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Contabilidade e Análise Financeira

Ana Filipa Alves – 152109086


Rose Azevedo – 152109100
Sruti Gordhandas – 152109105

Universidade Católica Portuguesa - 30 de Outubro 2009


Apresentação do Grupo Mota-Engil

Data de constituição e objecto social da empresa

O Grupo Mota-Engil resultou da fusão entre a Mota & Companhia e a Engil, Sociedade
de Engenharia Civil Lda.
A primeira, Mota & Companhia, foi fundada a 29 de Junho de 1946 por Manuel António
da Mota em Amarante. Em simultâneo criou uma sucursal em Angola onde imediatamente
iniciou e desenvolveu até ao ano de 1974 as suas actividades - primeiro na área de exploração e
transformação de madeiras e, a partir de 1948, na área de Construção e Obras Públicas.
A Engil, Sociedade de Engenharia Civil Lda., foi fundada a 3 de Setembro de 1952 pelo
Engº Fernando José Saraiva e pelo Sr. António Lopes de Almeida. Nos anos que se seguiram
desenvolveu as suas actividades na área de Construção e Obras Públicas, tanto no panorama
nacional como no internacional.
A 23 de Julho de 1999, empresas do universo da família Mota lançam uma Oferta Pública
de Aquisição sobre a totalidade do capital da Engil SGPS de que resultou, já no decorrer de
2000, a formação do Grupo Mota-Engil.
Presente no panorama empresarial há mais de 60 anos, o Grupo Mota-Engil é líder de
mercado em Portugal no sector da construção civil e obras públicas.
O Grupo engloba três grandes Áreas de Negócio – Engenharia e Construção, Ambiente e
Serviços e Concessões de Transportes - marcando presença em 19 países através das suas
sucursais e empresas participadas espalhadas pelo mundo.

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A Mota-Engil SGPS, sociedade holding do Grupo, está cotada no PSI-20, principal índice
da Euronext Lisbon.

Principais Indicadores 2008


Volume de Negócios do Grupo: € 1,87 mil milhões
Resultado Líquido do Grupo: € 30,6 milhões
Carteira de Negócios do Grupo: € 2,6 mil milhões
Volume de Negócios por Segmento Geográfico:
Península Ibérica - 59%
Europa Central - 18%
África & América - 23%

Estrutura accionista

Sector
Enquadramento macroeconómico
Devido a uma crise sem precedentes nos mercados financeiros internacionais, verificou-
se um claro abrandamento da actividade económica à escala global; o ano de 2008 ficou marcado

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por uma inversão na tendência de crescimento económico global que vinha a ser registado até
meados do ano de 2007.
As principais economias desenvolvidas entraram em recessão durante o ano de 2008,
com especial destaque para os EUA e para a Europa, sendo que a actividade económica nestas
regiões já se vinha a deteriorar desde o final de 2006. Como principal razão para essa recessão
temos a “crise do subprime” nos EUA, com origem no mercado imobiliário, que se estendeu ao
sistema financeiro e à actividade económica a nível global provocando uma crise de confiança
generalizada.
O dinamismo que estava a ser fornecido à economia mundial nos últimos anos por alguns
países emergentes asiáticos e africanos abrandou durante o ano de 2008. Particularmente no caso
de Angola, o principal mercado externo de intervenção directa do Grupo Mota-Engil (embora
também se tenha verificado um abrandamento no seu crescimento), este país continuou a revelar
um grande dinamismo da actividade económica, contrariamente a outros mercados como a
Europa e EUA, com taxas de crescimento (estimadas) do PIB de 16% em 2008 e de 13% para
2009 (contra 21% em 2007).
Por seu lado, o Brasil tal como os países da Europa Central e de Leste – mercados onde o
Grupo Mota-Engil também actua – embora tenham verificado taxas de crescimento positivas até
meados de 2008, a partir desta altura começaram também a ser afectados pela crise financeira,
registando um decréscimo significativo nas suas actividades económicas.

