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Noções básicas da lei nº 13.019/14 (marco regulatório das organizações da
sociedade civil)....................................................................................................2

Conceitos da lei nº 13.019/14..............................................................................5

As organizações da sociedade civil....................................................................7

Chamamento Público..........................................................................................9

Formalização e execução de parcerias com o terceiro setor...........................13

ONGs e administrações públicas......................................................................16

Benefícios que a lei gera ao terceiro setor........................................................18

Novos Modelos de Parceria previstos na Lei 13019.........................................20

Regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações


da sociedade civil...............................................................................................24

Referências bibliográficas..................................................................................27

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NOÇÕES BÁSICAS DA LEI Nº 13.019/14 (MARCO REGULATÓRIO DAS
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL)

O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) é uma


agenda política ampla que tem o objetivo de aperfeiçoar o ambiente jurídico e
institucional relacionado às Organizações da Sociedade Civil e suas relações
de parceria com o Estado.

A aprovação da Lei 13.019/2014, conhecida como Marco Regulatório das


Organizações da Sociedade Civil, representa uma grande conquista. Com sua
entrada em vigor em 23 de janeiro de 2016 na União, Estados e Distrito
Federal, e nos Municípios em 1º de janeiro de 2017, passa a ser estabelecido
um novo regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as
organizações por meio de novos instrumentos jurídicos: os termos de Fomento
e de Colaboração, no caso de parcerias com recursos financeiros, e o Acordo
de Cooperação, no caso de parcerias sem recursos financeiros. A nova lei vai
impactar as relações entre poder público e OSCs em todo o País. A sua
implementação estimula a gestão pública democrática nas diferentes esferas
de governo e valoriza as organizações da sociedade civil como parceiras do
Estado na garantia e efetivação de direitos.

As organizações da sociedade civil são entidades privadas sem fins lucrativos,


ou seja, que desenvolvem ações de interesse público e não têm o lucro como
objetivo. Tais organizações atuam na promoção e defesa de direitos e em
atividades nas áreas de direitos humanos, saúde, educação, cultura, ciência e
tecnologia, desenvolvimento agrário, assistência social, moradia, entre outras.

O Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil tem abrangência


nacional. Isso quer dizer que as mesmas regras serão válidas para as
parcerias celebradas entre as OSCs e a administração pública federal,
estadual, distrital e municipal. A partir de sua entrada em vigor, as parcerias
passam a conferir mais segurança jurídica a todos os envolvidos. Isso não
impede que sejam atendidas questões específicas de municípios e estados,
que têm autonomia para estabelecer uma regulamentação própria e, assim,

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atender às necessidades locais de regulamentação, desde que observadas as
normas gerais.

A lei n° 13.019, de 31 de Julho de 2014, conhecida também como Marco


Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, veio para regulamentar o
regime jurídico no que tange as parcerias entre a Administração Pública e
as Organizações da Sociedade civil (OSC).

Objetiva garantir não apenas a promoção, o reconhecimento e a valorização


dos trabalhos desenvolvidos pelas organizações sociais, mas também a
efetividade dos projetos sociais, a inovação das tecnologias sociais, a plena
participação da sociedade civil e a transparência na aplicação dos recursos
públicos.

Antes da lei n° 13.019/14 havia insegurança jurídica nos trâmites entre a


administração pública e as organizações sociais, levando à criminalização das
organizações e dos movimentos sociais.

Estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as


organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a
execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos
de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em
acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de
colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as
Leis nºs 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de
1999. (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

Art. 5º O regime jurídico de que trata esta Lei tem como fundamentos a gestão
pública democrática, a participação social, o fortalecimento da sociedade civil,
a transparência na aplicação dos recursos públicos, os princípios da legalidade,
da legitimidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
economicidade, da eficiência e da eficácia, destinando-se a
assegurar: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

I - o reconhecimento da participação social como direito do cidadão;

II - a solidariedade, a cooperação e o respeito à diversidade para a construção


de valores de cidadania e de inclusão social e produtiva;

III - a promoção do desenvolvimento local, regional e nacional, inclusivo e


sustentável;

IV - o direito à informação, à transparência e ao controle social das ações


públicas;

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V - a integração e a transversalidade dos procedimentos, mecanismos e
instâncias de participação social;

VI - a valorização da diversidade cultural e da educação para a cidadania ativa;

VII - a promoção e a defesa dos direitos humanos;

VIII - a preservação, a conservação e a proteção dos recursos hídricos e do


meio ambiente;

IX - a valorização dos direitos dos povos indígenas e das comunidades


tradicionais;

X - a preservação e a valorização do patrimônio cultural brasileiro, em suas


dimensões material e imaterial.

Art. 7º A União poderá instituir, em coordenação com os Estados, o Distrito


Federal, os Municípios e organizações da sociedade civil, programas de
capacitação voltados a: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

I - administradores públicos, dirigentes e gestores; (Incluído pela Lei nº 13.204,


de 2015)

II - representantes de organizações da sociedade civil; (Incluído pela Lei nº


13.204, de 2015)

III - membros de conselhos de políticas públicas; (Incluído pela Lei nº 13.204,


de 2015)

IV - membros de comissões de seleção; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

V - membros de comissões de monitoramento e avaliação; (Incluído pela Lei nº


13.204, de 2015)

VI - demais agentes públicos e privados envolvidos na celebração e execução


das parcerias disciplinadas nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

Parágrafo único. A participação nos programas previstos no caput não


constituirá condição para o exercício de função envolvida na materialização das
parcerias disciplinadas nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

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CONCEITOS DA LEI Nº 13.019/14

O chamado Terceiro Setor demostra disposição e capacidade para encontrar


as respostas procuradas pela população, tornando-se, assim, muitas vezes
estratégico na construção do País mais eficiente e mais próximo da Justiça
social e solidariedade com os menos favorecidos.

