Você está na página 1de 53

Departamento de Desenvolvimento Profissional

Contabilidade para Entidades sem Fins Lucrativos


Armando Madureira Borely
armandoborely6@gmail.com

Rio de Janeiro
Março de 2023

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
SUMÁRIO
I Linha do tempo do Terceiro Setor
II Função social da Contabilidade no Terceiro Setor
III Aspectos Estatutários (constituição e legalização)
IV Gestão Contábil, Fiscal e Administrativa
V Estrutura das Demonstrações Contábeis
VI Notas Explicativas
VII Controles Internos – Governança Corporativa
VIII Plano de Contas (modelo)
IX Ambiente Regulatório
XI Títulos e Certificações aplicáveis ao Terceiro Setor
XII Conclusão
XIII Exercícios
XIV Bibliografia Recomendada

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
I. LINHA DO TEMPO DO TERCEIRO SETOR
Na década de 1980, houve um avanço considerável no papel das Entidades
de Interesse Social em relação à sociedade brasileira, decorrente dos movimentos
sociais para questões específicas, tais como: discriminação racial, pobreza,
preconceitos sociais, entre outras. Ênfase especial foi dada à questão do meio
ambiente: preservação das espécies, despoluição do ar, biodiversidade, etc. Em 1992
realizou-se no Rio de Janeiro, a ECO-92 (fórum internacional para discussão do meio
ambiente) com a participação de Chefes de Estado de vários países, onde este tema foi
exaustivamente discutido, tornando-se responsabilidade de todos: população e
governo. O termo ONGs (Organização Não Governamental) se prolifera no Brasil
aplicando-se às organizações da sociedade civil, que atuam paralelamente ao Governo,
em busca do bem-estar da sociedade.
Neste contexto, começam a aparecer fortemente os fundos governamentais
para apoio aos projetos sociais das ONGs. Desta forma surgem exigências de
planejamento e controle dos recursos, não-familiares ao perfil dos dirigentes dessas
organizações, que se caracterizam por possuírem formação concentrada na área
social. As ONGs internacionais passam a exigir, mais sistematicamente, a auditoria
como instrumento de certificação da aplicação dos recursos doados.
Com a auto sustentabilidade implementada pelos doadores internacionais,
que nada mais é do que capacitar os dirigentes de organizações sociais para a gestão
institucional, captação de fundos e continuidade da missão institucional, os fundos
públicos passam a ser o alvo das Entidades de Interesse Público, acompanhados dos
investimentos de empresas e de campanhas por doações voluntárias. Neste cenário, as
organizações sociais, enfrentam questões como:
a) cumprimento dos aspectos legais institucionais internos;
b) cumprimentos das exigências legais dos órgãos governamentais;
c) imunidade ou isenção de tributos como forma de redução de despesas;
d) estruturação da contabilidade, não apenas como exigência legal, mas
como instrumento auxiliar para os relatórios financeiros de prestação de
contas dos projetos;
Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000
Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
e) controle de gastos; dentre outras.
O Código Civil Brasileiro, regido pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002,
no artigo 41, classifica as pessoas jurídicas como de direito público e de direito privado.
Esse mesmo Código, através do artigo 44, determina que as pessoas jurídicas de
direito privado são:
a) as associações;
b) as sociedades;
c) as fundações.
A Lei 10.825, de 22 de dezembro de 2003, alterou o artigo 44 do Código Civil,
definindo as organizações religiosas e os partidos políticos como pessoas jurídicas de
direito privado, acrescentando os seguintes parágrafos:
§ 1º - São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o
funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes
reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
§ 2º - As disposições concernentes às associações aplicam-se
subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste
Código.
§ 3º - Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o
disposto em lei específica.1
No Brasil, as entidades são divididas em três setores:
1º setor – representado pelo governo, que cumpre uma função administrativa
dos bens públicos, correspondendo assim às ações do Estado com fins públicos, tanto
no âmbito federal, como estadual e municipal.
2º setor – representado pelo mercado, ocupado pelas empresas privadas
com fins lucrativos.
3º setor – Constituído por organizações privadas sem fins lucrativos que
gerem bens, serviços públicos e privados, tendo todas elas como objetivo, o

5 Lei 9.096 de 19 de setembro de 1995 que dispõe sobre Partidos Políticos e regulamenta os artigos 17 e 14, § 3º,
inciso V, da Constituição Federal.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
desenvolvimento político, econômico, social e cultural no meio que atuam. De qualquer
forma não existe um consenso quanto à questão conceitual deste setor.
Segundo FERNANDES (1994, p. 21), o conceito denota:
“... um conjunto de organizações e iniciativas privadas que visam à produção
de bens e serviços públicos. Este é o sentido positivo da expressão. “Bens e serviços
públicos”, nesse caso implicam uma dupla qualificação: não geram lucros e respondem
a necessidades coletivas.”
Para ROTHGIESSER (2002, p.2), Terceiro Setor seriam iniciativas “...
privadas que não visam lucros, iniciativas na esfera pública que não são feitas pelo
Estado. São cidadãos participando de modo espontâneo e voluntário, em ações que
visam ao interesse comum”.
Quarter et al (2003, p.1) em seus estudos afirmam que “Apesar do presente
estudo de Johns Hopkins2 apresentar suas análises em nível de nação, eles
apresentam implicações diretas em virtude da ausência de lucros, pois, essas
organizações dependem em vários níveis, da contribuição voluntária. No mínimo, os
voluntários integram o quadro de diretores,... Como suas contribuições não envolvem
transações de mercado, normalmente eles não são considerados nas demonstrações
contábeis” (tradução livre do autor)3.
O estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –
IBGE, publicado em 2004, sob o título “As Fundações Privadas e Associações sem Fins
Lucrativos no Brasil 2002”4.– FASFIL classificou essas entidades em quatorze
categorias, quais sejam:
 Serviço Notarial e Registral;
 Organização Social;
2
Refere-se ao estudo internacional elaborado em vinte e dois países, por Lester Salamon em associação a John
Hopkins University estimando que 28% da população destes países contribuem como voluntários (tradução livre).
3
Texto original: “Although The Johns Hopkins study presents its analysis at the level of the nation, it has direct
implications for the accounting of nonprofits, as these are organizations that depend in varying degrees on volunteer
contributions. At minimum, volunteers form the board of directors, and many organizations they are the primary
service providers. Yet because their contributions do not involve market transactions, normally they are not counted
in accounting statements.”
4
O trabalho foi elaborado com base no CEMPRE (Cadastro Central de Empresas) do IBGE, tendo como parceiros o
IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ABONG (Associação Brasileira de Organizações Não
Governamentais) e o GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas). Foi atualizado em 2010.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP);
 Outras Fundações Mantidas com Recursos Privados;
 Serviço Social Autônomo;
 Condomínio em Edifícios;
 Unidade Executora (Programa Dinheiro Direto na Escola);
 Comissão de Conciliação Prévia;
 Entidade de Mediação e Arbitragem;
 Partido Político;
 Entidade Sindical;
 Filial, no Brasil, de Fundação ou Associação Estrangeiras;
 Fundação ou Associação Domiciliada no Exterior; e
 Outras Formas de Associação.
A seguir, esse mesmo estudo adotou como referência das FASFIL a
metodologia Handbook on Nonprofit Instituitions in the System of National Accounts
(Manual sobre as Instituições sem Fins Lucrativos no Sistema de Contas Nacionais)
elaborado pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas, em conjunto com a
Universidade de John Hopkins, em 2002. Foram consideradas FASFIL as organizações
registradas no CEMPRE como Entidades sem Fins Lucrativos, aquelas que se
enquadrem simultaneamente, nos cinco critérios a seguir:
(i) privadas, não integrantes, portanto, do aparelho do Estado;
(ii) sem fins lucrativos, isto é, organizações que não distribuem
eventualmente excedentes entre os proprietários ou diretores;
(iii) institucionalizadas, ou seja, legalmente constituídas;
(iv) auto-administrativas ou capazes de gerenciar suas próprias atividades; e
(v) voluntárias, na medida em que podem ser constituídas livremente por
qualquer grupo de pessoas.
O confronto entre as quatorze categorias e os cinco critérios estabelecidos
excluiu as seguintes categorias como Entidades sem Fins Lucrativos:
 Serviço Notarial e Registral;
 Serviço Social Autônomo;

