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1º FÓRUM DE DEBATE

Tema: Desafios de integração económica das actividades agrarias, pesqueira,


indústria de transformação, transportes, comércio e turismo.

O processo de integração na África Austral foi realizado com características específicas dos países
da região tendo, como principal alicerce, a proximidade geográfica dos países que iriam integrar o
bloco e devido às questões culturais que os uniam, o que implicaria numa manutenção dos laços
económicos entre os países africanos.

Alguns dos princípios estipulados na SADC são voltados às necessidades da comunidade, como
direitos humanos, democracia, paz e segurança, solidariedade e igualdade a todos os Estados-
membros (PENNA FILHO, 2000).

Segundo CHICHAVA, (2007, p.10) refere que:

Em termos económicos, o processo de integração regional implica necessidade de


convergência das economias, de modo a reduzir a heterogeneidade das
economias dos países membros. Tal processo de convergência não apenas
depende do esforço individual dos países membros, como também implica
colaboração intensiva dos seus componentes num trabalho conjunto, de forma a
atingir os objectivos da estabilização, implementação de políticas
macroeconómicas comuns, crescimento, desenvolvimento e competitividade das
actividades económicas de todos os países que compõem o grupo.

Após a leitura e reflexão com base nas obras dos autores conclui que os desafios de integração
económica dessas actividades em Moçambique incluem infra-estrutura insuficiente, falta de
acesso a mercados, burocracia excessiva e falta de capacitação técnica.

A infra-estrutura insuficiente pode incluir falta de estradas pavimentadas, portos


inadequados e falta de electricidade confiável. A falta de acesso a mercados pode ser
causada por barreiras comerciais, como tarifas e quotas, bem como por falta de
conectividade com outras regiões. A burocracia excessiva pode incluir processos
alfandegários demorados e complexos, enquanto a falta de capacitação técnica pode limitar
a capacidade das empresas de produzir bens e serviços de alta qualidade.
Os outros desafios incluem a falta de investimento em pesquisa e desenvolvimento, o que
pode limitar a inovação e a competitividade das indústrias. A escassez de infra-estrutura de
transporte eficiente também pode dificultar o escoamento da produção para os mercados.
Além disso, a falta de acesso a financiamento adequado pode dificultar o crescimento e
expansão das actividades económicas. A promoção do turismo também enfrenta desafios,
como a necessidade de melhorias na infra-estrutura turística, promoção eficaz do destino e
garantia de segurança para os visitantes.

2º FÓRUM DE DEBATE

Tema: Analise sobre até que ponto a estratégia "distrito como polo de
desenvolvimento" pode auxiliar na redução das desigualdades no desenvolvimento
entre o rural e o urbano.

Para MICHAEL PORTER (1980) e PETER DRUCKER (1950) referem que:

“A estratégia é um plano de acção deliberado e coordenado para alcançar objectivos


específicos, levando em consideração os recursos disponíveis e o ambiente externo”.

De acordo com a minha reflexão, a estratégia "distrito como polo de desenvolvimento",


pode auxiliar na redução das desigualdades entre o rural e o urbano em Moçambique,
promovendo investimentos e desenvolvimento económico em áreas rurais, melhorando a
infra-estrutura e acessibilidade, além de fomentar oportunidades de emprego e fortalecer as
capacidades locais.

Todavia, a estratégia "distrito como polo de desenvolvimento" também pode contribuir para
a melhoria dos serviços básicos, como saúde e educação, nas áreas rurais, promovendo um
maior equilíbrio entre as regiões e proporcionando melhores condições de vida para a
população rural. Isso pode impulsionar a inclusão social, reduzir as disparidades e estimular
um crescimento mais equitativo em todo o país.

Por um outro lado, a estratégia "distrito como polo de desenvolvimento" pode impulsionar
a diversificação económica nas áreas rurais, incentivando a agricultura sustentável, o
agronegócio e a produção de bens e serviços locais. Isso não apenas reduziria a
dependência das áreas rurais em relação às cidades, mas também fortaleceria a autonomia
económica das comunidades locais. Além disso, ao promover o desenvolvimento integrado
e sustentável das áreas rurais, essa estratégia também pode incentivar a preservação do
meio ambiente e dos recursos naturais, contribuindo para um futuro mais sustentável e
equilibrado.

Com implementação desta prática ou visão, posso concluir que a importância da estratégia
"distrito como polo de desenvolvimento" está em promover a redução das desigualdades
entre o rural e o urbano, proporcionando um desenvolvimento mais equitativo e inclusivo.
Isso não apenas melhora a qualidade de vida das populações rurais, mas também fortalece a
economia local, impulsiona o crescimento sustentável e cria oportunidades de emprego e
renda nas áreas rurais. Além disso, ao integrar as regiões rurais ao desenvolvimento
nacional, essa estratégia contribui para uma maior coesão social e territorial.

Por outro lado, as parcerias entre o sector público, o sector privado e as comunidades locais
para implementar a estratégia "distrito como polo de desenvolvimento". Isso permitiria uma
colaboração efectiva, compartilhamento de recursos e conhecimentos, e maximização dos
resultados. Além disso, investimentos em infra-estrutura, capacitação e acesso a serviços
básicos devem ser priorizados para impulsionar o potencial de desenvolvimento das áreas
rurais e reduzir as disparidades com as áreas urbanas.