O conceito de Terceiro Setor enraíza-se na sociedade brasileira, alcançando


protagonismo em diversos campos da economia e formando vínculos culturais
com os cidadãos. A ausência ou a presença excessiva do Estado nesta ou
naquela área demanda cada vez mais a participação das organizações da
sociedade civil sem fins lucrativos, cujo foco de interesse é unicamente o bem
comum. Onde se façam presentes, essas instituições costumam trazer
inovação, novos ares enfim, livres de alguns vícios e condutas que tanto têm
atravancado o desenvolvimento brasileiro.

Art. 3º Não se aplicam as exigências desta Lei:

I - às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou


autorizadas pelo Senado Federal naquilo em que as disposições dos tratados,
acordos e convenções internacionais específicas conflitarem com esta Lei,
quando os recursos envolvidos forem integralmente oriundos de fonte externa
de financiamento;

I - às transferências de recursos homologadas pelo Congresso Nacional ou


autorizadas pelo Senado Federal naquilo em que as disposições específicas
dos tratados, acordos e convenções internacionais conflitarem com esta Lei;
(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

II - às transferências voluntárias regidas por lei específica, naquilo em que


houver disposição expressa em contrário;

II - (revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

III - aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, na forma


estabelecida pela Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998.

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III - aos contratos de gestão celebrados com organizações sociais, desde que
cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998 ;
(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

IV - aos convênios e contratos celebrados com entidades filantrópicas e sem


fins lucrativos nos termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal ; (Incluído
pela Lei nº 13.204, de 2015)

V - aos termos de compromisso cultural referidos no § 1º do art. 9º da Lei nº


13.018, de 22 de julho de 2014 ; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

VI - aos termos de parceria celebrados com organizações da sociedade civil de


interesse público, desde que cumpridos os requisitos previstos na Lei nº 9.790,
de 23 de março de 1999 ; (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

VII - às transferências referidas no art. 2º da Lei nº 10.845, de 5 de março de


2004, e nos arts. 5º e 22 da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009 ; (Incluído
pela Lei nº 13.204, de 2015)

VIII - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

IX - aos pagamentos realizados a título de anuidades, contribuições ou taxas


associativas em favor de organismos internacionais ou entidades que sejam
obrigatoriamente constituídas por: (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

a) membros de Poder ou do Ministério Público; (Incluída pela Lei nº 13.204, de


2015)

b) dirigentes de órgão ou de entidade da administração pública; (Incluída pela


Lei nº 13.204, de 2015)

c) pessoas jurídicas de direito público interno; (Incluída pela Lei nº 13.204, de


2015)

d) pessoas jurídicas integrantes da administração pública; (Incluída pela Lei nº


13.204, de 2015)

X - às parcerias entre a administração pública e os serviços sociais autônomos.


(Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

A lei n° 13.019, de 31 de Julho de 2014, conhecida também como Marco


Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, veio para regulamentar o
regime jurídico no que tange as parcerias entre a Administração Pública e as
Organizações da Sociedade civil (OSC).

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AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

As OSCs tratam dos mais diversos temas e interesses, com variadas formas de
atuação, financiamento e mobilização. Em resumo, é uma instituição que
desenvolve projetos sociais com finalidade pública e na prática significa a
mesma coisa que Organização Não Governamental (ONG).

Organizações da Sociedade Civil (OSC) são entidades de direito privado e fins


públicos, elencadas na lei federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014, que foi
posteriormente alterada pela lei federal nº 13.204, de 14 de dezembro de 2015.

Organização da sociedade civil: (definição segundo lei federal nº 13.204, de 14


de dezembro de 2015):

a) entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios
ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros
eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos,
dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu
patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique
integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou
por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva;

b) as sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro


de 1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade
pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza
e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e
capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência
técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de
projetos de interesse público e de cunho social.

c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de


interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins
exclusivamente religiosos.

Em seu uso mais tradicional, sociedade civil é parte de um binômio e faz


contraponto com o Estado. Corresponde à população de cidadãos, ou esfera
privada, e abrange suas variadas formas de organização e expressão com ou
sem fins lucrativos, podendo ser legalmente constituídas ou espontâneas e
informais. O conceito ganhou conotação política peculiar na América Latina,

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dos anos 70 para cá.1 Tornou-se típica da região a expressão sociedade civil
organizada, referindo-se ao fenômeno de participação crescente dos cidadãos
em assuntos antes exclusivos à esfera pública, na defesa da justiça social e na
promoção de causas de interesse geral. Junto com a nova expressão,
disseminou-se o uso de organizações da sociedade civil OSCs2 para referir-se
aos atores coletivos que expressam um sem-número de causas e interesses
difusos da população, frequentemente vinculados ao exercício mesmo da
cidadania (Landim, Fernandes, 1988; Landim, 1993; Fernandes, 1994;
Garrison, 2000).

Numa acepção mais contemporânea, portanto, sociedade civil organizada e


OSCs confundem-se para designar o multifacetado universo das organizações
constituídas livremente por cidadãos que atuam diante da carência de produtos
e serviços que o Estado não atende de modo satisfatório e o mercado não tem
interesse de atender. Pertencem a esse universo as organizações de base
(grassroots) ou entidades comunitárias, voltadas para a promoção do
desenvolvimento local e liderança de lutas populares; as organizações
intermediárias de assessoria e pesquisa (think tanks) ou de defesa e promoção
de direitos (advocacy); as fundações que realizam programas de interesse
social (operadoras) ou financiam projetos sociais realizados por terceiros
(grantmakers); e as antigas entidades assistenciais, de atendimento direto a
populações carentes, que praticam a filantropia em sentido estrito.