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 Condomínio em Edifícios;
 Unidade Executora (Programa Dinheiro Direto na Escola);
 Comissão de Conciliação Prévia;
 Entidade de Mediação e Arbitragem;
 Partido Político;
 Entidade Sindical; e
 Fundação ou Associação Domiciliada no Exterior.
Com o objetivo de reconhecer o trabalho das instituições do Terceiro Setor
em favor da sociedade, o Governo lhes concede diversos registros e títulos, desde que
atendidos os requisitos legais, proporcionando a tais entidades, benefícios como a
imunidade e a isenção tributária, além da possibilidade de recebimento de recursos
públicos, através de convênios, contratos, subvenções sociais, auxílios, doações e
termos de parcerias.
Existe uma grande dificuldade no dimensionamento do verdadeiro potencial
das organizações da sociedade civil. Há uma falta de coerência como cifras, quantidade
de instituições, quantidade de trabalhadores voluntários e remunerados, porém, os
dados disponíveis nos indicam um efetivo aumento nas atividades deste setor na
sociedade.
De acordo com a ABONG (2004, p.1-2)), nos Estados Unidos da América, em
1990, o setor movimentava 300 bilhões de dólares, já em 1996, estes recursos
chegavam a 320 bilhões de dólares, o que correspondia a 6,3% do PIB. Em países
como Itália, França e Alemanha, as instituições sem fins lucrativos atingem anualmente
mais de 3% do PIB nacional.
Segundo pesquisa da John Hopkins University, o Terceiro Setor é a oitava
força econômica mundial, movimentando 1,1 trilhão de dólares por ano, gerando
aproximadamente 10,4 milhões de empregos.
Em 2010, de acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, havia no Brasil, 290,7 mil fundações privadas e associações sem fins
lucrativos, contra 107.332 em 1996. Segundo esse mesmo estudo, no Brasil, 1,5 milhão
de pessoas trabalham nas fundações privadas e associações sem fins lucrativos, sendo

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
a remuneração média das mulheres de R$ 1.489,00 mensais, enquanto à média
mensal dos assalariados masculinos era de R$ 1.980,00.
Dados disponibilizados pelo Ministério da Justiça evidenciam que até maio de
2005 foram registradas 2.771 entidades com a qualificação de OSCIP – Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público, contra 11.181 com o Título de Utilidade
Pública Federal (UPF).
Apesar do aumento dos pedidos de qualificação desde a promulgação da lei
9.790/99, ainda é pequeno o número de entidades que possuem o título de OSCIP se
compararmos com o número de organizações existentes (290,7 mil).

II. FUNÇÃO SOCIAL DA CONTABILIDADE NO TERCEIRO SETOR

Por outro lado, as contribuições efetivadas pelas empresas ao terceiro setor,


poderão ser abatidas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, nos termos do
artigo 13, § 2º, III da Lei 9.249 de 26 de dezembro de 1995, que determina:
“III – as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da
pessoa jurídica, antes de computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis,
legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos
em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes,
ou em benefício da comunidade onde atuem.”
De acordo com o GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (2004),
o relatório da Secretaria da Receita Federal sobre Declaração de Informações
Econômico-Fiscais das Pessoas Jurídicas (DIPJ), referente às declarações feitas em
2000, ano-calendário de 1999, informa que as empresas brasileiras ainda utilizam de
forma tímida as leis de incentivos fiscais disponíveis atualmente no país para
destinarem recursos à área social.
No Brasil, as únicas empresas que podem utilizar incentivos fiscais para
doações são aquelas que optaram pelo regime de lucro real e, de acordo com Próspero
(2004, p.1)), “esse universo está restrito a 189 mil empresas (indústria, comércio,

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
serviço, financeira e seguradora). No entanto, somente as empresas que tenham
imposto a pagar podem fazer uso do incentivo o que, em 1999, representava 80.310
empresas. Mas, somente 4.349 (5,41%) realmente se beneficiaram da lei, sendo que
47% destinou recursos para as ONGs, 31% para o Programa Nacional de Incentivo à
Cultura (Lei Rouanet), 12 e os procedimentos específicos% para o Fundo da Criança e
do Adolescente, 6% para as atividades audiovisuais e 4% para as instituições de ensino
e pesquisa.”
Como podemos deduzir de tudo até aqui exposto, as Fundações e as demais
entidades do Terceiro Setor são um segmento da economia que movimenta significativa
soma de recursos no atendimento de diversas necessidades, supletivamente à ação do
Estado, ou em substituição a ele, onde há a omissão da ação estatal.
O controle da gestão dessas entidades, entre outras exigências, demanda a
aplicação de procedimentos de registros e de mensuração contábeis específicos, bem
como prestação de contas, capazes de produzir informações confiáveis e fidedignas
que identifiquem a adequada origem e aplicação dos recursos.
Em função dessas entidades terem características distintas das pessoas
jurídicas do segmento empresarial, as práticas contábeis a elas aplicáveis devem
conter as especificidades inerentes ao modelo de gestão por elas adotado.
Dentre as transações e os procedimentos específicos, merecem destaque
os de registro e controle de registro e controle de recursos por projeto, de
registros de contrapartidas contratadas, de registro de serviços voluntários, de
registro de renúncia fiscal e de gratuidades.

III. ASPECTOS ESTATUTÁRIOS (CONSTITUIÇÃO E LEGALIZAÇÃO)


1. Na ata de criação da associação, devem ser incluídos os seguintes itens:
a) Informação de que se trata de uma ata de criação de uma
associação/fundação.
b) Nome e CPF de cada fundador.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
c) A pauta da reunião (criação da associação/fundação, aprovação do
estatuto, definição da sede, eleição dos membros dos órgãos internos – diretorias,
conselho fiscal, etc.).

2. No estatuto da entidade deve conter, no mínimo, os seguintes requisitos


legais, conforme determinado pelo Código Civil:
a) A denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e fundo social,
quando houver.
b) O modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial
e extrajudicialmente.
c) Cláusula de que o estatuto é reformável no tocante à administração, e de
que modo.
d) Se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações
sociais.
e) As condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu
patrimônio, nesse caso.
f) Os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados.
g) Os direitos e deveres dos associados.
h) As fontes de recursos para sua manutenção.
i) O modo de funcionamento dos órgãos deliberativos e administrativos.
j) As condições para alteração das disposições estatutárias e para a
dissolução.
k) Assinatura de advogado (com OAB) e o devido registro em Cartório.
l) Adequação ao Código Civil, cujo prazo foi prorrogado para 11 de janeiro
de 2007 (Lei 11.127/2005).
3. Publicar o ato no Diário Oficial da União de que a entidade foi
devidamente qualificada.
4. Especificar se os gestores da entidade, que forem remunerados, atuem
efetivamente na gestão executiva, ou prestem serviços específicos (Lei 9.790, artº 4,
item VI).

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
5. Os Termos de Parcerias/Convênios firmados entre a entidade e o Poder
Público, devem conter e serem observadas as seguintes cláusulas essenciais:
a) a do objeto, contendo a especificação do trabalho proposto pela entidade;
b) a de estipulação de metas e dos resultados a serem atingidos e os
respectivos prazos de execução ou cronograma;
c) a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de
desempenho a serem utilizadas, mediante indicadores de resultado;
d) a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu
cumprimento, estipulando as categorias contábeis usadas pela organização e
o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a serem pagos
com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria/Convênios, a
seus diretores, empregados e consultores.
e) a que estabelece as obrigações da organização, entre as quais a de
apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a
execução do objeto do Termo de Parceria/Convênio, contendo comparativo
específico das metas propostas com os resultados alcançados,
acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente
realizados, independentes das previsões mencionadas no item d;
f) a de publicação, na imprensa oficial, de extrato do Termo de Parceria e de
demonstrativo de execução física e financeira, conforme estabelecido na lei
nº 9.790 de 23 de março de 1999.

6. A entidade social deve publicar, no prazo máximo de 30 dias, contado da


assinatura do Termo de Parceira/Convênio, regulamento próprio contendo os
procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para
compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público.

