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Mecanismo efetores do

Sistema Imunológico

MAD Aplicados
Prof. Lucas Coutinho, MSc
lucas.coutinho@ecossistemaanima.com.br
Sistema Imunoló gico
Sistema Imunoló gico
Células do Sistema Imunoló gico
• Derivam de células-tronco hematopoiéticas (CTHs) existentes na medula óssea → linhagens
ramificadas;
 Células Mielóides → Fagócitos, DCs, leucócitos;
 Células Linfóides → Linfócitos B (plasmóctitos) e T;
Imunidade Inata (Natural)
• Caracterizado por:
• Primeira linha de defesa do organismo;
• Rápida resposta;
• Independe de estímulo prévio;
• Inespecífica;

• Composta por:
• Barreiras físicas, químicas e biológicas
• Resposta Celular – macrófagos,
neutrófilos, células dendríticas e células Natural
Killer (NK)
• Sistema Complemento
• Moléculas solúveis – citocinas e quimiocinas
Imunidade Inata (Natural)
Imunidade Inata (Natural)
Inflamaçã o
• conjunto de alterações bioquímicas, vasculares e celulares quando há danotecidual ou invasão por
agente patogênico, visando a homeostasia
• Acúmulo e ativação de células
fagocitárias - eliminação de
microrganismos
• Fundamental para o estabelecimento da
imunidade adaptativa:
• Antígenos de microrganismos ou
células apresentadoras de antígenos
são drenados pelos vasos linfáticos até
os linfonodos, onde ocorrerá
reconhecimento por parte dos
linfócitos,essencial para o início da
resposta imune adaptativa
Sistema Complemento
Imunidade Adaptativa (Adquirida)
• Caracterizado por:
• Especificidade e diversidade de
reconhecimento;
• Requer contato prévio com
patógeno;
• Resposta mais demorada;
• Memória imunológica;

• Composta por:
• Linfócitos B → Anticorpos
• Linfócitos T
• Células apresentadoras de antígenos (APC) →
macrófagos, monócitos e células dendríticas
• Moléculas solúveis –> citocinas e quimiocinas
Imunidade Adaptativa – Humoral
Imunidade Adaptativa – Humoral
Imunidade Adaptativa – Celular
Seleção Clonal
• A linhagem germinativa codifica receptores diferentes que reconhecemantígenos diferentes. Nos
orgãos linfoides primários (medula óssea e timo) ocorre seleção e ativação dos linfócitos a partir com
o contato com o antígeno:

• 1 linfócito = 1 único tipo de receptor com uma especificidade única.

• Alta afinidade do antígeno com o receptor leva à ativação do linfócito.

• Células clones efetoras terá receptores com especificidade idêntica ao do linfócito parental

• Estratégica contra autoreconhecimento:


• Linfócitos carregando receptores para moléculas próprias são deletados nos estágios iniciais do
desenvolvimento da célula linfóide e estão, portanto, ausentes no repertório de linfócitos maduros
Seleção Clonal

Cada antígeno (X) seleciona um clone


preexistente de linfócitos específicos e
estimula a proliferação e diferenciação
daquele clone. O diagrama mostra
somente linfócitos B dando origem a
células efetoras secretoras de anticorpos,
mas o mesmo princípio se aplica aos
linfócitos T.
Imunidade aos microrganismos
• O desenvolvimento de uma doença infecciosa → interações complexas entre o
microrganismos e o hospedeiro:
• entrada do microrganismos;
• invasão e colonização de tecidos do hospedeiro;
• evasão da imunidade do hospedeiro;
• lesão tecidual ou comprometimento funcional;

• Microrganismos → estimulam respostas imunes que lesam tanto os tecidos infectados como os
tecidos normais;

• Fatores de virulência determinam e contribuem para a patogenicidade das doenças infecciosas


• Endotoxinas e Exotoxinas
• Cápsula, Flagelo
Imunidade aos microrganismos
• A defesa contra os microrganismos é mediada pelos mecanismos efetores da imunidade inata e
adaptativa

• Cinco categorias principais de microrganismos patogênicos:


• Bactérias extracelulares

• Bactérias intracelulares

• Fungos

• Vírus

• Protozoários / Parasitas multicelulares


Imunidade aos microrganismos

Resposta inata inicial pode


retardar a infecção, mas
muitas vezes não erradica o
microrganismo.

Respostas adaptativas
subsequentes eliminam o
microrganismo e deixam
células de memória que
conferem proteção a partir
de infecção repetida pelo
mesmo microrganismo.
Imunidade aos microrganismos
• O sistema imune responde de maneira especializada e diferenciada aos diversos tipos de
microrganismos, para combater mais efetivamente esses agentes infecciosos.

• Sistema imune adaptativo evoluiu para responder de forma ótima a uma vasta diversidade de
microrganismos;
• Coevolução de microrganismos infecciosos e o sistema imune → batalha constante pela sobrevivência.

