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Introdução à contabilidade
A contabilidade é uma linguagem utilizada no mundo dos negócios. Desde que estes existem,
existe a necessidade da mesma, sendo aperfeiçoada consoante o estado de desenvolvimento da
humanidade e do mundo dos negócios. Surgiu da necessidade sentida pelo homem de contornar
as limitações de memoria e ter sempre presente as variações sucessivas de determinadas
grandezas, mediante um processo de classificação e registo dos factos respeitantes à sua
atividade económica.
Os processos utilizados eram inicialmente muito simples, mas foram generalizando-se e
refinando-se ao longo do tempo e nos dias de hoje os mesmos processos têm o nome de sistema
contabilístico. Este é constituído por um conjunto de processos e procedimentos que
proporcionam informação sobre as grandezas que se pretendem observar e as variações que
nelas podem ocorrem.
Atividade económica/ciclo de operações:
Pagamentos
Produtos acabados
Trabalhadores
Matérias primas
Empréstimos
Recebimentos
Desenvolvimento da atividade
económica (capta os factos
económicos)
Registo da atividade
económica (processa os factos
económicos)
Produção e divulgação de
informação (comunica, ao
exterior, a informação)
A contabilidade é então:
Um sistema de informação;
Um poderoso instrumento de gestão;
Um apoio à gestão futura (exercício do controlo).
Funções da contabilidade:
o Registo: regista os factos patrimoniais efetuados pelas empresas;
o Controlo: possibilita o controlo e o acompanhamento das atividades das organizações;
o Avaliação: permite a avaliação ou mensuração dos bens produzidos ou armazenados;
o Análise: analisa os resultados obtidos, como foram obtidos, como e porque é que estes se
desviaram do que tinha sido previamente estabelecido;
o Previsão: ajuda a gestão na sua função do planeamento, ao fornecer os elementos
necessários a esta.
Qual o objetivo da contabilidade?
Fornecer informações úteis, credíveis e tempestivas aos seus múltiplos utilizadores, que possuem
objetivos divergentes, e até antagónicos, e com necessidades distintas.
…para isso:
Tem de ser relevante, compreensível, fiável e comparável;
É necessário que utilize um conjunto de princípios, processos e regras conhecidas, aceites
e iguais.
Conceitos fundamentais
Conceito de património
Qualquer entidade necessita, para exercer a sua atividade, de um certo conjunto de elementos
como: máquinas, edifícios, mercadorias, dinheiro, ferramentas, etc.
O conjunto de valores utilizados pela entidade na sua atividade económica fazem parte então do
seu património.
A entidade estabelece relações com terceiros no desenvolvimento da sua atividade, que
originarão um conjunto de direitos e de obrigações: dividas a receber e dividas a pagar (valores
integrantes do património).
Seja qual for a sua natureza, todos os elementos patrimoniais têm caráter pecuniário (suscetível
de representação monetária, isto é, exprimir-se em €).
Aspeto qualitativo: componentes
Aspeto quantitativo: expressão monetária
Qualitivamente, o património é analisado pela natureza dos seus elementos (valores em caixa,
valores a receber e a pagar, máquinas, existências, etc.).
Quantitivamente, refere-se à expressão dos componentes patrimoniais em termos de valores
económicos ou monetários.
Composição e valor de património
O património pode também ser encarado como conjunto de bens, direitos e obrigações.
Elementos positivos/ativo:
Bens
Direitos
Elementos negativos/passivo:
Obrigações (dívidas)
Bens: são valores que a empresa tem a receber de terceiros ou valores de propriedade que se
encontram em posse de terceiros, decorrentes ou não da sua atividade principal.
Direitos: são coisas úteis, suscetíveis de avaliação económica e que estejam à disposição de uma
entidade para prossecução dos seus fins: tangíveis ou intangíveis.
Obrigações: são valores a pagar que resultam de dividas ou compromissos de qualquer natureza,
assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontrem em posse da entidade,
sobre os quais esta possui uma responsabilidade, quer pela devolução (empréstimo), quer pela
indeminização ou pelo pagamento.