7. Os imóveis adquiridos com recursos provenientes da celebração do Termo


de Parceria/Convênio devem estar gravados com cláusula de inalienabilidade.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
8. As entidades devem elaborar prestações de contas anualmente sobre a
totalidade das operações patrimoniais e de resultados, sendo instruídas com os
seguintes documentos:

a) relatório anual de execução de atividades;


b) demonstração de resultados do exercício, onde devem ser destacadas
as informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e
divulgados em Notas Explicativas por tipo de atividade.
c) balanço patrimonial, onde a denominação da conta Capital deve ser
substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido.
d) demonstração dos Fluxos de Caixa, ressaltando que as doações devem
ser classificadas no fluxo das atividades operacionais.
e) demonstrações das mutações do patrimônio Líquido;
f) As palavras lucros ou prejuízos devem ser substituídas por superávit ou
déficit.
g) notas explicativas, caso necessário, e que contenham, no mínimo, as
seguintes informações:
 contexto operacional da entidade, incluindo a natureza social e
econômica e os objetivos sociais;
 os critérios de apuração da receita e da despesa, especialmente
com gratuidade, doação, subvenção, contribuição e aplicação de
recursos;
 a renúncia fiscal relacionada com a atividade deve ser evidenciada
nas demonstrações contábeis como se a obrigação devida fosse;
 as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e
as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;
 os recursos de aplicação restrita e as responsabilidades
decorrentes de tais recursos;
 os recursos sujeitos a restrição ou vinculação por parte do doador;

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação
financeira e os resultados futuros da entidade;
 as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das
obrigações em longo prazo;
 informações sobre os seguros contratados;
 a entidade educacional de ensino superior deve evidenciar a
adequação da receita com a despesa de pessoal, segundo
parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da
Educação e sua regulamentação;
 os critérios e procedimentos do registro contábil de depreciação,
amortização e exaustão do ativo imobilizado, devendo ser
observado a obrigatoriedade do reconhecimento com base em
estimativa de sua vida útil;
 segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais
atendimentos realizados pela entidade;
 todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de forma
segregada, destacando aquelas que devem ser utilizadas na
prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando
dados quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de
atendidos, número de atendimentos, número de bolsistas com
valores e percentuais representativos;
 a entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valor
reconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços
prestados.

h) relatório de auditoria (pessoas físicas ou jurídicas habilitadas pelos


CRCs) nos casos em que o montante dos recursos dos Termos de
Parceria/Convênio seja igual ou ultrapasse àqueles determinados pelo
instrumento legal específico.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Obs.: - OSCIP – quando a soma dos Termos de Parcerias no período de 1
(um) ano for igual ou superior a R$ 600.000,00 (Dec.3.100 de 30/06/1999).
- CNAS – quando a entidade for cadastrada no CNAS e sua receita
bruta exceder a R$ 2.319.337,54 no prazo de 3 (três) anos. Caso essa
receita seja superior a R$ 4.638.675,08, os auditores necessitam de
registro na CVM.

9. Sem prejuízo das informações econômicas divulgadas nas demonstrações


contábeis, a entidade pode controlar em conta de compensação transações
referentes a isenções, gratuidades e outras informações para melhor
evidenciação contábil.

10. As demonstrações contábeis devem observar os princípios de


contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade, conforme previstos nos
instrumentos normativos do Conselho Federal de Contabilidade.

11. Deve haver publicidade através da imprensa oficial e/ou outros veículos
de comunicação eficazes, sobre o encerramento do exercício fiscal, o relatório das
atividades e as demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões
negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS.

12. As entidades devem atender aos requisitos da lei (Código Tributário


Nacional – artº 14, incisos I, II e III), para continuarem gozarem do benefício da
Imunidade (vedações à cobrança de tributos – IR, IPI, ITR, II, IE, ICMS, IPVA, ITCD,
IPTU, ISS e ITBI), cujos ítens são os seguintes:
a) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
qualquer título;
b) aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção de
seus objetos institucionais;

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
c) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos
de formalidades, capazes de assegurar sua exatidão.

13. Os requerimentos efetuados às autoridades tributárias solicitando a


Isenção (inexigibilidade temporária do tributo) devem estar formalmente aprovados.

IV. GESTÃO CONTÁBIL, FISCAL E ADMINISTRATIVA

Os aspectos fiscais e administrativos, foram em resumo, apresentados no capítulo


III. Nesse tópico, abordaremos a metodologia de reconhecimento, avaliação e
mensuração dos elementos contábeis típicos do terceiro setor. Os conceitos são
predominantemente, aplicáveis à contabilidade para fins de evidenciação externa, à
chamada contabilidade financeira o que, evidentemente não exclui a utilização de
metodologias aplicadas à contabilidade gerencial.

O importante é que as entidades do terceiro setor devem fornecer demonstrações


contábeis de forma regular e preditiva, possibilitar o acesso do usuário da informação
aos objetivos, estrutura e atividades executadas pelas entidades, possibilitando ao
usuário uma apreciação das transações realizadas durante o exercício social, bem
como uma posição contábil ao fim do ano para as entidades do terceiro setor.

Sem o objetivo de esgotar o assunto, a seguir temos um modelo contábil das


principais transações que são abordadas pelas entidades do terceiro setor:

a) doações:
 Doações para custeio sem restrições recebidas em dinheiro ou crédito
bancário (por programa, se for o caso):
Débito – Caixa/Bancos
Crédito – Doações (receitas)

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 Doações para custeio recebidas em cheques pré-datado:
Débito – Cheques a depositar
Crédito – Doações (Receitas),
Débito – Bancos
Crédito – Cheques a depositar
 Doações em ativos não destinados ao custeio (sem restrição):
Débito – Imobilizado/Investimentos
Crédito – Receitas (por programa)
 Doações e subvenções recebidas para custeio ou investimentos, com
restrição:
Débito – Bancos / Imobilizado
Crédito – Doações a realizar / Subvenções e assistência governamental a
realizar (passivo)
 Perdão de dívida aplicado em custeio:
Débito – Dívida (Obrigações)
Crédito – Doações (Receitas)
 Perdão de dívida aplicado em investimentos:
Débito – Dívida (Obrigações)
Crédito – Patrimônio Social
 Promessa de doação incondicional:
Débito – Mensalidades a receber (Ativo)
Crédito – Doação (Receitas)

b) Gratuidade Concedida e benefícios tributários:


São as prestações de serviços sem contrapartidas financeiras. São
exemplos: Concessão de bolsas de estudo, distribuição de cestas básicas,
doação de roupas e medicamentos à população carente. A existência de uma
contrapartida financeira para fazer jus ao benefício descaracteriza a
gratuidade.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 Pela gratuidade concedida:
Débito – Gratuidade Concedida (despesas)
Crédito – Benefícios concedidos – gratuidade (Variação Patrimonial)
 Pela reversão para resultado:
Débito – Benefícios concedidos – gratuidade (Variação Patrimonial)
Crédito – Resultado do exercício

Débito – Resultado do exercício


Crédito – Gratuidade Concedida (despesas)
 Contabilização do IR/CSO como se devido fossem:
Débito – Despesas
Crédito – Passivo
 Reconhecimento da isenção ou imunidade do IR/CSO:
Débito – Passivo
Crédito – Gratuidades (Receitas)

c) Obtenção de fundos:
Situações em que a entidade utiliza seus recursos em atividades não-
vinculadas à sua missão, como a venda de produtos com a marca da
entidade. A contabilização é a usual e o valor do resultado da venda de
produtos deve ser considerado como similar à receita de doação.
Nas situações em que a entidade tem a posse de um determinado produto de
terceiros e, realizando a venda, passa a deter parte do resultado obtido, os
registros contábeis devem ser feitos como os de transações em contas
alheias, conforme a seguir:
 Na venda do produto
Débito – Bancos – recursos de terceiros
Crédito – Passivo – Outras consignações
 Na transferência de parte dos recursos ao consignante

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Débito – Passivo – outras consignações
Crédito – Bancos – recursos de terceiros
 Retenção da remuneração da entidade sobre a venda do produto
Débito – Bancos
Crédito – Bancos – recursos de terceiros
 Reconhecimento da receita sobre a venda do produto
Passivo – outras consignações
Crédito – Vendas de bens e serviços

d) Contratos, Convênios e Termos de Parcerias:


São instrumentos jurídicos e operacionais utilizados pela entidade na
consecução de seus objetivos.
 Recebimentos de recursos de convênios/projetos
Débito - Bancos – recursos com restrição
Crédito - Recursos de convênios/projetos (passivo)

Aplicação dos recursos


Débito – Recursos de convênios/projetos (Conta retificadora do passivo)
Crédito – Bancos – recursos com restrição

e) Contabilização da contrapartida:
Contrapartida é o compromisso da entidade conveniada ou contratada
aportar recursos adicionais aos aportados pela conveniente ou contratante
para atingir os objetivos do projeto.