No Brasil, desde a conferência mundial da Organização das Nações Unidas


ONU , no Rio, conhecida como Eco-92, a imprensa assimilou o termo
organizações não governamentais ONGs3 e passou a empregá-lo como
sinônimo de entidades sem fins lucrativos. Ocorre que na América Latina é
frequente identificar como ONG uma classe especial de entidades que se
dedica ao desenvolvimento participativo e sustentável e à construção e defesa
de direitos. Seja no México, Costa Rica ou Colômbia, seja no Brasil, onde
existe a Associação Brasileira de ONGs, essas organizações têm gênese
própria e não se confundem com entidades comunitárias e de auto-ajuda, com
centros de pesquisa, fundações e entidades filantrópicas de corte tradicional.

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CHAMAMENTO PÚBLICO

É um procedimento feito pela administração pública para executar atividades


ou projetos que tenham interesse público. Esta parceria é celebrada por meio
de termos de colaboração, fomento ou acordos de cooperação.

Normalmente, a ideia de chamamento público compreende todo um gênero de


iniciativas da Administração Pública para dar publicidade à sua intenção de
dialogar com atores privados a respeito de uma determinada questão que
tenha relevância pública. Essa questão costuma estar relacionada a demandas
do órgão por fornecimentos ou serviços cuja especificidade justifique um
estudo prévio.

Em outras palavras, a Administração Pública, por meio de um edital de


chamamento público, reconhece os limites do seu conhecimento sobre
determinado assunto ou segmento econômico, e se mostra publicamente
disposta a ouvir o mercado, antes mesmo de iniciar o procedimento licitatório.

X - comissão de seleção: órgão colegiado destinado a processar e julgar


chamamentos públicos, constituído por ato publicado em meio oficial de
comunicação, assegurada a participação de pelo menos um servidor ocupante
de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da
administração pública; (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

XI - comissão de monitoramento e avaliação: órgão colegiado destinado a


monitorar e avaliar as parcerias celebradas com organizações da sociedade
civil mediante termo de colaboração ou termo de fomento, constituído por ato
publicado em meio oficial de comunicação, assegurada a participação de pelo
menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do
quadro de pessoal da administração pública; (Redação dada pela Lei nº
13.204, de 2015)

XII - chamamento público: procedimento destinado a selecionar organização da


sociedade civil para firmar parceria por meio de termo de colaboração ou de
fomento, no qual se garanta a observância dos princípios da isonomia, da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos;

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XIII - bens remanescentes: os de natureza permanente adquiridos com
recursos financeiros envolvidos na parceria, necessários à consecução do
objeto, mas que a ele não se incorporam; (Redação dada pela Lei nº 13.204,
de 2015)

XIV - prestação de contas: procedimento em que se analisa e se avalia a


execução da parceria, pelo qual seja possível verificar o cumprimento do objeto
da parceria e o alcance das metas e dos resultados previstos, compreendendo
duas fases: (Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

a) apresentação das contas, de responsabilidade da organização da sociedade


civil;

b) análise e manifestação conclusiva das contas, de responsabilidade da


administração pública, sem prejuízo da atuação dos órgãos de controle;

§ 4º Os procedimentos e prazos para verificação de impedimentos técnicos nas


emendas parlamentares de que trata o §3º serão definidos em ato do Ministro
de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.

§ 5º O chamamento público poderá ser dispensado ou será considerado


inexigível nas hipóteses previstas nos art. 30 e art. 31 da Lei nº 13.019, de
2014 , mediante decisão fundamentada do administrador público federal, nos
termos do art. 32 da referida Lei.

Art. 9º O edital de chamamento público especificará, no mínimo:

I - a programação orçamentária;

II - o objeto da parceria com indicação da política, do plano, do programa ou da


ação correspondente;

III - a data, o prazo, as condições, o local e a forma de apresentação das


propostas;

IV - as condições para interposição de recurso administrativo no âmbito do


processo de seleção;

V - o valor de referência para a realização do objeto, no termo de colaboração,


ou o teto, no termo de fomento;

VI - a previsão de contrapartida em bens e serviços, se for o caso, observado o


disposto no art. 12;

VII - a minuta do instrumento de parceria;

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VIII - as medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida e idosos, de acordo com as características do objeto da parceria; e

IX - as datas e os critérios de seleção e julgamento das propostas, inclusive no


que se refere à metodologia de pontuação e ao peso atribuído a cada um dos
critérios estabelecidos, se for o caso.

§ 1º N os casos das parcerias com vigência plurianual ou firmadas em


exercício financeiro seguinte ao da seleção, o órgão ou a entidade pública
federal indicará a previsão dos créditos necessários para garantir a execução
das parcerias nos orçamentos dos exercícios seguintes.

§ 2 º Os critérios de julgamento de que trata o inciso IX do caput deverão


abranger, no mínimo, o grau de adequação da proposta:

I - aos objetivos da política, do plano, do programa ou da ação em que se


insere a parceria; e

II - ao valor de referência ou teto constante do edital.

§ 3º Os critérios de julgamento não poderão se restringir ao valor apresentado


para a proposta, observado o disposto no § 5º do art. 27 da Lei nº 13.019, de
2014 .

§ 4º Para celebração de parcerias, poderão ser privilegiados critérios de


julgamento como inovação e criatividade, conforme previsão no edital.

