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ESCOLA SUPERIOR DE NEGÓCIOS E EMPREENDEDORISMO DE CHIBUTO

Curso de Finanças

Análise Financeira e Económica no desempenho das operações de tesouraria das PME's no


período de pandemia da Covid-19: Caso do Instituto Médio Politécnico de Chibuto (IMPC)
(2019-2021).

Discente:

Letíssia Carlos Chipane

Chibuto, Setembro de 2022


Letíssia Carlos Chipane

Análise Financeira e Económica no desempenho das operações de tesouraria das PME's no


período de pandemia da Covid-19: Caso do Instituto Médio Politécnico de Chibuto (IMPC)
(2019-2021).

Projecto de Investigação para


apresentação nas 5ª jornadas Científicas, a
ter lugar na Universidade Eduardo
Mondlane, Escola Superior de Negócios e
Empreendedorismo de Chibuto

UEM-ESNEC
Chibuto

2022
Índice
Lista de abreviaturas, Acrónimos e siglas....................................................................................................1

Lista de Tabelas...........................................................................................................................................2

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................3

1.1. Problema......................................................................................................................................4

1.2. Hipóteses..........................................................................................................................................5

1.3. Objectivos.........................................................................................................................................5

1.3.1. Objectivos gerais.......................................................................................................................5

1.3.2. Objectivo específico..................................................................................................................5

1.4. Justificativa.....................................................................................................................................5

2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO...........................................................................................................7

2.1. Breve Historial da Análise Financeira..............................................................................................7

2.2. Conceitos..........................................................................................................................................8

2.2.1. Análise financeira......................................................................................................................8

2.2.2. Análise económica.....................................................................................................................8

2.2.3. Índices Económicos e financeiros..............................................................................................8

2.3. Operações e Tesouraria...................................................................................................................10

2.4. Fluxo de Caixa................................................................................................................................10

2.5. Pequenas e Medias Empresas (PME’s)...........................................................................................10

2.6. Pandemia da Covid-19....................................................................................................................11


2.7. Métodos de Análise........................................................................................................................11

2.7.1. Análise Vertical (AV)..............................................................................................................12

2.7.2. Análise Horizontal (AH)..........................................................................................................12

2.7.3. Índice de Liquidez.......................................................................................................................12

2.7.4. Índices de endividamento........................................................................................................13

2.7.5. Índices de rentabilidade...........................................................................................................14

2.8. Finalidade da análise financeira e económica.................................................................................16

2.9. Ponto de vista sob que se pode analisar através dos instrumentos..................................................17

2.10. Literatura Focalizada....................................................................................................................17

2.10.1. Instituto politécnico Índico de Chibuto (IPMC).........................................................................17

3. METODOLOGIA DO TRABALHO.....................................................................................................18

3.1. Tipo de pesquisa............................................................................................................................18

3.2. População e Amostra......................................................................................................................19

3.3. Local de Estudo..............................................................................................................................19

3.4. Técnicas de colecta e obtenção dos dados......................................................................................20

3.5. Técnicas de análise e tratamento dos dados....................................................................................20

3.6. Limitações da pesquisa...............................................................................................................20

4. O PLANO DE ACTIVIDADES............................................................................................................21

5. O ORÇAMENTO:.................................................................................................................................22

6. Referência Bibliográfica........................................................................................................................23

Apêndice 1. Guião da entrevista................................................................................................................24


Lista de abreviaturas, Acrónimos e siglas
PME'S - Pequenas e Médias Empresas

IMPC - Instituto Médio Politécnico de Chibuto

OMS- Organização Mundial da Saúde

Covid-19: Corona Vírus

Av- Análise vertical

AH- Análise Horizontal

AC – Activo Circulante

RLP – Realizável a Longo Prazo

PC – Passivo Circulante

ELP – Exigível a Longo Prazo

CCL – Capital Circulante Líquido

GAP – Giro do Activo Permanente

CNC – Controlo Numérico Computadorizado

PL – Patrmônio Líquido

ET- Estoque

LL- Lucro Liquido

AT- Ativo

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Lista de Tabelas
Tabela 1 Índices de Liquidez.........................................................................................................12

Tabela 2 Índices de individamento................................................................................................13

Tabela 3 Índices de rentabilidade..................................................................................................14

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1. INTRODUÇÃO
"As empresas independentemente do tamanho ou estrutura, estão em um ambiente de mudanças
constantes, buscando meios para maximizar ganhos e reduzir perdas em um ambiente
caracterizado pela diminuição de fronteiras, aumento de concorrência e avanço tecnológico",
(Teixeira, 2010). Isso contribui para aumentar os riscos e incertezas, tornando a análise
financeira um processo essencial no controlo das empresas.

