Antecedentes: Portugal embora não tenha participado na 2ª Guerra Mundial
(1939-1945), não deixou de estar envolvido nos movimentos que lhe sucederam no sentido de se criarem na Europa organizações de cooperação entre os vários Estados. A manutenção das suas colónias de Portugal em África, Ásia e Oceânia rapidamente se tornaram num obstáculo a esta cooperação, acabando por isolar progressivamente o país no contexto internacional. A partir dos anos 60 a situação tornou-se insustentável. A manutenção das colónias, com tudo o que elas implicaram, representou um obstáculo brutal ao desenvolvimento numa fase de expansão económica do mundo ocidental.
A Opção Europeia (1974-1985): o derrube da Ditadura, a 25 de abril de 1974,
marcou uma profunda mudança em todo o país, um dos mais pobres em toda a Europa. A longa Guerra Colonial (1961-1974) absorveu a maior parte dos recursos económicos e humanos do país condicionando de forma brutal o seu desenvolvimento. Foi por isso que o fim do Império Colonial (1974/75) só por si implicou uma verdadeira revolução. A economia estava dependente das colónias, o seu fim implicava uma completa reorganização da economia. Muitas das grandes empresas do país encerraram, sectores económicos inteiros entraram em rutura. O desemprego não tardou a subir. O fim das colónias implicou o regresso de cerca de um milhão de pessoas. As Guerras Civis que depois se desencadearam em Angola, Moçambique, Timor e Guiné-Bissau trouxeram para Portugal, até aos anos 90, centenas de milhares de refugiados. A população tornou-se mais heterogénea, contribuindo para agravar os problemas sociais já existentes. O aparelho de Estado, com uma vasta organização para dirigir o Império Colonial, entrou em colapso. Não tardou em ser assaltado por vários grupos profissionais que se apropriaram das suas estruturas para manterem privilégios ou criarem outros. A cultura parasitária, típica do Estado colonial, persistiu embora sob novas formas. A inflação neste período chegou a atingir valores superiores a 30%. O escudo foi desvalorizado várias vezes. As finanças públicas estiveram à beira da bancarrota. Por duas vezes Portugal foi obrigado a negociar um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) (1977 e 1983). A conflitualidade social neste período foi sempre muito intensa. É neste quadro que surge a opção Europeia e em particular o pedido de adesão à CEE (Comunidade Económica Europeia) (1977). Tinha em vista atingir três objetivos: a) evitar o isolamento do país; b) obter apoios externos para consolidar o Regime Democrático; c) conseguir ajudas económicas para relançar a economia e fazer as reformas necessárias no país.
Embora a situação do país fosse pouco favorável, em dez anos de democracia
registaram-se enormes progressos em todos os indicadores sociais e nas infraestruturas. O balanço era francamente positivo.
Adesão à CEE (Comunidade Económica Europeia) (1986-1992): no dia 1 de
janeiro de 1986 Portugal entrava na CEE. A entrada representou uma efetiva abertura económica e um aumento na confiança interna da população. O Estado pouco ou quase nada se reformou, as clientelas do costume continuaram a engordar. Apesar de tudo avançou-se bastante em termos da concretização de muitos direitos sociais (habitação, saúde, educação, etc.). As infraestruturas começaram a renovar-se a um bom ritmo. O crescimento económico atingiu valores surpreendentes.
União Europeia: a CEE, em 1992, dá origem à União Europeia. No horizonte
está agora a criação de uma moeda única, uma política externa comum, e a longo prazo a união política (federação de estados). Portugal acompanha todo o processo. Em 1999 adere ao EURO, que substituiu o escudo no ano seguinte. Este facto que só por si implica outra enorme revolução económica em Portugal: a) passava a existir uma moeda forte; b) os produtos de baixo valor acrescentado (têxteis, calçado, etc.) deixam de ser competitivos; c) o crédito tornou-se mais barato, provocando desde logo o aumentando do consumo e endividamento das famílias; etc. O alargamento da União Europeia fez disparar a concorrência interna, agravada com o impacto da globalização.
Entre os principais objetivos e realizações da União Europeia, destacam-se:
- Criação de políticas comuns na agricultura, na indústria, etc. - Livre circulação de trabalhadores e de mercadorias e criação de uma moeda única: o EURO - Ajuda a países e regiões com dificuldades, atribuindo subsídios - Defesa da liberdade e da Democracia - Criação de uma cidadania europeia: os cidadãos da EU podem viver em qualquer país-membro sem qualquer tipo de limitação - Aplicação de programas de intercâmbio de estudantes (Erasmus) e de geminação de vilas e cidades