• A sobrevida e a patogenicidade dos microrganismos em um hospedeiro


são criticamente influenciadas pela habilidade desses microrganismos de evadir ou resistir aos
mecanismos efetores de imunidade;
• Diferentes subpopulações de células T CD4+ efetoras e a produção de diferentes isotipos
de anticorpos → especialização da imunidade adaptativa;
Imunidade aos microrganismos
• Alguns microrganismos estabelecem infecções latentes,
ou persistentes, em que a resposta imune controla, mas
não elimina o microrganismo.

• Vírus → nas infecções virais latentes, o DNA


viral pode ser integrado ao DNA das células
infectadas, porém nenhum vírus infeccioso é
produzido;

• Bactérias → as infecções bacterianas persistentes,


como a tuberculose, a bactéria pode sobreviver nas
vesículas fagocíticas das células infectadas;
Imunidade aos microrganismos
• A análise das respostas imunes é um ensaio clínico valioso para avaliação das infecções;

• Medida de anticorpos séricos específicos para microrganismos particulares → decisivo para a


detecção de infecções em que o microrganismo não pode ser cultivado ou está presente em tecidos
não facilmente acessíveis:
• vírus da hepatite no fígado;

• Presença de anticorpos imunoglobulina M (IgM) é indicativa de infecção recente, enquanto a


presença apenas de IgG sugere infecção antiga;
• Ensaios para respostas de célula T, como os testes cutâneos para tuberculose
• Teste de liberação de citocina (p. ex.: interferon-γ [IFN-γ]) subsequente à ativação de células
sanguíneas periféricas com antígenos microbianos (também usados para detectar infecção por
Mycobacterium tuberculosis);
Resposta Imune contra Bactérias Extracelulares
•capazes de se replicar fora das células hospedeiras, por exemplo, no sangue e nos tecidos conectivos,
bem como nos espaços teciduais, como lúmens das vias aéreas e do trato gastrintestinal

• induzem inflamação que resulta em destruição tecidual no sítio de infecção;

•produzem toxinas que produzem diversos efeitos patológicos → endotoxinas (LPS), que são
componentes das paredes celulares bacterianas, e exotoxinas, que são secretadas pelas bactérias;

• LPS é ligante do TLR4 (toll like receptor 4) e potente ativador de macrófagos, células dendríticas e células
endoteliais.
Resposta Imune Inata contra Bactérias Extracelulares
• Os principais mecanismos de imunidade inata a bactérias extracelulares são a ativação do complemento, a
fagocitose e a resposta inflamatória.

• Ativação do complemento → peptidoglicanos presentes nas paredes celulares de bactérias Gram- positivas e o
LPS encontrado em bactérias Gram-negativas ativam o complemento → opsonização e a aumentada fagocitose
das bactérias;

• Ativação de fagócitos e inflamação → fagócitos (neutrófilos e macrófagos) usam receptores de superfície,


incluindo receptores de manose e receptores scavenger, para reconhecer bactérias extracelulares e bactérias
opsonizadas com anticorpos e proteínas do complemento, respectivamente.
• Os produtos microbianos ativam receptores do tipo Toll (TLRs, do inglês, Toll-like receptors), além de
diversos sensores presentes em fagócitos e outras células.
• Fagocitose dos microrganismos e estimulação de atividades microbicidas dos fagócitos
• Secreção de citocinas que induzem infiltração de leucócitos em sítios de infecção (inflamação)
→ leucócitos recrutados ingerem e destroem as bactérias.
Resposta Imune Adaptativa contra Bacté rias Extracelulares

• A imunidade humoral constitui uma das principais respostas imunes protetoras contra bactérias
extracelulares, e atua bloqueando a infecção, eliminando os microrganismos e neutralizando suas
toxinas

• Mecanismos efetores dos anticorpos → neutralização, opsonização e fagocitose, e ativação do


complemento (via clássica);

*processo que transforma as moléculas invasoras


Neutralização* → isotipos de alta afinidade IgG, inofensivas;
IgM e IgA; **nesse processo o anticorpo se une ao antígeno e
produz um complexo antígeno-anticorpo, ajudando a
Opsonização** → subclasses IgG1 e IgG3 da IgG; induzir a fagocitose;
***as proteínas são ativadas e causam a ruptura da
Ativação do complemento*** → IgM, IgG1 e IgG3; membrana de organismos invasores.
Resposta Imune Adaptativa contra Bacté rias Extracelulares

• Os antígenos proteicos+ de bactérias


extracelulares também ativam células T
auxiliares CD4 , as quais produzem citocinas
e expressam moléculas de superfície celular
que induzem inflamação local, intensificam
as atividades fagocítica e microbicida de
macrófagos e neutrófilos, e estimulam a
produção de anticorpo;
Resposta Imune contra Bactérias Intracelulares
• Característica das bactérias intracelulares facultativas → habilidade de sobreviver e até replicar dentro
dos fagócitos;

• Resposta imune inata a bactérias intracelulares → mediada por fagócitos e células natural killer
(NK);

• Imunidade celular → recrutamento e ativação de fagócitos mediados pela célula T;


• Inacessíveis aos anticorpos circulantes → eliminação requer os mecanismos de
imunidade mediada por células
Resposta Imune contra Bactérias Intracelulares

• A resposta imune inata a bactérias


intracelulares consiste em fagócitos e
células NK, com as interações entre
ambos mediadas por citocinas (IL-12 e
IFN-γ). A resposta imune adaptativa
típica a esses microrganismos é a
imunidade celular, porém a eliminação
das bactérias requer imunidade
adaptativa;
Resposta Imune contra Bactérias Intracelulares
• Bactérias intracelulares como L.
monocytogenes são fagocitadas por
macrófagos e podem sobreviver em
fagossomos e escapar dentro do
citoplasma.