O número crescente de pequenas e médias empresas, em especial as do sector de serviços, tem


contribuído na geração de emprego e renda, razão pela qual estas tem recebido bastante atenção
no decurso dos últimos anos, por serem vitais tanto do ponto de vista económico quanto social.

Com efeito, "através das análises financeiras e económicas pode-se avaliar o património das
empresas, as decisões a serem tomadas e consequentemente verificar as condições financeiras e
económicas a serem melhoradas e mantidas nas empresas, de modo a torná-las rentáveis
quantitavamente e qualitativamente", (Souza, 2010). Aliado as operações de tesouraria que
ocupam um papel central em uma empresa, pois sua organização está relacionada ao controlo de
caixa e a necessidade da tomada de decisões estratégicas.

Estudo feito por Teixeira (2010), mostra que "dos instrumentos que podem subsidiar com dados
relevantes ao processo decisório do gestor financeiro pode-se usar as demonstrações contábeis. A
s demonstrações contábeis, especialmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do
Resultado, servem de matéria-prima para obtenção de diversas informações", tais como: Índices
económico-financeiros. Para Matarazzo (2003, p.147), "Um índice é como uma vela acesa em
um quarto escuro". A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação
económica ou financeira da empresa.
O quadro teórico será fundamentado com base nas seguintes técnicas: Análise Vertical e
Horizontal, Análise dos Índices de Capital, Liquidez, e Rentabilidade, Balanço Funcional. Nesta
óptica, o estudo buscará mostrar de que forma a análise de tais índices contribuem para tomada

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de decisão, com isto, serão levantados os dados do Instituto Médio Politécnico de Chibuto
(IMPC).

1.1. Problema

Uma das principais causas para o insucesso de pequenas empresas é a falta de planeamento e a
deficiência na gestão, (Dornelas,2001). Por outro lado, a falta de um exame constante leva as
empresas perceberem problemas financeiros tardiamente, o que torna a situação mais difícil de
ser revertida.

A análise financeira e económica é fundamental para a empresa conhecer sua situação e tomar
medidas de forma a sanar dificuldades e promovendo o seu crescimento. Bem como é
fundamental para que investidores, governo e fornecedores conheçam financeiramente a
empresa.

A pouco mais de dois anos, foi confirmado o primeiro caso de coronavírus em Moçambique.
Neste período, seguiu o decreto que anunciava o estado de calamidade em todo país que foi
marcado pelo início de medidas, levadas a cabo pelo governo, como forma de conter o
alastramento da covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde. As várias medidas preventivas e
restritivas que foram sendo anunciadas tiveram um impacto significativo, não apenas na vida
diária das pessoas, mas também nas operações da maioria das organizações e negócios. Embora
necessárias, de acordo com as autoridades sanitárias, essas medidas impactaram negativamente
na economia, levando ao fecho de muitas pequenas e médias empresas.

Diante do agravamento da pandemia, muitas empresas tiveram que se redefinir, traçar estratégias
e ou diversificar as actividades como forma de mitigar os prejuízos trazidos pela Covid-19 nas
PME's, é o caso concreto das escolas públicas e privadas de formação técnico-profissional e
outros, que tiveram que encerrar as portas devido a situação pandémica que afectou o país.

A partir do exposto, procura-se responder a seguinte questão de pesquisa: qual foi o


comportamento económico-financeiro do Instituto Politécnico Indico De Chibuto em relação ao
desempenho das operações de tesouraria em tempos de pandemia da Covid-19?

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1.2. Hipóteses

H1- As operações de tesouraria do Instituto Médio Politécnico de Chibuto (IMPC) durante a


pandemia da Covid-19 tiveram um desempenho positivo.

H0- As operações de tesouraria do Instituto Médio Politécnico de Chibuto (IMPC) durante a


pandemia da Covid-19 tiveram um desempenho Negativo.

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivos gerais

Estudar a situação financeira e económica do Instituto Politécnico Índico de Chibuto em sua


operação de tesouraria no tempo pandémico.