 Contrapartida de pessoal – na contabilidade da entidade conveniada ou


contratada
Débito – Pessoal e encargos
Crédito – Recursos humanos (conta retificadora)

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 Contrapartida de material – na contabilidade da entidade conveniada ou
contratada
Débito - Material de uso e consumo
Crédito – Apoio administrativo (Conta retificadora)
 Contrapartida de pessoal – na contabilidade da entidade convenente ou
contratante
Débito – Recursos aplicados (conta retificadora do passivo)
Crédito – Recursos de entidade - contrapartida (passivo)
 Contrapartida de material - na contabilidade da entidade convenente ou
contratante
Débito – Recursos aplicados (conta retificadora de passivo)
Crédito – Recursos da entidade – contrapartida (passivo)
 Trabalho voluntário:
 Reconhecimento contábil do trabalho voluntário:
Débito – Remuneração de Pessoal sem vínculo empregatício (Desp.)
Crédito – Outras obrigações (especificar) - passivo
 Reversão para resultado do exercício:
Débito – Resultado do exercício
Crédito–Remuneração de Pessoal sem vínculo empregatício (Desp.)

Débito - Outras obrigações (especificar) - passivo


Crédito – Resultado do exercício

Observações:
1. As receitas decorrentes de doações e outros instrumentos, para aplicação
específica, devem ser registradas em contas próprias, segregadas das demais
contas da entidade.
2. A entidade deve constituir provisão para créditos de liquidação duvidosa
suficientes para cobrir as perdas esperadas sobre os créditos a receber.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
3. O superávit ou déficit deve ser incorporado ao patrimônio social. Caso tenha
restrição para aplicação, deve ser reconhecido em conta específica do
patrimônio líquido.
4. Os registros contábeis devem ser segregados de forma que permitam a
apuração das informações para prestação de contas exigida por quem de direito
(governo, aportadores de recursos, usuários em geral).
5. No caso de Fundações, a dotação inicial disponibilizada, é considerada em conta
do patrimônio social.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
V. ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (CFC 1.409/12)
1. BALANÇO PATRIMONIAL

20x1 20x0
ATIVO
Circulante
Caixa e Equivalentes de Caixa
Caixa
Banco C/Movimento – Recursos sem Restrição
Banco C/Movimento – Recursos com Restrição
Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição
Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição
Créditos a Receber
Mensalidades de Terceiros
Atendimentos Realizados
Adiantamentos a Empregados
Adiantamentos a Fornecedores
Recursos de Parcerias em Projetos
Tributos a Recuperar
Despesas Antecipadas
Estoques
Produtos Próprios para Venda
Produtos Doados para Venda
Almoxarifado / Material de Expediente

Não Circulante
Realizável a Longo Prazo
Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição
Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição
Valores a Receber

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Investimentos
Investimentos Permanentes
Imobilizado
Bens sem Restrição
Bens com Restrição
(-) Depreciação Acumulada
Intangível
Direitos de Uso de Softwares
Direitos de Autor e de Marcas
(-) Amortização Acumulada
20x1 20x0
PASSIVO
Circulante
Fornecedores de bens e serviços
Obrigações com Empregados
Obrigações Tributárias
Empréstimos e Financiamentos a Pagar
Recursos de Projetos em Execução
Recursos de Convênios em Execução
Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar
Não Circulante
Empréstimos e Financiamentos a Pagar
Recursos de Projetos em Execução
Recursos de Convênios em Execução
Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar
Patrimônio Líquido
Patrimônio Social
Outras Reservas
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Superávit ou Déficit Acumulado

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO PERÍODO

20x1 20x0
RECEITAS OPERACIONAIS
Com Restrição
Programa (Atividades) de Educação
Programa (Atividades) de Saúde
Programa (Atividades) de Assistência Social
Programa (Atividades) de Direitos Humanos
Programa (Atividades) de Meio Ambiente
Outros Programas (Atividades)
Gratuidades
Trabalho Voluntário
Rendimentos Financeiros
Sem Restrição
Receitas de Serviços Prestados
Contribuições e Doações Voluntárias
Ganhos na Venda de Bens
Rendimentos Financeiros
Outros Recursos Recebidos
CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS
Com Programas (Atividades)
Educação
Saúde
Assistência Social
Direitos Humanos
Meio Ambiente
Gratuidades Concedidas
Trabalho Voluntário
RESULTADO BRUTO

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
DESPESAS OPERACIONAIS
Administrativas
Salários
Encargos Sociais
Impostos e Taxas
Aluguéis
Serviços Gerais
Manutenção
Depreciação e Amortização
Perdas Diversas
Outras despesas/receitas operacionais

OPERAÇÕES DESCONTINUADAS (LÍQUIDO)

SUPERÁVIT/DÉFICIT DO PERÍODO

Observações:
1) As despesas administrativas se referem àquelas indiretas ao programa (atividades);
2) As gratuidades e o trabalho voluntário devem ser demonstrados por programa
(atividades) em Nota Explicativa.

3. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

3.1. Método Direto 20x1 20x0


Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Recursos Recebidos
Entidades Governamentais 3,00 2,00
Entidades Privadas 3,00 1,00
Doações e Contribuições Voluntárias 1,00 1,00
Próprios 1,00 2,00
Rendimentos Financeiros 1,00 1,00

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Outros 1,00 1,00
Pagamentos Realizados
Aquisição de bens e Serviços – Programas (Atividades) (3,00) (2,00)
Executados
Salários e Encargos Sociais do Pessoal Administrativo (1,00) (1,00)
Contribuições Sociais, Impostos e Taxas (0,00) (0,00)
Outros Pagamentos (1,00) (1,00)
(=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00

Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento


Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00
Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00
Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento (1,00) (1,00)

Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento


Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00
Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00
Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00)
Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Financiamento (2,00) (1,00)
(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00

3.2. Método Indireto 20x1 20x0


Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Superávit (Déficit) do Período 1,00 1,00
Ajustes por:

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
(+) Depreciação 1,00 1,00
(+) Amortização 1,00 1,00
(+) Perda de Variação Cambial 1,00 0,00
(-) Ganho na Venda de Bens do Imobilizado (1,00) (1,00)
Superávit (Déficit) Ajustado 3,00 2,00
Aumento (Diminuição) nos Ativos Circulantes
Mensalidades de Terceiros 2,00 3,00
Atendimentos Realizados 4,00 3,00
Adiantamentos a Empregados (1,00) (1,00)
Adiantamentos a Fornecedores (1,00) (1,00)
Recursos de Parcerias em Projetos (1,00) (1,00)
Tributos a Recuperar 1,00 1,00
Despesas Antecipadas (1,00) (1,00)
Outros Valores a Receber 2,00 5,00 1,00 4,00
Aumento (Diminuição) nos Passivos Circulantes
Fornecedores de bens e serviços (3,00) (2,00)
Obrigações com Empregados (2,00) (1,00)
Obrigações Tributárias (1,00) (1,00)
Empréstimos e Financiamentos a Pagar 4,00 3,00
Recursos de Projetos em Execução (2,00) (1,00)
Recursos de Convênios em Execução (1,00) (1,00)
Subvenções e Assistências Governamentais 3,00 2,00
Outras Obrigações a Pagar (1,00) (3,00) (1,00) (2,00)
(=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00

Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento


Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00
Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00
Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento (1,00) (1,00)

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento
Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00
Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00
Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00)
Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00)
(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de (2,00) (1,00)
Financiamento
(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00
Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00

4. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL EM 31/12/20X1

Patrimônio Outras Ajustes de Superávit Total do


Social Reservas Avaliação / Déficit Patrimônio
Patrimonial Líquido
Saldos iniciais em
X - - X X
31.12.20x0
Movimentação do Período
Superávit / Déficit do
X X
Período
Ajustes de Avaliação Pat. X X
Recursos de Superávit com
X (X) -
Restrição
Transferência de Superávit
de Recursos sem Restrição X (X)
-
Saldos finais 31/12/20x1 X X X - X

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
VI. NOTAS EXPLICATIVAS
As notas explicativas devem:

I. Apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras


e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos
significativos;

II. Divulgar informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não
estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras;

III. Fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações


financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e

IV. Indicar:
a) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente
estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição
de provisão para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas
prováveis na realização de elementos do ativo;
b) Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
c) A taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo
prazo;

d) Os ajustes de exercícios anteriores; e


e) Os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou
possam a vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados
futuros da companhia.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
DIVULGAÇÃO DE POLÍTICAS CONTÁBEIS

 Informação sobre a base de mensuração utilizada na elaboração das


demonstrações contábeis. Por exemplo: custo histórico, custo corrente, valor
realizável líquido, valor justo.

