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XXI PRÊMIO TESOURO NACIONAL 2016

Tema: Política Fiscal

COMPARAÇÃO DAS DIMENSÕES MICRO E MACROECONÔMICAS DA

INCORPORAÇÃO DE AÇÕES ITAÚ-UNIBANCO E DA INCORPORAÇÃO

REAL- SANTANDER

BRASÍLIA,

2016
RESUMO

Este trabalho tem como tema as Fusões e Aquisições (F&A) empresariais.

Tem como objetivo geral comparar as dimensões micro e macroeconômicas da

incorporação de ações Itaú-Unibanco e da incorporação Real-Santander. Tem como

objetivos específicos: a) discutir o processo de F&A no setor bancário brasileiro; b)

discutir a transferência de clima, de cultura e de tecnologias no processo de F&A

bancárias brasileiras. Para tanto, utiliza as seguintes metodologias: como eixo

epistemológico o método crítico-dialético, historicizando o tema; como eixo lógico de

investigação, o hipotético-dedutivo, partindo da hipótese principal de que um banco

nacional representa maiores benefícios para o país do que um banco estrangeiro;

como eixo técnico de investigação, operacionaliza-se um bibliográfico e documental:

foram selecionados documentos oficiais das mencionadas empresas dos seus

respectivos sites, bibliografias fundamentais sobre F&A no setor bancário brasileiro

disponíveis em revistas científicas especializadas. Conclui-se que: a) as dimensões

microeconômicas das F&A empresariais podem ser classificadas como: financeira,

jurídico-contábil, climática, cultural e tecnológica; b) as dimensões macroeconômicas

das F&A empresariais podem ser classificadas como: monetária, fiscal, creditícia, de

capitais e cambial; c) tanto a incorporação de ações Itaú-Unibanco quanto a

incorporação Real-Santander obtiverem grandes efeitos sinérgicos micro e

macroeconômicos que favoreceram tanto a estes conglomerados financeiros quanto

à nação brasileira superar a crise econômica instaurada entre 2008 e 2011; d) o Itaú

Unibanco Holding S.A., por possuir lucro líquido médio anual maior que o Santander

(Brasil) S.A. e por se constituir em banco nacional, converte para a economia e a

sociedade brasileira maiores investimentos, trabalho, renda e inclusão social, do que


o Santander S.A., banco espanhol, cuja maior parte de seus lucros é convertida

como investimentos na nação espanhola; e) em termos absolutos, o Itaú agrega

maior valor que o Santander, mas não em termos relativos (percentuais da sua

riqueza líquida); f) a estabilidade do Itaú Unibanco Holding S.A. e do Santander

(Brasil) S.A. durante a crise econômica enfrentada entre 2008 a 2011 foi resultado

de suas F&A, sobretudo da incorporação de ações Itaú-Unibanco e da incorporação

Real-Santander, respectivamente; g) tanto o Itaú quanto o Santander estão sempre

inovando, diversificando o seu portfólio de produtos e serviços, aumentando a

qualidade do seu atendimento aos seus clientes, aumentando a sua capacidade de

armazenamento e de processamento de dados e informações; h) as mudanças nas

dimensões micro e macroeconômicas das F&A bancárias, e quiça de todos os

demais setores, podem ocorrer de forma brusca, ou paulatinamente, ou de um modo

em algumas delas, e de outro em outras; i) as F&A são excelentes estratégias de

crescimento e de desenvolvimento, capazes de estabilizar os bancos mesmo em

situações de crises econômicas graves, tais como a enfrentada mundialmente entre

2008 e 2011; j) as F&A afetam e são afetadas continuamente por variáveis micro e

macroeconômicas; k) este trabalho produz avanços terminológicos, conceituais,

taxonômicos e conteudais significativos para a temática investigada. Portanto,

produz-se ricas contribuições que podem subsidiar a Política Fiscal nacional,

sobretudo no que tange à regulamentação da defesa da concorrência.

Palavras-chave: Fusões. Aquisições. Incorporações. Santander. Itaú.


SUMÁRI

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................05

2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO......................................................06

2.1 Pilar epistemológico.......................................................................................06

2.2 Pilar lógico.......................................................................................................08

2.3 Pilar técnico.....................................................................................................08

2.3.3 Técnicas gerais de pesquisa.................................................................09

2.3.3.1 Levantamento bibliográfico......................................................09

2.3.3.2 Levantamento documental........................................................11

3 REFERENCIAL TEÓRICO-TEMÁTICO.................................................................12

3.1 As Fusões e Aquisições (F&A) empresariais...............................................12

3.2 As combinações de negócios do setor bancário brasileiro........................25

4 A INCORPORAÇÃO DE AÇÕES ITAÚ-UNIBANCO.............................................28

4.1 As dimensões microeconômicas..................................................................28

4.1.1 Dimensão financeira...............................................................................28

4.1.2 Dimensão jurídico-contábil....................................................................28

4.1.3 Dimensão climática.................................................................................30

4.1.4 Dimensão cultural...................................................................................30

4.1.5 Dimensão tecnológica............................................................................32

4.2 As dimensões macroeconômicas.................................................................34

4.2.1 Dimensão monetária...............................................................................34


SUMÁRI
4.2.2 Dimensão fiscal.......................................................................................38

4.2.3 Dimensão creditícia................................................................................40

4.2.4 Dimensão de capitais.............................................................................41

4.2.5 Dimensão cambial...................................................................................42

5 A INCORPORAÇÃO REAL-SANTANDER............................................................44

5.1 As dimensões microeconômicas..................................................................44

5.1.1 Dimensão financeira...............................................................................44

5.1.2 Dimensão jurídico-contábil....................................................................45

5.1.3 Dimensão climática.................................................................................46

5.1.4 Dimensão cultural...................................................................................46

5.1.5 Dimensão tecnológica............................................................................47

5.2 As dimensões macroeconômicas.................................................................49

5.2.1 Dimensão monetária...............................................................................49

5.2.2 Dimensão fiscal.......................................................................................53

5.2.3 Dimensão creditícia................................................................................54

5.2.4 Dimensão de capitais.............................................................................55

5.2.5 Dimensão cambial...................................................................................56

6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................59

REFERÊNCIAS…......................................................................................................62
5
1 INTRODUÇÃO

As fusões e aquisições empresariais do setor bancário impactam a economia

local, regional, nacional e internacional. Afetam as taxas de juros, as taxas de

câmbio, o índice de emprego e do desemprego, os índices inflacionários, o poder de

compra das moedas, a arrecadação tributária, a renda das famílias e,

consequentemente, o seu consumo, o Produto Interno Bruto (PIB), a Balança

Comercial, a Balança de Serviços, a Balança de Pagamentos, a oferta e a demanda

creditícia, o volume da moeda em circulação, as políticas econômicas públicas e

privas, a legislação tributária, societária, trabalhista, previdenciária, constitucional,

administrativa, do consumidor, civil, penal, enfim, a vida em sociedade como um

todo, sobretudo os campos econômico e político (LYNCH, 1994; REGO, 2014;

ROSSINI; CABRELLATE; MENDES, 2001; RUSSO, 2010; GIFTED, 2014;

PEDROSA, 2000).

Por essas razões, o setor bancário consegue oligopolizar o preço dos bens e

dos serviços que oferece à população, o que, por um lado o torna um setor

econômico estável, que supera com facilidade às crises econômicas mundiais e

locais, mas que, por outro lado, vem aumentando significativamente o seu poder de

concorrência, a tal ponto de suscitar maior controle por parte dos governos locais

bem como dos órgãos de defesa da concorrência (LYNCH, 1994; REGO, 2014;

ROSSINI; CABRELLATE; MENDES, 2001; RUSSO, 2010; GIFTED, 2014;

GREMAUD; VASCONCELLOS; JÚNIOR, 2006).

Então, este trabalho se justifica na necessidade de estudos científicos que

pormenorizem os impactos de cada uma das dimensões micro e macroeconômicas

das fusões e aquisições do setor bancário no fito de compreendê-las bem, produzir

um arcabouço teórico mais completo para nortear a transformação organizacional e


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reduzir os riscos a elas inerentes. Esta minha inquietação partiu da minha percepção

dos perigos micro e macroeconômicos, micro e macrossociais que geram – e podem

gerar futuramente em escalas muito maiores –, as Fusões e Aquisições (F&A)

empresariais do setor bancário, fez-me desenvolver estudos científicos sobre este

tema, desde que eu cursei o MBA em Finanças e Controladoria pela Universidade

Bráz Cubas, concluindo-o no fim de 2014 (GIFTED, 2014; 2016).

O processo de concentração de empresas é um fenômeno complexo, devido

às múltiplas formas de que se reveste; pode-se considerar que, do ponto de vista

econômico, “há concentração de empresas sempre que existam liames de natureza

econômica entre empresas, acarretando uma unidade maior ou menor, mais ou

menos intensa, conforme o grau e a forma de tais limites”. (BULGARELLI, 1998, p.

196).

O objetivo geral deste trabalho é comparar as dimensões micro e

macroeconômicas da incorporação de ações Itaú-Unibanco e da incorporação Real-

Santander. E seus objetivos específicos são: a) Discutir o processo de fusões e

aquisições no setor bancário brasileiro; b) Discutir a transferência de clima, de

cultura e de tecnologias organizacionais no processo de fusões e aquisições

bancárias brasileiras;

2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

2.1 Pilar epistemológico

O pilar epistemológico refere-se ao conjunto de pressupostos ontológicos,

morfológicos, gnosiológicos, teóricos e éticos, norteadores da pesquisa científica em


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um nível estratégico. É, portanto, o pilar estratégico, ou diretivo, da pesquisa

científica. Considera sensivelmente a concepção de homem, de vida, de mundo, de

ciência e de ética que o pesquisador tem tanto quanto as suas relações com o objeto

da sua investigação (GILES, 1979; PIAGE, 1973; KÖCHE, 1997; TEIXEIRA 2012;

EL-GUINDY, 2004; VERGARA, 2012). Por essas razões, os seus enfoques

(métodos) podem ser apropriadamente denominados bases estratégicas da

investigação ou bases diretivas constitucionais da investigação (GIFTED, 2015).

Esta proposta de trabalho de pesquisa caracteriza-se como um estudo crítico-

dialético: concebe a ciência como produto da ação do homem e, portanto, tida como

uma categoria histórica e a produção científica uma construção; o homem é tido

tanto como ser social e histórico, determinado pelos múltiplos contextos como

criador e transformador de múltiplos contextos; defende uma preocupação

diacrônica: vê a dinâmica do objeto estudado, o movimento (o filme do real); defende

um visão dinâmica, conflitiva, heterogênea, ou seja, uma percepção organizada da

realidade que se constrói através da prática cotidiana do pesquisador e das

condições concretas de sua existência. Seu caráter é historicista, ou seja, situado

entre o caráter cientificista e o caráter tecnicista. Ela tem como objetivo a

historicização do objetivo investigado, levando-se em consideração as suas causas

e os seus efeitos nos campos cívico, moral, econômico, sociológico, tecnológico,

religioso, político e científico da vida humana. Por essa razão, o grau de

aproximação entre sujeito pesquisador e objeto investigado por uma pesquisa

dirigida por essa base é moderadamente sensível, e ela é bastante comum nos

estudos interdisciplinares (TEIXEIRA 2012; VERGARA, 2012; GIFTED, 2015; EL-

GUINDY, 2004; SPINK, 2012).


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2.2 Pilar lógico

O pilar lógico refere-se ao conjunto de pressupostos estruturais do

pensamento, norteadores da pesquisa científica em um nível tático. É, portanto, o

pilar tático, ou gerencial, da pesquisa científica. Considera o ponto exato de partida

do raciocínio utilizado bem como as nuances dos seus avanços. Por essa razão, os

seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases táticas

da investigação ou bases estruturais do pensamento da investigação (CRESWELL,

2010; TRIVIÑOS, 1987; GIFTED, 2015). A base estrutural de pensamento hipotético-

dedutiva, utilizada neste trabalho, é aquela que parte de um conjunto de hipóteses

(possibilidades) genéricas e ruma para conclusões específicas (particulares). Essa

base é bastante comum tanto nos estudos historicistas, quanto nos tecnicistas e nos

cientificistas, sejam eles das ciências humanas, exatas, sociais, da vida, da

natureza, etc. (CRESWEL, 2010; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003;

2007; 2008; POPPER, 1972; KANT, 2001; 2004).

2.3 Pilar técnico

O pilar técnico refere-se ao conjunto de pressupostos de abordagem, de

modalidade sequencial (pesquisa mista), de base e subbase procedimentais

(pesquisa observacional), de técnicas e subtécnicas, de instrumentos, de recursos

(inclusive o tempo) e de lócus, norteadores da pesquisa científica em um nível

operacional. É, portanto, o pilar operacional, ou funcional, da pesquisa científica.