PATRIMÓNIO
BENS OBRIGAÇÕES
+
DIREITOS
PATRIMÓNIO
ATIVO PASSIVO
Conceito de balanço
É a expressão da relação existente entre o ativo, o passivo e o capital próprio. É o quadro dos
componentes do ativo, do passivo e do capital próprio, o mapa sintético da situação patrimonial
da empresa em dado momento da sua existência.
BALANÇO
ATIVO: conjunto de bens e direitos CAPITAL PROPRIO: riqueza da entidade
que uma entidade detém para PASSIVO: conjunto de obrigações
desenvolver a sua atividade
Decomposição do balanço
Ativo não corrente:
Ativos fixos tangíveis
Ativos fixos intangíveis
Investimentos financeiros
Ativo corrente:
Inventários
Dividas a receber e contas a pagar
Meios financeiros líquidos
Passivo não corrente:
Dividas a pagar (MLP)
Passivo corrente:
Dividas a pagar (CP)
Capital Próprio
Inicial
Adquirido
Do exercício
Variações patrimoniais
Uma vez iniciada a atividade da empresa, o seu património começa logo a modificar-se, ou seja,
o património é dinâmico.
Os valores patrimoniais estão sujeitos a constantes e sucessivas variações, quer positivas
(aumentos), quer negativas (diminuições).
Essas variações são resultantes de operações correntes (compras, vendas, pagamentos etc.) ou
de acontecimentos independentes da vontade do empresário (incêndios, roubos, etc.).
Assim em consequência das operações comerciais que vão sendo efetuadas (ou de outros
eventos), o património sofrerá muitas variações, as quais a contabilidade tem por missão registar.
Os factos patrimoniais estão associados a tudo aquilo que implique variações na composição ou
no valor do património.
Facto patrimonial: qualquer operação ou acontecimento que imprime
qualquer variaçáo na composição e/ou no valor do património
Noção de Conta
Uma conta é um conjunto de elementos patrimoniais agrupados e classificados, segundo a sua
natureza e função, com as mesmas características e expressas na mesma unidade de valor.
No registo das operações que ocorrem em cada organização é necessário movimentar contas
através de um quadro de contas racionalmente classificadas, ordenadas e codificadas. No caso
português. Atualmente, esse quadro de contas é o código de contas do SNC.
Conta – Classes
1. Meios Financeiros Líquidos
2. Contas a receber e a pagar
3. Inventários e Ativos Biológicos
4. Investimentos
5. Capital, Reservas e Resultados transitados
6. Gastos
7. Rendimentos
8. Resultados
Conta – Elementos constitutivos
Título: Palavra (ou palavras) por que se designa a conta. É uma expressão que dever revelar
imediatamente a natureza dos elementos que a compõem, e tem como finalidade identificar a
conta e distingui-la de todas as outras.
Compreensão (ou conteúdo): Conjunto das características comuns a todos os elementos contidos
ou agrupados na conta.
Valor: Expresso em unidades monetárias. É um elemento variável da conta, dado que os
elementos patrimoniais estão sujeitos a variações constantes em resultado das operações que se
vão verificando. ´
Conta – Requisitos
Homogeneidade: Uma conta só deve conter os elementos que obedeçam à característica comum
que a define;
Integralidade: Uma conta deve conter todos os elementos que possuem a característica comum
por ela definida.
Conta – classificação
Contas coletivas: Complexas ou gerais (sintéticas); encontram-se subdivididas noutras contas.
Contas divisionárias: Simples ou elementares (analíticas): contas que são subdivisões de outras.
Nota: A soma dos valores das contas divisionárias é igual ao valor da conta coletiva respetiva.
Contas do Balanço
Contas de Ativo: Representam e medem os elementos do património que constituem bens e
direitos da empresa;
Contas de Passivo: Representam e medem os elementos patrimoniais que representam recursos
alheios à empresa (as obrigações que a empresa contraiu com terceiros);
Contas de Capital Próprio: Representam e medem a participação dos proprietários ou
proprietários da empresa no seu financiamento;
Contas Mistas: Contas que podem figurar, simultaneamente, nos dois membros do Balanço: ativo
e passivo.
Contas de Demonstração dos Resultados
Contas de Rendimentos (classe 7): Representam as variações patrimoniais modificativas
positivas;
Contas de Gastos (classe 6): Representam as variações patrimoniais modificativas negativas.