 Cada entidade deve considerar a natureza de suas operações e as políticas que


os usuários de suas demonstrações contábeis esperam que sejam divulgadas
para esse tipo de entidade. Por exemplo: tipo de tributação a que esteja sujeita
(se for o caso), política contábil.
Algumas divulgações são requeridas por outras normas, interpretações e
comunicados técnicos.

FONTES DE INCERTEZA NA ESTIMATIVA

 A entidade deve divulgar nas notas explicativas informação acerca dos


principais pressupostos relativos ao futuro, e outras fontes principais da
incerteza das estimativas à data do balanço, que tenham risco significativo
de provocar modificação material nos valores contábeis de ativos e
passivos durante os próximos exercícios.
Devem ser incluídos detalhes acerca da sua natureza e do seu valor
contábil à data do balanço.

 Quando for impraticável divulgar a extensão de possíveis efeitos de


pressuposto ou de outra fonte principal de incerteza das estimativas à
data do balanço, a entidade deve divulgar o que é razoavelmente
possível, com base no conhecimento existente, que os valores dos
respectivos ativos e passivos no próximo período tenham que sofrer

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
ajustes materiais em função da observação da realidade distinta em
relação àqueles pressupostos assumidos.

VII. CONTROLES INTERNOS – GOVERNANÇA CORPORATIVA

Controle interno consiste num conjunto de políticas e procedimentos que são


desenvolvidos e operacionalizados para garantir razoável certeza acerca da confiança
que pode ser depositada nas demonstrações financeiras e nos seus processos
correlatos, bem como na correta apresentação daquelas demonstrações financeiras,
garantindo que foram preparadas de acordo com os princípios de contabilidade e que
incluem políticas e procedimentos de manutenção dos registros contábeis, aprovações
em níveis adequados e salvaguarda de ativos.

Com ligação bastante estrita com o sistema de controle interno, a governança


corporativa visa a aumentar a probabilidade de os fornecedores de recursos garantirem,
para si, as boas práticas da administração sobre seu investimento, por meio de um
conjunto de mecanismos no qual se inclui o conselho de administração e/ou outros
órgãos reguladores. O tema possui importância crescente, por ser bem difundida a
hipótese de que a estrutura de governança afeta o valor da empresa. A questão é
descobrir se existe uma estrutura de governança corporativa "melhor" ou "ideal". Vários
códigos de governança foram elaborados com esta intenção. No Brasil, destacam-se os
códigos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e da Comissão de
Valores Mobiliários (CVM).

A governança é a capacidade das sociedades humanas para se dotarem de sistemas


de representação, de instituições e processos e de corpos sociais para elas mesmas se
gerirem em um movimento voluntário. Esta capacidade de consciência (o movimento
voluntário), de organização (as instituições, os corpos sociais), de conceitualização (os
sistemas de representação) e de adaptação a novas situações é uma característica das
sociedades humanas. É um dos traços que as distinguem das outras sociedades de
seres vivos, animais e vegetais.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Ora, a governança corporativa consiste, precisamente, na criação de mecanismos
tendentes à minimização da assimetria de informação existente entre a gestão e
aqueles que tenham interesse relevante na entidade.

VIII. PLANO DE CONTAS (MODELO)


1. Plano de contas O elenco de contas representa a estrutura de alocação ou de
endereços de contas a serem utilizadas por entidade econômica, para onde são
direcionados os fluxos dos registros contábeis. É nessa estrutura de contas que se
materializa o reconhecimento das transações econômicas da entidade e que fornece o
suporte para a estrutura das demonstrações contábeis. O elenco de contas está
dividido em cinco grandes grupos: (a) Ativo; (b) Passivo e Patrimônio Líquido; (c)
Resultado; (d) Variações Patrimoniais; e (e) Encerramento do Resultado. As contas do
ativo estão dispostas por ordem decrescente de liquidez, como (a) Ativo Circulante; e
(b) Ativo Não Circulante. As contas do Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor
- Aspectos de Gestão e de Contabilidade para Entidades de Interesse Social 118
passivo estão dispostas por ordem decrescente de exigibilidade, como (a) Passivo
Circulante; (b) Passivo Não Circulante; e (c) Patrimônio Líquido. 1.1. Elenco de contas
A conta está composta por um código numérico de até 7 dígitos e um título. O nível da
conta que permite lançamento é o que contém a última posição significativa à direita,
composta por um dígito ou um par de dígitos. O primeiro dígito à esquerda da conta
define o sistema (grupo) que ela pertence, como segue: 1 Ativo; 2 Passivo e Patrimônio
Líquido; 3 Despesas; 4 Receitas; 5 Variações Patrimoniais; e 6 Encerramento do
Exercício.

2. Nos modelos das demonstrações contábeis, temos um resumo das contas aplicadas
às entidades do terceiro setor, entretanto, um Plano de Contas bem mais detalhado
pode ser encontrado no “Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor: Aspectos de
Gestão e de Contabilidade para Entidades de Interesse Social”, conforme evidenciado
na bibliografia recomendada.
Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000
Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
IX. AMBIENTE REGULATÓRIO
O objetivo desse capítulo é o de explicar resumidamente os principais títulos que
podem ser concedidos a cada uma das entidades do terceiro setor, respeitando seus
objetivos e características básicas. Abordaremos, também, os benefícios tributários
(imunidade e isenção) que pode ser concedido a cada entidade.

1. Título de Utilidade Pública Federal


Título também concedido nos âmbitos estadual e municipal, podendo uma
organização sem fins lucrativos pleiteá-lo nas três esferas.
As sociedades civis, as associações e as fundações, que não remunerem
seus dirigentes, que sejam constituídas no país e tenham o fim exclusivo de servir
desinteressadamente à coletividade, podem requerer o Título de Utilidade Pública.
Para obter o título, a organização deve comprovar:
 Ter personalidade jurídica e ser constituída no Brasil;
 Estar em efetivo e contínuo funcionamento por pelo menos três anos;
 Não remunerar seus dirigentes;
 Não distribuir lucros, bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou
associados, sob nenhuma forma;
 Promover a educação ou exercer atividades de pesquisa científica, de cultura,
artística ou filantrópica;
 Comprovar a idoneidade dos diretores;
 Publicar anualmente a demonstração de receitas e despesas do período anterior.
Este título confere as seguintes vantagens à organização:
 Possibilidade de receber doações de pessoas jurídicas;
 Possibilidade de receber bens apreendidos, abandonados ou disponíveis,
administrados pela Secretaria da Receita Federal;
 Acesso a subvenções e auxílios da União Federal e suas autarquias;
 Autorização para realização de sorteios;

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 Possibilidade de receber receitas das Loterias Federais;
 Possibilidade de isenção da quota patronal do INSS e de outras contribuições
sociais (CPMF, PIS e COFINS).
2. Organizações Sociais - OS
São fundações ou associações de natureza privada, sem fins lucrativos, que
realizam atividades relacionadas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura ou à saúde,
submetidas à legislação específica, sendo fiscalizadas e fomentadas pelo Estado,
visando atender finalidades coletivas.
A principal consequência da atribuição do título de “OS” a uma entidade é a
possibilidade de celebração de contrato de gestão com o Poder Público. Em
decorrência desse contrato, a entidade poderá:
 Receber a destinação direta de bens públicos;
 Receber recursos previstos no orçamento;
 Receber recursos para a veiculação de publicidade institucional, admitindo-se o
patrocínio de programas, eventos e projetos.
Como requisitos, a “OS” deve prever a participação no órgão colegiado de
deliberação superior de representantes do Poder Público e de membros da
comunidade, a obrigatoriedade de publicação anual no Diário Oficial da União de
relatórios financeiros, além da comissão de avaliação a ser criada para fins específicos.

