CT-e

O GUIA COMPLETO PARA EMISSÃO

Entenda como emitir o
seu Conhecimento de
Transporte Eletrônico.
A importância do transporte no Brasil
Com mais de 1.700.000 quilômetros de estradas, é inegável a
importância do transporte terrestre no Brasil. Também pudera. Mais
de 60% de todas as mercadorias transportadas no país utilizam a
via terrestre para o transporte.
É o caminhão que transporta o País. E é o caminhoneiro o
responsável por conduzir o desenvolvimento para os mais variados
cantos. Apesar disso, a falta de infraestrutura nas estradas, a baixa
segurança, os custos elevados envolvidos no transporte e a alta
complexibilidade da legislação acabam dificultando o trabalho das
empresas de transporte de carga.
Não é fácil trabalhar com transporte no Brasil. É preciso se adequar
à legislação, que está constantemente mudando porque não dizer
atrapalhando o empresário.
Mesmo com toda a burocracia envolvida, trabalhar dentro da
legislação é a maneira mais segura para garantir que sua
empresa possa crescer sem problemas. Uma destas
obrigações é a emissão do Conhecimento de Transporte
Eletrônico (CT-e). Apesar de simples, esta emissão gera
diversas dúvidas e envolve alguns passos que podem causar
problemas, caso não sejam seguidos corretamente.
Este eBook é um guia completo que pode tirar todas as suas
dúvidas sobre como emitir os Conhecimentos de Transporte
Eletrônicos da sua empresa. Então, continue acompanhando
as próximas páginas.
Boa leitura!
Tipos de transporte
Além do transporte rodoviário, o mais utilizado no deslocamento de cargas e pessoas, existem quatro modais de transporte. Conheça
as particularidades de cada um deles:

Modal Aéreo Modal Ferroviário Modal Aquaviário Modal Dutoviário

O transporte aéreo tem como
principal vantagem a rapidez no
deslocamento entre grandes
distâncias. Porém, ele é
utilizado principalmente em
grandes centros urbanos e
possui limitações no volume da
carga a ser transportada.
Possui um baixo custo de
transporte e pode levar um
grande volume de cargas
pesadas. Porém, como a
infraestrutura ferroviária foi
deixada de lado no Brasil, este
tipo de modal possui pouca
disponibilidade de rotas.
Este tipo de modal possui
um tempo maior de trânsito
e necessita de terminais
especializados para
embarque e desembarque,
além de uma maior
burocracia de desembaraço
de mercadorias.
O transporte é realizado por meio
de tubos e dutos subterrâneos.
Ele é indicado para o transporte
de líquidos e gases com um baixo
custo operacional. Porém, é
necessário um alto custo de
investimento inicial e licenças
ambientais para atuação.
O que é o CT-e
O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) é
semelhante a uma Nota Fiscal, sendo um documento que
registra uma prestação de serviço de transporte de cargas.
O documento foi criado em 2007, pelo Conselho Nacional de
Política Fazendária (CONFAZ), sendo obrigatório para qualquer
modal, seja rodoviário, aéreo, ferroviário, aquaviário ou
dutoviário.
Ele deve ser emitido sempre que ocorrer um serviço de
transporte de cargas entre dois municípios ou entre Estados e
serve para fiscalização.
O CT-e substitui os seguintes documentos:
» Conhecimento de Transporte Rodoviário de
Cargas, modelo 8;
» Conhecimento de Transporte Aquaviário de
Cargas, modelo 9;
» Conhecimento Aéreo, modelo 10;
» Conhecimento de Transporte Ferroviário de
Cargas, modelo 11;
» Nota Fiscal de Serviço de Transporte
Ferroviário de Cargas, modelo 27;
» Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo
7, quando utilizada em transporte de cargas.
Importância do CT-e

A emissão eletrônica do Conhecimento de Transporte

trouxe diversos benefícios, tanto para as empresas, como
para o governo e sociedade em geral.
Antes do CT-e, os documentos precisavam ser impressos ou
preenchidos manualmente. Assim, as empresas economizam com
custos de aquisição de papel, impressão e armazenamento dos
documentos fiscais.
Além disso, diminui os erros de digitação e o tempo de parada em
Postos Fiscais de Fronteira, já que tudo está online. Já para o
governo, os benefícios foram a melhoria de processos de
controles fiscais, redução de custos, diminuição de sonegação,
aumento de arrecadação, entre outros.
CT-e OS

Quem precisa emitir o CT-e OS?