Ainda que sem exposição directa ao fenómeno do crédito “subprime”, a economia


portuguesa sofreu, em 2008, os impactos da crise de confiança no sistema financeiro
internacional. Neste contexto, o crescimento anual do PIB desceu de 2,0% em 2007 para 0,5%
em 2008. De facto, a economia portuguesa, face às suas debilidades estruturais e à persistência
de fragilidades que condicionam a produtividade dos factores, ao que se associa a sua forte
integração económica e financeira, terá voltado a registar em 2008 um dos crescimentos mais
baixos entre os países da zona Euro e da União Europeia.
O investimento registou uma contracção de 0,8%, invertendo a evolução favorável
observada em 2007 (+3,1%). Este perfil de evolução traduz o abrandamento generalizado das
suas componentes, com a diminuição do investimento em construção e a forte desaceleração do

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investimento em equipamento, em consonância com a deterioração do clima de confiança das
empresas e com as condições de financiamento mais restritivas.
No contexto das medidas concertadas definidas pelo Conselho Europeu para combate à
crise, Portugal anunciou o reforço do investimento público como medida para relançamento da
economia, representando um estímulo para a economia portuguesa com impacto, em 2009, de
cerca de 2.180 milhões de euros. Entre elas, e com impacto directo para a actividade do Grupo
Mota-Engil, temos o caso do Programa de Modernização do Parque Escolar - Ensino Secundário.
Outra das medidas excepcionais tomadas foi a de tornar mais ágeis e céleres os procedimentos de
contratação pública, designadamente de empreitadas e de concessão de obras públicas, nos
domínios da modernização do parque escolar, da promoção das energias renováveis, da
eficiência energética e das redes de transporte de energia, da modernização da infra-estrutura
tecnológica e da reabilitação urbana.

Características
Segundo estudos da Deloitte, verifica-se que a internacionalização vai continuar a ser a
grande aposta das grandes empresas construção nos próximos dois anos (2009/2010). Ela é
crucial para gerar receitas e aumentar o volume de negócios, assim como para ultrapassar os
constrangimentos da dimensão do mercado nacional, agravada com a actual crise económica.
O continente africano está no topo das preferências como mercado destino da
internacionalização das maiores empresas de construção (representa cerca de 60% do volume de
negócios gerado no exterior), com especial destaque para os PALOP, pela proximidade ao nível
da língua, do direito, da cultura e das relações estabelecidas. Além destes, as maiores empresas
portuguesas de construção consideram como mercados atractivos e de aposta nos próximos dois
anos, o Norte de África e o Leste Europeu.
As construtoras transformaram-se em empresas multi-actividade, com apostas claras nas
concessões e no imobiliário, mas igualmente na indústria e no ambiente. Esta diversificação está
focada na integração de actividades ao longo do ciclo de vida do produto, desde os materiais de
construção até à exploração dos activos edificados. As empresas consideram que esta estratégia
será reforçada no futuro, em particular derivada do modelo de Parcerias Público Privadas (PPP’s)
proposto pelo Estado, onde as empresas de construção são responsáveis desde o financiamento
até à exploração das infra-estruturas.

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Produtos e/ou serviços: características e importância na facturação

O Grupo está organizado em três áreas de negócio principais – Engenharia & Construção,
Ambiente & Serviços e Concessões de transportes –, as quais são coordenadas e apoiadas pela
Mota-Engil SGPS e pela MESP. O segmento “Engenharia & Construção” inclui as actividades
de construção, obras públicas e promoção imobiliária sendo a área de com maior expressão da
empresa. O segmento “Ambiente & Serviços” engloba as empresas de recolha e tratamento de
resíduos sólidos urbanos, as empresas de água e saneamento básico e de operação portuária. O
segmento “Concessões de transportes” inclui as empresas que detêm as concessões de auto-
estradas.
Os valores relativos à Mota-Engil SGPS, à MESP e às sociedades do Grupo da área do
Turismo estão incluídos na linha “Outros, eliminações e intragrupo”, a qual inclui também os
montantes relativos aos fluxos e saldos entre os segmentos de negócio.
As vendas e prestações de serviços, e os resultados operacionais por segmentos primários
podem ser analisados como segue:

A Mota-Engil passou, a partir de 2007, a actuar no sector da Indústria e Energia através


da sua participada MARTIFER, onde detém uma importante posição societária e com quem
mantém uma parceria estratégica, daí os resultados desta sociedade não se reflectirem
directamente nos resultados de Vendas e Prestações de Serviços do Grupo. A actividade de
Concessões de transportes inicia-se em 2007, podendo verificar-se um crescimento no volume de
vendas. Posto isto, observa-se um aumento dos valores relativos às vendas e prestações de
serviço em todos os sectores da empresa. O resultado final cresceu para 1.868.731.191 (2008) de
1.401.899.756 (2007) milhões de Euros.

