAM PROCEDIMENTO DE AUDITORIA
FISCAL DA ÁREA DE DESEVOLVIMENTO DO LIANZI

Decorreu, de 22 de Fevereiro a 3 de Março, eficiente. Na abertura do evento, o Director da


em Luanda, o Seminário subordinado Tributação Especial da AGT, Pedro Marques,
ao tema “Processo Inspectivo a Área de informou, que a condição transfronteiriça do
Desenvolvimento do Lianzi” usualmente jazigo petrolífero concernente os prospectos,
designada Zona de Unitização do Lianzi, 14K na República de Angola e A-IMI na
dirigido a técnicos tributários da República República do Congo, conduziram os dois
de Angola e da República do Congo, com o Estados a definirem um regime jurídico, fiscal
objectivo de dotar as equipas dos dois países e aduaneiro único que viabilizou a decisão
de conhecimentos e experiências sobre a final de investimento, salvaguardando os
legislação aplicável a Zona de Unitização interesses dos dois Estados e dos Investidores
do Lianzi, face os Acordos e Protocolos Privados.
estabelecidos entre os dois Estados.
“Por outro lado, os Estados consideraram
O Seminário incidiu em grande medida no também a necessidade de realizar auditorias
domínio dos procedimentos de auditoria fiscais conjuntas, assim, para o cabal
com vista a implementação de um processo cumprimento no que respeita às auditorias
inspectivo à Zona de Unitização, efectivo e fiscais, às operações petroliferas a Zona de

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inconformidades detectadas”, disse.

Pedro Marques ressaltou, igualmente, a


importância da participação activa de cada
um dos participantes do Seminário, cujo
objetivo passa por nivelar o conhecimento
das duas equipas, nos diferentes segmentos
que abrange o processo inspectivo à Zona de
Unitização do Lianzi.

“É primordial que todos estejam empenhados


em aprender e compartilhar conhecimentos
para que possamos aproveitar ao máximo esta
oportunidade de crescimento profissional,
para juntos sermos capazes de contribuir
para o desenvolvimento dos nossos Países
em particular e, consequentemente, para
o desenvolvimento da nossa região e do
continente africano”.
Unitização do Lianzi, é fundamental que as
equipas tenham conhecimento aprofundado Participaram no Seminário, Inspectores
das técnicas de auditoria fiscais, bem como Congoleses afectos ao Ministério das Finanças
das distintas disposições legais que regem a e do Orçamento da República do Congo e
tributação nas diferentes realidades, baseados auditores da AGT alocados aos trabalhos de
nos acordos firmados entre os dois Estados”, inspecção da zona de Unitização do Lianzi.
disse.
Durante o seminário foram abordados
Segundo Pedro Marques, a auditoria realizada temas ligados aos contratos celebrados
pelos dois Estados, tem entre outros objectivos para o fornecimento de bens e serviços,
aferir o cumprimento das obrigações cumprimentos das obrigações contratuais e
contratuais e fiscais e a conformidade das fiscais, suportes documentais respeitando
acções dos Investidores face os compromissos as despesas, dados referentes à Partilha de
assumidos. “A primeira auditoria foi realizada Produção do Petróleo Bruto, etc.
em 2021, de forma remota com recurso
a plataformas digitais, em consequência Recorde-se que a operacionalização e a
da pandemia da Covid-19 que assolava o produção de petróleo na Zona de Unitização do
mundo”, informou. Lianzi, decorre de vários Acordos celebrados
entre as Repúblicas de Angola e do Congo, face
“No âmbito da realização dos trabalhos as características geológicas dos prospectos
de auditoria fiscal a Zona de Unitização do 14K e A-IMI, concernentes as Concessões
Lianzi, urge a necessidade de as equipas Petrolíferas do Bloco 14 na República de
estarem devidamente alinhadas a nível de Angola e do “Haute Mer” na República do
conhecimentos e técnicas de auditoria para Congo, sendo que as actividades afectas a
que possam identificar potenciais receitas exploração petrolífera são monitoradas pelos
para os cofres públicos dos dois Estados, Estados, através de um Órgão Inter-Estatal e
bem como, recomendar correcções às Pontos Focas dos dois Estados.
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CONDOMÍNIOS
AGT INICIA PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DOS
CONDOMÍNIOS E SEUS ADMINISTRADORES

A Administração Geral Tributária (AGT) tem ocorre é que, aos Condomínios não constituídos
realizado diferentes acções com vista ao em Associação, por não serem detentores de
esclarecimento de dúvidas dos contribuintes personalidade jurídica não são atribuídos o NIF,
sobre o cumprimento das obrigações tributárias razão pela qual, aqueles Condomínios que, não
dos Condomínios, tanto os que se encontram tendo sido constituído em Associação têm NIF
organizados em Associação de Condóminos atribuídos, verão os seus NIF cessados, sendo
como os que não optam por este modelo. que, toda a interação com a AGT ocorrerá por via
do NIF dos Administradores, que respondem e
Segundo a Directora do Gabinete Jurídico responderão pelo cumprimento das obrigações
da AGT, Esperança Joblina Vieira, que falava tributárias.
em entrevista ao programa “Consultório
Tributário”, emitido no dia 1 de Fevereiro, na Os Administradores de Condomínios, enquanto
Rádio Nacional de Angola, as questões ligadas pessoas que representam os Condomínios nos
à tributação dos Condomínios estão reguladas mais diversos domínios, incluindo o tributário,
em diversos diplomas legais, “o que gera quer sejam pessoas singulares ou colectivas,
alguma complexidade na interpretação das devem estar cadastrados na repartição fiscal da
normas, daí a AGT ter criado um instrutivo sua área de domicílio e manter o seu cadastro
que esclarece e facilita a compreensão da Lei actualizado”, explicou.
quanto à tributação dos condomínios”.
De acordo com Esperança Joblina Vieira, para
A Directora referiu que, sendo os Condomínios a obtenção do NIF, as Associações devem
entidades desprovidas de personalidade jurídica, apresentar, junto da repartição fiscal da área
devem, para efeitos de obtenção do Número de de domicílio, a acta da assembleia geral e
Identificação Fiscal (NIF), organizarem-se em o estatuto da associação ou regulamento
Associações de Condóminos e será esta, por interno do condomínio. Devem, de igual modo,
sua vez, que responderá perante a AGT para o apresentar o comprovativo do pedido de registo
cumprimento das obrigações tributárias. da associação junto do Ministério da Justiça e
“Entretanto, o Regime Jurídico não obriga a que dos Direitos Humanos ou do reconhecimento
os Condomínios se organizem em Associação, da comissão de moradores do condomínio
sendo estes livres de escolherem o modelo que junto da administração municipal competente
melhor se adequa às suas necessidades. O que e a cópia de documentosde identificação do

