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Ciclos económicos

 2010-2013: A mais longa e severa das crises

Trabalho realizado por:


Dinis Guerreiro Nº. 4
Jorge Marcelino Nº. 6
Lucas Soares Nº. 9
Maria Inês Silva Nº. 14
Tomás Viegas Nº. 20
Turma 12ºF, Ano letivo 2023/2024

Trabalho proposto por:


Professora Cristina Gaspar
- Índice

1. Introdução……………………………………………
…………………….3

2. A crise de 2010-
2013…………………………………….…………….4

2.1. Contextualização e
desencadeamento……………………4
2.2. O papel do
estado……………………………………….
……….4
2.3. As consequências
quantitativas……………………………..5

3. Ciclos
económicos……………………………………………
…………8
4. Conclusão.
…………………………………………………………
……..10

5. Biblio/webgrafia………………….
……………………………………11
- Introdução

Este trabalho, desenvolvido para a disciplina de Economia C, tem como objetivo aprofundar os
conhecimentos acerca dos ciclos de crescimento económico, bem como fortalecer a
capacidade de pesquisa e investigação autónoma dos alunos. Esta temática foi sugerida pela
Professora Cristina Gaspar, alinhando-se com o programa da disciplina. Já o período analisado -
2010 a 2013 -, foi selecionado pelos alunos, dada a curiosidade despertada quanto à gravidade
da crise económica nesse período, sendo considerada a pior na história do país.

A abordagem do trabalho envolverá a análise de diversos subtemas, incluindo:

- Uma contextualização histórica da crise estudada;

- A compreensão dos ciclos económicos, com foco no período específico de 2010-2013;

- As medidas adotadas pelo Estado na regulação e prevenção desta crise;

- A exploração teórica dos ciclos económicos e medidas para os prevenir;

Para realizar este trabalho, foram consultados recursos como o site indicado pela professora, o
manual da disciplina e diversas outras fontes online, todas referenciadas na bibliografia.

O objetivo final é proporcionar uma compreensão mais sólida dos fenómenos económicos,
contribuindo para o desenvolvimento dos conhecimentos teóricos dos alunos e promovendo
as suas habilidades práticas de pesquisa e investigação. O foque prático e objetivo visa
aprofundar o entendimento sobre a economia portuguesa, explorando um período crítico que
deixou marcas significativas em sua história recente.

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- A crise de 2010-2013

 Contextualização e desencadeamento
Nos anos que se seguiram ao abalo global da crise financeira de 2008/2009, Portugal
encontrou-se novamente diante dos desafios econômicos em 2010. Contudo, o que se
desdobrou nos anos subsequentes transcendeu a mera continuação dessa adversidade; foi o
despertar de uma nova crise financeira que moldaria o destino do país até 2013.

O cenário era marcado por uma economia portuguesa fragilizada, recém-saída do impacto
da crise global anterior. A esperança de uma recuperação rápida desaparecia gradualmente,
dando lugar a uma recessão mais profunda e prolongada. O período de 2010 a 2013
testemunhou uma narrativa desafiadora, que ecoava as cicatrizes da crise financeira global de
2008–2009, mas que também se entrelaçava com a complexidade da crise da dívida pública na
Zona Euro que se desencadeou de 2009 a 2010. Os países que tinham recorrido a ajuda
externa na crise anterior (países europeus meridionais, incluindo Portugal e a Irlanda) foram
particularmente afetados nesta, formando uma fronte comum contra as vicissitudes
económicas.

Em 2011, o país estava imerso em todos estes impactos, preparando-se para enfrentar
uma recessão que se revelaria não apenas mais intensa, mas também mais duradoura e
persistente. O choque inicial de 2008/2009 havia sido um prelúdio para uma batalha
económica prolongada, onde as dificuldades pareciam multiplicar-se e as soluções se
tornavam cada vez menos.

Neste período sombrio, Portugal viu a sua resiliência ser testada e, ao mesmo tempo,
emergiu como um exemplo de perseverança diante da adversidade. As dificuldades
enfrentadas moldaram a nação de maneiras inesperadas, incentivando uma reflexão profunda
sobre políticas económicas, estratégias de recuperação e solidariedade europeia, e é
justamente isso que o nosso trabalho vai abordar.

