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Introdutória
1 Conceito
#Ciência social
Patrimônio
Fornecer informações:
1.4 Funções
Fornecedores e outros credores avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão
pagas nos respectivos vencimentos
Público
1.7 Resumo
Funções:
Função Administrativa = controle de patrimônio
Função Econômica = apuração do resultado líquido (rédito)
#NURV
2.2 Classificação dos Bens
-Ativo
-Passivo
-Patrimônio Líquido
#Estrutura conceitual (CPC 00)
2.2.1 Ativo
É um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se
espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.
Controle pela Entidaderefere-se ao fato de que o benefício futuro deve ser controlado
por uma entidade em particular. Perceba que a definição não utiliza o termo propriedade,
desvinculando a parte legal da econômica. Trata-se da essência sobre a forma.
Resultado de Eventos Passadoso ativo é resultado de um evento já ocorrido. A
presença desse termo evita a inclusão dos denominados ativos contingentes como ativo
da entidade.
2.2.2 Passivo
É uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja
liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios
econômicos.
2.2.3 Patrimônio Líquido
É o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
PL = A - P
#Ativo =>Investido/Aplicado/Bruto
#Passivo=>Exigível/Terceiros/Alheio
#PL=>Próprio/Líquido/Não Exigível
#Capital vs Patrimônio
Capital: é o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas
atividades.
Ex: Capital = R$ 10.000,00 (dinheiro) + R$ 3.000,00 (bens) + 2.000,00 (Direitos)
Capital Subscrito: é o capital fixado no estatuto ou contrato social, para que sócios
possam subscrever as ações ou cotas em que divide o capital social. Subscrição é o
compromisso para realizar o capital inicial. É o valor que os sócios assumem o
compromisso de realizar a título de capital social. A subscrição pode ser relativa a
compromisso de realização inicial ou aumento de capital, que pode ser inferior ao capital
autorizado.
1° Caso: SL>0
Situação Líquida positiva (total de bens e direitos é maior que o total das obrigações)
2° Caso: SL=0
Situação Líquida nula (total de bens e direitos é igual ao total das obrigações)
3° Caso: SL<0
Situação Líquida negativa (total de bens e direitos é menor que o total das obrigações)
Expressões sinônimas: Situação Líquida Negativa; Situação Líquida Passiva; Situação
Líquida Deficitária; Passivo a Descoberto.
Tanto o ativo como o passivo podem ser maior ou igual a zero. No entanto, jamais
poderão ser negativos.
#Art. 176. §2° Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os
pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não
ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo de contas; mas é vedada a
utilização de designações genéricas, como “diversas contas” ou “contas-correntes”.
Razão
Trata-se do local (livro/sistema) em que são mantidos os registros e o histórico de
movimentação de cada conta, a qual representa o respectivo componente do ativo, do
passivo ou do patrimônio líquido a que se refere.
#Um ou mais débitos em uma ou mais contas deve corresponder a um ou mais créditos
de valor equivalente em um ou mais contas.
As contas do passivo (inclui PL) e as receitas são de natureza credora, pois o saldo
aumenta com créditos e diminui com débitos.
#livro razão
O elenco de contas (ou rol de contas) nada mais é do que a relação de contas (intitulação)
e respectivos códigos utilizados pela entidade.
Segundo a doutrina, são três as teorias das contas: teoria personalista, teoria materialista
e teoria patrimonialista.
4.1.1 1º tipo:
4.1.2 2º tipo:
4.1.4 4º tipo:
4.1.5 5º tipo:
1º tipo:
Exemplo : pagamento de despesas com salários à vista no valor de R$ 30.000,00.
2º tipo:
Exemplo: apropriação de despesa com aluguel no valor de R$ 5.000,00.
Débito: despesa com aluguel (-PL)
Crédito Aluguel a pagar.....5.000,00(+P)
Observe que na apropriação de despesa com aluguel há a redução da situação líquida
(aumento de despesa) e aumento do passivo exigível (aumento de obrigações).
1º tipo:
Exemplo: recebimento de receita de aluguel no valor de R$ 5.000,00.
2º tipo:
1º tipo:
Exemplo: recebimento de duplicatas no valor de R$ 10.000,00 com desconto de 10%.
2º tipo:
Exemplo: pagamento de duplicatas no valor de R$10.000,00 com juros de 10%
3º tipo:
Exemplo: renegociação de dívida no valor de R$ 30.000,00 para um prazo posterior com
incidência de juros de 10%.
Observe que na renegociação de dívida há uma redução de uma dívida a pagar (saída de
obrigações), um aumento com a nova Dívida a Pagar (entrada de obrigações) e o
reconhecimento de uma despesa de juros (Juros Passivos).
1º tipo:
Exemplo: recebimento de duplicatas no valor de R$ 10.000,00 com juros de 10%.
2º tipo:
Exemplo: pagamento de duplicatas no valor de R$ 20.000,00 com desconto de 10%
3º tipo:
Exemplo: renegociação de dívida no valor de R$ 30.000,00 para um prazo posterior com
incidência de desconto de 10%.
Obrigatoriedade da Escrituração
O código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/02) determina a obrigatoriedade da escrituração
contábil em seu art. 1.179, senão vejamos:
Finalidade: O livro diário é um livro que contém o registro de todo e cada lançamento
em ordem cronológica, fato que nos permite compreender a sequência de
acontecimentos ocorridos na empresa.
#A escrituração do livro diário NÃO PODE ser substituída pela escrituração obrigatória
do livro razão.
Sob o ponto de vista contábil, o livro Razão é o mais importante dentre aqueles
utilizados pela Contabilidade. Por meio dele, é possível controlar, de forma separada, o
movimento de todas as Contas.
Sistemático: os fatos contábeis são registrados por tipo de contas (bancos, duplicatas a
receber, fornecedores, capital social).
Segundo a ITG 2000(R1), os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o
Livro Razão, em forma não digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais
como:
a) serem encadernados;
b) terem suas folhas numeradas sequencialmente;
c) conterem termo de abertura e de encerramento assinados pelo titular ou
representante legal da entidade e pelo profissional da contabilidade regularmente
habilitado no Conselho Regional da Contabilidade.
Os livros contábeis obrigatórios, entre eles o Livro Diário e o Livro Razão, em forma
digital, devem revestir-se de formalidades extrínsecas, tais como:
a) serem assinados digitalmente pela entidade e pelo profissional da contabilidade
regularmente habilitado;
b) quando exigível por legislação específica, serem autenticados no registro público
ou entidade competente.
- local e data;
- conta(s) debitada(s);
- conta(s) creditada(s);
- histórico;
- valor.
5.4.2 Transferência
Consiste no estorno parcial. É aquele que promove a regularização de conta
indevidamente debitada ou creditada, por meio de transposição do registro para a conta
adequada. A transferência permite a correção do erro mediante um único lançamento.
Assim, não há necessidade de estornar integralmente o lançamento errado.
5.4.3 Complementação
Consiste em complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado.
Assim, repete-se o lançamento errado e registra-se a diferença de valor.
5.5 Escrituração de Operações Típicas
A subscrição de capital nada mais é do que a colocação de recursos (bens e/ou direitos)
na empresa. Na operação acima a subscrição foi realizada em dinheiro.
Efeitos do fato contábil: aumento na conta caixa (+A) e aumento na conta capital social
(+ PL).
Classificação: trata-se de um fato modificativo aumentativo (+A; +PL)
Efeitos do fato contábil: saída na conta caixa (- A) e entrada de valor na conta bancos
(+A).
