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FOLHATRIBUTÁRIA

BOLETIM MENSAL | EDIÇÃO N.O 43 | OUTUBRO 2021 | ANO IV


GESTÃO COORDENADA DE FRONTEIRAS
REDUÇÃO DOS CUSTOS NO DESALFANDEGAMENTO DE MERCADORIAS MELHORA PRODUTIVIDADE DAS EMPRESAS

Mais de uma dezena de empresas foram certificadas recentemente


pela Administração Geral Tributária (AGT), para integrar o Programa
do Operador Económico Autorizado (OEA), que visa tornar célere e
reduzir os custos do desalfandegamento de mercadorias, bem como
garantir a segurança da cadeia logística no âmbito da facilitação do
comércio. A informação foi avançada pela Directora dos Serviços
Aduaneiros, Nerethz Tati, em entrevista à Rádio Nacional de Angola,
no programa Consultório Tributário.
“Este programa pretende garantir que a mercadoria circule de um
país para outro de modo seguro e sem burocracia, com custos de
operação mais reduzidos”, disse Nerethz Tati, tendo acrescentando
que ficam com os direitos suspensos as mercadorias sob controlo
aduaneiro que entram e saem do território nacional, ao contrario
do que ocorre numa importação definitiva em que a mercadoria é
nacionalizada e fica no país.
Nerethz Tati ressaltou que a AGT trabalha em parceria com outros
organismos ministeriais para fortalecer o OEA e facilitar o contribuinte
a desalfandegar as suas mercadorias de forma rápida.
“É um programa criado em conjunto pela Organização Mundial
das Alfândegas e do Comércio com o objectivo de certificar as
empresas com idoneidade tributária e atribuir benefícios como a não
apresentação de garantias e isenção do pagamento de sub estadias”,
afirmou.
A responsável dos Serviços Aduaneiros sublinhou que as empresas
interessadas em aderir ao Programa do OEA solicitar junto da AGT a
participação no programa. O processo de adesão inclui uma inspecção
que avalia a contabilidade, solvabilidade e outros aspectos, durante 15
a 20 dias.
Questionada sobre o objectivo da realização do Fórum Aduaneiro
e Regimes Suspensivos, Nerethz Tati explicou que, com o objectivo
de promover a facilitação do comércio, a AGT tem a necessidade de
se aproximar do contribuinte para perceber quais são as principais
preocupações do sector privado. “Desta forma vamos conseguir reunir
várias sugestões, com o fim último de sairmos todos a ganhar, criando
um comércio menos burocrático e com custos reduzidos”, apontou.
O Fórum Aduaneiro, que decorreu no mês de Outubro e em simultâneo
nas cidades de Luanda, Lubango, Lobito, Cabinda, Ondijiva e Saurimo,
reuniu vários representantes de empresas nacionais e estrangeiras
para debater o tema “O trânsito aduaneiro, armazenagem aduaneira e
o programa do Operador Económico Autorizado”.

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TRÂNSITO ADUANEIRO
“SISTEMA TRIBUTÁRIO ESTARÁ SEMPRE AO SERVIÇO DAS FAMÍLIAS E DO ESTADO”

“O sistema tributário estará sempre ao serviço da economia, das


famílias e do Estado”, através das acções que visam facilitar o comércio
e melhorar as condições e o rendimento das populações, assegurou o
Secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.

Ao discursar na abertura do Fórum Aduaneiro que decorreu em


Novembro, sob o tema “Regimes Aduaneiros Suspensivos para
a Facilitação do Comércio”, Ottoniel dos Santos ressaltou que a
Organização Mundial das Alfândegas (OMA) tem recomendado aos
países membros especial atenção ao relançamento, renovação e
resiliência no sector das alfândegas, com vista a alcançar uma cadeia
de logística sustentável.

No âmbito da Convenção de Kyoto, o responsável informou que o país


tem seguido as recomendações no sentido de manter o equilíbrio entre
o binómio facilitação e o controlo aduaneiro. “É algo que tentamos
manter para garantir que as recomendações da OMA e da Organização
Mundical do Comércio (OMC) possam surtir efeito na economia e assim
implementarmos regras com transito da armazenagem aduaneira,
o estatuto do operador económico autorizado e a promoção de
desalfandegamento modernos e simplificados”, disse.
Na ocasião, o Secretário de Estado para as Finanças e Tesouro realçou
que a deslocação dos operadores económicos de Moçambique,
Zâmbia, República Democrática do Congo e Botswana para Angola
tem gerado impacto positivo na actividade económica do país e nas
receitas tributárias.
Segundo Ottaniel dos Santos, o principal desafio para o sector

aduanério prende-se com a reorganização das garantias aduaneiras,


uma matéria que conta com o apoio das seguradoras e dos bancos
comerciais, e com o programa Operador Económico Autorizado,
publicado em Decreto Presidencial 293/18 de 3 de Dezembro. “É um
programa que tem vindo aumentar a capacidade dos profissionais e
a atracção ao investimento para os operadores económicos”, referiu.
Ottoniel dos Santos considera crucial privilegiar as principais cidades
que, pela sua localização geográfica, possuam acesso directo ao mar
e a corredores de trânsito aduaneiro, como é o caso de Luanda, Lobito
e Namibe, além de outras cidades associadas às redes africanas de
transporte e logística transfronteiriça.

O Secretário de Estado para as Finanças e Tesouro afirmou que


a existência do corredor de trânsito aduaneiro vai impulsionar a
comercialização do ferro, cobre, manganês e outros minérios. “O
Código Aduaneiro está em consulta pública e penso que todos estão
convidados a contribuir e a olhar para a necessidade de actualizar
as infra-estruturas técnicas e tecnológicas com vista a absorver todo
o conjunto de novidades que irão contribuir para o desenvolvimento
económico”, concluiu.