1.3.2. Objectivo específico

 Apresentar os indicadores financeiros e económicos a serem usados na avaliação dos


gastos e rendimentos do IMPC;
 Descrever a evolução financeira e económica do IMPC;
 Caracterizar o posicionamento estratégico do IMPC para se manter no mercado.
1.4. Justificativa

O interesse pela temática surge do facto de não entender-se a dificuldade que algumas empresas
têm de se readaptar no mercado quando surge situações externas que afectam o mercado no seu
todo, passo a mencionar, as crises económicas, conflitos políticos e fenómenos naturais
(desastres ambientais, guerra, epidemias e pandemias). A covid-19 para além de ter sido uma
barreira para as empresas com défice de reinvenção, foi uma oportunidade para outros negócios
se alavancarem, levantando a outra inquietação de maior parte das empresas que conseguiram se
reinventar no mercado em tempo de pandémico serem de grandes dimensões. Análise financeira
e económica como instrumento de controlo ajuda a entender os aspectos que estão por detrás dos
números que demostram prejuízo das empresas, de modo achar uma possível solução para as
mesmas obter ganhos.

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Geralmente, empresas de pequenas dimensões não dão importância a análise financeira e
económica, por não ter contabilidade organizada, esquecendo-se do quão importante é
compreender a situação da empresa, pois, questões levantadas da análise proporcionam maior
entendimento do conceito da empresa e fortificam a mesma.

A pesquisa também busca servir como fonte de informações para o âmbito social, podendo
oferecer dados relevantes para que o público de interesse envolvido na área colha dados para
notar a importância da abordagem e aplicabilidade do tema em estudo. Inspirar a sociedade
empresarial a fazer análise financeira para melhor se adequar no mercado, independentemente
das externalidades, assim como os resultados do estudo podem servir de base para eventuais
aplicações em outras empresas.

No âmbito académico a temática de estudo poderá servir como referência para outras pesquisas,
na matéria e análise financeira nas empresas, mostrando a aplicabilidade dos indicadores
financeiros e económicos.

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2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.1. Breve Historial da Análise Financeira

Marion (2002), afirma que:

A história da evolução da análise financeira iniciou-se mais ou menos por volta de 4.000
a.C. em sua forma primitiva encontram-se os primeiros inventários de rebanhos e a
preocupação com a sua eventual perda, nesta época as pessoas não tinham noção do
cálculo tão avançada como a que tem hoje, nem mesmo moeda para avaliar suas
mercadorias. Existiam troca e os negócios eram feitos através da avaliação dos próprios
negociantes. Sendo assim esta seria um tipo de analise horizontal pouco semelhante ao
que hoje se chama de balanço onde se acompanha a avaliação de período por período de
um item.

Queiroz et al (2020), acrescenta que nos anos 80, dá-se uma revolução financeira, marcada pelo
aumento dos riscos financeiros a que as empresas estavam expostas, pela crescente importância
das emissões de títulos no financiamento das empresas e pela consequente relevância quer da
gestão de tesouraria, quer das variáveis financeiras. A implicação desta revolução foi o aumento
do número de entidades que emitem pareceres sobre a situação financeira das empresas, não
estando já este papel reservado apenas aos bancos, aparecendo aí os auditores e suas empresas de
auditoria.

Esta evolução foi acompanhada de alterações na gestão das empresas, no sentido de questionar
os tradicionais instrumentos de análise financeira (como os rácios ou o fundo de maneio), não
para os inviabilizar, mas antes para os enriquecer. A medida que a Análise Financeira evolui,
torna-se assim cada vez mais claro que não se trata de uma ciência exacta e que não há uma
forma única de analisar a saúde financeira de uma empresa.

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2.2. Conceitos

2.2.1. Análise financeira

Segundo Assaf (2007, p. 55) “a análise financeira visa relatar, com base nas informações
contábeis fornecidas pelas empresas, à posição económico-financeira actual, as causas que
determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras”.

De acordo com Schier (2008), Analise Financeira é uma técnica de estudo da capacidade que
uma empresa ou negócio tem de gerar lucro. Por meio dela observa-se o cenário financeiro como
um todo, identificando problemas, possíveis pontos de melhoria e fazendo o diagnóstico do
desempenho da situação financeira do negócio.