Classificação: trata-se de um fato permutativo (-A; +A)
5.5.3 Operação 3: Compra de mercadorias a prazo por R$ 20.000,00, aceitando
duplicatas.
Efeitos do fato contábil: entrada de valor na conta estoque (+A) e surgimento de uma
obrigação (+P).
Classificação: trata-se de um fato permutativo (+A; +P)
5.5.4 Operação 4: Aplicação financeira no valor de R$10.000.
Pessoal, antes de procedermos com os nossos registros, cabe destacar que em operações
financeiras (caso da operação 4) devemos visualizar três momentos diferentes:
Momento 1: aplicação
Ocorre somente uma troca de valores entre componentes patrimoniais (+A, -A).
Momento 3: resgate
É o inverso da aplicação, ou seja, a empresa resgata o valor da aplicação e retorna para a
conta no banco (+A,-A). Nesse caso, somam-se os rendimentos apropriados, se houver.
Efeitos do fato contábil: aumento de valor da conta Bancos (+A) e aumento de valor da
conta Empréstimos Bancários (+P).
Classificação: trata-se de um fato permutativo (+A; +P)
5.5.6 Operação 6: Venda de mercadorias à vista por R$10.000, com lucro de 20% sobre
o preço de venda.
Efeitos do fato contábil: entrada de valor na conta Caixa (+A); saída de valor do estoque
(-A); e aumento no PL, decorrente da receita com vendas (+PL).
Efeitos do fato contábil: baixa na obrigação (duplicatas a pagar) (-P), diminuição da conta
caixa (- A) e reconhecimento de uma despesa (juros passivos), diminuindo o PL (-PL).
Efeitos do fato contábil: saída de valor da conta caixa (-A) e reconhecimento de uma
despesa, diminuindo o PL (-PL).
Efeitos do fato contábil: saída de valor da conta caixa (-A) e a baixa de uma obrigação (-
P).
Classificação: trata-se de um fato permutativo (-A; -P)
5.5.12 Operação 12: Compra de veículo para uso por R$20.000, sendo 10% à vista, em
dinheiro, e o restante a prazo.
Efeitos do fato contábil: entrada de valor na conta Veículos (+A); saída de valor da conta
Caixa (-A); e entrada de valor na conta Financiamentos a Pagar (+P).
Efeitos do fato contábil: baixa de obrigação (duplicata a pagar) (-P); saída de valor da
conta Bancos (-A); e reconhecimento de uma receita (descontos obtidos), aumentando o
PL (+PL).
Classificação: trata-se de um fato misto aumentativo (-A; -P; +PL)
Pessoal, essa é uma operação muito comum no âmbito corporativo. Como as empresas
atualmente necessitam realizar muitas vendas a prazo, ocorre que em muitos casos falta
liquidez para a empresa comprar mercadorias para venda. Sendo assim, uma saída muito
utilizada é o desconto de duplicatas. Nessa operação, a entidade entrega as duplicatas de
sua emissão ao Banco. Este promoverá a cobrança dessas duplicatas e antecipará à
entidade o valor respectivo, obviamente que para tanto cobrará juros e despesas bancárias,
por ocasião da operação financeira. Perceba que na essência essa operação corresponde a
um empréstimo. Por isso a conta Duplicatas Descontadas atualmente é classificada no
Passivo, pois representa uma obrigação da empresa perante o banco.
Destaca-se que a empresa nessa operação assume responsabilidade solidária, pois caso o
cliente não realize o pagamento na data prevista, o banco debita o valor da duplicata na
conta corrente da empresa. Entendido a essência da operação de desconto de duplicatas,
vejamos como se efetiva o seu registro.
Efeitos do fato contábil: aumento do saldo da conta Bancos (+A); aumento do saldo da
conta Encargos Financeiros a Transcorrer (a vencer) (-P); e aumento do saldo da conta
Duplicatas Descontadas (+P).
É composto por todas as contas com os seus respectivos saldos, extraídos do Livro Razão;
Objetivo: verificar se o método das partidas dobradas foi obedecido ao longo do processo
de escrituração dos fatos contábeis, ou seja, se os débitos e créditos foram efetuados
corretamente;
Estrutura
I – Ativo circulante; e
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,
imobilizado e intangível.
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente.
8.1 Grau de Liquidez e Grau de Exigibilidade
O “Grau de Liquidez” está associado ao prazo no qual os bens e direitos podem ser
transformados em dinheiro. Sendo assim, quanto menor o prazo, maior a liquidez e vice-
versa.
Resumo:
8.2 Ativo Circulante
O AC é composto pelos bens e direitos de curto prazo, assim considerados aqueles que a
companhia espere que sejam realizados até doze meses após a data do Balanço
Patrimonial. Trata-se do Capital de Giro da entidade, pois representam os bens e direitos
em constante circulação.
Na empresa em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no circulante terá por base o prazo desse ciclo (art. 179, parágrafo único)
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados
à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens;
O CPC 04 (item 8) define o Ativo Intangível como sendo um Ativo não monetário
identificável sem substância física. Perceba que o Intangível abrange as contas
representativas dos recursos aplicados em bens imateriais (incorpóreos).
Conforme exigência prevista no CPC 04, um ativo somente poderá ser enquadrado na
definição de Intangível quando cumulativamente:
seja identificável; (separável da entidade e poder ser vendido, alugado e etc ou resultar
de direitos contratuais)
seja controlável; e
seja gerador de benefícios futuros.
O montante subscrito dá origem à conta capital social integralizado e a parcela ainda não
realizada comporá a conta capital social a integralizar (a realizar/a subscrever), redutora
da conta capital social integralizado.
# Capital Subscrito – Capital Integralizado = Capital A Realizar
8.10 Reservas de Capital
As Reservas de Capital são valores recebidos pela empresa de sócios ou terceiros que não
transitam pelo resultado do exercício. São contabilizadas diretamente no PL, ficando
acumuladas para utilização posterior.
Exemplos:
#As partes beneficiárias são valores mobiliários (títulos negociáveis) emitidos por
sociedades anônimas de capital fechado sem valor nominal, com a finalidade de captar
recursos por um prazo máximo de 10 anos. Esses títulos dão ao seu titular o direito de
participação no máximo em 10% dos lucros da empresa emissora.
#Os bônus de subscrição, por sua vez, são valores mobiliários emitidos no limite do
capital social autorizado no estatuto por sociedades anônimas que conferem aos seus
titulares o direito de preferência na subscrição das ações da empresa, dentro de um prazo
preestabelecido e por um preço prefixado.
Tanto as partes beneficiárias como os bônus de subscrição possuem tratamento contábil
similar. Se a parte beneficiária/bônus de subscrição for alienada(o) por um determinado
valor, far-se-á o seguinte registro contábil:
#Para finalizar as reservas de capital, vale destacar a seguinte alteração na Lei n. 6.404/76:
As doações e subvenções para investimento e os prêmios na emissão de debêntures não
são mais classificados como reservas de capital. Atualmente, devemos registrar como
receita do exercício.
Segundo o art. 182, §3º da Lei 6.404/76, serão classificadas como ajustes de avaliação
patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime
de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a
elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo.
Os ajustes de avaliação patrimonial têm como contrapartida o ajuste de instrumentos
financeiros disponíveis para venda e os valores de mercado dos Ativos e Passivos nas
reorganizações societárias (incorporação, fusão e Cisão).
Em regra, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para o resultado do
exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo realizados.