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FACILITAÇÃO DO COMÉRCIO
ANGOLA CUMPRE BOAS PRÁTICAS INTERNACIONAIS DE GARANTIA ADUANEIRA

Angola tem vindo a implementar as normas que circunscrevem as boas práticas internacionais e regionais de acordo com o sistema de garantias
para o regime de trânsito aduaneiro estabelecido no Acordo de Facilitação do Comércio, declarou Nomélia Mendes. A técnica da Direcção dos
Serviços Aduaneiros (DSA) declarou no Fórum Aduaneiro que decorreu em Outubro, em Luanda, ao dissertar sobre o tema sobre “O Trânsito
Aduaneiro, uma visão promissora para a facilitação do comércio”.
Na ocasião, Nomélia Mendes explicou que as mercadorias não nacionalizadas circulam sob o controlo aduaneiro, sendo um processo envolve
vários intervenientes (transitários, operadores de armazém de trânsito, despachantes, transportadores, operadores de plataformas logísticas). De
acordo com a técnica da DAS, os intervenientes da cadeia logística devem submeter a Declaração Aduaneira com custo único dos Emolumentos
Gerais Aduaneiros, correspondente à prestação de serviços no valor de 4.400 kwanzas. “O transitário paga os emolumentos em que na qual
se adiciona a garantia aduaneira correspondente ao valor global dos direitos aduaneiros que seriam exigíveis se a mercadoria entrasse em
consumo”, explicou. De igual modo, afirmou que a a garantia fica sob controlo da AGT que a onera ao cobrar e desonera, caso a operação fique
concluída sem prejuízos, através do controlo electrónico e por selos específicos.A garantia compreende a apólice de seguro, garantia bancária,
títulos de tesouro que é obrigatório, por precaução, para acautelar o cumprimento do pagamento dos direitos aduaneiros, para o caso em que a
mercadoria em trânsito seja alvo de desvio e utilizada ilegalmente no país.
Nomélia Mendes informou, ainda, existir o trânsito aduaneiro nacional e internacional, onde intervêm agentes transitários, transportadores,
operadores de armazém de trânsito, despachantes e os proprietários ou consignatários das mercadorias. “Os procedimentos passam pela
submissão de Declaração Aduaneira com a devida garantia e o pagamento de Emolumentos Gerais Aduaneiros de acordo com a Pauta Aduaneira”,
realçou. Apontou como exemplo excelência da facilitação de trânsito os portos aduaneiros de Moçambique, uma vez que possui um sistema de
gestão de garantia por seguros operacionalizado através da Janela Única e Electrónica – plataforma que permite a vários agentes transitários,

associações de transportes e seguradoras partilharem documentos num único ponto de entrada.


“O sistema moçambicano funciona muito bem e mesmo quando ocorre o uso indevido de mercadorias em consumo, isso é sem o cumprimento
das obrigações aduaneiras, a garantia e imediatamente accionada e o pagamento devido é efectuado. “Ao ser descarregada, a mercadoria não
nacionalizada segue do terminal para o armazém de trânsito aduaneiro respectivo, para depois ir ao destino de trânsito por via da emissão
de uma primeira declaração aduaneira para o regime de trânsito, sob procedimento de armazém e outra de trânsito aduaneiro internacional
para o país de trânsito onde são alocadas as mercadorias”, explicou a técnica da AGT. Na sua opinião, existem grandes desafios em relação ao
trânsito aduaneiro, apontando como exemplo a necessidade de redução das dificuldades financeiras que muitos operadores de trânsito em
Angola enfrentam quando prestam uma garantia bancária e o facto de ser imprescindível que exista maior agilidade na conversão da garantia em
receita, sempre que solicitado, mitigando assim a redução do risco da perda de receitas e estimulando a fluidez no processamento do regime de
trânsito aduaneiro e gestão de garantia, nos termos das obrigações decorrentes da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

MERCADORIAS EM TRÂNSITO
Para a tramitação da declaração aduaneira de trânsito é exigida a prestação de uma garantia para assegurar o pagamento dos direitos e
demais imposições aduaneiras no caso de incumprimento das obrigações fiscais, podendo o mecanismo em causa ser um valor pecuniário,
um documento emitido por instituições bancárias e ou de seguro, ou ainda um termo de responsabilidade reconhecido pela Conservatória dos
Registos Notariais. A autorização do trânsito de mercadorias está sujeita à validação por parte da Estância Aduaneira de partida, assim como
a identificação do meio de transporte e do respectivo condutor. O evento contou também com a intervenção do representante do operador
económico da Sinotrans Angola, Gagson Filipe, que, na ocasião, reconheceu o papel incondicional da AGT na melhoria despacho aduaneiro,
uma vez que no ano passado, os operadores económicos perdiam muito tempo no processo de desalfandegamento de mercadorias. “O nosso
maior desafio consiste em ver melhorias nas estradas que tornam o transporte rodoviário pouco competitivo e a redução das altas taxas de
armazenagem”, sublinhou, acrescentado que as entidades públicas devem encontrar soluções práticas para reduzir as dificuldades enfrentadas
pelos operadores económicos. Segundo Gagson Filipe, a Sinotrans, em nove meses, desenvolveu um fluxo de circulação de mercadorias em
Luanda e Lobito para a RDC que atingiu as 11 mil toneladas de enxofre e sódio, sendo que no sentido RDC/Lobito foram movimentadas mais seis
mil toneladas de cobre. Pela fronteira do Luvo para a RDC, a empresa movimentou cinco mil e 840 toneladas de material de construção.
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ÁFRICA AUSTRAL
IMPLEMENTAÇÃO DOS ARMAZÉNS ADUANEIROS DINAMIZA CORREDOR FERROVIÁRIO FRONTEIRIÇO A NÍVEL DA REGIÃO