Percebe-se que a análise financeira é um mecanismo de estudo das empresas com vista a
identificar suas fragilidades e prevenir problemas, de modo a auxilia-las na tomada de decisões.

2.2.2. Análise económica

Conforme aponta Mapande (2008), Análise Económica é o estudo dos estados da variação da
riqueza administrada, tendo em conta as dispensas (custos), das receitas (proveitos), dos lucros e
das perdas, estudando também as aplicações de dinheiro e as suas consequências em face do
resultado de negócios.

Ainda na mesma senda Gomes (2016), afirma que "Análise económica é uma avaliação da
rentabilidade e lucratividade do desempenho da empresa". O objectivo dessa análise é
demonstrar através dos índices como a empresa vem utilizando o recurso investido.

Sucintamente, análise económica é uma ferramenta usada para medir a capacidade que as
empresas têm de gerar o lucro, bem como medir o seu desenvolvimento.

2.2.3. Índices Económicos e financeiros

Segundo Athar (2005), trata-se de um método analítico onde dois valores patrimoniais são
comparados, dividindo-se um pelo outro. Nesta analise e estabelecida uma relação entre dois

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factores das demonstrações contáveis, que indicam quantas vezes um valor contem o outro, ou
proporcionalidade de um em relação ao outro.

Por sua vez, Nunes (2019) sustenta que:

Os Indicadores Económicos e Financeiros designam todo o tipo de indicadores baseados


em dados económicos e financeiros de determinada entidade e podem ser expressos em
valores monetários absolutos, valores relativos, taxas de variação, tempo, entre outros.
Embora todos os indicadores devam ser olhados de forma integrada, é habitual separá-
los em indicadores económicos e em indicadores financeiros. No caso dos indicadores
económicos, estes procuram avaliar a capacidade da empresa em gerar valor de forma a
remunerar adequadamente todos quantos nela participam, nomeadamente os seus
accionistas, trabalhadores, entre outros.

Ainda na concepção de Nunes (2012), alguns exemplos de indicadores económicos são os


diversos indicadores de rendibilidade, eficiência e produtividade. Quanto aos indicadores
financeiros, estes procuram avaliar a capacidade da empresa em honrar atempadamente os seus
compromissos financeiros para com terceiros e incluem, numa perspectiva de longo prazo, os
indicadores de estrutura financeira e solvabilidade e, numa perspectiva de curto prazo, os
indicadores de liquidez.

Exemplos de Indicadores Económicos:

 Rendibilidade dos Capitais Próprios;


 Rendibilidade do Activo;
 Rendibilidade das Vendas;
 Custo dos Capitais Alheios;
 Produtividade dos Trabalhadores;
 Eficiência na Gestão de Custos.

Exemplos de Indicadores Financeiros:

 Liquidez (vários graus);


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 Grau de Endividamento;
 Solidez Financeira;
 Grau de Cobertura dos Imobilizados.

2.3. Operações e Tesouraria

Operação

Operação é Combinação de todas as acções técnicas e administrativas destinadas a permitir que


um item cumpra uma função requerida, reconhecendo-se a necessidade de adaptação na
ocorrência de mudanças nas condições externas, (dicionário CIMM).

Tesouraria

Tesouraria é o sector de uma empresa responsável pela entrada e saída de recursos financeiros
mantendo a organização dos gastos e rendimentos, (Reis, 2019).

Contudo, operações de tesouraria é o nome dado a um núcleo específico das organizações, que
tem como objectivo principal realizar o controlo do fluxo de caixa, assim como realizar as
principais operações de recebimento e pagamento de valores por parte da empresa.

2.4. Fluxo de Caixa

Neves (2004) define fluxo de caixa como a variação dos meios financeiros líquidos entre duas
datas. Menezes (2005) refere que este conceito compreende os recebimentos e os pagamentos ao
longo de determinado período de tempo. Este é um conceito de natureza financeira e tem uma
forte influência sobre o nível de tesouraria da empresa.

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2.5. Pequenas e Medias Empresas (PME’s)

"Pequenas e médias empresas são firmas com características distintivas, tendo uma dimensão
com determinados limites de empregados e financeiros fixados pelos Estados ou regiões
administrativas", (Mosso, 2010).