§ 5º O edital não exigirá, como condição para a celebração da parceria, que as


organizações da sociedade civil possuam certificação ou titulação concedida
pelo Estado, exceto quando a exigência decorrer de previsão na legislação
específica da política setorial.

Art. 15. O processo de seleção abrangerá a avaliação das propostas, a


divulgação e a homologação dos resultados.

Art. 16. A avaliação das propostas terá caráter eliminatório e classificatório.

§ 1º As propostas serão classificadas de acordo com os critérios de julgamento


estabelecidos no edital.

§ 2º Será eliminada a organização da sociedade civil cuja proposta esteja em


desacordo com os termos do edital ou que não contenha as seguintes
informações:

I - a descrição da realidade objeto da parceria e o nexo com a atividade ou o


projeto proposto;

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II - as ações a serem executadas, as metas a serem atingidas e os indicadores
que aferirão o cumprimento das metas;

III - os prazos para a execução das ações e para o cumprimento das metas; e

IV - o valor global.

Importante: Legislação relacionada

Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014: estabelece as normas gerais para as


parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade civil.

Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016: regulamenta as regras e


procedimentos das parcerias entre a administração pública federal e as
organizações da sociedade civil.

O chamamento público é o procedimento que os órgãos públicos devem utilizar


para firmar parcerias com Organizações da Sociedade Civil – OSC. Portanto,
sempre que a Administração quiser firmar uma parceria com uma OSC, deverá
realizar um chamamento público.

O chamamento público é basicamente voltado a selecionar as melhores


propostas (garantindo o menor preço), com ampla divulgação, igualdade dos
interessados e lisura ao processo de contratação direta por dispensa
de licitação.

A Lei 8.666/93 e a Lei 10.520/06 trazem as modalidades de licitação:


concorrência, tomada de preços, carta convite, leilão, concurso e pregão.

O chamamento público possui uma legislação própria, a Lei 13.019/14.

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FORMALIZAÇÃO E EXECUÇÃO DE PARCERIAS COM O

TERCEIRO SETOR

São elementos dos Termos de Colaboração ou Fomento o preâmbulo, as


cláusulas, as assinaturas e os respectivos anexos. O preâmbulo deverá
especificar:

I - numeração sequencial;

II - nome e CNPJ do órgão interveniente municipal e da Entidade parceira, que


estejam celebrando o respectivo instrumento;

III - nome, endereço, carteira de identidade e CPF do titular do órgão municipal


e do representante legal da Organização;

IV - sujeição da Organização às normas legais que regem a matéria.

A Organização parceira deverá divulgar, em seu sítio na internet, caso


mantenha, e em locais visíveis de suas sedes sociais e dos estabelecimentos
em que exerça suas ações, detalhes de todas as parcerias celebradas com o
poder público, fazendo constar, no mínimo:

I - data de assinatura e identificação do instrumento de parceria da


Administração Pública;

II - nome da Organização da Sociedade Civil e seu número de inscrição no


Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ da Secretaria da Receita
Federal do Brasil - RFB;

III - descrição do objeto da parceria;

IV - valor total da parceria e valores liberados;

V - situação da prestação de contas da parceria, a qual deverá constar a data


prevista para a sua apresentação, a data em que foi apresentada, o prazo para
a sua análise e o resultado conclusivo.

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Quando a Organização parceira tiver que utilizar recursos próprios, estes
deverão ser depositados na conta bancária específica da parceria, a título de
antecipação, para quando da chegada dos recursos da respectiva parceria,
esses sejam ressarcidos no seu exato valor, devidamente justificado.

As despesas previstas no Plano de Trabalho realizadas com recursos próprios


da Organização, na ausência de saldo na conta corrente da parceria, poderão
ser reembolsadas através de um cheque único, no valor total das despesas,
dentro do mês de competência e emitido em nome da Organização parceira, a
título de reembolso.

Além disto, caso haja necessidade de manter algum saldo de recursos na


conta corrente da parceira para se evitar o encerramento da mesma, a
Organização deverá fazer uso de recursos próprios efetuando um depósito no
valor necessário, devidamente justificado, até que os recursos decorrentes da
próxima parcela sejam creditados.

As organizações do terceiro setor (voluntárias e sem fins lucrativos) têm


deixado de ser um fenômeno residual e constituem, atualmente, uma força
social. Durante as últimas décadas, cresceram quantitativa e qualitativamente,
aumentando igualmente o número de voluntários e desenvolvendo-se de forma
inegável seu reconhecimento e protagonismo social.

O terceiro setor, de acordo com Montaño (2010), se refere a um fenômeno real


inserido na reestruturação do capital, pautado nos princípios de um novo
padrão (nova modalidade, fundamento e responsabilidade) para a função social
de reposta às sequelas da questão social, seguindo os valores da
solidariedade voluntária e local, da autoajuda e da ajuda mútua.

