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SÃO PAULO,
2016
1
Pós-graduado no MBA em finanças e controladoria (2014). Graduado em Gestão Empresarial (2012). Universidade
Bráz Cubas. Pós-graduado em Docência e Pesquisa para o Ensino Superior (2015). Bacharelando em Ciências
Contábeis. Universidade Metropolitana de Santos. Bacharelando em Estatística. Universidade Federal de São Carlos.
Bacharel e Mestre em Teologia. Universidade da Bíblia.
E-mail: alaze_p7sd8sin5@yahoo.com.br
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCar
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO
NÚCLEO MULTIDISCIPLINAR INTEGRADO DE ESTUDOS, FORMAÇÃO
E INTERVENÇÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA - NuMI-EcoSol
CURSO DE EXTENSÃO
SÃO CARLOS
2016
RESUMO
This paper seeks to compare the performance of six Brazilian municipal forums Solidarity
Economy. It consists of a pioneering work done in the course of extension of the Integrated
Multidisciplinary Center for Studies, Training and Intervention in Solidarity Economy - Numi-
ECOSOL - Federal University of São Carlos. It aims to support the development of existing
Brazilian municipal forums, and the creation of others that they contain up to. To do so, use the
following methods: as an epistemological axis critical-dialectical method, historicizing the theme;
as a logical axis of research, hypothetical-deductive, based on the main assumption that a national
bank is more benefit in social and economic sense for the country than a foreign bank; as technical
axis of research, observational research nonparticipating, of bibliographic and document types. The
Solidarity Economy it is, a priori, an alternative work, income and social inclusion, and,
subsequently, a self-managed work outlined in solidarity, appreciation of human labor and
sustainable development capable of returning to its members of the dignity extracted through
marginalization and segregation caused by sharply competitive capitalist productive forces and
excluding the twenty-first century. Brazilian municipal forums Solidarity Economy are organized
democratically spaces, at the municipal level, by actors of the Solidarity Economy: a) the approach
and the integration of solidary economic enterprises; b) discussion, organization, design,
implementation, monitoring and representation of this movement; b) coordination with other
regional bodies, national and international of the same.
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................21
1.1 Justificativa...............................................................................................................................21
1.2 Problematização......................................................................................................................21
1.3 Objetivos...................................................................................................................................21
1.3.1 Geral................................................................................................................................21
1.3.2 Específicos.......................................................................................................................21
1.4 Hipóteses da pesquisa..............................................................................................................22
1.5 Critérios para a seleção das fontes de pesquisa....................................................................22
1.6 Estrutura do trabalho.............................................................................................................22
2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO....................................................................23
2.1 Pilar epistemológico.................................................................................................................23
2.2 Pilar lógico................................................................................................................................23
2.3 Pilar técnico..............................................................................................................................23
2.3.1 Abordagem mista............................................................................................................24
2.3.2 Base procedimental observacional................................................................................25
2.3.3 Técnicas gerais de pesquisa...........................................................................................28
2.3.3.1 Levantamento bibliográfico...............................................................................28
2.3.3.2 Levantamento documental................................................................................30
2.3.4 Técnicas específicas de pesquisa....................................................................................32
2.3.4.1 Coleta...................................................................................................................32
2.3.4.2 Registro................................................................................................................32
2.3.4.3 Organização........................................................................................................33
2.3.4.4 Sistematização.....................................................................................................34
2.3.4.5 Análise ou interpretação....................................................................................35
2.3.4.6 Formalização.......................................................................................................36
2.3.4.7 Apresentação.......................................................................................................37
3 REFERENCIAL TEÓRICO-TEMÁTICO.................................................................................38
3.1 O surgimento do cooperativismo...........................................................................................38
3.2 O cooperativismo no Brasil.....................................................................................................44
3.3 A Economia Solidária no Brasil.............................................................................................46
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................117
ANEXO 1:.......................................................................................................................................127
ANEXO 2:.......................................................................................................................................133
ANEXO 3:.......................................................................................................................................137
APÊNDICE 1:.................................................................................................................................143
APÊNDICE 2:.................................................................................................................................144
APÊNDICE 3:.................................................................................................................................146
APÊNDICE 4:.................................................................................................................................147
APÊNDICE 5:.................................................................................................................................150
APÊNDICE 6:.................................................................................................................................153
APÊNDICE 7:.................................................................................................................................155
APÊNDICE 8:.................................................................................................................................157
APÊNDICE 9:.................................................................................................................................162
APÊNDICE 10:...............................................................................................................................165
APÊNDICE 11:...............................................................................................................................166
APÊNDICE 12:...............................................................................................................................168
APÊNDICE 13:...............................................................................................................................172
APÊNDICE 14:...............................................................................................................................182
21
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
1.2 Problematização
1.3 Objetivos
1.3.2 Específicos:
Este trabalho está estruturado em seis capítulo. Este primeiro capítulo é dedicado à
introdução, que apresenta o tema, a justificativa, a problematização, os objetivos, as hipóteses de
pesquisa, os critérios para a seleção das fontes de informação da pesquisa. No segundo capítulo, são
apresentados e explanados os fundamentos teórico-metodológicos epistemoló-gicos, lógicos e
técnicos. No terceiro são apresentados e explanados os fundamentos teórico-temáticos, ou seja, uma
revisão da literatura crítica sobre o surgimento do cooperativismo, o surgimento do trabalho
autogestionário, e a Economia Solidária no Brasil. O quarto capítulo é dedicado a apresentar vinte e
cinco fóruns municipais brasileiros de Economia Solidária, caracterizando-os e comparando-os. O
quinto capítulo é destinado à apresentação das conclusões e das considerações finais. Em seguida,
são apresentadas todas as referências teórico-temáticas e teórico-metodológicas que embasaram esta
pesquisa. Por fim, mas não menos importante, são acrescentados anexos e adendos (apêndices)
como materiais adicionais de pesquisa, para a realização de estudos complementares a critério do(a)
leitor(a).
23
2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
finais) da investigação científica (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010;
ECO, 2012; THIOLLENT, 2003; 2011; YIN, 2010; MARTINS, 2008; SOARES, 2003). Por essa
razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases operacionais da
investigação ou bases funcionais da operação de investigação (GIFTED, 2015). As abordagens de
investigação podem ser: quantitativa, quando traduz em números tudo o que quantificável;
qualitativa, quando traduz em texto tudo o que é qualificável; e mista (um pouco quali, um pouco
quanti) (CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987). As modalidades sequenciais,
inerentes aos métodos mistos de investigação, podem ser: estratégia explanatória sequencial;
estratégia exploratória sequencial; estratégia transformativa sequencial; estratégia de triangulação
concomitante; estratégia incorporada concomitante e estratégia transformativa concomitante
(CRESWELL, 2010; GIFTED, 2015).