O Conhecimento de Transporte
para Outros Serviços (CT-e OS) foi » Agência de viagem ou transportador: Sempre que estiver
estabelecido em 2016 e é utilizado para executando, tanto em veículo próprio como fretado, o serviço de

empresas de transporte de pessoas, de transporte de pessoas (nas modalidades intermunicipal, interestadual

valores e excesso de bagagem. Ele deve ou internacional);

ser emitido em viagens intermunicipais,

» Transportador de valores: Englobando as prestações de serviço
interestaduais ou internacionais, em
realizadas para cada tomador de serviço, desde que dentro do período
veículo próprio ou fretado.
de apuração do imposto;

» Transportador de passageiros: No final do período de apuração do

imposto, englobando os documentos de excesso de bagagem emitidos
durante o mês.
DACTE

O Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte

Eletrônico (DACTE) é a representação física e simplificada do
CTe.
Ele é o documento impresso, que contém a chave de acesso,
composta de 44 dígitos para a consulta do documento digital. O
DACTE é impresso antes do início do transporte e deve
acompanhar a carga durante todo o trajeto. Nele constam
informações como o emitente, destinatário e valor da carga.
O que é necessário para emitir o CT-e?

Para começar a emitir o Conhecimento de Transporte Eletrônico, é

preciso cumprir alguns requisitos burocráticos.
O primeiro passo é sua empresa ter um CNPJ ativo e estar credenciada junto
a Secretaria da Fazenda do seu Estado. Também é preciso possuir um
Certificado Digital e um sistema para emissão de Conhecimento de
Transporte.
Além disso, é preciso estar inscrito no Registro Nacional de Transportadores
Rodoviários de Carga (RNTRC), da Agência Nacional de Transportes
Terrestres.

Nas próximas páginas você confere mais sobre cada um destes passos.
Passo 1 | CNPJ Ativo
Em primeiro lugar, antes de emitir o
Conhecimento de Transportes, sua
empresa precisa ter um CNPJ ativo. O
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas
(CNPJ) é a identificação de uma empresa.
Para abrir o CNPJ de sua empresa é
necessário primeiramente contratar
um escritório de contabilidade, que
pode auxiliar com todos os trâmites
burocráticos envolvidos.
Após, é preciso definir o tipo de empresa, de acordo com a
atividade e faturamento. Assim é possível definir se sua
empresa será um MEI (Microempreendedor Individual), ME
(Micro Empresa), EPP (Empresa de Pequeno Porte), entre
outros.
Definido este ponto, será preciso escolher a Natureza
Jurídica do seu negócio. Ela aponta quais as regras
tributárias serão utilizadas no seu negócio, número de
sócios, entre outros pontos.
PASSO 2 | Definição do CNAE

A Classificação Nacional de Atividades Especiais (CNAE) é o código da atividade que sua empresa desenvolve. Ele é utilizado
para fins tributários e sua empresa pode ter mais de uma classificação, dependendo das atividades que realiza.
Por exemplo, uma empresa pode ter como atividade principal a prestação de serviços, mas vender itens. Assim, ela pode possuir
CNAEs relativos a cada uma das atividades que desempenha. Como os CNAE e descrição das atividades são muito semelhantes
entre si, é muito importante solicitar junto ao seu escritório de contabilidade qual se encaixa na sua empresa.

Geralmente no transporte de cargas o CNAE mais usado é o:

4930-2/02 - TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA, EXCETO PRODUTOS PERIGOSOS E MUDANÇAS,

INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIONAL
PASSO 3 | Inscrição Estadual

Para emitir o CT-e é preciso que sua empresa esteja registrada no

cadastro de ICMS do seu Estado, a famosa Inscrição Estadual. Isso
porque a atividade de transporte rodoviário possui incidência de
Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
No caso de Microempreendedores Individuais (MEI) é possível
solicitar o credenciamento voluntário. Porém, esta possibilidade varia
de Estado para Estado. Por isso, entre em contato com o seu
escritório de contabilidade e com a Secretaria de Fazenda do seu
Estado para entender se você se encaixa nesta situação.
PASSO 4 | Certificado Digital

O Certificado Digital é como se fosse uma identidade virtual

que comprova a autenticidade da empresa e das informações
registradas no CT-e. Para fazer a emissão do documento você
precisa possuir o Certificado Digital.
Existem alguns tipos no mercado, sendo os mais comuns o A1
e o A3. O A3 é um cartão ou um pendrive que pode ser
retirado da máquina.
Já o certificado A1 é um arquivo digital e oferece maior
mobilidade na emissão do CT-e, já que com ele, é possível
fazer a emissão de qualquer dispositivo com acesso à internet.
PASSO 5 | Sistema de Emissão

Você precisa de um Sistema de Emissão de

Conhecimento de Transporte. É com ele que
você registra as informações e encaminha
para a Receita. Opte por um sistema simples,
prático e rápido e que não te deixa na mão,
como o Muvly.
Com ele você faz emissões de qualquer
dispositivo, de maneira 100% online e com
planos que cabem no seu orçamento.
Principais campos do CT-e

Além das exigências descritas, é importante que você

tenha em mãos algumas outras informações importantes
para a emissão do Conhecimento de Transporte.