Em Moçambique, a definição adoptada leva em consideração o número de pessoas ao serviço e o


volume de negócio, não havendo distinção de critério de tamanho de empresas por sector de
actividade. Assim, segundo o ministério de indústria e comércio (2007), em Moçambique é
designado:

 Microempresa: toda empresa com o numero de trabalhadores entre 0-4 e com o volume
de negócio menor que 750.600 meticais,

 Pequena empresa: toda empresa com até 9 trabalhadores e com volume de negócio
maior ou igual a 750.600 meticais,

 Média empresa: a empresa com um número de 10 a 99 trabalhadores e com volume de


negócio maior ou igual a 7.506.000 meticais.

2.6. Pandemia da Covid-19

Pandemia

De acordo com OMS (2020), uma pandemia é a disseminação mundial de uma nova doença. O
termo indica que a enfermidade se espalhou por diferentes continentes com transmissão
sustentada de pessoa para pessoa.

Corona Vírus

Também conhecido como Covid-19, são um grupo de vírus que pertencem á família do
Coronaviridae, os quais podem infectar tanto o homem quando os animais. OMS

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2.7. Métodos de Análise
De acordo com Mapande (2008), para que se analise a empresa usando uma avaliação profunda
de todos os acontecimentos e dos resultados das actividades de uma empresa, é necessário
considerar uma serie de situações que deveram definir a forma pela qual se deve conduzir a
análise.

2.7.1. Análise Vertical (AV)

Análise vertical é um método de análise das demonstrações contábeis usados para diagnosticar a
saúde financeira da empresa, e permite conhecer a estrutura dos recursos aplicados no activo,
bem como a fonte de recursos aplicados no passivo e património líquido, Silva (2010).

O mesmo autor coloca que, o primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a
participação de cada item da demonstração contábil em relação a determinado referencial.

2.7.2. Análise Horizontal (AH)

A análise horizontal demonstra a evolução das diversas contas da empresa ao longo dos anos,
servindo para indicar como está a situação económico-financeira da empresa. Silva (2010, p.
210) destaca: O propósito da análise horizontal (AH) é permitir o exame da evolução histórica
de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis.

2.7.3. Índice de Liquidez

Marion (2012 p. 75) aponta que os índices de liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de
pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade
para saldar seus compromissos.

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Tabela 1 Índices de Liquidez

Índices Fórmula Conceito

Liquidez Corrente Índice que mede a capacidade de financiamento em


relação ao activo de curto prazo.

Liquidez Seca Seu objectivo é indicar a capacidade de pagamento do


passivo circulante da empresa mediante suas
disponibilidades

Liquidez Imediata É a capacidade de liquidar as dívidas de forma


imediata usando apenas os seus recursos da conta de
disponibilidades.

Liquidez Geral Demonstra todos os seus recursos que podem ser


transformados em dinheiro em relação a suas dívidas
de curto e longo prazo.

Fonte: Marion (2012).

2.7.4. Índices de endividamento

Segundo Assaf Neto (2008, p. 122), o índice de endividamento “fornece elementos para avaliar o
grau de comprometimento financeiro de uma empresa perante seus credores (principalmente
instituições financeiras) e sua capacidade de cumprir os compromissos financeiros assumidos a
longo prazo.
Tabela 2 Índices de individamento

Índices Fórmula Conceito

Participação de Representa a percentagem do Activo que é dependente


Capitais de do capital de terceiros.
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Terceiros

Participação Demonstra se a empresa tem a maior parte de suas


Capital Próprio dívidas a curto ou a longo prazo.
sobre
endividamento
total

Imobilização do Indica a quantidade de recursos do património líquido


Património que está injectado no Activo Permanente.
Líquido

Imobilização dos Representa o volume de investimento no activo


Recursos permanente da organização utilizando seus recursos de
curto prazo.

Fonte: Blatt (2001); Marion, (2007); Assaf Neto (2009)

2.7.5. Índices de rentabilidade

Como faz notar Ribeiro (1998, p. 146) acredita que os quocientes de rentabilidade servem para
medir a capacidade económica da empresa, evidenciando o grau de êxito económico obtido com
o capital investido da empresa. A partir deste conceito Begalli e Perez (2009, p. 262)
acrescentam que esse grupo de índices permite analisar as taxas de retornos obtidas pela empresa
sob diversos aspectos.

Tabela 3 Índices de rentabilidade

Índices Fórmula Conceito

Giro do Activo Relaciona o investimento na organização e o total de


vendas efectuadas do período, expressando o grau de
aproveitamento com que são utilizados os recursos da
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empresa.

