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Manual M6 Economia - 3º Ano

História A (Ensino Médio - Portugal)

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Curso Profissional de Técnico de Gestão

Economia
3º ano

Módulo 6
A Interdependência das
Economias Atuais
24 Horas

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A Interdependência das Economias Atuais

Índice
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 2

1.1. Objetivos: ........................................................................................................................ 2


1.2. Conteúdos (breve descrição):....................................................................................... 3
1.3. Atividades ....................................................................................................................... 4
1.4. Avaliação ......................................................................................................................... 4
1.5. Grelha de competências técnicas de apoio à avaliação de Conhecimentos ..... Erro!
Marcador não definido.
1.6. Grelha auxiliar de avaliação de competências Pessoais e Sociais .... Erro! Marcador
não definido.
2. A NECESSIDADE E A DIVERSIDADE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS .................... 5

2.1. Vantagem comparativa e especialização ................................................................... 12


2.2. Vantagens da especialização das produções e do comércio internacional .......... 13
3. REGISTO DAS RELAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO – A BALANÇA DE

PAGAMENTOS .......................................................................................................................... 17

3.1. Componentes da Balança de Pagamentos ................................................................ 18


3.2. A Balança Corrente ...................................................................................................... 19
3.3. A Balança de Capital .................................................................................................... 25
3.4. A Balança Financeira ................................................................................................... 26
3.5. Taxa de Câmbio ............................................................................................................ 29

3.6. O valor do comércio externo e a taxa de cobertura ................................................. 34


4. AS POLÍTICAS COMERCIAIS E A ORGANIZAÇÃO DO COMÉRCIO MUNDIAL ......... 38

4.1. Do GATT à OMC ........................................................................................................... 40


4.2. As relações de Portugal com o Resto do Mundo ..................................................... 46
4.3. Formas de Integração Económica .............................................................................. 47
CONCEITOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................ 49

RETENDO O ESSENCIAL ........................................................................................................ 50

EXERCÍCIOS ............................................................................................................................. 51

PROVA DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS (RESOLVIDA) .......................................... 61

CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 63

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BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................... 64

1. Introdução
Uma grande parte dos produtos que utilizamos no dia a dia tem proveniência estrangeira.
Isso acontece, porque, por um lado, a produção nacional é insuficiente para assegurar
as necessidades da população e, por outro, porque muitos bens que consumimos não
se produzem no nosso país. Geralmente, os bens são produzidos nos países que têm
maior facilidade de acesso às matérias-primas, que dispõem de mão-de-obra ou de
outras condições que favorecem a produção desses bens. Os países necessitam assim
de efetuar trocas uns com os outros para conseguirem obter os bens de que carecem.

1.1. Objetivos:
• Indicar os diferentes tipos de trocas internacionais que se estabelecem entre as
Economias;
• Explicar as razões que levam os países a efetuar trocas comerciais;
• Referir vantagens para os países, decorrentes da integração no comércio
internacional;
• Referir a importância de se efetuarem os registos das trocas internacionais;
• Indicar as componentes da Balança de Pagamentos (Balanças Corrente, de
Capital e Financeira);
• Referir as balanças que compõem a Balança Corrente;
• Calcular o saldo da Balança de Mercadorias;
• Calcular a taxa de cobertura;
• Interpretar o significado de indicadores do comércio externo (taxa de cobertura
e estrutura das importações e das exportações);
• Referir a composição das Balanças de Serviços, de Rendimentos e de
Transferências Correntes;
• Calcular o saldo da Balança Corrente;
• Indicar as componentes da Balança de Capital;
• Indicar componentes da Balança Financeira;
• Distinguir protecionismo de livre-cambismo;

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• Relacionar o desenvolvimento e a desregulamentação dos transportes com a


abertura do comércio internacional;
• Explicar o papel das empresas transnacionais no desenvolvimento do comércio
internacional;
• Explicar de que forma o GATT/OMC incentivou o desenvolvimento do comércio
internacional;
• Apresentar a noção de integração económica;
• Distinguir cada uma das formas de integração económica;
• Relacionar o processo de integração com a regionalização das trocas comerciais;
• Explicar a importância do Ato Único Europeu;
• Relacionar o Ato Único com a criação da União Económica e Monetária (UEM);
• Enunciar os objetivos do tratado de Maastricht;
• Explicar a importância da criação da UEM na afirmação da União Europeia.

1.2. Conteúdos (breve descrição):

● O comércio internacional

- Diversidade, necessidade e vantagens das trocas internacionais

● O registo das trocas internacionais – Balança de Pagamentos

- Balança Corrente:
• mercadorias (importações e exportações)
• serviços
• rendimentos
• transferências correntes

- Balança de Capital

- Balança Financeira

● Fatores de desenvolvimento do comércio internacional

- Transportes e comunicações

- Empresas transnacionais

- GATT/OMC

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● A integração económica

- Noção

- Formas (zona de comércio livre, união aduaneira, mercado comum e união


económica)

- O processo de construção da União Europeia


1.3. Atividades

• Exposição teórica dos conteúdos;


• Discussão de ideias sobre os temas;
• Realização de exercícios;
• Realização de tarefas em grupo.

1.4. Avaliação

• Aquisição e aplicação de conhecimentos;


• Progressão na aprendizagem ;
• Interesse e motivação;
• Pontualidade e assiduidade;
• Observação direta;
• Trabalho de grupo;
• Prova de avaliação de Conhecimentos.

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2. A Necessidade e a Diversidade de Relações Internacionais


A quase totalidade das economias contemporâneas são economias abertas, ou seja, são
economias que estabelecem relações entre elas. Essas relações assumem uma multiplicidade de
aspetos e estabelecem-se, quer entre Estados, quer entre empresas, quer ainda a nível dos
indivíduos.
Os Estados estabelecem relações políticas, culturais e económicas; as empresas importam
e exportam, abrem sucursais ou criam novas empresas no estrangeiro, deslocalizando parte da
sua produção; os indivíduos saem para outros países para passear ou trabalhar.

Entre si, as economias trocam produtos, serviços e capitais.

É esta teia de relações que se estabelecem entre


os países, ou entre os seus residentes, que dão corpo
às relações internacionais.
Neste momento, interessa-nos centrar a atenção
sobretudo nas relações económicas.
Na base das relações económicas
internacionais estão as relações de troca e a
divisão internacional do trabalho.

Já sabemos que a produção de bens materiais constitui o fundamento da vida social. Na


sociedade moderna, que produz não simplesmente produtos, mas mercadorias, isto é, produtos
destinados à troca, o processo de troca exprime a divisão do trabalho entre as unidades
económicas que produzem as mercadorias.
Cada indivíduo, cada empresa, cada unidade produtiva especializam-se na produção de
uma determinada mercadoria, desenvolvendo capacidades que lhes permitam obter essa
produção nas melhores condições possíveis e, depois, pelo sistema de trocas, adquirem todos os
outros produtos de que necessitam para satisfazerem as suas
necessidades.

Ao conjunto de relações de troca estabelecidas entre as


unidades residentes no território nacional dá-se a designação de
comércio interno.

Tal como acontece com os indivíduos e as empresas, também


entre os diferentes países acaba por ocorrer uma certa especialização das suas produções
decorrente das condições naturais de cada nação, da riqueza dos seus recursos, da sua situação

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geográfica, da capacidade de obter custos de produção inferiores aos dos outros produtores ou
produtos de qualidade superior. Estamos, neste caso, perante a divisão internacional do
trabalho que é o fundamento do comércio internacional.

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Foi sobretudo a partir do século XIX, como reflexo da Revolução Industrial, que se verificou
um grande salto no comércio mundial, só interrompido pelas duas guerras mundiais e pela crise
bolsista de 1929-33. Com alguns altos e baixos, a tendência mantém-se: o comércio mundial
cresce mais depressa do que a produção mundial.

Inicialmente dominado pela Grã-Bretanha, posteriormente pelos Estados Unidos, hoje o


comércio mundial desenrola-se em cerca de 90% entre a Europa, os Estados Unidos e o Japão
e Sudeste Asiático (a chamada Tríade).

O comércio internacional está, pois, na base do desenvolvimento económico do mundo


moderno, uma vez que permite uma melhor utilização dos recursos mundiais. Isto, muito embora
existam ainda profundas desigualdades no acesso das populações aos seus benefícios.
Para a existência do comércio internacional é importante a existência de crescimento do
Produto Interno Bruto – observe o quadro seguinte.

Gross World Product, 1950-2011


90

80
Earth Policy Institute - www.earth-policy.org
Trillion Dollars (2010, PPP)

70

60

50

40

30

20

10

0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

Source: EPI from TCB, IMF

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Observe agora a relação entre o aumento da produção e o aumento das exportações a


nível mundial, visível nos quadros seguintes.

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Crescimento do volume do comércio de mercadorias mundial e do PIB

Previsão sobre o crescimento do PIB mundial

Atividade:
Consultar e analisar alguns dos dados estatísticos disponíveis no seguinte site:
http://www.wto.org/english/news_e/pres12_e/pr658_e.htm

Na lógica do comércio internacional, os países especializam-se na produção de bens ou em


etapas especiais do processo de produção para os quais tenham maiores aptidões. Fala-se, então,
em Divisão Internacional do Trabalho. Associada à teoria da divisão internacional do trabalho
ou da especialização está a noção de vantagem comparativa, que se traduz no seguinte: um
país tem interesse em exportar e importar produtos mesmo que tenha uma vantagem absoluta
relativamente a todos os produtos. Basta que o país seja relativamente mais eficiente na produção
de certos bens, para ter interesse em especializar-se nesse produto.
Refira-se que as vantagens comparativas e a especialização que daí decorre não são rígidas,
evoluindo com o tempo. A evolução tecnológica, a pesquisa e a inovação, a formação dos recursos
humanos e a evolução dos salários e o nível de desenvolvimento explicam que os países não
tenham de se confinar em determinadas especializações.

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O caso português constitui um bom exemplo para ilustrar a situação. A indústria portuguesa
assentou durante décadas nas chamadas indústrias tradicionais (calçado, têxteis, vestuário...)
que eram competitivas em virtude dos baixos salários praticados. Perante a concorrência
imbatível dos produtos congéneres asiáticos (nomeadamente chineses e indianos), Portugal tem
de fatalmente evoluir para produções que integrem maior valor acrescentado e tecnologicamente
mais evoluídas.

A SABER
Vantagem absoluta — um país tem vantagem absoluta quando é mais eficiente e produz a um custo
de produção menor um determinado bem. As vantagens podem ser naturais (petróleo) ou adquiridas
(tecnologia eletrónica, por exemplo].
Desvantagem absoluta — um país tem desvantagem absoluta quando é menos eficiente e produz a
um custo de produção mais elevado.

1. ATIVIDADES
1. Caracterize de maneira global a evolução das exportações e do PIB no conjunto do período
de 2000 a 2013.

2. Com base nos quadros disponibilizados e nas pesquisas que realizar elabore um pequeno texto
sobre o crescimento do PIB mundial e das exportações.

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2.1. Vantagem comparativa e especialização

Sejam os países A e B e os produtos X e Y; suponhamos que o custo dessas produções em cada


país é o que se segue, expresso em dias de trabalho:

País A País B
1 Unidade de X 20 80
1 Unidade de Y 50 60

Vê-se que o país A tem vantagem absoluta em ambas as produções,


parecendo impossíveis a especialização e o comércio. Todavia,
suponha-se a especialização de A em X e de B em Y.
Em vez de dedicar 70 dias de trabalho em A, para obter (1X + 1Y),
podem produzir-se 70/20 = 3,5 unidades de X. Do mesmo modo, a
especialização em B permitirá obter140/60 = 2,3 unidades de Y.