As bases procedimentais de investigação podem ser: a observacional ou a experimental. A
base procedimental de investigação observacional pode ser: participante – por exemplo a pesquisa
de campo; ou não participante – pesquisa bibliográfica, documental ou artificial (CRESWELL,
2010; GIFTED, 2015; GIL, 1999; 2010). Cada uma delas é classificada de acordo com as técnicas
de tratamento de dados utilizadas. As técnicas de investigação podem ser de coleta (amostragem,
inquérito, etc.), de registro (protocolagem observacional, protocolagem experimental, etc.), de
sistematização (cronológica horária ou antihorária, uni/bi/tri/polidimensional, propedêutica ou
perorativa), de organização (categorização, codificação, tabulação), de análise ou interpretação
(análise artificial, análise bibliométrica, análise de conteúdo, análise de discurso, análise fatorial,
análise correlacional, análise de regressão, análise de riscos, exegese-hermenêutica, etc.), de
formalização (TCC, dissertação, tese, artigo, resumo, tutorial, relatório, periódico, revista, software,
patente, obra de arte) e de apresentação (exposição oral, exposição visual, exposição mista)
(GIFTED, 2015; SEVERINO, 2007; GIL, 1999; 2010).
Os instrumentos de investigação tratam-se dos materiais utilizados para a coleta dos dados.
Podem ser o protocolo observacional (de entrevista, amostral, etc.), o protocolo experimental, o
diário de campo, as escalas sociais, os testes, o questionário, o formulário (MARCONI; LAKATOS,
2003; 2007; 2008; CORREA, 2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010).
Os recursos tratam-se dos requisitos necessários à viabilidade da investigação científica.
Podem ser tecnológicos (hardware, software, materiais escolares, laboratórios de informática,
bibliotecas), financeiros (valores monetários, bolsas de estudo, ajudas de custo, premiações),
humanos (grupos de pesquisa, orientadores, coorientadores, coautores, examinadores,
colaboradores, normas justas) e tempo (cronogramas executáveis, metas alcançáveis) (MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006;
TRIVIÑOS, 1987).
Os lócus tratam-se dos espaços físicos, isto é, os lugares onde são realizadas as etapas da
investigação científica. Podem ser de coleta (uma biblioteca), de registro (um telecentro), de
sistematização (uma praça), de organização (um albergue), de análise ou interpretação (uma feira de
domingo), de formalização (uma universidade) e de apresentação (um encontro universitário)
(MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES,
2006; TRIVIÑOS, 1987).
A abordagem de pesquisa mista é aquela que utiliza tanto a linguagem quanto os dados
predominantemente utilizados são os qualitativos e, concomitantemente, os quantitativos. Enquanto
os primeiros servem como lente teórica da investigação, os segundos servem como fundamentos
precisos dos resultados produzidos. Essa abordagem já é hoje bastante comum em estudos inter e
multidisciplinares, e seu uso na área da Educação é crescente (DAL-FARRA; LOPES, 2014;
25
CRESWELL, 2010). Como modalidade sequencial de pesquisa, foi selecionada para a execução
desta proposta de trabalho de pesquisa a estratégia transformativa sequencial de métodos mistos,
que Creswell (2010, p. 248) explana do seguinte modo:
[...] A estratégia transformativa sequencial é um projeto de duas fases, com uma lente
teórica (p. ex., gênero, raça, teoria da ciência social) se sobrepondo aos procedimentos
sequenciais. Tem também uma fase inicial (quantitativa ou qualitativa), seguida de uma
segunda fase (qualitativa ou quantitativa), a qual se desenvolve sobre a fase anterior. A
lente teórica é apresentada na introdução de uma proposta, molda uma questão de pesquisa
direcional que visa explorar um problema (p. ex., desigualdade, discriminação, injustiça),
cria sensibilidade à coleta de dados de grupos marginalizados ou sub-representados e
termina com um chamado à ação. [...]
Não é nem um pouco fácil utilizar tal abordagem, motivo pelo qual Creswell (2010, p. 243)
justifica:
Combinar os dados (e, em um sentido mais amplo, a combinação das questões de pesquisa,
da filosofia, da interpretação) é difícil principalmente quando se considera que os dados
qualitativos consistem de texto e imagens e de dados quantitativos, números. Há duas
questões diferens aqui: Quando um pesquisador faz a combinação dos dados em um estudo
de métodos mistos? E como ela ocorre? A primeira questão é muito mais fácil de responder
do que a segunda. A combinação dos dois tipos de dados pode ocorrer em diversos
estágios: na coleta dos dados, na análise dos dados, na interpretação dos dados, ou nas três
fases. [...]
Todavia, as normas não devem ser padronizadas nem rígidas demais, pois tanto as situações
quanto os objetos e objetivos da investigação podem ser muito diferentes. Deve ser
planejada com cuidado e sistematizada. [...]
Na observação não participante, o pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou
realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: permanece de fora. Presencia o fato, mas não
participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz mais o papel de espectador. Isso,
porém, não quer dizer que a observação não seja consciente, dirigida, ordenada para um fim
determinado. O procedimento tem caráter sistemático. [...]
[A observação participante] consiste na participação real do pesquisador com a comunidade
ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um
membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste.
[...] Em geral, são apontadas duas formas de observação participante: a) Natural. O
observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga; b) Artificial. O
observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações. […]
Como o próprio nome indica, [a observação individual] é a técnica de observação realizada
por um pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo
algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de contato. Por outro lado,
pode intensificar a objetividade de suas informações, indicando, ao anotar os dados, quais
são os eventos reais e quais são as interpretações. É uma tarefa difícil, mas não impossível.
Em alguns aspectos, a observação só pode ser feita individualmente. [...]
A observação em equipe é mais aconselhável do que a individual, pois o grupo pode
observar a ocorrência por vários ângulos. Quando uma equipe está vigilante, registrando o
problema na mesma área, surge a oportunidade de confrontar seus dados posteriormente,
para verificar as predisposições.
Normalmente, as observações [na vida real] são feitas no ambiente real, registrando-se os
dados à medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem devida preparação. A melhor
ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre. Isto reduz as tendências seletivas e a
deturpação na reevocação. [...]A observação em laboratório é aquela que tenta descobrir a
ação e a conduta que tiveram lugar em condições cuidadosamente dispostas e controladas.