8.12 Ações em Tesouraria
Trata-se de uma conta do PL utilizada quando a empresa adquire as suas próprias ações,
com o objetivo de elevar o preço delas e realizar no futuro uma nova venda, de forma a
obter lucro na transação. Também tem o objetivo de concentrar as ações, quando estas
estão muito pulverizadas nas mãos de um grande número de acionistas.
Cabe destacar que na aquisição de ações em tesouraria a empresa não pode adquirir ações
não integralizadas, o que resultaria em diminuição do capital social.
Nos termos do art. 182, §5º, da Lei nº 6.404/76, as ações em tesouraria deverão ser
destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a
origem dos recursos aplicados na sua aquisição. Trata-se, portanto, de uma conta redutora
do PL.
Destaca-se, ainda, que o limite do saldo da conta ações em tesouraria é o saldo de lucros
acumulados e reservas, exceto a reserva legal.
Por fim, devemos saber que a alienação de ações em tesouraria pode gerar lucro ou
prejuízo para a empresa, não representando receitas ou despesas. No caso de lucro a
empresa deverá creditá-lo em reservas de capital (semelhante ao que ocorre com o ágio
na emissão de ações). Se houver prejuízo, deverá debitá-lo em reservas de capitais.
Antes de estudarmos cada uma, devemos saber os limites. Segundo a Lei nº 6.404/76,
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos
fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite,
a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento do
capital social ou na distribuição de dividendos.
#A Lei n. 12.973/2014 (art. 31, §4º) incluiu entre as reservas acima a reserva específica
de prêmio de debêntures (ou seja, não será computada para fins do cálculo do limite das
reservas de lucros).
Caso o referido somatório ultrapasse o Capital Social, caberá à assembleia deliberar sobre
a aplicação do excedente, que poderá ser utilizado para integralização ou aumento de
capital, desde que com a devida fundamentação, ou distribuído como dividendos.
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá
ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o capital.
8.13.2 Reserva Estatutária
Segundo a Lei n. 6.404/76,
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão
destinados à sua constituição; e
III - estabeleça o limite máximo da reserva.
As Reservas Estatutárias não podem restringir o pagamento do dividendo obrigatório, nos
termos do art. 198 da Lei 6.404/76.
#Um ponto importante que devemos saber é a diferença entre reserva para contingências
e provisões.
Nesse sentido, o Manual FIPECAFI ensina que a Provisão destina-se a dar cobertura a
perdas ou despesas já incorridas, mas ainda não desembolsadas e que, dentro do regime
de competência, devem ser lançadas no Resultado, na constituição dessa Provisão.
A Reserva para Contingências é, por outro lado, uma expectativa de perdas ou prejuízos
ainda não incorridos; por ser possível antevê-los e por precaução e prudência
empresariais, segrega-se uma parte dos lucros já existentes, não os distribuindo para
suportar financeiramente o período em que o prejuízo ocorrer efetivamente. Na data em
que tal prejuízo ocorrer, será reconhecido contabilmente como despesa, dentro do regime
de competência.
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar
reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela
previamente aprovado.
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração com a justificação da
retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações
de capital, fixo ou circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo no
caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento.
§ 2º O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral ordinária que deliberar sobre
o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um
exercício social. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
Destaca-se que essa reserva não pode ser constituída em detrimento do pagamento do
dividendo obrigatório.
#A reserva de lucros a realizar é constituída como uma destinação dos lucros do exercício,
sendo optativa (facultativa) sua constituição.
A Reserva de Lucros a Realizar poderá ser constituída quando não existirem lucros
realizados suficientes para o pagamento do dividendo obrigatório.
Segundo o Manual FIPECAFI, seu objetivo é não distribuir dividendos obrigatórios sobre
a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente (apesar de contábil e
economicamente realizada) pela companhia, quando tais dividendos excederem a parcela
financeiramente realizada do lucro líquido do exercício.
Questão do PDF (importantíssima)
#Quando a empresa emite debêntures com ágio, dizemos que ocorre emissão “acima do
par”, mais conhecido como prêmios na emissão de debêntures.
“As Opções Outorgadas Reconhecidas representam uma conta especial que deve ser
utilizada nos casos em que as sociedades negociam serviços de seus administradores e
empregados, cujo valor de mercado não é facilmente obtido. Ela deve ser apresentada
junto às Reservas de Capital, no Patrimônio Líquido, quando os serviços negociados
tiverem como contraprestação pagamentos baseados em ações a serem liquidados com
instrumentos patrimoniais. Caso a liquidação tenha realização prevista em dinheiro, o
registro deve ser reconhecido no Passivo.”
Questão do pdf
“Os gastos incorridos no processo de emissão de ações e outros valores mobiliários não
mais poderão ser tratados como despesas do período da emissão, mas sim como uma
redução dos valores efetivamente obtidos na captação junto aos sócios”.
#Gastos na emissão de ações: não devem ser reconhecidos como despesa, mas sim como
acréscimo do custo de emissão em conta retificadora do capital social.
Questão do pdf
Questão do pdf
#Lembrando que, nos termos do CPC 16 - Estoques, o valor de custo do estoque deve
incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos
incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. Ademais, lembre-
se que o custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de
importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os custos
de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos
acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens
semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição.
Nesse ponto vale destacar os fatos que alteram o valor das compras, conforme
discriminado a seguir:
Assim, temos;
Compras Brutas
(-) Devolução de Compras ou Compras Anuladas
(-) Abatimentos sobre Compras
(+) Fretes e Seguros sobre Compras
(-) Descontos Incondicionais Obtidos
(=) Compras Líquidas
9.1.10 IR/CSLL
O Imposto de Renda e a CSLL são calculados sobre o lucro do exercício. Destaca-se que
a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) destina-se ao financiamento da
Seguridade Social.
9.1.11 Participações
Correspondem a parcelas do resultado do exercício destinadas aos proprietários de
debêntures, a empregados, a administradores, aos proprietários de partes beneficiárias e
a instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados.
#Além disso, saiba que as taxas de cada participação podem ser diferentes, no entanto,
não podem ser superiores a 10% do resultado do período.
(a) receitas;
(b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
(c) lucro bruto;
(d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas
operacionais;
(e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do método de
equivalência patrimonial;
(f) resultado antes das receitas e despesas financeiras;
(g) despesas e receitas financeiras;
(h) resultado antes dos tributos sobre o lucro;
(i) despesa com tributos sobre o lucro;
(j) resultado líquido das operações continuadas;
(k) valor líquido dos seguintes itens:
(i) resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
(ii) resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos
despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição para
venda que constituem a unidade operacional descontinuada.
(l) resultado líquido do período.
Ainda, de acordo com o CPC 26, devem ser divulgados na Demonstração Consolidada
do Resultado do Exercício, como alocação do resultado do exercício os resultados
líquidos atribuíveis:
(i) À participação de sócios não controladores; e
(ii) Aos detentores do capital próprio da empresa controladora.
Segundo o CPC 31, os resultados com operações descontinuadas não serão considerados
como operacionais. É por esse motivo que aparecem na DRE após a provisão dos tributos.
Não confunda com os ganhos e perdas decorrentes das baixas de bens ou de direitos
classificados nos grupos investimentos, imobilizado e intangível que devem ser
classificados como “Outras Receitas/Outras Despesas”.
As operações descontinuadas decorrem de vendas relativas a linhas de negócios,
operações, produtos ou atividades que a empresa “abandonou”, ou seja, que não
existirão mais.