Angola passará a desempenhar um papel importante no ARMAZÉM DE MERCADORIAS


abastecimento logístico da Comunidade para o Desenvolvimento O Chefe da Delegação Aduaneira do Aeroporto de Luanda informou
da África Austral (SADC) por meio do trânsito internacional de que as fases para a constituição do armazém aduaneiro consistem
mercadorias. na solicitação do declarante por meio de um oficio dirigido ao
O Chefe da Delegação Aduaneira do Aeroporto de Luanda e das Serviço Regional da AGT, deferido pelo Director Regional que
Encomendas Postais, Evenini Silvestre, ao dissertar o tema “Angola, a autoriza a abertura do armazém.
porta logística da África Austral”, no Fórum Aduaneiro que decorreu
em Outubro, em Luanda, afirmou que “com a implementação dos Descreveeu as etapas da constituição do armazém e informou que
Armazéns Aduaneiros nos postos fronteiriços o país ganha múltiplos obedece a uma vistoria técnica da Secção de Navegação e Controlo
benefícios. “Esta medida vai revitalizar o corredor ferroviário do da estância e emissão de Relatório para o Director Regional.
Lobito/Luau e as linhas rodoviárias de Luanda/Luvo e Santa Clara/ “A Garantia Aduaneira a ser constituída pelo Responsável do Armazém
Luvo”, destacou o responsável da Delegação Aduaneira do Aeroporto. Aduaneiro é calculada na base de 20% da matéria coletável e após
Evenini Silvestre elucidou que os regimes suspensivos consistem a sua constituição, o operador do Armazém Aduaneiro procede a
na suspensão total ou parcial dos direitos, mediante a prestação armazenagem das mercadorias para o processamento do Despacho
de uma garantia nos termos previstos na legislação, podendo estas de acordo com o regime aduaneiro pretendido”, explicou.
mercadorias serem nacionalizadas, exportadas, reexportadas ou
reimportadas. Evenini Silvestre explicou, na ocasião, que garantia aduaneira
Em relação ao conceito de Armazenagem Aduaneira, esclareceu que é uma prestação pecuniária sempre igual ao montante total de
se aplicam a mercadorias importadas armazenadas sob controlo direitos e demais imposições aduaneiras a que as mercadorias
aduaneiro num local autorizado pela AGT, com suspensão total de estariam sujeitas se introduzidas no consumo interno ou exportadas
direitos aduaneiros de importação, mediante a prestação de uma definitivamente.
garantia aduaneira.
Quanto ao Armazém Aduaneiro, Evenini Silvestre, definiu como As garantias aduaneiras, referiu, podem ser depositadas em
edifícios contíguos ou separados, próximos um do outro, cobertos ou numerário, por cheque visado pelo banco emissor, apresentando
não, onde se encontram depositadas mercadorias cativas de direitos uma carta garantia bancária, irrevogável, antes do final do respectivo
aduaneiros e outros impostos cuja a cobrança esteja cometida à AGT. prazo de validade e emitida por instituição bancária.

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NORMAS E PROCEDIMENTOS
FACILITAÇÃO DO COMÉRCIO VIABILIZA CREDIBILIDADE À LOGÍSTICA NACIONAL

OEA NO MUNDO
De acordo com os dados avançados pelo técnico da AGT, a nível
do mundo existem 97 programas do OEA, dos quais 77 estão em
lançamento e 20 em desenvolvimento, existindo 87 acordos de
reconhecimento mútuo, 78 em negociação e quatro de intenções de
cooperação.
Actualmente, existem 11.342 empresas certificadas pelo OEA nos
Estados Unidos da América, 1.835 no Canadá, 15.275 na União Europeia,
536 no Japão, 2.175 na China e 292 na Coreia do Sul.
Aprovado pelo Decreto Presidencial n.o 293/18 de 3 de Dezembro, o
programa do Operador Económico Autorizado teve origem na Suécia,
em 1998, quando um funcionário aduaneiro deste país criou um
programa que visava reforçar a relação entre as Alfândegas e o sector
privado, com vista a dar conformidade aduaneira.
Em 2001, o OEA ganha robustez devido aos ataques terroristas nos
Estados Unidos de América e as alfandegas dos EUA perceberam
que não era possível controlar todas as mercadorias que chegavam
às alfândegas. Por isso, foi criado as normas C-TPAT - Customs Trade
Partnership Against Terrorism, que gerou uma pressão sobre a
Organização Mundial das Alfândegas (OMA) e originoua criação de
vários programas do OEA.
No entanto, a OMA concebeu um modelo padrão para que todos
Angola trabalha para melhorar os níveis de boas práticas modernas os países se conduzissem na mesma norma internacionalmente
para facilitação do comércio e controlo da cadeia logística conhecida como “Normas SAFE”.
internacional, afirmou o técnico da Direcção dos Serviços Aduaneiros Nanizeidio Eduardo partilhou que o programa do OEA foi criado
(DAS), Nanizeidio Eduardo. pelas administrações aduaneiras com base nas recomendações da
Na sua intervenção durante o Fórum Aduaneiro que decorreu em Organização Mundial das Alfândegas (OMA) e da Organização Mundial
Outubro, assegurou que o Plano Estratégico da AGT, em vigor até do Comércio (OMC) para a segurança da cadeia logística.
2023, prevê o alcançe do reconhecimento internacional na utilização No espaço reservado para os testemuunhos, o responsável da área de
as normas de facilitação do comércio e o controlo da cadeia logística. impostos da empresa Carrinho Group, Alcides Epalanga, reconheceu o
Ao dissertar sobre o tema “Operador Económico Autorizado - OEA”, empenho da AGT na celeridade dos despachos de mercadorias e nas
Nanizeidio Eduardo informou que o país conta com 30 empresas inspeções físicas. “Temos tido uma relação excelente. Formulamos
certificadas, seguras e confiáveis nas suas actividades, e que um ofício com a AGT e, em 24 horas, recebemos uma resposta
cumprem a legislação e os procedimentos aduaneiros. satisfatória”, revelou.
A AGT pretende promover a facilitação do comércio para garantir
aos operadores económicos o tratamento prioritário, a redução do
número de inspecções físicas, a simplificação dos procedimentos de
desalfandegamento e celeridade nos processos dos importadores
com estatuto de OEA. “Embora existam desafios com a tecnologia, a
intenção é melhorar o ambiente de trabalho com o acesso ao Sistema
Asycuda para monitorização os processos Aduaneiros dos OEA”,
acrescentou .
Segundo Nanizeidio Eduardo, as empresas certificadas como OEA
usufruem dos benefícios e vantagens dos Acordos de Reconhecimento
Mútuo e redução de custos, com a dispensa de garantia nos regimes
aduaneiros suspensivos, sendo que se exige apenas o Termo de
Responsabilidade.
As referidas empresas certificadas, referiu, beneficiam de formação
disponibilizada pela Administração Geral Tributária (AGT) em
matérias de avaliação, classificação e regras de origem, da inclusão
nos Fóruns do Comité Nacional para Facilitação do Comércio(CNFC) e
participação na formulação de propostas para alteração da legislação
e procedimentos. Nanizeidio Eduardo assegurou serem benefícios
para as empresas, a utilização da logomarca do Programa “OEA”,
conforme Manual da Marca da entidade internacional.