Ordenação da DR
Gastos Rendimentos
Ordem crescente das contas 6x Ordem crescente das contas 7x
Partidas dobradas
A partida dobrada representa um registo que representa ‘’algo que vai, simultaneamente a outro
algo que vem’’, portanto, são lançamentos de debito e crédito, de igual valor.
Todo o débito numa conta dá lugar a um crédito noutra(s) conta(s), de igual valor (e vice-versa).
Isto significa que todo o facto patrimonial dá origem a registo em duas ou mais contas.
Método Digráfico
São sempre movimentadas, pelo menos, duas contas;
Se efetuarmos um debito em uma ou mais contas, devemos efetuar um crédito de valor
equivalente em uma ou mais contas;
Não há débito sem o correspondente crédito;
Soma dos débitos sempre igual à soma dos créditos;
Soma dos saldos devedores igual à soma dos saldos credores.
Movimentação de Contas
Regras de movimentação
Contas do Ativo:
o Debitadas pelo valor inicial e pelos aumentos;
o Creditadas pelas diminuições.
Contas do passivo e Capital Próprio:
o Creditadas pelo valor inicial e pelos aumentos;
o Debitadas pelas diminuições.
Conceito de lançamento
Relevação patrimonial: tornar saliente ou fazer sobressair.
Facto contabilístico: Todo o facto que provoque variação de duas ou mais contas integrantes do
balanço (do património).
Os factos contabilísticos devem ser:
Contabilizados (contabilizar determinado facto consiste em determinar quais as contas
cuja extensão variou em virtude desse facto e registar essas variações nos respetivos
quadros gráficos);
Escrituração: Registo dos factos contabilísticos. É efetuada através dos lançamentos e tem por
objetivo: Traduzir convenientemente as transações em débitos e créditos e identificar as contas
cuja extensão aumenta ou diminui, a fim de permitir: o conhecimento da situação patrimonial
(balanço) e o conhecimento dos resultados (DR).
Lançamento: é a prática da escrituração; é a notação ou registo de qualquer facto patrimonial nos
suportes de registo contabilístico.
Classificação de lançamentos:
Lançamentos de abertura;
Lançamentos correntes;
Lançamentos de estorno;
Lançamentos de regularização;
Lançamentos de transferência ou apuramento de resultados;
Lançamentos de encerramento;
Lançamentos de reabertura.
O diário e o razão
O diário e o razão são suportes de registo contabilístico.
Sequencia na contabilização dos factos patrimoniais
Diário: Serve para registar cronologicamente, dia a dia, em assento separado, cada um dos atos
que modifiquem ou venham a modificar o património da entidade;
Razão: Serve para escriturar de uma fora sistemática o movimento de todas as operações do
Diário, ordenadas a debito e a crédito, em relação a cada uma das respetivas contas. Assim,
conhece-se o estado e situação de qualquer delas, sem necessidade de recorrer ao exame de
todos os lançamentos do Diário.
O razão deverá conter tudo quanto contém o diário, porém distribuídos por contas (cada uma
referente à sua especialidade) e mostrando os mesmos factos, assentados no diário,
classificados pela sua diferente natureza.
É representado da seguinte forma:
a) Dia
b) Mês
c) Valor
Balancetes
Através de um balancete verifica-se a situação da empresa visto efetuar uma recapitulação geral
das contas. O balancete é um resumo do razão.
Exemplo:
ARTIGO 9.º
Microentidades (NC-ME)
As que não ultrapassam dois destes três limites:
o Total Balanço: 350.000€
o Total Rendimentos: 700.000€
o Nº de Trabalhadores: 10 (média anual)
Pequenas entidades (NCRF-PE)
As que não ultrapassem dois destes três limites:
o Total Balanço: 4.000.000€
o Total Rendimentos: 8.000.000€
o Nº de trabalhadores: 50 (média atual)
Médias entidades (NCRF)
As que não ultrapassem dois destes três limites:
o Total Balanço: 20.000.000€
o Total Rendimentos: 40.000.000€
o Nº de trabalhadores: 250 (média atual)
Normas contabilísticas de relato financeiro
1. Estrutura e conteúdo das DF;
2. Demonstração de fluxos de caixa;
3. Adoção pela primeira vez das NCRF;
4. Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros;
5. Divulgações de partes relacionadas;
6. Ativos intangíveis;
7. Ativos fixos tangíveis;
8. Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas;
