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O IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) foi pensado, por volta de 1918, por Wilhelm
Von Siemens, um empresário alemão, que propôs a substituição do imposto sobre as
Vendas/negócios, em vigor na altura na Alemanha, por um imposto com as características
do IVA. Para além deste alemão, também nos Estados Unidos, por volta de 1921, Thomas
S. Adams, entendia que o IVA era uma melhor versão do imposto sobre o rendimento das
empresas.
Pese embora as diversas tentativas para a implementação deste imposto, principalmente
na Alemanha, apenas em 1954, na Costa do Marfim (colónia francesa na altura), as
autoridades francesas, por intermédio de Maurice Lauré, Director Adjunto da Direction
Générale des Impôts, introduziram, a título experimental, o IVA. Atendendo ao tremendo
sucesso que foi a introdução do IVA nas colónias da Costa do Marfim, e depois no
Senegal, as autoridades francesas decidiram implementar o IVA em território francês
continental mas não de forma generalizada. O IVA para todos, em França, só ocorreu em
1968. Antes disso, em 1967, a Dinamarca tornou-se no 1.º país a implementar o IVA para
todos os sectores.
Até por volta de 1965 o IVA não era um sucesso, uma vez que a maior parte dos países da
OCDE tinham o imposto sobre as vendas. Cerca de 20 anos depois, cerca de ¼ dos
países do mundo (principalmente localizados na Europa e na América do Sul) tinham IVA,
sendo que a propagação do IVA foi em grande parte impulsionada pelo facto de o IVA ser
uma condição sine qua non para adesão à União Europeia (EU). Como exemplos, temos o
facto de em Portugal este imposto ter sido criado pelo Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de
Dezembro, e em Espanha ter sido implementado em Agosto de 1985. Os dois países
aderiram à EU em 1986. Relativamente a África, os países com o IVA mais antigos são a
Costa do Marfim que o tem desde o ano da sua independência (1960), o Senegal (1980) e
Marrocos (1982).Quanto aos países com fortes ligações à Angola, nomeadamente aqueles
que falam português, Cabo Verde tem desde 2004, apesar de aprovado em 2003, pela Lei
21/VI/2003 e Moçambique desde 1988, aprovado pela Lei n.º. 3/9, de 8 de Janeiro. São
Tomé terá a partir de 1 de Janeiro de 2019. Relativamente a América do Sul, o Chile tem o
IVA há mais tempo, uma vez que o implementou em 1973.
Foi no âmbito das medidas de curto e médio prazo da reforma que se efectuou a revisão e
republicação do Regulamento do Imposto de Consumo pelo Decreto Legislativo
Presidencial nº 3-A/14 de 21 de Outubro. Com este Diploma, aprimoraram-se alguns
aspectos em relação ao regime iniciado na década de 80, clarificando-se a figura de
sujeito passivo, as obrigações de liquidação e pagamento, bem como a correcta
identificação do titular do encargo do imposto por via do mecanismo da repercussão.
Ademais das melhorias efectuadas, vários estudos e o contexto actual que Angola vive,
revelaram a necessidade de se alterar o paradigma existente no domínio da tributação da
despesa, mediante a introdução do IVA no sistema fiscal, em substituição do imposto de
consumo
O IVA é um imposto indirecto, plurifásico, de incidência ampla que abrange de forma
generalizada, as transacções de bens e prestação de serviços, abarcando pontos de
produção, distribuição e comercialização, baseado no método subtractivo da liquidação e
dedução.
O IVA tem sido um sucesso a nível mundial, tornando-se um imposto em moda,
contagiando diversas realidades fiscais. Apesar dos vários modelos que apresenta,
actualmente mais de 160 (cento e sessenta) países pelo mundo, baseiam o sistema de
tributação sobre as transacções de bens e serviços neste imposto, conservando as
características matriciais do imposto sem prejuízo das pequenas inovações que cada país
foi introduzindo, em razão das suas especificidades sócio - económicas.
Assim sendo, dadas as inegáveis virtudes do IVA, afigura-se necessário a substituição ou
modelagem do actual imposto de consumo, com vista a tornar a tributação do consumo
mais produtiva, eficiente e neutra, à semelhança do que ocorre nos impostos de tipo IVA.
Nesta senda, iremos fazer uma pequena incursão sobre as principais
características/diferenças entre os dois impostos, para que desta forma os contribuintes
possam estar melhor informados sobre as razões por detrás da implementação do IVA em
detrimento do IC.
Principais Características do IVA vs IC
Características do IC Características do IVA
1. Imposto Indirecto; 1. Imposto indirecto;
2. Especifico nos Serviços; 2. Geral;
3. Monofásico; 3. Plurifásico;
4. Agregado ao Custo; 4. Neutralidade;
5. Sem Limiar; 5. Limiar;
6. Cativo 6. Alargamento do Cativo;
8. Múltiplas taxas; 7. Taxa única;
9. 100% Físico 9. 100% Electrónico
Regime Geral;
Regime Transitório, e;
Regime de Não Sujeição.
(Regime Geral)
...............................................................................
LEI DE APROVAÇÃO DO CÓDIGO DO IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCENTADO
ARTIGO 4.º
(Regime transitório)
1. Sem prejuízo de optarem pelo regime geral de tributação, os sujeitos passivos referidos
no número 3 do artigo anterior estão sujeitos a uma tributação simplificada, nos exercícios
fiscais de 2019 e 2020, desde que tenham atingido no exercício anterior, um volume anual
de negócios ou operações de importação superior ao equivalente em Kwanzas do
montante previsto para às Micro empresas conforme a alínea a) do número 2 do artigo 5.º
da Lei nº 30/11 de 13 Setembro da Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas.
4. Os sujeitos passivos enquadrados neste regime devem submeter, até ao último dia do
mês seguinte, por transmissão electrónica de dados, o mapa de fornecedores contendo as
operações efectuadas no mês anterior, sempre que adquiram bens e serviços a sujeitos
passivos do regime geral do imposto, bem como a prestadores de serviços não residentes.
5. Os sujeitos passivos mencionados neste artigo são obrigados a manter em boa ordem e
a exibir sempre que lhes seja solicitado os documentos comprovativos das suas
aquisições, bem como assim, outros documentos comprovativos do seu volume de
negócios.
Declaração Periódica
Os sujeitos passivos são obrigados a enviar a declaração periódica tal como previsto na
Lei, por transmissão electrónica de dados, até ao último dia do mês seguinte àquele a que
respeitam as operações nela abrangidas.