Verifica-se, não só que é maior a produção total, mas ainda que a troca de uma unidade de cada
produto entre os países é suficiente para que ambos ganhem com a especialização e o comércio
internacional, mesmo o país A que conseguia produzir os dois produtos mais baratos. Nisto
consiste a vantagem comparativa.
Vejam-se os cálculos, todos resumidos:

Custo de Sem Com Ganhos da Comércio


produção de especialização especialização especialização trocando 1x
1 unidade por 1Y
Produto Em A Em B Com Com Com Com Em A+B A B
70 d 140d 70 d 140d
em A em B em A em B
X 20d 80d 1 1 3,5 - +1,5 2,5 1
Y 50d 60d 1 1 - 2,3 +0,3 1 1,3

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2. ATIVIDADES
1. Explique o significado do termo ‘especialização”, tal como é utilizado no texto.

2. Justifique o interesse dos dois países na troca, quando o país A dispõe de uma vantagem
absoluta na produção dos dois bens.

2.2 Vantagens da especialização das produções e do comércio


internacional

O porquê da troca internacional

Dois países ganham se se especializarem e trocarem entre eles, se um for melhor do que o outro (utiliza
menos recursos, quer do trabalho, quer do capital) na produção de todos os bens e serviços. Assim, uma
nação tem vantagem em importar um produto mesmo se este pudesse ser fabricado no interior das suas
fronteiras de maneira mais eficaz do que pela outra nação, e isto a fim de poder especializar-se no fabrico
daqueles em que é ainda mais eficaz. Aqui está porque a nossa honra nacional não é de maneira nenhuma
beliscada quando importamos velocípedes chineses ou computadores ianques! E porque é então o nosso
nível de vida superior àquele que teríamos se impedíssemos a importação destes bens para fabricá-los
na nossa terra, pois somos perfeitamente capazes disso?
Como avaliar se somos melhores ou menos bons do que os outros neste ou naquele domínio? Ora bem,
fazendo apelo ao juiz económico supremo: o mercado, isto é, o custo a que podemos produzir e o preço
a que podemos vender os produtos.
Cada país exporta preferentemente as mercadorias através das quais tem uma vantagem relativa de
custo de fabrico e de preço (a dada qualidade), e reciprocamente no que respeita às suas importações.
Por isso, atualmente, a China exporta velocípedes e brinquedos, a Coreia televisões, o Brasil aço, etc.
Inversamente, a França renunciou ao carvão, a Grã-Bretanha ao têxtil e a Alemanha aos aparelhos
fotográficos.
André Fourçans, A Economia Explicada à Minha Filha, Livros do Brasil

Se analisarmos o comércio internacional de qualquer país, por mais industrializado e rico


que seja, podemos tirar duas conclusões: todos os países importam e exportam grandes
quantidades de bens e, mesmo em relação a bens em que o país é especializado, se verificam

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importações de outros países. É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos que, sendo um grande
produtor de automóveis, é também um grande importador quer de marcas europeias quer de
marcas japonesas.

Atualmente, o mundo interdependente é tanto uma bênção como uma maldição. Cria riqueza mas acentua a miséria, faz a paz mas
também a guerra, cura doenças mas não impede a proliferação de outras, inclui e exclui, constrói e destrói ama e odeia.

3. ATIVIDADES
1. As vantagens comparativas e a especialização que dai decorre evoluem com o tempo, exceto
quando estão assentes em recursos naturais ou climáticos. Dê exemplo de um produto em que
Portugal tenha uma especialização desse tipo.

As relações internacionais
A SABER Por que razão se discutem de forma especial os problemas gerados pelo facto de a
Fases da internacionalização economia estar aberta? Não são eles iguais aos outros problemas? Por que razão o

— Após a Segunda Guerra comércio internacional é diferente do nacional, ou a mobilidade internacional de capitais

Mundial, a internacionalização era feita pelo diferente da interna? (...)

comércio externo e o grau de internacionalização de A grande diferença entre as relações internas e internacionais reside no facto de estas

uns pais era medido pelas quotas de exportações e últimas se verificarem entre sistemas económicos diferentes.

importações. Era dada grande ênfase aos E a grande diferença entre sistemas situa-se no Estado. Cada país tem um

investimentos estrangeiros. Estado soberano e, embora as empresas e consumidores se comportem de forma paralela,
esta diferença traz grandes implicações económicas:
- Nos anos 70 do século XX. As empresas
Em primeiro lugar, as regras do jogo, os quadros legais em que se desenrola a atividade
transformam-se de nacionais em multinacionais,
económica, são diferentes entre países. Este facto pode ter grande influência na transação.
através de vários processos: investimento direto,
Por outro lado, a moeda é diferente, o que cria, não só obstáculos importantes, como gera
aquisição, fusão, joint ventures.
fenómenos novos que têm de ser estudados. Finalmente, o próprio comportamento do
— Anos 80/90 — mundialização — a
Estado na atividade económica é diferente. Os gastos públicos e os impostos, a dívida
produção passa a ser organizada à escala
interna e externa, o montante emitido de moeda são diferentes de país para país. A tudo
planetária, abrangendo desde a estrutura das
isto junta-se a segurança que o Estado cria para as transações internas e que falta nas
organizações até aos processos de decisão e
internacionais, bem como os normais obstáculos culturais, geográficos, etc.
controlo. As empresas tornam-se transnacionais,
Todos estes factos fazem com que, no geral, haja muito menos movimentos e transações
sendo irrelevante a Localização da sede. Entra-se na
internacionais do que internos.
fase da globalização da economia.

César das Neves, Princípios de Economia Político, verbo, i 998

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É, pois, indiscutível que as possibilidades de consumo dos residentes de um país são


alargadas pelo comércio internacional, permitindo o acesso a certos produtos que não seria
possível numa situação de autossuficiência.

Atualmente, a par de grandes fluxos de mercadorias e capitais que se verificam


entre os países, assiste-se também a fortes movimentações de pessoas . As pessoas
deslocam-se de um país para o outro em viagens de turismo ou de negócios, ou porque exercem
a sua profissão em país diferente daquele onde residem, ou porque emigram, temporária ou
definitivamente, na procura de melhores condições de vida.

4. ATIVIDADES
1. Refira a grande diferença entre relações internas e relações internacionais.
2. Indique as principais razões que explicam o menor número de transações internacionais
relativamente às transações internas.
3. Justifique, à luz do texto, a criação do euro como moeda única na UE.

O turismo é considerado a grande indústria do século XXI.

Os novos protagonistas dos fluxos migratórios internacionais, em crescente


ascensão, movem-se não apenas por questões de sobrevivência (caso dos migrantes económicos
e dos refugiados políticos e ambientais), como também, e cada vez mais, por motivos de negócios
e de lazer.
A globalização e a circulação de informação são fatores decisivos no acréscimo das
migrações de negócios e lazer. A internacionalização dos negócios possui evidentes
consequências a nível dos movimentos dos agentes económicos.
Mesmo o crescimento das comunicações virtuais não evita os contactos personalizados,
as reuniões de trabalho, os seminários e conferências internacionais que tendem a multiplicar-se
por grupos de interesse.

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Quanto às migrações consideradas de lazer, o seu crescimento deve-se a numerosos fatores, tais
como: a diversificação dos tipos de turismo (de elites, de massas, juvenil, da terceira idade, cultural...); o
aumento do poder de compra e do tempo livre de certos estratos sociais dos países desenvolvidos; a ação
dinâmica deste setor económico — o turismo —, nomeadamente através da atuação de redes de agências a
nível internacional que operam em todos os tipos de mercado, direcionando-se sobretudo para regiões
especializadas em ofertas turísticas.
Imigrantes especializados
Em 2001, a Alemanha contratou 13 mil
Todas estas movimentações originam relações especialistas estrangeiros em
económicas entre os países, quer ao nível da troca de serviços, computadores; no mesmo ano, a França
quer gerando fluxos de rendimento, dos quais um dos mais deu visto a 4 mil engenheiros
significativos é constituído pelas remessas dos emigrantes. informáticos; a Irlanda fixou uma quota
para 36 400 autorizações de residência só
para trabalhadores altamente
As migrações internacionais
especializados; e a Inglaterra mais que

Segundo estimativas do Fundo das Nações Unidas para a duplicou esse valor. Os dados mostram

População (FNUAP), o número de migrantes no mundo (migrações uma clara tendência na gestão dos fluxos

internas e refugiados não incluídos) oscilava entre 130 e 150 migratórios, lá patente na década de 90:

milhões no final do século XX, ou seja, 2,3% da população mundial. aos Estados ricos faltam trabalhadores

O essencial das migrações está relacionado com os países do Sul. para serviços pouco qualificados, mas

As populações do Terceiro Mundo emigram quase sempre para os também técnicos habilitados em

países limítrofes, ligeiramente menos pobres do que o país de onde determinadas áreas.

vêm. Público, 2004-01-22

Contudo, tem-se vindo a operar um nítido aumento dos fluxos


migratórios nomeadamente do Sul para o Norte. A globalização da
economia contribuiu para acentuar a diversificação das regiões de
origem, dos países de acolhimento e dos espaços de deslocação.
Os perfis socioprofissionais dos migrantes sofreram também
alterações. Trabalhadores qualificados, e até mesmo diplomados,
decidiram por sua vez tomar o caminho do exílio — é o famoso
êxodo dos cérebros —, ainda que os camponeses sem terra e os
operários sem trabalho continuem a ser maioritários.
Serge Cordelier (dir.), O novo estado do mundo,
80 Ideias -força para entrar no século xxi, campo das Letras

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5. ATIVIDADES
1. Refira as principais regiões de
origem e de acolhimento das
migrações internacionais.

2. Explique o significado da
expressão êxodo de cérebros”.

3. Justifique a política de imigração


dos Estados ricos ao concederem
vistos tanto a trabalhadores pouco
qualificados, como a técnicos
altamente especializados.

4. Explique como se compatibiliza a


necessidade de imigrantes com as
taxas de desemprego verificadas nos
países de acolhimento.

Desequilíbrios económicos e demográficos planetários estão na origem dos


crescentes fluxos migratórios a nível global.

3. REGISTO DAS RELAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO – A BALANÇA


DE PAGAMENTOS

Tal como as relações entre os residentes de um país ou de uma empresa são registadas
em instrumentos apropriados, como a contabilidade nacional ou a contabilidade empresarial,
também as relações económicas entre os diversos países são objeto de registo.
O comércio internacional de mercadorias e de serviços, as transferências de capitais, ou
outras relações que deem lugar a fluxos monetários entre os diferentes países são registadas
num instrumento próprio constituído por um sistema de contas onde se registam todos os
fluxos económicos que entram e saem de um país — a Balança de Pagamentos.