Entretanto, muitos aspectos importantes da vida humana não podem ser observados sob
condições idealizadas no laboratório. [...]
(grifos meus)
A observação consiste em um exame minucioso que requer atenção na coleta e análise dos
dados. Para tanto, a observação deve ser precedida por um levantamento de referencial
teórico e resultados de outras pesquisas relacionadas ao estudo. Formalmente, é desejável a
construção de um protocolo de observação, que, evidentemente, fará parte do protocolo do
Estudo de Caso. Observar não é apenas ver. A validade (será que se está observando aquilo
que de fato se deseja observar?) e a confiabilidade, ou fidedignidade (será que sucessivas
observações do mesmo fato ou situação oferecem resultados semelhantes?) poderão ser
atingidas se a observação for, rigorosamente, controlada e sistemática. Implica em um
planejamento cuidadoso do trabalho e preparação do observador. O plano delimitará o
fenômeno a ser estudado, indicará o que se deve observar, as maneiras de se observar, a
duração, periodicidade, modo de registros e controles para garantia da validade e
confiabilidade. [...]
27
O levantamento bibliográfico pressupõe trabalhos anteriores que servem como fonte ou lente
teórica para embasamento de estudos mais abrangentes e ou aprofundados. Sobre esse aspecto,
Severino (2007, p. 122) destaca:
Por essa razão, Gil (2010, p. 30) fornece sugestões úteis para reduzir tal possibilidade,
dizendo:
Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores assegurarem-se das condições
em que os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada informação para descobrir
possíveis incoerências ou contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as
cuidadosamente.
De acordo com Gil (1999; 2010), não existem regras fixas para a realização de pesquisas
bibliográficas, mas existem algumas tarefas que a experiência demonstra serem importantes.
Dessaforma, este trabalho segue o seguinte roteiro:
Ordenação e análise das fichas: uma vez organizadas e ordenadas de acordo com o seu
conteúdo, conferindo sua confiabilidade, eu apliquei a Análise de Discurso produzindo um resenha
30
Conclusões: serão obtidas, durante e após a execução desta proposta de trabalho, por meio
de Análise de Conteúdo.
O levantamento documental, visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não
foram submetidos a algum tipo de manipulação, embora possa coletar também dados secundários,
como, por exemplos, comentários de terceiros em um documentos em que conste a legislação
aplicável a algum tema, etc.. Configura-se na técnica de coleta de dados de documentos pessoais,
registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral, isto é, tv, rádio,
jornais, revistas, internet, etc. Sobre essa técnica de pesquisa, Gil (1999, p. 160) salienta:
O levantamento documental visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não
foram submetidos a algum tipo de manipulação, enquanto o levantamento bibliográfico visa a
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coletade dados secundários sobre um tema, quando não existem dados primários sobre ele ou
quando a sua coleta é comprovadamente inviável. Entretanto, vale destacar que nos documentos, ou
em anexo aos mesmos, podem haver dados secundários; por essa razão, correto afirmar que os
documentos são fontes de dados primários ou secundários. Os documentos são tipificados por Gil
(1999, p. 160-165) em documentos pessoais, registros institucionais, registros estatísticos e da
comunicação de massa em geral, isto é, TV, rádio, jornais, revistas, internet, etc., tal como se segue:
1) Registros estatísticos
[...] Entidades governamentais como a Fundação IBGE dispõem de dados referentes a
características socioeconômicas da população brasileira, tais como: idade, sexo, tamanho da
família, nível de escolaridade, ocupação, nível de renda etc. Os órgãos de saúde fornecem
dados a respeito de incidência de doenças, causas de morte etc. Uma entidade como o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos dispõe de dados
sobre desemprego, salários, greves, negociações trabalhistas etc. Organizações voluntárias
têm dados referentes a seus membros e também às populações que atendem. Institutos de
pesquisa vinculados aos mais diversos campos do conhecimento. Além disso, número cada
vez maior de entidades vem-se preocupando em manter bancos de dados. Isto se verifica
em hospitais, escolas, agências de serviço social, entidades de classe, repartições públicas
etc. [...]
2) Registros institucionais escritos
Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a pesquisa social os registros
escritos fornecidos por instituições governamentais. Dentre esses dados estão: projetos de
lei, relatórios de órgãos governamentais, atas de reuniões de casas legislativas, sentenças
judiciais, documentos registrados em cartórios etc. [...]
3) Documentos pessoais
Há uma série de escritos ditados por iniciativa de seu autor que possibilitam informações
relevantes acerca de sua experiência pessoal. Cartas, diários, memórias e autobiografias são
alguns desses documentos que podem ser de grande valia na pesquisa social. [...]
4) Comunicação de massa
Os documentos de comunicação de massa, tais como jornais, revistas, fitas de cinema,
programas de rádio e televisão, constituem importante fonte de dados para a pesquisa
social. Possibilitam ao pesquisador conhecer os mais variados aspectos da sociedade atual e
também lidar com o passado histórico. Neste último caso, com eficiência provavelmente
maior que a obtida com a utilização de qualquer outra fonte de dados. [...] (grifos meus)
O registro dos dados da pesquisa podem ser realizado por meio de compilação manual, em
que o pesquisador anota à tinta ou à grafite, por exemplo, num papel, ou eletrônica, em que o
pesquisador digita todos as anotações em um arquivo de texto, como o do Microsoft Word
(aplicativo do pacote padrão Office do sistema operacional Windows) ou o do Open Writter
(aplicado do pacote padrão Open Office do sistema operacional Linux). Para otimizar a gerência do
tempo despendido nesta etapa, recomenda-se levar para a frente do computador e da escrivaninha
(ou outro ambiente adequado para a digitalização) todo o conteúdo que se vai utilizar no trabalho
acadêmico, o que inclui as bibliografias, os documentos e as anotações. Trata-se, pois, de uma etapa
bastante trabalhosa para se fazer e demanda tempo numa dose inversamente proporcional às
habilidades do pesquisador em utilizar tais metodologias, isto é, quanto mais habilidoso ele for
menor o tempo que ele precisa despender para realizar pesquisas científicas por meio destas
metodologias, mas não é difícil porque basta saber digitar bem, escanear, imprimir, ler bem e
escrever bem (GIFTED, 2015; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
LUNA, 2011; 2012).
33
Codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados em símbolos que
possam ser tabulados. A codificação pode ser feita anterior ou posteriormente à coleta dos
dados. A pré- codificação ocorre frequentemente em levantamentos em que os
questionários são constituídos por perguntas fechadas, cujas alternativas são associadas a
códigos impressos no próprio questionário. [...]