Margem Líquida Demonstração da quantidade da receita que se tornou


lucro.

Rentabilidade do Representa quão rentável é os recursos da instituição


Activo que estão alocados no activo.

Rentabilidade do Indica a relação entre o capital investido e o grau de


Património rentabilidade da empresa.
Líquido

Fonte: Silva (2010); Begalli e Perez (2009).


Indicadores relativos de Cobertura ou Estabilidade
Grau de Autonomia: mostra o nível em que a empresa depende ou é independente em relação a
capitais alheios, Queiroz et al (2020).

Para Queiroz et al (2020) Análise Funcional É uma abordagem moderna que tem como principal
característica a associação dos movimentos e origens de fundos aos ciclos financeiros da
empresa, nomeadamente:

 Ciclo de exploração;

 Ciclo de investimento;

 Ciclo de operações financeiras;

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 Ciclo de operações de capital;

 Ciclo de aplicações de tesouraria.

O Balanço funcional resulta de um conjunto de correcções a efectuar no balanço contabilístico,


agregando contas numa perspectiva financeira, o que permite pôr em evidência a estrutura
financeira da empresa e apresenta a seguinte estrutura e compreensão:

CICLOS Aplicações Recursos

Operações de Investimento
De investimento (Activo Próprio e Alheios estáveis
Operações de Exploração Fixo)

Operações de Tesouraria Necessidades cíclicas Recursos cíclicas

Tesouraria activa Tesouraria passivo

2.8. Finalidade da análise financeira e económica


Na perspectiva de Mapande (2008), existe uma serie de finalidades ao se fazer uma análise
financeira e económica, dos quais são citados os seguintes:
 Fins Creditícios: o objectivo é visualizar a capacidade que o devedor tem de fazer face
os seus compromissos e para tal é necessário proceder-se a analisar do balanco dos
devedores ou clientes uma vez que apresenta o espelho da situação financeira e
económica da empresa.
 Fins Administrativos: o objectivo é conhecer o progresso dos negócios tendo em vista
verificar como cresce e quanto rende a empresa, pois esta é uma das principais
preocupações do homem de negócios para avaliar o nível de desempenho da
administração identificando erros desta e corrigi-los
 Controlo: quando deseja-se controlar o negócio de um cliente, de outra empresa que
depende da outra, de uma filial ou de um consignatário precisa-se saber o que faz e como
esta conduzindo o capital que coloca a sua disposição.
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 Possibilidade de realizar uma operação como: aumento de capital social, aumento de
investimento e contratação de crédito, reavaliação de um activo.
 Fins fiscais: neste aspecto o objectivo é verificar se a matéria colectável é verdadeira ou
não, se foram respeitados os princípios de contabilidade geral aceite, mandando corrigir
em casos de erro.
 Fins jurídicos: a analise serve de prova judicial e quando devidamente organizada
poderá trazer benefícios e quando mal-organizada prejuízos voltados a empresa.

2.9. Ponto de vista sob que se pode analisar através dos instrumentos
Ponto de vista Estático: é uma analise parada que não tem em conta a variável tempo nem
espaço, consistindo apenas em procurar compreender a situação da empresa num dado momento
ou período, estabelecendo relações entre diferentes magnitudes de balanco entre si
correlacionadas, não se prevê o futuro, (Mapande,2008).
Ponto de Vista Dinâmico: tem em conta a variável tempo e espaço, isto é, procura compreender
a evolução económica, financeira e patrimonial, entre outros, duma unidade económica ao longo
do tempo da sua existência ou em relação a outras unidades do mesmo ramo no mesmo período
do tempo, para perspectivar o futuro, corrigir os possíveis erros dectados e prever o
comportamento económico e financeiro do futuro, (Mapande,2008).

2.10. Literatura Focalizada

2.10.1. Instituto politécnico Índico de Chibuto (IPMC)

Instituto Politécnico Indico de Chibuto (IPMC), é uma instituição privada de ensino técnico
profissional de nível médio, cujo funcionamento foi autorizado pelo Despacho Ministerial de
Tutela no Alvará No: 1058/089/IET/2019. Localizado na Av. Samora Machel, com o NUIT: 400
754 6605, tem como foco o ensino das áreas de ciências de saúde.