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Os fluxos monetários podem ter origens diversas:

 Operações que dão origem a pagamentos ao exterior (Débitos):

• Compra de mercadorias ao estrangeiro (importações);


• Pagamentos de serviços prestados aos residentes por empresas ou indivíduos do
exterior. Por exemplo: serviços de turismo, transportes de mercadorias ou pessoas por
empresas estrangeiras, seguros;
• Remessas para o exterior de rendimentos de capitais: juros, lucros, dividendos;
• Donativos ou transferências sem contrapartida como, por exemplo, remessas dos
imigrantes, auxílios governamentais ou de instituições;
• Despesas governamentais no estrangeiro, como despesas com embaixadas ou visitas
de governantes;
• Movimentos de capitais para o exterior: investimentos das empresas nacionais fora do
país ou empréstimos.

 Operações que dão origem a recebimentos do exterior (Créditos):


• Venda de mercadorias (exportações);
• Pagamento de serviços prestados ao exterior por empresas ou indivíduos nacionais;
• Rendimentos de capitais devidos a nacionais;
• Transferências sem contrapartidas provenientes do exterior como por exemplo,
remessas dos emigrantes;
• Despesas de governos estrangeiros no território nacional;
• Entradas de capitais provenientes do estrangeiro: investimento de empresas
estrangeiras no país ou empréstimos.

As operações descritas são registadas nas diversas balanças em que se subdivide a


Balança de Pagamentos.

3.1. Componentes da Balança de Pagamentos

A Balança de Pagamentos subdivide-se em três:

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Situação Portuguesa. Documento em http://www.eco2-macro.net/piidevext.htm

Site a consultar:
http://www.bportugal.pt/pt-
PT/Estatisticas/PublicacoesEstatisticas/NIE/Lists/FolderDeListaComLinks/Attachments/68/NIE_BOP_Fev%202013.pdf

3.2. A Balança Corrente A FIXAR

A Balança Corrente regista, essencialmente, as transações As balanças são quadros


entre Residentes e não residentes ligados ao comércio onde se registam, de um
internacional de mercadorias e serviços e aos rendimentos de lado, todos os pagamentos
trabalho e de investimento. [ou débitos) e, do outro,
Incluem-se também as transferências unilaterais devidas a todos os recebimentos (ou
operações correntes: créditos).
Para saber se uma
a) Remessas de emigrantes e imigrantes;
determinada operação
b) Transferências correntes com a União Europeia;
corresponde a um débito ou a
c) Fluxos financeiros associados à cooperação entre países;
um crédito, basta saber se essa
d) Recebimentos de pensões de emigrantes regressados
operação dá lugar a uma saída
definitivamente.
ou a uma entrada de moeda
(divisa).

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Tendo em conta as grandes rubricas que se registam nesta balança, podemos subdividi-
la em:
 Mercadorias
 Serviços
 Rendimentos
 Transferências Correntes

Esquematicamente, podemos ver o que se inscreve nesta


balança e como se inscreve.

6. ATIVIDADES

1. Registe na Balança
Corrente as seguintes operações:
1 — Juros pagos a uma empresa
portuguesa por um depósito feito
num banco francês.
2 — Venda de cortiça à Espanha.
3 — Envio de verbas para Cabo
Verde por nacionais desse país
que trabalham numa empresa
portuguesa.
4 — Compra de material de
informática na Finlândia por uma
empresa portuguesa.
5 — Transferência de lucros de
uma multinacional para a
empresa – mãe nos Estados
Unidos.
6 — Recursos enviados para um
país que sofreu uma catástrofe.
2. Compare a evolução dos
saldos das diversas componentes
da Balança Corrente portuguesa
e redija uma conclusão.

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Na Balança de Mercadorias:

• As importações dão origem a uma saída de divisas,


registando-se como um débito;
• As exportações dão origem a uma entrada de divisas,
registando-se como um crédito;
• A diferença entre o crédito e o débito constitui o saldo.

Suponhamos o seguinte exemplo:


Balança de mercadorias em UM (unidades monetárias)
2009 2010 2011
Débito 500 400 600
Crédito 450 500 600
Saldo -50 +100 0

No quadro, estão representadas as três situações possíveis do saldo da Balança:


Ano 2009 — saldo negativo ou défice.
Ano 2010 — saldo positivo ou superavite.
Ano 2011 — saldo nulo ou situação de equilíbrio.

7. Atividades
1. Interprete o gráfico da Balança de Mercadorias abaixo.
3. Recolha informações sobre a evolução dos fluxos de emigrantes/imigrantes em Portugal,
e tire conclusões sobre as transferências monetárias que daí advêm.

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Desenvolvimento das trocas de serviços

Múltiplos fatores conduzem hoje a um aumento das trocas de serviços. Se a produção de vários serviços continua
territorializada, as pessoas deslocam-se cada vez mais. Daí a expansão do turismo, considerado como uma
exportação.
Os progressos das telecomunicações, a unificação dos mercados e a mudança de hábitos culturais facilitam o
desenvolvimento da oferta de serviços a partir de um outro território: numerosas empresas fazem apelo a
fornecedores instalados no estrangeiro. E a Internet abre caminho a vastas perspetivas na massificação das
vendas à distância.
A supressão das antigas barreiras nacionais é imposta pelos países dominantes (sobretudo os EUA e, em menor
medida, a UE, ela própria preocupada com a unificação do seu próprio mercado interno de serviços). Dispondo
de empresas poderosas, capazes de estender as suas atividades a nível internacional, os grandes países tentam
ganhar a nível dos serviços as quotas de mercado que perderam no comércio mundial de mercadorias em
benefício dos países em rápido desenvolvimento, como a China e o Brasil.
Alternatives Économiques, nº 36, 1998 (adaptado)

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8. ATIVIDADES

1. Dê dois exemplos de serviços cuja produção continua ‘territorializada”.

2. Enumere os fatores que explicam o crescimento das exportações de serviços.

3. Explique as razões por que os países industrializados, sobretudo os EUA, pressionam a abertura
de um mercado mundial de serviços.

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3.3. A Balança de Capital

A Balança de Capital compreende:

• As transferências de capital — que correspondem a


mudanças de propriedade sem contrapartida, as quais
se traduzem no aumento dos ativos do país recetor ou na diminuição dos seus
passivos.

Exemplos: fundos da União Europeia para infraestruturas (por exemplo, fundos cedidos
a Portugal para financiar o TGV); património que os emigrantes trazem quando regressam
definitivamente; perdão de dívidas entre países.

 Aquisição ou cedência de ativos não produzidos não financeiros

• abrange transações sobre ativos intangíveis, como patentes, licenças,


copyrights, marcas, franchises; outros contratos transferíveis como as
transferências dos jogadores de futebol, ou a aquisição de ativos
tangíveis, como, por exemplo, a compra de terrenos por embaixadas.

A transferência de um
jogador português para um
clube estrangeiro é
considerada como cedência
de um ativo não produzido
não financeiro.

Vejamos outros exemplos de operações que são registadas nesta balança:

• uma empresa portuguesa que compra o franchise de uma marca conhecida, isto é, compra
o direito de abrir um estabelecimento idêntico ao da casa - mãe;

• uma fábrica que adquire uma patente num país estrangeiro para poder produzir determinado
produto em Portugal.

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A Sabe

Ativos não produzidos — são bens que não foram objeto de qualquer
transformação. Dizem-se intangíveis quando correspondem a bens
imateriais e tangíveis quando são bens materiais, palpáveis.

Ativos não financeiros — que não correspondem a títulos de valores


mobiliários (ações e obrigações) ou a colocações em instituições financeiras.

3.4. A Balança Financeira

A Balança Financeira compreende:

 Transações sobre ativos e passivos financeiros — abrangem: o Investimento Direto


(quando, por exemplo, uma empresa estrangeira compra uma fábrica portuguesa); o
Investimento de Carteira (quando, por exemplo, um estrangeiro compra títulos da dívida
pública portuguesa); quando o Banco de Portugal compra títulos em dólares americanos
e emitidos fora da área do Euro.

 Variações nos ativos e passivos financeiros da economia — concessão por um


banco residente de um empréstimo a um não residente; constituição de um depósito
num banco estrangeiro.

Por categorias funcionais, a Balança Financeira apresenta a seguinte desagregação:

• Investimento Direto
• Investimento de Carteira
• Outro investimento
• Derivados Financeiros
• Ativos de reserva

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Das componentes da Balança Financeira, abordamos com algum pormenor apenas o


Investimento Direto Estrangeiro (IDE) e o Investimento de Carteira.

Em 2002, as operações de investimento direto entre Portugal e o exterior resultaram numa


entrada líquida de fundos equivalente a 0,6% do PIB, embora, em termos líquidos, quer o
investimento direto do estrangeiro em Portugal, quer o investimento direto de Portugal no
estrangeiro tenham registado uma redução face a anos anteriores. Tal deveu-se, em grande
parte, à desaceleração da atividade económica a nível mundial e nacional.

Em termos de destino geográfico, é de registar o facto de mais de 80% de total do


investimento direto no exterior ter sido dirigido a Espanha. Relativamente ao investimento direto
em Portugal, tal como em anos anteriores, a maior parte foi oriundo de países da União Europeia,
nomeadamente da Espanha e da Alemanha.

Quanto aos investimentos de carteira, trata-se de aplicações em ações e obrigações.

Estas operações registaram em 2002 uma entrada líquida de fundos equivalente a 2,5%
do PIB. Com efeito, as aplicações de carteira de Portugal no exterior originaram uma saída líquida
de fundos equivalente a 5,7% do PIB, mas quanto aos investimentos de carteira do exterior em
Portugal, verificou-se uma entrada líquida equivalente a 8,2% do PIB.

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Observe os rendimentos e as transferências correntes de Portugal com o exterior:

Défice e estrutura da Balança de Pagamentos Correntes Portuguesa:

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A Saber

1. Compare a variação do IDE em Portugal entre 2002 e 2011. Qual o significado dos valores
encontrados?
2. Relacione o investimento direto estrangeiro em Portugal com o investimento de Portugal no
exterior nos mesmos anos.
3. Comente as relações financeiras dadas pela Balança de Pagamentos Correntes de Portugal entre
o primeiro semestre de 2012 e o mesmo semestre de 2013.

3.5. Taxa de Câmbio


As relações de troca internacionais implicam sempre uma convertibilidade internacional
de moedas. A convertibilidade pressupõe o estabelecimento de relações de troca entre as
moedas dos vários países, surgindo assim os câmbios, isto é, os valores das moedas estrangeiras
expressos em moeda nacional.

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A taxa de câmbio será, então, o preço pelo qual se compra, em moeda nacional,
uma unidade monetária estrangeira.

A moeda estrangeira é um bem como outro qualquer, cujo preço — a taxa de câmbio
— é determinado pelo mercado.

A necessidade de compra e venda de moeda estrangeira surge, como vimos, da existência


de trocas internacionais e dá origem a operações de câmbio. Chama-se mercado de câmbios
ao mercado onde as moedas dos diversos países são transacionadas. O seu modo de
funcionamento é semelhante ao de qualquer outro mercado, ou seja, é o nível da oferta e da
procura que determina o preço ou a taxa de câmbio para uma moeda.
Atualmente, como sabemos, a moeda portuguesa é o Euro, que é uma moeda comum a
outros países europeus. A existência de uma moeda única implica a adoção de uma política
monetária única e de um Banco Central Europeu. Isto significa que o Governo português (tal
como os Governos dos outros países que adotaram o euro) deixou de ter autonomia na fixação
da taxa de câmbio. Assim, as operações de câmbio só se realizam com países que não pertencem
à zona Euro. Observe como exemplo a variação de câmbio Euro – Dólar.