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responsável eleito, podendo ser pessoa singular OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DO ADMINISTRADOR
ou colectiva. DE CONDOMÍNIOS
De acordo com Esperança Joblina Vieira, os
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS DOS CONDOMÍNIOS administradores dos condomínios (Pessoa
Segundo o Decreto Presidencial nº 292/18, singular) que são remunerados no âmbito da sua
de 3 de Dezembro, sobre o Regime Jurídico actividade, estão sujeitos ao pagamento do IRT
das Facturas e Documentos equivalentes, as grupo B. São, de igual modo, obrigados a emitir
Associações de condóminos estão obrigadas facturas ou documento equivalente, nos termos
à emissão de facturas ou documentos do Regime Jurídico de Facturas e Documentos
equivalentes. Explica ainda que os Condomínios Equivalentes. Quando os Condomínios são
são sujeitos passivos do Imposto Industrial (II), geridos por Sociedades Gestoras, estas ficam
devendo ser enquadradas no regime geral ou sujeitas às regras de tributação aplicável às
simplificado em função do volume de negócios demais sociedades comerciais.
pela eventual prática de actos comerciais.
“No essencial a diferença em termos de
“Sempre que as Associações contratem tributação existente entre os Condomínios
funcionários, ficam obrigadas a efectuar a organizados em Associação e os não Organizados
retenção na fonte e a entrega do Imposto em Associação reside no ente sobre quem
sobre os Rendimentos de Trabalho (IRT) pelo recai a Tributação. Nos casos das Associações
pagamento de remunerações, bem como são estas responsáveis pelo cumprimento
apresentar a declaração anual Modelo 2, no das obrigações tributárias, sendo que, nos
mês de Fevereiro de cada exercício fiscal”, Condomínios não constituídos em Associação
explicou. as obrigações recaem sobre o respectivo
Administrador.
Esperança Joblina Vieira referiu, também, que O que queremos levar ao conhecimento
as taxas e demais contribuições pagas pelos das pessoas é que, do ponto de vista legal
condomínios não estão sujeitos à retenção na não se pode atribuir NIF a Condomínios não
fonte em sede de IRT e II, nem ao Imposto constituídos em Associação, na medida em
sobre o Valor Acrescentado (IVA). que não são detentores de personalidade
jurídica, razão pela qual, a responsabilidade
Todavia, os rendimentos obtidos pela Associação, pelo cumprimento das obrigações Tributárias,
tais como os resultantes de disponibilização recairão sobre os respectivos Administradores.
de espaços para realização de eventos ou
pela prática de outros actos comerciais, ficam Os Condomínios não constituídos em Associação
sujeitos à tributação em sede de Imposto a quem tenham sido atribuídos NIF devem, sob
Industrial. Já as Associações que contratem pena de verem os seus NIF cessados, regularizar
serviços a pessoas singulares ou colectivas, a sua situação até ao último dia útil do mês de
devem efectuar a retenção na fonte em sede do Julho do corrente ano, mediante constituição
Imposto sobre os Rendimentos de Trabalho ou em Associação, ou apresentação do NIF do
Imposto Industrial, respectivamente. respectivo Administrador à Administração
Geral Tributária. Contudo, a AGT continuará a
“Os condomínios não constituídos em realizar acções de sensibilização dirigidas aos
Associações, estão sujeitos, no que diz respeito Condóminos e Administradores de condomínios
ao IRT, às mesmas obrigações dos condomínios com vista a mobilizá-los para o cumprimento
organizados em Associações”, enfatizou. das suas obrigações tributárias.

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IMPOSTO SOBRE OS VEÍCULOS
MOTORIZADOS
VEÍCULOS MOTORIZADOS USADOS PARA PESCA ARTESANAL E AGRICULTURA
TEM TAXA DE IVM REDUZIDA EM 50% E 75%

O Imposto sobre os Veículos Motorizados (IVM) é uma contribuição anual que todos os proprietários
ou possuidores de veículos motorizados têm de pagar ao Estado, voluntariamente, de 1 de Janeiro
até ao último dia útil do mês de Junho.

Entre as vantagens da implementação do IVM consta a redução da taxa em 50% e 75% para os
sectores da pesca artesanal e agrícola, respectivamente, bem como para os veículos eléctricos.
Inclui-se nas vantagens, a isenção de pagamento dos tractores utilizados, exclusivamente, para a
agricultura e os veículos adaptados para uso de pessoas com deficiência, mediante reconhecimento
da Administração Geral Tributária.

De acordo com Edson Martins, técnico da Direcção dos Serviços Fiscais da Administração Geral
Tributária (AGT), o IVM incide sobre os veículos motorizados matriculados ou registados nos
serviços competentes no território nacional, nomeadamente, os automóveis ligeiros e pesados,
motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos, embarcações, aeronaves e veículos eléctricos. “O
incumprimento do pagamento do IVM implica a aplicação de uma multa à taxa de 25% do valor do
imposto, além de outros acréscimos legais”, enfatizou.

Edson Martins explicou, em entrevista à Folha Tributária que, no âmbito da Reforma Tributária que

FOLHA TRIBUTÁRIA 18
orienta a modernização e simplificação do sistema tributário, a Taxa de Circulação foi elevada à
categoria de imposto, tendo sido aprovada pela Lei n.º 24/20, de 13 de Julho, passando a designar-
se Imposto sobre os Veículos Motorizados, com a sigla (IVM).

“Este imposto foi aprovado no sentido de garantir uma justa distribuição da carga fiscal, abrangendo
novas categorias, neste caso as embarcações e aeronaves. Permitiu, de igual modo, o alargamento da
base tributária e a ampliação das garantias dos contribuintes abrangidos, apresentando um modelo
auto fiscalizador que permite que o contribuinte faça a gestão dos seus activos no sistema”, referiu.
Com o IVM, continuou, verificou-se ainda a introdução de mecanismos que asseguram uma maior
justiça na tributação dos veículos motorizados e o alargamento do prazo para o período de Janeiro
a Junho.

COMO PAGAR
Além das repartições e postos fiscais, delegações e postos aduaneiros, o IVM pode ser pago nos
canais electrónicos disponibilizados pela AGT, designadamente, o site da instituição em (https://
agt.minfin.gov.ao/), no Portal do Contribuinte, no Portal do IVM (https://ivm.minfin.gov.ao/), e pelo
Assistente Virtual da AGT, o “Justinho” disponível no WhatsApp pelo terminal telefónico 923 16
70 11. Pode, igualmente, ser pago através do Centro de Apoio ao Contribuinte, pelos terminais
telefónicos 222 706 000 e 923 16 70 10.

Em caso de perda do veículo, venda, abate, desmanche ou outro motivo específico, o contribuinte
pode solicitar a suspensão de cobrança do IVM através da plataforma do IVM ou deve ainda dirigir-se
a uma repartição ou posto fiscal.

Para o pagamento do IVM devem ser apresentados o título de propriedade ou o documento que o
substitua, livrete da viatura ou motorizada, licença da embarcação e o certificado de navegabilidade,
conforme o caso.

O valor a pagar varia consoante o tipo de veículo, sendo que para os automóveis ligeiros, ciclomotores,
motociclos, triciclos, quadriciclos e eléctricos, o critério é a cilindrada do motor e para os veículos
pesados o peso bruto. Já para as aeronaves, o valor do imposto é determinado tendo em consideração
o peso máximo autorizado à descolagem, enquanto que as embarcações variam mediante a tonelagem
de arqueação bruta.

FOLHA TRIBUTÁRIA 19
modo a direcioná-los à mais cómoda e segura
CIDADANIA forma de cumprirem com as suas obrigações

FISCAL
fiscais, visando facilitar o seu cumprimento
voluntário.

O Programa Nacional de Educação e Cidadania


O Foco tem sido difundir matérias de Cidadania
Fiscal – PNECF, é um programa que se insere no
Fiscal nas páginas oficiais do Ministério das
plano estratégico da AGT, composto por eixos de
Finanças, da AGT e da Biblioteca Digital, para
execução anual.
captar a atenção de todo o cidadão que terá
acesso às referidas páginas, e promoção de
O PNECF tem, dentre outros, o objectivo de:
vídeos curtos com mensagens de cidadania
i) criar uma nova consciência tributária, aos
fiscal através das redes sociais existentes no
cidadãos em geral, e contribuintes em particular,
mercado, levando informação tributária usando
levando conhecimento, esclarecimento e
o método de ensino à distância e de vídeo aulas.
orientação mais próxima do cidadão e do
A resistência no cumprimento das obrigações
contribuinte, de modo a que o cumprimento
tributárias está associada aos seguintes factores:
deste deva ser feito de forma consciente e
voluntária, na perspectiva de disseminação
de conhecimento sobre os procedimentos e
. comportamentos sociais (consciência fiscal,
a atitude da população face às suas obrigações
conteúdos da legislação tributária que conforma
fiscais);
o sistema tributário angolano; ii) Divulgar os
direitos, deveres e garantias dos contribuintes
. estrutura demográfica (forte população
activa/envelhecimento);
na relação tributária que se estabelece entre
o Estado e o Contribuinte por emanação
. organização política e institucional
(centralização das estruturas);
constitucional; iii) orientar os contribuintes, de
. nível de desenvolvimento económico;
FOLHA TRIBUTÁRIA 20
forma da recolha, a fixação da soma a pagar,
de uma maneira que qualquer pessoa possa
entender. Neste sentido, a legislação tributária
deve observar a máxima clareza, estabelecendo
com nitidez todas as circunstâncias relacionadas
com o imposto.