3. Registro no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS


São entidades criadas por força da Lei nº 8.742 de 07 de dezembro de 1993
que dispõe sobre a organização da assistência social.
Os principais requisitos para o registro das entidades que promovam a
assistência social são:
 Seja entidade sem fins lucrativos;
 Atue na proteção à família, infância, maternidade, adolescência ou
velhice; na amparo à crianças e adolescentes carentes; em ações de

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
prevenção, habilitação, reabilitação e integração à vida comunitária de
deficientes;
 Na integração ao mercado de trabalho;
 Aplique suas rendas e eventuais resultados integralmente em território
nacional e na manutenção de suas atividades;
 Não distribua lucros e assemelhados;
 Não remunere à diretoria; e
 Preste serviços permanentes, sem qualquer discriminação de clientes.
É documento indispensável para obtenção do CEBAS – Certificado de
Entidade Beneficente de Assistência Social, possibilitando o recebimento de
subvenções federais destinadas à assistência social.

4. Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS


Podem requerer o CEBAS as entidades que atuem nas seguintes áreas:
 Promoção de proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
velhice;
 Amparo a crianças e adolescentes carentes;
 Promoção de ações de prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas
portadoras de deficiências;
 Promoção gratuita da assistência educacional e de saúde;
 Promoção da integração ao mercado de trabalho;
 Promoção do desenvolvimento da cultura;
 Promoção do atendimento e do assessoramento aos benefícios da Lei Orgânica
de Assistência Social e a defesa de seus direitos.
Para obter o CEBAS, a organização deve demonstrar, nos três anos
imediatamente anteriores ao pedido:
 Estar legalmente constituída no país e em efetivo funcionamento;
 Estar previamente inscrita no Conselho Municipal de Assistência Social ou no
Conselho Estadual de Assistência Social;

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
 Estar previamente registrada no CNAS – Conselho Nacional de Assistência
Social;
 Aplicar suas rendas, recursos e eventual resultado no território nacional e na
manutenção de seus objetivos;
 Aplicar as subvenções e doações recebidas nas finalidades a que estejam
vinculadas;
 Aplicar anualmente, em gratuidade, pelo menos 20% da sua receita, cujo
montante nunca será inferior à isenção de contribuições sociais usufruídas;
 Não remunerar dirigentes;
 Não distribuir resultados, bonificações, dividendos, participações ou parcela do
patrimônio, sob nenhuma forma;
 Possuir o Título de Utilidade Pública Federal.
O CEBAS possibilita a isenção da quota patronal ao INSS e de outras
contribuições (CPMF, CSL, PIS, Cofins).

5. Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas (CNEA)


Entidades cadastradas no CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente,
sendo os principais requisitos:
 Existir há pelo menos um ano;
 Pessoa jurídica sem fins lucrativos que atue exclusivamente na
proteção e preservação do meio ambiente e não seja sociedade
comercial, sindicato, clube, instituição religiosa, organização partidária,
mútua, empresa de plano de saúde, instituição hospitalar, escola,
organização social, cooperativa, fundação pública, instituição criada
pelo poder público, organização creditícia ou associação de
moradores.
Os principais benefícios de tais entidades são:
 Poder votar e ser votada nos órgãos deliberativos do CONOMA e
 Ter acesso a recursos públicos para o meio ambiente.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
6. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP
A qualificação de OSCIP pode ser obtida pela entidade que atua com:
 Promoção da assistência social;
 Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
 Promoção gratuita de educação;
 Promoção gratuita de saúde;
 Promoção de segurança alimentar e nutricional;
 Promoção de voluntariado;
 Defesa, preservação e conservação do meio ambiente, além de promoção do
desenvolvimento sustentável;
 Promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
 Experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas
alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
 Promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;
 Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e
de outros valores universais;
 Estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam
respeito às atividades já mencionadas.
As organizações que quiserem se qualificar como OSCIP, devem prever no
estatuto as seguintes disposições:
 Observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e de eficiência;
 Adoção de práticas e gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a
obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais,
em decorrência da participação no respectivo processo decisório;
 Constituição de Conselho Fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência
para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos
superiores da entidade;
 Previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o patrimônio será
transferido a entidade também qualificada como OSCIP;
 Previsão de que, na hipótese da entidade perder a qualificação de OSCIP, o
acervo patrimonial disponível adquirido com recursos públicos será transferido a
outra entidade qualificada como OSCIP;
 Se institui ou não remuneração aos dirigentes;
 Normas de prestações de contas a serem observadas pela entidade, que
determinarão no mínimo, a observância dos princípios de contabilidade, a
publicidade das demonstrações contábeis, a realização de auditoria e a
prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública.
A organização tem as seguintes vantagens ao se qualificar como OSCIP:
 Possibilidade de remunerar os dirigentes;
 Possibilidade de firmar Termo de Parceria como Poder Público;
 Procedimento de obtenção da qualificação centralizada e simplificada, com
critérios objetivos;
 Possibilidade de receber doações de pessoas jurídicas, que serão dedutíveis até
o limite de 2% do lucro operacional;
 Possibilidade de receber apreendidos, abandonados ou disponíveis,
administrados pela Secretaria da Receita Federal.

PRINCIPAL LEGISLAÇÃO FEDERAL APLICÁVEL À ENTIDADE SEM FINALIDADE


DE LUCROS

Dispositivo Legal Data Objetivo


 Lei 10.940 27-08-2004 Altera a lei 10.748 (22-10-2003)
 Lei 10.833 29-12-2003 Altera a legislação tributária
 Lei 10.825 22-12-2003 Nova redação aos artigos 44 e 2.031 da

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
lei 10.406 (10-01-2002) que instituiu o
Código Civil
 Lei 10.748 22-10-2003 Cria o Programa Nacional de Estímulo
ao Primeiro Emprego
 Inst.Normativa SRF 247 21-11-2002 Dispõe sobre o PIS/PASEP
 Lei 10.406 10-01-2002 Institui o Código Civil
 MP 2.158-35 24-08-2001 Altera a legislação sobre PIS, PASEP,
Cofins e I.R.
 Res. 177 (CNAS) 10-08-2000 Normas para concessão do Certificado
de Fins Filantrópicos
 Decreto 3.504 13-06-2000 Altera o decreto 2.536 (06-04-98)
 Decreto 3.100 30-06-1999 Regulamenta a lei 9.790 (23-03-1999)
 Decreto 3.000 26-03-1999 Dispõe sobre a tributação de pessoa
jurídica
 Lei 9.790 23-03-1999 Dispõe sobre OSCIP e Termo de
Parceria
 Lei 9.720 30-11-1998 Nova redação aos dispositivos da lei
8.742 (07-12-1993)
 Lei 9.718 27-11-1998 Altera a legislação tributária federal
 Lei 9.637 15-05-1998 Dispõe sobre a qualificação de
Organizações Sociais
 Decreto 2.536 06-04-1998 Dispõe sobre a concessão do Certificado
de Entidade de Fins Filantrópicos
 Lei 9.608 18-02-1998 Dispõe sobre o serviço voluntário
 Lei 9.532 10-12-1997 Altera a legislação tributária federal
 Lei 9.249 26-12-1995 Altera o I.R.P.J e C.S.L.L.
 Lei 8.742 07-12-1993 Dispõe sobre a Organização da
Assistência Social
 Lei Complementar 30-12-1991 Institui a COFINS

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
70
 Constituição Federal 1988 Promulgação da Constituição Federal do
Brasil
 Lei 8.212 24-07-1991 Dispõe sobre a organização da
Seguridade Social
 Lei 6.639 08-05-1979 Altera a lei 91 (28-08-1935)
 Decreto 60.931 04-07-1967 Modifica o decreto 50.517 (02-05-1961)
 Lei 5.172 25-10-1966 Dispõe sobre o Sistema Tributário
Nacional
 Decreto 50.517 02-05-1961 Regulamenta a lei 91 (28-08-1935)
 Lei 91 28-08-1935 Determina regras pelas quais as
sociedades são declaradas de utilidade
pública

BENEFÍCIOS TRIBUTÁRIOS
1. Imunidade
A imunidade é assegurada pela Constituição Federal a determinadas
entidades e impõe vedações ao Poder Público no tocante à cobrança de impostos.
No artigo 150, inciso VI, estabelece as seguintes vedações:
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI – Instituir impostos sobre:
a) ...
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;”

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Conforme o artigo 14, incisos I, II e III, do Código Tributário Nacional, estão
abrangidas pela imunidade as instituições de saúde, previdência e assistência social
propriamente dita, que dispõe:
Art. 14. O disposto na alínea “c” do inciso IV do artigo 9º é subordinado à
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a
título de lucro ou participação no seu resultado;
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos
seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
Na imunidade o fato gerador não ocorre. Qualquer mudança deve ser
precedida de alteração na Constituição Federal.
O anexo III demonstra os tributos alcançados pela imunidade tributária.
De acordo com a Constituição Federal, no artigo 195, § 7, a contribuição da
quota patronal do INSS é considerada como isenção. Entretanto, jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal entende que, por ser tratada na Constituição Federal, é
imunidade e não isenção.