Outras particularidades
O CPC 26 aborda, ainda, dois outros aspectos relativos à DRE, quais sejam:
1. A necessidade de divulgação, de forma separada, da natureza e montantes dos
itens de receita e despesa quando estes são relevantes, conforme descrito no item 98:
9.3 FORMAS DE ANÁLISE DAS DESPESAS NA DRE (SUBCLASSIFICAÇÃO
DAS DESPESAS)
Pessoal, cabe destacar que existem duas formas de análise das despesas na DRE, quais
sejam: método da natureza da despesa e método funcional.
Segundo o CPC 26,
As despesas devem ser subclassificadas a fim de destacar componentes do
desempenho que possam diferir em termos de frequência, potencial de ganho ou de
perda e previsibilidade. Essa análise dever ser proporcionada em uma das duas
formas descritas a seguir, obedecidas as disposições legais.
A primeira forma de análise é o método da natureza da despesa. As despesas são
agregadas na demonstração do resultado de acordo com a sua natureza (por
exemplo, depreciações, compras de materiais, despesas com transporte, benefícios
aos empregados e despesas de publicidade), não sendo realocados entre as várias
funções dentro da entidade. Esse método pode ser simples de aplicar porque não
são necessárias alocações de gastos a classificações funcionais.
A segunda forma de análise é o método da função da despesa ou do “custo dos
produtos e serviços vendidos”, classificando-se as despesas de acordo com a sua
função como parte do custo dos produtos ou serviços vendidos ou, por exemplo,
das despesas de distribuição ou das atividades administrativas. No mínimo, a
entidade deve divulgar o custo dos produtos e serviços vendidos segundo esse
método separadamente das outras despesas. Esse método pode proporcionar
informação mais relevante aos usuários do que a classificação de gastos por
natureza, mas a alocação de despesas às funções pode exigir alocações arbitrárias e
envolver considerável julgamento.
O CPC 26 destaca que outras rubricas e contas, títulos e subtotais devem ser apresentados
na DRE quando tal apresentação for relevante para a compreensão do desempenho da
entidade.
Entretanto, a entidade não deve apresentar na DRE, ou em notas explicativas, rubricas,
receitas ou despesas sob a forma de itens extraordinários. Também não se admite mais a
figura das receitas e despesas não operacionais. A única discriminação é a dos resultados
derivados das atividades descontinuadas.
Para fecharmos o estudo dos aspectos sobre a DRE dispostos no CPC 26, veja esse
exemplo real de DRE extraído das demonstrações publicados pela Gerdau S.A (balanço
anual 2015).
9.4 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Meus camaradas, apurar o resultado do exercício consiste em verificar, por meio das
contas de resultado (receitas e despesas), se houve lucro ou prejuízo durante o exercício
social.
De maneira simplificada, a Apuração do Resultado do Exercício (ARE) nada mais é do
que a confrontação de receitas e despesas. Nesse sentido, caso as receitas superem as
despesas, teremos um resultado positivo (lucro). Do contrário, teremos um resultado
negativo (prejuízo).
Existem duas formas de apurar o resultado do exercício, quais sejam: apuração
extracontábil e apuração contábil.
Na apuração extracontábil, basta efetuarmos o confronto das receitas e despesas.
Exemplo:
Receitas – R$ 1.000,00
Despesas – R$ 800,00
Logo, o resultado do exercício será de R$ 200,00 (1000,00 - 800,00). Veja que nesse
caso temos um resultado positivo, pois o total das receitas superou o total das despesas.
Houve, portanto, a geração de lucro.
A apuração contábil, por sua vez, envolve um processo mais complexo, composto das
seguintes etapas:
1ª) Elaboração do Balancete de Verificação;
2ª) Transferência dos saldos das contas de receitas e despesas para a conta transitória
“Apuração do Resultado do Exercício – ARE” e apuração do saldo;
Nessa etapa, a conta “ARE” receberá, a débito, os saldos das contas de despesas e, a
crédito, os saldos das contas de receitas. Logo, temos o seguinte:
10.2.1 Relevância
Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas
decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informação pode ser capaz de fazer
diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários decidirem não a levar em
consideração, ou já tiver tomado ciência de sua existência por outras fontes.
E o que é considerado como “capaz de fazer a diferença nas decisões”?
Para que a informação contábil-financeira seja capaz de fazer diferença nas decisões ela
deve ter valor preditivo, valor confirmatório ou ambos.
10.3.1 Comparabilidade
As decisões de usuários implicam escolhas entre alternativas, como, por exemplo, vender
ou manter um investimento, ou investir em uma entidade ou noutra. Consequentemente,
a informação acerca da entidade que reporta informação será mais útil caso possa ser
comparada com informação similar sobre outras entidades e com informação similar
sobre a mesma entidade para outro período ou para outra data.
Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários
identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.
Diferentemente de outras características qualitativas, a comparabilidade não está
relacionada com um único item. A comparação requer no mínimo dois itens.
10.3.2 Verificabilidade
A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação representa
fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe representar. A verificabilidade
significa que diferentes observadores, cônscios e independentes, podem chegar a um
consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo, quanto ao
retrato de uma realidade econômica em particular ser uma representação fidedigna.
Informação quantificável não necessita ser um único ponto estimado para ser verificável.
Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades respectivas pode também ser
verificável.
A verificação pode ser direta ou indireta. Verificação direta significa verificar um
montante ou outra representação por meio de observação direta, como, por exemplo, por
meio da contagem de caixa. Verificação indireta significa checar os dados de entrada do
modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os resultados obtidos por meio da aplicação
da mesma metodologia. Um exemplo é a verificação do valor contábil dos estoques por
meio da checagem dos dados de entrada (quantidades e custos) e por meio do recálculo
do saldo final dos estoques utilizando a mesma premissa adotada no fluxo do custo (por
exemplo, utilizando o método PEPS).
10.3.3 Tempestividade
Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de decisão a
tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais antiga é
a que tem menos utilidade.
#Contudo, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o
encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, por exemplo,
necessitarem identificar e avaliar tendências.
10.3.4 Compreensibilidade
Classificar, caracterizar e apresentar a informação com clareza e concisão torna-a
compreensível.
Certos fenômenos são inerentemente complexos e não podem ser facilmente
compreendidos. A exclusão de informações sobre esses fenômenos dos relatórios
contábil-financeiros pode tornar a informação constante em referidos relatórios mais
facilmente compreendida. Contudo, referidos relatórios seriam considerados incompletos
e potencialmente distorcidos (misleading).
#Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm conhecimento
razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a informação
diligentemente. Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes podem sentir
a necessidade de procurar ajuda de consultor para compreensão da informação sobre um
fenômeno econômico complexo.
10.4 Resumo
10.5 PREMISSA SUBJACENTE
CONTINUIDADE
As demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como premissa que
a entidade está em atividade (going concern assumption) e irá manter-se em
operação por um futuro previsível. Desse modo, parte-se do pressuposto de que a
entidade não tem a intenção, nem tampouco a necessidade, de entrar em processo de
liquidação ou de reduzir materialmente a escala de suas operações. Por outro lado, se essa
intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas
em bases diferentes e, nesse caso, a base de elaboração utilizada deve ser divulgada.
10.6.1 ATIVO
#Imagine que a empresa tenha uma duplicata a receber resultante de uma venda a prazo.
Caso o cliente esteja falido, essa duplicata é somente um papel sem possibilidade de obter
benefício futuro. Portanto, nesse caso, essa duplicata não é um ativo.