9. Locações
10. Custos de empréstimos obtidos;
11. Propriedades de investimento;
12. Imparidade de ativos;
13. Interesses em empreendimentos conjuntos e investimentos em associadas;
14. Concentrações de atividades empresariais;
15. Investimentos em subsidiarias e consolidação;
16. Exploração e avaliação de recursos minerais;
17. Agricultura;
18. Inventários;
19. Contratos de construção;
20. Rédito;
21. Provisões, passivos e ativos contingentes;
22. Contabilização dos subsídios e apoios do Governo;
23. Efeitos de alterações em taxas de câmbio;
24. Acontecimentos após a data do balanço;
25. Impostos sobre o rendimento;
26. Matérias ambientais;
27. Instrumentos financeiros;
28. Benefícios dos empregados.
Estrutura conceptual
Conjunto de princípios, conceitos e definições que apoiam e fundamentam do ponto de vista
teórico a elaboração das demonstrações financeiras.
Introdução;
Objetivos das demonstrações financeiras;
Pressupostos subjacentes;
Características qualitativas das DF’s;
Elementos das DF’s;
Reconhecimento dos elementos das DF’s;
Mensuração dos Elementos das DF’s;
Conceitos de capital e manutenção de capital.
Objetivos das demonstrações financeiras:
Fornecer informação útil acerca da posição financeira, do desempenho e das alterações da
posição financeira, que seja útil na tomada de decisões de um conjunto de utentes;
Mostrar as consequências da utilização dos recursos que foram postos à disposição da
administração das empresas;
As partes componentes das diferentes DF’s estão interrelacionadas porque refletem
aspetos diferentes das mesmas transações ou outros acontecimentos;
Ainda que cada DF proporcione informação distinta das outras, é provável que nenhuma
só por si sirva um propósito único ou proporcione toda a informação que satisfaça as
necessidades particulares dos utentes.
Pressupostos subjacentes
Pressupostos básicos a ter como verdadeiros:
Regime de acréscimo: As transações e outros acontecimentos são reconhecidos quando ocorrem
(e não quando se recebem ou pagam) sendo registados contabilisticamente e relatados nas DF’s
dos períodos com os quais se relacionem.
Continuidade: As DF’s são normalmente preparadas no pressuposto de que a entidade vai
continuar a existir num futuro próximo e previsível.
Consistência na apresentação: A apresentação deve ser mantida. Se se efetuarem alterações na
apresentação (por ser muito mais adequada), a entidade tem de reclassificar a sua informação
comparativa.
Materialidade e agregação: ‘’Se uma linha e item não for individualmente material, ela é agregada
a outros itens…’’.
Compensação: ‘’Os ativos e os passivos, os rendimentos e os gastos, não devem ser
compensados, exceto quando tal for permitido por uma NCRF’’.
Características da informação financeira
o Características qualitativas
São os atributos que tornam útil, para os seus utilizadores, a informação contida nas DF’s
o Quanto ao conteúdo da informação apresentada: Compreensibilidade e relevância;
o Quanto à forma das DF’s: Fiabilidade e comparabilidade;
Restrições:
Oportunidade (tempestividade);
Relação custo/benefício;
Balanceamento entre características qualitativas.
Principais demonstrações financeiras
Balanço e Demonstração
mapa de dos resultados
alterações ao funções e
capital próprio natureza
Anexo às
Mapa de fluxos
demonstrações
caixa
financeiras
Balanço
Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição financeira no balanço são
os ativos, os passivos e os capitais próprios.
Ativo: Recurso controlado pela empresa, como resultado de acontecimentos passados, do qual se
espera que fluam para a empresa benefícios económicos futuros;
Passivo: Obrigação presente da empresa, fruto de acontecimentos passados e da qual se espera
um exfluxo (saída de fundos da entidade);
Capital próprio: É definido como o valor residual dos ativos da empresa depois de se lhe deduzir
todos os seus passivos.
Ativos correntes vs. ativos não correntes
Um ativo deve ser classificado como corrente quando satisfazer qualquer um dos seguintes
critérios:
1. Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido, no decurso
normal do ciclo operacional da entidade;
2. Seja detido essencialmente com a finalidade de ser negociado;
3. Espera-se que seja realizado num período até 12 meses após a data do balanço;
4. É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhes seja limitada a troca ou uso para
liquidar passivo durante pelo menos doze meses após a data do Balanço.