3º FÓRUM DE DEBATE

Tema: Papel de Moçambique na integração regional da SADC

Em Windhoek, em Agosto de 1992, os Chefes de Estado e Governo assinaram um Tratado


que transformava a Conferência de Coordenação e Desenvolvimento da África Austral
(SADCC) em Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). A
transformação da SADCC em SADC tinha como objectivo promover uma maior
cooperação e integração económicas, com vista a apoiar na abordagem dos vários factores
que terão tornado difícil sustentar o crescimento e o desenvolvimento socioeconómicos,
como por exemplo a contínua dependência da exportação de alguns produtos primários.
De acordo com ABRAHAMSON e NILSSON (1994) referem que:

Existem opiniões diferentes sobre os antecedentes da constituição da SADCC:


Alguns observadores afirmam que, na realidade, foi o mundo ocidental que tomou a
iniciativa de formar a SADCC para, através do restabelecimento do sistema
colonial de transportes, haver ligações mais fortes entre os países da Linha da
Frente e o mundo ocidental podendo, desse modo, impedir um aumento da
influência soviética na região (p.186).

Segundo MASSANGAIE (2018) defende que “no âmbito da coordenação sectorial de


actividades na SADCC, coube a Moçambique a responsabilidade principal de identificar,
implementar e coordenar os programas de transportes. Foi criada, para o efeito, uma
comissão coordenadora especial e regional, a Comissão dos Transportes e Comunicações
da África Austral (SATCC), cujo secretariado encontrava-se em Maputo” (p.32)

Moçambique – cultura, informação, exporte, comissão de transporte e comunicação

No contexto da sua participação no processo de integração regional, Moçambique aderiu ao


Protocolo Comercial da SADC (PC-SADC), em 1999, tendo o implementado a partir de Setembro
de 2001. À semelhança dos outros Estados que aderiram ao protocolo, Moçambique apresentou ao
Secretariado da SADC a sua oferta de redução de tarifas aduaneiras. De acordo com o MIC (2005),
o PC-SADC é um dos principais instrumentos que orientam o processo de integração regional na
área comercial (MASSANGAIE, 2018, p.43).

De acordo com o MIC (2005), Moçambique foi um dos primeiros Estados a promulgar
todos os instrumentos necessários à implementação do PC-SADC, tendo ratificado este em
Dezembro de 1999 e iniciado a sua implementação em Janeiro de 2001. Os regulamentos
sobre regras de origem e a sua certificação, bem como os mecanismos de implementação,
foram publicados no Boletim da República em Outubro de 2001, destacando o fato de
Moçambique ter sido o único país da região que publicou na íntegra o respectivo calendário
de desarmamento pautal.

MASSANGAIE (2018), refere que:

O impacto económico da adesão de Moçambique ao PC-SADC consistiu no


surgimento de novos empreendimentos económicos com capitais da região, com
grande peso na produção nacional, destacando: A SASOL (50% de capital sul-
africano), na exploração e transporte do gás natural de Pande exportado para a
África do Sul; a MOZAL (15% de capital sul-africano), virada para a produção do
alumínio; as areias pesadas do Chibuto (com parte de capital sul-africano).Foram
também feitas aquisições de empresas moçambicanas que estavam paralisadas,
destacando: A empresa metalúrgica CIFEL; a Companhia Industrial da Matola,
dedicada à produção de massas, bolachas, moageiro; as empresas Cervejas de
Moçambique e a fábrica de refrigerante Coca-Cola; a empresa têxtil Texmoque e as
açucareiras.

Na área de serviços foi feita a concessão do Porto de Maputo.

Na área do comércio foram abertos grandes supermercados por capitais sul-


africanos designadamente a Shoprite, Game e Mica, bem como o estabelecimento
do Banco Austral e o Standard Bank. Estes investimentos têm influência na criação
de um ambiente propício à integração regional, uma vez que contribuem para o
aproveitamento de potencialidades existentes no país e ainda para a capacitação e
capitalização de pequenas e médias empresas fornecedoras de serviços e produtos
aos empreendimentos estabelecidos. Assim, a África do Sul tornou-se o maior
parceiro de investimento de Moçambique na região da África Austral (p.46)

De realçar que o conceito de integração para o desenvolvimento adoptado na SADC, que


consiste na integração sectorial e de infra-estruturas, tem raízes históricas pois os países
desta região, em geral, beneficiaram-se de sistemas e relações estabelecidas pelas potências
coloniais, bem como do regime do apartheid na África do Sul, tais como os sistemas de
estradas e caminhos-de-ferro (MAIR, 2001).

No sector de energia, Moçambique possui também um grande potencial devido,


essencialmente, à existência de inúmeros recursos hídricos, carvão, gás natural, biomassa e
altos níveis de energia solar. A barragem de Cahora-Bassa é a principal fonte de energia
hidreléctrica, cujo potencial é estimado em 14.000 Megawatts, dos quais somente 2.075
estão actualmente a serem explorados (EIA 2005).

Para EIA (2005) Na área de energia, a SADC aprovou um Protocolo sobre energia, que
entrou em vigor a partir de 1998, para regular a gestão e utilização da energia na região. A
SADC Power Pool desempenha um papel essencial neste domínio, tendo a companhia sul-
africana de Energia, ESCOM, iniciado a penetração em cada país vizinho para a
maximização da utilização da energia.

Após a reflexão com base em fundamentos em vários autores, conclui que torna-se evidente
que Moçambique tem desempenhado, ao longo do tempo, um papel de grande relevo no
processo de integração regional na África Austral. Este papel ganhou importância particular
durante vigência dos regimes minoritários na região, para cujo derrube Moçambique se
empenhou de forma abnegada. O apoio concedido aos movimentos de libertação, no
contexto da Organização dos Estados da Linha da Frente, a participação na criação da
SADCC, como um dos principais atores na busca da redução da dependência regional em
relação à África do Sul, e não só, bem como o seu envolvimento em diversas missões de
busca de paz por meios pacíficos para a região são acções que colocam o país no pedestal
dos esforços de promoção da integração regional na SADC.

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