[...] A abordagem tradicional nas ciências sociais é permitir que os códigos emerjam
durante a análise dos dados. Nas ciências da saúde, uma abordagem comum é usar códigos
predeterminados baseados na teoria que está sendo examinada. Nesse caso, os
pesquisadores podem desenvolver um livro de códigos qualitativo, um quadro ou um
registro que contenha uma lista de códigos predeterminados que os pesquisadores utilizam
para codificar os dados. […]
As respostas fornecidas pelos elementos pesquisados tendem a ser as mais variadas. Para
que essas respostas possam ser adequadamente analisadas, torna-se necessário, portanto,
organizá-las, o que é feito mediante o seu agrupamento em certo número de categorias.
Para que essas categorias sejam úteis na análise dos dados, devem atender a algumas regras
básicas [...]:
a) o conjunto de categorias deve ser derivado de um único princípio de classificação;
b) o conjunto de categorias deve ser exaustivo; e
c) as categorias do conjunto devem ser mutuamente exclusivas.
Para que se torne possível o agrupamento de grande número de respostas a determinado
ítem em um pequeno número de categorias, torna-se necessário estabelecer um princípio de
classificação. [...]
Já a tabulação, por sua vez, pode ser feita manualmente, consistindo no uso do lápis e papel,
ou eletronicamente, consistindo no uso de dispositivos eletrônicos, tais como o computador (GIL,
1999). Sobre esta técnica de organização de dados, Gil (1999, p. 169) acentua:
Tabulação é o processo de agrupar e contar os casos que estão nas várias categorias de
análise. Pode haver tabulação simples e cruzada. A tabulação do primeiro tipo, que também
é denominada marginal, consiste na simples contagem das frequências das categorias de
cada conjunto. A tabulação cruzada, por sua vez, consiste na contagem das frequências que
ocorrem juntamente em dois ou mais conjuntos de categorias por exemplo: tabulação dos
casos referentes às categorias de renda e de escolaridade.
desfecho. Quanto ao ordenamento temporal dos enunciados lógicos, ela pode ser: cronológica
horária, a qual ordena primeiro os dados mais antigos e depois os mais recentes; cronológica anti-
horária, a qual ordena primeira os dados mais recentes e depois os mais antigos; ou anacrônica
sequencial, a qual mescla os dados antigos e os recentes, sem priorizar uma ordenação cronológica,
mas formando uma sequência; ou ainda anacrônica não sequencial, a qual mescla os dados antigos e
os recentes, sem priorizar uma ordenação cronológica e sem formar uma sequência (GIFTED, 2015;
GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012).
Quanto ao ordenamento estrutural dos enunciados lógicos, ela pode ser: capitular, ou
unidimensional, a qual estrutura os dados em capítulos ou tópicos, mas sem subdivisões, por essa
razão considerada como sendo unidimensional; subcapitular, ou bidimensional, a qual estrutura os
dados em subcapítulos ou subtítulos; subsubcapitular, ou tridimensional, a qual estrutura os dados
em subsubcapítulos ou subsubtítulos; ou multicapitular, ou polidimensional, a qual estrutura os
dados subdividindo-os em quatro ou mais níveis de profundidade (GIFTED, 2015; GIL, 1999;
2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012).
Quanto ao ordenamento conteudal dos enunciados lógicos, ela pode ser: propedêutica 2, ou
próloga, agrupando os dados numa sequência lógica detalhada passo a passo, priorizando uma
explicação introdutória do tema, facilmente compreensível, normalmente destinada a estudantes
iniciantes; perorativa3, ou epíloga, a qual não prioriza uma estrutura introdutória, ou seja, prioriza as
explicações mais genéricas possíveis, normalmente destinada a pesquisadores e a profissionais
seniores no tema (GIFTED, 2015; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008;
LUNA, 2011; 2012).
Nesta proposta de trabalho, tal técnica foi utilizada quando da interpretação do conteúdo de
livros e documentos aplicáveis ao tema investigado, sem o uso de software específico para tal fim,
mas levando-se sempre em conta o ponto de vista dos seus respectivos autores.
artesanal, uma peça teatral. O TFCC pode ser formalizado ainda como uma revista, um periódico,
um hino, um poema. Percebe-se, então, que a forma do TFCC precisa se adequar ao seu conteúdo;
contudo, existe flexibilidade na sua escolha, sendo todas elas, em geral, permitidas em toda e
qualquer área do conhecimento (GIFTED, 2015; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003;
2007; 2008; LUNA, 2011; 2012; MOURA; FERREIRA, 2006; FERREIRA, 2002).
3 REFERENCIAL TEÓRICO-TEMÁTICO
As pessoas quando se juntam, produzem muito mais que a soma do que produziriam
individualmente. Um grupo sempre tem força, na vivência nos antigos feudos, quando as
pessoas aquartelavam-se em torno de um senhor feudal que, poderoso, possuidor de bens,
dava guarita e proteção dentro seus muros, em troca de vassalagem. A convivência entre
eles era, acima de tudo, garantia de sobrevivência.
[…]
O cooperativismo é uma forma de somar capacidade dentro de um mundo de concorrência.
É uma forma de preservar a força econômica e de vida dos indivíduos de um mesmo padrão
e tipo, com objetivos comuns e com as mesmas dificuldades. A cooperativa quase sempre
surge em momentos de dificuldades e da consciência de fragilidade do homem dentro do
mundo em que atua.
O cooperativismo foi idealizado por vários precursores, mas aconteceu de fato em 1844,
como registra (REIS JÚNIOR 2006), em pleno regime de economia liberal, com a fundação
da Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale (Rochdale Society of Equitable Pioneers),
em Manchester na Inglaterra; associação que, mais tarde, seria chamada de Cooperativa.
[…]
Aconteceu em Rochdale, onde 28 operários, que eram em maioria tecelões, fundamentados
no sentimento de cooperação e mutualidade pregados por Robert Owen e Fourier, dentre
outros; finalmente conseguiu colocar em funcionamento um empreendimento, que a
história registra como marco inicial do cooperativismo.
O cooperativismo evoluiu e conquistou um espaço próprio, definido por uma nova forma de
pensar do homem, sobre seu trabalho e desenvolvimento social. Por sua forma igualitária e
social o cooperativismo é aceito por todos os governos e reconhecido como fórmula
democrática para a solução de problemas sócio-econômicos.
fecundidade, pela sua sobrevivência em terras menos férteis e pela facilidade na sua
multiplicação. Os pinheiros unidos são mais resistentes e ressaltam a força e a capacidade
de expansão.
Verde: Lembra as árvores – princípio vital da natureza e a necessidade de se manter o
equilíbrio com o meio-ambiente .