Todos os ativos que não se enquadrem em ativos correntes são considerados como ativos não
correntes.
Passivos correntes vs. passivos não correntes
Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfazer qualquer um dos seguintes
critérios:
1. Espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal de entidade;
2. Seja detido essencialmente com a finalidade de ser negociado;
3. Deva ser liquidado num período até 12 meses após a data do Balanço;
4. A entidade não tenha direito incondicional de deferir a liquidação do passivo durante pelo
menos 12 meses após a data do Balanço.
Todos os passivos que não se enquadrem em passivos correntes são considerados como
passivos correntes são considerados como passivos não correntes.
Ciclo operacional
O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de ativos para processamento e
a sua realização em caixa ou seus equivalentes. Quando este não for claramente identificável,
pressupõe-se uma duração de 12 meses.
Por exemplo, os ativos correntes incluem ativos (tais como inventários e dividas a receber
comerciais) que são vendidos, consumidos ou realizados como parte do ciclo operacional normal,
mesmo quando não se espere que sejam realizados num período até 12 meses após a data do
balanço.
Capital próprio: elementos
Inicial: Capital estatuário subscrito, que corresponde à soma das quotas. Partes de capital
subscritas pelos sócios ou acionistas;
Adquirido: Capital que resultou de lucros não levantados ou distribuídos:
o De exercícios anteriores;
o Do exercício.
Demonstração de resultados
Rendimentos: São aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na
forma de influxos, aumentos ou melhorias de ativos e diminuições de passivos, que resultem de
aumentos do capital próprio não relacionados com as contribuições de sócios.
Gastos: São diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forna de
enfluxos, redução/deperecimentos de ativos e incorrência de passivos, que resultem em
diminuições do capital próprio não relacionadas com a distribuição aos detentores do capital
próprio.
Anexo
O anexo deve:
Apresentar informação acerca das bases de preparação das DF´s e das politicas
contabilísticas utilizadas;
Divulgar as informações exigidas pelas NCRF que não sejam apresentadas nas DF’s
previstas;
Proporcionar informação adicional que não seja apresentada nas DF’s, mas que seja
relevante para uma melhor compreensão de qualquer uma delas.
11 – Caixa
Conteúdo: Meios de pagamento nacionais ou estrangeiros.
O seu saldo deve incluir:
Notas de banco e moedas metálicas de curso legal, nacionais ou estrangeiras;
Outros meios de pagamento, tais como cheques e vales postais.
O saldo não deve incluir:
Selos de correio;
Vales de caixa;
Cheques pré-datados;
Cheques devolvidos pelos bancos;
Documentos justificativos de despesas.
Movimentação: Por vezes é necessário fazer lançamentos de regularização por estarem em caixa
rubricas que não correspondem a meios de pagamento.
A débito:
Contas de gastos (selos postais, …)
Conta clientes (cheques pré-datados ou devolvidos)
Outras contas de dividas a receber (vales, ...)
A crédito:
Conta 11 – Caixa
12 – Depósitos à ordem
Meios de pagamento existentes em contas à ordem nas instituições financeiras, podendo ser
movimentados através de:
Cheque
Transferência bancária
Cartões multibanco
Etc.
12 – DEPÓSITOS À ORDEM
Saldo inicial Cheques emitidos
Depósitos Levantamentos
Transferências de terceiros Transferências para terceiros
Juros de depósitos Transferências para outras contas
Cobranças
Mensuração
NCRF – Instrumentos Financeiros
Todos os ativos e passivos financeiros são mensurados, em cada data de relato, quer:
1. Ao custo;
2. Ao justo valor com as alterações de justo valor a ser reconhecidas na DR.
NCRF RELEVANTES
o NCRF 2 – Demonstrações de Fluxos de Caixa
Serve de referência à construção da ‘’Demonstração de fluxo de caixa’’
o NCRF 23 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio
É com base, e em função, desta norma que os registos efetuados são ajustados quando se
verificam alterações em taxas de câmbio.
