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POLO-CAXITO
DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIREITO FISCAL
Grupo nº: 01
3º Ano
Período: Noturno
Curso: Contabilidade e Administração
Docente
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Dr. Graciano Panzo
CAXITO-ABRIL
2022/2023
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO DE ANGOLA (ISTA)
POLO-CAXITO
DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIREITO FISCAL
Autores:
António Joaquim Mantantu
Ernesto Manuel António Francisco
Justino Miguel Gomes Manuel
Miguel Vontade João da Silva
Pedro Pereira Frederico da Silva
CAXITO-ABRIL
2022/202
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................................... i
INTRODUÇÃO........................................................................................................................01
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................02
1.1. Breve história do Petróleo..................................................................................................02
1.2. Quadro Legal......................................................................................................................03
1.3. REGIME FISCAL APLICÁVEL AO SECTOR PETROLÍFERO (LEI N.º 13/04, DE 24
DE DEZEMBRO).....................................................................................................................06
1.3.1. Âmbito e Objecto............................................................................................................06
1.3.2. Regras Gerais Aplicáveis................................................................................................07
1.3.3. Isenções...........................................................................................................................07
1.3.4. Encargos Tributários.......................................................................................................08
1.4. DISTINÇÃO DO SISTEMA FISCAL E ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL DOS
DIFERENTES TIPOS DE RENDIMENTOS GERADOS PELA INDÚSTRIA.....................09
1.4.1. Imposto sobre a Produção do Petróleo............................................................................09
1.4.2. Imposto sobre o Rendimento do Petróleo.......................................................................09
1.4.3. Imposto sobre a Transacção do Petróleo.........................................................................11
1.4.4. Taxa de Superfície..........................................................................................................11
1.4.5. Contribuição para a Formação dos Quadros Angolanos.................................................11
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................14
RESUMO
Estas receitas contribuíram em mais de 30% para o Produto Interno Bruto (PIB) e em
mais de 70% das receitas fiscais totais do OGE nos últimos 25 anos. Porquanto, a literatura da
ciência política e económica adverte que a ineficiência na gestão destes recursos, para além de
comprometer a equidade intergeracional e a boa governação, pode também induzir o aumento
dos níveis de corrupção e criar instabilidade ao Estado.
INTRODUÇÃO
A economia angolana depende do petróleo, que contribui com mais de 50% do PIB,
75% das receitas governamentais e 90% do valor exportado. O crescimento do PIB angolano
dos últimos anos tem a ver com o aumento da produção de petróleo aliada ao preço alto desta
commodity. A par do petróleo, a indústria diamantífera é relevante, contribui nas exportações
e no PIB do país. A importância deste tema reside, acima de tudo, no facto de, entre todos os
factores que contribuem para o sucesso ou insucesso desta indústria, o regime fiscal ser o
único que os estados conseguem efectivamente controlar.
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CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Abordar uma temática deste género obriga-nos a recorrer a uma série de definições e
conceitos a fim de permitir uma melhor compreensão do conteúdo que orientam esta pesquisa.
Em 1976 o governo de Angola criou a sua National Oil Company (NOC), que é a
Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Sonangol, que é responsável pela
estruturação e gestão das participações governamentais no sector de pesquisa e produção
(E&P) de petróleo em território angolano, além de actuar em outros elos da cadeia de petróleo
e gás no país. Ao Ministério dos Petróleos “MINPET” cabe a responsabilidade de regular e
definir a política nacional de petróleo e coordenar, controlar e auditor este sector económico.
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A exploração onshore sustada devido as hostilidades da guerra civil, a Sonangol
incentivou as oportunidades offshore de pesquisa e produção (E&P) na costa marítima
angolana. Tal incentivo despertou interesse das International Oil Company (IOC ou IOCs)
através do licenciamento de áreas significativas, em águas rasas no sul de Cabinda, na década
de 80, e na década seguinte em águas mais profundas, em torno de 100 km da costa.