Amarelo: simboliza o sol, fonte permanente de energia e calor.
Dia Internacional do Cooperativismo: comemorado no primeiro sábado de julho de cada
ano, foi instituído em l923 no Congresso da ACI (Aliança Cooperativa Internacional),
como a confraternização de todos os povos ligados pelo cooperativismo.
[Símbolo/Emblema:] Assim nasceu o símbolo mundialmente conhecido do
cooperativismo: um círculo abraçando dois pinheiros para indicar a união do movimento, a
imortalidade de seus princípios, a fecundidade de seus ideais e a vitalidade de seus adeptos.
Tudo isso marcado pela trajetória ascendente dos pinheiros que se projetam para o alto,
procurando subir cada vez mais.
Bandeira: O cooperativismo possui uma bandeira formada pelas sete cores do arco-íris,
aprovada pela ACI em 1932, que significa a unidade na variedade e um símbolo de paz e
esperança. Cada uma das cores tem um significado específico, conforme demonstrado no
quadro:
(acréscimos e grifos meus)
No Brasil, o cooperativismo, em seu sentido lato sensu, já se fazia presente desde 1610, com
a fundação das primeiras reduções jesuíticas provenientes de Portugal, no fito de tentar impedir a
expansão das correntes religiosas protestantes desencadeadas por João Calvino e Martinho Lutero.
Fundamentando-se no trabalho humano coletivo e solidário como sendo superior à obtenção do
lucro, este estado solidário deu exemplo de sociedade solidária por mais de 150 anos (COOPEDER,
2011). Entretanto, o cooperativismo, em seu sentido stricto sensu, só começou na nação brasileira,
conforme documentos das próprias cooperativas reunidos em algumas pesquisas apresentam, em
1847, tal como Coopeder (2011, s. p.) ressalta:
[…] somente dois séculos depois, em 1847, é que a história registra o início do movimento
cooperativista no Brasil. Foi quando o médico francês Jean Maurice Faivre, adepto das
idéias reformadoras de Charles Fourier, fundou nos sertões do Paraná, juntamente com um
grupo de europeus, a colônia Tereza Cristina, organizada em bases cooperativas. Apesar de
sua breve existência, essa organização contribuiu na memória coletiva como elemento
formador do florescente cooperativismo brasileiro.
A primeira cooperativa de consumo no Brasil foi criada na cidade de Ouro Preto (MG), em
1889. Deste segmento, foi a primeira cooperativa de que se tem registro no Brasil, embora antes
dela já houvessem em operação cooperativas de outros segmentos, tais como o de crédito, o de
habitação e o de agricultura (COOPEDER, 2011; COOPECIC, 2008; OCB, 2008; LIMA, 2004;
SALES, 2010). Sobre estes aspectos e sobre as nuances da evolução do cooperativismo brasileiro,
Coopeder (2011, s. p.) enfatiza:
Outrossim, até a década de 1980, o seu crescimento e o seu desenvolvimento foi lento,
quando comparado àquele presenciado dos idos de 1980 em diante. Por exemplo, no que tange à
regulação do cooperativismo brasileiro, a Constituição Federal de 1988 (Carta Magna) superou a
limitação da Lei 55764/71, que disciplinou a criação de cooperativas, porém restringiu a autonomia
dos associados, interferindo na criação, funcionamento e fiscalização do empreendimento
cooperativo. A Carta Magna de 1988 proibiu a interferência do Estado nas associações, dando início
à autogestão do cooperativismo (COOPEDER, 2011; COOPECIC, 2008; OCB, 2008; LIMA, 2004;
SALES, 2010). Portanto, o trabalho autogestionário brasileiro principiou 141 anos após o advento
do cooperativismo brasileiro.
Não obstante, dos idos de 80 em diante, o cooperativismos tomou impulso, conforme
corroboram alguns autores, que nos emprestam os seus dizeres:
não europeu para a presidência da Aliança Cooperativista Internacional (ACI). Este fato
contribuiu também para o desenvolvimento das cooperativas brasileiras.
No ano de 1998 nascia o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
A mais nova instituição do Sistema “S” veio somar à OCB com o viés da educação
cooperativista. É responsável pelo ensino, formação, profissional, organização e promoção
social dos trabalhadores, associados e funcionários das cooperativas brasileiras.
O cooperativismo brasileiro entrou no século 21 enfrentando o desafio da comunicação.
Atuante, estruturado e fundamental para a economia do País tem por objetivo ser cada vez
mais conhecido e compreendido como um sistema integrado e forte.
Nos idos de 1980, a nação brasileira atravessava forte crise econômica, marcada por um
período de estagnação formado com uma retração agressiva da produção industrial. Nesta época
foram verificadas reduções no PIB, sendo que o crescimento médio que era de 7% (anos 70) caiu
para 2% na década de 80. A dívida pública brasileira com os EUA, bem como as taxas
internacionais de juros cresceram vertiginosamente. A política fiscal expansionista adotada no
governo brasileiro aumentava continuamente a dívida pública interna. Por essas razões, esta fase da
economia brasileira foi denominada “a década perdida”. Seus efeitos estrondosamente negativos se
alastraram rapidamente por toda a América Latina.
Neste diapasão, o enxutamento dos postos de trabalho, aliado à complexidade dos conselhos
de fábrica e dos conselhos populares, forçou milhões de famílias a procurarem algum caminho
alternativo que fornecesse os meios necessários para a sua subsistência. Daí, o cooperativismo
inglês, que já se principiava na nação brasileira, começou a ganhar formas distintas visando atender
às necessidades de grupos de famílias de baixa e de baixíssima renda desempregadas (SOUZA et al,
2015). Sobre o seu advento na nação brasileira, Souza et al (2015, p. 3) e Lima (2004, p. 14)
salientam:
No Brasil, a Economia Popular Solidária tem sua origem histórica nas práticas produtivas
associativas e solidárias entre membros de uma mesma comunidade, etnia ou classe social.
O Estado brasileiro vivencia visível transformação social em virtude da ampla e crescente
crise do trabalho intensificada a partir dos anos 80, notadamente em função da
desindustrialização que implica a perda de milhões de postos de trabalho; a abertura do
mercado, que acirra a competência global e o desassalariamento em massa; o desemprego
maciço e de longa duração. Diante de tantas mudanças, o Governo brasileiro assume
compromissos diversificados no tocante à participação social, destacando-se o seu
reconhecimento como direito legítimo, à luz da Declaração Universal dos Direitos
Humanos e da Constituição da República Federativa do Brasil, ano 1988.