NCRF 23
Itens monetários em moeda estrangeira:
Reconhecidos inicialmente na moeda funcional da entidade, pela aplicação da taxa de
câmbio do dia da transação.
Subsequentemente, itens em moeda estrangeira são expressos no balanço ao câmbio em
vigor à data do mesmo.
As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do relato de
itens monetários a taxas diferentes das que foram inicialmente registadas, devem ser
reconhecidas nos resultados do período em que ocorram.
Taxas de câmbio
Exemplo:
A empresa vende um lote de mercadorias para Inglaterra por 1000 libras;
Receberia as 1000 libras e iria ao banco fazer a troca por euros;
O banco compraria as libras a uma taxa de câmbio de compra de 0,855.
Ficaríamos com: X= 1170€
NOSSA VENDA – COMPRA AO BANCO
Exemplo 2:
A empresa compra uma máquina a um fornecedor inglês por 1000 libras;
Como precisa de libras vai ao banco trocar euros por libras;
O banco vende as libras a uma taxa de câmbio de venda 0,85.
Gastaríamos: X= 1176€
NOSSA COMPRA – VENDA AO BANCO
Diferenças de câmbio desfavoráveis:
6963 – Diferenças de câmbio desfavoráveis (atividade de investimento)
6887 – Diferenças de câmbio desfavoráveis (atividade operacional)
6921 – Diferenças de câmbio desfavoráveis (atividade de financiamento)
Diferenças de câmbio favoráveis
7861 – Diferenças de câmbio favoráveis (atividade de investimento)
7887 – Diferenças de câmbio favoráveis (atividade operacional)
793 – Diferenças de câmbio favoráveis (atividade de financiamento)
Compras e vendas
Noções gerais
Na sua atividade a empresa tem de se relacionar com terceiros, estabelecendo transmissões
onerosas de bens e de serviços, nomeadamente com:
Quem lhe possa fornecer os bens e serviços que ela necessita (fornecedores);
Quem necessita dos bens e serviços disponibilizados pela empresa (clientes).
Conforme não poderia deixar de ser, e por motivos legais, esta transmissão tem de ser
documentada. Esses documentos serão a base da contabilização destas operações.
Documentação contabilística
Guia da remessa: Documento emitido pelo vendedor que acompanha a mercadoria e serve
igualmente para o comprador proceder à conferencia dos artigos recebidos;
Fatura: Comprovante oficial da compra; refere-se a compras a crédito;
Recibo: Encerra a relação comercial e é emitido quando é liquidado o valor em dívida;
Fatura-recibo: Documento emitido quando o pagamento de transação ocorre de imediato, ou seja,
a pronto pagamento;
Nota de débito: Documento que retifica positivamente o valor da fatura, ou seja, aumenta o valor
em dívida;
Nota de crédito: Documento que retifica negativamente o valor da fatura, ou seja, diminui o valor
em dívida.
O IVA na contabilização das operações
O IVA é calculado pelo método indireto subtrativo.
Indireto porque não exige a determinação do valor acrescentado;
Subtrativo porque ao imposto recebido nas vendas é subtraído o imposto suportado nas
aquisições;
Regra geral a tomar em consideração: O IVA NÃO É UM CUSTO PARA A EMPRESA (embora
existam exceções).
O método de calculo do IVA permite as seguintes situações:
1. IVA debitado aos clientes = IVA debitado pelos fornecedores;
2. IVA debitado aos clientes < IVA debitado pelos fornecedores;
3. IVA debitado aos clientes > IVA debitado pelos fornecedores.
Situação 1: Neutra em termos de entrega de imposto ao Estado, porque o IVA recebido dos
clientes é igual ao IVA ago aos fornecedores;
Situação 2: Existe imposto a recuperar do Estado, o qual pode ser repercutido no período
seguinte ou objeto de reembolso. O imposto pago aos fornecedores é superior ao recebido dos
clientes, por isso o Estado devolve a diferença;
Situação 3: Existe imposto a entregar ao Estado, porque o IVA recebido dos clientes é superior ao
IVA pago aos fornecedores.
Princípio da origem
Nas operações efetuadas entre entidades residentes no território nacional: a liquidação do
imposto é efetuada por quem vende os bens ou presta os serviços, vigora assim a regra da
origem, porque o imposto é liquidado na origem dos bens ou serviços.
