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Questão aula- Portugal no quadro intencional

A integração europeia e as suas consequências

Política externa portuguesa marcada pela aproximação à Europa


. negociações p/ integração na CEE
. reforço das relações com os EUA- renovação do acordo das Lajes
. participação na NATO
Portugal procura valorizar posição no Atlântico Sul- mediador entre Europa e países de
expressão pt (ligação com países da descolonização)

1977: I Governo Constitucional de Mário Soares solicita pedido de adesão à Comunidade


Europeia

12 junho 1985: assinado o Tratado de Adesão

1 janeiro 1986: Portugal, juntamente com Espanha torna-se membro da CEE

Termina-se a negociação, com efeito, a política externa portuguesa (depois da aprovação da


Constituição de 1976 e da primeira aprovação da constituição 1982) foi dominada por esse
objetivo que possibilitou a Portugal afirmar se como país ocidental, europeu e atlântico.

Motivos da opção europeia:

 Modernizar as estruturas e aumentar a competitividade da economia


 Combater o desemprego e a inflação
 Fazer face à divida pública elevada, à redução das reservas financeiras e à falta de
investimento
 Diminuir o atraso relativamente aos outros países da comunidade
 Garantir o papel de Portugal no sudeste europeu (península ibérica)
 Corresponder às necessidades dos emigrantes portugueses que beneficiaram da
abertura de fronteiras e da liberdade de circulação
 Reforçar internacionalmente a cultura e a língua portuguesa

Em termos políticos:

. Adesão concretiza-se em clima de instabilidade política interna e constituiu a garantia de


consolidação das instituições democráticas- fim da revolução

A situação de isolamento foi atenuada com a integração no projeto europeu- maior


centralidade e proximidade de centros de decisão

Portugal passou a integrar os órgãos europeus através

. eleição de deputados e nomeação de comissários


. rotatividade da presidência

. promoção de iniciativas no quadro das Comunidades e do Parlamento Europeu

Consequências económicas:

A integração europeia permitiu a Portugal beneficiar de condições económicas favoráveis

. Afluxo de capitais (1984) nos países de destino e nos países de origem das remessas dos
emigrantes

Primeiro ano de adesão marcado pela conjuntura favorável

 Queda dos preços do petróleo


 Evolução favorável do dólar
 Descida das taxas de juro internacionais- reequilíbrio financeiro devido ao programa
de estabilização

Assistiu-se ainda ao reforço das relações de pt com os países da Comunidade

. Maior abertura ao mercado internacional

. Facilitou a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais- aumento de exportações

Condições atrativas ao investimento estrangeiro- baixos salários praticados/ situação


geográfica privilegiada/ processo de privatizações iniciado/ mercado bolsista em expansão

1986-1991: análises demonstram a evolução económica; contexto global de desenvolvimento


e modernização impulsionado pelo choque externo de adesão à CE, bem como às suas
insuficiências, desequilíbrios e limitações

Integração exigiu esforço económico pt- modernizar agricultura/ pesca/ indústria


(parcialmente concluído através de fundos)

Transferência de verbas dos fundos comunitário estruturais e de coesão (FEOGA; FEDER;


PEDAP; PEDIP) - permitiram a recuperação do atraso económico do país e a modernização da
economia

Resultados globais positivos

 Abertura comercial e financeira


 Crescimento da produção
 Diminuição do desemprego

Economia conhece um notável desenvolvimento- ultrapassa a média europeia

Movimento à escala nacional contextualiza-se com o processo de globalização das atividades e


dos mercados da tríade EUA-CEE/EU-Japão

Portugal ultrapassa as principais etapas e converge com a Europa no aumento do PIB

A mobilização de fundos comunitários (FSE- Fundo Social Europeu) possibilitou:


. Mobilização da mão de obra- vista à especialização, melhoria da produtividade e de qualidade
de serviços

. Fundos também aplicados num vasto programa de construção de infraestruturas (rede de


autoestradas, pontes, expansão de rede de metropolitano)

NOTA:

Havia dois tipos de fundos: fundos de coesão e fundos estruturais na CE

FE- virados para a economia do país

FC- virados para a sociedade (salários/ ajudas sociais): atribuídos para quem pedir

. No setor terciário assiste-se à expansão e ao desenvolvimento do turismo- importante fonte


de receita

. Implementaram-se algumas reformas do Estado, da administração pública e de combate à


inflação

. Diminuição do desemprego- consequentemente aumento do consumo privado e melhoria do


nível de vida dos cidadãos

. Aumento da dívida pública- inflação diminui significativamente

Conjuntura internacional marcada por dificuldades no início da época de 90: queda do muro
de Berlim/ crise americana que se fez sentir em todas as partes do mundo / assinatura do
tratado de Maastricht

. Sinais de abrandamento fazem-se sentir na Europa- crise atinge Portugal a partir de 1992

. Prosperidade abranda com a descida do PIB

. Exportações declinaram

. Consumo interno caiu

. Investimento estrangeiro e remessas dos emigrantes declinam

. Diminuição das receitas do turismo

Apesar do afluxo de capitais dos fundos os problemas estruturais nos setores chave
permaneceram- perda de competitividade no quadro da economia europeia

Recessão de 1992/1993- desemprego aumenta

1994: Recuperação económica devido a

. Privatizações que permitiram aliviar contas públicas e aumentar receitas

. Desenvolvimento do setor terciário (centros comerciais)

. Diminuição da inflação e das taxas de juros


. Aumento dos salários e consequentemente da procura interna

. Aumento de exportações- crescimento do PIB

Corrida ao desbarato e desequilíbrio da balança comercial

1997: Portugal corresponde as condições de convergência para adoção da moeda única

. Redução das taxas de juro

. Rigoroso planeamento das receitas e das despesas

1 de janeiro 1999: Nova era monetária em Portugal- escudo substituído pelo euro (entra em
circulação em 2002)

Nova fase na economia portuguesa, internacional e europeia: espaço monetário integrado;


políticas monetárias e cambial única.

1995-2000: período de crescimento suportado pelo aumento da despesa pública

(facilidade de transferência de dinheiro no país)

A partir de 2000: Divergência económica face à UE

. Falta de competitividade da economia

. Abertura da economia europeia a outros mercados

2003-2009: década de grandes dificuldades

Motivos

 Estado esquece os pontos chave da economia


 Choques petrolíferos
 Crescimento do terrorismo (influência no turismo)
 Economia norte americana entra em declínio
 UE continua a receber países que necessitam de financiamento

. A caminho de uma resseção mundial

Fatores de endividamento

 Fraca produtividade
 Perda de competitividade
 Mercado interno como suporte do crescimento
 Investimento público em setores não produtivos
 Aumento progressivo do consumo público e privado
 Défice da balança de transações correntes
. Acrescentam-se também erros de gestão de Finanças públicas- economia portuguesa
estagnou

- Aumenta o desemprego

- Queda dos salários

- Resseção do consumo privado

- Capacidade produtiva diminuta (reduzidos índices tecnológicos e de inovação)

- Incapacidade política- carência de reformas estruturais na agricultura e na indústria

- Estado pesado e endividamento geral

- Falta de competitividade- baixo nível de especialização

2003: endividamento particular passa para 110% do rendimento disponível

2004: défice real situou-se acima dos 3% permitidos (4,7-5%)

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