De fato, desde 2003, o Governo Federal passa a investir na construção de uma política
nacional de Economia Solidária, reconhecendo o acúmulo de esforços de milhares de
47
elas deixariam de realizar diretamente. Isto aconteceu com empresas elétricas, telefônicas,
bancos e indústrias. Mais que cooperativas com propostas autogestionárias de autonomia
dos trabalhadores, elas podem ser chamadas de “pragmáticas” ou, em outros termos,
voltadas à terceirização de atividades com o objetivo de reduzir custos com a força de
trabalho. E a aceitação pelos trabalhadores é igualmente “pragmática”: a manutenção de
emprego.
Para o filósofo australiano Peter Albert David Singer, a ES consiste em outro modo de
produção, cujos princípios básicos são a propriedade coletiva ou associada do capital e o
direito à liberdade individual. Baseia-se, ainda, na autogestão e, sobretudo, em lutas
emancipatórias que modifiquem as instituições para a concretização de práticas
democráticas e constituição de redes cooperativas. Tal confronto torna-se mais e mais
comprometedor, uma vez que o capitalismo prevalece há tanto tempo que paira certa
tendência para considerá-lo “normal ou natural.” Neste sentido, a economia de mercado
deve ser cada vez mais competitiva face à existência de sociedades profundamente
desiguais.
De mais a mais, a Economia Solidária pode ser entendida como um conjunto de ações
produtivas realizadas coletivamente que, a priori, tratam-se de uma alternativa de trabalho, de renda
e de inclusão social, e, a posteriori, de um trabalho autogestionário pautado na solidariedade, na
liberdade individual e coletiva, na valorização do trabalho humano e no desenvolvimento
sustentável capaz de devolver aos seus membros parte da dignidade extraída por meio da
marginalização e da segregação provocadas pelas forças produtivas capitalistas acentuadamente
competitivas e excludentes do século XXI (SOUZA et al, 2015).
Fortalecer o movimento de Economia Solidária significa dar uma chance à ressignificação
identitária de milhões de famílias marginalizadas e ou segregadas pelo sistema capitalista,
concedendo-lhe um trabalho humano, digno, solidário, em que elas são devidamente valorizadas e
ainda auferem renda para a sua subsistência. Por essa razão este movimento merece reconhecimento
social, apoio de entes estatais e empresariais, políticas públicas melhor elaboradas e implementadas
em seu favor (SOUZA et al, 2015). É por essa razão, que os Empreendimentos Econômicos
Solidários mantêm-se ininterruptamente na busca por apoio do Estado para o crescimento e o
desenvolvimento do movimento de Economia Solidária. E com bons resultados, tais como Lima
(2004, p. 10) explana o mais pormenorizadamente possível:
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Hoje, o FBES4 está organizado em todo o país em mais de 160 Fóruns Municipais,
Microrregionais e Estaduais, envolvendo diretamente mais de 3.000 empreendimentos de economia
solidária, 500 entidades de assessoria, 12 governos estaduais e 200 municípios pela Rede de
4
Vide anexo 1 intitulado O FÓRUM BRASILEIRO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA (FBES), na página 103.
51
Gestores em Economia Solidária. Fruto do processo histórico que culminou no I Fórum Social
Mundial (I FSM), o FBES contou com a participação de 16 mil pessoas vindas de 117 países, nos
dias 25 a 30 de janeiro de 2001. Dentre as diversas oficinas, que promoviam debates e reflexões,
1.500 participantes acotovelam-se na oficina denominada “Economia Popular Solidária e
Autogestão” onde se tratava da auto-organização dos/as trabalhadores/as, políticas públicas e das
perspectivas econômicas e sociais de trabalho e renda. De modo sintético, a Economia Solidária
brasileira pode ser esquematizada do seguinte modo:
Foi concluída recentemente a Pesquisa Amostral de Sócios e Sócias de EES no Brasil 5, parte
integrante do Projeto SIES. As cinco regiões do Brasil foram percorridas por 60 entrevistadores, que
5
Mais informações podem ser obtidas no site http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF80808148EC2E5E014A394E
6975707C/Acontece%20SENAES%202014%20-%20SES%20e%20Atlas.pdf.
52
durante três meses aplicaram quase 3 mil questionários, com integrantes de 510 empreendimentos
econômicos solidários sorteados. A Pesquisa de Sócios e Sócias procurou conhecer mais
profundamente os integrantes do quadro social dos empreendimentos solidários, saber as razões de
sua opção pela Economia Solidária, os benefícios que a mesma lhes traz, suas expectativas e
aspirações. Assim, buscou-se compreender a economia solidária de um ponto de vista fundamental:
seus protagonistas. Através desses novos dados, será possível ver a trajetória destes atores, avançar
no entendimento sobre as suas condições de vida e as mudanças provocadas pela participação na
Economia Solidária. A seguir, apresentamos alguns dados gerais da pesquisa (MTE, 2013).
De acordo com referida pesquisa, do total de sócios e sócias dos EES brasileiros
quantificados até 2013, 11,8% pertenciam à faixa etária de 29 anos ou menos, 20,2% entre 30 e 39
anos, 26,8% entre 40 e 49 anos, 23,8% entre 50 e 59 anos, 17,4% com 60 anos ou mais. Deste total,
47% pertencem à categoria social dos agricultores e familiares, 14% à categoria social dos
assentados na Reforme Agrária, 12% à dos artesãos, 5% à dos catadores, 3% à dos técnicos ou
profissionais de nível superior, 3% à dos pescadores ou marisqueiros, 6% à dos outros trabalhadores
autônomos, 7% à dos sócios e sócias que nenhuma categoria social declararam, e 3% à outra
categoria social, diferente das escolhas oferecidas como opção de resposta no questionário (MTE,
2013).
Como principal atividade econômica exercida no EES, 47% apontaram a comercialização de
produtos de sua unidade econômica, 17% apontaram o trabalho remunerado na produção, prestação
de serviços ou administração, 16% apontaram o consumo, o uso de infraestrutura ou de bens e
serviços, 1% apontou a troca de produtos ou serviços, 1% apontou a poupança, o crédito ou as
finanças solidárias, 15% apontaram nenhuma atividade econômica e 3% apontaram outra resposta,
diferente das escolhas oferecidas como opção de resposta no questionário (MTE, 2013).
Da referida entrevista, 93% dos entrevistados informaram que já frequentaram a escola, 7%
informam que não a frequentaram, 49% informam ter ensino fundamental incompleto, 13% o
ensino fundamental completo, 24% o ensino médio completo, 5% o ensino superior completo e 2%
a pós-graduação completa (MTE, 2013).