Outro exemplo seria o caso de uma máquina sem nenhuma perspectiva de uso por parte
da entidade e sem possibilidade de ter um comprador. Perceba que, nesse caso, essa
máquina não pode ser considerada como um ativo, pois não há possibilidade de obter
benefício econômico futuro.
Portanto, caro estudante, perceba que a condição de algo ser “bens e direitos” não garante,
por si só que seja um ativo. Os exemplos acima mostram situações em que existe um bem
e o mesmo não pode ser considerado um ativo.
Controle pela entidade: refere-se ao fato de que o benefício futuro deve ser controlado
por uma entidade em particular. Perceba que a definição não utiliza o termo propriedade,
desvinculando a parte legal da econômica. Trata-se da essência sobre a forma. O exemplo
clássico citado pela doutrina é o arrendamento financeiro, em que os bens pertencem ao
arrendador, porém ficam sob controle do arrendatário, devendo, portanto, serem
contabilizados como ativo pelo arrendatário.
Liquidação se espera que resulte num desembolso: O passivo pressupõe não ser
possível evitar a obrigação. Destaca-se que a liquidação da obrigação pode ser realizada
de diversas formas, por exemplo, pagamento em dinheiro, transferência de outros ativos,
prestação de serviços, substituição de uma obrigação por outra, entre outras.
10.6.4 RECEITAS
RECEITAS são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob
a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos,
que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados
com a contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.
#Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não circulantes.
A definição de receita também inclui ganhos não realizados. Por exemplo, os que resultam
da reavaliação de títulos e valores mobiliários negociáveis e os que resultam de aumentos
no valor contábil de ativos de longo prazo. Quando esses ganhos são reconhecidos na
demonstração do resultado, eles são usualmente apresentados separadamente, porque sua
divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. Os ganhos são, em regra,
reportados líquidos das respectivas despesas.
Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados por meio da receita; exemplos
incluem caixa, contas a receber, bens e serviços recebidos em troca de bens e serviços
fornecidos. A receita também pode resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a
entidade pode fornecer mercadorias e serviços ao credor por empréstimo em liquidação
da obrigação de pagar o empréstimo.
10.6.5 DESPESAS
#Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e inundações,
assim como as que decorrem da venda de ativos não circulantes. A definição de despesas
também inclui as perdas não realizadas. Por exemplo, as que surgem dos efeitos dos
aumentos na taxa de câmbio de moeda estrangeira com relação aos empréstimos da
entidade a pagar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na demonstração do
resultado, elas são geralmente demonstradas separadamente, pois sua divulgação é útil
para fins de tomada de decisões econômicas. As perdas são, em regra, reportadas líquidas
das respectivas receitas.
Um ativo não deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando os gastos incorridos
não proporcionarem a expectativa provável de geração de benefícios econômicos para a
entidade além do período contábil corrente. Ao invés disso, tal transação deve ser
reconhecida como despesa na demonstração do resultado. Esse tratamento não implica
dizer que a intenção da administração ao incorrer nos gastos não tenha sido a de gerar
benefícios econômicos futuros para a entidade ou que a administração tenha sido mal
conduzida. A única implicação é que o grau de certeza quanto à geração de benefícios
econômicos para a entidade, além do período contábil corrente, é insuficiente para
garantir o reconhecimento do ativo.
Um passivo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que
uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em
liquidação de obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder
ser mensurado com confiabilidade.
Na prática, as obrigações originadas de contratos ainda não integralmente cumpridos de
modo proporcional – proportionately unperformed (por exemplo, passivos decorrentes de
pedidos de compra de produtos e mercadorias ainda não recebidos) - não são geralmente
reconhecidas como passivos nas demonstrações contábeis. Contudo, tais obrigações
podem enquadrar-se na definição de passivos caso sejam atendidos os critérios de
reconhecimento nas circunstâncias específicas, e podem qualificar-se para
reconhecimento. Nesses casos, o reconhecimento dos passivos exige o reconhecimento
dos correspondentes ativos ou despesas.
#A seleção do conceito de capital apropriado para a entidade deve estar baseada nas
necessidades dos usuários das demonstrações contábeis. Assim, o conceito de capital
financeiro deve ser adotado se os usuários das demonstrações contábeis estiverem
primariamente interessados na manutenção do capital nominal investido ou no poder de
compra do capital investido. Se, contudo, a principal preocupação dos usuários for com a
capacidade operacional da entidade, o conceito de capital físico deve ser adotado. O
conceito escolhido indica o objetivo a ser alcançado na determinação do lucro, mesmo
que possa haver algumas dificuldades de mensuração ao tornar operacional o conceito.
#O conceito de manutenção de capital está relacionado com a forma pela qual a entidade
define o capital que ela procura manter. Ele representa um elo entre os conceitos de capital
e os conceitos de lucro, pois fornece um ponto de referência para medição do lucro; é
uma condição essencial para distinção entre o retorno sobre o capital da entidade e a
recuperação do capital; somente os ingressos de ativos que excedam os montantes
necessários para manutenção do capital podem ser considerados como lucro e, portanto,
como retorno sobre o capital. Portanto, o lucro é o montante remanescente depois que as
despesas (inclusive os ajustes de manutenção do capital, quando for apropriado) tiverem
sido deduzidas do resultado. Se as despesas excederem as receitas, o montante residual
será um prejuízo.
#O conceito de manutenção do capital físico requer a adoção do custo corrente como base
de mensuração. O conceito de manutenção do capital financeiro, entretanto, não requer o
uso de uma base específica de mensuração. A escolha da base conforme este conceito
depende do tipo de capital financeiro que a entidade está procurando manter.
A principal diferença entre os dois conceitos de manutenção de capital está no tratamento
dos efeitos das mudanças nos preços dos ativos e passivos da entidade. Em termos gerais,
a entidade terá mantido seu capital se ela tiver tanto capital no fim do período como tinha
no início, computados os efeitos das distribuições aos proprietários e seus aportes para o
capital durante esse período. Qualquer valor além daquele necessário para manter o
capital do início do período é lucro.
Tópicos Selecionados
dos Principais
Pronunciamentos
Contábeis
11 Pronunciamentos Contábeis
O valor contábil é o montante pelo qual o ativo está reconhecido no balanço depois da
dedução de toda respectiva depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para
perdas.
O valor recuperável, por sua vez, é definido como o maior valor entre o valor líquido
de venda do ativo e o valor em uso desse ativo.
#O valor líquido de venda é o valor a ser obtido pela venda do ativo em uma transação
em condições normais envolvendo partes conhecedoras e independentes, deduzido das
despesas necessárias para que essa venda ocorra.
O valor em uso de um ativo imobilizado é o valor presente dos fluxos de caixa futuros
estimados (benefícios econômicos futuros esperados do ativo) decorrentes do seu
emprego ou uso nas operações da entidade.
Nessa situação, a entidade deve reduzir o valor contábil do ativo ao seu valor recuperável.
A perda por desvalorização a ser reconhecida no resultado do período é mensurada com
base no montante em que o valor contábil do ativo supera seu valor recuperável.
A contabilização da perda é a seguinte:
D - Perda por desvalorização (despesa: resultado)
#Observação: existem outras nomenclaturas dessas contas. “Perda por redução ao valor
recuperável” uma outra nomenclatura utilizada. O que importa é você saber a essência
do registro (debita uma despesa e credita uma conta redutora do ativo).