* As vendas e prestações de serviços efectuadas entre segmentos de negócio estão incluídas na linha “Outros, eliminações e intragrupo” e são
imateriais, refere-se ainda que foram efectuadas a preços semelhantes às praticadas para as vendas a clientes externos.

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A importância de cada sector na facturação do Grupo Mota-Engil pode ser representada
pelos seguintes gráficos:
2008 2007

A actividade do Grupo está internacionalizada, marcando presença na Península Ibérica,


na Europa Central (nomeadamente, Polónia, Hungria, República Checa, Roménia, Eslováquia),
em África (nomeadamente, Angola, Moçambique, Malawi, Benim, Argélia, Cabo Verde e
Chade), na América do Norte (EUA) e na América do Sul (Peru, México e Venezuela). Assim,
definem-se três grandes segmentos geográficos de actuação: Península Ibérica, Europa Central e
África e América.

Evolução da facturação: Análise dos valores absolutos e das taxas de crescimento

Quanto à análise da Demonstração de Resultados, de 2007 para 2008, ela sofreu um


decréscimo de 63%, voltando a valores bastante próximos dos registados no exercício de 2006.
Visto que todos os custos aumentaram, mesmo tendo em conta o aumento de 33% nas vendas e
outras prestações e o melhoramento nos proveitos e ganhos financeiros, o exercício de 2008 da
Mota-Engil terminou com 39.769.683 M€ em caixa. São de referir a desvalorização no ganho de
capital na associada Martifer que também decresceu 97% e o aumento do Imposto sobre o
rendimento em 88%, conforme se pode verificar no Quadro II dos Anexos.

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Concorrentes e quotas de mercado

As construtoras portuguesas estão a perder terreno no ranking europeu, sendo a Mota-


Engil a única construtora portuguesa a figurar na tabela das maiores construtoras europeias (71ª
posição), de acordo com a consultora Deloitte sobre o exercício de 2007 (não estão disponíveis
dados comparativos relativos ao exercício de 2008). A empresa em estudo perdeu doze posições
em dois anos.
No que diz respeito ao ranking nacional, após a Mota-Engil encontra-se, em 2º lugar, a
Somague Engenharia, seguindo-se em 3º lugar a Teixeira Duarte.
Relativamente às quotas de mercado, não foi possível obter a informação para análise.

Principais tipos de clientes e fornecedores

No sector mais relevante para a facturação do Grupo, a construção, o principal cliente é o


Estado. São também mencionados no Relatório e Contas de 2008 outros clientes, embora não
sejam especificados. Quanto aos fornecedores, esta informação não é divulgada pela empresa.

Ao longo dos três anos em análise, verifica-se um incremento contínuo no que concerne
investimentos em imobilizações, demonstrando saúde empresarial do Grupo. As imobilizações
corpóreas estão repartidas entre terrenos, edifícios e máquinas, que representam a maior fatia dos
investimentos. Por seu turno, as imobilizações incorpóreas são constituídas por licenças de
exploração de concessões e por software adquirido.

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Evolução do número de empregados

2008

17.766

17.766

Durante os anos de 2006, 2007 e 2008 podemos observar um incremento no número de


cargos de administração, bem como os empregados e assalariados, crescimento este que é
consistente com a evolução positiva nas actividades e nos respectivos ganhos financeiros do
Grupo Mota-Engil.

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Estratégia

Apesar da conjuntura pouco favorável na economia nacional e da crise no sector da


construção, o Grupo Mota-Engil cresceu acima das restantes empresas do sector, com taxas de
variação significativas. Com estes dados, o Grupo adoptou uma estratégia que tem por base a
diversificação para negócios com margens superiores - como a aposta na mineração e outros
negócios agregados à actual cadeia de valor - e a internacionalização para mercados com
elevados potenciais de crescimento/desenvolvimento.
Apresentamos, por fim, algumas projecções do Grupo até 2013:

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