 O papel do estado
Em meio às sombras da crise financeira que assolou Portugal entre 2010 e 2013, um
capítulo crucial desdobrava-se, delineando os contornos de uma nação determinada a
ressurgir. Sob a imposição do programa de ajustamento da troika, o país viu-se compelido a
uma busca tenaz pela estabilidade, com a redução do desequilíbrio das contas públicas
emergindo como um imperativo incontornável.

Durante o período da troika, a nação lusitana encontrou-se imersa em uma jornada


árdua e desafiadora. A obsessão que permeava os corredores do poder e se estendia por todo
o tecido social era clara: a restauração da ordem económica. A redução do desequilíbrio nas
contas públicas tornou-se não apenas uma meta, mas uma missão nacional, exigindo
sacrifícios e inovações em todos os setores da sociedade.

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A troika, composta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu
(BCE) e Comissão Europeia (CE), ditava as regras do jogo, e uma das suas premissas
fundamentais era a transformação da economia portuguesa em uma força mais competitiva.
Era a hora de reposicionar as empresas lusas no tabuleiro global, estimulando um vigor
renovado no comércio exterior para equilibrar as contas do país.

A urgência em tornar a economia mais resiliente e capaz de se afirmar no cenário


internacional impulsionou reformas profundas. Empresas, antes confinadas ao mercado
doméstico, foram desafiadas a explorar novos horizontes, a vender além das fronteiras
nacionais. Uma nova narrativa económica começava a ser escrita, onde a exportação se
tornava não apenas uma estratégia, mas uma peça-chave na busca pelo equilíbrio externo.

Em meio aos desafios, surgiam oportunidades. Empresários, trabalhadores e inovadores


uniram forças, transformando a adversidade em motivação para a mudança. Portugal,
impulsionado pela determinação de suas gentes, começou a trilhar o caminho da reconstrução
económica.

 As consequências quantitativas
- Durante o período crítico da crise financeira em Portugal entre 2010 e 2013, o papel do
Estado foi central na busca pela estabilidade económica. O então ministro das Finanças, Vítor
Gaspar, implementou medidas significativas, incluindo um enorme aumento de impostos, e
cortes orçamentais, resultando na redução do défice em 2012 e 2013.

Gráfico 1

5
- A carga fiscal, influenciada pela recessão em 2011 e 2012, diminuiu temporariamente,
mas em 2013, o mencionado aumento de impostos tornou-se uma realidade, colocando uma
maior pressão sobre os cidadãos para suportar as despesas do Estado.

Gráfico 2

- O salário mínimo, estagnado durante a intervenção da troika, começou a subir


apenas em 2015. Esse período também testemunhou uma reversão do défice da balança
corrente, com cortes salariais e aumentos de impostos, impactando o consumo e
impulsionando as exportações.

Gráfico 3

6
- As consequências da crise e recessão foram profundas. A dívida pública atingiu os
100% do PIB em 2010 e, posteriormente, aumentou para um máximo de 132,9% em 2014,
devido à combinação da queda do PIB e ao aumento da dívida durante o período da troika.

Gráfico 4

- O mercado de trabalho foi duramente afetado, tendo registado uma taxa de


desemprego superior a 15% no auge da crise em 2013. Essas cifras refletem não apenas os
desafios imediatos enfrentados pelo país, mas também destacam a resiliência necessária para
superar as adversidades e iniciar um caminho de recuperação económica nos anos
subsequentes.

Gráfico 5

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- Ciclos económicos

Os ciclos económicos referem-se à flutuação da atividade económica em que a


mesma se traduz num conjunto de flutuações de diversos indicadores, como é que o
caso do produto, emprego e rendimento, que apresentam reflexos nas fases de
expansão (aumento), de recessão (abrandamento do crescimento), e de depressão
(recessão prolongada e grave) de uma determinada economia.
Na luta contra os ciclos económicos acentuados, são utilizadas políticas e
instrumentos para suavizar as suas oscilações, prevenindo desequilíbrios graves e
deste modo procurar um crescimento mais estável. Assim é crucial a intervenção do
Estado neste tipo de situações através da aplicação de medidas que estão
intrinsecamente relacionadas com os ciclos económicos já referidos. Tais como:

 Política Monetária:
Em períodos de recessão é utilizada a política monetária expansionista que se
traduz numa redução das taxas de juros, para que deste modo o acesso ao crédito
fique mais barato e fácil, o que irá resultar numa maior quantia de dinheiro em
circulação no mercado que irá estimular o consumo de modo a estabilizar a economia.
Já em períodos de expansão onde por vezes a inflação poderá verificar valores muito
elevados, irão ser implementadas medidas contracionistas de modo a impedir este
avanço inflacionista.