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ASSOCIAÇÃO DO CARNAVAL
MESA REDONDA DEBATE MECENATO E PATROCÍNIO DE EVENTOS CULTURAIS

liberalidade.As liberalidades podem ser concedidas em dinheiro,


espécie ou através da prestação de serviços, conforme estabelece o
artigo 9.o da Lei do Mecenato”, referiu.
Tratando-se de liberalidades em espécie ou prestação de serviços, a
directora explicou que estas devem ser quantificadas para o respectivo
cômputo dos benefícios fiscais. Todavia, para serem quantificadas,
devem ser devidamente avaliadas tendo por base o valor do custo
suportado pelo mecenas, devidamente documentado.
A responsável dos Serviços Fiscais aclarou que as liberalidades ou
donativos em dinheiro devem ser obrigatoriamente concedidas
através de transferência bancária, sob pena destes custos não serem
fiscalmente aceites, conforme prevê o n.o 3.o do artigo 21.o da Lei do
Mecenato.
Por sua vez, o presidente da Associação Provincial do Carnaval de
Luanda (APROCAL), António Oliveira, na qualidade de anfitrião, referiu
que o encontro visou dar a conhecer aos associados a política do
Mecenato Cultural, uma vez que organização trabalha no fomento da
actividade carnavalesca que apenas tem impacto na sociedade com
os apoios ou doações dos patrocinadores.
António Oliveira sublinhou que a AGT tem realizado um trabalho sério
na recolha de imposto e que a sociedade deve ser contributiva para
apoiar o Estado a concretização os projectos de construção de infra-
A Administração Geral Tributária prestou, em Outubro, esclarecimentos estruturas para o desenvolvimento do país em vários domínios.
sobre a Lei do Mecenato e o seu Regulamento, durante uma mesa O presidente da APROCAL informou que cerca de 70% do Carnaval
redonda que reuniu, no Auditório da Escola N’zinga M’bandi, vários é suportado por patrocínio e os montantes atingem mais de 100
membros da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL). milhões de kwanzas. O evento, promovido pela Associação Provincial
A directora dos Serviços Fiscais, Indira Liberato, informou que para do Carnaval de Luanda, contou com a presença dos seus associados,
a obtenção dos benefícios fiscais previstos na Lei do Mecenato, as responsáveis do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente e do
entidades devem, na modelo I do Imposto Industrial, declarar o volume Governo da Província de Luanda.
anual de liberalidades concedidas devidamente documentado.
“A Lei estabelece no artigo 12.o que, para efeitos de apuramento do
rendimento tributável, as liberalidades concedidas pelas actividades
ou projectos sociais, culturais, educacionais, desportivos, ambientais,
juvenis, científicos, tecnológicos, bem como nos domínios da saúde
e da sociedade de informação, são considerados custos ou perdas
do exercício, fiscalmente dedutíveis à matéria colectável do Imposto
Industrial em 40% do respectivo valor total”, assinalou.
Indira Liberato acentuou que o limite dos 40% passa a 30% se a
liberalidade concedida pela pessoa colectiva for para benefício dos
seus trabalhadores e seu agregado familiar. Na ocasião, reiterou que a
Lei n.o 8/12, de 18 de Janeiro, que aprova a Lei do Mecenato, estabelece
o regime jurídico de incentivos fiscais e apoios do Estado no âmbito
do Mecenato, bem como o seu regulamento, aprovado pelo Decreto
Presidencial n.o 195/15 de 7 de Outubro.
A directora dos Serviços Fiscais, o diploma define Mecenas a pessoa
colectiva que, de forma altruística e desinteressada economicamente,
afecta bens, serviços ou fundos à realização de acções com vista a
incentivar e contribuir para o desenvolvimento do sector cultural,
desportivo, educacional, ambiental, científico, tecnológico, da saúde
e da sociedade de informação.
Apoiando-se ao artigo 19.o da Lei do Mecenato, Indira Liberato
referiu que os mecenas devem ser registados, em momento prévio
à realização da primeira liberalidade e devem ter a sua situação
tributária regularizada. “Após o acto de registo, devem comunicar, por
escrito, à sua Repartição Fiscal de domicílio a realização de qualquer

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ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
ACTUALIZAÇÃO DE REGIMES FISCAIS PROSSEGUE ATÉ 31 DE DEZEMBRO