3. CONVENIÊNCIA DE PAGAMENTO
O imposto deve igualmente ser recolhido
no momento e da maneira que, com maior
probabilidade, forem mais convenientes para o
contribuinte.

4. ECONOMIA NA RECOLHA
O imposto deve ser instituído de forma a retirar,
do contribuinte, o menos possível, para cobrir
as despesas do Estado. A aplicação do imposto
deve ser planeada de tal modo que envolva o
mínimo possível de custos no processo, para
todos os intervenientes. Se assim não for, o
imposto pode vir a custar aos indivíduos mais
ainda do que a taxa efectiva da tributação.
. grau de abertura ao exterior (o volume de
comércio externo); e
Com a Educação e Cidadania Fiscal elevamos
. composição do produto interno bruto. os valores, atitudes e responsabilidades a todos
os cidadãos, visando o bem comum, isto é a
Com a Educação e Cidadania Fiscal
satisfação das necessidades da colectividade,
conseguimos fazer perceber a necessidade
tendo em conta as funções dos tributos.
da promoção da cultura tributária, pois para
reverter a consolidação económica e social do
País, a tributação deve ser prioridade, guiando-
se em 4 princípios clássicos de tributação,
nomeadamente:

1. EQUIDADE
Cada cidadão deve contribuir, na proporção das
respectivas capacidades, o máximo possível
para a manutenção do governo do Estado, isto é,
em proporção ao rendimento que usufrui sob a
protecção do Estado. A equidade na tributação
está dependente da observação desta regra.

2. CERTEZA
O imposto deve ser fixo e não arbitrário. Isto
implica a determinação da data, do local e da

FOLHA TRIBUTÁRIA 21
Nesta lógica, e o sentido ideológico da Cidadania Assim, no âmbito da divulgação e promoção da
Fiscal tem sido a partilha do bem comum, a literacia fiscal, foi aprovado o Plano Macro de
proporcionalidade e redução das assimetrias Educação e Cidadania Fiscal, estando em curso
entre as populações, com obtenção de receitas a Campanha Nacional de Educação Fiscal para
por via dos tributos e consequente satisfação Alunos do I e II Ciclos, sob o lema: “A Educação
das necessidades da colectividade. Fiscal na Minha Escola”.

O nosso governo está comprometido com O objectivo é de formar e fomentar o


desenvolvimento social, participação social desenvolvimento da consciência da cidadania
na gestão e fiscalização da coisa pública, no que diz respeito à tributação em Angola,
fortalecimento da educação, pleno emprego, no qual pretende-se, mediante um protocolo
bem como o aumento da eficiência e eficácia conjunto entre os Ministérios das Finanças
da actividade financeira pública, sendo a base a e da Educação, por via da AGT e INADE, a
Educação e Cidadania Fiscal. institucionalização do Plano Nacional de
Educação Tributária, no Plano Geral de Ensino
Nesta perspectiva, a Educação e Cidadania em Angola, na lógica da inserção de conteúdo
Fiscal durante o mês de Fevereiro, por via do programático de Educação e Cidadania Fiscal
Centro de Estudos Tributários, desenvolveu em disciplinas curriculares conexas, formação
acções conjuntas, a nível nacional, nas zona de professores em matérias de Educação e
urbanas e sub-urbanas, escolas, igrejas, Cidadania Fiscal, elaboração de manuais com
instituições públicas e privadas, mercados, temáticas tributárias, realização de palestras
cidades e musseques, levando a comunicação com temáticas de Educação e Cidadania Fiscal
da importância do pagamento dos impostos e nas Escolas, realização de Peças de Teatro para
os direitos e deveres de cada cidadão, quanto as Escolas e implementação de olimpíadas
ao fomento da cidadania participativa para a tributárias.
conquista do progresso, responsabilidade e
compromisso com o bem comum.

FOLHA TRIBUTÁRIA 22
Campanha de Sensibilização para o pagamento de Impostos, uma
acção do Ministério das Finanças, implementada pela AGT e com
o apoio do Ministério da Educação para:

ENSINO EMPRESAS POPULAÇÃO GERAL

- Primário - Micro - Público


- Secundário - Pequenas - Líderes de
- Superior - Médias Opinião
- C. Social

SÉTIMA REGIÃO TRIBUTÁRIA indivíduo em contribuir para a construção do


As escolas do I e II Ciclos do Ensino Secundário País. A campanha de educação e cidadania
do município do Luau, na província do Moxico, fiscal, lançada em Janeiro, tem sido dinamizada
beneficiaram de uma palestra sobre cidadania em todos os municípios que compõem a 7ª
fiscal, promovida pela Administração Geral Região Tributária e nas localidades sem acesso
Tributária (AGT), no âmbito do Programa aos serviços tributários.
Nacional de Educação e Cidadania Fiscal
(PNECF). Luau faz fronteira a Leste com a República
Democrática do Congo, a Norte com o município
Dirigida a alunos com idades entre 11 aos 15 de Muconda, a Oeste com o município do Luacano
anos, a iniciativa de âmbito nacional, visou e a Sul com o Alto Zambeze. Com uma extensão
despertar os estudantes sobre a importância do territorial de 3.893 quilómetros quadrados, a
pagamento de imposto, uma obrigação enquanto sede está situada a 362 quilómetros da cidade
cidadão. Os técnicos da Repartição Fiscal do do Luena, capital provincial do Moxico.
Luau afecta a 7ª Região Tributária, ministraram,
igualmente, no auditório do Instituto Técnico A vila tem uma estrutura arquitectónica própria,
Agrário do referido município, uma palestra dividida em quarteirões por ruas paralelas
sobre o Sistema Fiscal Angolano, destinada horizontais e verticais e amplos jardins. É
a estudantes e docentes daquela instituição um centro ferroviário típico. A população do
académica. município dedica-se à agricultura, exploração
de madeira, mel e pesca artesanal.
O chefe da Repartição Fiscal do Luau, Ribeiro
Capenga, referiu que a campanha vai ajudar os O Sétimo Serviço Regional Tributário está
estudantes a entender melhor o sistema fiscal presente nas províncias da Lunda-norte, Lunda-
angolano e a despertar o espírito de cidadania sul e Moxico, sendo que a sede está localizada
que tem a ver com a responsabilidade do na cidade de Saurimo (Lunda-sul).

FOLHA TRIBUTÁRIA 23
AGT
EM NÚMEROS
BOLETIM
MENSAL
PREÇO DO PETRÓLEO

DESTAQUES

Alguns políticos e economistas europeus estão a respirar de alívio depois de temperaturas mais
amenas e um aumento das remessas de gás natural liquefeito. Outros políticos acreditam que a crise
energética ainda levará muitos anos. “O armazenamento de gás aumentou e os preços do gás caíram.
A inflacção está a cair e a incerteza também”, escreveu o Deutsche Bank AG, em nota esta semana,
acrescentando que “Podemo-nos dar ao luxo de ser mais optimistas”.

Ultimamente, a maior economia da Europa, a Alemanha, tem visto uma melhoria nas perspectivas
de negócios, à medida que os temores de recessão diminuem, de acordo com dados do Instituto IFO,
um pesquisador económico com sede em Munique. O presidente do IFO, Clemens Fuest, disse à
Bloomberg TV que “O risco mais importante para a economia alemã era um cenário de racionamento
de gasolina (...) e esse risco agora está fora de questão.