Considera as fases pré-implementatória (trabalho ou redação de ensaio),

implementatória (execução do trabalho ou da redação de ensaio) e pós-


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implementatória (publicação dos resultados finais) da investigação científica

(MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; ECO, 2012;

THIOLLENT, 2003; 2011; YIN, 2010; MARTINS, 2008; SOARES, 2003). Por essa

razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases

operacionais da investigação ou bases funcionais da operação de investigação

(GIFTED, 2015). As abordagens de investigação podem ser: quantitativa, quando

traduz em números tudo o que quantificável; qualitativa, quando traduz em texto tudo

o que é qualificável; e mista (um pouco quali, um pouco quanti) (CRESWELL, 2010;

RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987). As modalidades sequenciais, inerentes aos

métodos mistos de investigação, podem ser: estratégia explanatória sequencial;

estratégia exploratória sequencial; estratégia transformativa sequencial; estratégia

de triangulação concomitante; estratégia incorporada concomitante e estratégia

transformativa concomitante (CRESWELL, 2010; GIFTED, 2015).

2.3.1 Técnicas gerais de pesquisa

2.3.1.1 Levantamento bibliográfico

O levantamento bibliográfico busca mapear um conjunto de bibliografias

previamente selecionadas para análise. A metodologia bibliográfica oferece meios

que auxiliam na definição e resolução dos problemas já conhecidos, permitindo tanto

explorar novas áreas onde os mesmos ainda não se cristalizaram suficientemente

como também analisar um tema sob novo enfoque ou abordagem, produzindo novas

conclusões (MARTINS, 2008; SEVERINO, 2007). Ele é utilizado para a revisão da

literatura e, portanto, necessário a todas as espécies de pesquisa. Configura-se na


1
técnica de coleta de dados dos livros e dos trabalhos acadêmicos em geral, tais

como TCC’s, monografias, dissertações, teses, artigos científicos, resenhas

científicas, etc. Os seus instrumentos fundamentais são as bibliografias (GIL, 1999;

2010; CRESWELL, 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIFTED, 2015).

De acordo com Gil (1999; 2010), não existem regras fixas para a realização

de pesquisas bibliográficas, mas existem algumas tarefas que a experiência

demonstra serem importantes. Dessa forma, este trabalho segue o seguinte roteiro:

Exploração das fontes bibliográficas: foram examinadas bibliografias

fundamentais sobre a metodologia da pesquisa científica, sobre fusões e aquisições

bancárias brasileiras, e conteúdos específicos sobre as dimensões micro e

macroeconômicas da incorporação de ações Itaú-Unibanco e da incorporação Real-

Santander.

Leitura do material: foi conduzida de forma informativa, seletiva, reflexiva e

interpretativa, objetivado reconhecer, reter, criticar construtivamente e avalizar as

partes essenciais para o desenvolvimento do estudo.

Elaboração de fichas: como de costume, eu elaborei de fichas de citações,

de resumo e bibliográfica, sobre as bibliografias clássicas, contendo as partes mais

relevantes dos materiais consultados.

Ordenação e análise das fichas: após a leitura de todas as bibliografias e de

todos os documentos selecionados, eu codifiquei e categorizei os dados,

diferenciando-os e agregando-os adequadamente em cada uma das dimensões


1
micro e macroeconômicas definidas; analisei a influência das fusões e aquisições

em cada uma das dimensões.

Conclusões: foi utilizada a estrutura de pensamento hipotético-dedutiva, ou

seja, partiu-se de hipóteses particulares (aquelas definidas na introdução), e rumou-

se para conclusões genéricas visando comparar as dimensões micro e

macroeconômicas da incorporação de ações Itaú-Unibanco e da incorporação Real-

Santander.

2.3.1.2 Levantamento documental

O levantamento documental, visa a coleta de dados primários, ou seja,

aqueles que ainda não foram submetidos a algum tipo de manipulação, embora

possa coletar também dados secundários, como, por exemplos, comentários de

terceiros em um documentos em que conste a legislação aplicável a algum tema,

etc.. Os documentos são tipificados por Gil (1999, 2010) em documentos pessoais,

registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral,

isto é, TV, rádio, jornais, revistas, internet, etc..

Embora a pesquisa bibliográfica e a documental sejam bastante semelhantes,

por ambas se respaldarem em materiais elaborados e já publicados, Gil (2010)

aponta que a principal diferença entre elas encontra-se na natureza das fontes.

Sobre a identificação das mesmas, Gil, 2010, p. 31, elucida dizendo que “o que

geralmente se recomenda é que seja considerada fonte documental quando o

material consultado é interno à organização, e fonte bibliográfica quando for obtido

em bibliotecas ou bases de dados”. Para Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa


1
documental consiste na análise de fontes primárias, isto é, elaboradas pelo próprio

autor, enquanto a pesquisa bibliográfica consiste na análise de fontes secundárias,

isto é, transcritas de fontes primárias contemporâneas ou retrospectivas.

3 REFERENCIAL TEÓRICO-TEMÁTICO

3.1 As Fusões e Aquisições (F&A) empresariais

As F&A afetam e são constantemente afetadas por variáveis micro e

macroeconômicas. Nas F&A transnacionais, as condições econômicas estrangeiras

afetam negativamente a riqueza gerada por suas sinergias, ao passo que as

condições econômicas do país de destino a afetam positivamente. O(s) idioma(s)

falado(s), a legislação e a infraestrutura de telecomunicações, influenciam bastante

em todo o processo de F&A (BANY-ARIFFIN; HISHAM; MCGOWAN JR., 2014).

Os impactos das F&A variam ao longo da distribuição de propriedade

comercializada (participações acionárias), sugerindo que os seus resultados micro e

macroeconômicos são influenciados pelo tipo de acionistas, proporcionalmente à

quantidade de ações ordinárias e ou preferenciais que possuem da companhia. Esta

descoberta é seminal e está sendo investigada por pesquisadores de F&A da Oxford

University, na Inglaterra (FURLAN; OBERHOFER; WINNER, 2015). As empresas

com atividades menos correlatas, opções de crescimento mais elevadas,

volatilidades mais baixas de fluxos de caixa e gastos (custos mais despesas)

menores de falência tendem a alcançar maior alavancagem e alavancar mais rápido

após a fusão ou a aquisição, comumente vindo a desfrutar de maiores retornos de

ações. Tais resultados são consistentes com a Teoria da Estrutura de Capital


1
Dinâmico (TECD), no qual investimento e oportunidades de crescimento determinam

as escolhas de estrutura de capital e, portanto, aumento o expertise e o know how

sobre as estruturas de capital das empresas. Esta descorberta seminal traz ricas

implicações para a literatura crítica de F&A derramando luz sobre a relação entre

ajustes de alavancagem, oportunidades de crescimento e ganhos de F&A

(AGLIARDI; AMEL-ZADEH; KOUSSIS, 2016).

Fatores como o clima e a cultura organizacionais são fundamentais para a

determinação do sucesso ou do fracasso das F&A empresariais. As habilidades

conceituais, técnicas e atitudinais dos funcionários, os estilos de liderança dos

gestores, as políticas de recursos humanos, a comunicação intraorganizacional, a

qualidade dos e nos relacionamentos interpessoais, o espírito de colaboração, a

confiança, a aprendizagem coletiva, a integração de culturas diferentes, são fatores

fundamentais para a realização bem sucedida de um processo de fusão ou

aquisição empresarial. Contudo, sobre estes fatores a literatura crítica é atualmente

incompleta, requerendo maiores esclarecimentos (SARALA et al, 2016).

São variados os temas que se relacionam intimamente com as F&A que

podemos encontrar na sua literatura crítica, dentre os quais Governança

Corporativa, Estratégia Empresarial, Redes, Cultura Organizacional, Clima

Organizacional, Teoria das Firmas, Teoria da Agência, Holdings, Join Ventures,

Terceirização, Business Process Management, ex-advisors, Due Diligence, Tax,

Legislação Tributária, Legislação Societária, Pronunciamentos Técnicos Contábeis

(TOIGO; LAVARDA, 2014; BANY-ARIFFIN; HISHAM; MCGOWAN JR., 2014;

CHANG et al, 2016).

As pesquisas sobre F&A encontradas nos principais periódicos científicos

nacionais e internacionais focam nas maiores combinações de negócios efetivadas


1
nas economias mais desenvolvidas do planeta (TOIGO; LAVARDA, 2014; LEBEDEV

et al, 2015; BANY-ARIFFIN; HISHAM; MCGOWAN JR., 2014; CHANG et al, 2016).

Por exemplo, Mackenzie (2016) estuda os reflexos das F&A efetivas nas economias

da Europa Continental sobre a economia mundial.

Toigo e Lavarda (2014) estudam a produção científica internacional sobre a

Governança Corporativa em F&A: eles realizaram uma análise bibliométrica e

sociométrica com 103 artigos1 de periódicos internacionais pesquisados das bases

de pesquisa ISI Web Knowledge e Scopus, identificando que as publicações sobre o

tema começaram a surgir a partir de 2004 e que os 14 autores mais prolíficos detém

38,83% do total de publicações encontradas. Por outro lado, em escala bem menor,

pesquisas sobre F&A em economias emergentes vem sendo realizadas, como, por

exemplo, um estudo realizado por Zhu e Zhu (2016) sobre as F&A empresariais

chinesas, razão pela qual eles sugerem que mais pesquisas sejam feitas sobre F&A

em outras economias emergentes antes de se fazer qualquer generalização das

suas conclusões.

Mackenzie (2016) sorteia uma amostra de F&A efetivadas em vários países

da União Europeia no período de 2001 a 2012, incluindo todas as F&A com

participação acionária superior a 50%, independentemente do tamanho da

transação. Ela verifica que do total de 94.360 transações efetivadas, 89% delas, o

correspondente a 85.185 transações, ocorreram na Europa Ocidental (nas

economias de mercado tradicionais), e os 11% restantes, o correspondente a 9.175

transações, ocorreram na Europa Oriental (nos países pós-comunistas)

(MACKENZIE, 2016). Ela conclui que na maioria dos países da União Europeia, com

excepção da Grécia, Hungria e Eslovénia, a atividade de F&A manteve uma

1
População definida para a pesquisa consistiu em publicações que abordavam em seu título, resumo e palavras-
chave a expressão “corporative governance" e "mergers and aquisitions”, referentes à subárea “business
management accounting”, dos anos de 1996 a 2013.
1
tendência crescente no período 2001-2012, sendo que o maior número de ofertas foi

claramente relatado na Grã-Bretanha (27%), seguida pela França (10%), Países

Baixos (9%), Alemanha (9%) e Finlândia (8%) (MACKENZIE, 2016).

Hu e Yang (2016), ao estudarem 85.560 F&A transnacionais em 57 países no

período de 1990 a 2010, constataram que: a) a alavancagem afeta a decisão

gerencial para adquirir alvos estrangeiros; b) as empresas com maior alavancagem

são menos propensas a adquirir alvos estrangeiros, enquanto as empresas com

menor alavancagem tendem ser alvos adquiridos por empresas estrangeiras; c)

estes efeitos são mais acentuados em países asiáticos do que em países norte-

americanos; d) os alvos estrangeiros tendem a ganhar retornos positivos anormais

tanto no curto prazo quanto no longo prazo, enquanto adquirentes tendem a obter

retornos positivos anormais no curto prazo, mas retornos negativos anormais no

longo prazo, razão pela qual qual as empresas com maior alavancagem preferem

F&A domésticas às F&A transnacionais.