Variação da taxa de cambio Euro – Dólar (Americano): (janeiro 2009


a setembro 2013) (Consultar site: http://www.oanda.com/lang/pt/currency/historical-rates/)

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CONTEÚDO DE SENSIBILIZAÇÃO
A taxa de câmbio, tal como a taxa de juro, constitui um dos principais preços da economia. Por essa razão, o
Estado não é indiferente à sua evolução, sendo, todavia, diferentes de país para país as políticas cambiais e os
regimes de taxa de câmbio. Distinguem-se dois regimes de taxa de câmbio: fixo e flexível.
O sistema de taxa de câmbio fixa é aquele em que o Estado fixa a taxa através da lei e mantém-na como qualquer
outro preço tabelado.
O sistema de taxa de câmbio flexível ou flutuante deixa ao mercado, isto é, ao mecanismo da oferta e da
procura, a definição do valor da moeda. Estes regimes extremos estão a ser substituídos pelo chamado regime da
flutuação controlada, que se traduz no seguinte: em princípio, a taxa de câmbio é fixada pelo mercado, tal
como nos câmbios flexíveis. Só que o Estado, quando não gosta do sentido em que a taxa está a evoluir, pode
intervir no mercado, comprando ou vendendo, utilizando para tal as suas reservas de divisas. Este comportamento
tem sido adotado pela Reserva Federal dos EUA e pelo Banco Central Europeu.

Sendo um mercado universal, o mercado de câmbios poderá ser considerado como o


somatório de diversos mercados de câmbios nacionais, uma vez que, por telefone ou computador,
é possível obter cotações, comprar ou vender divisas sobre tantas praças financeiras quantas as
moedas convertíveis.

As divisas traduzem-se em disponibilidades líquidas internacionais representadas por


moeda estrangeira ou títulos de crédito expressos em moeda estrangeira: letras de câmbio,
cheques, valores mobiliários, etc. Dá-se a designação de divisas - chave àquelas que são dotadas
de poder liberatório à escala internacional. Tal tem sido o papel do dólar dos EUA e espera-se
que venha a ser também o do euro.

A oferta e a procura são alimentadas por ordens de venda e de compra transmitidas aos
intermediários por vendedores e compradores representados principalmente por bancos.

A procura de moeda estrangeira em determinada praça é a soma das procuras:

 dos importadores para realizarem os seus pagamentos;


 dos agentes económicos nacionais que colocam a curto prazo os seus capitais em divisas,
com a finalidade de ganhos futuros, provocada pela desvalorização da moeda nacional;
 das empresas nacionais que pretendem realizar investimentos diretos no estrangeiro;
 dos nacionais que saem do país em turismo.

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A oferta de moeda estrangeira é a soma das ofertas provenientes da exportação de


bens e serviços e das operações de capitais geradoras de receita em moeda estrangeira e dos
turistas.
A procura e oferta de moeda estrangeira são muito A FIXAR
sensíveis, porque derivam de apreciações e previsões subjetivas
Divisa — meio de pagamento em
sobre acontecimentos não só económicos, mas também
moeda estrangeira. Em geral, uma
políticos e sociais.
divisa é uma moeda emitida por um
banco central de um país estrangeiro.

Vejamos esquematicamente como são feitos os


pagamentos internacionais pela utilização de um instrumento
de transferência de crédito.

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Sendo a taxa de câmbio um preço que permite estabelecer uma relação entre o valor das
diferentes moedas, é lógico que as alterações do valor das moedas se vão refletir nas
taxas de câmbio e, reflexamente, na Balança de Mercadorias. Vejamos como.

Se a taxa de câmbio entre duas moedas se alterar, isso significa que uma passa a valer
mais do que a outra.

Por exemplo, se a taxa de câmbio entre o euro e o dólar passar de 1 euro = 1,19 dólares
para 1 euro = 1,17 dólares, isto significa que o euro perdeu valor em relação ao dólar, ou seja,
houve uma desvalorização do euro.

Ora, o fenómeno de desvalorização de uma


moeda tem implicações no comércio internacional de
mercadorias.

No exemplo referido, os países da zona euro que


tenham de pagar mercadorias em dólares terão de despender
mais euros para adquirirem a mesma quantidade de
mercadorias. Aliás, o próprio saldo da balança de
mercadorias pode ser alterado em valor por uma simples
alteração da taxa de câmbio.

A desvalorização de uma moeda pode advir da


alteração dos preços ou de uma política deliberada dos
governos que, ao tornarem a moeda nacional mais barata,

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ao mesmo tempo que fomentam as exportações, dificultam as importações ao torná-las mais


caras.

Para melhor compreendermos os efeitos que a desvalorização de uma moeda pode ter,
nomeadamente no reequilíbrio da Balança de Mercadorias, vamos supor que o Banco Central
Europeu adotava uma política de desvalorização do euro face ao dólar. Vejamos no esquema o
que acontecia.

Atividade

Analise o quadro seguinte e responda às questões:

Taxa de câmbio Euro Dólar (1 Euro para Dólares)


17-1-2012 25-2-2012 31-5-2012
1,27 1,35 1,23

1. Quando é que as importações em dólares estavam mais favoráveis para os países da


zona Euro.
2. Procure informação atualizada sobre a taxa de câmbio do euro em relação ao dólar
e comente se a evolução da taxa é favorável ao equilíbrio das balanças de Portugal
com o exterior.

3.6. O valor do comércio externo e a taxa de cobertura

As trocas de mercadorias registadas na Balança de Mercadorias constituem uma das


componentes mais importantes da Balança Corrente. Essas trocas estabelecem-se em dois
sentidos:

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 compras de mercadorias — importações;


 venda de mercadorias — exportações.

Dois indicadores importantes do comércio externo são: o peso do comércio externo e a taxa
de cobertura.
O peso do comércio externo reflete o valor do comércio externo na atividade económica,
traduzindo o grau de abertura do país ao exterior e calcula-se da seguinte forma:

Deste modo, o peso do comércio externo indica-nos a percentagem do valor das


importações e das exportações no total da despesa efetuada num país em determinado
período de tempo, em regra um ano.
A taxa de cobertura representa, em percentagem, o valor das importações que o país
pode pagar com o valor das exportações efetuadas para os outros países, ou seja, a
percentagem das importações que são pagas pelas exportações.

A taxa de cobertura calcula-se da seguinte forma:

A taxa de cobertura pode assumir três situações:


 igual a 100% — o total das importações é igual ao total das exportações.
 inferior a 100% — o valor realizado nas exportações não pode pagar as importações
efetuadas.
 superior a 100% — o valor realizado nas exportações pode pagar as importações
efetuadas.

Compreende-se, assim, como é importante fomentar as exportações de modo a que,


tendencialmente, as importações sejam pagas pelas exportações e, se possível, ainda restem
divisas para fazer face a períodos de retração do comércio externo.

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Para além das análises quantitativas, também se podem fazer análises qualitativas, como,
por exemplo, a da estrutura das importações e exportações. Certamente que um país que
importa grande quantidade de produtos alimentares pode ser considerado como um país
dependente em termos alimentares; por outro lado, um país com grande volume de exportações
de máquinas e produtos transformados pode ser considerado um país industrializado. E, se essas
exportações forem de bens com grande valor acrescentado, então estaremos perante um país
tecnologicamente avançado.
No que respeita à estrutura das importações portuguesas, verifica-se que as rubricas
“material de transporte” e “máquinas e equipamentos”, no seu conjunto, representam perto de
40% das importações nacionais. A importação de combustíveis, sobretudo o petróleo, tem
também um peso muito significativo.
Quanto às exportações, para além dos setores tradicionais — indústria têxtil e do couro
e dos produtos de couro, que pesam cerca de 25% das exportações portuguesas —‘ vem-se
constatando uma evolução favorável em bens intermédios, em particular nos “produtos químicos,
fibras sintéticas ou artificiais e artigos de borracha e matéria plástica”. As exportações de
automóveis também têm registado um razoável crescimento.

Em 2003, o défice da balança comercial portuguesa diminuiu 9,5%. A taxa de cobertura aumentou de 64,5 para 67,3%.

A Saber
Considere os seguintes dados relativos ao país A, em unidades monetárias em 2010:
Despesa total — 50 000
Exportações — 8600
Importações— 11200
1. Calcule o peso do comércio externo e comente o resultado obtido.
2. Calcule a taxa de cobertura e comente o resultado obtido.

CONTEÚDO DE SENSIBILIZAÇÃO
A capacidade de importar
É corrente designar por termos de troca ou razão de troca de uma dada economia o quociente da divisão do preço
médio da tonelada exportada pelo preço médio da tonelada importada, seja Pe/Pi.
Este quociente multiplicado pelo volume das exportações (chamamos-lhe E) representa a capacidade de importar
dessa economia, isto é, a quantidade de importações que pode adquirir com as exportações.
Designando essa capacidade por C, tem-se pois:
C=E x (Pe/Pi)
Quando o preço médio das importações aumenta relativamente ao preço médio das exportações diz-se que há
deterioração dos termos de troca, o que significa diminuir a capacidade de importar, pois a mesma quantidade

de exportações permite adquirir uma quantidade


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Exportações portuguesas bateram recorde absoluto em Março

10 Maio 2012 em negócio On line


Pela primeira vez, o valor mensal do que Portugal vende ao mundo ultrapassou a fasquia de quatro mil milhões de euros.
O anterior recorde datava de Junho de 2008, antes da queda do Lehman Brothers.

O ritmo de crescimento das exportações portuguesas deixou de se escrever em Março com dois dígitos, ao progredir
8,3%, ficando aquém das subidas de 13,5% e 13,6% observadas em Fevereiro e Janeiro, respetivamente.

Mas em valor absoluto, foi um mês recorde: pela primeira vez, as exportações portuguesas ultrapassaram a barreira de
quatro mil milhões de euros.

Segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, Portugal vendeu ao mundo mercadorias no valor
de 4.092 milhões de euros, quase mais 300 milhões de euros do que no mês anterior. O anterior recorde (3.894 milhões)
datava de Junho de 2008, meses antes da queda do Lehman Brothers, o então quarto maior banco de investimentos dos
Estados Unidos, que acabou por detonar também na Europa a mais grave crise desde a segunda guerra mundial.

O valor recorde das exportações ainda está a alguma distância do das importações. Mas a diferença também já foi muito
mais ampla e a taxa de cobertura das importações pelas exportações estará agora igualmente em valores recorde (o
INE fornece dados relativos ao primeiro trimestre, cifrando-a em 81%). Em Março, Portugal importou do resto do mundo
mercadorias no valor de 4.934 milhões de euros, já longe do recorde das séries estatísticas do INE, que remonta ao
mesmo Verão de 2008, a Julho: 6.030 milhões de euros.

Os principais clientes do “made in Portugal” foram neste mês de Março os três de “sempre”: Espanha (882 milhões de
euros), Alemanha (576 milhões) e França (508). Estes três parceiros europeus absorvem quase metade das vendas
portuguesas ao mundo. Mas logo depois vem Angola (231 milhões), neste mês de Março já à frente do Reino Unido
(223), e com 100 milhões de compras a mais do que uma Itália ou Holanda. Segue-se a China (99 milhões).

Nos clientes, a primazia é cada vez mais de Espanha. Quase um terço do que Portugal compra ao mundo compra a
Espanha: 1.588 milhões de euros neste mês Março, quase o dobro do que se lhe vendeu no mesmo período.