Há muito para se alegrar na Europa: o NatGas holandês de primeiro mês, referência do continente,
caiu até 5% para 55 euros por megawatt-hora hoje, o nível mais baixo desde o final de 2021. Os
preços caíram mais de 83% desde o pico de 311 euros por megawatt-hora em Agosto passado. No
entanto, o optimismo pode durar pouco porque a Alemanha está há anos de substituir inteiramente
os fluxos russos de NatGas por remessas de LNG. Na semana passada, o chanceler Olaf Scholz
disse à Bloomberg que os alemães aprenderam uma dura lição com o seu vício em NatGas russo
barato. Ele disse que o País está agora reorganizando as cadeias de suprimentos que aumentarão a
capacidade de importação de GNL nos principais portos.

Um novo relatório do Ministério da Economia do país mostra que a Alemanha instalará 56 bilhões de
metros cúbicos de capacidade doméstica de importação de GNL até 2026. Até 2030, as capacidades
aumentarão para 76,5 bilhões de metros cúbicos ou cerca de 80% do consumo total de NatGas
alemão em 2021. O Ministério apontou que, embora as actuais instalações de armazenamento
de NatGas estejam acima dos níveis normais, há riscos crescentes no final deste ano de que o

FOLHA TRIBUTÁRIA 25
armazenamento possa cair para níveis perigosamente baixos e resultar em escassez. “A verdade
é que não haverá capacidade de produção de LNG nos próximos três a quatro anos no mundo
para atender à demanda crescente. Portanto, a estratégia tácita é que a Alemanha continuará a
pagar preços absurdos e outros países menos ricos vão continuar de mãos vazias (sem conseguir
comprar)”, disse Christian Leye, representante do Partido de Esquerda do Bundestag, à Bloomberg.
A Alemanha reduziu a sua dependência do NatGas russo, importando GNL de outros países da UE e
aumentando os fluxos de gasodutos NatGas da Noruega e da Holanda.

A Alemanha não teve escolha depois que as explosões atingiram o Nord Stream no ano passado.
Um problema que vemos é que o armazenamento de NatGas da Alemanha foi preenchido no Verão
passado, quando o NatGas russo ainda estava fluindo - não tanto mais. O Deutsche Bank espera que
os preços do NatGas da UE flutuem entre 50 e 100 euros por megawatt-hora este ano. É apenas uma
questão de tempo até que o alívio temporário evapore e a crise energética ressurja.

PREVISÃO DAS RAMAS ANGOLANAS

As ramas angolanas continuam a seguir a tendência registada ao longo do ano, de


acompanhar muito proximamente o movimento do índice internacional BRENT.
O panorama anual do preço durante o ano de 2022 está marcado pela subida às máximas
anuais de $120 dólares, resultantes do confronto russo-ucraniano. Contrariamente ao que
se previa, os valores decaíram mais rápido, aos níveis de $80 dólares o barril.
No prisma do gás, os inventários atingiram níveis mais altos do que o que se esperava, o
que causou uma estabilização dos preços, contrariamente à subida que estava projectada,
como se pode ver no gráfico abaixo.

Tabela 1 - Comportamento do preço das ramas angolanas face ao Brent - Fonte: SAF vs Platts

FOLHA TRIBUTÁRIA 26
Tabela 2 – TLimites da capacidade de armazenamento europeia de gás em BCF (milhares de milhões centímetros cúbicos)
Fonte: Celcius Energy

RECEITA MENSAL PETROLÍFERA JANEIRO 2023

Tabela 3 – Percentagem da capacidade de armazenamento europeia de gás natural

FOLHA TRIBUTÁRIA 27
Tabela 4 – Comportamento da Receita Petrolífera

EXPORTAÇÃO
O País teve uma média de 1 033 953 barris exportados por dia, totalizando 32 052 555 barris de petróleo.
Quando comparámos com o mês anterior, observou-se um incremento de 0,37%, onde o bloco 17 foi o que
mais exportou, seguido dos blocos 32 e 0. A produção de petróleo de Angola para o mês de Dezembro foi de 33
711 678 barris, correspondendo a uma média diária de 1 087 473 barris de petróleo (BOPD) contra 1 182
407 BOPD previsto (fonte: ANPG)

PREÇO
Para o mês de Janeiro o preço médio foi de USD 78,99. Com isto, obervámos um decréscimo de USD 10,
comparando com o mês anterior e em termos percentuais tivemos um decréscimo de 11,63%. Esta queda no
preço aconteceu devido às incertezas causadas mediante a reunião da OPEP.

RECEITA
Para o mês de Janeiro a receita petrolífera fechou em Kz 423 274 759 051. Comparando com o mês anterior,
observámos uma queda de 57% e 60% se compararmos com o mesmo período no ano de 2022. Este declínio
da receita é consequência da recuperação do IRP pago pelos accionistas do projecto ALNG, dedução dos acordos
globais e o não pagamento da taxa de gás visto que a fábrica da ALNG não atinguiu os 65% da capacidade de
produção.

PREVISÃO
Para o mês de Fevereiro prevemos uma receita de 412 014 694 375, e o preço médio a rondar os USD 74,
muito por conta das incertezas do mercado, paralização para manutenção planificada da FPSO do campo Dália
no bloco 17 e da possível recuperação do IRP pago pelos accionostas do projecto ALNG.

FOLHA TRIBUTÁRIA 28
PREVISÃO DO QUILATE ANGOLANO

Os diamantes angolanos continuam a seguir a mesma tendência de desvalorização


registada ao longo do ano.
O panorama do preço durante o ano de 2022 está marcado pela subida às máximas
anuais entre fevereiro e março, resultante do confronto entre a Rússia e a Ucrânia.
Contrariamente ao que se previa, os valores decaíram de forma galopante, a níveis não
esperados neste ano.
Isto se deu pois as fábricas acautelaram os inventários e atingiram níveis mais altos do
que o que se esperava.
Para 2023, o OGE projecta um preço médio de USD 200 por quilate.

Tabela 5 – Comportamento do preço médio dos quilates dos diamantes angolanos comparando com o OGE

Tabela 6 – Preço medio do quilate

Tabela 7 – Receita Diamantífera

FOLHA TRIBUTÁRIA 29
RECEITA
Mesmo com o mercado em baixa, mediante diversos factores, já referenciados no boletim
anual, Angola teve a maior arrecadação do ano muito por conta dos leilões de pedras
especiais ,totalizando 9,7 mil milhões de kwanzas, 14% inferior ao mesmo periodo no ano
transacto e superior em 80,5% ao mês anterior.

EXPORTAÇÃO
Em Dezembro, tal como tem acontecido nos últmos anos, obtivemos a maior comercialização
do ano com um total de 1 670 320,12 quilates exportados, 40% superior ao período
homológo e 170% a mais que no mês anterior.
Os kimberlitos Catoca, Luele e o aluvião Cuango foram as que mais exportaram no período,
com 49.53%, 42.6% e 1.47% respectivamente.
Os Emiratos Árabes Unidos, Bélgica, Israel e Hong Kong como os principais destinos.

PREÇO
Os preços estão em queda livre, muito por conta da queda temporária da demanda por
diamantes brutos naturais , tendo uma média de USD 155,31 muito por conta dos diamantes
especiais vendidos no último leilão.

PREVISÃO
Para o mês de Fevereiro, com o preço dos diamantes em baixa projectamos uma receita de
3,9 mil milhoes de kwanzas, 60% inferior ao mês de Dezembro.
Esperamos este decréscimo pela ausência de leilões de pedras especiais e eventos que
estão a assolar o mercado diamantífero.