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O regime legal do sector petrolífero de Angola é decalcado ou influenciado ao modelo
da Malásia. A NOC foi constituída em 1976, através do Decreto nº 57, sob denominação de
SONANGOL-Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Unidade Empresarial Estatal
“SONANGOL-UEE”. O estatuto da Sonangol-UEE é alterado e passa a ter a sua actual
denominação social: Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Empresa Pública
“SONANGOL-EP”.
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A Lei visa salvaguardar, os princípios de política económica e sociais aplicáveis ao
sector petrolífero: protecção do interesse nacional; desenvolvimento do mercado de trabalho e
valorização dos recursos petrolíferos; protecção do meio ambiente e racionalização da
utilização dos recursos petrolíferos; e viabilização da competitividade do país no mercado
internacional. A Lei prevê condições e regras operacionais de carácter geral e abstracta que se
aplicam a quaisquer tipos de associação com a Sonangol.
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1.3. REGIME FISCAL APLICÁVEL AO SECTOR PETROLÍFERO (LEI
N.º 13/04, DE 24 DE DEZEMBRO)
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1.3.2. Regras Gerais Aplicáveis
A indústria petrolífera está dividida nos sectores de: Upstream - que consiste na
actividade de pesquisa, produção e venda do petróleo bruto e gás natural – e
Downstream – que consiste na actividade de refinação de petróleo, a liquefacção de
gás, a distribuição e venda de petróleo refinado e seus derivados;
Os encargos tributários na indústria petrolífera devem ser calculados de forma
completamente independente em relação à cada área de concessão, havendo assim
autonomização dos encargos das áreas de concessão (Ring Fence);
O Preço de Referência Fiscal do Petróleo (PRF) é fixado trimestralmente pelos
Ministérios do Petróleo e das Finanças e resulta da compilação de dados de vendas e
outras informações relevantes, prestadas pela Concessionária Nacional e suas
associadas;
O sistema contabilístico a utilizar na indústria deve observar as regras e os métodos
descritos no Plano Geral de Contabilidade (PGC), sendo que os procedimentos e
princípios contabilísticos relativos aos custos são geralmente definidos num anexo aos
documentos contratuais.
1.3.3. Isenções
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1.3.4. Encargos Tributários
Os encargos tributários que integram o regime fiscal especial aplicável à indústria petrolífera
são:
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1.4. DISTINÇÃO DO SISTEMA FISCAL E ENQUADRAMENTO
ORÇAMENTAL DOS DIFERENTES TIPOS DE RENDIMENTOS
GERADOS PELA INDÚSTRIA
Nos termos da Lei 13/2004 de 24 de Dezembro, todas as outras actividades que não
sejam consideradas como actividades petrolíferas encontram-se sujeitas a tributação nos
termos das regras tributárias gerais, mais concretamente do Imposto Industrial, segundo o
qual são tributados os lucros imputáveis ao exercício de qualquer actividade de natureza
comercial ou industrial.
Este imposto é devido por todas as empresas que participem num contrato com a
Sonangol, anualmente, à taxa de 20%, salvo raras excepções previstas na lei. O único caso à
parte será o das empresas que operam sob uma joint venture, pois neste caso podem deduzir,
como custos de investimento, 50% da produção de petróleo.
Nos termos do artigo 41º da Lei 13/2004, a taxa aplicável aos rendimentos varia
consoante o tipo de contrato em causa. No caso de existência de contratos de partilha de
produção aplica-se uma taxa de 50%. Nos restantes contratos ou concessões a taxa
aplicável será de 65,75%.
