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INTRODUÇÃO

Os antígenos são qualquer substância que provoquem a


resposta imune do organismo, ou seja, que se liguem a moléculas
de anticorpos ou receptores de células T. Em sua superfície, os
antígenos possuem grupos moleculares chamados de epítopos – os
mesmos são reconhecidos pelos linfócitos.

Os anticorpos são glicoproteínas produzidas pelos linfócitos B


amadurecidos (plasmócitos) que atuam no sistema imune. Podem
ser encontrados livres no plasma sanguíneos, linfa, superfícies
mucosas ou como receptores de superfície dos linfócitos B – onde
são responsáveis pela ativação e produção de mais anticorpos
similares.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A interação entre o antígeno e o anticorpo ocorre por meio de


superfícies complementares nas quais existem um epítopo (do
antígeno) e um sítio de ligação do anticorpo (o paratopo). Todas as
regiões hipervariáveis das cadeias pesada e leve participam dessa
interacção.

A relação antígeno anticorpo possui entre si ligações que


envolvem substâncias chamadas de enzimas. Os anticorpos são
glicoproteinas produzidas por células B, funcionando como receptor
para os antígenos, eles protegem através da neutralização e são
impedidos de penetrar nas células e se replicarem.

Já o antígeno é uma substância natural sintética reconhecida


como estranha no sistema imunitário do organismo em que é
introduzida, possuindo uma espécie de identidade e graças a esta
desencadeia-se uma resposta específica.

Mas, ao falarmos da reacção entre antígeno e anticorpos


usados em imunohematologia há extrema necessidade de ter em
conta que na membrana das hemácias encontramos antígenos
específicos que o sistema imunitário reconhece como próprios do
organismo, assim como no plasma encontram-se anticorpos
também reconhecidos como próprios do organismo, porém se estes
estarem em contacto com antígenos ou anticorpos estranhos o
organismo reage desencadeando uma resposta imunológica.

Por exemplo, células vermelhas do sangue de um paciente


podem ser misturadas com um anticorpo dirigido a um antígeno de
grupo sanguíneo para determinar o tipo sanguíneo da pessoa. Em
um segundo exemplo, o soro de um paciente é misturado com
células vermelhas do sangue de um tipo sanguíneo conhecido para
pesquisar pela presença de anticorpos para aquele tipo sanguíneo
no soro do paciente.

Nas reacções antígenos anticorpos “in vitro” ou “in vivo” (no


plasma, líquor, intimidade dos tecidos e pele) ajudam a revelar a
presença do antígeno ou do anticorpo, permitindo assim um
diagnóstico do sistema imunitário controle da evolução e tratamento
das certas doenças (como é caso da reacção de Widal), e permitem
compreender os fenómenos da incompatibilidade, sendo importante
na prática médica de transfusões sanguínea.

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A seguir, um exemplo básico da estrutura de um anticorpo:

Estrutura Básica do Anticorpo

ANTÍGENOS

Tipos de Antígenos

 Antígenos T-independentes: são antígenos que podem estimular


diretamente os linfócitos B a produzirem anticorpos, sem a
necessidade de linfócitos T auxiliares.

Exemplo: Polissacarídeos são antígenos T-independentes.

 Antígenos T-dependentes: são aqueles que não estimulam


diretamente a produção de anticorpos sem a ajuda dos linfócitos T.

Exemplo: Proteínas são antígenos T-dependentes.

Como diferenciar imunógeno, antígeno e hapteno?

Para isto, você deve conhecer as seguintes definições:

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 Imunógeno (antígeno completo): é uma substância capaz de
suscitar resposta imune específica, bem como memória
imunológica;
 Antígeno: é uma substância que reage com os produtos de uma
resposta imune específica;

Lembre-se, todo o imunógeno é um antígeno, mas nem todo o


antígeno é imunógeno. Para isso, o antígeno precisa ser associado
a um imunógeno para desencadear uma resposta imune.

 Hapteno: é uma substância não imunogênica, ou seja, não


desencadeia resposta imune, mas que pode reagir com produtos
de uma resposta imune específica. São moléculas pequenas e
incapazes de suscitar uma resposta imune sozinhas, necessitando
de proteínas. Devem ligar-se quimicamente a portadores proteicos
para suscitar uma resposta em anticorpos.

TIPOS DE REAÇÕES

Entre os antígenos e anticorpo existem vários tipos de


reacções, resultantes da interação entre ambos as quais podemos
descrever:

 Reacção de aglutinação.
 Reacção de precipitação.
 Reacção de fixação.
 Reacção de Neutralização
 Reacção de Hemólise
 Reacção de Imunofluorescência
 Reacção de Imunoelectroforese

Reacção de aglutinação: é o agrupamento de células ou outro


elemento portador de um antígeno, em suspensão em um líquido
quando estão em presença do antígeno correspondente.