FOLHA TRIBUTÁRIA 30
TOME NOTA
ENERGIAS RENOVÁVEIS EM ÁFRICA
POR DINO PAULO & NUNO FERNANDES

As fontes de energia renováveis estão a ganhar de energias renováveis e pelo aumento da


cada vez mais importância no cenário global. competitividade de preços.
A crescente preocupação com as mudanças A nível global, as energias renováveis estão
climáticas e a necessidade de fontes de energia a tornar-se cada vez mais competitivas,
seguras e confiáveis estão a levar a uma maior em comparação com fontes convencionais
adopção de fontes de energia renováveis, como de energia, como o petróleo, gás e carvão.
a energia solar, eólica e hidro-eléctrica. Os custos dessas fontes de energia estão
diminuindo continuamente, tornando-as uma
As energias renováveis estão rapidamente a opção cada vez mais atractiva para países
tornar-se numa das principais fontes de energia em desenvolvimento e em desenvolvimento
no mundo, oferecendo uma alternativa mais avançado.
limpa e sustentável para as fontes de energia
fósseis tradicionais, como o petróleo, o gás A perspectiva de energias renováveis no mundo
natural e o carvão. é extremamente positiva, com muitos países a
adoptarem políticas ambiciosas para aumentar
Esta tendência é motivada pela crescente a sua utilização. Alguns exemplos incluem a
preocupação com o impacto das emissões de Alemanha, que já produz mais de 40% de sua
gases de efeito de estufa na mudança climática, electricidade a partir de fontes renováveis, e a
bem como pelos avanços na tecnologia China, que é líder mundial em investimentos em

FOLHA TRIBUTÁRIA 31
energias renováveis. Além disso, a tecnologia benefícios económicos para África. A geração
avançou rapidamente, tornando a produção e a de energia a partir de fontes renováveis pode
distribuição de energia renovável mais eficiente criar empregos locais e estimular o crescimento
e acessível. económico, além de aumentar a segurança
Em África, as energias renováveis também estão energética e reduzir a dependência de fontes
ganhando terreno. A região é rica em recursos de energia importadas.
naturais renováveis, como sol, vento e água, e
há um forte potencial para o desenvolvimento Em resumo, as energias renováveis estão
de projectos de energia renovável. No entanto, ganhando terreno tanto a nível global quanto
ainda há desafios significativos a serem em África. Embora ainda haja desafios
superados, como a falta de infra-estrutura significativos a serem superados, há sinais
adequada, a falta de investimentos e a falta de positivos de mudanças e uma tendência clara
capacidade técnica e institucional. na direcção de uma economia mais verde e
sustentável. É importante continuar a investir na
No entanto, há sinais positivos de mudanças tecnologia e no desenvolvimento institucional
no horizonte. Alguns países africanos estão a para assegurar a sua adopção e implementação
adoptar políticas e incentivos para promover a em larga escala.
adopção de energias renováveis e há cada vez
mais investimentos estrangeiros sendo feitos na A transição para fontes de energia renováveis
região. Além disso, a crescente conscientização é uma necessidade vital para proteger o meio
sobre as questões ambientais e a necessidade de ambiente, combater as mudanças climáticas
fontes de energia mais seguras e confiáveis estão e garantir o crescimento económico. Com
aumentando a pressão para o desenvolvimento o investimento adequado e a colaboração
de fontes de energia renováveis na região. internacional, a África pode tornar-se um líder
mundial na utilização de fontes de energia
A transição para as energias renováveis não renováveis, trazendo muitos benefícios para a
é apenas benéfica para o meio ambiente e economia e a sociedade.
o clima, mas também pode trazer muitos

FOLHA TRIBUTÁRIA 32
BOLETIM MENSAL DO IVA
JANEIRO 2023

1. QUANTIDADE DE CONTRIBUINTES REGISTADOS NO IVA


Em Janeiro o sistema de cadastro da AGT apresentava um registo de 12 125 contribuintes inscritos
no regime geral de tributação do IVA.
Relativamente ao regime simplificado, apresentava um registo de 7 964 contribuintes inscritos e no
regime exclusão 63 203 contribuintes.

FOLHA TRIBUTÁRIA 33
2. RECEITA ARRECADADA DO IVA
Nesse mesmo período, a nível da importação, foi arrecadado o valor total de Kz 46 894 398 440
(Quarenta e seis mil milhões, oitocentos e noventa e quatro milhões, trezentos e noventa e oito mil,
quatrocentos e quarenta kwanzas) registou-se um aumento de 20% face ao período homólogo do
ano anterior (Kz 7 765 064 915).

Em termos gerais, registou-se uma arrecadação total em sede de IVA no valor de Kz 106 570
531 406 (Cento e seis mil milhões, quinhentos e setenta milhões, quinhentos e trinta e um mil,
quatrocentos e seis kwanzas), o que representa um acréscimo de 33% face ao período homólogo do
ano anterior.

FOLHA TRIBUTÁRIA 34
REEMBOLSOS
Nesse período foram registados um total de 44 pedidos de reembolsos, correspondendo
ao montante em Kz 12 672 573 238,00 (Doze mil, seiscentos e setenta e dois milhões,
quinhentos e setenta e três mil, duzentos e trinta e oito kwanzas), 19 pedidos foram
deferidos e pagos, perfazendo um valor total de Kz 5 927 391 886,76 (Cinco, novecentos
e vinte e sete milhões, trezentos e noventa e um mil, oitocentos e oitenta e seis kwanzas e
setenta e seis cêntimos).

Na sequência, 24 pedidos foram indeferidos por não cumprirem com os requisitos previstos
na lei para que os contribuintes possam solicitar o reembolso.

SOFTWARE E GRÁFICAS
Nesse mês, deram entrada de 3 pedidos de validação de software, todas as restantes solicitações
continuam em validação, sendo que não houve qualquer rejeição por incumprimento dos
requisitos mínimos previstos no diploma legal que institui a obrigatoriedade de certificação
de sistemas de facturação.

Em termos cumulativos, até ao momento já foram certificados um total de 394 software.


Quanto às gráficas, deram entrada 6 pedidos de licenciamento de gráficas, não tendo sido
qualquer uma licenciada.

Em termos cumulativos, até à data já foram licenciadas um total de 371 gráficas.

ENQUADRAMENTO ENQUADRAMENTO

Solicitados 44 Software Validados 44

Suspensos 33 Gráficas Licenciadas 33

Indeferidos 24 Facturas emitidas 16 760


no Portal do
Pagos 19 Contribuinte

FOLHA TRIBUTÁRIA 35
COMÉRCIO EXTERNO
JANEIRO 2023

ANÁLISE POR GRUPOS DE PRODUTOS - EXPORTAÇÕES DE BENS

Em Janeiro de 2023, as exportações de bens decresceram 37,8%, face ao mesmo período do ano
anterior, atingindo US$ 2 283 milhões.

Os Combustíveis foram o principal grupo de produtos mais vendido para o exterior, tendo atingido
um peso de 90,4%, todavia as suas exportações diminuíram 39,4% em comparação com o mesmo
período do ano anterior.

As transacções dos Minerais e Minérios contribuíram para o crescimento global das exportações,
na ordem de 7,8%, embora tenham registado um decréscimo de 19,8%, reforçando a sua posição
como 2.º principal grupo de produtos exportado.

FOLHA TRIBUTÁRIA 37
PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO
No que diz respeito aos países parceiros, China, Países Baixos e Estados-Unidos-da-América foram
os principais destinos das exportações nacionais de bens. Os seus pesos conjuntos concentram mais
de metade (54,8%) das exportações totais.

A China foi o principal cliente de Angola, com um peso de 40,1%, entretanto verificaram-se
decréscimos das vendas na ordem dos 42,7%, face ao mesmo período do ano anterior, sobretudo
devido à redução dos Combustíveis (Petróleo bruto).

As exportações para a Indonésia foram as que mais cresceram em Janeiro de 2023, maioritariamente
devido ao aumento da venda do petróleo bruto.
Em sentido contrário, as exportações para a Índia registaram a maior redução do “Top 10” dos
Principais Países Exportadores, destacando-se sobretudo a redução da venda de Combustíveis.

