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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ECONÓMIA
MESTRADO EM GESTÃO DE EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

DISSERTAÇÃO

O Impacto Da Crise Económica Em Angola: A Falência Das Micro


Pequenas E Medias Empresas No Município Do Kilamba Kiaxe
Entre 2013/2017

JORGE ANTÓNIO
Orientadora: Glória Maria de Oliveira PhD

LUANDA, SETEMBRO-2023
INTRODUÇÃO

No mundo as crises no campo económico financeiro, têm sido cíclicas


e enfatizando a crise dos anos 30 do século passado denominada a
Grande Depreesão.
Hoje não fogem a regra vivencia-se crise económica e financeira que
teve o seu começo no ano de 2008, a crise económica e financeira
sustenta a palavra recessão ou decadência na vida económica e
financeira dos estados.
Destacando-se alguns elementos:
Falta de liquidez nos mercados, riscos nos investimentos, riscos dos
mercados financeiros, insolvência dos mercados.
Problema

Qual é o impacto da crise económica em Angola para as


micro pequenas e medias empresas no Município do
Kilamba Kiaxe no ano 2013 á 2017?
Hipóteses

H1. A crise económica vivida em Angola não teve um impacto


negativo para as micro e pequenas e médias empresas no
município de Kilamba Kiaxi.

H2. A crise económica vivida em Angola levou a falência muitas


micro-pequenas e Micros empresas no município de Kilamba Kiaxi.
Objectivos da Pesquisa

i. Objectivo Geral
• Analisar o impacto da crise económica em Angola para as micro pequenas
e médias empresas no município do Kilamba Kiaxe no periodo 2013 a
2017.
ii. Objectivos Específicos
• Estudar o impacto da crise na vida das MPME.
• Identificar as tendências dos níveis de crescimento económico de Angola
nos anos em estudo.
• Enumerar algumas medidas económicas tomadas por Países, para reduzir
os efeitos negativos da crise económica.
• Diagnosticar a situação das micros pequenas e médias empresas depois da
Justificativa

Com este estudo, teremos a possibilidade de contribuir no


fornecimento de informações sólidas sobre o impacto da crise económica
no sector empresarial em Angola, especificamente nas MPMP no
Município de Kilamba Kiaxi.
De igual modo, nesta abordagem poderemos apresentar dados
convergentes ou divergentes sobre a crise em Angola; dados reais sobre o
desempenho macro económico de Angola durante o período de 2013 a
2017; a análise dos principais desafios da banca em angola face a crise.
Elementos que poderão despertar aos futuros investigadores, como
oportunidade de pesquisa.
Metodologia

No intuito de levarmos á cabo uma pesquisa mais completa sobre


o fenómeno estudado que constitui o Impacto da Crise Económica
nas Micro e Pequenas Empresas, empregou-se:
Pesquisa Exploratória- permitiu-nos ter uma visão de como seria a
orientação da abordagem sobre a pesquisa, o que facilitou a
pergunta científica.
Pesquisa Descritiva- e como o propósito é a descrição do
fenómeno assim como o desenvolvimento do mesmo. Utilizou-se a
pesquisa quantitativa pelo facto de analisar o tratamento de dados
resultantes dos questionários.
Método Histórico- Lógico- abordagem lógica sequencial dos
antecedentes históricos e reais da Crise Económica no Mundo.