A própria caracterização do terceiro setor – composto por ONGs (de diversas


áreas e propósitos), instituições religiosas, entidades de “filantropia
empresarial” (como as fundações Roberto Marinho, Bradesco, entre outras),
movimentos políticos (como Mães da Praça de Maio, Amnesty International),
atividades de solidariedade individual, movimentos sociais de identidades
(como movimentos feminista, gay, etc.) – conduz a uma conceituação
supraclassista. (MONTAÑO, 2010, p. 147)

De acordo com a Lei nº 13.019/14, que estabelece o regime jurídico das


parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil,
em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de
interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de
projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos
de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; define
diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com

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organizações da sociedade civil as parcerias entre a Administração Pública e o
terceiro setor são possíveis através da celebração de cinco tipos de contratos:

a) Convênios, quando se trata de parcerias que prevejam a participação do


terceiro setor em serviços públicos de saúde, nos termos da Lei nº 8.666/93
(que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública) e do
Decreto nº 6.170/07 (que trata das normas relativas às transferências de
recursos da União mediante convênios e contratos de repasse);

b) Termos de parceria para a realização de atividades determinadas na Lei nº


9.790/99, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria;

c) Contratos de Gestão, para prestação de serviços definidos na Lei nº


9.637/98 (ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e
preservação do meio ambiente, cultura e saúde);

d) Termos de Fomento e de Colaboração, para a realização de atividades que


contemples finalidades de interesse público, envolvendo o repasse de recursos
financeiros, conformadas à Lei nº 13.019/14;

e) Acordos de Cooperação ou de Fomento, em atividades que visem os


objetivos de interesse público e recíproco, que não envolvam o repasse de
recursos financeiros, nos termos da Lei nº 13.019/14.

As parcerias público-privadas, dentre os contratos firmados com a


Administração Pública, tal como se conhece atualmente, são fruto da iniciativa
do Reino Unido, na década de noventa, de um mecanismo pelo qual os
recursos privados fossem dirigidos para construir e operacionalizar serviços
públicos, responsabilizando-se o Estado por sua remuneração direta, sendo os
riscos divididos igualmente entre os investidores e o Estado.

Este mecanismo jurídico vem sendo adotado, normalmente, para construir,


manter ou reformular tecnologicamente diversos âmbitos da infraestrutura
econômica e social, desde a construção de estradas e escolas até a
operacionalização de presídios.

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ONGS E ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS

No Brasil, as organizações formadoras do terceiro setor são ONGS -


organizações não governamentais, entidades de interesse social sem fins
lucrativos, como associações e fundações de direito privado que possuem
autonomia e administração própria com objetivo de atendimento de alguma
necessidade social ou defesa de interesses difusos.

Por isso, o terceiro setor composto de associações e fundações que geram


bens e serviços públicos, mas tudo sem fins lucrativos, que suprem as falhas e
omissões do Estado. Logo, é uma junção de setor público e privado, onde
utiliza-se primordialmente dinheiro privado em atividades com fins públicos.
Importante ressaltar que, independentemente disso, o Estado/Poder Público
não fica limitado a destinar verbas para o Terceiro Setor, afinal o intuito deste é
justamente a solidariedade social.

Os serviços arrolados na Lei 9637/98 em seu artigo 1º são os que concedem a


qualificação do ente como Organização Social, habilitando-o, portanto, a
realizar tais atividades mediante o fomento estatal. Tais atividades podem ser
de cunho cultural, ambiental, entre outros.

As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público são pessoas jurídicas


de direito privado, sem fins lucrativos, criada por particulares em que prestam
serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e fiscalização pelo
Poder Público, com vínculo jurídico através de termo de parceria.

O Terceiro Setor é constituído de organizações sem fins lucrativos, atuando


nas lacunas deixadas pelos setores públicos e privados, buscando o bem-estar
social da população. No caso, o Terceiro Setor é formado por atividades que
não são nem públicas e nem privadas, mas formado por entidades privadas da
sociedade civil que exercem atividades de interesse público sem finalidade
lucrativa.

O terceiro setor é também formado por entidades paraestatais e tem regime


predominantemente de Direito Privado. A Administração Pública acaba por
incentivar o desenvolvimento das atividades do terceiro setor em razão de seu
alcance social, enquadrando-se em função de fomento.

16
Nesse sentido temos que a sociedade organizada acaba por instituir os setores
de atuação ou em colaboração com as atividades estatais, sendo constituídas
pelo setor do Estado (1º setor), o mercado (2º setor) e as organizações não
governamentais, tais como Organizações Sociais – OS e Organizações da
Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP (3º setor).

A terminologia Administração Direta e Indireta possui definição no Decreto-Lei


nº200/67, nos termos de seu art. 4º, incisos I e II:

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na


estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de


entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Empresas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas.

Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta


vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua
principal atividade.

A Administração Pública indireta ou Descentralizada é composta por pessoas


jurídicas que possuem autonomia e podem ser regidas por regras do direito
público ou do direito privado.

Importante alteração para as pessoas jurídicas regidas por regras de direito


privado foi a publicação da Lei 13.303/16, considerado o estatuto das estatais,
pois disciplina o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa
pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade
econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de
prestação de serviços públicos” (art. 1º, caput).

17
BENEFÍCIOS QUE A LEI GERA AO TERCEIRO SETOR

Exemplo de Benefícios sociais do Terceiro Setor = Projetos de leis, como a


criminalização da homofobia e do feminicídio são criados para defender
minorias que lideram os índices de mortes no Brasil e no mundo.

O Terceiro Setor é amplo na sua atuação e benefícios sociais para a


população. Ele passa a existir a partir da falta de ações da esfera pública para
resolver problemas sociais.

Geralmente são financiadas por empresas particulares. São instituições com a


responsabilidade de arrecadar e financiar fundos para o Terceiro Setor.
Costumam ser criadas por bancos e grandes empresas que investem no seu
perfil social.

Atuam em ações filantrópicas de diversos campos. Com ações, reparam


problemas sociais, como fome, pobreza, situações de emergência – no período
de chuvas, por exemplo, quando um grande acidente ou algum fato inesperado
ocorre.

Contribuem com a distribuição de recursos de doações para uma ou mais


entidades sociais, com o objetivo de solucionar um problema.

Empresas que vivem de doações ou de renda própria que é revertida em ações


sociais.