ANÁLISE POR GRUPOS DE PRODUTOS - IMPORTAÇÕES DE BENS


Em Janeiro de 2023, as importações de bens cresceram 35,7%, face ao mesmo período do ano
anterior, atingindo US$ 1 561 milhões.

Os Combustíveis foram o principal grupo de produtos adquirido do exterior, com um peso de 27%,
e correspondem ao maior crescimento dos grupos de produtos em 105,5%, face ao mesmo período
do ano anterior.

No período em análise, a maioria dos grupos dos produtos apresentou aumentos, se compararmos
com o período homólogo, com excepção dos Químicos que registaram diminuições das importações,
na ordem dos 44,8%, em resultado da queda da aquisição das vacinas para medicina humana.

FOLHA TRIBUTÁRIA 38
PRINCIPAIS PAÍSES DE ORIGEM
Em Janeiro de 2023, China, Países Baixos, República da Coreia, Portugal e Estados-Unidos-da-
América foram os principais fornecedores de bens para Angola, representando globalmente mais de
metade das importações totais.

As importações provenientes da China representaram o maior contributo, com um peso de 16,9%,


principalmente em resultado das importações das Máquinas e Aparelhos, Metais Comuns e Veículos
e outros materiais de transporte.

Os Países Baixos figuram na 2.º posição, atingindo um peso de 12,6%. As importações deste país
aumentaram em mais de 100%, sobretudo nos Combustíveis.

As importações da República-da-Coreia registaram o maior crescimento (4 649%), sobretudo pelo


aumento registado nos Combustíveis.

Em sentido oposto, os Estados-Unidos-da-América apresentaram decréscimos nas suas importações,


na ordem de 1,6%, face ao mesmo período de 2022.

FOLHA TRIBUTÁRIA 39
DECLARAÇÕES
ADUANEIRAS
De acordo com a tabela abaixo, no mês de Janeiro, as sete regiões tributárias registaram a submissão
de 30 436 Declarações Aduaneiras, nos seus diferentes regimes aduaneiros.

Tendo em referência o número acima mencionado, a Terceira Região Tributária (províncias de


Luanda e Bengo) destaca-se com um total de 17 774 Documentos Únicos submetidos. Dar nota
que, do número total de DUs, 68% são referentes às importações definitivas e 21% correspondem
às importações simplificadas de mercadorias.

Na sequência dos dados, a Sexta Região, que compreende as províncias de Cunene e Cuando
Cubango, manteve um registo de 6 156 Declarações Aduaneiras tramitadas, sendo que as de
Importação Temporária Simplificada de Veículos representam 50% do total de DUs e 38% referentes
à Importação Simplificada de Bens de Viajantes.

FOLHA TRIBUTÁRIA 40
?

1
O Classificador de Receita é um instrumento usado para classificar/categorizar
as receitas arrecadadas pelo Estado.
Ajuda a especificar o facto gerador, a sua proveniência e melhora a classificação
das receitas arrecadadas pelo Estado, em alinhamento com toda a reforma
tributária efectuada no País.

2
A 1 de Abril de 2023, entrou em vigor um novo classificador de receitas.
O Classificador de Receita é a descrição dos códigos, contas contabilísticas,
naturezas e designações das receitas, com a especificação dos grupos, classes e
tipos de receita.

Foram feitas importantes alterações ao Classificador de Receitas, como por


exemplo:

3
ANTIGO
CÓDIGO DA RECEITA DESIGNAÇÃO DA RECEITA
• A14 Imposto sobre Aplicação de Capitais - Secção A
• A12 Grupo A - IRT por conta de outrem
• A28 Imposto Industrial - Retenção na Fonte
• B31 Imposto Predial Urbano - Património

NOVO
CÓDIGO DA RECEITA DESIGNAÇÃO DA RECEITA
• 014 Imposto sobre Aplicação de Capitais - Secção A
• 01B Imposto sobre Rendimento do Trabalho do
Grupo A - Conta de Outrém
• O3C Imposto Industrial - Retenção na Fonte - Residentes
• O1F Imposto Predial sobre a Detenção
A MINHA OPINIÃO
O ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DO ACORDO DE
FACILITAÇÃO DO COMÉRCIO (AFC) EM ANGOLA
POR PAULO CARVALHO
Técnico do Gabinete de Planeamento Estratégico e Cooperação Internacional

A Organização Mundial do Comércio (OMC) deu um passo importante para


expandir o comércio internacional e fortalecer o seu papel na governança da
economia mundial, em Dezembro de 2013, na sua 9ª Conferência Ministerial,
em Bali. Depois de intensas negociações, os 159 países chegaram a um consenso
para ultrapassar impasses sobre diversas matérias, o que foi qualificado como
o “Pacote de Bali”, incluindo várias disposições que permitiram concluir
aquele que é o primeiro acordo finalizado de forma unânime desde a criação
da OMC em 1995.

ACORDO DE FACILITAÇÃO DO COMÉRCIO (AFC).


A República de Angola, sendo membro da OMC desde 1996, tem, desde então,
participado de forma activa nos trabalhos e actividades da Organização. Nesta
qualidade, assumiu compromissos no que concerne aos acordos comerciais
multilaterais e apresentou, quando exigido, a sua lista de compromissos
específicos, como em alguns acordos sobre o comércio de serviços: turismo,
recreativos e financeiros. Desta feita, uma vez membro, Angola está
juridicamente vinculada ao AFC, ao abrigo da sua adesão à OMC em 1996,
devendo para o efeito implementar todas as medidas nele previstas, sendo

FOLHA TRIBUTÁRIA 42
este, um acordo vinculativo aos países-membros da Organização.

O elemento mais relevante do “Pacote de Bali”, para a maior parte dos


membros, foi, sem dúvidas, a aprovação do AFC. Importa realçar que a
grande novidade deste Acordo multilateral é o seu “novo paradigma” nas
disposições de assistência técnica e reforço de capacidades, introduzindo
a noção de “Tratamento Especial e Diferenciado” (TED) a favor dos Países
em Desenvolvimento (PED) e dos Países Menos Avançados (PMA), cabendo
a estes grupos de países, a liberdade de categorizar as medidas do acordo e
implementá-las em função da sua capacidade tecno-financeira e do seu nível
de desenvolvimento.

O Acordo actualiza as disciplinas do comércio internacional e tem potencial


para reduzir os custos de transacção em 14% para os produtos manufacturados
e 10% para os demais produtos, segundo a OCDE. Igualmente, segundo um
estudo desta Organização, a burocracia, referente aos processos de desembaraço
de mercadorias, é o principal entrave ao aumento das exportações, depois da
taxa de câmbio. A adopção das medidas previstas no Acordo de Facilitação
de Comércio pode, deste modo, ser um vector importante para a redução
deste tempo e dos custos relacionados aos despachos aduaneiros, dos países
signatários.

Diante deste cenário, tendo em conta a importância deste Acordo na


simplificação dos procedimentos para o comércio internacional e na melhoria
do ambiente de negócios, e considerando ainda a política do Executivo na
promoção e diversificação das exportações, o Governo Angolano ratificou a
emenda do Protocolo de Marraquexe, que institui a OMC a 19 de Fevereiro
de 2019, dando um sinal positivo sobre o seu compromisso de implementar
as medidas previstas no AFC. Consequentemente, institucionalizou o Comité
Nacional para a Facilitação do Comércio (CNFC), órgão responsável por zelar
pela boa e correcta implementação do AFC em Angola, em obediência ao
estabelecido no seu Art.º 23º, alínea 2: “Cada Membro deve estabelecer
e/ou manter um Comité Nacional de Facilitação do Comércio ou criar um
mecanismo que permita a facilitação tanto da coordenação nacional como a
aplicação das disposições do presente Acordo”.