Nas próximas páginas você confere o que significam alguns

dos principais campos.
Dados Gerais do CT-e
Finalidade da Emissão
A Finalidade da Emissão aponta o tipo de
Conhecimento de Transporte a ser emitido. Ele
pode ser Normal, de Substituição, de Anulação de
Valores e de Complemento de Valores.
Tipo de Serviço
O Tipo de Serviço diz respeito ao serviço a ser
realizado. Pode ser Normal, Subcontratação,
Redespacho ou Redespacho Intermediário.
CFOP
O CFOP é o Código Fiscal de Operações e de Prestações de
Serviços. Ele identifica a natureza de circulação de uma
mercadoria ou a prestação de serviços de transporte. Solicite
para o seu contador qual CFOP corresponde ao serviço que
você vai prestar.
Cidades de Prestação/Emissão
Para Emissão do CT-e é preciso informar a cidade de onde
está sendo emitido o documento (normalmente a sede da
empresa), onde a mercadoria será coletada e onde será
entregue.
Participantes

Tomador
O campo tomador refere-se a empresa que irá
pagar pelo frete realizado.
Remetente
O campo tomador refere-se a empresa que irá
pagar pelo frete realizado.
Expedidor
É a pessoa ou empresa responsável por entregar a
mercadoria para a transportadora que irá efetuar o
serviço. Essa entrega pode ser realizada entre
transportadoras.
Recebedor

É a pessoa ou empresa responsável por receber a

Destinatário
carga do transportador.
É a pessoa ou empresa para quem a mercadoria
será enviada ou entregue.
Documentos Referenciados
Notas Fiscais Eletrônicas
Para emitir o Conhecimento de Transporte
Eletrônico é preciso adicionar as notas fiscais
eletrônicas modelo 55 referentes às mercadorias a
serem transportadas. Para isso, é preciso informar
as chaves das NF-e para vinculá-las ao CT-e.
Outros Documentos
Para o transporte de mercadorias de pessoas físicas -
sem nota fiscal - é preciso fazer uma declaração dos
itens que serão transportados e verificar junto à
Fazenda Estadual a necessidade de obter uma
autorização de transporte.
Informações da Carga

RNTRC Data Prevista para Entrega

Previsão de entrega da mercadoria
A ANTT especifica que todos veículos destinados ao
transporte de carga remunerado, com carga igual ou superior
a 500 kg, devem estar inscritos no Registro Nacional dos Produto Predominante
Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC). Produto principal que está sendo transportado.
É possível fazer a inscrição nos pontos de atendimento da
ANTT, levando alguns documentos e cumprindo alguns
Unidade de Medida
requisitos.
Unidade de medida da carga. Pode ser em KG, Litros,
Saiba mais clicando aqui. M³, MMBTU, TON, ou Unidade.

O RNTRC tem validade de 5 anos e é obrigatório para a Quantidade

emissão tanto do Conhecimento de Transporte Eletrônico Quantidade de mercadoria sendo transportada.
quanto do Manifesto de Transporte.
Valores

Valor do Serviço Valor Aproximado dos Tributos

É o valor total do transporte, incluindo frete, seguro, É o valor total do transporte, incluindo frete, seguro,
pedágios, entre outros. pedágios, entre outros.

Valor a Receber
Impostos - ICMS
Valor líquido que será cobrado pelo serviço
prestado. É o tipo de situação tributária sobre o Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Dependendo do tipo de tributação de ICMS da empresa,
Valor da Carga
existem exigências fiscais diferentes. Portanto, solicite
É o valor da carga, conforme consta na Nota Fiscal de
ao seu escritório de contabilidade qual a tributação e
Origem. Caso o Conhecimento de Transporte tenha mais de
alíquotas que precisam ser informadas.
uma nota, é preciso informar a soma de todos os valores.
Manifesto de Transporte Eletrônico

O Manifesto de Transporte Eletrônico (MDF-e) é um

documento fiscal digital, que reúne todos os Conhecimentos
de Transporte e Notas Fiscais em uma carga.