Partindo do princípio que existem diferenças significativas nos ambientes

institucionais, nas práticas de governança corporativa e nos mercados entre países

desenvolvidos e países emergentes, Lebedev et al (2015) compara as principais

conclusões sobre o desempenho de F&A em países desenvolvidos e países

emergentes (pouco desenvolvidos), em três categorias: antecedentes, desempenho

e fatores que afetam o desempenho. Sobre o desempenho das F&A em países

desenvolvidos, os autores destacam: a) antecedentes: monopolizam o mercado de

energia; obtêm grandes ganhos sinérgicos (em geral, economias de escala);

diversificam mais suas operações; buscam redução dos custos de transação e da

incerteza ambiental e da dependência de recursos; as F&A são mais maduras e

sólidas; constrói-se comumente um “império” acionário composto por seus diretores


1
executivos (Chief Executive Officer – CEO); os seus gerentes são arrogantes,

excessivamente confiantes; b) desempenho: as F&A normalmente destroem o valor

do acionista para o adquirente; o valor das empresas-alvo é aumentado com a

efetivação das F&A; c) fatores que afetam o desempenho: tipo de negócio; tipo de

pagamento; estrutura de propriedade (por exemplo, a propriedade de gestão); as

características da gestão (por exemplo, a experiência); o desempenho anterior; a

dimensão da empresa; a experiência prévia da aquisição; os fatores ambientais (por

exemplo, ondas de fusão). Sobre o desempenho das F&A em países emergentes, os

autores destacam: a) antecedentes: são preferidas as F&A transnacionais às F&A

domésticas; as marcas, as tecnologias e outros recursos são utilizados para superar

a “desvantagem retardatária”; instituições mais desenvolvidas são acessadas com

bastante frequência e adotam-se práticas de governança corporativa; efetivam-se

F&A de áreas industriais degradadas (brownfield acquisitions); a qualidade das

instituições é um determinante especialmente importante de aquisições dentro e fora

da economias emergentes; tenta-se aproveitar as vantagens comparativas dos seus

países de origem em recursos, bem como as suas capacidades específicas à firma,

por meio de F&A transnacionais; o desenvolvimento institucional no país de destino

facilita as negociações de F&A; as instituições financeiras, muitas vezes,

determinam a escolha do modo de entrada; as instituições financeiras proporcionam

maior nível de proteção dos direitos dos acionistas minoritários, facilitando a

efetivação de F&A, por meio da diminuição da resistência dos acionistas

controladores; para as F&A em países emergentes, as experiências que as

empresas-alvo tiveram em países desenvolvidos têm uma importância maior do que

as que elas tiveram em países emergentes; b) desempenho: não há tendência

estabelecida para o ganho da adquirente, sendo que as F&A de países emergentes


1
efetivadas dentro ou fora deles podem criar ou destruir o valor do acionista para o

adquirente; c) fatores que afetam o desempenho: nas F&A investigadas em países

emergentes foi encontrado desenvolvimento institucional, tanto nos países de

origem quanto nos países de destino, para melhorar o desempenho das F&A

transnacionais; a qualidade da governança corporativa em um país anfitrião facilita o

desempenho de fusão ou aquisição; os prêmios são mais baixos; as capacidades de

gestão das empresas-alvo e a eficácia global são comumente bastante baixas; o

montante de investimento pós-privatização foi encontrado para facilitar o

desempenho pós-aquisição do alvo privatizado; o controle acionário do adquirente

pode afetar positivamente o desempenho da pós-implementação da fusão ou

aquisição, mas o controle acionário nas mãos do Estado tende a provocar reação

negativa do mercado; para as F&A transnacionais, o país do adquirente (de origem)

afetam as diferentes medidas de desempenho do país da empresa-alvo (de destino).

F&A transnacionais diminuem o risco de inadimplência das empresas adquirentes

(KOERNIADI; KRISHNAMURTI; TOURANI-RAD, 2015). Por essa razão, gerentes

maduros usam F&A transnacionais para gerir os riscos existentes de suas

empresas. Koerniadi, Krishnamurti e Tourani-Rad (2015) examinam o impacto das

F&A transnacionais no risco de inadimplência das empresas adquirentes, utilizando

uma amostra de 375 F&A transnacionais norte-americanas efetivadas entre 1997 e

2011. Os autores afirmam que: a) seus resultados são consistentes com a hipótese

de informação assimétrica que os gestores aproveitar a supervalorização e a

volatilidade dos preços de suas ações; b) a distância geográfica e parentesco

industrial desempenham papéis significativos no impacto no risco de inadimplência,

após a concentração, mas encontram evidências limitadas indicando a relevância de

ambientes institucionais e fatores culturais nas suas mudanças.


1
Um estudo de Yilmax e Tanyeri (2016), por meio de uma amostra de 263.461

ofertas de F&A globais em 47 países no período de 1997 a 2011, apontou que elas

desfrutam de Retornos Anormais Cumulativos (CARs) maiores em negócios onde se

vendem os direitos de controle aos licitantes (adquirentes). Eles constataram que

tanto os acionistas adquirentes quanto os acionistas alvo auferem CARs

significativamente maiores nos três primeiros dias, contados da publicação da oferta

da fusão ou aquisição, em países de mercados desenvolvidos em comparação com

aqueles em países de mercados emergentes.

Estudos de Ciobanu (2015) mostram que a legislação de um país influencia

muito as F&A do seu mercado: o volume dos seus negócios (vendas, lucros,

produtividade), o tamanho do prêmio de controle (dividendos), número de dias

necessários para se legalizar F&A. Foram analisadas F&A 30 países, do período

compreendido entre 2006 e 2010, de um banco de dados fornecidos pela Zephyr e

SDC Internacional M&A, a partir de 4 sistemas jurídicos diferentes: Lei Comum

(Common Law), por um lado, e, por outro lado, o direito civil francês, o alemão e o

escandinavo. Foi realizada análise de regressão com as variáveis valor médio de

uma transação e tamanho do prêmio de controle, em cada um dos sistemas

jurídicos. Resulta que as F&A do mercado de um país são significativamente

influenciadas pelo ambiente de negócios que a lei pode criar para os investidores

que estão propensos a investir mais em mercados bem regulados que pode proteger

e favorecer a alavancagem do seu capital, além de fornecer um excelente ambiente

para o seu desenvolvimento.

Os governos exercem muita influência sobre as ofertas públicas de F&A, por

meio das políticas econômicas e da legislação (ROWOLDT; STARKE, 2016).

Quando as empresas são suficientemente heterogêneas em termos de eficiência


1
produtiva e diferenciação do produto, é mais adequado efetivar F&A nacionais;

quando a eficiência produtiva e os produtos tornam-se suficientemente

heterogêneos, é mais adequado efetivar F&A transnacionais (BAYE; PAGEL; WEY,

2016).

Gu e Reed (2016) analisaram o financiamento de 6000 F&A chinesas

domésticas e transnacionais efetivadas no período de 1997 a 2014. Eles partiram de

duas hipóteses, quais sejam: a) as restrições à propriedade estrangeira pode

potencialmente inibir o uso de capital próprio das empresas chinesas no

financiamento de F&A no exterior; b) a capacidade das empresas estatais chinesas

para garantir condições de empréstimo favoráveis podem proporcionar-lhes um

incentivo para confiar mais no financiamento de caixa. Foi realizado teste estatístico

das hipóteses com intervalo de confiança de 95%. Após efetuadas as análises, os

autores encontraram evidências para sustentar a primeira hipótese, mas não a

segunda. Em outras palavras, eles verificaram que as F&A no exterior são

significativamente menos propensas a serem financiadas com dinheiro (apoiando a

primeira hipótese), mas não foi entrada diferença alguma entre as estatais e não-

estatais na sua utilização do financiamento em dinheiro (não apoiando a segundo

hipótese). Conclui-se que as restrições à propriedade estrangeira são a razão

provável para as empresas adquirentes chinesas confiarem mais em dinheiro

quando do financiamento de F&A no exterior.

Um estudo comparativo entre F&A em mercados desenvolvidos e F&A em

mercados emergentes, realizado por Thenmozhi e Narayanan (2016), busca

compreender o que impacta mais do seu desempenho, o Estado de Direito do país

ou o seu nível de governança corporativa. Este estudo revelou que quando as

empresas de mercados desenvolvidos adquirem empresas de mercados


2
emergentes, ocorre impacto favorável significativo no desempenho pós-

implementação, ao passo que nada ou pouco impacta o nível de governança

corporativa do seu país sobre o seu desempenho. Por outro lado, quando as

empresas de mercados emergentes adquirem empresas de mercados

desenvolvidos, o nível de governança corporativa no país de destino causa um

impacto adverso significativo sobre o desempenho pós-implementação, pouco

impactando-o, porém, o seu Estado de Direito.

Chuang (2016) amostrou 5271 empresas adquirentes durante o período de

1995 a 2011 para examinar o papel de consultores financeiros sobre os resultados

das F&A no mercado Ásia-Pacífico. Verificam que: a) as adquirentes levam mais

tempo para completar as ofertas quando se contrata 3 assessores; b) a evidência

empírica indica que as adquirentes obtêm maiores retornos quando a contratação de

assessores financeiros com baixa reputação; c) as adquirentes obtêm retornos mais

baixos após o anúncio da combinação ao contratar apenas 1 assessor em negócios

domésticos. Concluem que a qualidade de assessores financeiros no desempenho

das empresas em F&A é importante no mercado da Ásia-Pacífico.

Dhaliwall et al (2016) examinam o impacto da auditoria compartilhada em

F&A. Eles examinaram 3294 ofertas públicas de F&A do banco de dados da

Securities Data Corporation (SDC) a partir do início de 1985 até o final de 2010. A

amostra foi limitada a propostas economicamente significativas a alvos públicos de

adquirentes públicas porque exigem auditor, contabilidade e estoque de preços para

ambos os concorrentes e empresas-alvo. Foram adicionados a essa amostra dados

de auditoria Analytics do período 2002-2010. Quase um quarto de todas as ofertas

públicas de F&A e as empresas-alvo são mais propensas a receber uma oferta de

uma empresa que tem o mesmo auditor. Os acordos de auditoria compartilhada são
2
movidos por lances em que as empresas-alvo e as adquirentes compartilham o

mesmo escritório de prática de uma empresa de auditoria e em que o alvo é

pequeno.

Cai et al (2016) também examinam o impacto da auditoria compartilhada em

F&A, especificamente no caso em que a empresa adquirente e a empresa-alvo

compartilham apenas um auditor. Foram amostradas 1971 F&A norte-americanas

entre 1988 e 2010 em que tanto o adquirente quanto o alvo são empresas públicas e

a adquirente obtém o controle completo do alvo após a aquisição. Verificam que: a)

um auditor comum ajuda a reduzir a incerteza, resultando em maior qualidade da

F&A; b) os retornos financeiros são maiores no anúncio de F&A quando um auditor é

compartilhado; c) o efeito da auditoria compartilhada é mais pronunciado para

ofertas com maior incerteza na pré-implementação e nos negócios envolvendo

adquirentes e alvos que são auditados pelo mesmo escritório local do auditor

comum.

Breinlich, Nocke e Schutz (2016) examinam a literatura crítica sobre F&A em

economias abertas, em especial no que toca as interações entre as políticas de

defesa da concorrência e as políticas comerciais. Discutem que os custos comerciais

e, mais genericamente, o grau de integração do mercado têm efeitos importantes

sobre as possibilidades de conflitos e sobre os ganhos com a coordenação das

políticas internacionais de defesa da concorrência. Ambos os tipos de políticas são

instrumentos governamentais para controlar – ou pelo menos é o que se tenta fazer

– a economia, evitando a formação de estruturas de mercado que ameassem a anti-

livre concorrência. As regulamentações governamentais, as tarifas, os subsídios, os

decretos e as intromissões são generalizados, variando apenas o grau de

intensidade com que ocorrem em cada país. As agências reguladoras


2
estipulam preços e especificam os serviços que as empresas reguladas devem

ofertar. Deste modo, elas protegem as empresas reguladas ao restringir a entrada

de novas empresas neste mercado. Portanto, as agências reguladoras nada mais

são do que um aparato burocrático que tem a missão de cartelizar os setores

regulados - formados pelas empresas favoritas do governo –, determinando quem

pode e quem não pode entrar no mercado, e especificando quais serviços as

empresas escolhidas podem ou não ofertar, impedindo desta maneira que haja

qualquer "perigo" de livre concorrência. Neste diapasão, na verdade não existe

mercado genuinamente livre em algum país do mundo. Breinlich, Nocke e Schutz

(2016) concluem que: a) o governo nacional não pode afetar o número de empresas

no país estrangeiro (ou a estrutura do mercado no país estrangeiro) significa que as

autoridades de defesa da concorrência não têm jurisdição sobre F&A estrangeiras;

b) existem conflitos entre as autoridades de defesa da concorrência.

As transações de F&A são repletas de oportunidades de truques, fraudes e

outras formas de burlar os negociantes, o consumidor e o Fisco. Por exemplo,

Hraschek, Mietzner e Tyrell (2016) examinam o uso indevido por parte de empresas,

nas transações de F&A, de informações privilegiadas, obtidas nas operações de

Credit Default Swaps (CDS) e no mercado de ações, para fins particulares,

pessoais. Existe um abuso maior das informações privadas no mercado de CDS,

consoante os autores, ao passo que os mesmos afirmam que os resultados da sua

análise multivariada são consistentes com a ideia de que certas operações de F&A

são especialmente vulneráveis ao vazamento de informações nos mercados de

CDS.

As dimensões climática e cultural das F&A são estudadas por Deng, Li e Lião

(2016), Vasilaki et al (2016), Sarala et al (2016), Bansal (2016), Denison e Ko (2016),


2
Van Marrewijk (2016), Wang e Fehring (2016).

Deng, Li e Lião (2016) estudam os efeitos das crenças heterogêneas nas F&A

do mercado financeiro chinês. Eles concluem que: a) a heterogeneidade das

crenças do mercado financeiro chinês está intimamente associada às transações de

F&A; b) as empresas com maiores crenças heterogêneas são mais propensos a

pagar as transações com ações; c) a intervenção do governo, medida pela

propriedade estatal, enfraquece o efeito de crenças heterogêneos sobre as decisões

de F&A das empresas.