A versão final do AFC assinado em Bali, dispõe de vinte e quatro (24) artigos
subdivididos em três secções, cuja disposição determinou 47 medidas técnicas
a serem adoptadas pelos países signatários para facilitar o comércio. Angola,
até à presente data, notificou a OMC 29 medidas, nas categorias A, B e C, e
implementou a razão de 33.2% do acordo:

Categoria A - medidas que estão/podem ser implementadas imediatamente


após a entrada em vigor do Acordo. Nesta categoria estão todas as medidas
simples e representam para Angola 22.7% de implementação do Acordo.

FOLHA TRIBUTÁRIA 43
Categoria B - medidas que precisam de uma moratória ou período de transição
antes de serem implementadas, representando um total de 3.6 % das medidas
implementadas.

Categoria C - medidas que precisam de uma moratória e de assistência tecno-


financeira, bem como de reforço de capacidades, para a sua implementação,
representando para Angola 6.9 % das medidas implementadas.

Em suma, Angola ainda tem por implementar 66.8% das medidas do AFC e
os desafios são inúmeros.

Sendo a facilitação do comércio, o conjunto de políticas públicas orientadas


para reduzir os custos de importação e de exportação, aumentar a segurança
da cadeia logística, reduzir o tempo das transacções e burocracia, implementar
procedimentos que sejam amigos do ambiente (p. ex. limitar o uso do papel)
e combater o contrabando, tráfico de estupefacientes e afins, é imperiosa
a acção da AGT e seus parceiros, para impulsionar o comércio no País, na
Região e numa escala global.

Sob este desiderato, é inegavelmente louvável a actuação do Estado Angolano


em empreender acções direcionadas ao incremento da sua eficiência. A Lei
das Actividades Comerciais, Lei nº 1/07, a ratificação e promulgação de
compromissos internacionais, tais como o AFC e a Convenção Internacional
para Simplificação e Harmonização dos Regimes Aduaneiros (Convenção
de Quioto Revista), a implementação do ASYCUDA WORLD, a condução do
primeiro Estudo do Tempo de Desalfandegamento nas Alfândegas - 2014 (do
inglês Time Release Study), o Programa do Operador Económico Autorizado
(OEA), ilustram medidas concretas da vontade de Angola em estar inserida
no processo de melhoria do ambiente de negócio na esfera do comércio
internacional.

Deste modo, urge a necessidade de se dar passos cada vez mais ousados
para se alcançar as metas definidas, segundo a estratégia da AGT e a fortioti
do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), aliados àquilo que são os
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs).

No contexto africano, por exemplo, as demoras nas alfândegas são, em média,


mais longas do que no resto do mundo: 12 (dose) dias nos países da África
Subsariana em comparação com 7 (sete) dias na América-Latina, (6) seis dias
na Ásia-Central e Oriental, e pouco mais de 4 (quatro) dias na Europa-Central
e Oriental. Esses atrasos representam um custo enorme para os operadores
económicos, que culminam com o aumento dos custos de transacção entre os
países Sul-Sul e em especial do continente.

O conhecimento e entendimento limitados de instrumentos e medidas

FOLHA TRIBUTÁRIA 44
de facilitação do comércio por parte dos operadores económicos em geral,
utilizadores e outros, bem como o desconhecimento dos procedimentos
aduaneiros, constituem igualmente um grande problema. Daí o esforço e
engajamento da AGT em formar os seus agentes e comunicar, cada vez mais e
melhor, com os nossos parceiros, em especial os do sector privado.

É indiscutível, os inúmeros benefícios que advêm da implementação do AFC,


para citar alguns: célere liberação das mercadorias nas fronteiras, que culmina
com um incremento na atracção de investimentos e no impacto positivo da
arrecadação, perspectivando, deste modo, um alargamento da base tributária;
o aumento das exportações dos países em desenvolvimento, o que permitiria
uma maior diversificação dos produtos; atracção dos investimentos estrangeiro
directos, entre outros. Porém, a implementação do AFC, embora seja muito da
responsabilidade das Alfândegas, pelo acordo ser maioritariamente aduaneiro,
requer também o empenho dos nossos parceiros e em concreto, do poder
político, permitindo elaboração e/ou actualização das Leis, para se adequar o
quadro jurídico do País, à evolução dos tempos modernos e actuais.

Finalmente, podemos concluir que os trabalhos desenvolvidos a nível da


implementação das medidas do AFC em Angola e o seu grau de execução têm
tido um avanço tímido, aliado também aos constrangimentos enfrentados no
que concerne à falta de recursos financeiros, consequência directa do contexto
económico actual, numa era pós-covid e num ambiente bélico e de tensão ao
nível geopolítico.

Contudo, mesmo com desafios constantes, logrou-se alcançar alguns marcos,


como foi a abrangência do Programa do Operador Económico Autorizado, aos
despachantes e transitários. Sendo ponto assente que os desafios de vária
ordem permanecem, dentre eles, a sensibilização dos decisores políticos quanto
à importância do AFC, é importante o compromisso de todos os intervenientes
na cadeia do comércio internacional para o sucesso da implementação do
acordo e o País usufruir dos louros daí advindos. Até porque somos mais
fortes, se juntos “remarmos” e só iremos mais longe se juntos avançarmos.

FOLHA TRIBUTÁRIA 45
PSICOLOGIA DO DINHEIRO
O DINHEIRO E A ARTE DA GUERRA
POR FÁTIMA SAMPAIO FERNANDES PSICÓLOGA DA SAÚDE
OPsA CEP N.º 2148

“Se conheces o inimigo


e te conheces a ti mesmo,
não terás de recear pelo
desfecho de cem batalhas”
– (TZU, S., A arte da guerra, capítulo III, 18).

A habilidade de fazer e gerir dinheiro está, indiscutivelmente, relacionada com a liderança.

De que modo?

Em primeiro lugar, porque a gestão de dinheiro implica que sejamos líderes de nós mesmos,
conseguindo lidar com os nossos desejos e paixões, conseguindo ter o autocontrolo e o
domínio suficientes para decidirmos o que fazer com o nosso dinheiro, tendo a segurança
suficiente para dizer “Não” – a nós e aos outros – quando necessário, mas também para
dizer “Sim”, de modo a usufruirmos do conforto que o dinheiro nos pode proporcionar.

Em segundo lugar, porque a boa liderança é indissociável do sucesso de uma instituição.


Temos de ser líderes competentes de colaboradores, equipas, empresas, se quisermos
gerar receitas e lucro, se quisermos ser bem-sucedidos, se quisermos atingir os objectivos
estabelecidos a nível corporativo.

FOLHA TRIBUTÁRIA 46
Muito se tem falado sobre liderança nas últimas décadas: liderar pelo exemplo; liderar com
justiça; liderar democraticamente. O líder deve inspirar, motivar, orientar os liderados; deve
ser capaz de gerir forças, tempo e conflitos; deve estabelecer prioridades; deve criar metas;
deve premiar o bom desempenho; deve conseguir o equilíbrio entre interesses corporativos
e bem-estar individual. Deve ter, como explica Daniel Goleman em “Como ser um líder”
(2015), inteligência emocional, ou seja, capacidade para gerir as suas próprias emoções,
autoconsciência, autorregulação, capacidade para se relacionar com os outros de forma
positiva, gerindo expectativas e conflitos, estabelecendo conexões, experienciando empatia!
A inteligência emocional – de acordo com Goleman, que por diversas vezes nos remete para
os estudos de David McClelland – é o factor que distingue os colaboradores de excepção,
os líderes de topo, e é considerada responsável pelo excelente desempenho dentro das
organizações.