Segue-se a Alemanha (614 milhões de euros), França (308 milhões), Itália (254) e Holanda (224 milhões). Na casa dos
100 milhões, e muito relacionado com as compras de petróleo, está o valor das importações oriundas da Rússia e da
Arábia Saudita. Só depois vem o “made in China”: 91 milhões de euros foi a fatura das importações em Março, último
mês para o qual há dados disponíveis.

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4. AS POLÍTICAS COMERCIAIS E A ORGANIZAÇÃO DO COMÉRCIO


MUNDIAL

Desde o século XVIII que um debate opõe os defensores do livre – cambismo aos do
protecionismo.

Os teóricos do livre-câmbio consideram que é preciso deixar circular livremente as


mercadorias entre as nações, pois a especialização que daí deriva será vantajosa para todos os
participantes na troca.

O protecionismo defende a limitação das importações, preconizando a adoção de diversos


instrumentos: fixação de direitos aduaneiros, contingentação (limitação do volume absoluto ou
de parte do mercado das importações), regulamentos especiais (exigência de que os produtos a
importar se revistam de determinadas características, por exemplo), patriotismo económico dos
cidadãos que adotam deliberadamente uma opção preferencial pelos produtos nacionais (olham
as importações como “ameaças” aos seus empregos).

Apesar de reconhecidas as vantagens do comércio internacional no desenvolvimento


económico do mundo, ainda hoje persiste uma questão que tem preocupado a política económica:
deve ou não um país proteger a sua produção interna da concorrência das importações, através

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de direitos alfandegários, de restrições quantitativas ou de outras barreiras ao comércio externo?


As opiniões dividem-se. Os economistas dirão que não. Eles estudaram que o comércio
internacional promove a divisão internacional do trabalho e que o comércio livre permite a cada
nação expandir as suas possibilidades de produção e de consumo e, reflexamente, aumentar o
nível de vida mundial.

Os industriais e governantes contestam esta posição, argumentando que devem proteger


as indústrias contra a concorrência estrangeira. Sobretudo as indústrias nascentes, se não forem
protegidas, não conseguem sobreviver à concorrência que
advém das suas congéneres estrangeiras mais antigas e já
consolidadas.

Como é que as barreiras alfandegárias e a fixação de


contingentes à importação protegem as produções
nacionais?

Um direito aduaneiro é um imposto sobre as


importações. Assim, qualquer produto que entre no país sofre
um agravamento no seu custo, igual ao direito aduaneiro que
lhe é aplicado. Os direitos aduaneiros fazem subir os preços
dos produtos importados, logo fazem baixar o consumo dos mesmos, permitindo a expansão da
produção interna.

Quanto à contingentação, ela traduz-se numa restrição das importações através da


fixação de valores máximos autorizados para as importações de determinado produto e país ou,
então, apenas da quantidade global. O seu efeito é idêntico ao do direito aduaneiro, só que atua
diretamente sobre a quantidade procurada e não sobre o preço.

Subvenções da UE

A União Europeia despende cerca de 3,5 milhões de euros por ano a pagar subvenções aos exportadores
agrícolas para os compensar pela diferença entre os preços comunitários e os preços mundiais. Segundo os
números disponíveis, a taxa de restituição paga pela Comissão é superior ao preço mundial. No caso do açúcar,
a taxa de restituição ultrapassa em 229 por cento o valor do preço mundial (o preço mundial por tonelada é de
213 euros, e a subvenção é de 488 euros). No caso da manteiga, a taxa é 122 por cento do preço, no trigo é 46
por cento superior ao valor do produto no mercado mundial.
Público, Economia, 2003-07-08

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Outra forma que um país tem de impedir um verdadeiro comércio livre é através da
concessão de subsídios à exportação. Através destes subsídios, consegue-se tornar os produtos
nacionais mais baratos e mais competitivos no comércio internacional. É, de certo modo, o que
acontece com os produtos agrícolas da UE, cuja produção tem sido largamente subsidiada através
da PAC (Política Agrícola Comum). Os países do Terceiro Mundo alegam que se trata de uma
“concorrência desleal”, porquanto tal impede-os de exportar para a Europa grande parte da sua
produção agrícola, cujos preços conseguem ser mais baixos, o que acabaria por beneficiar os
consumidores europeus.

Há também quem defenda uma certa forma


de proteção, com a condição de que seja temporária,
como instrumento de estratégia comercial para forçar
as nações adeptas da proteção a abrirem os seus
mercados, ou quando exista dumping ou
contrafação, que são práticas ilícitas.

O dumping traduz-se em vender abaixo do custo de produção, como forma de


conquistar o mercado, destruindo a concorrência. Um país que pratique o dumping, em regra
vende mais barato ao estrangeiro do que no seu território.

A contrafação é a comercialização de produtos “falsos” a que são abusivamente apostas


marcas conhecidas: falsos “relógios Cartier” ou “camisas Lacoste”, por exemplo.

4.1. Do GATT à OMC

O comércio internacional, sobretudo no período entre as duas guerras mundiais, foi


caracterizado, essencialmente, pelo protecionismo.
Após a Segunda Guerra (1939-45), prevaleceu a tese de que um fator importante para o
relançamento da economia mundial era a construção de um sistema de comércio internacional
assente no princípio da liberalização das trocas.

China dificulta importações de aço

A China, que é o maior produtor mas também o maior consumidor de aço do mundo, aumentou em 55% as
taxas alfandegárias que são aplicadas às importações de aço da Rússia, de Taiwan, da Coreia do Sul, da Ucrânia
e do Kazaquistão, os cinco principais parceiros comerciais de Pequim. A justificação do Governo chinês para a
criação de novas barreiras aduaneiras às importações de aço é a de que os países exportadores estavam a
protagonizar práticas de dumping, de forma a conseguir derrotar, no seu próprio terreno, os produtores chineses
— que, segundo Pequim, terão sofrido prejuízos substanciais com esta prática.
Curiosamente, a decisão de taxar acima da média as importações de aço surge de um governo, o chinês, que
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9 ATIVIDADES

1. Explique as consequências das subvenções às exportações de produtos agrícolas por parte da


União Europeia no comércio mundial

2. Comente a posição da China ao aumentar as barreiras alfandegárias à importação de aço.

Sob os auspícios das Nações Unidas, em 1946, teve lugar uma Conferência Mundial sobre
o Comércio e Emprego, que irá dar origem ao aparecimento do Acordo Geral sobre Tarifas e
Comércio, normalmente referido por GATT (General Agreement on Tarifs and Trade).

A ideia - chave era que a liberalização das trocas internacionais seria vantajosa
para a economia mundial e, reflexamente, para todos os países, uma vez que eram
estimulados o crescimento económico, a produção e o emprego. Para conseguir esses objetivos,
havia que suprimir progressivamente as barreiras alfandegárias que perduravam no comércio
internacional.
Criado em 1947, o GATT promoveu uma série de ciclos de negociações, alguns dos quais
duraram anos, e que eram conhecidos por rounds. No total, foram oito os rounds do GATT, tendo
o último — o Uruguay Round — decorrido de 1986 a 1993. Entre as várias decisões então
tomadas, está a da criação da Organização Mundial de Comércio (OMC).
A OMC, instituição internacional saída do tratado de Marraquexe de abril de 1994, entrou
em funções em 1 de janeiro de 1995. Ela vela pelo respeito dos acordos comerciais internacionais
e pela resolução dos diferendos que possam surgir nesse domínio.

Os objetivos da OMC são os seguintes:

 aumentar as trocas internacionais;

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 estimular o crescimento económico e o emprego, prevenindo a inflação e tendo em conta


o desenvolvimento sustentável;
 Promover a participação dos países menos desenvolvidos no comércio internacional, em
especial dos PMA.

Globalmente, o comércio internacional aumentou imenso após a criação do GATT. A


verdade, porém, é que nem todos os países usufruíram igualmente das vantagens. Os mais
beneficiados foram os países desenvolvidos, que viram as suas trocas comerciais aumentar
imenso, beneficiando de um largo período de crescimento económico. Mas o mesmo não se pode
dizer dos países do Terceiro Mundo. Estes sentem-se, com razão, excluídos do sistema de
comércio mundial.

10. ATIVIDADES

1. Elabore um pequeno texto sobre a OMC e o seu papel quanto ao comércio mundial.

Nas últimas reuniões da OMC, vários países subdesenvolvidos têm vindo a reivindicar a
revisão e clarificação de muitas regras e a remoção daquilo que eles consideram como obstáculos
práticos a uma efetiva liberalização do comércio. Acusam os países desenvolvidos de, através de
várias subtilezas, usarem as regras da OMC em seu favor.
Até há pouco tempo, as rondas negociais foram essencialmente dominadas pelos debates
entre a UL e os EUA, limitando-se praticamente os restantes países membros a submeter-se aos
termos dos seus entendimentos. Mas, a partir da Conferência de Cancun, no México (setembro
de 2003), o confronto dividiu os países ricos, de um lado, e os países em desenvolvimento (PVD)
do outro. A grande prioridade destes países é o desmantelamento das subvenções
europeias e americanas à agricultura, acusadas de perturbar o comércio mundial.
As reivindicações dos PVD são lideradas pelo Brasil, Índia e China, três grandes
exportadores de produtos agrícolas e produtos manufaturados a baixo preço e alguns serviços, e
que não têm exatamente os mesmos interesses que os países mais pobres.

Para além da agricultura, os grandes temas em debate no âmbito da OMC são, atualmente, os
seguintes:
 Redução dos direitos alfandegários para os produtos industriais - os PVD
pretendem obter um tratamento diferenciado que lhes permita reduzir as suas tarifas a
um ritmo mais lento do que os países ricos.

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 Serviços — em causa está a liberalização de uma série de setores que interessa


sobretudo aos países ricos: banca, seguros, transportes, fornecimento de água e
eletricidade, entre outros. Os PVD temem que os grandes grupos internacionais
esmaguem as empresas locais.
 Investimentos, concorrência e mercados públicos — matérias só recentemente
abordadas, mas que têm a oposição dos PVD liderados pela Índia, que considera
prematura a sua discussão.
 Medicamentos — após anos de discussão, foi obtido um acordo que pressupõe o
acesso dos países mais pobres a medicamentos genéricos, a baixo preço, para o
tratamento das grandes epidemias, como a sida e a malária. Por imposição dos LUA,
foram impostas condições restritivas, para impedir a pirataria ou a concorrência dos
genéricos baratos com os produtos originais dos países ricos, protegendo assim a sua
indústria farmacêutica.
 Ambiente e medidas sociais — a UE é a grande defensora da introdução de condições
mínimas, como a proibição do trabalho infantil. Os países pobres combatem nas
considerando-as uma forma encapotada de reforçar o protecionismo dos países ricos.

11. ATIVIDADES
1. Explique de que modo é que o acordo sobre a liberalização das trocas dos produtos agrícolas
pode tirar 140 milhões de pessoas da pobreza.

Embora represente apenas 10% do comércio mundial, a agricultura tornou-se no tema central das negociações no seio da OMC.