Vasilaki et al (2016) estudam o papel moderador da liderança

transformacional na realização da integração humana e na identificação

organizacional na integração de F&A. Eles discutem que: a) a comunicação, o

envolvimento dos trabalhadores, o trabalho em equipe e o treinamento e

desenvolvimento têm um efeito positivo sobre o comportamento dos funcionários e

na sua identificação com a organização recém-formada; b) os comportamentos de

liderança transformacional conseguem moderar a implementação de práticas de

Recursos Humanos em F&A, levando a comportamentos positivos por parte dos

funcionários da empresa adquirente e na identificação dos funcionários na nova

organização.

Sarala et al (2016) estudam os fatores socioculturais das F&A, defendendo

que eles são determinantes para os resultados delas. Eles discutem que as

habilidades complementares dos funcionários, a confiança, o ensino coletivo e a

integração cultural entre as empresas influenciam o nível de transferência de

conhecimento em F&A. Concluem, entretanto, que: a) a nossa compreensão dos

fatores socioculturais em F&A continua incompleta; b) os papéis de vínculos

socioculturais entre empresas, a flexibilidade de RH, e as diferenças culturais


2
organizacionais em F&A requerem maior elucidação.

Bansal (2016) estuda a dinâmica da confiança dos funcionários durante a

mudança organizacional. Foram entrevistados 117 funcionários de integrações pós-

fusão (Post-Marger Intregations – PMI) e integrações pós-aquisição (Post-

Acquisitions Integrations – PAI). Foram realizadas análises uni e bivariada das

variáveis de interesse: percepção da eficácia das iniciativas de RH, comunicação e

convergência cultural. Verificou-se que a má gestão dos processos e práticas

sublinhados durante a fase PMI teria um impacto negativo da dinâmica da confiança

dos funcionários na organização resultante da fusão.

Denison e Ko (2016) estudam o due diligence cultural em F&A. Eles discutem

que, enquanto em estágio inicial, o due diligence normalmente comporta a avaliação

financeira e estratégica, mas é importante estar olhando desde um estágio inicial

também para a cultura organizacional, no fito de se avaliar a sua adaptalidade com a

cultura da empresa-mãe. O processo começa com uma avaliação mais discreta,

indireta e informal da cultura da empresa-alvo e move-se para uma avaliação mais

intrusiva, direta e formal.

Van Marrewijk (2016) estudam as subculturas conflitantes em F&A no setor de

mídia e telecomunicações. O autor discute que frequentemente, as pesquisas

científicas sobre F&A assumem culturas organizacionais homogêneas e unificadas,

mas uma grande parte da literatura organizacional sugere que as organizações

devem ser entendidas como mundos vivos heterogêneos em que os funcionários

constroem suas próprias subculturas. De fato, os estudos organizacionais são

multiparadigmáticos, de tal modo que as realidades culturais organizacionais

precisam ser investigadas caso a caso e em pormenores. O estudo de Van

Marrewijk (2016) traz à tona a questão da coexistência de várias subculturas


2
organizacionais concomitantemente antes, durante e após a intregação de F&A.

Wang e Fehring (2016) apresentam três casos reais de F&A chinesas-alemãs,

concluindo que: a) o caso 1 comprova a importância de um negócio claro e uma

estratégia PMI, que deve ser preparado antes da assinatura do contrato de fusão; b)

os casos 2 e 3 mostram que os gestores sem as habilidades e competências

interculturais necessárias terão falsas percepções na tomada de decisões.

3.3 As combinações de negócios no setor bancário brasileiro

A indústria bancária brasileira, formada por bancos múltiplos e comerciais,

tem ocupado, desde o seu advento, um lugar de destaque nas transformações

econômicas, políticas e sociais ocorridas no Brasil. Isto ocorre porque os bancos,

enquanto intermediários do capital, ocupam posição estratégica no sistema

capitalista, concentrando uma grande capacidade discricionária sobre o fluxo de

recursos financeiros nas principais operações econômicas, transformando

autonomamente a economia como efeitos condicionantes sobre o Estado e a

sociedade como um todo (TEIXEIRA; DANTAS, 2015).

A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) possui atualmente uma

relação de 119 instituições financeiras associadas de um universo de 155 em

operação no Brasil, as quais representam 98% dos seus ativos totais e 97% do

patrimônio líquido das instituições bancárias brasileiras. A FEBRABAN não realiza

operações financeiras de qualquer natureza, não faz empréstimos, financiamentos,

transferências de valores, aplicações, captação de recursos de investimentos ou

recebe depósitos de poupança, para pessoas físicas ou jurídicas. O seu objetivo é

representar seus associados em todas as esferas do governo – Poderes Executivo,


2
Legislativo e Judiciário e entidades representativas da sociedade, para o

aperfeiçoamento do sistema normativo, a melhoria continuada dos serviços e a

redução dos níveis de risco, buscando, também, concentrar esforços que favoreçam

o crescente acesso da população aos produtos e serviços financeiros. Fundada em

1967, na cidade de São Paulo, é uma associação sem fins lucrativos que tem o

compromisso de fortalecer o sistema financeiro e suas relações com a sociedade e

contribuir para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País.

Em mercados oligopolistas, tal como o bancário, percebe-se que, após a

efetivação de uma fusão ou aquisição empresarial, os ativos das suas concorrentes

aumentam significativamente, de acordo com as características do mercado e a

intensidade da concorrência (GUGLER; SZÜCS, 2016). Estudos econométricos,

realizados com uma amostra de 612 bancos, em 34 países, entre 1991 e 2006,

revelaram que a eficiência dos gastos (custos mais despesas) é o fator que mais

influencia a probabilidade de um banco ser escolhido como licitante de uma fusão ou

aquisição transnacional, mas não influencia no caso de um fusão ou aquisição

doméstica (CAIAZZA; POZZOLO; TROVATO, 2016).

Estudos econométricos sobre a complexidade corporativa da Lista Global dos

Bancos Sistematicamente Importantes - Global Systemically Important Banks (G-

SIB) – revelaram que a expansão rápida e expressiva de filiais bancárias, do seu

tamanho e do seu poder de concorrência no mercado, provocados pela efetivação

de grandes F&A, apresentou um formidável obstáculo a qualquer resolução

ordenada plausível destas instituições na crise econômica global enfrentada de 2007

a 2009. Estes estudos revelaram duas leis fundamentais das F&A: a) a relação

causal entre o tamanho dos ativos e da complexidade corporativa; b) o crescimento

por meio de F&A tem um impacto significativo e duradouro sobre a complexidade


2
corporativa. Salienta-se que o poder exacerbado do setor bancário advindo de

grandes F&A provocou a criação de órgãos de defesa da concorrência e de

mecanismos legislativos por várias nações, sobretudo das 37 economias

consideradas avançadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o que, por meio

de requisitos rígidos para a autorização de prosseguimento com o processo de uma

fusão ou aquisição empresarial, tenta, mas ainda não consegue, simplificar as

estruturas societárias oligopolistas (ASSI; HERRING, 2016).

Um estudos bibliométrico de Reddy (2016) da produção científica sobre F&A,

em 93 artigos disponibilizados em periódicos internacionais entre 1991 e 2015,

revelou que 90 deles (96,8%) adotam o método de estudo de caso, dos quais 44

(47%) adotam o método de estudo de caso simples (único) enquanto 46 (49%)

adotam o método de estudo de casos múltiplos; os 3 restantes adotam o método de

levantamento e entrevista. Nesta análise, os artigos foram categorizados por setor

de atividade econômica, periódico em que foi publicado, tipo dos métodos adotados,

autor(es), escopo do estudo, objetivos da pesquisa e área da amostragem. Discute

que os pesquisadores qualitativos costumam adotar o método de estudo de caso

para testar e fazer avançar a teoria existente sobre o tema F&A, bem como para

construir nova teoria. Conclui que o método de estudo de caso é uma das

ferramentas legítimas de pesquisa qualitativa para analisar eventos organizacionais

críticos no dado de ajuste tanto para encontrar um problema e chegar a uma

conclusão.

A proliferação de F&A bancárias tem sido um fenômeno global, fazendo-se

presente em muitos países emergentes. As F&A bancárias tem sido muitas vezes

impulsionadas por políticas de reestruturação do setor bancário, na esperança de

melhorar a estabilidade do sistema financeiro (DU; SIM, 2016). Du e Sim (2016)


2
reúnem uma amostra composta por 120 bancos de 6 países: China, Índia,

Indonésia, Malásia, Rússia e Tailândia. Foram feitas 960 observações entre 2002 e

2009 sobre a amostra. Foram amostrados apenas bancos comerciais, cuja atividade

principal está centrada nas operações bancárias tradicionais. Foram realizadas

regressões lineares buscando encontrar o quanto a eficiência bancária pode ser

explicada pelas F&A efetivadas neste setor. Resulta que nos países emergentes, as

F&A bancárias podem a melhorias de eficiência para a entidade combinada

(adquirente), embora os bancos-alvo sejam os maiores beneficiados delas.

4 A INCORPORAÇÃO DE AÇÕES ITAÚ-UNIBANCO

4.2 As dimensões microeconômicas

4.2.1 Dimensão financeira

De acordo com as Demonstrações Contábeis Completas em IFRS, o Itaú

Unibanco Holding S.A. teve lucro líquido de R$10,6 bilhões em 2008, R$10,1 bilhões

em 2009, R$10,3 bilhões em 2010, R$11,9 bilhões em 2011, R$10,8 bilhões em

2012, R$11,7 bilhões em 2013, R$21,9 bilhões em 2014, R$23,8 bilhões em 2015 e

de R$12,02 no primeiro semestre de 2016 (ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009; 2010;

2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016).

4.2.2 Dimensão jurídico-contábil

A incorporação de ações da Cia. E. Jonhston Participações S.A., da Unibanco


2
Holdings S.A. e da União dos Bancos Brasileiros S.A. pela antiga Itaú Holding

Financeira S.A., na data de 28 de novembro de 2008 (ITAÚ, 2008), produziu efeitos

jurídicos equivalentes aos da incorporação, prevista no artigo nº 227 da Lei 6.404/76

(Lei das SAs), mas sem a extinção da personalidade jurídica das incorporadas,

conforme previsões legais.

A antiga Itaú Holding Financeira S. A. alterou a sua denominação social para

Itaú Unibanco Banco Múltiplo S.A. em 28 de novembro de 2008 (ITAÚ, 2008; 2015)

e, posteriormente, para Itaú Unibanco Holding S.A., em 14 de agosto de 2009 (BCB,

2009; ITAÚ UNIBANCO, 2009; 2015).

A corporação Itaú Unibanco Holding S.A. é uma sociedade de capital aberto

optante pelo Lucro Real, cujas alterações introduzidas pela Lei nº 11.638 e pela Lei

nº 11.941 (artigos 37 e 38) que modificaram o critério de reconhecimento de

receitas, custos e despesas computadas na apuração do lucro líquido do exercício

não tiveram efeitos para fins de apuração do lucro real da pessoa jurídica optante

pelo Regime Tributário de Transição (RTT), sendo utilizadas, para fins tributários, as

normas vigentes em 31 de dezembro de 2007 (PEDROSA et al, 2010).

O Itaú Unibanco Holding S.A. distribui a sua riqueza líquida gerada, em

termos relativos (percentuais) médios anuais, do seguinte modo: 32,51% com o seu

pessoal (remuneração direta aos empregados, acionistas, etc., que inclui o salário,

os benefícios, as verbas trabalhistas e previdenciárias), 28,36% com carga tributária,

2,5% com remuneração de capitais de terceiros (aluguéis, empréstimos contraídos

de terceiros, juros sobre o capital de terceiros) e 36,63% com remuneração de

capitais próprios (dividendos, juros sobre capital próprio, lucro retido no período)

(PEDROSA et al, 2010; TEIXEIRA; DANTAS, 2015; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009;

2015; BCB, 2009, 2016).


3

4.2.3 Dimensão climática

O clima organizacional resultante do contato entre as equipes de trabalho de

ambos os bancos se mostrou amistoso desde o princípio da implementação da

incorporação de ações. Sabendo se relacionar com colegas de todos os níveis, com

conhecimento, empenho e boa interação em equipe, as teorias e as práticas

organizacionais se mantiveram alinhadas, possibilitando a troca saudável de

experiências (TEIXEIRA; DANTAS, 2015; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009; 2015; BCB,

2009, 2016).

Marcelo Orticelli (2013), diretor de Cultura, Gente e Relações trabalhistas do

Itaú-Unibanco relata ter tido dificuldade para manter o clima alinhado com a cultura e

as estratégias da empresa, bem como para tomar as decisões quando alguém

saísse do escopo, contudo, afirma que estes desafios foram superados, de mais a

mais os stakeholders internos se adpataram bem ao processo de incorporação de

ações, mantendo o clima agradável, empático e respeitoso da organização

(TEIXEIRA; DANTAS, 2015; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009; 2015; BCB, 2009, 2016).

