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A estagnação do mundo rural

 Estrutura da propriedade apresentava fortes assimetrias (latifúndios no Sul; pequenas


e médias propriedades no Norte e Centro)
 Baixo investimento privado na agricultura
 Fraca produtividade (80% da propriedade produzia menos de 15% do produto agrícola)
 Êxodo para as cidades

Fruto desta situação, cresceu a disparidade entre a produção e o consumo alimentar, uma vez
que era necessário recorrer à importação de produtos alimentares devido à baixa
produtividade do país, o que levou ao défice agrícola.

A Emigração

 Estagnação do mundo rural


 Más condições de vida
 Rendimentos muito reduzidos

A emigração na década de 60 intensificou devido à atração pelos altos salários pagos nos
países desenvolvidos, à busca de melhores condições de vida e à fuga da guerra colonial.

Consequências da emigração:

A emigração teve efeitos duradouros e estruturais na economia e na sociedade portuguesa:

 As remessas dos emigrantes contribuíram para o crescimento do PIB, para o equilíbrio


da balança de pagamentos e para dinamizar o mercado interno;
 Ajustou o mercado de trabalho, permitiu que o desemprego não atingisse níveis tão
elevados;
 Provocou um envelhecimento da população

A Questão colonial

A partir do fim da II Guerra Mundial e após a criação da ONU, Portugal é pressionado


internacionalmente, para conceber a independência às suas colónias. Enquanto as outras
potências europeias descolonizam os seus territórios africanos. Salazar recusa a
descolonização e apresenta Portugal como um país que não é colonialista, mas sim integrador,
multirracional, pluricontinental e que tem a missão de civilizar e desenvolver a suas Províncias
Ultramarinas, das quais os habitantes passavam a ser apresentados como cidadãos
portugueses.

Neste contexto surgem duas teses:

 Tese integracionista: defendia a integração plena e incondicional dos territórios do


ultramar no Estado Português e a manutenção da integridade territorial se necessário
recorrendo à luta armada.
 Tese federalista: advogava a concessão de uma autonomia progressiva às colónias e a
constituição de uma federação de estados que salvaguardasse os interesses
portugueses.
A recusa do governo português em encarar a possibilidade de autonomia das colónias, levou à
formação, nos anos 50 e 60, de vários movimentos de libertação, que acabou por desencadear
a Guerra Colonial.

O início da Guerra colonial em 1961, levou a ONU a condenar o nosso país pelo não
cumprimento continuado dos Princípios da Carta, situação que desprestigiou o país, lhe valeu a
hostilidade internacional e levou à sua exclusão de vários órgãos da ONU.

A primavera Marcelista

Nos primeiros meses o novo governo deu sinais de abertura, através de reformas:

 Abrandamento da ação da PIDE e alteração da sua designação para DGS, como da


censura que passou a chamar-se Exame Prévio
 Autorização do regresso de alguns exilados políticos
 Abertura da economia portuguesa ao investimento estrangeiro, acabando com o
isolamento económico.
 Permitiu maior liberdade à campanha de oposição

Apesar de todas a medidas mais liberais o regime não foi democratizado. O ato eleitoral de
1969 foi uma vez mais fraudulento, só foram eleitos deputados do partido do governo.

A continuidade da Guerra colonial deixou o país debaixo de críticas externas e foi um dos fortes
motivos do fracasso da política marcelista, que apesar introduzir algumas medidas
democráticas ficou muito há quem da mudança desejada.

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