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Acordo muda comércio mundial

Os 147 países-membros da OMC conseguiram chegar a um acordo sobre liberaliza ção das trocas de produtos
agrícolas. Este passo desbloqueou o impasse negocial, na organização, desde a ronda de negociações, em
setembro de 2003, em Cancun. Pela primeira vez vão abrir-se negociações que terão como objetivo a supressão,
em data a definir, dos apoios à exportação dos produtos agrícolas dos países ricos do Norte. O Banco Mundial
considera que este avanço pode tirar 140 milhões de pessoas da pobreza.
F0CUS, 251/2004

O que é o comércio justo?

O comércio justo é uma relação comercial baseada no diálogo, transparência e respeito. Contribui para o
desenvolvimento sustentável, oferecendo melhores condições de comércio tendo em conta os direitos dos
produtores e trabalhadores marginalizados, especialmente do Sul do mundo, O comércio deve ser a solução para
erradicar a pobreza e não a sua causa. O comércio deve assegurar a preservação do planeta em benefício de
todos, O atual regime internacional de comércio aumenta a pobreza e destrói o planeta. Mas, se as regras forem
justas, o comércio pode ser sustentável, enriquecendo produtores e consumidores em lados opostos do mundo.
Há que colocar as pessoas e o ambiente acima do lucro.

Comércio Livre ou comércio justo?

Reunidos na Cimeira de Cancun (setembro de 2003), os 146 países da OMC não conseguem reconciliar comércio
justo e desenvolvimento agrícola. As esperanças suscitadas pela Cimeira de Doha em 2001 esfumaram-se. A
Agenda para o Desenvolvimento não se cumpriu, as ajudas e os investimentos prometidos aos PED que cumprem
as regras da OMC regrediram e o desequilíbrio das trocas comerciais agravou-se. O único progresso foi o acordo
que autoriza os países mais afetados pela sida, pela tuberculose e pela malária a adquirirem ou fabricarem
medicamentos genéricos. Mas este acordo, arrancado a ferros após 18 meses de negociações, só confirma a
capacidade dos grandes grupos privados de sobrepor os seus interesses às boas intenções políticas dos governos
e da OMC.
Dar a pobres e ricos as mesmas oportunidades implica não só a abolição de todo o protecionismo, direto ou
indireto, por parte dos mais desenvolvidos, mas uma discriminação positiva a favor dos menos desenvolvidos.
Pela primeira vez em Cancun, os países em desenvolvimento apresentaram contrapropostas e exigiram respostas
concretas, quantificadas e calendarizadas, em matéria de redação dos subsídios à produção e exportações
agrícolas. Mas tudo o que conseguiu o lóbi dos produtores africanos de algodão foi a criação de (mais) uma
missão de mediação da OMC para resolver o diferendo com os EUA e a UE.

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11. ATIVIDADES
1. Identifique os interesses que se opõem à produção livre de medicamentos genéricos de combate à
sida pelos países africanos, quando é em Africa que se regista o maior número de doentes afetados por
aquela doença.

2. Explique de que modo é que a adoção de medidas protecionistas por parte dos países desenvolvidos
pode ser considerada como um impedimento ao desenvolvimento dos países subdesenvolvidos

Fala-se em dumping social quando os baixos preços dos produtos resultam do facto de
no país de onde são originários esses produtos não serem respeitados os direitos dos
trabalhadores ouse recorrer a trabalho infantil.
Fala-se em dumping ambiental quando os baixos preços dos produtos resultam do facto
de no país de origem desses produtos não haver investimentos na qualidade ambiental nem
internalização dos custos ambientais.

Troca desigual

Os termos de troca ou relações entre os preços nacionais e internacionais podem constituir um indicador de
uma especialização favorável ou desfavorável.

A troca desigual é a troca de produtos com forte intensidade de capital (salários e lucros elevados) contra
produtos com fraca intensidade de capital (salários e lucros baixos). Em sentido estrito, refere-se à troca de
mercadorias de países com altos salários contra mercadorias de países com baixos salários.

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11. ATIVIDADES

1. Destaque as principais tendências do comércio


mundial desde 1963.

2. Explique o que se entende por comércio Intra UE e


Extra UE”.

12. ATIVIDADES
1. Explique o significado da expressão dólares constantes.

2. Ponha em evidência uma periodização na evolução do


preço das matérias-primas representado no gráfico.

3. Relacione a situação de Troca Desigual com exemplos


concretos que pesquisar.
4.2. As relações de Portugal com o
Resto do Mundo

O comércio externo de Portugal de há muito que se realiza preferencialmente com os


países europeus. Esta situação acentuou-se ao longo dos anos, atingindo atualmente cerca de 80
por cento, sendo a Espanha o maior parceiro comercial de Portugal.

Importações desequilibram balança comercial

Nos primeiros sete meses de 2004, o défice comercial português aumentou 23,3%, para 8174,4 milhões de
euros, influenciado pelo fraco comportamento das trocas dentro da UE.
As exportações cresceram 4,1%, para 17 010,0 milhões de euros, mas foram suplantadas pelo acréscimo de
9,7% das importações, que atingiram os 25 184,4 milhões de euros. A taxa de cobertura das importações pelas
exportações foi de 67,5%, agravando-se 3,6% face ao mesmo período do ano anterior. Os principais parceiros
das importações portuguesas continuam a ser a Espanha, a Alemanha e a França que representam globalmente
69,4% do valor transacionado. Quanto às exportações, os principais destinos foram a Espanha, a França, a
Alemanha e o Reino Unido, com 77,8% do total das exportações.
Público, 2004-10-12

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4.3. Formas de Integração Económica

Podemos definir Integração Económica como sendo um processo que implica medidas
destinadas à abolição de discriminações entre unidades económicas de diferentes Estados,
procurando-se unir vários espaços económicos nacionais num único espaço económico mais
vasto.
Podemos distinguir integração formal (definida formalmente através de acordos escritos
vastos e complexos) ou integração informal (que se limita a grande cooperação comercial entre
os estados).
A Integração Económica tem como objetivo principal o aumento da eficiência na afetação
de recursos pela eliminação de discriminações e de restrições ao livre movimento de mercadoria
e fatores produtivos.

Vantagens:
- Aumento de produção resultantes de fenómenos de especialização, de acordo com a
dotação de cada país;
- Aumentos de produção derivados da exploração de economias de escala;

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- Melhoria dos termos de troca do grupo, relativamente ao resto do mundo;


- Melhoria de eficiência, resultante do acréscimo de concorrência dentro do grupo;

- Mudanças na qualidade e quantidade de “inputs”, tais como fluxos de capital e avanço


da tecnologia.
- Crescimento económico – há aproveitamento de um enorme mercado por parte dos países
membros

Desvantagens:
- Perda de receitas fiscais (devido à perda de taxas aduaneiras)
- Perda de alguma autonomia

A Integração económica informal assume a forma de Sistema de preferências aduaneiras


onde os países que a compõem limitam-se a conceder mutuamente algumas vantagens
aduaneiras, como por exemplo, baixar a taxas aduaneiras de determinados produtos que circulam
nesses espaços económicos.

A Integração Económica formal divide-se em diferentes formas:

• Zona de Comércio Livre;

Consiste num acordo em que os países membros aceitam abolir entre si todos os direitos
aduaneiros e restrições quantitativas no comércio de mercadorias. Contudo, cada país é livre para
definir as suas pautas e restrições quantitativas em relação aos países membros não membros
(ex.: EFTA).

▪ União Aduaneira;

Além da supressão de barreiras alfandegarias, isto é, da liberdade de circulação das


mercadorias, há uma pauta exterior comum. Ex CEE até 1992

▪ Mercado Comum

Livre Circulação de mercadorias, serviços, pessoas e capitais. Existência de pauta exterior


comum. Ex CEE depois de 1992.

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▪ União Económica

Consiste em que a integração económica cresça devido à criação de políticas monetárias,


agrícolas e sociais, comuns aos países membros. Acrescenta ao modelo anterior a harmonização
das políticas económicas e sociais. Exemplo a UE.

▪ União Económica e monetária

Acrescenta à modalidade anterior uma moeda comum. Exemplo os países da zona euro.

▪ Integração Económica (União Politica).

Esta forma de integração acontece quando a Integração ultrapassa as fases anteriores e


pressupõe a união das políticas monetárias, fiscais e sociais, exigindo o estabelecimento de uma
autoridade supranacional, cujas decisões sejam obrigatórias para os Estados membros.

Conceitos fundamentais

• Comércio interno • Balança de Pagamentos • Balança Financeira


• Balança de Rendimentos • Importações • Operações de câmbio
• Taxa de cobertura • Protecionismo • Direitos aduaneiros
• Comércio externo • Balança Corrente • Balança de Mercadorias
• Balança de Transferências • Exportações • Taxa de câmbio
Correntes • Livre-cambismo • Contingentação
• Investimento Direto • Balança de Capital • Balança de Serviços
Estrangeiro (IDE) • Divisas • Desvalorização da moeda
• Vantagens comparativas • Barreiras alfandegárias • Dumping

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Retendo o essencial

 Praticamente, todos os países são economias abertas: estabelecem entre si relações de


troca derivadas da diversidade de produções e da capacidade produtiva de cada um.
 Da diversidade de recursos e da capacidade produtiva advêm vantagens comparativas
que conduzem à especialização e à divisão internacional do trabalho, fundamento do
comércio internacional.
 As operações internacionais dão origem a fluxos monetários de entrada e saída no país,
os quais são registados num sistema de contas: a Balança de Pagamentos.
 Dentro da Balança de Pagamentos, as diversas operações são agrupadas segundo as
suas características, dando lugar a subcontas: Balança Corrente, Balança de Capitais e
Balança Financeira.
 A Balança de Pagamentos constitui um instrumento de análise económica que permite
tirar conclusões sobre a situação económica do país e da sua maior ou menor
dependência do exterior.
 A análise de cada uma das balanças pode ser feita pela sua estrutura (tipo de operações
registadas) ou pelos saldos que apresenta.
 Os saldos são a diferença entre a entrada e a saída de fluxos, podendo ser positivos,
negativos ou nulos.
 Os saldos positivos dão lugar a um superavite; os saldos negativos dão lugar a um défice;
os saldos traduzem uma situação de equilíbrio.
 As relações de troca internacionais implicam a convertibilidade internacional das moedas,
surgindo, assim, os câmbios.
 A taxa de câmbio é o preço pelo qual se compra em moeda nacional uma moeda
estrangeira.
 Enquanto o protecionismo defende a limitação das importações mediante o recurso a
diversas barreiras, tarifárias e não tarifárias, o livre-cambismo defende que a liberalização
das trocas é vantajosa para a economia mundial.
 A OMC visa aumentar as trocas internacionais, estimulando o crescimento económico e
o emprego, além de velar pelo respeito dos acordos comerciais internacionais.

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Exercícios

1. Diga se considera Verdadeiras ou Falsas as seguintes afirmações, justificando:

1.1. 0 Comércio internacional engloba o comércio interno e o comércio externo.


1.2. Só se compra um bem a outro país, quando no nosso não se consegue produzir esse bem
1.3. Sempre que dois cidadãos de países diferentes realizam uma transação comercial, esta faz
parte do comércio internacional.
1.4. A prestação de serviços a um país por parte de sujeitos económicos pertencentes ao Resto
do Mundo não é considerada como importação.
1.5. As receitas externas do turismo, bem como as remessas dos emigrantes contribuem para
reduzir o défice da Balança Corrente portuguesa.
1.6. A insuficiência da competitividade dos produtos de alguns países nos mercados mundiais é
uma das causas da deterioração dos termos de troca internacionais desses países.
1.7. As contingentações são restrições quantitativas à entrada e saída de mercadorias.
1.8. Com o desenvolvimento da integração económica e dos acordos internacionais assiste-se a
um aumento da fixação de contingentes.
1.9. Uma taxa de cobertura de 70% significa que as importações representam 70% das
exportações.
1.10. A internacionalização da economia é o resultado de diversas características do crescimento
económico, entre as quais é de destacar o desenvolvimento tecnológico.