2. Isenção
A isenção é a inexigibilidade temporária do tributo, prevista em lei, mesmo
com a ocorrência do fato gerador e da obrigação tributária. A isenção é temporária,
decorre de uma lei ordinária e o fato gerador ocorre, mas seu crédito é inexigível. A
geração da base de cálculo do imposto acontece, porém, por incentivo do fisco, a
cobrança não é efetuada. Há a renúncia da cobrança.
As isenções podem alcançar todos os tipos de tributos (impostos, taxas e
contribuições de melhorias), bem como cada uma das esferas do Governo que legisla
sobre a isenção dos tributos de sua competência.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Martins entende como abrangidos pela isenção os seguintes tributos: Imposto
de Renda, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, Programa de Integração Social,
Pasep, Cofins, CPMF, IOF, ICMS, ISS, ITBI, IPVA e outras taxas e contribuições.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Relação de Imunidade Tributária

Federal Estadual Municipal

Imposto sobre a Renda e Imposto sobre a Imposto sobre Propriedade

Proventos de Qualquer Circulação de Predial e Territorial Urbana

Natureza (IR) Mercadorias e Serviços (IPTU)

(ICMS)

Imposto sobre Produtos Imposto sobre a Imposto sobre Serviços de

Industrializados (IPI) Propriedade de Veículos Qualquer Natureza (ISS)

Automotores (IPVA)

Imposto Territorial Rural Imposto sobre Imposto sobre

(ITR) Transmissão Causa Transmissão Intervivos de

Mortis ou Doação de Bens Imóveis (ITBI)

Bens e Direitos (ITCD)

Imposto sobre Importação (II)

Imposto sobre Exportação

(IE)

(Fonte: Conselho Federal de Contabilidade. Manual de Procedimentos Contábeis para Fundações e Entidades de
Interesse Social. Brasília. 2ª ed. 2004.)

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
X. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS E SPED (DECLARAÇÕES DIGITAIS)

Apesar de prestarem serviços relevantes à sociedade, essas entidades estão


submetidas a muitas das obrigações acessórias como as demais pessoas jurídicas.
Muitas das vezes, por gozarem de imunidade e isenções, o rigor e controle do
Fisco e Ministério Público é até maior com essas entidades.
Daí surgem algumas dúvidas recorrentes, tais como:
- Minha entidade tem de fazer DCTF?
- Temos de entregar a Escrituração Contábil Digital (ECD)?
- E a Escrituração Contábil Fiscal (ECF)?
Visando auxiliar aqueles envolvidos com as atividades destas entidades, sejam
esses profissionais de contabilidade ou outros envolvidos diretamente com a
administração, elaboramos um pequeno resumo das obrigações acessórias principais
às quais essas entidades estão sujeitas.
Segue abaixo:
ECF - Escrituração Contábil Fiscal

A partir do ano-calendário 2015, todas as pessoas jurídicas imunes ou isentas


estão obrigadas a entregar a ECF.
Pode-se definir a ECF como uma declaração digital integrante do
projeto SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) que veio a substituir a antiga
declaração de rendas da pessoa jurídica (DIPJ) .

Base: Manual da ECF Página 14 - Atualização 12/2016;


Ato Declaratório Executivo COFIS 101/2016;
IN SRF 1.422/2013

ECD - Escrituração Contábil Digital

Mais um obrigação integrante do projeto SPED, a ECD nada mais é que a


escrituração contábil da entidade, que veio a substituir os livros contábeis em formato
físico e seus demonstrativos (Livro Diário, Razão, Notas Explicativas, Balanço,
Demonstrativos de Resultado, Demonstrativo de Fluxo de Caixa entre outros).

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Estão obrigadas a adotar a ECD, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º
de janeiro de 2016:

I - as pessoas jurídicas imunes e isentas obrigadas a manter escrituração contábil, nos


termos da alínea “c” do § 2º do art. 12 e do § 3º do art. 15, ambos da Lei nº 9.532, de 10
de dezembro de 1997, que no ano calendário, ou proporcional ao
período a que se refere:

a) apurarem Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins, Contribuição Previdenciária


incidente sobre a Receita de que tratam os arts.7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de
dezembro de 2011, e a Contribuição incidente sobre a Folha de Salários, cuja soma
seja superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); ou

b) auferirem receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios,


convênios e ingressos assemelhados, cuja soma seja superior a R$ 1.200.000,00 (um
milhão e duzentos mil reais).

Base: Manual da ECD Página 7-Atualização 12/2016


Instrução Normativa RFB no 1.420/2015 art. 3º-A

EFD Contribuições

Declaração digital que engloba as informações de apuração do PIS, da COFINS e


do INSS.
O Manual da EFD Contribuições assim fala sobre a possibilidade de dispensa da
entrega da EFD Contribuições das imunes e isentas:

"as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa


Jurídica (IRPJ) ,cuja soma dos valores
mensais da Contribuição para o PIS/Pasep (sobre a receita), da Cofins e da CPRB seja
igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). As pessoas jurídicas imunes ou isentas
do IRPJ ficarão obrigadas à apresentação da EFD Contribuições a partir do mês em
que o limite fixado no inciso II do caput for ultrapassado, permanecendo sujeitas a essa
obrigação em relação ao(s) mês(es) seguinte(s) do ano-calendário em curso;

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Importante ressaltar que não deve ser considerado no cálculo do limite de R$ 10.000,00
mensais, acima referido, nenhum valor referente ao PIS sobre a Folha. Ou seja, só
devem ser considerados no limite de R$ 10.000,00 mensais, as contribuições
que incidem sobre as receitas, quais sejam: O PIS/Pasep e a Cofins, nos regimes
cumulativos e/ou não cumulativos, e a CPRB."

Base: Guia Prático da EFD Contribuições Atualização: 15/10/2015


IN RFB 1.252/2012 - Artigo 4º, § 3º; Art. 5º II, § 5º

DCTF:

Declaração periódica que consiste basicamente na informação de débitos de


tributos federais apurados e seus respectivos pagamentos e compensações.
As regras de entrega são as mesmas das demais pessoas jurídicas.
Em recente publicação de Solução de Consulta, a Receita Federal assim explica
sobre a obrigatoriedade em relação às entidades imunes e isentas:
"As pessoas jurídicas de direito privado em geral, mesmo que equiparadas, imunes ou
isentas, deverão apresentar, mensalmente, de forma centralizada pela matriz, a
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) .
Essas pessoas jurídicas caso não possuam débitos a declarar e permaneçam nesta
condição durante todo o exercício, a partir do ano-calendário de 2014, inclusive,
somente devem apresentar a DCTF relativa ao mês de janeiro de cada ano. Caso
passem a apurar débitos a declarar tornam-se novamente sujeitas à apresentação
da DCTF mensalmente a partir do mês em que se constatar tal ocorrência.
- Solução de Consulta COSIT nº 111/2017

DIRF

Declaração de impostos retidos na fonte que engloba o IRRF, INSS retido e


contribuições sociais retidas.
Mesmas regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
SEFIP
Declaração periódica que contém basicamente as informações de apuração do INSS e
do FGTS da entidade.
A obrigatoriedade de sua entrega por parte das entidades imunes e isentas segue às
mesmas normas aplicadas às demais pessoas jurídicas.

RAIS

Declaração anual relacionada com as folhas de pagamento das entidades.