Técnicas Estatísticas- Aplicação de Questionários como forma de


concretização do estudo de caso. O teste Qui-Quadrado com o
auxílio do programa estatístico SPSS para compilação, tratamento e
projecção dos resultados em gráficos e percentagens.
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A
CRISE FINANCEIRA, MICROS E PEQUENAS EMPRESAS
VERSUS METODOLOGIA ADOPTADA
A Crise Económica Internacional de 2008
Segundo (Gillian Tett, 2009), os grandes banco ocidentais jogaram o
mundo numa recessão cujos os prejuízos dos mesmos, levaram ao
reajustamento de seus investimentos para preços de mercado num
montante de US$ 3 trilhões, o equivalente a cerca de um ano de
produção económica do Reino Unido. O Banco de Desenvolvimento
Asiático, por sua vez, estimou que os ativos financeiros em todo o
mundo podem ter sofrido uma queda, até 2009, de mais de US$ 50
trilhões - um número equivalente à produção global anual.
Segundo Costa (2014, p.8), a (Figura 1) mostra o ciclo vicioso com
que as económias se deparam resultantes da crise financeira
internacional: a perda de confiança, os problemas das empresas e a
desvalorização cambial.
Figura 1 - O ciclo vicioso da crise financeira .
Principaís Medidas Tomadas pelos Países
• Implementação de pacote de resgate ao setor bancário, ampliação e
criação de novas linhas de crédito (muitas vezes com juros ou condições
diferenciadas) para bancos de forma directa por parte dos bancos centrais,
agilização das operações de redesconto e aquisição estatal de instituições
financeiras em dificuldade;
• Redução dos compulsórios bancários e recompra de títulos de médio e de
longo prazo emitidos pelos bancos centrais;
• Busca da redução do ritmo da valorização cambial em países em
desenvolvimento, principalmente China, Índia e Brasil;
• Investimentos públicos em infra-estrutura (rodovias, ferrovias, transporte
público), educação, moradia para população de baixa renda, dentre outros;
Tabela 3 - Principais Recomendações Sugeridas pelo FMI

Descrição
1ª Aumentar a cooperação internacional;
2ª Restaurar a confiança no sistema financeiro internacional é a chave para resolver a crise, e para
isso é preciso solucionar os problemas de regulamentação desse sistema;
3ª Resolver com urgência os problemas no balanço das instituições financeiras, incentivando a
capitalização das que são viáveis;
4ª Ajudar, por parte do Estado, as corporações domésticas que não consigam crédito;
5ª Facilitar a política monetária através da redução de taxas, sempre que possível, e da geração de
crédito direto.

Comentários: Fundo Monetário Internacional


Tabela 4 - Principais Recomendações Sugeridas pelo Banco Mundial

Descrição
1ª Gerar grande volume de recursos;
2ª Reduzir os riscos;
3ª Restaurar com urgência a confiança, pois somente assim o sistema financeiro poderá novamente
promover o crescimento;
4ª Restaurar a demanda agregada e aumentar as concessões a países em desenvolvimento como
medidas fundamentais para restaurar níveis de emprego e garantir o progresso dos Objetivos do
Milênio.
5ª Flexibilizar os empréstimos por parte do FMI para a tomada de ações anticíclicas.

Comentários: Fundo Monetário Internacional


Impacto da Crise no Desenvolvimento
As entradas líquidas de capitais privados nas econômias em
desenvolvimento diminuíram mais de 50% durante 2008, baixando do
nível máximo de mil milhões de dólares, em 2007, para menos de 500
000 dólares. Espera-se outra queda importante de 50%, em 2009.
Caracterização da Economia de Angola
A economia nacional reveste-se de muitas fraquezas e desequilíbrios
estruturais. A ilustração mais evidente desta afirmação está no facto de,
depois da tempestade petrolífera de 2008/2009 reduziu o preço do barril
para a casa dos 45 dólares e da recuperação quase imediata (2010) para
níveis semelhantes aos anteriores, Angola nunca mais atingiu os padrões
de crescimento do PIB registados até 2008 (11,2% neste ano).
Definição e Classificação das Micro e Pequenas Empresas

Grandes empresas
Figura 3 - Classificação das empresas, quanto a sua
Médias Figura 2 - Maximiano, (2011, p.86) dimensão.
pequena

Micro

Fonte: adaptada Maximiano (2011, p.86). Fonte: Adaptada a Lima Neto (2009, p.88)

• Empresas Privadas
• Empresas Públicas
• Empresas de Económia Mista ou Comparticipada
• Empresas Cooperativas
Segundo Maximiano, (2011, p.85), a classificação das empresas segundo sector
denomina-se da seguinte forma:
• Comercial – Nesse setor se encaixa todas as empresas que comercializam algum tipo de
produto. Ex: Uma loja de roupas.
• Industrial – Está integrada todas as empresas que fabricam determinado produto. Ex:
Uma indústria de artigos de plástico.
• Prestação de Serviços – São as empresas que apenas oferecem algum serviço para a
população. Ex: Clínica médica, Universidade.
• Rural – Esse sector está incluído apenas as empresas que atuam na zona rural. Ex:
Plantação de laranjas.
Figura 4 - Empresas Industriais
O Impacto das MPME

Figura 5 - Novo Paradigma competitivo

Fonte: adaptada a Ferraz, (1995 p.33).