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3. METODOLOGIA DO TRABALHO

3.1. Tipo de pesquisa

Quanto a natureza a pesquisa é aplicada pois é um complemento sobre um assunto previamente


estudado, visando produzir um conhecimento que pode ser efectivamente concretizado, ajudar a
alterar uma situação, fenómeno ou sistema, (Almeida & Leite, 2016). Dessa forma a pesquisa de
natureza aplicada ira ajudar na aplicabilidade do problema de pesquisa.

A pesquisa apresentará uma abordagem Pesquisa Quantitativa considera tudo que pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e
analisá-las, por sua vez a pesquisa Qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito
que não pode ser traduzido em números, (Almeida & Leite, 2016). Portanto a abordagem
quantitativa será usada na recolha de dados e cálculos dos do índices e balanço funcional
complementada pela qualitativa para interpretação dos dados quantitativos. Assim irá permitir
referenciar a todos os números possíveis em relação a empresa, a qualitativa levará em conta
tanto o cenário micro e Macroeconómico da empresa, o ideal será juntar os dois tipos de
abordagens, pois só assim haverá uma visão geral mais legítima da saúde financeira das
empresas,

A pesquisa quando aos objectivos caracterizar-se-á como exploratória e descritiva, pois


conforme Madeiros (2008), a pesquisa descritiva tem como intuito descrever as características de
um determinado fenómeno, exacerbando principalmente os seus fenómenos ou factores.
Pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com o problema (explica-lo). Pode
envolver com base em levantamento bibliográfico, entrevista ao contabilista. Assim, a pesquisa
será exploratória por proporcionar uma investigação sobre o tema específico, sem a finalidade de
confirmar hipóteses, mas se propõe em realizar um levantamento bibliográfico sobre o tema
proposto e a sua contribuição para a gestão empresarial como um todo.

Quanto aos procedimentos técnicos, referente aos procedimentos da pesquisa será feito um
estudo de caso e pesquisa Bibliográfica. Utilizando o Balanço Patrimonial e a Demonstração de
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Resultado como fonte de dados da organização. Segundo Gil (2008), “o estudo de caso é
caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objectos, de maneira a
permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.”
Pesquisa Bibliográfica pois, para a compilação deste estudo a revisão da literatura baseia-se na
recolha de informações em fontes ou material já elaborado, constituído principalmente de livros
e artigos científicos, pois para Gil (2008), Pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

3.2. População e Amostra


Quanto a descrição da População e Amostra, será empregada a técnica de amostragem não
probabilística, que de acordo com Levine (2008) defende a ideia de que “em uma amostra não
probabilística selecciona-se os itens ou indivíduos sem conhecer suas respectivas probabilidades
de selecção.” Serão colectados os demonstrativos contábeis referentes aos anos de 2019 e 2021
para realização da pesquisa. Os dados colectados nos demonstrativos contábeis serão tratados e
analisados.

3.3. Local de Estudo


De acordo com o GPG (2017), o distrito de Chibuto, com 5.700 km 2, situa-se a Sudeste da
Província de Gaza, fazendo limites a Este, com os distritos de Manjacaze e Panda (Província de
Inhambane); Norte com o Distrito e Chigubo; a Ocidente com o distrito de Guijá e a Sul com os
Distritos de Xai-Xai e Chókwe.

Com isto, o estudo de análise económico-financeira será realizado em uma empresa situada no
Município de Chibuto, Av. Samora Machel.

3.4. Técnicas de colecta e obtenção dos dados


A obtenção dos dados será através das demonstrações contábeis pertencentes a empresa objecto
de estudo de caso e da utilização das fórmulas dos indicadores para a obtenção dos dados.

3.5. Técnicas de análise e tratamento dos dados


Os dados obtidos serão apresentados em tabelas e planilhas do pacote Microsoft Excel para uma
melhor compreensão das informações colectadas.

19
3.6. Limitações da pesquisa
O constrangimento que ira surgir é do facto de as PME'S em Moçambique não estarem contadas
na bolsa de valores de Moçambique, sendo que na bolsa de valores constam demostrações
financeiras das empresas, o que seria uma vantagem para a pesquisa, pois a matéria colectável
seria de fácil acesso, as PME'S concretamente o IMPC tem burocracias para poder fornecer
dados, sendo obrigado a ir com frequência a instituição e ligar sempre para poder falar com o
responsável da contabilidade, para poder fornecer dados de crucial importância para o
desenvolvimento da pesquisa. Outro aspecto que Estará limitado a pesquisa será quanto aos
resultados a serem obtidos, pois, trata-se de um estudo de caso, podendo os resultados serem
aplicados somente na empresa em estudo, a outra limitação é o período de análise no qual ficara
restrito aos anos de 2019, 2020, 2021.