2. O campo transnacional
Muitos fatores jogam em sinergia, como quase sempre nos problemas mundiais, o que explica a importância,
cada vez maior, dos fluxos transnacionais.
O fenómeno transnacional remonta à vaga de liberalização e aos esforços tenazes do GA TT desde o fim da
Segunda Guerra Mundial para baixar as barreiras tarifárias. Tudo isto contribui para a desvalorização das
fronteiras, inoperantes para o controlo de informações transmitidas por satélite. Permeáveis às informações,
as fronteiras constituem praticamente sempre barreiras à deslocação dos homens à procura de trabalho ou
de melhores condições de vida.
As desregulamentações, nomeadamente no dom(nio financeiro, devem na verdade ser vistas mais como
alterações de regulamentação do que como supressão de todas as regras. O papel do Estado apaga-se
perante os acordos das empresas, que são por vezes arbitrados por instituições internacionais como a OMC.
Olivier Doilfus, A Mundiolização (adaptado)
2.1. Justifique a importância cada vez maior dos fluxos transnacionais.

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2.2. Dê exemplos de fluxos transnacionais.


2.3. Explique por que razão a circulação de informação é mais fácil do que a circulação de
pessoas.
2.4. Indique três causas das migrações.
2.5. Refira os objetivos da OMC.

3. Indique como se registariam as seguintes transações na Balança de Pagamentos:


— Uma empresa portuguesa compra máquinas na Alemanha.
— Anacleto Pinto, emigrante em França. envia à família em Portugal 10000,00€.
— O BCP compra um banco na China.
— A União Europeia envia fundos para Portugal.
— Maria vai passar férias ao Brasil, onde gasta dinheiro.
— A Renault envia Lucros para a empresa-mãe em França.
— Uma empresa sul-coreana abre uma subsidiária em Portugal
— A CP transporta mercadorias por conta de uma empresa estrangeira.
— O Estado português contrai um empréstimo em Londres.
— Uma empresa portuguesa recorre aos serviços de uma agência publicitária de um país
estrangeiro onde deseja colocar os seus produtos.
— A indústria de moldes portuguesa conquista os mercados asiáticos para onde envia uma
encomenda de milhares de euros.
— Um cidadão finlandês recebe juros de títulos da dívida pública portuguesa que subscreveu.

4. O Furo 2004 atraiu a Portugal um grande número de estrangeiros. Explique o impacto que
essa vinda de estrangeiros teve na Balança de Pagamentos portuguesa.

5. Analise o seguinte quadro:

Países Peso do comércio externo


A 55,1%
B 65,4%
C 32,4%

5.1. Explique o significado da expressão ‘peso do comércio externo”.

5.2. Caracterize cada um dos países representados, no que respeita ao seu comércio externo.

5.3. Suponha que num determinado ano, o país A registou 147 milhões de euros de importações
e 123 milhões de euros de exportações.

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Calcule a respetiva taxa de cobertura desse ano.

6. Atente no quadro com dados imaginários relativos a um país

Comércio Internacional 10³ Euros


2007 2008 2009 2010
Importações 34 491 37 506 43 257 44 054
Exportações 22 252 23 026 26 379 27 323

6.1. Calcule os saldos para cada um dos anos.


6.2. Calcule a taxa de cobertura para cada um dos anos.
6.3. Explique o significado de uma taxa de cobertura igual a 100%.

7. Analise atentamente o seguinte quadro e responda às questões:

Exportações mundiais e investimentos diretos estrangeiros


Exportações mundiais e fluxos de IDE (1970-1995)

7.1. Explique em que consiste o IDE.


7.2. Dê exemplos de IDE retirados da atualidade económica.
7.3. Comente a evolução do IDE em relação à evolução das exportações mundiais.
7.4.Justifique o aumento da interdependência das economias face à evolução do IDE.

8.

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Têxteis chineses preocupam empresários europeus

A Organização Europeia do Têxtil e do Vestuário (Eurotext) revelou que as importações europeias da China,
em 2003, foram 30 vezes superiores às exportações. Segundo dados da Eurotext, naquele ano, os países-
membros da UE importaram 12 mil milhões de euros em têxteis e as exportações ficaram-se pelos 420
milhões de euros. A liberalização total dos mercados de têxteis na Europa, prevista para 1 de janeiro de
2005, faz prever o pior dos cenários para o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).
O setor têxtil da UE, mais os 10 novos Estados-membros empregam diretamente 2,7 milhões de pessoas.
Só em Portugal são 200 mil trabalhadores.
Segundo a ATP, a invasão dos produtos chineses no mercado europeu está a ser conseguida através de
práticas de concorrência desleal por parte das autoridades do país mais populoso do mundo. O responsável
da associação têxtil portuguesa garante não estarem a ser cumpridos os acordos estabelecidos aquando da
adesão daquele país à Organização Mundial do Comércio (OMC), em janeiro de 2002. A lista de ilegalidades
inclui práticas de dumping — venda de produtos por preço abaixo do custo —, redução de preços na ordem
dos 75% em dois anos, atrasos no levantamento de mercadorias importadas ou preços de referência destas
elevados. Tarifas altas para produtos importados ou dificuldades nos canais de distribuição completam o rol
das acusações. Para o membro da ATP, não se trata de impor medidas protecionistas, mas de regulamentar
e estabelecer as regras da concorrência legal e perfeita no mercado europeu.
A representante da Câmara de Comércio e Indústria Luso-chinesa admite que a entrada da China na OMC
irá obrigar a uma nova lógica de mercado e será uma faca de dois gumes. Para os que se adaptarem, uma
mão-cheia de oportunidades, para os restantes uma seríissima ameaça. Citando dados do Banco Mundial, a
responsável pela associação luso-chinesa declara que em 2005-2006, as exportações das confeções chinesas
crescerão 375% e a sua quota no mercado mundial será de 47%. Em 1995, o mesmo indicador cifrava-se
em 19,5 pontos percentuais. Apesar das críticas, lembra que metade destas exportações provêm de
multinacionais sediadas em território chinês,
como a Benetton e a Calvin Klein, entre outras.
A China é já hoje o maior comprador de tecnologia têxtil do mundo. E todos concordam que as vantagens
comparativas das firmas europeias terão de residir no design, marcas, canais de distribuição internacionais
e parcerias entre empresários dos vários Estados-membros.
Mas também não faltam oportunidades de negócio no território chinês. Segundo o Banco Mundial, para
alimentar a sua produção de confeções, a China irá tornar-se no maior importador do mundo de tecidos,
com um aumento de 272% e uma quota de mercado de 25 pontos percentuais.
A secretária da Câmara de Comércio preconiza que os empresários portugueses devem encarar seriamente
a entrada no mercado chinês, começando, numa primeira fase, pela exportação direta e apostando depois
no investimento em unidades produtivas ou de retalho. Estima que o mercado para produtos ocidentais
naquele país asiático poderá alcançar 5% a 9% da população, cerca de 64 a 119 milhões de consumidores.
Um autêntico negócio... da China.
Independente, 2004-01-16 (adaptado)

8.1. Calcule a taxa de cobertura das importações de têxteis da UE à China em 2002.

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8.2. Justifique a previsão de um cenário pessimista para a indústria têxtil europeia a partir de
2005.

8.3. Enumere as ilegalidades apontadas à China.

8.4. Justifique a expressão faca de dois gumes referida no texto.

8.5. Comente o facto de metade das exportações de vestuário da China provirem de


multinacionais.

8.6. Explicite as vantagens comparativas que as firmas europeias de têxtil e vestuário terão de
apresentar no mercado mundial para serem competitivas.

8.7. Apesar das ameaças, o mercado chinês poderá também criar novas oportunidades para as
empresas portuguesas do setor. Explique como.

9.
O comércio internacional é contra o ambiente?

Um certo número de regras inscritas no funcionamento da OMC tem como


consequência contribuir para a degradação do meio ambiente. Dois
mecanismos permitem ilustrá-lo.
— Em primeiro lugar, a não-discriminação. Segundo este princípio, nenhum país pode impor uma
regulamentação sobre as suas importações, a menos que os seus próprios produtos estejam também a elas
sujeitos, o que acarreta consequências importantes:
a) por razões de competitividade, a capacidade dos Estados que desejassem aplicar normas de emissão de
poluentes ou de processos de fabrico (ou criar impostos sobre atividades poluidoras) é muito limitada, uma
vez que as suas indústrias correriam o risco de ser penalizadas em relação aos concorrentes estrangeiros;
b) a deslocalização das indústrias mais poluentes para os países menos empenhados em matéria de proteção
do meio ambiente é encorajada;
c) os países do Terceiro Mundo são assim incitados a aceitar, ao preço de um certo laxismo em matéria
ambiental, as indústrias poluentes que os países industrializados já não querem. Estas práticas adotaram a
designação de dumping ambiental, ou seja, a venda de produtos por um preço que não cobre o custo total
da sua produção:
custo contabilístico + custo ambiental.
— Em segundo lugar, a consolidação dos direitos alfandegários. Este princípio, que mantém os direitos
alfandegários ao nível mais baixo, preenche duas funções:

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a) permite conservar os direitos alfandegários como único instrumento protecionista, com exclusão teórica
de todos os outros, como pretende o regulamento da OMC;
b) implica que os direitos alfandegários existentes sejam progressivamente desmantelados. Países que sobre
exploram certos recursos (renováveis ou não renováveis), como é o caso da Indonésia e as suas madeiras,
e que pretendessem limitar essa sobre exploração através de quotas de exportação, a fim de serem eles
próprios a transformar as suas matérias-primas, entram em contradição com este princípio, pois limitariam
a livre-troca através de medidas não tarifárias.
L Abdelmalki e P. Mundier, Économie de I’environnement, Hachette, 1997 (traduzído e adaptado)

9.1. Explique em que consiste o princípio da “não-discriminação”.


9.2. Relacione o cumprimento de medidas de proteção ambiental com a competitividade das
empresas.

9.3. Explicite o conceito de dumping ambiental.

9.4. Justifique a posição dos autores do texto, segundo a qual certas regras em matéria de
livre-troca contribuem para a degradação do meio ambiente.

10. Observe a

Balança financeira
Milhões de euros

2010 2011
Débito Crédito Débito Crédito
Balança financeira 667548,9 678487 620066,5 628880,7
Investimento 32646,3 30778,1 25553,7 26350,2
direto
Investimento de 170774,1 173687,3 181967,6 185185,6
carteira

10.1. Distinga investimento direto de investimento de carteira.

10.2. Calcule o saldo do investimento direto em 2002. A que conclusão chega?

10.3. Recolha junto de instituições financeiras como, por exemplo, o Banco de Portugal,
informações sobre o investimento direto estrangeiro em Portugal. A partir desses dados, tente
ver: Qual a origem do investimento direto estrangeiro? Para que setores de atividade se dirigem
os investimentos diretos estrangeiros?