À luz das alterações legislativas dos e afins. O mesmo destina-se também ou obtenha através da partilha de dados
Principais Impostos do Sistema Fiscal, a às pessoas singulares com actividade com outras instituições públicas parceiras,
Administração Geral Tributária (AGT) está económica e que tenham o Número de tais como o Ministério da Indústria e
a implementar, deste o início de 2020, um Identificação Fiscal (NIF), tais como, Comércio, as Administrações Municipais, o
processo de actualização das informações profissionais liberais, advogados, Serviço Nacional de Contratação Pública,
dos contribuintes e dos grupos e regimes médicos, desportistas, DJs e semelhantes, bem como de outras fontes legais”.
de cada um dos contribuintes de acordo comerciantes em nome individual ou A técnica informou que em caso de
com a sua actividade económica. qualquer contribuinte que trabalhe por um registo ou actualização oficiosa, o
O processo de actualização das informações conta própria. contribuinte é informado e notificado por
e regimes, que decorre até ao dia 31 de “Para aquelas pessoas que exerçam alguma via física, eletrónica ou por edital, que
Dezembro, tem como objectivo reorganizar actividade e não estejam cadastradas deve, a partir daquela data, cumprir com
a base tributária e adequar os dados dos no Registo Geral de Contribuintes, e as suas obrigações fiscais de pagamento
contribuintes às alterações dos regimes consequentemente no Sistema Integrado de imposto ou de entrega das declarações
dos impostos no seguimento das últimas de Gestão Tributária (SIGT), devem, em em sede dos impostos em que esteja
alterações legislativas verificadas em sede primeiro lugar, registar-se para obtenção enquadrado.
do Imposto sobre o Valor Acrescentado de um NIF. No decurso do processo de Entretanto, os contribuintes em situação
(IVA), da Lei do Orçamento Geral do registo, serão enquadrados no regime de incumprimento, que ficam mais de
Estado (OGE) para 2021, da Lei do Imposto de imposto correspondente, isto é, do 12 meses sem nenhum contacto com a
Industrial, bem como do Imposto sobre o Imposto Industrial e do IVA para as pessoas Administração Tributária, a AGT procede
Rendimento do Trabalho (IRT). colectivas ou entidades equiparadas, bem à suspensão do seu NIF, passando a estar
Segundo o Chefe do Departamento de como um dos Grupos do IRT e nos regimes limitado ou interdito de realizar operações
Cadastro de Contribuintes, Yuri Sumbi, do IVA”, avançou o chefe do Departamento administrativas, bancárias, como por
o processo de actualização de regime de Cadastro de Contribuintes. exemplo a compra de divisas, importar
fiscal é contínuo e deve ser feito sempre Para cada um dos regimes de impostos mercadorias, receber pagamentos do
que ocorrer uma alteração dos dados do existem datas próprias para o cumprimento Estado, utilizar o Portal do Contribuinte
contribuinte ou da sua actividade. das obrigações. É importante que o para a emissão de facturas, solicitar alvarás
“Espera-se que, até 31 de Dezembro de 2021, contribuinte saiba qual é o regime ou comerciais ou industriais, solicitar vistos
pelo menos 90% dos contribuintes tenham grupo de imposto em que está registado para expatriados, entre outras operações.
os seus registos fiscais actualizados de no SIGT para que não seja alvo de alguma Os técnicos da AGT recomendam aos
forma voluntária ou oficiosa. Estamos a falar penalização. contribuintes que procedam à actualização
de mais de 200 mil contribuintes”, afirmou Segundo Vânia Barbosa, técnica do dos seus dados de forma voluntária
Yuri Sumbi, em entrevista ao programa Departamento de Cadastro de Contribuintes, nos canais disponibilizados pela AGT,
“Hora do Contribuinte”, espaço radiofónico que também participou no programa nomeadamente, o Portal do Contribuinte,
da AGT emitido na Rádio Mais. “Hora do Contribuinte”, na Rádio Mais, “não a Central de Apoio ao Contribuinte (CAC)
Este processo de actualização abrange havendo registo ou actualização voluntária, e pela Repartição ou Posto Fiscal mais
todas as pessoas colectivas ou entidades a AGT pode e fará o registo ou a actualização próximo.
equiparadas, como empresas, associações, oficiosa dos dados dos contribuintes, com
fundos autónomos, entidades públicas base nas informações que tiver disponível
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GRUPO MULTISECTORIAL
AGT CONSTATA A APLICAÇÃO DO IEC NA BASE DO MALONGO

Delegação da Administração Geral Tributária (AGT) liderou o A actividade incluiu igualmente a realização de trabalhos no
grupo multissetorial que trabalhou, na província de Cabinda Terminal Oceânico de Cabinda, sob gestão da SONANGOL, nas
nos dias 6 e 7 de Outubro, com o objectivo de acompanhar instalações da PRODEL - Empresa Pública de Produção de
a implementação do Imposto Especial do Consumo (IEC), no Energia Eléctrica, bem como na futura Refinaria de Cabinda.
âmbito da aplicação dos Medidores Fiscais para a Indústria
Petrolífera. Anlide Lufungula elogiou a estrutura apresentada, referindo-
se às condições técnicas ao nivel dos equipamentos
A visita serviu para constatar os equipamentos em uso na instalados. Verificou-se que “A CABGOC tem as condições
base do Malongo, que se encontram sobre gestão da empresa criadas para que se instale e se verifique o cumprimento
americana Chevron, e que permitirão a implementação dos desta obrigação específica, prevista no artigo 14.o, da Lei n.o
medidores fiscais - equipamento útil para a auditoria fiscal, 16/21, de 19 de Julho – Lei do IEC.”
no contexto do Imposto Especial de Consumo (IEC).
Avançou também que se prevê que em Fevereiro de 2022,
O grupo de trabalho, coordenado pela AGT, inclui técnicos da esses equipamentos estejam em pleno funcionamento. “
SONANGOL, do Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo Existem condições para o cumprimento da Lei. De acordo
(IRDP) e o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e com a realidade que aqui constatámos, estamos bastante
Gás (MIREMPET), tendo sido constituído para atender às satisfeitos e esperançosos de que tudo correrá na perfeição,
obrigações específicas impostas ao sector petrolífero, em de forma a atender às necessidades da lei e, igualmente,
sede do IEC. conseguir mensurar e garantir uma arrecadação mais justa,
mais precisa e que não seja onerosa para os contribuintes
Anlide Lufungula, técnico da Direcção dos Serviços Fiscais e todo o público consumidor dos produtos da Indústria
e responsável por coordenar a implementação do IEC, Petrolífera”, concluiu.
avançou, em entrevista à Rádio Nacional de Angola, que
“actualmente, o sector petrolífero está obrigado por força da “Por ultimo, referiu que a equipe da AGT tem vindo a
Lei a implementar e instalar os Medidores Fiscais”. trabalhar afincadamente com o sector petrolífero no sentido
de encontrarem soluções viáveis para implementação dos
“Os Medidores Fiscais são equipamentos electrónicos Medidores Fiscais. De acordo com a realidade que aqui
de fiscalização aplicáveis à Indústria Petrolífera e servem constatámos estamos bastante satisfeitos e esperançosos
essencialmente para controlar e mensurar o fluxo de de que tudo correrá na perfeição, de forma a atender as
combustível ou derivados que é produzido e introduzido necessidades da lei e, igualmente, conseguir mensurar e
para consumo pelas refinarias que existem no país, garantir uma arrecadação mais justa, mais precisa e que
designadamente as refinarias de Luanda e de Cabinda não seja onerosa para os contribuintes e todo o público
(CABGOC, subsidiária da Chevron em Angola)”, disse. consumidor dos produtos da Indústria Petrolífera”.