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4. O PLANO DE ACTIVIDADES

Etapas Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar.


Apresentação do projecto no evento
Científico
Observação no campo de estudo e
elaboração da entrada do diário
Colecta de dados no campo
Análise e interpretação dos dados
Elaboração do sumário provisório
Redacção do trabalho
Redacção definitiva
Defesa

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5. O ORÇAMENTO:
Quantidade Preço Unitário Total MZN
Logística pessoal 1 150,00 150,00

Coordenação administrativa 1 - -
Impressão dos questionários 2 5,00 10,00
Gastos com cópias dos documentos 30 4,00 120,00
Agendamento das Entrevistas 2 - -
Relatório da análise documental 1 100,00 100,00
Colecta de dados/ aplicação dos 3 50,00 150,00
questionários
Digitação 1 250,00 250,00
Impressão e Encadernação do 2 250,00 500,00
Relatório Final
Total MZN 1.280,00

22
6. Referência Bibliográfica
Alemeida,B. A. and. Leite. L.B.(2016) Manual de Metodologia da Pesquisa aplicada a
Educação. Porto Feliz

Athar, R. (2005) Introdução a Contabilidade. São Paulo Person. Pretince Hall

Assaf N. A. (2002). Estrutura e Análise de Balanços – Um Enfoque Econômico-Financeiro.


7.ed. São Paulo: Atlas

Assaf N. A. (2012) Estrutura e análise de balanços. Um enfoque económico e financeiro. Atlas

Dicionário CIMM. (2012). Dicionário de Língua Portuguesa. Recuperado de:


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Matarazzo, D C. (2003) Análise Financeira De Balanços: Abordagem Básica e Gerência. 5 e 6.


ed. São Paulo: Atlas

Marion, J. C. (2008) Análise das Demonstrações Contábeis. 2 ed. São Paulo: Atlas. e 9.ed.

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Meneze,, H. C. (1996). Princípios de Gestão Financeira, Lisboa, Editorial Presença

Neves, J. C. (1996), Análise Financeira: métodos e técnicas. 11ªedição, Lisboa, Texto Editora
23
Perez J. & Begala, G. (1999). Elaboração de demonstrações Contabeis. São Paulo, Atlas

Queiroz et al.( 2020). Finanças empresariais: Análise financeira das empresas. Porto

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Ribeiro, M. (2009). Analise por meio de índices financeiros e económicos: Um estudo de caso
em uma empresa de médio porte. Disciplina rumo scientia. Sociais aplicadas. Recuperado de:
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Santos, A. (2016). Analise Economico-financeira e a contribuição do dempenho na gestão


empresarial

Schier, C. U. C.(2007). Controladoria como instrumento de gestão. 1 ed. Curitiba: Juruá.

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Federal do rio Grande do Sul. Escola de administração. Graduação em Administração. Porto
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World Health Organization. (2020). Coronavirus disease (COVID-19) Pandemic. Recuperado


em 20 de Setembro, 2022 de htttp://www.who.int

24
Apêndice 1. Guião da entrevista

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Escola Superior de Negócios e Empreendedorismo de Chibuto- ESNEC

O presente questionário visa auxiliar na pesquisa, ministrada na Escola Superior de Negócios e


Empreendedorismo de Chibuto da Universidade Eduardo Mondlane e tem por objectivo a
obtenção de informações para análise Financeira e Económica no desempenho das operações de
tesouraria das PME's no período de pandemia da Covid-19: caso do Instituto Médio politécnico
de Chibuto (2019-2021).

Guião de Entrevista

1. Quais são os tipos de controlos de gerência financeiros utilizados na empresa?

2. Como são realizados esses controlos (manuscrito, manualmente em computador ou em


programa informatizado)?

3. Como é feito o instrumento de movimento de caixa?

4. A empresa utiliza o controlo bancário? Como é a realização deste instrumento na empresa?

5. Como é feito o fluxo de caixa?

6. Em sua opinião, os controlos financeiros utilizados são os mais adequados as necessidades da


empresa? Por quê?

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