No que diz respeito aos anticorpos e antígenos dos grupos


sanguíneos é importante ter em conta que os anticorpos naturais
(ou aglutininas) são elemento presente no soro humano
combinando de várias formas com os antígenos que correspondem
(A,B,AB). Existem dois anticorpos no plasma (Anti-A e Anti-B) e
quando o anticorpo natural encontra antígeno que lhe corresponde

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produz-se uma reacção de aglutinação que imobiliza os glóbulos
vermelhos neste contexto é fácil compreender que existem
fenómeno de incompatibilidade entre os grupos sanguíneos.

No que diz respeito a reacção sorológica de Widal a relação


entre antígeno e anticorpo é ainda útil no diagnóstico da febre
tifóide e paratifóide, empregando-se os reagentes ou antígenos O,
H.

Reacção de precipitação: o antígeno figurado ou em micelas


é “sensibilizado” com polissacarídeos, ácido tânico, benzidina
bisdiazotada, difluordinitrobenzeno, enzimas ou outras substâncias.
Ex. Chagas, Esquistossomose, teste de látex p/ diagnóstico da
gravidez.

A imunoprecipitação em gel nada é mais do que uma


interação de Ag e Ac no interior de um suporte neutro, constituído
por ágar ou ágarose. Esta técnica combina difusão com
precipitação. A difusão dos componentes da reação pode ser
unidirecional ou radical, passiva ou impulsionada por um campo
elétrico. Os componentes da reação são colocados em regiões
opostas, dentro de orifícios previamente preparados, em placa ou
lâmina de ágarose, de forma que eles possam se difundir livremente
um em direção ao outro, formando linha de precipitação, facilmente
visível, quando atingem uma relação ótima de Ag Ac (ponto de
equivalência ).

Reacção de fixação: o antígeno deve possuir bom poder


fixador e não impediente,Soro inativado ( 56ºC - 30 min.)
Complemento (C’) ou alexina - 1ª fase (O complexo Ag-Ac liga com
o complemento) Hemolisina Hemácia de carneiro - 2ª fase Ausência
de hemólise - Reação positiva Presença de hemólise - Reação
negativa.

Reacção de Neutralização: é aplicada principalmente para


diagnóstico de viroses. O antígeno é neutralizado pelo anticorpo,
perdendo seu poder infectante para ovos, para cultura de tecidos e
para animais de laboratório.

 Diagnóstico da Poliomielite
 Diagnóstico da febre amarela

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Reacção de Hemólise: resulta em muitos casos através da
incomparabilidade sanguínea entre indivíduos de Rh diferentes
acontecendo em muitos casos quando há presença de anticorpos
diferentes do antígeno. Desencadeando assim uma anemia
hemolítica, ou também doença hemolítica do recém-nascido.

Uma das causas mais comuns de anemia hemolítica adquirida


é a destruição autoimune de hemácias autoanticorpos dirigidos
contra antígenos nas células vermelhas do paciente. Dois tipos
principais de anticorpos, sendo cada um com características
específicas, são causadores da anemia hemolítica autoimune:

Anticorpos imunoglobulina G (IgG): reagem, geralmente,


contra antígenos de proteína sobre a superfície da hemácias,
reação que ocorre na temperatura corporal. Por essa razão, eles
são chamados de “aglutininas quentes” ou anticorpos quentes,
embora raramente aglutinem hemácias.

Anticorpos imunoglobulina M (IgM): reagem com antígenos


de polissacarídeos na superfície da hemácia apenas a temperaturas
abaixo da temperatura central do corpo. Eles são, portanto,
chamados de “crioaglutininas” ou anticorpos frios; raramente, os
anticorpos IgG têm essas características de reação.

Anticorpos imunoglobulina A (IgA): são muito menos


comuns e de significado desconhecido. Podem produzir anemia
hemolítica por anticorpos quentes ou anticorpos frios.

Esses anticorpos são detectados pelo chamado teste de


Coombs direto; o diagnóstico da presença de anticorpos quentes é
realizado pela detecção de anticorpos na superfície da hemácia ou
as consequências da sua interação com a hemácia.

Reacção de Imunofluorescência: a imunofluorescência tem


sido utilizada com sucesso para investigação de numerosos
problemas imunológicos ( destino do antígeno infectado, localização
e titulação de anticorpos) e virológicos ( localização dos vírus).

Imunofluorescência direita: É o método pelo qual se pode


detectar antígenos figurados através de soro hiperimunes
específicos, conjugados com o isotiocianato de fluoresceína.

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Imunofluorescência indireita: Baseia-se no fato dos
anticorpos serem imunoglobulinas. Um soro anti-globulina ( soro de
Coombs ) reage com as globulinas de uma mesma espécie animal.
Se um soro anti-globulina humana for marcada com fluoresceína,
obtêm-se conjugado útil para evidenciação dos anticorpos em soros
humanos.