Quanto à importância do empreendimento solidário como fonte de renda, 33% informaram
que a renda é complementar em relação aos rendimentos principais, 35% informaram que sua renda
não depende do EES, 29% informaram que o EES é fonte principal de renda, 1% não souberam
responder, 2% informaram outra resposta, diferente das escolhas oferecidas como opção de resposta
no questionário e 0% não declarou (MTE, 2013).
Quanto à renda média dos que exercem atividades de comercialização, em reais (R$), foi
apurado R$416,76 para os catadores, R$1.145,47 para os assentados, R$1.212,72 para os
agricultores familiares, R$516,17 para os artesãos, R$455,30 para os pescadores artesanais,
R$928,59 para os outros trabalhadores autônomos e R$1.003,07 como a renda média geral dos
sócios e sócias dos EES brasileiros quantificados até 2013 (MTE, 2013).
Quanto aos motivos que pesam mais fortemente para o sócio ou a sócia continuar no EES 6,
82,4% informaram que é para participar de uma atividade coletiva, 79,4% para fortalecer a
comunidade ou movimentos sociais, 76,6% para trabalhar no que gosta, 74,2% para melhorar a sua
renda ou o seu nível de vida, 68,8% para para acreditar na ES, 55,3% para trabalhar com mais
comodidade, quanto ao horário ou local, 46,9% para receber apoio de entidades ou do governo,
46,8% para evitar o desemprego, 15,3% outro motivo (MTE, 2013).
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária,
vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (SIES-MTE), no Brasil, até 2014, foi quantificado
um total de 19.708 Empreendimentos Econômicos Solidários (EES), compostos por um total de
1.423.631 sócios. Sua distribuição geográfica foi retratada do seguinte modo: 16% na região Norte,
compostos por 20% do total de sócios; 10% na região Centro-Oeste, compostos por 8% do total dos
6
Foi permitido marcar mais de uma opção.
53
sócios; 17% na região Sul, compostos por 27% dos sócios; 16% na região Sudeste, compostos por
8% do total de sócios; e 41% na região Nordeste (a maior parcela), compostos por 37% do total de
sócios. Do total de sócios foram quantificados que 44% é composto por mulheres e 56% por
homens. Do total de EES, 60% são organizados na forma de associação, 30,5% na forma de grupo
informal, 8,9% na forma de cooperativa, e 0,6% na forma de sociedade mercantil (MTE, 2014).
No grupo das associações solidárias, foram quantificados 8.229 (69%) EES atuando no meio
rural, 2.443 (21%) EES atuando no meio urbano e 1.150 (10%) EES em ambos os meios (urbano e
rural). No grupo dos grupos informais solidários, foram quantificados 1.926 (32%) EES atuando no
meio rural, 3.538 (59%) EES no meio urbano e 554 (9%) EES em ambos os meios (urbano e rural).
No grupo das cooperativas solidárias, foram quantificados 598 (34%) EES atuando em meio rural,
804 (46%) EES atuando em meio urbano e 338 (20%) EES atuando em ambos os meios (urbano e
rural). No grupo das sociedades mercantis solidárias, foram quantificados 40 (31%) atuando em
meio rural, 71 (56%) atuando em meio urbano e 16 (13%) atuando em ambos os meios (urbano e
rural) (MTE, 2014).
Do total dos EES quantificados na nação brasileira até 2014, 56,2% indicaram a produção
como sendo a sua atividade econômica principal, 20% indicaram o consumo como atividade
econômica principal, 13,3% indicaram a comercialização, 6,6% a prestação de serviços ou trabalho
a terceiros, 2,2% a troca e 1,7% a poupança, crédito ou finanças solidárias (MTE, 2014).
No grupo dos EES produtivos, foram quantificados 5.737 (82%) EES atuando no meio rural,
4.183 (43%) atuando no meio urbano e 1.160 (10%) atuando em ambos os meios (urbano e rural).
No grupo dos EES consumistas, foram quantificados 3.336 (85%) EES atuando no meio rural, 400
(10%) EES atuando no meio urbano e 209 (5%) EES atuando em ambos os meios (urbano e rural).
No grupo dos EES comerciantes, foram quantificados 983 (37%) EES atuando no meio rural, 1.259
(48%) EES atuando no meio urbano e 386 (15%) EES atuando em ambos os meios (urbano e rural).
No grupo dos EES prestadores de serviços ou trabalho a terceiros, foram quantificados 251 (19%)
EES atuando no meio rural, 825 (64%) EES atuando no meio urbano e 220 (17%) EES atuando em
ambos os meios (urbano e rural). No grupo dos EES trocadores, foram quantificados 281 (65%)
EES atuando no meio rural, 125 (29%) EES atuando no meio urbano e 24 (6%) EES atuando em
ambos os meios (urbano e rural). No grupo dos EES poupadores ou concessores de créditos ou de
finanças solidárias, foram quantificados 205 (62%) EES atuando no meio rural, 64 (20%) EES
atuando no meio urbano e 59 (18%) EES atuando em ambos os meios (urbano e rural) (MTE,
2014).
Quanto ao motivo da criação7 dos EES, 46,2% indicaram alternativa ao desempenho, 48,8%
indicaram fonte complementar de renda, 43% para obter maiores ganhos associativamente, 40,7%
para formar atividades onde todos são donos, 14,3% para atuar profissionalmente, 21% para acessar
financiamentos e apoios, 3% para recuperar empresa falida, 19,3% por motivação social,
filantrópica ou religiosa, 28,6% para desenvolvimento comunitário, 16% para alternativa
organizativa e de qualificação, 15,8% para receber os incentivos de políticas públicas, 7,7% para
formar organização econômica de beneficiários de políticas públicas, 9,7% para fortalecer seu
grupo étnico, 8,2% para produzir e comercializar produtos orgânicos ou ecológicos (MTE, 2014)8.
O Governo Federal, interessado em erradicar a extrema pobreza da nação brasileira,
desenvolveu por meio de articulações interministeriais, o Projeto Brasil Local, voltado para o
desenvolvimento local, o fortalecimento comunitário e a geração de trabalho e renda por meio da
Economia Solidária tendo como fio condutor a atuação de Desenvolvimento Solidário (CÁRITAS,
2009; 2010; 2012; 2016; MTE, 2013; AACC, 2010). Em 2009 foi celebrado o Convênio nº
723.610,
7
Foi permitido marcar mais de uma opção.