As Organizações Não Governamentais, popularmente conhecidas como ONGs,


buscam reivindicar direitos e defender opiniões. Trabalham, principalmente, em
cima de questões pouco exploradas pelo governo.

A solidariedade fundamenta o terceiro setor, em razão dos dois sentidos


extraídos dos ideais solidários. No sentido vertical, a sociedade civil, pautada
nos preceitos fraternos e solidários, se organiza para alcançar os direitos
sociais, na medida em que a ela também pertence a responsabilidade de
garantir o interesse público, ao lado do Estado. No sentido horizontal, o Estado
por ter o dever de tutela dos direitos sociais e por objetivar a construção da
sociedade solidária cria mecanismos para que ela promova voluntariamente as
ações sociais, ao passo que amplia a sua função de prestar os serviços
públicos, dispondo leis que introduzem vínculos de colaboração entre o Poder
Público e a sociedade civil para a realização das necessidades coletivas.
18
O estabelecimento de vínculos entre o Estado e o terceiro setor e a própria
atuação voluntária da sociedade civil se alicerçam ainda no princípio da
subsidiariedade. O princípio da subsidiariedade traduz a complementariedade
ao reconhecer a coexistência do Poder Público e da sociedade como
prestadores dos direitos sociais, de modo que se complementam, nos termos
da lei, em todos os domínios. Com o reconhecimento, o Estado é capaz de
identificar pontos de interlocução em que a sociedade civil exerça com eficácia
certa competência e em nível inferior e local em relação à Administração
Pública, outorgando a ela a possibilidade de distribuir as competências que lhe
são atribuídas pela lei para que possa maximizar sua função administrativa e
atingir a todos os indivíduos singularmente.

As áreas de atuação solidária entre o Estado e a sociedade civil e de atuação


estatal subsidiária estão definidas no Título VIII da Constituição de 1988 que
dispõe sobre a ordem social e revela o protagonismo das organizações da
sociedade civil nos segmentos que lhe são próprios que são: saúde (CF, art.
198, III c/c art. 199, caput e § 1º), assistência social (CF, art. 204, II), educação
(CF, art. 205, caput), cultura (CF, art. 215, § 1º), desporto e lazer (CF, art. 217),
ciência e tecnologia (CF, art. 218), meio ambiente (CF, art. 225), família,
criança, adolescente, jovem e idoso (CF, art. 227, § 1º), índios (CF, arts. 231 e
232).

Os conceitos jurídicos contidos no art. 84-B, III da Lei n. 13.019/14, que


necessitam ser definidos para o objeto deste estudo são: i) prêmios; ii) sorteios,
iii) vale-brindes, iv) concursos, e; v) operações assemelhadas.

No entanto, conferir à interpretação constitucional do termo sorteios limitação


relativa à preponderância da sorte dos jogadores ao processo de obtenção do
resultado seria restringir a competência da União.

O concurso, por exemplo, quase sempre ocorre sem que o fator preponderante
seja a sorte.

O conceito não estaria, por isso, enquadrado no gênero constitucional sorteios.

Essa não me parece a exegese do dispositivo constitucional.

O benefício tratado acima pode ser concedido a todas as entidades privadas


sem fins lucrativos, sociedades cooperativas e organizações religiosas, desde
que apresentem em seus objetivos sociais, pelo menos, uma das finalidades
previstas no artigo 84-C da Lei nº 13.019/14.

19
NOVOS MODELOS DE PARCERIA PREVISTOS NA LEI 13019

A lei n° 13.019, de 31 de Julho de 2014, conhecida também como Marco


Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, veio para regulamentar o
regime jurídico no que tange as parcerias entre a Administração Pública e as
Organizações da Sociedade civil (OSC).

Art. 7º A União, em coordenação com os Estados, Distrito Federal, Municípios


e organizações da sociedade civil, instituirá programas de capacitação para
gestores, representantes de organizações da sociedade civil e conselheiros
dos conselhos de políticas públicas, não constituindo a participação nos
referidos programas condição para o exercício da função.

Art. 8º Ao decidir sobre a celebração de parcerias previstas nesta Lei, o


administrador público considerará, obrigatoriamente, a capacidade operacional
do órgão ou entidade da administração pública para instituir processos
seletivos, avaliará as propostas de parceria com o rigor técnico necessário,
fiscalizará a execução em tempo hábil e de modo eficaz e apreciará as
prestações de contas na forma e nos prazos determinados nesta Lei e na
legislação específica.

Parágrafo único. A administração pública adotará as medidas necessárias,


tanto na capacitação de pessoal, quanto no provimento dos recursos materiais
e tecnológicos necessários, para assegurar a capacidade técnica e operacional
de que trata o caput deste artigo.

Art. 9º No início de cada ano civil, a administração pública fará publicar, nos
meios oficiais de divulgação, os valores aprovados na lei orçamentária anual
vigente para execução de programas e ações do plano plurianual em vigor, que
poderão ser executados por meio de parcerias previstas nesta Lei.

Art. 10. A administração pública deverá manter, em seu sítio oficial na internet,
a relação das parcerias celebradas, em ordem alfabética, pelo nome da
organização da sociedade civil, por prazo não inferior a 5 (cinco) anos, contado
da apreciação da prestação de contas final da parceria.

20
Art. 11. A organização da sociedade civil deverá divulgar, em seu sítio na
internet, caso mantenha, e em locais visíveis de suas sedes sociais e dos
estabelecimentos em que exerça suas ações, todas as parcerias celebradas
com o poder público.