Princípio do destino
Nas operações efetuadas entre entidades localizadas em diferentes países: as operações
tributadas no país onde os bens são consumidos, impondo assim a rera do destino dos bens.
Nas aquisições efetuadas a países comunitários: A adquirente líquida e deduz o IVA (porque
foram suprimidas desde 1 de janeiro de 1993 as formalidades discais nas fronteiras entre os
países membros).
Nas aquisições efetuadas a países terceiros: O IVA é liquidado no país de destino (no nosso caso
PT) pelos serviços alfandegários.
Valor tributável
Este é o valor dos bens e serviços sobre os quais incide a taxa do IVA, ou seja, é a quantia paga
ou a pagar pelo adquirente.
Este valor inclui: despesas adicionais de compra (transporte, comissões, seguros, …); e exclui: os
descontos e abatimentos concedidos.
Sistema Normalização Contabilística
Conta Nome da conta
243 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
2431 IVA suportado
2432 IVA dedutível
2433 IVA liquidado
2434 IVA regularizações
2435 IVA apuramento
2436 IVA a pagar
2437 IVA a recuperar
2438 Reembolsos pedidos
2439 Liquidações oficiosas
Se saldo credor:
Se saldo devedor
Conclusões importantes:
A conta 2435 (IVA apuramento) é uma conta de movimentação periódica. Só é movimentada no
fim de casa período de imposto, mês ou trimestre, de acordo com a situação tributária da
empresa.
Todas as subcontas desde 2431 (IVA suportado) até à conta 2435 (IVA apuramento), deverão
ficar saldadas no fim de cada período de imposto. O valor final de todas elas virá representado na
conta 2436 (IVA a pagar), se o saldo for favorável ao Estado ou não conta 2437 (IVA a
recuperar), se o saldo for favorável à empresa.
Mensuração inicial das dívidas a pagar a fornecedores (custo valor, ou seja, custo de
aquisição)
Custo e aquisição: Preço de compra, incluindo despesas adicionais de compra tais como:
Seguros;
Comissões;
Transporte;
Impostos;
Despesas alfandegárias;
Etc.
221 – Fornecedores c/c
o 2211 – Fornecedores gerais
o 2212 – Fornecedores empresa-mãe
o 2213 – Fornecedores empresas subsidiárias
o 2214 – Fornecedores empresas associadas
o 2215 – Fornecedores empreendimentos conjuntos
o 2216 – Fornecedores outras partes relacionadas
Devoluções
Devolução de vendas:
Quando se faz referência a devolução de vendas está implícita a devolução de bens, já
que os serviços não são suscetíveis de devolução;
As devoluções de venda constituem uma componente negativa dos rendimentos, por isso
é debitada a conta 717 (vendas – devoluções de vendas).
Devoluções de compras:
Quando se faz referência, a devolução de compras está implícita a devolução de bens, já
que os serviços não são suscetíveis de devolução;
Registadas na subconta 317 (compras – devolução de compras), desde que relativas a
bens aprovisionáveis, inicialmente contabilizados na própria conta de compras.
Adiantamentos
… com clientes
… com fornecedores
Descontos
Descontos concedidos:
Natureza comercial: Reduções do preço que resultam, em termos gerais, de todas as
outras situações que não as de natureza financeira (descontos de quantidade, rappel, etc.);
Natureza financeira: Relacionados com o pagamento da dívida (descontos de pronto
pagamento ou por antecipação do mesmo).
Natureza comercial
o Incluídos na fatura: registar a compra pelo seu valor líquido (VL = VB + VD)
o Fora da fatura (através de uma nota de crédito):
o Débito: Conta 718 – descontos e abatimentos em vendas; ou conta 728 – descontos
e abatimentos;
o Crédito: Conta 211 – clientes c/c
Natureza financeira
o Incluídos na fatura ou fora da mesma:
o São sempre contabilizados como gastos na conta
682 – Gastos e perdas financeiras – descontos de pronto pagamento
~
Descontos obtidos:
Natureza comercial: Reduções do preço que resultam, em termos gerais, de todas as
outras situações que não as de natureza financeira (descontos de quantidade, rappel, etc.);
Natureza financeira: Relacionados com o pagamento da dívida (descontos de pronto
pagamento ou por antecipação de pagamento).