Se, por outro lado, o ativo estiver registrado por valor inferior ao valor recuperável,
nenhuma providência deverá ser tomada pela entidade.
#Pessoal, se o ativo intangível não for identificável, não há como a empresa ter certeza
da existência desse ativo. Nesse sentido, a identificação é fundamental para que um ativo
intangível seja reconhecido.
... sem substância física ...
Trata-se de uma característica básica. Para que um ativo seja considerado intangível, ele
não pode ter substância física, ou seja, deve ser incorpóreo/imaterial.
Para finalizar esse ponto do Pronunciamento que trata da definição de Ativo Intangível,
vale destacar o seguinte:
Caso um item não atenda à definição de ativo intangível, o gasto incorrido na sua
aquisição ou geração interna deve ser reconhecido como despesa quando incorrido.
No entanto, se o item for adquirido em uma combinação de negócios, passa a fazer parte
do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido na data
da aquisição (estudaremos melhor esse ponto na sequência).
Agora que destrinchamos a definição de ativo intangível, vamos estudar os critérios
estabelecidos pelo CPC 04 para avaliar se um ativo intangível poderá ou não ser
reconhecido (contabilizado) no balanço patrimonial.
RECONHECIMENTO
Nos termos do CPC 04,
Desse dispositivo podemos extrair a seguinte conclusão: não são todos os ativos
intangíveis que são reconhecidos no balanço patrimonial.
Assim, mesmo que o ativo seja não monetário, identificável e sem substância física
(satisfaça a definição de ativo intangível) ele pode não atender os critérios de
reconhecimento e, portanto, não deve ser contabilizado.
Exemplo da Coca zero.
Exemplos de gastos que não fazem parte do custo de ativo intangível adquirido
separadamente:
O CPC 04 destaca, ainda, que o reconhecimento dos custos no valor contábil de ativo
intangível cessa quando esse ativo está nas condições operacionais pretendidas pela
administração.
Portanto, os custos incorridos no uso ou na transferência ou reinstalação de ativo
intangível não devem ser incluídos no seu valor contábil, como, por exemplo, os seguintes
custos:
a. custos incorridos durante o período em que um ativo capaz de operar nas condições
operacionais pretendidas pela administração não é utilizado; e
b. prejuízos operacionais iniciais, tais como os incorridos enquanto a demanda pelos
produtos do ativo é estabelecida.
Por fim, vale destacar o seguinte: o ativo intangível deve ser reconhecido pelo equivalente
ao preço à vista. A diferença entre o preço à vista e o preço a prazo deve ser reconhecida
como despesa de juros.
Exceção: ativos qualificáveis. Nesse caso, os juros de empréstimos usados
exclusivamente para o desenvolvimento do ativo qualificável são capitalizados, ou seja,
são incluídos no custo do ativo.
resumo (importantíssimo)
##Beleza, professor... entendi a essência da “parada”, mas porque a empresa não efetua
um financiamento “normal”? Objetivamente, essa operação é interessante para ambas as
partes:
#Pessoal, os estoques basicamente são ativos que a empresa mantém para venda, como
insumo na produção de outros bens para venda ou na prestação de serviços.
Interessante notar que os requisitos acima são independentes, ou seja, basta o ativo
atender a qualquer um dos três requisitos para que seja classificado como estoque.
#Cabe destacar que os estoques não são somente bens tangíveis. Apesar de ser mais
comum esse tipo de estoque, existem estoques de bens intangíveis e também estoques de
serviços.
Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios
deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários
para se concretizar a venda.
Valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado
na data de mensuração.
#O CPC 16 destaca que o valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que a
entidade espera realizar com a venda do estoque no curso normal dos negócios. O valor
justo reflete o preço pelo qual uma transação ordenada para a venda do mesmo estoque
no mercado principal (ou mais vantajoso) para esse estoque ocorreria entre participantes
do mercado na data de mensuração. O primeiro é um valor específico para a entidade, ao
passo que o segundo já não é. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não
ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos necessários para a respectiva venda.
Custo do Estoque: O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição
e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua
condição e localização atuais.
E o que são custos de aquisição e transformação?
O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de
importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao fisco), bem como os
custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição
de produtos acabados, materiais e serviços.
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na
determinação do custo de aquisição.
O nível real de produção pode ser usado se aproximar-se da capacidade normal. Como
consequência, o valor do custo fixo alocado a cada unidade produzida não pode ser
aumentado por causa de um baixo volume de produção ou ociosidade.
Os custos fixos não alocados aos produtos devem ser reconhecidos diretamente como
despesa no período em que são incorridos.
Outros custos que não de aquisição nem de transformação devem ser incluídos nos
custos dos estoques somente na medida em que sejam incorridos para colocar os estoques
no seu local e na sua condição atuais. Por exemplo, pode ser apropriado incluir no custo
dos estoques gastos gerais que não sejam de produção ou os custos de desenho de
produtos para clientes específicos.
Exemplos de itens não incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa
do período em que são incorridos:
a) valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos de
produção;
b) gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo
produtivo entre uma e outra fase de produção;
c) despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local
e condição atuais; e
d) despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços
aos clientes.
#Custos de estoque de prestador de serviços Na medida em que os prestadores de
serviços tenham estoques de serviços em andamento, devem mensurá-los pelos custos da
sua produção. Esses custos consistem principalmente em mão-de-obra e outros custos
com o pessoal diretamente envolvido na prestação dos serviços, incluindo o pessoal
de supervisão, o material utilizado e os custos indiretos atribuíveis. Os salários e os
outros gastos relacionados com as vendas e com o pessoal geral administrativo não devem
ser incluídos no custo, mas reconhecidos como despesa do período em que são incorridos.
O custo dos estoques de prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os
gastos gerais não atribuíveis que são frequentemente incluídos nos preços cobrados
pelos prestadores de serviços.
##
Outras formas para mensuração do custo Outras formas para mensuração do custo
de estoque, tais como o custo-padrão ou o método de varejo, podem ser usadas por
conveniência se os resultados se aproximarem do custo.
O custo-padrão leva em consideração os níveis normais de utilização dos materiais e
bens de consumo, da mão-de-obra e da eficiência na utilização da capacidade produtiva.
O método de varejo é muitas vezes usado no setor de varejo para mensurar estoques de
grande quantidade de itens que mudam rapidamente, itens que têm margens semelhantes
e para os quais não é praticável usar outros métodos de custeio.
#
#Nos termos do CPC 16, o custo dos estoques de itens de estoque que sejam geralmente
intercambiáveis (regra geral) deve ser atribuído pelo uso do critério Primeiro a Entrar,
Primeiro a Sair (PEPS) ou pelo critério do custo médio ponderado.
Critério PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair): pressupõe que os itens de estoque
que foram comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e,
consequentemente, os itens que permanecerem em estoque no fim do período sejam os
mais recentemente comprados ou produzidos.
Finalizando esse tópico, o CPC 16 estabelece que em cada período subsequente deve ser
feita uma nova avaliação do valor realizável líquido.
Nos termos do CPC 16, quando os estoques são vendidos, o custo escriturado desses itens
deve ser reconhecido como despesa do período em que a respectiva receita é reconhecida.
Trata-se da contabilização do Custo da Mercadoria Vendida (CMV).
A quantia de qualquer redução dos estoques para o valor realizável líquido e todas
as perdas de estoques devem ser reconhecidas como despesa do período em que a
redução ou a perda ocorrerem.