• As células T CD4+ respondem a antígenos


peptídicos associados ao MHC de classe II
derivados de bactérias intravesiculares. Essas
células T produzem IFN-γ e expressam
ligante de CD40, que ativa macrófagos para
a destruição dos microrganismos no interior
dos fagossomos.

• As células T CD8+ respondem a peptídeos


associados à classe I derivados de antígenos
citosólicos, e matam células infectadas.
Resposta Imune contra Bactérias
Resposta Imune contra Fungos
• Imunidade Inata
• neutrófilos, macrófagos e células linfóides inatas (ILCs - não expressam receptores de
reconhecimento de antígenos adaptativos → ativação e expansão por sinais de citocinas do tecido)
• Macrófagos e células dendríticas percebem os organismos fúngicos através dos TLRs →
liberam citocinas que recrutam e ativam neutrófilos → liberam substâncias
fungicidas, como as espécies reativasde oxigênio e as enzimas lisossômicas, e fagocitam os
fungos para o killing intracelular.

• Imunidade Adaptativa
• As células dendríticas também estimulam a diferenciação de células T CD4+ antígeno fúngico-
específicas naive em células Th17 nos linfonodos, que migram de volta para o sítio de infecção;
• Células T auxiliares 17 (Th17) são um tipo de células T auxiliares pró-inflamatórias definidas pela
sua produção de interleucina 17 (IL-17)
Resposta Imune contra Fungos
Resposta Imune contra Vírus
• Vírus microrganismos intracelulares obrigatórios que usam componentes do ácido nucleico e a
maquinaria de síntese proteica do hospedeiro para se replicar
• Estimulam respostas inflamatórias que causam dano aos tecidos;
• Infecções latentes

• As respostas imunes inata e adaptativa aos vírus são destinadas a bloquear a infecção e a eliminar
células infectadas;

• Imunidade Inata → inibição da infecção por interferons do tipo I e o killing das células
infectadas mediado por células NK
• Imunidade Adaptativa → mediada por anticorpos, os quais bloqueiam a ligação e a entrada do
vírus nas células hospedeiras e/ou por destruição das células infectadas
Resposta Imune contra Vírus

CTL = Linfócito T citotóxico ou Linfócito T Killer


Resposta Imune contra Vírus
Resposta Imune contra Parasitos
• Imunidade Inata
• fagocitose, mas muitos desses parasitas são resistentes ao killing fagocítico e podem até mesmo
se replicar no interior dos macrófagos
• Reconhecimento por TLR

• Imunidade Adaptativa
• variam enormemente quanto às propriedades estruturais e bioquímicas, ciclos de vida e
mecanismos patogênicos → induzam respostas imunes adaptativas distintas
• Imunidade celular → ativação de macrófagos por citocinas derivadas de células Th1

• A defesa contra muitas infecções helmínticas é mediada pela ativação de células Th2, a qual
resulta em produção de anticorpos IgE e ativação de eosinófilos;
Resposta Imune contra Parasitos

Parasitas como protozoários e helmintos originam


infecções crônicas e persistentes, porque a imunidade
inata que os ataca é fraca, e os parasitas desenvolveram
múltiplos mecanismos para evadir e resistir à
imunidade específica. A diversidade estrutural e
antigênica de parasitas patogênicos se reflete na
heterogeneidade das respostas imunes adaptativas
deflagradas por estes parasitas. Os protozoários que
vivem dentro das células hospedeiras são destruídos
pela imunidade mediada por células, enquanto os
helmintos são eliminados por anticorpos IgE e pelo
killing eosinófilo-mediado, bem como por outros
leucócitos. Os parasitas evadem o sistema imune
variando seus antígenos durante a permanência em
hospedeiros vertebrados, por meio da aquisição de
resistência aos mecanismos efetores imunes, e
mascarando e soltando seus antígenos de superfície.
Links ú teis
• Defesas inespecíficas do hospedeiro (UNIVESP)
• https://www.youtube.com/watch?v=l3W2KAJly7Y&list=PLxI8Can9yAHeTZzuVTNYmih1bKdpR9tnx&in
dex=8

• Defesas específicas do hospedeiro (UNIVESP)


• https://www.youtube.com/watch?v=GWdrX2pe2Eg&list=PLxI8Can9yAHeTZzuVTNYmih1bK
dpR9tnx&index=9
Bibliografia

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