4.2.4 Dimensão cultural

O processo de incorporação de ações entre o Itaú e o Unibanco durou cerca

de dois anos. Neste período, foi criado um Comité Superior de Integração com o

objetivo de supervisionar as atividades de 19 frentes de trabalho de forma a mapear

os processos e identificar as melhores práticas de cada instituição. Baseado em

seus resultados, foi construído um novo modelo de negócios para cada uma das
3
diversas áreas de atuação do Itaú – Unibanco (ITAÚ, 2008; 2015). Consoante

corrobora Teixeira e Dantas (2015), esta incorporação de ações foi muito bem

sucedida, culminando no seguintes benefícios para ambos os bancos: a) a

otimização das agências, dos cartões, créditos, seguros previdências e capitalização

com inúmeros benefícios aos seus clientes; b) a intensificação da expansão

externa, de forma a trabalhar intensamente para que a qualidade dos serviços e

produtos fosse competitiva e atendessem os seus clientes, tais como a praticidade

de fazer consultas de saldos em conta corrente e poupança, saques, mantendo

cartões e senhas já existentes e as tarifas já eram praticadas; c) a criação do maior

grupo financeiro privado, dado que promoveu a migração de acionistas do Unibanco

Holdings e do Unibanco para uma nova instituição chamada Itaú Unibanco Holding

(ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016; TEIXEIRA; DANTAS, 2015).

Entretanto, não foi fácil integrar as suas culturas, sendo que um dos grandes

desafios da incorporação de ações do Itaú e Unibanco foi disseminar a nova cultura

corporativa, respeitando a história das duas instituições, ambas diferentes e únicas.

Apesar deste grande desafio, desde o início da fase-implementatória da

incorporação de ações, o então Itaú Unibanco Holding SA teve sucesso ao

desenvolver uma cultura corporativa sólida, que foi essencial para alcançar

resultados significativos e estabelecer o seu diferencial no mercado. Hoje, passados

cinco anos, alcançam outro patamar, no qual precisam enfatizar um conjunto de

atitudes. O “Nosso Jeito de Fazer”, composto por sete atitudes, forma a sua cultura e

é através da sua prática que o banco se torna líder em desempenho sustentável e

satisfação do cliente (TEIXEIRA; DANTAS, 2015 ; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009;

2015; BCB, 2009, 2016).

Os dois bancos tinham uma cultura bastante forte e muitos pontos


3
convergentes. No papel, ambos eram muito preocupados com resultados,

crescimento e com o cliente. Dava para perceber muitos pontos em comum entre

eles, principalmente na preocupação com as pessoas. As diferenças estavam mais

na maneira de operar do que, necessariamente, no propósito (TEIXEIRA; DANTAS,

2015 ; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009; 2015). A valorização do capital humano teve

uma evolução muito grande no que diz respeito à gestão de pessoas e à

meritocracia, um dos principais pilares da sua cultura. Com a incorporação de ações,

passou a ter 99.304 funcionários. De acordo com os controladores, onde não houve

um programa de demissões (TEIXEIRA; DANTAS, 2015; ITAÚ UNIBANCO, 2008;

2009; 2015; BCB, 2009, 2016).

4.2.5 Dimensão tecnológica

No sétimo andar do Centro Tecnológico de Operações (CTO) do Itaú

Unibanco, que fica no bairro paulistano da Mooca, estão os quatro mil servidores

responsáveis por rodar os sistemas de 3.715 agências, 934 postos de atendimento e

29.979 caixas eletrônicos que atendem aos 19 milhões de clientes da instituição.

Estas quatro mil máquinas ocupam uma área total de 1000 metros quadrados, mas

precisariam de um espaço maior, se 1100 não estivessem virtualizadas em apenas

70 servidores (GIFTED, 2016).

Como o próprio nome já diz, a virtualização é a tecnologia que permite

transformar servidores reais em virtuais. Grosso modo, ela funciona por meio de um

software que faz de conta que é hardware. Dessa forma, no mesmo disco rígido é

possível criar uma ou mais máquinas com sistemas operacionais diferentes,

configurações diversas e rodando programas totalmente distintos (GIFTED, 2016).


3
Com investimento anual em Tecnologia da Informação (TI) na faixa de R$ 3,2

bilhões, o Itaú Unibanco investiu R$ 6,5 milhões num período de 2,5 anos somente

na virtualização do data center. O valor inclui compra de hardware e software,

consultoria e treinamento de pessoal (REVISTA ÉPOCA NEGÓCIOS, 2014, s. p.;

GIFTED, 2016).

A marca Itaú tem como propósito promover mudanças positivas na vida das

pessoas e da sociedade. Suas entregas de produtos e serviços, orientados para

atender as necessidades de seus clientes, refletem sua busca constante em

proporcionar a melhor experiência para todos os que com ele se relacionam conosco

no dia a dia. Suas iniciativas de educação financeira permeiam toda a organização e

visam incentivar colaboradores e clientes a manterem um relacionamento mais

equilibrado com o dinheiro ao escolherem o melhor tipo de crédito e a planejarem

com eficiência seus investimentos.

Sua responsabilidade com o desenvolvimento do país está na essência da

sua marca, que, em 2015, foi apontada mais uma vez como a mais valiosa do Brasil,

de acordo com o ranking da Interbrand, com um valor estimado de R$ 24,5 bilhões.

Esta é a 12ª vez consecutiva em que o Itaú ocupou a liderança desse ranking (ITAÚ

UNIBANCO, 2008; 2009; 2015; GIFTED, 2016; TEIXEIRA; DANTAS, 2015).

O Grupo Itaú é titular de registros e pedidos de registro de patentes, no Brasil

e no exterior, para um método de geração de teclado virtual para digitação da senha

de segurança ou do PIN (número de identificação pessoal) de usuários. Os pedidos

relativos à patente desta tecnologia ainda estão pendentes de análise no Brasil,

Uruguai e Venezuela. São os titulares de patente para esse método em países como

Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Chile, Dinamarca, Espanha, Finlândia,

França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Peru, Portugal, Reino Unido,
3
Suécia e Suíça. Além disso, são os titulares de pedidos de patente para um método

de identificação do PIN de acesso de uma instituição financeira e para um método,

dispositivo de usuário e sistema, para envio de informações de operações

financeiras, ainda pendentes de análise no Brasil.

Com as novas tecnologias, as empresas ampliam suas possibilidades de

comunicação e diálogo com seus clientes e demais públicos de relacionamento e

abrem as portas para uma maior transparência. Também há a possibilidade de

interação e colaboração com o consumidor para o aprimoramento dos produtos e

serviços da organização (TEIXEIRA; DANTAS, 2015; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009;

2015; BCB, 2009, 2016; GIFTED, 2016).

4.3 As dimensões macroeconômicas

4.3.1 A dimensão monetária

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro

de 2008 a 31 de dezembro de 2008 o volume monetário de R$25,192 bilhões,

conforme consta no seu Relatório Anual de Sustentabilidade 20082 (ITAÚ

UNIBANCO, 2008). Este volume monetário foi destinado à comunidade do seguinte

modo: 31,52% (R$7,94 bi) distribuído entre colaboradores, 34,43% (R$8,67 bi)

destinado à arrecadação tributária, 19,31% (R$4,864 bi) reinvestidos, 12,72%

(R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 2,02% (R$508 mi) na forma de

remuneração de capital de terceiros (aluguéis). Seu Retorno Recorrente sobre o

Patrimônio Líquido Médio (ROE) foi de 24,8%. Seu índice de eficiência foi 45,3%.

Seus recursos próprios livres, captados e administrados foram de R$807,7 bilhões


2
Disponível em <https://www.itau.com.br/relacoes-com-investidores/informacoes-financeiras>.
3
(ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2010).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de

janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2009 o volume monetário de R$35 bilhões,

conforme consta no seu Relatório Anual de Sustentabilidade 2009 3 (ITAÚ

UNIBANCO, 2009). Este volume monetário foi destinado à comunidade do seguinte

modo: 31% (R$10,85 bi) distribuído entre colaboradores, 35% (R$12,25 bi)

destinado à arrecadação tributária, 20% (R$7 bi) reinvestidos, 11% (R$3,85 bi)

distribuídos aos acionistas e 3% (R$1,05 bi) na forma de remuneração de capital de

terceiros (aluguéis). Seu Retorno Recorrente sobre o Patrimônio Líquido Médio

(ROE) foi de 22,3%. Seu índice de eficiência foi 42,4%. Seus recursos próprios

livres, captados e administrados foram de R$855,1 bilhões (ITAÚ UNIBANCO, 2009;

2010).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de

janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2010 o volume monetário de R$39,1 bilhões,

conforme consta no seu Relatório Anual de Sustentabilidade 2010 4 (ITAÚ

UNIBANCO, 2010). Este volume monetário foi destinado à comunidade do seguinte

modo: 30,8% (R$12,0428 bi) distribuído entre colaboradores, 30,6% (R$11,9646 bi)

destinado à arrecadação tributária, 36,4% (R$14,2324 bi) reinvestidos e 2,2%

(R$860,2 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis). Seu

Retorno Recorrente sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROE) foi de 23,5%. Seu

índice de eficiência foi 48,8%. Seus recursos próprios livres, captados e

administrados foram de R$1,0112 trilhão (ITAÚ UNIBANCO, 2010).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de

janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2011 o volume monetário de R$36,8 bilhões,

3
Idem.
4
Idem.
3
conforme consta nas suas Demonstrações Contábeis Completas em IFRS em 31 de

dezembro de 2011 e no seu Relatório Anual de Sustentabilidade 2011 5 (ITAÚ

UNIBANCO, 2011). Este volume monetário foi destinado à comunidade do seguinte

modo: 32,6% (R$11,9968 bi) distribuído entre colaboradores, 23% (R$8,464 bi)

destinado à arrecadação tributária, 33,2% (R$12,2176 bi) reinvestidos, 8,7%

(R$3,2016 bi) distribuídos aos acionistas e 2,5% (R$920 mi) na forma de

remuneração de capital de terceiros (aluguéis) (ITAÚ UNIBANCO, 2011).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de

janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012 o volume monetário de R$37 bilhões,

conforme consta nas suas Demonstrações Contábeis Completas em IFRS em 31 de

dezembro de 2012 (ITAÚ UNIBANCO, 2012). Este volume monetário foi destinado à

comunidade do seguinte modo: 34% (R$12,58 bi) distribuído entre colaboradores,

25,2% (R$9,324 bi) destinado à arrecadação tributária, 28,9% (R$10,693 bi)

reinvestidos, 9,3% (R$3,441 bi) distribuídos aos acionistas e 2,6% (R$962 mi) na

forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis) (ITAÚ UNIBANCO, 2012).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro

de 2013 a 31 de dezembro de 2013 o volume monetário de R$44,7 bilhões,

conforme consta nas suas Demonstrações Contábeis Completas em IFRS em 31 de

dezembro de 2013 (ITAÚ UNIBANCO, 2013). Este volume monetário foi destinado à

comunidade do seguinte modo: 31,2% (R$13,9464 bi) distribuído entre

colaboradores, 30,9% (R$13,8123 bi) destinado à arrecadação tributária, 28,2%

(R$12,6054 bi) reinvestidos, 7,3% (R$3,2631 bi) distribuídos aos acionistas e 2,4%

(R$1,0728 bi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis) (ITAÚ

UNIBANCO, 2013).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de


5
Idem.
3
janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2014 o volume monetário de R$55,3 bilhões,

conforme consta nas suas Demonstrações Contábeis Completas em IFRS em 31 de

dezembro de 2014 (ITAÚ UNIBANCO, 2014). Este volume monetário foi destinado à

comunidade do seguinte modo: 27,5% (R$15,2085 bi) distribuído entre

colaboradores, 30,7% (R$16,9771 bi) destinado à arrecadação tributária, 30,9%

(R$17,0877 bi) reinvestidos, 8,1% (R$4,4793 bi) distribuídos aos acionistas e 2,2%

(R$1,2166 bi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis) (ITAÚ

UNIBANCO, 2014).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de

janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2015 o volume monetário de R$59,5 bilhões,

desconsiderando-se o efeito fiscal do hedge, conforme consta no seu Relatório

Anual Consolidado 2015 e nas suas Demonstrações Contábeis Completas em IFRS

em 31 de dezembro de 2015 (ITAÚ UNIBANCO, 2015a; 2015b; 2015c). Este volume

monetário foi destinado à comunidade do seguinte modo: 30% (R$17,85 bi)

distribuído entre colaboradores, 24,3% (R$14,4585 bi) destinado à arrecadação

tributária, 34,3% (R$20,4085 bi) reinvestidos, 9,7% (R$5,7715 bi) distribuídos aos

acionistas e 2,2% (R$1,309 bi) na forma de remuneração de capital de terceiros. Seu

índice de eficiência, que representa a relação entre custos e receitas do banco,

atingiu 44,0%, com melhora de 3 pontos percentuais. O índice de Basileia foi de

17,8%, acima do exigido pelo Banco Central do Brasil e demonstrando solidez e

disponibilidade de capital (ITAÚ UNIBANCO, 2015a; 2015b; 2015c).

O Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de

janeiro de 2016 a 30 de junho de 2016 o volume monetário de R$38,252 bilhões,

conforme consta nas suas Demonstrações Contábeis Completas em IFRS em 30 de

junho de 20166 (ITAÚ UNIBANCO, 2016). Este volume monetário foi destinado à
6
Idem.
3
comunidade do seguinte modo: 21,83% (R$8,351 bi) distribuído entre colaboradores,

44,91% (R$17,18 bi) destinado à arrecadação tributária, 31,42% (R$12,02 bi)

reinvestidos, 1,8% (R$701 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros

(ITAÚ UNIBANCO, 2016).

A incorporação de ações Itaú-Unibanco, de 01 de janeiro de 2008 a 30 de

junho de 2016, culminou nos seguintes resultados: a) total de aproximadamente

R$370,844 bilhões adicionados à economia brasileira; b) total de aproximadamente

R$110,7655 bilhões destinados aos colaboradores; c) média de R$43,63 bilhões ao

ano e de R$3,64 bilhões ao mês adicionados à economia brasileira; d) média de

R$13,03 bilhões ao ano e de R$1,09 bilhão ao mês destinados aos colaboradores.

4.3.2 A dimensão fiscal

O Itaú Unibanco Holding S.A. distribui a sua riqueza líquida gerada, em

termos relativos (percentuais) médios anuais, do seguinte modo: 32,51% com o seu

pessoal (remuneração direta aos empregados, acionistas, etc., que inclui o salário,

os benefícios, as verbas trabalhistas e previdenciárias), 28,36% com carga tributária,

2,5% com remuneração de capitais de terceiros (aluguéis, empréstimos contraídos

de terceiros, juros sobre o capital de terceiros) e 36,63% com remuneração de

capitais próprios (dividendos, juros sobre capital próprio, lucro retido no período)

(PEDROSA et al, 2010; TEIXEIRA; DANTAS, 2015; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009;

2015; BCB, 2009, 2016).

Conforme consta na Demonstração do Valor Adicionado (DVA) no Relatório

Anual de Sustentabilidade do Itaú Unibanco Holding S.A., referente aos anos

compreendidos entre 2008 e 2016:


3

 Dos R$25,192 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à

economia brasileira em 2008, 34,43%, isto é, R$8,67 bilhões foram destinados à

arrecadação tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2010).

 Dos R$35 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia

brasileira em 2009, 35%, isto é, R$12,25 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2009; 2010).

 Dos R$39,1 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à

economia brasileira em 2010, 30,6%, isto é, R$11,9646 bilhões foram destinados à

arrecadação tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2010).

 Dos R$36,8 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à

economia brasileira em 2011, 23%, isto é, R$8,464 bilhões foram destinados à

arrecadação tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2011).

 Dos R$37 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à economia

brasileira em 2012, 25,2%, isto é, R$9,324 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2012).

 Dos R$44,7 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à

economia brasileira em 2013, 30,9%, isto é, R$13,8123 bilhões foram destinados à

arrecadação tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2013).

 Dos R$55,3 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à

economia brasileira em 2014, 30,7%, isto é, R$16,9771 bilhões foram destinados à

arrecadação tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2014).

 Dos R$59,5 bilhões (desconsiderando o efeito fiscal do hedge) que o Itaú

Unibanco Holding S.A. adicionou à economia brasileira em 2015, 24,3%, isto é,

R$14,4585 bilhões foram destinados à arrecadação tributária (ITAÚ UNIBANCO,


4
2015a; 2015b; 2015c).

 Dos R$38,252 bilhões que o Itaú Unibanco Holding S.A. adicionou à

economia brasileira em 2016, 44,91%, isto é, R$17,18 bilhões foram destinados à

arrecadação tributária (ITAÚ UNIBANCO, 2016).

De 01 de janeiro de 2008, época em que começaram as negociações

concernentes à incorporação de ações Itau-Unibanco, até 31 de junho de 2016, o

Itau Unibanco Holding S.A., destinou ao governo, na forma de pagamento de

impostos, taxas e contribuições, o montante monetário de aproximadamente

R$113,1005 bilhões (ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014;

2015a; 2015b; 2015c; 2016).

A incorporação de ações Itaú-Unibanco, de 01 de janeiro de 2008 a 30 de

junho de 2016, culminou nos seguintes resultados: a) total de aproximadamente

R$113,1005 bilhões destinados ao governo, na forma de pagamento de impostos,

taxas e contribuições; b) média de R$13,31 bilhões ao ano e de R$1,11 bilhão

destinados à arrecadação tributária brasileira.

4.3.3 A dimensão creditícia

A incorporação de ações Itaú-Unibanco, de 01 de janeiro de 2008 a 30 de

junho de 2016, culminou nos seguintes resultados: a) nasceu com R$271,9 bilhões

em operações de crédito e R$272,2 bilhões de depósitos de clientes; b) em 2015

concedeu R$548,1 bilhões em empréstimos para seus clientes; c) houve aumento

na sua carteira de crédito, em termos de volume de crédito, de 01 de janeiro de 2008

a 31 de dezembro de 2015, de aproximadamente 102%; d) encerrou o ano 2015


4
como líder no mercado brasileiro de cartões de crédito.

4.3.4 A dimensão de capitais

A incorporação de ações Itaú-Unibanco, de 01 de janeiro de 2008 a 30 de

junho de 2016, culminou nos seguintes resultados: a) total de aproximadamente

R$27,2165 bilhões destinados aos acionistas; b) média de R$3,2 bilhões ao ano e

de R$266,8 milhões destinados aos acionistas.

Em 31 de dezembro de 2015, o Itaú Unibanco Holding SA terminou o seu

exercício financeiro com a seguinte situação acionária: o Itaú Unibanco Holding S.A.

(nova denominação social da Itaú Unibanco Banco Múltiplo S.A., antes, por sua vez,

denominada Itaú Holding Financeira S.A.), controla 100% dos ativos totais da Itaú

Unibanco S.A.. Por outro lado, ela tem 51% das suas ações comuns ordinárias (com

direito a voto) e 25,64% do total de suas ações (ativos) controladas pela Itaú

Unibanco Participações S.A. (a IUPAR), que, por sua vez, é controlada tanto pela

Itaúsa (60% das suas ações comuns ordinárias e 68,53% do total de suas ações)

quanto pela Cia. E. Johnston de Participações S.A. (60% das suas ações comuns

ordinárias e 33,47% do total de suas ações). Além disto, os membros da Família

Moreira Salles detêm 100% das ações totais (ativos totais) da Cia. E. Johnston

Participações S.A., e os membros da Família Egydio de Souza Aranha detêm

80,87% das suas ações comuns ordinárias (sem direito a voto), 17,83% das suas

ações preferenciais (sem direito a voto) e 34,47% das suas ações totais (TEIXEIRA;

DANTAS, 2015; ITAÚ UNIBANCO, 2008; 2009; 2015; BCB, 2009, 2016; GIFTED,

2016).
4
4.3.5 A dimensão cambial

De acordo com o ranking de câmbio por instituições financeiras do Banco

Central do Brasil (BCB, 2013; 2014; 2015; 2016), o Itaú Unibanco Holding S.A.

realizou as seguintes operações cambiais:

 em dezembro de 2013: a) 7.749 exportações, movimentando

U$406.697.345,63; b) 11.824 importações, movimentando U$717.731.701,20; c)

29.900 transferências do exterior, movimentando U$816.948.608,94; d) 26.094

transferências para o exterior, movimentando U$3.447.917.045,58; e) 75.567

transações primárias, movimentando U$5.389.294.701,00; f) 630 compras

interbancárias, movimentando U$15.115.487.758,73; g) 575 vendas interbancárias,

movimentando U$14.169.290.771,76; h) 1.205 transações interbancárias,

movimentando U$29.284.778.530,00; i) o total de 76.772 transações cambiais,

movimentando o total de U$34.674.073.232,00 (BCB, 2013).

 em junho de 2014: a) 6.450 exportações, movimentando

U$1.481.560.060,20; b) 18.640 importações, movimentando U$2.651.062.720,54; c)

55.821 transferências do exterior, movimentando U$3.378.901.704,82; d) 70.798

transferências para o exterior, movimentando U$3.331.344.826,06; e) 111.709

transações primárias, movimentando U$10.842.869.312,00; f) 267 compras

interbancárias, movimentando U$7.115.764.267,14; g) 270 vendas interbancárias,

movimentando U$6.610.356.519,00; h) 537 transações interbancárias,

movimentando U$13.726.120.786,00; i) o total de 112.246 transações cambiais,

movimentando o total de U$24.568.990.098,00 (BCB, 2014).


4

 em junho de 2015: a) 7.406 exportações, movimentando

U$1.213.866.466,68; b) 18.622 importações, movimentando U$1.719.388.889,66; c)

46.618 transferências do exterior, movimentando U$3.697.471.631,00; d) 34.141

transferências para o exterior, movimentando U$5.313.237.902,51; e) 106.787

transações primárias, movimentando U$11.943.964.890,00; f) 228 compras

interbancárias, movimentando U$5.667.893.553,89; g) 245 vendas interbancárias,

movimentando U$5.919.463.254,07; h) 473 transações interbancárias,

movimentando U$11.587.356.808,00; i) o total de 107.260 transações cambiais,

movimentando o total de U$23.531.321.698,00 (BCB, 2015).

 em junho de 2016: a) 6.917 exportações, movimentando

U$1.513.608.958,00; b) 19163 importações, movimentando U$1.424.197.064,00; c)

46.047 transferências do exterior, movimentando U$3.377.276.861,60; d) 34.155

transferências para o exterior, movimentando U$3.877.661.161,11; e) 106.282

transações primárias, movimentando U$10.192.744.044,00; f) 286 compras

interbancárias, movimentando U$3.617.504.341,77; g) 263 vendas interbancárias,

movimentando U$2.541.371.357,48; h) 549 transações interbancárias,

movimentando U$6.158.875.699,00; i) o total de 106.831 transações cambiais,

movimentando o total de U$16.351.619.744,00 (BCB, 2016).

A incorporação de ações Itaú-Unibanco, comparando-se os seus resultados

cambiais de dezembro de 2013 com os de junho de 2016, teve: a) aumento de

aproximadamente 272% no volume monetário movimentado com exportações; b)

aumento de aproximadamente 98,4% no volume monetário movimentado com


4
importações; c) aumento de aproximadamente 313,4% no volume monetário

movimentado em transferências do exterior; d) aumento de aproximadamente 12,5%

no volume monetário movimentado em transferências para o exterior; e) aumento de

aproximadamente 35,5% no volume monetário movimentado em transações

primárias; f) redução de aproximadamente 76,07% no volume monetário

movimentado em compras interbancárias; g) redução de aproximadamente 82,06%

no volume monetário movimentado em vendas interbancárias; h) redução de

aproximadamente 79% no volume monetário movimentado no total de transações

interbancárias; i) redução de aproximadamente 52,84% no volume monetário

movimentado no total de transações cambiais.

5 A INCORPORAÇÃO REAL-SANTANDER

5.2 As dimensões microeconômicas

5.2.1 Dimensão financeira

De acordo com os Relatórios Anuais do Santander (Brasil) S.A., seu lucro

líquido gerencial foi de R$3,913 bilhões em 2008, R$5,508 bilhões em 2009,

R$7,382 bilhões em 2010, R$7,755 bilhões em 2011, R$6,363 bilhões em 2012,

R$5,744 bilhões em 2013, R$5,85 bilhões em 2014, R$6,624 bilhões em 2015 e de

R$1,66 bilhão no primeiro trimestre de 2016 (SANTANDER, 2008; 2009; 2010; 2011;

2012; 2013; 2014; 2015; 2016).


4
5.2.2 Dimensão jurídico-contábil

O Banco Santander (Brasil) S.A., em atendimento ao disposto no Parágrafo 4º

do Artigo 157 da Lei nº 6.404/76 e na Instrução nº 358/02 da Comissão de Valores

Mobiliários (CVM, 2002), incorporou, isto é, adquiriu o banco ABN AMRO Real S.A.,

recebendo, pelo seu valor contábil, a totalidade dos bens, direitos e obrigações do

Banco Real, apurado em laudo de avaliação elaborado por empresa especializada,

com base no balanço patrimonial auditado do Banco Real de 31 de março de 2009

(SANTANDER, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016).