# Nesse contexto, referido Manual destaca que no Brasil o termo provisão para as contas
retificadoras do ativo foi sempre bastante utilizado, mas considera essa utilização
inadequada. Assim, para essas contas o Manual faz uma adaptação do termo para "perdas
estimadas". Desse modo, passa a utilizar, por exemplo, "Perdas Estimadas Para Créditos
de Liquidação Duvidosa" (PECLD) e não mais "Provisão para Créditos de Liquidação
Duvidosa"
# Por fim, cabe destacar também a diferenciação entre as provisões propriamente ditas e
as “provisões derivadas de apropriações por competência” (accruals). Segundo o Manual
FIPECAFI, estas são caracterizadas como obrigações já existentes, registradas no período
de competência, em que não existe grau de incerteza relevante. Assim, pode-se dizer que
já se caracterizam como passivos genuínos e não devem ser reconhecidos como
“provisões”. São exemplos desses passivos: férias e 13º salários devidos aos funcionários,
bem como os respectivos encargos sociais, os dividendos mínimos obrigatórios
propostos, as gratificações e participações devidas aos empregados e administradores, as
participações de partes beneficiárias e outros. Esses devem ser contabilizados como
“férias pagar”, “décimo-terceiro a pagar”, “encargos sociais a pagar”, “dividendos a
pagar” etc.
#
Obrigação Presente
A Obrigação presente caracteriza-se por evidência disponível de que é mais provável
que vai existir a obrigação do que não. Na maioria dos casos essas evidências serão claras,
mas quando as evidências não forem tão claras, pode-se recorrer, como no caso de
processos judiciais, a opinião de peritos. Ainda com relação às evidências, qualquer
evidência adicional proporcionada por eventos após a data do balanço deve ser
considerada.
Evento Passado
O evento passado é aquele que cria obrigação. Segundo o CPC 25, para um evento ser
um evento que cria obrigação, é necessário que a entidade não tenha qualquer alternativa
realista senão liquidar a obrigação criada pelo evento. Esse é o caso somente:
a) quando a liquidação da obrigação pode ser imposta legalmente; ou
b) no caso de obrigação não formalizada, quando o evento (que pode ser uma ação
da entidade) cria expectativas válidas em terceiros de que a entidade cumprirá a
obrigação.
Nesse sentido, o Manual FIPECAFI ensina que não são reconhecidas contabilmente
obrigações a derivarem de fatos geradores contábeis futuros, nem aquelas que dependam
de eventos futuros para efetivamente se materializarem, mesmo que derivadas de
compromissos firmados anteriormente. Por exemplo, a assinatura de um contrato de
compra de uma mercadoria é um evento que não gera, por si só, obrigação reconhecível
contabilmente, porque a obrigação nascerá, efetivamente, após o recebimento da
mercadoria. Nesse caso o contrato, no passado, provocará o nascimento da obrigação,
mas apenas quando, no futuro, o contratado fornecer o bem.
O CPC 25 destaca que quando for utilizado o desconto a valor presente, o valor contábil
da provisão aumenta a cada período para refletir a passagem do tempo. Esse aumento
deve ser reconhecido como despesa financeira.
11.5.2.1 Reconhecimento
Conforme já estudamos acima, a entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
O apêndice B do CPC 25 apresenta um fluxograma (árvore de decisão) que resume os
principais requerimentos de reconhecimento do Pronunciamento para provisões e
passivos contingentes. Adaptamos referido fluxograma abaixo para o nosso propósito:
11.5.3 ATIVO CONTINGENTE
Segundo o CPC 25, Ativo Contingente é um ativo possível que resulta de eventos
passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de um ou mais
eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.
#Os ativos contingentes surgem normalmente de evento não planejado ou de outros não
esperados que dão origem à possibilidade de entrada de benefícios econômicos para a
entidade. Um exemplo é uma reivindicação que a entidade esteja reclamando por meio
de processos legais, em que o desfecho seja incerto.
11.5.4 Reconhecimento
A entidade não deve reconhecer um ativo contingente.
Nos termos do CPC 25, os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações
contábeis, uma vez que pode tratar-se de resultado que nunca venha a ser realizado.
Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então o ativo
relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado.
O CPC 25 traz um quadro que resume a questão do reconhecimento e divulgação dos
ativos contingentes. Referido quadro foi adaptado para o nosso propósito:
11.5.5 Mensuração
# A entidade vende bens com uma garantia segundo a qual os clientes estão cobertos pelo
custo da reparação de qualquer defeito de fabricação que se tornar evidente dentro dos
primeiros seis meses após a compra. Se forem detectados defeitos menores em todos os
produtos vendidos, a entidade irá incorrer em custos de reparação de 1 milhão. Se forem
detectados defeitos maiores em todos os produtos vendidos, a entidade irá incorrer em
custos de reparação de 4 milhões. A experiência passada da entidade e as expectativas
futuras indicam que, para o próximo ano, 75 por cento dos bens vendidos não terão
defeito, 20 por cento dos bens vendidos terão defeitos menores e 5 por cento dos bens
vendidos terão defeitos maiores. A entidade avalia a probabilidade de uma saída para as
obrigações de garantias como um todo.
O valor esperado do custo das reparações é: (75% x 0) + (20% x $ 1 milhão) + (5% de $
4 milhões) = $400.000
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas,
ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da
entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração.
11.7.1 Estrutura e Conteúdo
Pessoal, entramos agora no ponto mais exigido do CPC 26. Mais de 90% das questões
sobre o Pronunciamento decorrem de aspectos gerais estabelecidos pelo CPC 26 para
cada demonstração.
São exigências de níveis mínimos de itens que obrigatoriamente devem ser incluídos em
cada demonstração. Ao longo dos tópicos vamos inserir algumas questões para que você
tenha a exata noção de como o assunto é exigido. Vamos nessa? Então, avante!
# O CPC 26 informa que contas do balanço patrimonial devem ser incluídas sempre que
o tamanho, natureza ou função de um item ou agregação de itens similares apresentados
separadamente seja relevante na compreensão da posição financeira da entidade.
# O CPC 26 destaca que a entidade deve apresentar contas adicionais (pela desagregação
de contas listadas acima), cabeçalhos e subtotais nos balanços patrimoniais sempre que
sejam relevantes para o entendimento da posição financeira e patrimonial da entidade.
Além disso, o CPC 26 informa que na situação em que a entidade apresente
separadamente seus ativos e passivos circulantes e não circulantes, os impostos diferidos
ativos (passivos) não devem ser classificados como ativos circulantes (passivos
circulantes). Logo, como a legislação societária prevê em nosso ordenamento a
apresentação separada em circulante e não circulante, os impostos diferidos ativos e
passivos devem ser classificados como não circulantes.
O ativo não circulante deve ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos,
imobilizado e intangível.
Pessoal, aqui vale destacar o previsto na legislação societária. De acordo com o art. 179
da Lei 6.404/76,
Segundo o CPC 27 - Ativo Imobilizado,
# O CPC 04 (item 8) define Ativo Intangível como sendo um Ativo não monetário,
identificável e sem substância física.
O CPC 26 destaca que a entidade deve classificar os seus passivos financeiros como
circulantes quando a sua liquidação estiver prevista para o período de até doze meses após
a data do balanço, mesmo que:
a) o prazo original para sua liquidação tenha sido por período superior a doze meses;
e
b) um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamento a longo
prazo seja completado após a data do balanço e antes de as demonstrações
contábeis serem autorizadas para sua publicação.