A luta pelo sucesso de uma instituição ou pela viabilidade e lucro de uma empresa faz
parte de algo mais abrangente, antigo e intrinsecamente humano: o desejo de poder. Ter
recursos. Ter reservas. Ter territórios cada vez mais vastos. Comandar centenas, milhares,
milhões de pessoas. Para isso, foi preciso que se desenvolvesse, desde tempos imemoriais,
a capacidade de congregar e comandar pessoas para o alcance desse poder, juntando
conhecimento, habilidades técnicas e estratégicas, criatividade e ousadia, num eterno jogo
em que os oponentes têm a mesma fome e a mesma sede que nós.

Charles Darwin, no seu espantoso “A origem das espécies” (1859), apresentou a sua teoria
da evolução das espécies, explicando que a luta pela existência conduz inevitavelmente à
sobrevivência do mais apto. Desde sempre.

Nós queremos ser os melhores, queremos destacar-nos, fazer dinheiro, garantir o nosso
lugar no pódio, eliminar os adversários, se possível, ou pelo menos conseguir bons acordos
de cooperação, que permitam a nossa coexistência, e, se tudo der certo: deixar um legado.

Mas como é que podemos melhorar a nossa liderança?

Vamos viajar até ao século 500 a.C., mais especificamente até à “Arte da Guerra”, de
Sun Tzu, para conhecermos os famosos e ancestrais ensinamentos do sábio chinês sobre
liderança.

Preparados?

Perfeito.

FOLHA TRIBUTÁRIA 47
COMECEMOS POR UMA HISTÓRIA:

“Hu Lu acabara de ler os treze capítulos de Sun Tzu e tinha muito ensejo de testar se as ideias nele
expostas seriam de aplicação universal. Perante a garantia, dada pelo autor, de que eram, Hu Lu
perguntou: «Também a mulheres?», ao que Sun Tzu respondeu: «Sim». Hu Lu ordenou, então, que
as 180 mulheres que viviam no palácio fossem trazidas para o exterior, tendo ficado combinado que
Sun Tzu as treinaria em exercícios militares.

Sun Tzu dividiu-as em duas companhias e, embora parecessem inteligentes, as raparigas não levaram
a actividade a sério, e não tardou que rompessem em gargalhadas ante o exercício masculino que
lhes era dito que executassem. Sun Tzu tentou dar-lhes outras ordens, mas não havia qualquer
disciplina nas fileiras. Nesse momento, Sun Tzu afirmou com gravidade: «Se as ordens dadas não
são claras e distintas, a culpa é do general. Mas, se as ordens dadas são claras e, não obstante, os
soldados desobedecem, então a culpa é dos oficiais que os comandam».

Dito isto, ordenou que as líderes de cada uma das companhias – duas jovens concubinas, as favoritas
do rei – fossem decapitadas. O rei, chocado, tentou contestar a decisão, mas Sun Tzu recusou voltar
atrás, afirmando que tinha sido nomeado para treinar as forças do rei como melhor entendesse fazê-
lo, e que estava, apenas, a cumprir a tarefa que lhe tinha sido confiada.

Sun Tzu apontou depois para as mulheres que, até ali, tinham estado em segundo lugar, e fê-las
líderes de pelotão. Desta vez, porém, as mulheres, com medo, executaram o exercício na perfeição
e sem deixar escapar um som.

Sun Tzu informou então o rei que os seus «soldados» estavam prontos para entrar em acção, e que
fariam tudo o que lhes fosse pedido. Hu Lu, em parte atordoado de espanto, em parte com admiração
reverente, nomeou Sun Tzu seu general, e Sun Tzu veio a obter muitas vitórias estrondosas para o
seu patrono.”

A narrativa anterior, apresentada por Tom Butler-Bowdon (2010), prefacia algumas edições
de “A arte da guerra”, de Sun Tzu. A abordagem do general, explica Butler-Bowdon, “pode
ser brutal, mas desafia-nos a compreender que uma hierarquia de comando sólida e clara
pode criar um exército leal e motivado, capaz de tudo” (na introdução de TZU, S., “A arte
da guerra”, Lisboa, Clássica Editora, 2012: 23-24).

A liderança obriga a que desenhemos estratégias de acordo com os objectivos traçados,


as circunstâncias, os meios à disposição, os obstáculos enfrentados, num movimento
permanente de melhoria, num esforço constante de adaptação e de evolução.

Apresentamos, a seguir, alguns dos ensinamentos de Sun Tzu sobre liderança, em “A arte da guerra”:

1. O líder deve conhecer-se a si mesmo, conhecer as suas forças e fraquezas, e ser capaz
de gerir as suas próprias emoções, mantendo o autocontrolo. Diz-nos Sun Tzu: “Há cinco falhas
perigosas a que um general está sujeito: imprudência, que conduz à destruição; cobardia, que leva à

FOLHA TRIBUTÁRIA 48
captura; um temperamento irritável, que o torna permeável à provocação por meio de insultos; uma
delicadeza de honra, que o torna sensível à injúria; excesso de solicitude para com os seus homens,
que o deixa vulnerável às preocupações e aos problemas destes” (capítulo VIII, 12).

2. Os soldados “devem ser, primeiro que tudo, tratados com humanidade, mas mantidos sob
controlo através de disciplina férrea” (capítulo IX, 43). O general deve “demonstrar confiança nos
seus homens, mas exigir sempre que as suas ordens sejam obedecidas” (capítulo IX, 45).

3. A importância da autoridade é amplamente retratada no capítulo X: o general deve olhar


pelos seus soldados “como olharia pelos seus filhos, a quem muito ama” (capítulo X, 25), mas não
deve ser indulgente. Deve ser capaz de manter a autoridade, fazer cumprir as suas directivas e pôr
termo à desordem (capítulo X, 26).

4. O líder deve ser “reservado, garantindo assim o sigilo das manobras; ser íntegro e justo,
mantendo assim a ordem” (capítulo XI, 35).

5. O general não deve procurar “aliar-se a todos e a qualquer um”, nem “fomentar o poder
de outros Estados” (capítulo XI, 55).

6. Uma palavra importante sobre a guerra: nem todas as batalhas devem ser travadas!
Esclarece Sun Tzu: “Há estradas que não devem ser seguidas, exércitos que não devem ser atacados,
cidades que não devem ser sitiadas, posições que não devem ser disputadas, ordens do soberano
que não devem ser acatadas” (capítulo VIII, 3).

7. Ainda sobre o inimigo, diz-nos Sun Tzu: “Não interfira com um exército que está de
regresso a casa” (capítulo VII, 35) e “não pressione excessivamente um inimigo desesperado”
(capítulo VII, 36). Se o inimigo estiver desesperado: ele lutará até à morte, sem medo.

8. Por último, não esqueçamos que o fim máximo da guerra deverá ser a paz, de preferência
sem que seja preciso usar as armas: “a excelência suprema consiste em quebrar a resistência do
inimigo sem ter de traçar armas” (capítulo III, 3).

Talvez gerir empresas e comandar exércitos não seja algo, afinal, tão distinto quanto pensamos.

Alguns dos conselhos de Sun Tzu são verdadeiramente actuais e muito interessantes.

A arte da guerra pode ser muito útil para a liderança da nossa vida, das nossas finanças pessoais, da
nossa equipa, da nossa organização, das nossas relações pessoais e corporativas.

Decidamos quais são as orientações que fazem sentido para nós.

Força!

Fique bem!

FOLHA TRIBUTÁRIA 49
CALENDÁRIO REGIME GERAL
ACRÓNIMOS

FISCAL 2023
Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA
Imposto Especial de Consumo IEC
Imposto Industrial II
Imposto sobre Aplicação de Capitais IAC
Imposto sobre o Rendimento de Trabalho IRT
Imposto de Selo IS
OBRIGAÇÕES DECLARACTIVAS Imposto Predial IP
Imposto sobre Veículos Motorizados IVM
E DE PAGAMENTO Imposto Especial de Jogos IEJ



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FOLHA TRIBUTÁRIA 50
RESENHA
LEGISLATIVA
DE JANEIRO A FEVEREIRO DE 2023

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