Em termos jurídicos e contábeis, tal combinação de negócios tratou-se,

portanto, de uma incorporação (aquisição) por parte do banco Santander, e não de

uma fusão (SANTANDER, 2009).

Foi realizada em 14 de abril de 2009. Uma vez aprovada a incorporação, o

Banco ABN AMRO Real S.A. foi extinto e sucedido pelo Banco Santander (Brasil)

S.A. em todos os seus direitos e obrigações, de acordo com o previsto na Lei nº

6.404/76 (Lei da SA's) (SANTANDER, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016; BRASIL,

2016[1976]).

O Grupo Santander entende que o padrão IFRS é o critério mais adequado

para refletir a sua situação patrimonial e a evolução dos seus resultados. Além disso,

a adesão do banco ao Nível 2 de Governança Corporativa da BM&FBovespa para a

oferta pública de Ações (em outubro de 2009) e a listagem das units na forma de

ADSs, na Bolsa de Nova York, exigiram a publicação dos resultados nesse critério

internacional. Conforme pedem os órgãos reguladores brasileiros, as demonstrações

financeiras individuais continuam sendo preparadas também em BRGAAP

(SANTANDER, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016; GIFTED, 2016).


4

5.2.3 Dimensão climática

O ambiente em que estavam as culturas eram estáveis e bem abertos a

mudanças, embora tenha havido uma concordância geral quanto ao choque cultural.

A maturidade das equipes de trabalho de ambos os bancos favoreceu os

relacionamentos interpessoais, mantendo, deste modo, um clima saudável,

adequado para o processo de incorporação (REGO, 2014; SANTANDER, 2008;

2009; BCB, 2009, 2016; ROSSINI; CRUBELLATE; MENDES, 2001).

A utilização dos meios de comunicação foram ferramentas com que os

funcionários utilizam em seu dia a dia, sendo que isto viabilizou o alcance das

informações necessárias a todos os pesquisados, levando-os a avaliar a

comunicação entre boa e regular, sendo utilizadas ferramentas como: mídias

impressas, reuniões e congressos e por ultimo, intranet (REGO, 2014;

SANTANDER, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016; ROSSINI; CRUBELLATE; MENDES,

2001).

5.2.4 Dimensão cultural

A transformação de uma cultura pode ser um processo lento. O Banco

Santander finalizou, em 2011, a união das marcas Real e Santander, inicializada em

2008. Então, levou praticamente três anos para a substituição da marca Real pela do

Santander. O processo foi gradual, tanto para os funcionários quanto para os

clientes das duas empresas (REGO, 2014; ROSSINI; CRUBELLATE; MENDES,

2001).
4
Foram fortes os efeitos dos choques entre as culturas organizacionais do

banco Real e a do banco Santander, todo o processo de adaptação cultural foi

efetivado com sucesso, transformando as antigas culturas em uma nova cultura.

Agora precisa ser fortalecida por meio de ações específicas de conscientização,

difusão intracorporativa, dinâmicas em grupo, convivências intra e

interdepartamentais, buscando mitigar as sensações de perdas por parte dos

funcionários que vivenciaram esta operação (REGO, 2014; ROSSINI;

CRUBELLATE; MENDES, 2001).

Por já possuírem duas culturas maduras, baseadas em sólidos valores e

reconhecidos no mercado, as equipes superaram os seus desafios, adaptaram-se

bem, não houve demissões em massa e os ganhos operacionais foram

significativos. Oportunidades de crescimento de carreira foram geradas pela

rotatividade interna dos funcionários, possibilitando ascenções (REGO, 2014;

ROSSINI; CRUBELLATE; MENDES, 2001). Mesmo com muitos aspectos que não

foram preservados dentre as culturas, os mais fortes e mais evidentes entre elas

foram evidenciados e trabalhados rumo a uma nova cultura, fazendo com que assim

dentre a percepção de 100% dos funcionários entrevistados que a cultura pós-

incorporação de ações foi uma evolução, mas é justamente isso que é posto em

contradição quando analisamos alguns dos dados anteriores (REGO, 2014;

ROSSINI; CRUBELLATE; MENDES, 2001).

5.2.5 Dimensão tecnológica

Instalado em Campinas (SP), em uma área de 660 mil m², o Centro de

Processamento de Dados (CPD), do banco Santander (Brasil) S.A., é o primeiro na


4
América Latina a atingir as exigências de disponibilidade máxima, o que confere o

nível Tier IV na escala internacional, que vai de 1 a 4. No mundo todo, só outros seis

Data Centers já atingiram esse nível de certificação tanto para a fase de construção

quanto de operação. Em 2012, foram introduzidos cerca de 3,5 mil novos

equipamentos e, aproximadamente, outros 500 passaram por atualização. O novo

parque incorpora eficiência e economia de energia, o que garante mais

disponibilidade aos clientes (SANTANDER, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016; REGO,

2014; ROSSINI; CRUBELLATE; MENDES, 2001).

Em 2012, o móbile banking Santander Móvel continuou ganhando

popularidade entre nossos clientes. Lançado em 2011 para pessoa física já

ultrapassou os 421 mil usuários. Em 2012, foram realizados mais de 37 milhões de

acessos por meio de dispositivos móveis, com mais de 2 milhões de transações

efetivadas pelo serviço, disponível para plataformas Apple e Blackberry e aparelhos

com sistema operacional Android. As transações mais populares feitas nessa

modalidade são consultas a saldos, extratos e fatura de cartão, além de recarga de

celulares. Gradativamente, os clientes começam a utilizar a ferramenta para outras

operações, como pagamentos, transferências, aplicações e empréstimos

(SANTANDER, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016; REGO, 2014; ROSSINI;

CRUBELLATE; MENDES, 2001).

Além destas tecnologias, o banco Santander (Brasil) S.A. desenvolve com as

universidades o Cartão Universitário Inteligente (CUI), que aproveita a última

tecnologia chip para ajustar as suas funcionalidades às necessidades específicas

das mais de 252 comunidades universitárias para as quais é emitido. Neste

momento, mais de 7,1 milhões de universitários utilizam um cartão universitário, em

colaboração com mais de 340 instituições académicas em 12 países. Foram


4
instalados Espaços Digitais Santander Universidades, modernos laboratórios de

informática, instalados nas universidades sócias do banco, com o propósito de

melhorar o acesso ao mundo digital e difundir a utilização das novas tecnologias

entre professores, estudantes e pessoal das instituições académicas (SANTANDER,

2008; 2009; BCB, 2009, 2016; REGO, 2014; ROSSINI; CRUBELLATE; MENDES,

2001).

Para, além disso, desenvolveu-se a WUI (Wallet Universitária Inteligente),

uma nova aplicação desenvolvida que permite dispor das vantagens da TUI nos

dispositivos móveis. Está a ser implantado no TEC de Monterrey (México), na

Universidade Católica de Múrcia (Espanha), na Universidade de Santa Maria (Chile)

e na Universidade Federal Fluminense (Brasil). Pretende-se oferecer à comunidade

universitária uma tecnologia de baixo custo e alto desempenho. A colaboração do

Banco Santander com as universidades no âmbito tecnológico também deu lugar a

dois projectos globais que foram consolidados com o tempo como referências no

seu âmbito, como a Universia, CISE e a Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes

(SANTANDER, 2008; 2009; BCB, 2009, 2016; REGO, 2014; ROSSINI;

CRUBELLATE; MENDES, 2001).

5.3 As dimensões macroeconômicas

5.3.1 A dimensão monetária

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2008 a 31 de dezembro de 2008 o volume monetário de R$5,704 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2008 (SANTANDER, 2008). Este volume monetário

foi
5
destinado à comunidade do seguinte modo: 56,1% (R$3,2 bi) distribuído entre

colaboradores, 11,3% (R$642,7 mi) destinado à arrecadação tributária, 28%

(R$1,599 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 4,6%

(R$261,8 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2008).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2009 a 31 de dezembro de 2009 o volume monetário de R$14,095 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2009 (SANTANDER, 2009). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 34,6% (R$4,875 bi) distribuído entre

colaboradores, 23,5% (R$3,319 bi) destinado à arrecadação tributária, 39,1%

(R$5,508 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 2,8%

(R$392,751 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2009).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2010 a 31 de dezembro de 2010 o volume monetário de R$16,477 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2010 (SANTANDER, 2010). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 31,4% (R$5,177 bi) distribuído entre

colaboradores, 21% (R$3,452 bi) destinado à arrecadação tributária, 44,8%

(R$7,383 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 2,8%

(R$465,353 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2010).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2011 a 31 de dezembro de 2011 o volume monetário de R$16,159 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2011 (SANTANDER, 2011). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 36,1% (R$5,834 bi) distribuído

entre
5
colaboradores, 12,5% (R$2,023 bi) destinado à arrecadação tributária, 48%

(R$7,756 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 3,4%

(R$546,588 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2011).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2012 a 31 de dezembro de 2012 o volume monetário de R$14,346 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2012 (SANTANDER, 2012). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 44,7% (R$6,408 bi) distribuído entre

colaboradores, 31,1% (R$4,468 bi) destinado à arrecadação tributária, 19,9%

(R$2,852 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 4,3%

(R$617,476 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2012).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2013 a 31 de dezembro de 2013 o volume monetário de R$13,776 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2013 (SANTANDER, 2013). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 46,2% (R$6,354 bi) distribuído entre

colaboradores, 31,4% (R$4,326 bi) destinado à arrecadação tributária, 17,1%

(R$2,355 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 5,3%

(R$741,517 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2013).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2014 a 31 de dezembro de 2014 o volume monetário de R$14,633 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2014 (SANTANDER, 2014). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 44,3% (R$6,482 bi) distribuído entre

colaboradores, 21% (R$3,452 bi) destinado à arrecadação tributária, 44,8%


5
(R$7,383 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 2,8%

(R$465,353 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2014).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2015 a 31 de dezembro de 2015 o volume monetário de R$19,01 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2015 (SANTANDER, 2015). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 37% (R$7,096 bi) distribuído entre

colaboradores, 21% (R$4 bi) destinado à arrecadação tributária, 38% (R$7,19 bi)

reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 4% (R$725 mi) na

forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis). (SANTANDER, 2015).

O Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia brasileira de 01 de janeiro de

2016 a 31 de março de 2016 o volume monetário de R$7,98 bilhões, conforme

consta no seu Relatório Anual 2016 (SANTANDER, 2016). Este volume monetário

foi destinado à comunidade do seguinte modo: 23,7% (R$1,883 bi) distribuído entre

colaboradores, 58,9% (R$4,703 bi) destinado à arrecadação tributária, 15,2%

(R$1,215 bi) reinvestidos, 12,72% (R$3,21 bi) distribuídos aos acionistas e 2,2%

(R$178,927 mi) na forma de remuneração de capital de terceiros (aluguéis).

(SANTANDER, 2016).

A incorporação Real-Santander, de 01 de janeiro de 2008 a 30 de junho de

2016, culminou nos seguintes resultados: a) total de aproximadamente R$122,18

bilhões destinados aos colaboradores; b) total de aproximadamente R$47,259

bilhões destinados aos colaboradores; c) média de R$14,37 bilhões ao ano e de

R$1,2 bilhão ao mês adicionados à economia brasileira; d) média de R$5,56 bilhões

ao ano e de R$463,3 milhões ao mês destinados aos colaboradores.


5
5.3.2 A dimensão fiscal

Conforme consta na Demonstração do Valor Adicionado (DVA) no Relatório

Anual do Santander (Brasil) S.A., referente aos anos compreendidos entre 2008 e

2016:

 Dos R$5,704 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2008, 11,3%, isto é, R$642,693 milhões foram destinados à

arrecadação tributária (SANTANDER, 2008).

 Dos R$14,095 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2009, 23,5%, isto é, R$3,2 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (SANTANDER, 2009).

 Dos R$16,477 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2010, 21%, isto é, R$3,452 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (SANTANDER, 2010).

 Dos R$16,159 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2011, 12,5%, isto é, R$2,023 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (SANTANDER, 2011).

 Dos R$14,346 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2012, 31,1%, isto é, R$4,468 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (SANTANDER, 2012).

 Dos R$13,776 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2013, 31,4%, isto é, R$4,326 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (SANTANDER, 2013).

 Dos R$14,633 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia


5
brasileira em 2014, 34,6%, isto é, R$5,065 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (SANTANDER, 2014).

 Dos R$19,010 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2015, 21%, isto é, R$4 bilhões foram destinados à arrecadação

tributária (SANTANDER, 2015).

 Dos R$7,98 bilhões que o Santander (Brasil) S.A. adicionou à economia

brasileira em 2016 (até 31 de março), 58,9%, isto é, R$4,704 bilhões foram

destinados à arrecadação tributária (SANTANDER, 2016).