11.8.6 Informação a ser apresentada no balanço patrimonial ou em notas
explicativas
Nos termos do CPC 26, a entidade deve divulgar, seja no balanço patrimonial seja nas
notas explicativas, rubricas adicionais às contas apresentadas (subclassificações),
classificadas de forma adequada às operações da entidade. O detalhamento proporcionado
nas subclassificações depende dos requisitos dos CPCs. As divulgações variam para cada
item, por exemplo:
a) os itens do ativo imobilizado são segregados em classes de acordo com o CPC 27 -
Ativo Imobilizado;
b) as contas a receber são segregadas em montantes a receber de clientes comerciais,
contas a receber de partes relacionadas, pagamentos antecipados e outros montantes;
c) os estoques são segregados, de acordo com o CPC 16 – Estoques, em classificações
tais como mercadorias para revenda, insumos, materiais, produtos em processo e produtos
acabados;
d) as provisões são segregadas em provisões para benefícios dos empregados e outros
itens; e
e) o capital e as reservas são segregados em várias classes, tais como capital subscrito e
integralizado, prêmios na emissão de ações e reservas.
11.9.1 Alcance
O CPC 27 deve ser aplicado na contabilização de ativos imobilizados, exceto quando
outro Pronunciamento exija ou permita tratamento contábil diferente.
O CPC 27 destaca que ele não se aplica aos seguintes ativos:
a) ativos imobilizados classificados como mantidos para venda (esses ativos devem seguir
o disposto no CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
Descontinuada);
b) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola que não sejam plantas
portadoras2 (esses ativos devem seguir o disposto no CPC 29 に Ativo Biológico e
Produto Agrícola);
c) reconhecimento e mensuração de ativos de exploração e avaliação (existe previsão de
ser editado um CPC específico para esses ativos, o CPC 34. No entanto, ainda não foi
editado);
d) direitos sobre jazidas e reservas minerais tais como petróleo, gás natural, carvão
mineral, dolomita e recursos não renováveis semelhantes.
O CPC 27 destaca que ele é aplicável aos ativos imobilizados usados para desenvolver
ou manter os ativos descritos nas alíneas “b”, “c” e “d” acima descritas.
11.9.2 Definições
Pessoal, a seguir transcrevemos as principais definições previstas no CPC 27. Essas
definições são importantes, especialmente para o cálculo da depreciação que
detalharemos na sequência da aula.
Valor contábil: é o valor pelo qual um ativo é reconhecido após a dedução da depreciação
e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas.
Valor depreciável: é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o
seu valor residual.
Valor específico para a entidade (valor em uso): é o valor presente dos fluxos de caixa
que a entidade espera (i) obter com o uso contínuo de um ativo e com a alienação ao final
da sua vida útil ou (ii) incorrer para a liquidação de um passivo.
Valor justo: é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado
na data de mensuração.
11.9.3 RECONHECIMENTO
Segundo o CPC 27, o custo de um item de ativo imobilizado deve ser reconhecido como
ativo se, e apenas se (princípio do reconhecimento):
a) for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a
entidade; e
b) o custo do item puder ser mensurado confiavelmente.
# Uma indústria química pode instalar novos processos químicos de manuseamento a fim
de atender às exigências ambientais para a produção e armazenamento de produtos
químicos perigosos. Nesse sentido, os melhoramentos e as benfeitorias nas instalações
são reconhecidos como ativo porque, sem eles, a entidade não estaria em condições de
fabricar e vender tais produtos químicos.
Entretanto, o valor contábil resultante desse ativo e dos ativos relacionados deve ter a
redução ao valor recuperável revisada de acordo com o CPC 01.
11.9.7.2 Depreciação
Depreciação, segundo o CPC 27, é a alocação sistemática do valor depreciável de um
ativo ao longo da sua vida útil. A depreciação tem por objeto os bens materiais (tangíveis),
integrantes do ativo imobilizado (computadores, instalações, móveis, veículos, edifícios,
etc)
As principais causas que justificam a depreciação são: desgaste pelo uso, a ação do tempo
e a obsolescência.
Vamos revisar alguns conceitos importantes “para início de conversa”.
Valor Depreciável: é o custo de um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o
seu valor residual.
Valor residual de um ativo: é o valor estimado que a entidade obteria com a venda do
ativo, após deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse a idade e a
condição esperadas para o fim de sua vida útil.
Vida Útil: É:
a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera
obter pela utilização do ativo.
Taxa de depreciação corresponde a um percentual fixado em função do tempo de vida
útil do bem.
Assim, o valor da depreciação resulta da aplicação da taxa sobre o valor depreciável.
Método da soma dos algarismos dos anos: consiste em estipular taxas variáveis
crescentes ou decrescentes durante o tempo de vida útil do ativo. Para tanto, utiliza-se o
seguinte critério: somam-se os algarismos dos anos que formam o tempo de vida útil do
ativo, obtendo-se, assim, o denominador da fração que determinará a taxa de depreciação
de cada ano. Vejamos um exemplo:
Tempo de vida útil: 3 anos
Taxa de depreciação 1+2+3 = 6
Assim, o número 6 será o denominador da fração que determinará a taxa de depreciação
de cada ano.
Se utilizarmos taxas crescentes, teremos:
1º ano = 1/6 (16,67%); 2º anos = 2/6 (33,33%); 3º ano = 3/6 (50%).
Se utilizarmos taxas decrescentes, teremos:
1º ano = 3/6; 2º anos = 2/6; 3º ano = 1/6.
O CPC 27 denomina esse método de “método dos saldos decrescentes”. Perceba que o
uso desse método resulta em despesa decrescente durante a vida útil.
Método das unidades produzidas: o uso desse método resulta em despesa baseada no
uso ou produção esperados. Consiste em estipular a taxa de depreciação tomando-se como
base o número de unidades produzidas em cada período. Para tanto, utiliza-se o seguinte
critério: estima-se a quantidade de unidades que o ativo produzirá durante o tempo de
vida útil do ativo. A taxa de depreciação do período será calculada proporcionalmente à
quantidade de unidades produzidas no respectivo período. Vejamos um exemplo:
Ativo: máquina industrial
Capacidade máxima de produção: 100.000 unidades
Unidades produzidas no mês: 500 unidades
Podemos calcular a taxa de depreciação por meio de regra de três:
100.000 unidades _______ 100%
5000 unidades __________ X
Taxa de depreciação = 5%
11.9.7.4 Depreciação acelerada
A depreciação acelerada diferencia-se da normal pela variação da taxa de depreciação
aplicável, a qual poderá variar de acordo com o número de turnos de utilização do ativo
a ser depreciado. Para tanto, devemos entender por turno um período correspondente a 8
horas. Desse modo, na depreciação acelerada poderemos aplicar um dos seguintes
coeficientes sobre a taxa normal utilizada:
(i) coeficiente 1,0 para um turno de 8 horas de operação;
(ii) coeficiente 1,5 para dois turnos de 8 horas de operação;
(iii) coeficiente 2,0 para três turnos de 8 horas de operação;
Vejamos um exemplo:
Taxa normal de depreciação: 5% a.a.
Operação: 3 turnos de 8 horas cada, diariamente.
Assim, temos: 5% a.a. x 2,0 = 10% a.a.
11.9.8 Baixa
Segundo o CPC 27, o valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado:
a) por ocasião de sua alienação; ou
b) quando não há expectativa de benefícios econômicos futuros com a sua utilização ou
alienação. Ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do ativo imobilizado devem
ser reconhecidos no resultado quando o item é baixado. Os ganhos não devem ser
classificados como receita de venda.