Parágrafo único. As informações de que tratam este artigo e o art. 10 deverão


incluir, no mínimo:

I - data de assinatura e identificação do instrumento de parceria e do órgão da


administração pública responsável;

II - nome da organização da sociedade civil e seu número de inscrição no


Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ da Secretaria da Receita
Federal do Brasil - RFB;

III - descrição do objeto da parceria;

IV - valor total da parceria e valores liberados;

V - situação da prestação de contas da parceria, que deverá informar a data


prevista para a sua apresentação, a data em que foi apresentada, o prazo para
a sua análise e o resultado conclusivo.

Art. 12. A administração pública deverá divulgar pela internet os meios para
apresentação de denúncia sobre a aplicação irregular dos recursos
transferidos.

Art. 14. O poder público, na forma de regulamento, divulgará, nos meios públicos de
comunicação por radiodifusão de sons e de sons e imagens, campanhas publicitárias e
programações desenvolvidas por organizações da sociedade civil, no âmbito das
parcerias com a administração pública, com previsão de recursos tecnológicos e
linguagem adequados à garantia de acessibilidade por pessoas com deficiência.

Art. 18. É instituído o Procedimento de Manifestação de Interesse Social como


instrumento por meio do qual as organizações da sociedade civil, movimentos sociais e
cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público para que este avalie a
possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de
parceria.

Art. 19. A proposta a ser encaminhada à administração pública deverá atender


aos seguintes requisitos:

21
I - identificação do subscritor da proposta;

II - indicação do interesse público envolvido;

III - diagnóstico da realidade que se quer modificar, aprimorar ou desenvolver


e, quando possível, indicação da viabilidade, dos custos, dos benefícios e dos
prazos de execução da ação pretendida.

Art. 22. Deverá constar do plano de trabalho, sem prejuízo da modalidade de


parceria adotada:

I - diagnóstico da realidade que será objeto das atividades da parceria,


devendo ser demonstrado o nexo entre essa realidade e as atividades ou
metas a serem atingidas;

II - descrição pormenorizada de metas quantitativas e mensuráveis a serem


atingidas e de atividades a serem executadas, devendo estar claro, preciso e
detalhado o que se pretende realizar ou obter, bem como quais serão os meios
utilizados para tanto;

III - prazo para a execução das atividades e o cumprimento das metas;

IV - definição dos indicadores, qualitativos e quantitativos, a serem utilizados


para a aferição do cumprimento das metas;

V - elementos que demonstrem a compatibilidade dos custos com os preços


praticados no mercado ou com outras parcerias da mesma natureza, devendo
existir elementos indicativos da mensuração desses custos, tais como:
cotações, tabelas de preços de associações profissionais, publicações
especializadas ou quaisquer outras fontes de informação disponíveis ao
público;

VI - plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pela


administração pública;

VII - estimativa de valores a serem recolhidos para pagamento de encargos


previdenciários e trabalhistas das pessoas envolvidas diretamente na
consecução do objeto, durante o período de vigência proposto;

VIII - valores a serem repassados, mediante cronograma de desembolso


compatível com os gastos das etapas vinculadas às metas do cronograma
físico;

22
IX - modo e periodicidade das prestações de contas, compatíveis com o
período de realização das etapas vinculadas às metas e com o período de
vigência da parceria, não se admitindo periodicidade superior a 1 (um) ano ou
que dificulte a verificação física do cumprimento do objeto;

X - prazos de análise da prestação de contas pela administração pública


responsável pela parceria.

Parágrafo único. Cada ente federado estabelecerá, de acordo com a sua


realidade, o valor máximo que poderá ser repassado em parcela única para a
execução da parceria, o que deverá ser justificado pelo administrador público
no plano de trabalho.

Art. 30. A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento


público:

I - no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação


de atividades de relevante interesse público realizadas no âmbito de parceria já
celebrada, limitada a vigência da nova parceria ao prazo do termo original,
desde que atendida a ordem de classificação do chamamento público,
mantidas e aceitas as mesmas condições oferecidas pela organização da
sociedade civil vencedora do certame;

II - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem pública, para firmar


parceria com organizações da sociedade civil que desenvolvam atividades de
natureza continuada nas áreas de assistência social, saúde ou educação, que
prestem atendimento direto ao público e que tenham certificação de entidade
beneficente de assistência social, nos termos da Lei nº 12.101, de 27 de
novembro de 2009;

III - quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas


ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança;

Nova parceria para alcançar metas globais apoia ação de empresas.

23
REGIME JURÍDICO DAS PARCERIAS ENTRE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E AS
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

Quanto à sua natureza jurídica, o Termo de Parceria é um acordo


administrativo bilateral, já que há um evidente equilíbrio entre as partes, na
medida em que a sua celebração decorre da ingerência moderada do Poder
Público no que tange à vontade da organização privada.

Art. 1 o A ementa da Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014 , passa a vigorar


com a seguinte redação:

“Estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as


organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a
consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a
execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos
de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em
acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de
colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil; e altera as
Leis n º 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.790, de 23 de março de 1999.”

Art. 2º A Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014 , passa a vigorar com as


seguintes alterações:

“Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as parcerias entre a administração
pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação,
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a
execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos
de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em
acordos de cooperação.” (NR)

"Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizações da


sociedade civil deverão ser regidas por normas de organização interna que
prevejam.”

24
O Termo de Parceria é a materialização do vínculo de cooperação entre o
Poder Público e a entidade do Terceiro Setor qualificada como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).