De 01 de janeiro de 2008, época em que começaram as negociações

concernentes à incorporação Real-Santander, até 31 de junho de 2016, o Santander

(Brasil) S.A., destinou ao governo, na forma de pagamento de impostos, taxas e

contribuições, o montante monetário de aproximadamente R$670,479 bilhões.

A incorporação Real-Santander, de 01 de janeiro de 2008 a 30 de junho de

2016, culminou nos seguintes resultados: a) total de aproximadamente R$670,479

bilhões destinados ao governo, na forma de pagamento de impostos, taxas e

contribuições; b) média de R$78,88 bilhões ao ano e de R$6,57 bilhões destinados à

arrecadação tributária brasileira.

5.3.3 A dimensão creditícia

A incorporação Real-Santander, de 01 de janeiro de 2008 a 30 de junho de

2016, culminou nos seguintes resultados: a) a carteira de crédito ampliada do

Santander (Brasil) S.A. foi de R$139,065 bilhões em 2008, R$141,775 bilhões em

2009, R$165,379 em 2010, R$197,061 em 2011, R$211,959 em 2012 (o


5
Consolidado), R$280 bilhões em 2013, de R$310,6 bilhões em 2014, R$330,9

bilhões em 2015, e de R$175,898 bilhões em 2016, até 31 de março; b) houve

aumento na sua carteira de crédito, em termos de volume de crédito, de 01 de

janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2015, de aproximadamente 138%.

5.3.4 A dimensão de capitais

A incorporação Real-Santander, no mesmo período analisado, por sua vez,

culminou nos seguintes resultados: a) total de aproximadamente R$25,9418 bilhões

destinados aos acionistas; b) média de R$3,052 bilhões ao ano e de R$254,3

milhões ao mês destinados aos acionistas.

Em 31 de março de 2016, a composição acionária simplificada do Santander

(Brasil) S.A. era a seguinte: a) ações ordinárias: 89,4%, isto é, 3.442.704.000 ações,

em posse do Grupo Santander; 0,6%, isto é, 21.480 ações, em Tesouraria; e 10%,

isto é, 386.787 ações livres para negociação no mercado de ações (free float); b)

ações preferenciais: 88,3%, isto é, 3.276.040 ações, em posse do Grupo Santander;

0,6%, isto é, 21.480, em Tesouraria; e 11,2%, isto é, 414.592 ações livres para

negociação no mercado de ações (free float); c) no total: 88,8%, isto é, 6.718.744

ações, em posse do Grupo Santander; 0,6%, isto é, 42.959 ações, em Tesouraria; e

10,6%, isto é, 801.379 ações livres para negociação no mercado de ações ( free

float) (SANTANDER, 2016). O volume médio das ações negociadas do Santander

(Brasil) S.A. tem decrescido desde 2010 até o momento atual, com exceção para o

ano 2014: foi de 168 milhões (125 na NYSE e 42 na BM&FBovespa), 164 milhões

(119 na NYSE e 45 na BM&FBovespa), 141 milhões (98 na NYSE e 43 na

BM&FBovespa), 121 milhões (73 na NYSE e 48 na BM&FBovespa), 146 milhões


5
(102 na NYSE e 44 na BM&FBovespa), 36 milhões (20 na NYSE e 15 na

BM&FBovespa) e 58 milhões (30 na NYSE e 28 na BM&FBovespa), nos anos 2010,

2011, 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016, respectivamente.

5.3.5 A dimensão cambial

De acordo com o ranking de câmbio por instituições financeiras do Banco

Central do Brasil (BCB, 2013; 2014; 2015; 2016), o Santander (Brasil) S.A. realizou

as seguintes operações cambiais:

=> em dezembro de 2013: a) 4.841 exportações, movimentando

U$1.732.258.076,32; b) 16.300 importações, movimentando U$2.095.727.130,47; c)

15.832 transferências do exterior, movimentando U$3.002.339.813,57; d) 24.502

transferências para o exterior, movimentando U$3.277.406.564,49; e) 61.475

transações primárias, movimentando U$10.107.731.585,00; f) 645 compras

interbancárias, movimentando U$9.198.581.953,46; g) 637 vendas interbancárias,

movimentando U$9.397.720.546,12; h) 1.282 transações interbancárias,

movimentando U$18.596.302.500,00; i) o total de 62.757 transações cambiais,

movimentando o total de U$28.704.034.084,00 (BCB, 2013).

=> em junho de 2014: a) 3.139 exportações, movimentando

U$1.434.218.025,83; b) 16.081 importações, movimentando U$2.191.756.604,13; c)

16.582 transferências do exterior, movimentando U$3.117.389.998,01; d) 25.854

transferências para o exterior, movimentando U$3.231.234.666,77; e) 61.656

transações primárias, movimentando U$9.974.599.295,00; f) 571 compras


5
interbancárias, movimentando U$9.619.372.528,48; g) 514 vendas interbancárias,

movimentando U$6.117.676.315,85; h) 1.085 transações interbancárias,

movimentando U$15.737.048.844,00; i) o total de 62.741 transações cambiais,

movimentando o total de U$25.711.648.139,00 (BCB, 2014).

=> em junho de 2015: a) 4.025 exportações, movimentando

U$2.522.373.896,26; b) 19.091 importações, movimentando U$1.954.285.945,51; c)

17.428 transferências do exterior, movimentando U$3.609.353.964,95; d) 30.845

transferências para o exterior, movimentando U$4.856.742.585,9; e) 71.389

transações primárias, movimentando U$12.942.756.393,00; f) 548 compras

interbancárias, movimentando U$4.530.738.140,61; g) 496 vendas interbancárias,

movimentando U$4.315.194.595,33; h) 1.044 transações interbancárias,

movimentando U$8.845.932.736,00; i) o total de 72.433 transações cambiais,

movimentando o total de U$21.788.689.129,00 (BCB, 2015).

=> em junho de 2016: a) 4.672 exportações, movimentando

U$2.741.591.505,18; b) 21.464 importações, movimentando U$2.026.984.692,14; c)

19.105 transferências do exterior, movimentando U$3.811.442.439,39; d) 34.199

transferências para o exterior, movimentando U$5.113.245.782,7; e) 79.440

transações primárias, movimentando U$13.693.264.419,00; f) 804 compras

interbancárias, movimentando U$8.765.562.846,18; g) 734 vendas interbancárias,

movimentando U$8.414.673.136,82; h) 1.538 transações interbancárias,

movimentando U$17.180.235.983,00; i) o total de 80.978 transações cambiais,

movimentando o total de U$30.873.500.402,00 (BCB, 2016).


5
A incorporação Real-Santander, comparando-se os resultados das suas

operações cambiais de dezembro de 2013 com os de junho de 2016, teve: a)

aumento de aproximadamente 58,27% no volume monetário movimentado com

exportações; b) redução de aproximadamente 3,3% no volume monetário

movimentado com importações; c) aumento de aproximadamente 27% no volume

monetário movimentado em transferências do exterior; d) aumento de

aproximadamente 56,02% no volume monetário movimentado em transferências

para o exterior; e) aumento de aproximadamente 89,13% no volume monetário

movimentado em transações primárias; f) redução de aproximadamente 5% no

volume monetário movimentado em compras interbancárias; g) redução de

aproximadamente 10,5% no volume monetário movimentado em vendas

interbancárias; h) redução de aproximadamente 7,6% no volume monetário

movimentado no total de transações interbancárias; i) aumento de aproximadamente

7,6% no volume monetário movimentado no total de transações cambiais.


5
6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

As transformações desencadeadas nas dimensões micro e macroeconômicas

das F&A empresariais podem ser bruscas, mas também podem ser lentas, ou em

algumas dimensões de um modo, e de outro em outras. Por exemplo,

operacionalmente podem ocorrer aumentos expressivos e rápidos na produtividade,

o mesmo pode acontecer no que tange à otimização dos macro e microprocessos

organizacionais. Ao passo que as mudanças no clima e na cultura organizacionais

podem ocorrer choques, conflitos, tornando lenta a construção da nova cultura

organizacional, mas necessário para a mesma. Neste caso, consequentemente os

ganhos operacionais aumentam consideravelmente a produtividade e a qualidade

dos micro e macroprocessos, culminando em maior satisfação para os

consumidores, aumentando a fatia de mercado, a sua competitividade, e, tão logo, a

sua lucratividade. Este é, em suma, o ciclo que operacionaliza a lógica da

minimização dos gastos e da maximização dos ganhos no fenômeno

concentracionista empresarial.

Contrabalançando as dimensões micro e macroeconômicas da incorporação

de ações Itaú-Unibanco e da incorporação Real-Santander, conclui-se que: Conclui-

se que: a) as dimensões microeconômicas das F&A empresariais podem ser

classificadas como: financeira, jurídico-contábil, climática, cultural e tecnológica; b)

as dimensões macroeconômicas das F&A empresariais podem ser classificadas

como: monetária, fiscal, creditícia, de capitais e cambial; c) tanto a incorporação de

ações Itaú-Unibanco quanto a incorporação Real-Santander obtiverem grandes

efeitos sinérgicos micro e macroeconômicos que favoreceram tanto a estes

conglomerados financeiros quanto à nação brasileira superar a crise econômica


6
instaurada entre 2008 e 2011; d) o Itaú Unibanco Holding S.A., por possuir lucro

líquido médio anual maior que o Santander (Brasil) S.A. e por se constituir em banco

nacional, converte para a economia e a sociedade brasileira maiores investimentos,

trabalho, renda e inclusão social, do que o Santander S.A., banco espanhol, cuja

maior parte de seus lucros é convertida como investimentos na nação espanhola; e)

em termos absolutos, o Itaú agrega maior valor que o Santander, mas não em

termos relativos (percentuais da sua riqueza líquida); f) a estabilidade do Itaú

Unibanco Holding S.A. e do Santander (Brasil) S.A. durante a crise econômica

enfrentada entre 2008 a 2011 foi resultado de suas F&A, sobretudo da incorporação

de ações Itaú-Unibanco e da incorporação Real-Santander, respectivamente; g)

tanto o Itaú quanto o Santander estão sempre inovando, diversificando o seu

portfólio de produtos e serviços, aumentando a qualidade do seu atendimento aos

seus clientes, aumentando a sua capacidade de armazenamento e de

processamento de dados e informações; h) as mudanças nas dimensões micro e

macroeconômicas das F&A bancárias, e quiça de todos os demais setores, podem

ocorrer de forma brusca, ou paulatinamente, ou de um modo em algumas delas, e

de outro em outras; i) as F&A são excelentes estratégias de crescimento e de

desenvolvimento, capazes de estabilizar os bancos mesmo em situações de crises

econômicas graves, tais como a enfrentada mundialmente entre 2008 e 2011; j) as

F&A afetam e são afetadas continuamente por variáveis micro e macroeconômicas;

k) este trabalho produz avanços terminológicos, conceituais, taxonômicos e

conteudais significativos para a temática investigada. Portanto, este trabalho traz

ricas contribuições que podem subsidiar a Política Fiscal nacional, sobretudo no que

tange à regulamentação da defesa da concorrência.

As operações cambiais realizadas pelo Itaú Unibanco Holding S.A. deixam


6
evidente os efeitos sinérgicos das suas fusões e aquisições sobre a sua dimensão

cambial, bem como a sua estabilidade mesmo diante das crises econômicas

enfrentadas pelo Brasil e pelo mundo desde a sua combinação com o Unibanco, as

quais desempregaram milhões de famílias brasileiras, fizeram oscilar bastante o

poder de compra da moeda brasileira bem como a poupança, o consumo, a

contração de créditos, a inflação, a taxa de câmbio nominal e a inadimplência (BCB,

2013; 2014; 2015; 2016).

Portanto, as F&A empresariais do setor bancário impactam a economia local,

regional, nacional e internacional. Afetam as taxas de juros, as taxas de câmbio, o

índice de emprego e do desemprego, os índices inflacionários, o poder de compra

das moedas, a arrecadação tributária, a renda das famílias e, consequentemente, o

seu consumo, o Produto Interno Bruto (PIB), a Balança Comercial, a Balança de

Serviços, a Balança de Pagamentos, a oferta e a demanda creditícia, o volume da

moeda em circulação, as políticas econômicas públicas e privas, a legislação

tributária, societária, trabalhista, previdenciária, constitucional, administrativa, do

consumidor, civil, penal, enfim, a vida em sociedade como um todo, sobretudo os

campos econômico e político.

Por essas razões, o setor bancário consegue oligopolizar o preço dos bens e

dos serviços que oferece à população, o que, por um lado o torna um setor

econômico estável, que supera com facilidade às crises econômicas mundiais e

locais, mas que, por outro lado, vem aumentando significativamente o seu poder de

concorrência, a tal ponto de suscitar maior controle por parte dos governos locais

bem como dos órgãos de defesa da concorrência.


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