Mesmas regras aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

CAGED
Cadastro geral de empregados e desempregados. Declaração periódica que tem de ser
informada nos meses em que a entidade tiver admissões ou demissões.
Se tiver Inscrição Estadual:

A depender do Estado, a entidade poderá estar sujeita:


- EFD ICMS/IPI - Declaração contendo a movimentação mensal e inventário periódico,
relacionada a transações envolvendo mercadorias, inclusive as imunes de tributos
como os livros;
- emissão de NF-e;
- emissão de NFC-e, se for o caso.

Se tiver inscrição municipal e prestar serviços ao público em geral com


cobrança pelos mesmos, poderá estar sujeita:

- Emissão de Nota Fiscal de Serviços;


- Declaração mensal sem movimento, se for o caso;
- Declarar tomada de serviços de prestadores de fora da cidade e reter o ISS, se for o
caso.

Lembrando que se a instituição mantém atividade filantrópica ou de assistência social,


existe a possibilidade de envio periódico de informações para obtenção de certificados
específicos nos diversos entes governamentais.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
Obs.: As informações desse tópico foram retiradas do site www.contabeis.com.br
postadas por Luciano de Abreu Santos em 09/03/2017. O site foi acessado em
20/10/2017.

XI. TÍTULOS E CERTIFICAÇÕES APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR

Título Emissor Instrumentos Legais


1. Utilidade Pública Federal  Presidência da  Lei 91/35
República (ex-officio)  Decreto 50.517/61
 Ministério da Justiça  Decreto 60.931/67
( não ex-officio)  Lei 6.630/79
2. Organizações Sociais  Conselho Nacional de  Lei 9.637/98
Assistência Social
3. Certificado de Entidade  Conselho Nacional de  Lei 8.742/93 – Lei
Beneficente de Assistência Assistência Social Orgânica de
Social Assistência Social
(LOAS)
 Decreto 2.536/98
 Resolução CNAS
177/00
4. OSCIP – Organização da  Ministério da Justiça  Lei 9.790/99
Sociedade Civil de Interesse  Decreto 3.100/99
Público  Portaria MJ 362/99
5. CNAS  Conselho Nacional de  Lei 8.742/93
Assistência Social
6. CNEA  Conselho Nacional do  Resoluções
Meio Ambiente CONAMA 006/89,
022/94 e 234/97

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
XII. CONCLUSÃO

• É importante aumentar a transparência entre a ENTIDADE SEM FINALIDADE


DE LUCROS e o ESTADO. Ressalte-se, entretanto, que em nome do controle,
não se devem criar dificuldades incontornáveis para a execução de programas
essenciais à sociedade.

• “Uma lei passa a existir não quando ela for escrita, mas quando ela for
respeitada.”
(Juan Bautista Alberdi, 1810 – 1884)

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
XIII. EXERCÍCIOS
1. As associações (OSCIP) são pessoas jurídicas formadas pela união de
pessoas, cujo fator preponderante são:
a) as pessoas que as compõem
b) o patrimônio
c) os lucros obtidos
d) a venda de mercadorias

2. Os principais benefícios concedidos às OSCIP são:


a) Imunidade e isenção
b) Exclusão e imunidade
c) Isenção e incentivos
d) Exclusão e incentivos

3. No momento em que a fiscalização verificar que a Entidade não está


atendendo a qualquer requisito legal, a imunidade será:
a) Adiada
b) Eliminada
c) Cancelada
d) Substituída

4.Cite cinco tributos abrangidos pela imunidade.

5. Que principal benefício uma associação qualificada como OSCIP pode


conceder ao doador?

6. Como deve ser registrada uma doação efetuada em dinheiro (sem


restrição)?

7. E no caso de um bem recebido como doação (sem restrição)?

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
8. Quais os quesitos mínimos que deverão constar de uma prestação de
contas?
9. Cite uma situação em que as entidades sem fins lucrativos não estão
isentas do Imposto de Renda?

RESOLUÇÕES DOS EXERCÍCIOS


1. a
2. a
3. c
4. IRPJ, IPI, ICMS, IPTU, ISS
5. Possibilidade de deduzir do cálculo do lucro real e da base de
cálculo da contribuição social sobre o lucro, até o limite de 2%
sobre o lucro operacional, o valor das doações efetuadas.
6. Débito – Caixa
Crédito – Receitas
7. Débito – Imobilizado
Crédito – Doações e subvenções (Receitas)
8. - Relatório de Atividades do período.
- Demonstrações contábeis.
- Informações bancárias (relacionar bancos, tipos de contas, ...).
- Inventário patrimonial (bem, data de aquisição, localização, ...).
- Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa
Jurídica (DIPJ).
- Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
- Parecer do Conselho Fiscal.
- Parecer dos Auditores Independentes.
- Cópias de convênios, contratos e termos de parcerias.
9. Descumprimento da legislação pertinente

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
XIV. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
 ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Manual Prático de Interpretação Contábil da
Lei Societária. 2 ed.Ed.Atlas: SP. 2012.
 BOYNTON, William C., JOHNSON, Raymond N., KELL, Walter G. Auditoria.
Traduzido da 7 edição por José Evaristo dos Santos. 1 ed. Ed.Atlas: SP. 2002.
 BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Resolução 1.409/12 de
21/09/2012. Entidade sem Finalidade de Lucros.
 BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. ITG 2002 de 27/09/2012.
Entidade sem Finalidade de Lucros.
 BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Caderno de Procedimentos
Aplicáveis à Prestação de Contas das Entidades do Terceiro Setor (Fundações).
Brasília, 2011.
 BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Manual de Procedimentos para
o Terceiro Setor: Aspectos de gestão e de Contabilidade para Entidades de
Interesse Social. 1ª ed, Brasília: CFC, 2015.
 BRASIL. FASFIL – Fundações Privadas e Associações sem fins lucrativos. IBGE
. 2016.
 COELHO, Cláudio Ulysses Ferreira. LINS, Luiz dos Santos. Teoria da
Contabilidade – Abordagem Histórica e Gerencial. 1 ed. Ed.Atlas: SP. 2010.
 HENDRIKSEN,Eldon S. e BREDA, Michael F. Van. Teoria da Contabilidade. 5
ed. Ed.Atlas: SP. 1999.
 IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 10 ed. Ed. Atlas: SP. 2010.
 OLAK, Paulo Arnaldo. DIOGO, Toledo do Nascimento. Contabilidade para
Entidades sem Fins Lucrativos (Terceiro Setor). 3 ed. Ed.Atlas: SP. 2010.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
1. QUESTÕES ENFRENTADAS PELA ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS
Essas entidades, na maioria das vezes, e devido a diversas situações (falta de
profissionalismo, objetivos diferentes daqueles referentes à sua criação, ...) se deparam
com questões, tais como:
 Cumprimento de todos os aspectos legais pertinentes;
 Cumprimento de exigências específicas dos órgãos governamentais;
 Estruturação da contabilidade como instrumento de informação;
 Controle de gastos;
 Dificuldades na implantação de instrumentos de controle interno e de
organização;
 Utilização de ferramentas gerenciais no processo de administração do
negócio.

2. ATUAL CENÁRIO DA ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS


• Desvios de recursos e de sua finalidade principal.
• Criação com aspectos políticos e outros.
• Crescimento da quantidade de ONGs.
• Crescimento dos recursos captados.
• Valores relevantes de imunidades e isenções.
• Alta empregabilidade.

3. PRINCIPAIS CAUSAS DO INDEFERIMENTO DAS OSCIPs PELO MINISTÉRIO DA


JUSTIÇA
• Ausência do Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados do
Exercício.
• Ausência da “Declaração de Informações Econômico-Fiscais – DIPJ” (ou Termo
de Compromisso).

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br
• Entendimento do MJ de proibir a participação de servidor público na diretoria da
entidade (Lei 10.539/02 e Lei 8.112/90 – Regime dos Servidores Públicos civis
da União).
• Prestação onerosa de serviços de saúde e educação.
• Outros motivos:
- Cópias não autenticadas de documentos.
- Estatuto desatualizado e com alterações não averbadas.
- Estatuto sem conter cláusula específica sobre remuneração dos diretores.

Rua 1º de março, 33 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Cep: 20010-000


Telefone (21) 221-69544 e 2216-9545 curso@crcrj.org.br - www.crc.org.br

Você também pode gostar