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DELEGAÇÃO DO SOYO
PRIMEIRA REGIÃO APREENDE MOEDA ESTRANGEIRA NA PRAIA DO KIMBUMBA

Uma equipa da Delegação Aduaneira do Soyo, afecta a Primeira


Região Tributária apreendeu 156.880 euros, durante uma revista de
bagagem aos cidadãos angolanos que se encontravam à bordo de
uma embarcação de fibra de transporte de passageiros no Posto
Fiscal Fluvial do Luamba, que tinham como destino a República
Democrática do Congo (RDC). A informação consta do relatório
de Apreensões realizadas no Io Trimestre de 2021 que apresenta
grande incidência de infracções sobre mercadorias não declaradas,
a nível das Estâncias Aduaneiras da Primeira Região, verificadas
nas transacções comerciais ocorridas na fronteira entre Angola
e a República Democrática do Congo. Segundo o relatório, a rota
aérea Cunene – Windhoek, nesse período, foi a mais utilizada para
expatriação ilícita de moeda estrangeira. A República Socialista
do Vietname tem sido o destino dos produtos que fazem parte da
Convenção Sobre as Espécies da Fauna e Flora Ameaçadas de
Extinção (CITES), constituindo assim um país de alto risco para essas
mercadorias. Os camiões com carga e as embarcações fluviais,
bem como o uso de pequenos reservatórios transportados em mão,
constituem os Modus Operandi mais utilizado para exportação ilícita
ou contrabando de combustível. O relatório nota que as mercadorias
consideradas como objecto de comércio internacional estão sujeitas
ao controlo aduaneiro que engloba todas medidas que visam garantir
o cumprimento da legislação para prevenir a prática de infracções
fiscais aduaneiras. Deste modo, as mercadorias apreendidas terão
o destino previsto na legislação aplicável, sem prejuízo de eventuais
procedimentos criminais. De salientar que alguns processos
resultantes da apreensão de mercadorias proibidas têm sido
remetidos aos órgãos competentes para o devido tratamento.

SISTEMA INTEGRADO
ACTUALIZAÇÃO AUTOMÁTICA DO DOMICÍLIO FISCAL

Processo assegura a migração dos contribuintes para a repartição seu comprovativo de cadastro. Para os contribuintes singulares,
fiscal da sua área de residência. Com a introdução dos dados, o domicílio fiscal é o lugar da sua residência habitual, ao passo
o Sistema Integrado de Gestão Tributária (SIGT) faz a alocação que para os contribuintes colectivos ou entidades fiscalmente
automática do domicílio fiscal. equiparadas o domicilio é o local onde funciona a sede ou a direcção
Com vista a garantir uma maior proximidade do serviço público aos efectiva da empresa ou associação.
particulares e, consequentemente, o eficiente cumprimento das A administração tributaria pode fixar, oficiosamente ou a
obrigações tributárias dos contribuintes, a AGT leva a cabo desde o requerimento dos interessados, o domicilio ou residência especial
mês de Maio, o Processo de Migração dos Contribuintes e Imóveis, para efeitos de um eficaz cumprimento das obrigações previstas na
para a respectiva área de jurisdição ou domicílio fiscal. legislação tributaria.
De acordo com Nelson Van-Dúnem, técnico da Direcção de Cadastro No caso de haver alteração da residência ou domicílio, deve ser feita
e Arrecadação, que falava em entrevista ao programa Consultório a comunicação, no prazo de 30 dias, à Repartição Fiscal ou serviço
Tributário, emitido na Rádio Nacional de Angola, a AGT tem verificado local equivalente da aréa da nova residência ou domicilio, sob pena
alguns constrangimentos decorrentes do processo de migração, de multa. A mudança de residência ou domicílio não comunicada
uma vez que há contribuintes que mudam de endereço e não dão a à Administração Tributária é ineficaz para efeitos de invocação da
conhecer à Administração Tributária, impossibilitando assim a sua caducidade do direito de liquidação com fundamento na falta de
localização para efeitos de fiscalização. notificação do contribuinte no prazo legal.
“Para evitar constrangimentos, por lei, os contribuintes devem O Domicílio Fiscal pode ser consultado no Portal do Contribuinte,
actualizar exaustivamente o seu endereço, , contactos, profissão, na Central de Apoio ao Contribuinte ou numa Repartição ou Posto
a actividade comercial que exerce, no Portal do Contribuinte ou Fiscal. Os contribuintes poderão, em alternativa, consultar o seu
pela Central de Apoio ao Contribuinte. Pode também actualizar domicílio fiscal acedendo ao menu dos serviços electrónicos no
os endereços pelo terminal 923 16 70 10 ou dirigir-se a qualquer website da AGT, e em seguida escolher a opção “Consultar Número
Repartição ou Posto Fiscal”, explicou. Para efeitos tributários, todo de Identificação Fiscal”.
o contribuinte tem um domicílio fiscal específico que consta do
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EMBAIXADAS EM ANGOLA
MISSÕES DIPLOMÁTICAS ESCLARECIDAS SOBRE APLICAÇÃO DOS IMPOSTOS

Os representantes das Missões Diplomáticas e Organizações contribuintes.