Natureza comercial
o Incluídos na fatura: registar a compra pelo seu valor líquido (VL = VB – VD)
o Fora da fatura (através de uma nota de crédito):
o Crédito: Conta 318 – compras – descontos e abatimentos em compras;
o Débito: Conta 221 – fornecedores c/c
Natureza financeira
o Incluídos na fatura ou fora da fatura: Quer esteja incluído na fatura ou fora dela, dada a sua
natureza, deve ser sempre evidenciando na conta 782 – proveitos e ganhos financeiros –
descontos de pronto pagamento obtidos
Balanço inventários
o Quando o reconhecemos inicialmente?
o Como o valorizamos no momento inicial de reconhecimento?
o Como o valorizamos nos momentos seguintes?
Reconhecimento inicial
Estrutura conceptual (2 condições):
Probabilidade de gerar BEF para a empresa;
O seu custo possa ser estimado com fiabilidade;
Como o valorizamos no momento inicial de reconhecimento?
Ao custo:
Custo de inventário
o Custos de aquisição ou de compra;
o Custos de produção/transformação/conversão;
o Outros custos.
Custo de compra:
o Preço de compra
o Direitos de importação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente
recuperáveis das entidades fiscais pela entidade);
o Custos de transporte, manuseamento e outros custos diretamente atribuíveis à
aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços;
o Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes deduzem-se na
determinação dos custos de compra.
A entrada das mercadorias em armazém (nas contas 32 – mercadorias e 33 – matérias-primas,
subsidiárias e de consumo) é sempre registada ao preço de custo, o que deve incluir as despesas
de compra e excluir os descontos comerciais obtidos.
A saída, pelo contrário, depende do critério de mensuração dos inventários utilizado pela
empresa.
Para o apuramento da quantia a considerar das saídas dos inventários para venda ou consumo é
necessário considerar uma fórmula de custeio sempre que os itens em armazém tenham entrado
em momentos diferentes (vários lotes) e cada entrada tenha um custo de compra diferente.
A NCRF 18 estabelece que o custo dos inventários deve ser mensurado pelo uso de uma das
seguintes fórmulas:
Custo específico;
Custo médio ponderado (CMP);
FIFO
Custo específico
Os produtos são avaliados pelo seu preço real (incluindo os encargos de compra que lhe sejam
imputados).
Ex.: ourivesarias
Exemplo:
Custo médio ponderado
CMVMC=¿ ¿
FIFO
CMVMC=100 ×10+50 × 12=1600
Sistemas de Inventário
Movimentos SIP
Movimentos SII
Variação da Produção
O custo das vendas de produtos produzidos pela empresa não é registado numa conta de gasto
de vendas, dado que os gastos necessários para a sua produção já estão registados nas
respetivas contas de gastos.
Caso se voltasse a contabilizar o gasto das vendas desses produtos estar-se-ia a incorrer numa
duplicação de gastos.
Por isso é utilizada a conta 73 – variações nos inventários da produção.
Dado que apenas se devem reconhecer os gastos referentes ao próprio exercício económico, o
gasto dos produtos produzidos ou em curso no exercício, mas que se encontram em armazém no
final do exercício em que se verificar a sua venda.
Por outro lado, o gasto dos produtos produzidos ou em curso no exercício anterior (Inventário
Inicial), mas que apenas forem vendidos no(s) exercício(s) seguinte(s), deve ser imputado a
esse(s) exercício(s).
Variação da produção = Inventário final P.A./P.C. +/- Regularizações PA/PC – Inventário Inicial
P.A./P.C.
Regularizações de Inventários
Conta 38 – Reclassificação e regularização de inventários
Regista as regularizações de inventários, nomeadamente quebras, sobras, afetação ao ativo fixo,
sinistros, consumos próprios e ofertas a clientes e de fornecedores, sendo creditada por
contrapartida do débito nas respetivas contas de proveitos. Depois deverá ser saldada por
contrapartida das contas de inventários (32, 33 ou 34).
Reconhecimento: Esta conta não é, pois, reconhecida no balança, pois, como já foi referido, trata-
se de uma conta de registo de regularizações, sendo automaticamente saldada em SIP, ou
regularizada/saldada no final aquando do encerramento de contas, em SII.