Reacção de Imunoelectroforese: é uma técnica que


combina difusão passiva com ativa. Neste tipo de reação a
interação antégono versus anticorpos (Ag X Ac) ocorre quando o
Antígeno é colocado em um orifício no centro da lâmina e
submetido a uma corrente elétrica. Após o fracionamento do
Antígeno de encontro ao Anticorpo, formando linhas de precipitação
no ponto de equivalência.

TESTE DE REACÇÃO ANTIGÉNIO-ANTICORPO

A única forma de se saber se uma reação antígeno-anticorpo


ocorreu é descobrir um jeito de detectar direta ou indiretamente os
complexos formados entre o antígeno e o anticorpo. A facilidade da
escolha sobre qual deles poderá detectar as reações
antígenoanticorpo vai depender de vários factores.

Factores que afectam a medição de reacções antígeno-


anticorpo:

1. Afinidade Quanto maior a afinidade do anticorpo pelo


antígeno, mais estável será a interação. Nesse caso, a facilidade com
que se pode detectar a interação é maior.

2. Avidez: Reacções entre antígenos multivalentes e anticorpos


multivalentes são mais estáveis e portanto mais fáceis de detectar.

3. Razão entre antígeno e anticorpo: A razão entre o antígeno e


o anticorpo influencia a detecção dos complexos antígeno- anticorpo
porque o tamanho dos complexos está relacionado com a
concentração.

4. Forma física do antígeno: A forma física do antígeno


influencia em como se detecta sua reação com um anticorpo antígeno

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é particulado, geralmente se observa a aglutinação do antígeno pelo
anticorpo antígeno.

Os testes utilizados na reacção de antígenos e anticorpo


são:

 Testes de Aglutinação: Quando um antígeno é particulado, a


reação de um anticorpo com o antígeno pode ser detectada pela
aglutinação (agrupamento).

 Hemaglutinação: Os testes de aglutinação só funcionam com


antígenos particulados. Entretanto, é possível se cobrir eritrócitos com
um antígeno solúvel (ex. Antígeno viral, um polissacarídeo ou
hapteno) e usar as células vermelhas sanguéneas cobertas em um
teste de aglutinação com anticorpos.

 Teste de Coombs: Quando anticorpos se ligam a eritrócitos,


eles nem sempre resultam em aglutinação Isso pode se dever à
relação antígeno/anticorpo, em que o antígeno em excesso, o
anticorpo em excesso ou em alguns casos cargas elétricas nas células
vermelhas sanguíneas prejudicam a eficiência.

Elementos que influenciam na reacção

Reacção de aglutinação das hemácias por anticorpos contra


antígenos de superfície do grupo sangüíneo ABO e factor RH,
realizadas em diferentes condições físico-química, onde se observa a
influencia da temperatura, do pH, da concentração dos anticorpos e da
força iónica.

Realizar a tipagem sanguínea da seguinte forma:

 Enumerar 3 tubos de ensaio ( A, B e D )

 Em cada tubo, colocar 1 gota da suspensão de hemácia

 Colocar 1 gota do soro anti-A, anti B e anti-D, nos respectivos


tubos

 Incubar no banho-maria a 37ºC por 5min.

 Observar aglutinação nos tubos agitando suavemente os tubos

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CONCLUSÃO

Contudo após várias pesquisas que o grupo realizou sobre as


reacções entre antigénio e anticorpos chegamos a conclusão que a
relação antígeno anticorpo possui entre si ligações que envolvem
substâncias chamadas de enzimas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lechner K, Jäger U. How I treat autoimmune hemolytic anemias in


adults. Blood 2010; 116:1831.

Crowther M, Chan YL, Garbett IK, et al. Evidence-based focused


review of the treatment of idiopathic warm immune hemolytic anemia in
adults. Blood 2011; 118:4036.

Gehrs BC, Friedberg RC. Autoimmune hemolytic anemia. Am J


Hematol 2002; 69:258.

Reynaud Q, Durieu I, Dutertre M, et al. Efficacy and safety of rituximab


in autoimmune hemolytic anemia: A meta-analysis of 21 studies.
Autoimmun Rev 2015; 14:304.

Zanella A, Barcellini W. Treatment of autoimmune hemolytic anemias.


Haematologica 2014; 99:1547.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ............................................................................. 1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................... 2
ANTÍGENOS ................................................................................ 3
Tipos de Antígenos ....................................................................... 3
Como diferenciar imunógeno, antígeno e hapteno? ..................... 3
TIPOS DE REAÇÕES .................................................................. 4
TESTE DE REACÇÃO ANTIGÉNIO-ANTICORPO ....................... 7
Factores que afectam a medição de reacções antígeno-anticorpo:
..................................................................................................... 7
Elementos que influenciam na reacção ........................................ 8
CONCLUSÃO ............................................................................... 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 10
ÍNDICE ....................................................................................... 11

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