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Escola Tecnológica e Profissional de Sicó


Curso Profissional de Técnico de Gestão
Avelar
Ano Letivo 2019-2020

Disciplina: Economia
Ano: 3º
Tema: A interdependência das economias
Docente: Luis Rocha
Módulo nº 6 Data:
Grupo I

1- Assinale com uma cruz a proposição verdadeira.

A. Considere os valores da balança de mercadorias apresentada no quadro


seguinte.

BALANÇA DE MERCADORIAS DE 2010


VALORES EM U.M.
DÉBITO CRÉDITO SALDO
MERCADORIAS X 1.847 - 387

A1. A balança de Mercadorias regista um…

 a) … excedente ou superavit no valor de 387 u. m.


 b) … défice no valor de 387 u. m.
 c) … excedente no valor de 387 u. m. e uma taxa de cobertura de 87%
 d) … défice no valor de 387 e uma taxa de cobertura de 125%.

A2. O valor das importações de mercadorias foi…

 a) … 1.847 u. m.
 b) … 387 u. m.
 c) … 2.234 u. m.
 d) … 1460 u. m.

B. A principal rubrica da balança de Serviços portuguesa é…

 a) … o turismo.
 b) … os transportes.
 c) … as indemnizações.
 d) … os direitos de utilização.

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C. A balança de Capital não regista…

 a) … o valor das transferências de capital.


 b) … o valor dos recebimentos do fundo de coesão.
 c) … o valor das aquisições de patentes.
 d) … o valor dos direitos de utilização de franchising.
Grupo II
1. Para a conversão de euros em dólares, reais ou rublos, utilizamos a taxa de
câmbio.
Dê uma noção de Taxa de Câmbio.
Complete a afirmação: “A taxa de câmbio é necessária para…”.
Justifique a seguinte afirmação “A moeda estrangeira é designada muitas vezes por
divisas”.

Grupo III
1. Indica e explica quais são os dois indicadores importantes no comércio
externo.
2. Na Betalândia, as contas do comércio externo permitem a divulgação pelo
governo dos seguintes valores:

FLUXOS EXTERNOS DE MERCADORIAS


MILHÕES DE UNIDADES MONETÁRIAS
2010 2011
IMPORTAÇÕES 890 1.305
EXPORTAÇÕES 1.109 1.257

Calcula a taxa de cobertura para 2011.


Interprete o valor obtido na alínea anterior.
Grupo IV
3. Observe os seguintes dados referentes a um país no ano de 2010.
Unidades monetárias
Rubricas Débito Crédito Saldo
Bal. Trans. Correntes 1.351 1.581 A
Bal. Mercadorias B 487 -208
Bal. Transferências Unilaterais 143 110 C
Balança Corrente 2100 3500 1400
Balança de Capitais 240 D 27
Bal. Serviços 310 492 182
Bal. Rendimentos E F G

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Balança Financeira 220 340 120


Total Balança de Pagamentos H I J

3.1 - Determine os valores de A a J.


3.2 – Indica duas rubricas que colaboram positivamente para o Saldo da Balança
de Transferências Unilaterais e para o saldo da Balança de Serviços e ainda para o
saldo da Balança de Rendimentos.

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Curso Profissional de Técnico de Gestão
Avelar
Ano Letivo 2019-2020

Disciplina: Economia
Ano: 3º
Tema: A interdependência das economias
Docente: Luis Rocha
Módulo nº 6 Data: / /2021

Grupo I
“A designação MADE IN é nossa conhecida e aparece em muitos dos bens que
utilizamos no nosso dia-a-dia…”

1. Indica o conceito presente na frase supra indicada.


2. Define o conceito e indica de que é composto.
Grupo II
1. Para a conversão de euros em dólares, reais ou rublos, utilizamos a taxa de
câmbio.
1.1 Dê uma noção de Taxa de Câmbio.
1.2 Complete a afirmação: “A taxa de câmbio é necessária para…”.
1.3Justifique a seguinte afirmação “A moeda estrangeira é designada muitas
vezes por divisas”.

Grupo III

1. Indica e explica quais são os dois indicadores importantes no comércio


externo.

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2. Na Betalândia, as contas do comércio externo permitem a divulgação pelo


governo dos seguintes valores:

FLUXOS EXTERNOS DE MERCADORIAS


MILHÕES DE UNIDADES MONETÁRIAS
2009 2010
IMPORTAÇÕES 1.990 2.425
EXPORTAÇÕES 1.139 1.357

a. Calcula a taxa de cobertura para 2010.

b. Interprete o valor obtido na alínea anterior.

Grupo IV

1. Explica o que leva um país mesmo tendo vantagens absolutas na sua produção
a optar pela especialização.

Grupo V
1. Observe os seguintes dados referentes ao país, no ano de 2009.
Unidades monetárias
Rubricas Débito Crédito Saldo
Bal. Trans. Correntes 1.667 2.581 A
Bal. Mercadorias B 587 -208
Bal. Transferências Unilaterais 343 1026 C
Balança Corrente 2100 3500 1400
Balança de Capitais 340 D 27
Bal. Serviços 510 492 182
Bal. Rendimentos E F G
Balança Financeira 220 350 120
Total Balança de Pagamentos H I J

1.1 - Determine os valores de A a J.


1.2 – Indica duas rubricas que colaboram positivamente para o Saldo da Balança
de Transferências Unilaterais e para o saldo da Balança de Serviços e ainda para o
saldo da Balança de Rendimentos.

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Grupo VI
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (em inglês, General Agreement on
Tariffs and Trade, GATT), foi estabelecido em 1947, tendo em vista harmonizar as
políticas aduaneiras dos Estados signatários. Está na base da criação da Organização
Mundial do Comércio.

a) Define o GATT.
b) Enumera os seus princípios fundamentais.
c) O que é a Organização Mundial do comércio.

Prova de Avaliação de Conhecimentos (Resolvida)

ECONOMIA – 3º ANO
MÓDULO Nº 6

GRUPO I

1. Diga se considera verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações:


1.1 – O comércio internacional engloba comércio interno e externo. Falso
1.2 – Só se compra um bem a outro país quando não se consegue produzir esse bem.
Falso
1.3 – Sempre que dois cidadãos de países diferentes realizam uma transacção comercial,
este faz parte comércio internacional. Verdadeiro
1.4 – A Balança de Capital não regista o valor das aquisições de patentes. Falso
1.5 – A principal rubrica da Balança de Serviços portuguesa é o turismo. Verdadeiro
1.6 – Dois indicadores importantes no comércio externo são: o peso do comércio externo
e a taxa de cobertura. Verdadeiro
1.7 - Uma taxa de cobertura de 70% significa que as importações representam 70% das
exportações. Verdadeiro
Cotação: 0,8 valores cada / - 0,25 valores se errar

2. Tenha em consideração o quadro seguinte:

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Comércio Internacional
106 Euros
2008 2009 2010
Importações 34.491 37.506 43.257
Exportações 22.252 23.026 27.323
Saldos -12.239 -14.480 -15.934
Taxa de Cobertura 64,51 % 61,39% 63,16%
(resposta al 2.2)

2.1 – Calcule os saldos para cada um dos anos. Interpreta o valor obtido para o ano de
2008.
Cotação: 2,25 valores

Ano 2008: O valor das exportações foi inferior ao valor das informações pelo que, neste ano
encontramo-nos numa situação de deficit.

2.2 – Calcule a taxa de cobertura para cada um dos anos. Que conclusões retiras dos
valores.
Cotação: 2,05 valores

Resposta:
Ano 2008: A taxa de cobertura para o ano de 2008 representa em percentagem, o valor das
importações que podemos considerar como pago com o valor das exportações efectuadas, neste
caso 64,51%.
Ano 2009: A taxa de cobertura para o ano de 2009 representa em percentagem, o valor das
importações que podemos considerar como pago com o valor das exportações efectuadas, neste
caso 61,39%.
Ano 2010: A taxa de cobertura para o ano de 2010 representa em percentagem, o valor das
importações que podemos considerar como pago com o valor das exportações efectuadas, neste
caso 63,16%.
4 – Indica duas rubricas que colaboram positivamente para o Saldo da Balança de Transferências
Unilaterais e para o saldo da Balança de Serviços e ainda para o saldo da Balança de Rendimentos.
Cotação: 5 valores

Resposta: Para o saldo da Balança de Transferências Unilaterais são as doações e as remessas


dos emigrantes, para a Balança de Rendimentos são os juros e os lucros e para o saldo da Balança
de Serviços é a Actividade Turística e os Transportes.

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5 – Explica o que leva um país mesmo tendo vantagens absolutas na sua produção a optar pela
especialização.
Cotação: 2,5 valores

Resposta: Efectivamente, nem sempre se encontra no mercado o bem que carecemos com a
inscrição “Fabricado em Portugal”, ou porque a produção nacional é insuficiente para assegurar
o mercado interno ou porque esse bem nem sequer se produz no nosso país. De facto, os recursos
naturais e humanos encontram-se desigualmente distribuídos pelo Globo, pelo que cada pais
apresenta um conjunto de potencialidades próprias que aconselha a sua especialização em
determinadas actividades produtivas.

6 – Diz o que entendes por taxa de câmbio, e indica qual a sua importância no comércio
internacional.
Cotação: 2,6 valores

Resposta: Para podermos pagar na moeda de cada país, tem de ser possível trocar a nossa
moeda por qualquer uma das outras. Para tal, estabelece-se uma relação de troca entre uma
moeda e todas as outras – é o câmbio. O câmbio, indica portanto, a relação de troca entre
diversas moedas nacionais, permitindo o estabelecimento e desenvolvimento do comércio entre
países.

BOM TRABALHO!
Conclusão
O comércio é a atividade de troca que permite o escoamento dos bens. Esta atividade
pode ser realizada entre agentes nacionais ou entre agentes de vários países. Quando é
realizada dentro de território nacional, por agentes residentes nesse país, designa-se
comércio interno e denomina-se comércio externo quando a atividade de troca é
efetuada entre agentes nacionais e agentes de outros países.
No entanto, é necessário distinguir o conceito de comércio externo com outro
semelhante, o comércio internacional. Enquanto o comércio externo diz respeito à
análise do ponto de vista de um país concreto, ou seja, das relações que se estabelece
com o exterior, o comércio internacional é um conceito genérico que abrange o comércio
praticado entre quaisquer dois ou mais países.
Atualmente, os países procuram eliminar os obstáculos que restringem as suas
transações comerciais, criando laços que conduzam a processos de integração
económica. A integração económica consiste numa união entre os agentes económicos
de países diferentes, pelo qual se vão suprindo os impedimentos à livre troca e

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estabelecendo elementos de cooperação entre países. As principais formas de integração


económica que existem são os sistema de preferências aduaneiras, a zona de comércio
livre, a união aduaneira, o mercado comum, a união económica e a integração económica
total.

Bibliografia
CAPUL, jean-Yves e GARNIER, Olivier (1998). Dicionário de Economia e Ciências
Sociais. Lisboa: Plátano Editora.
MANKIW, N. Gregory (2001). Introdução à Economia, tradução da 2ª edição
americana. Rio de Janeiro: Elsevier.
SAMUELSON, Paul A. E NORDHAUS, William D. (1990). Economia. Lisboa: McGraw-Hill.

WEB

www.bportugal.pt – endereço do banco de Portugal


www.ine.pt – endereço do Instituto Nacional de Estatística
www.portugal.gov.pt – endereço do governo de Portugal

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