CAPÍTULO II – O IMPACTO DO SECTOR EMPRESARIAL
ANGOLANO NO CRESCIMENTO ECONÓMICO
Em Angola, as Micro, Pequenas e Medias Empresas constituem formas
de sociedades em nome coletivo ou sociedade por cotas (artigo 3.º, n.º 1,
do Regulamento da Lei n.º 30/11, de 13 de Setembro, das Micro,
Pequenas e Médias Empresas). Por sua vez, as sociedades unipessoais
são equiparadas, pelo artigo 6º n.º 3, do Ofício Circular n.º
4268/GMJDH/2013, de 29 de Agosto de 2013, aos micro, pequenos e
médios empreendedores, seguindo o enquadramento por categoria e a
tipologia definida no artigo 5.º da Lei das Micro, Pequenas e Médias
Empresas e no artigo 4.º do Regulamento da Lei n.º 30/11, de 13 de
Setembro, das Micro, Pequenas e Médias Empresas.
Adopção do Plano de Ressurgimento Industrial em
Angola
Figura 6 - Constituição das MPME em Angola Figura 7 - Crescimento médio positivo.

Fonte: Adaptada a Lei das Micro, Fonte: adaptada ao plano do Ministério da Indústria
Pequenas e Médias Empresas
CAPÍTULO III – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO.
Sítuação Geográfica do Município do Kilamba Kiaxe
Kilamba Kiaxi constitui um dos nove (9) Municípios da Província de
Luanda, Capital de Angola.
• Caracterização
• Diversificação das Fontes
• Amostragem (81 empreendedores)
• Formas de Recolha dos Dados
• Métodos de Análise dos Resultados
• Caracterização da amostra
Tabela 40- Resumo dos Teste das Hipóteses.
Hipóteses Teste Qui-quadrado Decisão
Q1- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,483˃ 0,05 Não rejeitar
variáveis independentes
Q2- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,408˃ 0,05 Não rejeitar
variáveis independentes
Q3- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,285˃ 0,05 Não rejeitar
variáveis independentes
Q4- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,255˃ 0,05. Não rejeitar
variáveis independentes
Q5- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,692˃ 0,05 Não rejeitar
variáveis independentes
Q6- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,541˃ 0,05 Não rejeitar
variáveis independentes
Q7- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,132˃ 0,05 Não rejeitar
variáveis independentes
Q8- As respostas dadas pelos inquiridos e género são Sig = 0,348˃ 0,05 Não rejeitar
variáveis independentes
Q9- As respostas dadas pelos inquiridos e género são
variáveis independentes
Q9-a) Sig = 0,124˃ 0,05 Não rejeitar
Sig = 0,242˃ 0,05 Não rejeitar
Q9-b)
Sig = 0,819˃ 0,05 Não rejeitar
Q9-c)

Fonte: Elaboração própria, 2020.


CONCLUSÕES

A economia mundial em geral e angolana em particular sofreram, os


efeitos da crise económica e financeira global, iniciada em 2008, tendo estas
afectado todos os agentes económicos (estados, famílias , empresas e resto
do mundo).
Não obstante a crise económica ter afectado significativamente a falência
das micros pequenas e médias empresas no Municpio do Kilamba Kiaxi,
fruto de muitas ainda estarem com portas fechadas, e outras na redução das
vendas, redução nos lucros e nos recursos humanos. E que muitas dessas
não suportaram o declíneo ou encerramento de muitas delas durante o
periodo em análise 2013/2017.
As MPME, tiveram um impacto muito importante no aumento do PIBnp
uma vez que o preço do barril de petróleo no mercado internacional registou
uma decadência, deixando de liderar a posição de maior contribuinte para
OGE nos periodos 2013/2017.
RECOMENDAÇÕES
• Quanto aos Investigadores:
-Reconhecendo toda limitação que enfrentamos no que se refere, a
aquisição de dados, assim como, a extensão do número da população e
conseqüente a amostra, a nossa pesquisa torna-se inacabada.
- Sugerimos aos investigadores que se debrucem sobre o tema,
aprofundando-o mais em particular na

• Quanto as Políticas Governamentais:


-Implementar novas políticas para as micro pequenas e médias empresas no
município.
-Facilitar a legalização de pequenas iniciativas empreendedoras no
Municipio.
- Melhorar as vias de acesso, isto é, as principais, secundarias e terciarias.
-Melhorar a fiscalização.
-Abertura de Financiamento para os empreendedores em Angola, em

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