Internacionais acreditadas em Angola participaram de várias Quanto ao IVM, as Missões Diplomáticas e Consulares
sessões de formação no âmbito da cooperação existente com beneficiam de isenção no pagamento do tributo, quando
a Administração Geral Tributária. houver tratamento recíproco, as Organizações Internacionais,
As sessões decorreram de 16 de Junho, 26 e 27 de Julho, havendo acordos com o Estado.
via Zoom, sobre a aplicação do Regime Jurídico do Imposto
sobre o Valor Acrescentado (IVA), Imposto sobre os Veículos RESTITUIÇÃO DO IVA
Motorizados (IVM) e o Imposto Predial (IP). Os membros das missões diplomáticas bem como das
As formações, ministradas aos vários diplomatas estrangeiros, organizações internacionais beneficiam da restituição do
visaram elucidar sobre o quadro actual de legislação tributária IVA desde que, tratamento igual, seja dado aos diplomatas
e compreender todo o processo de liquidação e pagamento angolanos acreditados no País peticionário, tendo em conta o
do IVA, IVM, IP e Regime Jurídico das Facturas e Documentos princípio da reciprocidade.
Equivalentes (RJFDE). A restituição do IVA é feita por transferência bancária para
Participaram da formação representantes de Portugal, Gabão, o IBAN indicado no acto de registo da missão diplomática.
Japão, Áustria, São Tomé e Príncipe, Itália, Ghana, Ruanda, O processo é restituído, com base no IVA constante nas
Holanda, Bélgica, Marrocos, Fundo Monetário Internacional facturas emitidas por contribuintes enquadrados no
(FMI), Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Regime Geral de tributação, sendo fundamental que sejam
Agricultura (FAO), Organização Mundial da Saúde (OMS), processadas por sistemas devidamente certificados pela AGT
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e em conformidade com o Regime Jurídico das Facturas e
e a Comissão do Golfo da Guiné. Esta acção promovida pela Documentos Equivalentes.
Administração Geral Tributária, em parceria com o Ministério Tal medida visa a salvaguarda dos direitos e privilégios
das Relações Exteriores (MIREX), visa a partilha de informação concedidos a estas entidades ao abrigo dos instrumentos
e conhecimentos através da realização de encontros com as jurídicos internacionais, abrangendo somente as Missões
Missões Diplomáticas e Organizações Internacionais para Diplomáticas e Consulares e Organizações Internacionais que
abordarem os mais variados assuntos ligados à aplicação dos gozem de estatuto de imunidade diplomática e todo o seu
Impostos, ferramentas e sistemas digitais disponíveis para os pessoal não nacional.

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A MINHA OPINIÃO

Benjamim Gabriel Vilonga Dumba

A CONTRIBUIÇÃO DOS CRITÉRIOS


DE ACEITABILIDADE FISCAL
DOS CUSTOS NA BOA CONDUÇÃO DOS NEGÓCIOS

A idealização, estruturação, arranque e condução de um negócio é, geralmente, um processo desafiador,


tendo em conta não apenas as restrições ao acesso de recursos, mas também o ambiente económico em
que o negócio é criado. Este ambiente cada vez mais é caraterizado, por clientes exigentes, concorrência
crescente, inflacção e outros factores.

Nesta perspectiva, há toda uma necessidade de se definirem estratégias de actuação, de modo a que
estas possam assegurar a manutenção e crescimento do negócio. Entretanto, ocorre com frequência
que a estratégia traçada no plano de investimento do negócio, raras vezes sai do papel para a prática,
de modo que tanto os gestores, quanto os colaboradores, são levados a actuar conforme julgarem
conveniente, o que dá abertura, para contribuições externas imperativas, para a boa condução dos
negócios.

Assim, um olhar ao Código do Imposto Industrial (doravante CII), aprovado pela Lei n.o 19/14, de 22 de
Outubro, e alterado pela Lei n.o 26/20, de 9 de Julho, nos permite retirar algumas contribuições para a boa
condução dos negócios, por meio dos critérios de aceitabilidade de custos para efeitos de apuramento
da matéria colectável, isto é, o valor sobre o qual é aplicado a taxa do Imposto Industrial. O custo, é
definido como o gasto (ou sacrifício) de um recurso para atingir um objectivo específico (satisfação de
alguma necessidade).

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Os critérios de aceitabilidade dos custos para o cálculo do valor sobre o qual é aplicado a taxa do
Imposto Industrial (matéria colectável) podem ser agrupados em duas categorias:

Na primeira categoria temos a indispensabilidade do custo na manutenção da fonte ou na formação do


proveito sujeito a Imposto Industrial, com base no n.o 1 do artigo 14.o do CII, segundo o qual: Consideram-se
custos ou gastos imputáveis ao exercício, aqueles que se revelem comprovadamente pelo contribuinte,
e tomados pela Direcção Nacional dos Impostos (actualmente, Administração Geral Tributária), como
indispensáveis à manutenção da fonte produtora ou à realização dos proveitos e ganhos sujeitos a
imposto (...). De acordo com este critério, um custo do ponto de vista fiscal, deve ser comprovado como
indispensável à formação de proveito, se assim não for, tal custo não será aceite.

Dois exemplos podem ser dados para explicitar esta posição:

Suponhamos que uma pequena empresa que se dedica à comercialização de diversos materiais
informáticos, durante a preparação das suas contas do ano 2020, registou como custo na subconta
75.2.24 - Despesas de Representação, 50.000 kwanzas, referentes à compra de um fato social, para
um dos sócios. Neste caso, como o proveito da empresa é formado pela venda de diversos materiais
informáticos, o uso de fato social ou fato de treino do Real Madrid, pelos sócios, em nada influencia a
formação do proveito do negócio. Nesta conformidade, o custo com a compra de um fato social, pela
empresa, não é aceite como dedutível à matéria colectável do imposto industrial. Um outro exemplo,
pode ser dado para uma empresa que explora o sector da moda executiva, que durante a preparação das
suas contas de 2020, registou numa conta de custo a despesa de 300.000 kwanzas, referente à compra
de fatos sociais a serem usados durante alguns eventos de moda. Neste caso, temos que a formação
do proveito se dá com a aparição glamourosa dos manequins, de tal modo, que o custo incorrido com a
compra de fatos para estes desfilarem, contribui para a formação do proveito da empresa.