 Política Fiscal:
Ações do governo em relação aos gastos públicos e à arrecadação de impostos
para estabilizar a economia. Em fase de expansão o governo pode reduzir os gastos
públicos e aumentar impostos para conter a demanda e prevenir o superaquecimento
da economia. Já em casos de recessão o governo geralmente implementa políticas
fiscais expansionistas, que envolve aumentar os gastos públicos e/ou reduzir impostos
para estimular a oferta, impulsionar a atividade econômica e combater o desemprego.

 Políticas de Emprego:
Durante uma recessão, a procura por bens e serviços diminui, o que leva as
empresas a reduzirem a produção e, por consequência, a despedir funcionários. Isto
origina medidas para proteger o emprego e promover a estabilidade social, através de
estímulos fiscais, incentivos aos funcionários e também através do investimento em
programas de especialização e educação para ajudar os trabalhadores a
desenvolverem as habilidades necessárias para se adaptarem a possíveis mudanças do
mercado.

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Os ciclos económicos podem ter uma diversidade de nomenclaturas, de acordo
com a sua duração. Assim sendo, os ciclos económicos podem ser denominados de:

 Onda de Kondratieff, quando a sua duração é entre 40 a 60 anos;

Figura 1

 Ciclos de Kuznets, quando a sua duração é, em média, de 18,3 anos;

Figura 2

 Ciclos de Juglar, quando a sua duração é, em média, de 9,2 anos;

Figura 3

 Ciclos de KItchin, quando a sua duração é de 4 anos;

Figura 4

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- Conclusão

Concluindo, este trabalho revelou-se extraordinariamente produtivo ao proporcionar-


nos a oportunidade de aprofundar um tema que, embora inserido na nossa área de estudo,
carecia da devida profundidade. A investigação empreendida permitiu-nos desvelar os motivos
por trás das sucessivas crises económicas, destacando, em particular, a crise de 2010-2013,
suas ramificações na economia e o impacto no desenvolvimento do país em diversas esferas
sociais. Ao abordarmos as medidas adotadas durante esses períodos, suas consequências a
curto e longo prazo, bem como os indicadores de crises futuras, conseguimos um panorama
abrangente.

O processo de elaboração deste trabalho envolveu uma sequência rigorosa de passos.


Inicialmente, identificamos e definimos os conceitos fundamentais, como ciclo económico,
recessão, depressão, crescimento económico moderno, balança corrente, carga fiscal, entre
outros. Em seguida, embarcamos em uma intensa pesquisa para reunir informações que
fundamentassem de maneira sólida o conteúdo do trabalho.

Como já mencionado, esta jornada proporcionou-nos imensa satisfação, contribuindo


significativamente para o aprofundamento dos nossos conhecimentos sobre o tema em
análise. Expressamos a esperança de que este trabalho não apenas atenda às suas
expectativas, mas também proporcione o mesmo nível de prazer na correção que tivemos na
sua realização. Agradecemos a oportunidade de abordar esta temática de relevância singular e
encerramos este trabalho com a convicção de que contribuímos para uma compreensão mais
ampla e aprofundada dos desafios económicos enfrentados pelo nosso país.

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- Biblio/webgrafia

Gráficos 1,2,3,4 e 5:

https://eco.sapo.pt/2021/04/06/a-economia-portuguesa-antes-durante-e-depois-da-troika-e-
agora-com-a-pandemia/

Ciclos económicos no período de tempo escolhido:

- https://ffms.pt/pt-pt/estudos/2010-2013-mais-longa-e-severa-das-crises

A crise de 2010-2013:

- https://eco.sapo.pt/2021/04/06/a-economia-portuguesa-antes-durante-e-depois-da-troika-
e-agora-com-a-pandemia/

- https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_financeira_em_Portugal_de_2010–2014

A crise da dívida pública da Zone Euro (2009-2010):

- https://pt.wikipedia.org/wiki/Crise_da_dívida_pública_da_Zona_Euro

Teoria de ciclos económicos e figuras 1,2,3 e 4:

- RODRIGUES, Ana Luísa; PAIS, Maria João; GÓIS, Maria Manuela; CABRITO, Belmiro Gil;
Economia C – 12.º Ano (Ciclos económicos; p.54-p.59). Lisboa: LeYa, Texto, 2023.

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