A própria caracterização do terceiro setor – composto por ONGs (de diversas


áreas e propósitos), instituições religiosas, entidades de “filantropia
empresarial” (como as fundações Roberto Marinho, Bradesco, entre outras),
movimentos políticos (como Mães da Praça de Maio, Amnesty International),
atividades de solidariedade individual, movimentos sociais de identidades
(como movimentos feminista, gay, etc.) – conduz a uma conceituação
supraclassista. (MONTAÑO, 2010, p. 147)

Termos de parceria para a realização de atividades determinadas na Lei nº


9.790/99, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria.

As parcerias público-privadas, dentre os contratos firmados com a


Administração Pública, tal como se conhece atualmente, são fruto da iniciativa
do Reino Unido, na década de noventa, de um mecanismo pelo qual os
recursos privados fossem dirigidos para construir e operacionalizar serviços
públicos, responsabilizando-se o Estado por sua remuneração direta, sendo os
riscos divididos igualmente entre os investidores e o Estado.

A legislação, também, não determina que tipo de serviço público pode ser
contratado através desse instrumento, que pode ser adotado quando as
concessões comuns não forem possíveis, por quaisquer entidades da
Administração Direta ou Indireta, especialmente pelas empresas públicas.

Existem também proibições legais em relação a essa espécie de contratação,


notadamente quando o seu objeto seja somente a execução de obras públicas
as quais não envolvam o comprometimento do colaborador em prestar
serviços, a partir da infraestrutura construída, pelo período representado pelo
prazo de cinco anos, no mínimo. (DUARTE e SILVA, 2014)

25
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26
Referências Bibliográficas:

LEI Nº 13.019, DE 31 DE JULHO DE 2014.

Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm

Wikipédia, a enciclopédia livre.Terceiro setor.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Terceiro_setor

Entenda o MROSC: Marco Regulatório das

Organizações da Sociedade Civil: Lei 13.019/2014

Secretaria de Governo da Presidência da República,

Laís de Figueirêdo Lopes, Bianca dos Santos

e Viviane Brochardt – Brasília: Presidência

da República, 2016. 130p.

ISBN

1. Marco Regulatório das Organizações da Sociedade

Civil. 2. Organizações da Sociedade Civil.

Disponível em:

http://antigo.plataformamaisbrasil.gov.br/

JULIANA MEDEIROS. 17 DE MARÇO DE 2020.Lei n° 13.019/2014: Novo


Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil.

Disponível em:

27
https://www.gesuas.com.br/blog/marco-regulatorio-das-organizacoes-da-
sociedade-civil/

LEI Nº 13.019, DE 31 DE JULHO DE 2014.

Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm

GUIA PRÁTICO.Relação entre a Lei nº 13.019/2014 e o Decreto Federal nº


8.726/2016.Uma realização da COMISSÃO ESPECIAL DE DIREITO DO
TERCEIRO SETOR Ordem dos Advogados do Brasil Seção São
Paulo.Outubro 2017.Coordenação Dra. Lúcia Maria Bludeni.

Disponível em:

https://ligasolidaria.org.br/

Artigo 3 da Lei nº 13.019 de 31 de Julho de 2014.Jusbrasil.

Disponível em:

https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27513200/artigo-3-da-lei-n-13019-de-31-
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Wikipédia, a enciclopédia livre.Organização da sociedade civil.

Disponível em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_da_sociedade_civil

ANNA CYNTHIA OLIVEIRA; Consultoria independente para temas de


governança e gestão de organizações da sociedade civil OSCs , parcerias e
responsabilidade social de empresas

SÉRGIO HADDAD; Associação Brasileira de ONGs Abong , Ação Educativa:


Assessoria, Pesquisa e Informação; Programa de Estudos Pós-Graduados em
Educação da PUC-SP

28
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Disponível em:

https://www.scielo.br/

GOVE.Larissa Kozemekin.abril 16, 2021.Chamamento público: um convite


público à contribuição da iniciativa privada.

Disponível em:

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Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8726.htm

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Solicitação,Execução e Prestação de Contas de Parcerias.1ª Edição.Juiz de
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Disponível em:

https://www.tamarthi.com.br/quais-sao-os-beneficios-sociais-prestados-pelo-
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Gustavo Justino de Oliveira. Tomo Direito Administrativo e Constitucional,


Edição 1, Abril de 2017.Terceiro setor e o direito administrativo.

Disponível em:

30
https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/33/edicao-1/terceiro-setor-e-o-
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Paulo Sérgio Furtado Chiabai.04/2019.A promessa ou a distribuição de


prêmios, mediante sorteios, vale-brindes, concursos ou operações
assemelhadas pelas organizações da sociedade civil (OSCs).

Disponível em:

https://jus.com.br/artigos/73376/a-promessa-ou-a-distribuicao-de-premios-
mediante-sorteios-vale-brindes-concursos-ou-operacoes-assemelhadas-pelas-
organizacoes-da-sociedade-civil-oscs

Paulo Chiabai.Jusbrasil.A promessa ou a distribuição de prêmios, mediante


sorteios, vale-brindes, concursos ou operações assemelhadas pelas
Organizações da Sociedade Civil – OSC´s.

Disponível em:

https://pchiabai.jusbrasil.com.br/artigos/707466068/a-promessa-ou-a-
distribuicao-de-premios-mediante-sorteios-vale-brindes-concursos-ou-
operacoes-assemelhadas-pelas-organizacoes-da-sociedade-civil-osc-
s?ref=amp

Câmara dos Deputados.LEI Nº 13.019, DE 31 DE JULHO DE 2014.

Disponível em:

https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2014/lei-13019-31-julho-2014-779123-
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LUCIANO PINTO DE FREITAS.06 mar 2017.O terceiro setor e as parcerias


com a administração pública.

Disponível em:

http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/49660/o-terceiro-setor-e-
as-parcerias-com-a-administracao-publica

31

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