Além da questão da substância do custo que acabamos de exemplificar, na qual respondemos à questão
o que é gasto?, a critério da indispensabilidade do custo na formação do proveito abrange também
outra questão relacionada com a periodicidade da ocorrência da despesa, o que nos leva a responder à
questão: quando é gasto? Neste sentido, é necessário “cortar” ou “ajustar” a classificação dos custos
tendo em conta o momento em que o proveito é formado, o que do ponto de vista contabilístico é referido
como princípio do balanceamento dos proveitos com os custos. Dois exemplos, serão apresentados
para ilustrar:
Suponhamos que uma empresa que se dedica à agricultura no município de Mavinga, tenha adquirido,
no ano de 2021, um tractor, para melhorar a exploração da sua actividade, no valor de 18.000.000 kwanzas.
A empresa espera utilizar este equipamento durante 6 anos. Neste sentido, a empresa deve “ajustar” o
registo do custo com o tractor ao longo de 6 anos que será o tempo em que o tractor irá contribuir na
formação do proveito da empresa. Este ajuste é feito por meio do cálculo das amortizações. Assim, em
cada um dos 6 anos o custo do tractor será de 3.000.000 kwanzas (18.000.000,00 / 6 anos), sendo este
valor aceite como o desgaste incorrido com o tractor na sua contribuição para a formação do proveito
daquela empresa.

Podemos assim concluir que, o critério da indispensabilidade do custo para que este seja aceite ano
apuramento da matéria colectável, se manifesta como uma contribuição “imperativa” na boa condução
dos negócios, pois, não será razoável, da parte dos gestores, incorrerem em custos que não agreguem
valor para o negócio, ou seja, custos que não contribuam na formação do proveito da empresa e no
alcance da sua missão, os quais, além disto, não seriam dedutíveis à matéria colectável. Tal facto, não
só afectaria a saúde financeira da empresa, como também “aumentaria” o imposto a pagar, quando
detectados no processo inspectivo levado a cabo pela Administração Geral Tributária, nos termos do
artigo 104.o da Lei n.o 21/14, de 22 de Outubro, que aprova o Código do Imposto Industrial.

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BREVES NOTÍCIAS DAS REGIÕES TRIBUTÁRIAS

SOYO
A Repartição Fiscal do Soyo
promoveu uma campanha de
sensibilização e inscrição dos
imóveis omissos na referida
circunscrição, tendo cadastrado 11
residências do bairro Kukalakiaku.

LOBITO
Técnicos da Repartição do Lobito procederam à inscrição de imóveis de 82 moradores da Centralidade do Lobito, dos quais 15 foram
notificados e 67 inscritos. A equipa da AGT estendeu a campanha de registo de imóveis para a sensibilização ao pagamento do IVM em
que interpelou 378 veículos, e deste cadastrou 57.

SAURIMO
Uma formação sobre “Técnicas de Análises de Facturas Certificadas” foi ministrada por técnicos da AGT aos proprietários das gráficas
autorizadas no município de Saurimo. Na formação foram apresentadas as informações essenciais para emissão de uma factura,
diferença entre facturas certificadas e não certificadas e as implicações legais da emissão da factura sem os requisitos principais.

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CABINDA
O Chefe de Departamento dos
Serviços Aduaneiros da 1a Região
Tributária, António Veiga, concedeu
entrevista à Rádio Comercial de
Cabinda onde esclareceu aos
ouvintes sobre as importações e
exportações de mercadorias que
entram e saem do território nacional.
António Veiga abordou o tema sobre
a tramitação das mercadorias no
processo de tributação.

BENGUELA
Técnicos da Repartição Fiscal de
Benguela mantiveram um encontro
com os responsáveis da Conservatória
da Loja de Registos da província para
abordar sobre os procedimentos para o
registo de imóveis das conservatórias
no âmbito do programa do Executivo
Simplifica 1.0 e apoio dos quadros de
justiça na exigência do comprovativo
de selo do IVM sempre que o cidadão
solicite o registo de veículos.

GABELA
A Repartição da Gabela, no Cuanza Sul
organizou uma palestra destinada aos
operadores económicos do município
da Kilenda sobre a emissão de facturas
à luz do Regime Jurídico das Facturas e
Documentos Equivalentes (RJFDE). Os
comerciantes manifestaram o interesse
de colaborar com a AGT para aquisição
de facturas certificadas e liquidar os seus
impostos de forma regular.

MOÇAMEDES
A Quinta Região Tributária realizou
um encontro de auscultação com os
grandes contribuintes da cidade de
Moçamedes, província do Namibe, com
objectivo de partilhar conhecimentos
em matéria tributária, com particular
destaque para os procedimentos em
sede de inspecção, contencioso e
execuções fiscais.

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Missão: Arrecadar receitas para o Estado e garantir o controlo Aduaneiro, em prol da sociedade.
Visão: Ser reconhecida, no âmbito nacional e internacional, como uma instituição de excelência na prestação de serviços públicos.
Valores: Legalidade, Integridade, Respeito ao Contribuinte Comprometimento.

FICHA TÉCNICA

Propriedade: Equipa de Trabalho: AGT Digital:


AGT - Administração Geral Tributária Bráulio E. Assis, Fernando Costa, Josemar Dias, www.agt.minfin.gov.ao
Título: Natacha Nunda, Yolanda Panzo, Margareth portaldocontribuinte.minfin.gov.ao
Folha Tributária Santos, Osvaldo Domingos, Tarciso Gourgel, apoio.agt@minfin.gov.ao
Edição: Raúl Dias, Augusto Delgado, Zenaida da Central de Apoio ao Contribuinte (CAC):
Outubro de 2021 - N.o 43 Conceição, Lee Cambeia. +244 923 16 70 10
Redação e Edição:
Gabinete de Comunicação Institucional
(GCI - AGT) /agtangola

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