Ele deve ser emitido por empresas que prestam serviços de

transporte e por companhias que utilizam caminhões próprios - ou
terceirizam veículos - para o transporte de suas mercadorias.

Além de reunir todos os CT-e e NF-e em um único documento, o

Manifesto ainda permite o rastreamento da circulação física da
carga, identifica o responsável pelo transporte em cada trecho do
percurso, registra momentos de início e fim do transporte, entre
outros.
DAMDFE

O Documento Auxiliar de Manifesto de

Documentos Fiscais Eletrônicos (DAMDFE) é a
impressão do MDF-e, contendo a chave de
acesso para a consulta online do documento
completo.

Assim como a DACTE, ele deve acompanhar a

carga durante todo o trajeto já que, em caso de
fiscalização, é ele que será cobrado.
Quem precisa emitir o MDF-e?

Segundo o Ajuste SINIEF 23/19, empresas que emitem

CT-e, ou NF-e no transporte intermunicipal e interestadual de
cargas serão obrigadas a emitir o Manifesto de Documentos
Fiscais Eletrônicos (MDF-e) a partir do dia 6 de abril de 2020.

A regra passa a vigorar para todo o País, menos para o Estado

de São Paulo, que terá suas regras estabelecidas

por legislação estadual. Até este ajuste ser publicado, a

obrigatoriedade era para o transporte de carga interestadual e
cada Estado da Federação tinha sua própria legislação sobre a
necessidade da emissão do MDF-e em operações
intermunicipais.
Principais campos do MDF-e

Após gerar o seu Conhecimento de Transporte

Eletrônico, você deve emitir o MDF-e.

Para isso, você pode utilizar um sistema de emissão, como

Muvly. Assim é possível vincular automaticamente os CT-e
com o MDF-e que será criado.

Nas próximas páginas vamos falar sobre cada um dos

campos do MDF-e.
DADOS GERAIS DO MDF-e

Número de Série Local do Descarregamento

O número e série garantem que o mesmo MDF-e não seja Neste campo você deve indicar os locais onde irá

enviado mais de uma vez e facilita o controle sobre os entregar as mercadorias.

documentos emitidos. A numeração é sequencial de 1 a

999.999.999. Contratante
Informar quem contratou o transporte da carga.

Data e Hora da Emissão

São as informações básicas sobre o dia e a hora em
Locais de Carregamento
que o Manifesto foi emitido.
Neste campo você deve informar os locais onde irá
coletar as mercadorias
CT-es Referenciados
Neste campo você deve incluir todos os documentos
que compõem a carga para a geração do MDF-e.
DADOS GERAIS DO MDF-e

Percurso CIOT
Informa os Estados pelos quais o veículo irá
O CIOT é o Código Identificador da Operação de Transportes e é
passar durante o trajeto entre a origem e o
utilizado para regularizar o pagamento do frete em relação ao prestador
destino. Por exemplo, se o caminhão partir do Rio
de serviço de transporte rodoviário de carga.
Grande do Sul para São Paulo, deve-se incluir
Paraná e Santa Catarina no percurso.
O CIOT deve ser emitido através de uma Instituição de Pagamento
Eletrônico de Frete (IPEFs) autorizadas pela Agência Nacional de
Transporte Terrestre (ANTT). Você pode encontrar uma lista completa
Informações de Carga
de instituições neste link.
Informações sobre valor total da carga, unidade de
medida e peso total conforme o que está nas Para emissão do MDF-e é preciso informar o responsável pela geração
notas fiscais e CT-es de origem. do CIOT e o código, que é único para cada contrato de frete.
DADOS GERAIS DO MDF-e

Seguro e Averbações de Carga Veículos e Motoristas

A Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga Nestes campos você deve informar os
(RCTRC) é o seguro que garante a indenização em caso de sinistro ou veículos e os motoristas que serão
roubo durante o percurso. utilizados para o transporte da carga. É
possível informar um veículo de tração e
Para a emissão do MDF-e é obrigatório possuir este seguro e informar o 3 reboques.
responsável, número da apólice, nome e CNPJ da empresa seguradora.

Também é necessário informar o número da averbação da carga. Ele é

gerado ao informar as características da carga, CT-es e NF-es para a
seguradora, que, dessa maneira, possui ciência das mercadorias a serem
transportada. Caso você não faça a averbação, a empresa
pode se negar a indenizar sua empresa caso ocorra algum sinistro.
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