Contudo, não são dedutíveis para efeitos fiscais: (i) as comissões auferidas por
intermediários, (ii) indemnizações, com mais ou outro tipo de penalidades, assim como
despesas incorridas em processos de arbitragem, (iii) juros ou outros encargos que não
caibam nos custos dedutíveis do parágrafo anterior; e ainda (iv) os fundos, provisões e
reservas, excepto quando tenham sido previamente aprovados pelo Governo. Tratando-se
de liquidação definitiva, os contribuintes ficam obrigados a entregar anualmente, durante o
mês de Março, uma declaração Modelo 2 sobre a previsão de pagamentos para o ano
seguinte, a qual será utilizada como base de fixação da matéria coletável por uma
Comissão de Fixação.
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1.4.3. Imposto sobre a Transacção do Petróleo
O Imposto sobre a Transacção do Petróleo incide sobre o lucro das empresas operadoras em
Angola, calculando-se segundo as regras aplicáveis ao Imposto sobre o Rendimento do
Petróleo, nos termos da Lei 13/04, aplicando-se a taxa de 70%.
As empresas operadoras devem também uma taxa de superfície, a qual incide sobre a
área de concessão ou sobre as áreas de desenvolvimento.
Calcula-se através de um valor anual de 300 USD por km2, devendo ser liquidado no
mês seguinte ao da assinatura do contrato ou da apresentação da declaração comercial.
Nos termos do artigo 57º da Lei 13/2004, é, ainda, exigido um financiamento para o
treino de cidadãos angolanos na indústria do petróleo e gás natural. Esta contribuição difere
entre empresas e fornecedores de bens e serviços prestados às empresas petrolíferas,
dependendo, essencialmente, da fase da actividade em que se encontram. Neste sentido, esta
pode variar entre USD 200.000 por ano, USD 0,15 por barril e 0,5% do rendimento bruto
anual, quando estejamos perante uma sociedade de exploração, de produção ou sub-
empreiteiros, respectivamente.
Os dividendos distribuídos por uma entidade angolana são tributados à taxa de 10%, por
retenção na fonte da entidade pagadora, a qual deve entregar, até ao final do mês seguinte, o
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imposto devido às Autoridades Fiscais. Os juros sobre empréstimos garantidos por terceira
parte ou accionistas são tributados à taxa de 15%. Note-se que, no caso de os juros serem
pagos por entidades estrangeiras, a obrigação de entregar o imposto às Autoridades recai na
entidade nacional. Relativamente aos empréstimos concedidos por accionistas haverá retenção
na fonte na altura do pagamento. Contudo, através de disposições contratuais, a Sonangol
concede isenções de Imposto sobre a Aplicação de Capitais.
A Lei n.º 11/04 prevê uma isenção nas importações de bens que sejam exclusivamente
necessários à indústria do petróleo e gás natural, desde que não seja possível adquiri-los em
Angola. Todas as outras importações estão sujeitas a Direitos Aduaneiros, com uma taxa que
pode variar entre os 2% e os 30%.
As taxas deste imposto variam significativamente, sendo a taxa normal de 10%, mas
pode ser reduzida para 2%, no caso de alimentos essenciais e medicamentos, ou subir para
20% ou mesmo 30%, nos casos em que estão envolvidos bens considerados de luxo. Quanto
aos serviços as taxas variam entre 5% e 10%.
Relativamente à Segurança Social, são devidas contribuições sobre o salário, à taxa de 11%,
sendo que 8% são retidos na fonte pelo empregador e 3% ficam a cargo do trabalhador.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NARKHLE, Carole, no artigo Petroleum Fiscal Regimes em The taxation of Petroleum and
Minerals, Routledge, 1ª ed. 2010
Artigo Reforma Fiscal: Imposto sobre a Aplicação de Capitais, Imposto do Selo e Imposto de
Consumo de Março de 2012, Vitor Carvalho & Associados.
Artigo Um olhar sobre…O SISTEMA FISCAL ANGOLANO, Rogério Fernandes Ferreira &
Associados, 2012
SANCHES, JJ Saldanha e GAMA, João Taborda da, Manual de Direito Fiscal Angolano,
Coimbra, 2010
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