8
Mais informações podem ser obtidas no site http://acesso.mte.gov.br/ecosolidaria/sistema-nacional-de-informacoes-
em-economia-solidaria/ clicando-se no link Estudos e publicações gerados com os dados do SIES, e, em seguida, em
Acesse aqui o livro "A Economia Solidaria no Brasil: uma análise dos dados nacionais" e o álbum "Faces da Economia
Solidária no Brsasil, onde é permitido o seu download.
54
O CFES Nacional iniciou suas atividades em 2009, tendo como objetivo formar
educadores(as) da e para a Economia Solidária na perspectiva de fortalecer o projeto de
sociedade justa, sustentável e solidária. E o Brasil Local é um projeto voltado para o
desenvolvimento local, o fortalecimento comunitário e a geração de trabalho e renda por
9
A Cáritas Brasileira é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e integra a rede Cáritas
Internationallis. Ela é “uma entidade de promoção e atuação social que trabalha na defesa dos direitos humanos, da
segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável solidário. Sua atuação é junto aos excluídos e excluídas em
defesa da vida e na participação da construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural” (CÁRITAS, 2009;
2010; 2012; 2016).
10
Uma organização social de interesse público (Oscip), com sede em Natal-RN, que tem como missão "contribuir com a
autodeterminação das agricultoras e agricultores familiares do Rio Grande do Norte através dos processos de
agroecologia, economia solidária e convivência com o semiárido" (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
11
É formada por empreendedores(as) que buscam produzir, comercializar, consumir e ter acesso ao crédito, com
relações justas de parcerias, para a inclusão social (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
12
É uma entidade de assistência social, sem fins lucrativos e tem como missão promover ações de voluntariado e de
solidariedade, apoiando grupos e comunidades organizadas em busca da transformação e justiça social. Sua atuação é
fundamentada na educação popular, possui como campo preferencial de trabalho a economia solidária, o voluntariado e
a assessoria a projetos sociais (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
13
É uma instituição de direito privado, sem fins lucrativos, destinada a apoiar a realização de projetos de
desenvolvimento tecnológico, de pesquisa, de ensino e de extensão, da COPPE e demais unidades da UFRJ. Seu
público é composto por órgãos governamentais, privados, entidades multilaterais e empresas privadas nacionais e
estrangeiras (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
14
Guayí significa "semente", no idioma Guarani (grupo indígena da região Sul do Brasil). Tem como objetivo estimular
a auto-organização da sociedade para a defesa de seus direitos, na perspectiva generosa e solidária de um outro mundo
possível, onde haja socialização dos frutos do desenvolvimento e de todas as dimensões do poder, com respeito às
diferenças, não sendo estas motivo de desigualdade social (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
15
Entidade privada sem fins lucrativos, que desenvolve serviços de consultorias e pesquisas em agronegócio, meio
ambiente, agricultura familiar, e fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e
avaliação de políticas e programas de desenvolvimento (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
16
É uma associação civil com fins não econômicos, de âmbito nacional, de natureza democrática, cujos fundamentos são
o compromisso com a defesa dos reais interesses da classe trabalhadora, a melhoria das condições de vida e de trabalho
das pessoas, a eficiência econômica e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira, com base
nos valores da democracia e da justiça social (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
17
É uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, sediada em Recife - PE. Possui núcleos operacionais nos
estados do Piauí, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Goiás. Constitui-se como instrumento para ressaltar
a força positiva do trabalho, como agente real da produção e, deste modo, fortalecer a participação estrutural do mundo
do trabalho, no controle político e profisisonal de processos sócio-produtivos, através da constituição de
empreendimentos solidários que impulsionem um novo tipo de desenvolvimento que possibilite o exercício da
sociabilidade do trabalho (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016).
55
Então, são nove as entidades promotoras do Projeto Brasil Local: a Cáritas Brasileira, que o
implementa em âmbito nacional, e as demais oito entidades citadas, que o implementa nas
diferentes regiões da nação brasileira, realizando ações temáticas voltadas para a consolidação dos
princípios da Economia Solidária brasileira (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016; MTE, 2013;
AACC, 2010; AVESOL, 2016). Sobre estes aspectos, Cáritas (2010, p. 5) acentua:
Em se tratando da trajetória do Projeto Brasil Local, vale ressaltar que antes de sua
implementação definitiva em 2009, o Governo Federal implementou, como de praxe, projeto pilotos
testando a sua viabilidade e utilidade pública (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016; MTE, 2013;
AACC, 2010; AVESOL, 2016).
Por exemplo, em 2005, a SENAES e outros parceiros do governo federal iniciaram um
projeto-piloto, denominado Projeto de Etnodesenvolvimento Econômico Solidário, de
desenvolvimento local, direcionado a 155 comunidades quilombolas de diferentes territórios
brasileiros (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016; MTE, 2013; AACC, 2010; AVESOL, 2016). Por
meio da utilização de instrumentos específicos de planejamento, de ferramentas e de metodologias
para conhecimento mais amplo da realidade local, foram identificadas nestas localidades
“potencialidades e necessidades reais, técnicas e materiais, mapeada a situação de iniciativas
coletivas já existentes e realizadas atividades de apoio à organização de novos núcleos para
potencialização da produção local”. Este projeto-piloto foi bem sucedido, razão pela qual o Governo
Federal decidiu ampliá-lo para outros segmentos, além dos quilombolas (CÁRITAS, 2009; 2010, p.
6; 2012; 2016; MTE, 2013; AACC, 2010; AVESOL, 2016).
Daí, em 2006, foi implementado o Projeto de Promoção de Desenvolvimento Local e
Economia Solidária (PPDLES), ampliando, então, o projeto-piloto anterior a outros segmentos,
além dos quilombolas. Foi constituída uma rede de Agentes de Desenvolvimento Solidário, a priori,
contando com 252 agentes, e, a posteriori, em 2007, com mais de 331 agentes. Desde 2006, o
PPDLES apoiou mais de 1500 iniciativas e Empreendimentos Econômicos Solidários, alcançando
cerca de 138 mil pessoas (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016; MTE, 2013; AACC, 2010;
AVESOL, 2016).
Foi em 2008 que, tendo sido bem sucedida a implementação dos projetos-piloto
mencionados, o Governo Federal reformulou interministerialmente a estratégia do Projeto, focando-
a cada vez mais no empoderamento das comunidades locais enquanto tarefa de reafirmação do
desenvolvimento local, decidiu alterar e alterou a denominação do PPDLES para Projeto Brasil
Local – Desenvolvimento e Economia Solidária (CÁRITAS, 2009; 2010; 2012; 2016; MTE, 2013;
AACC, 2010; AVESOL, 2016).
56
4.1.1 Fundação
Diante do cenário exposto, e ancorados na tese proposta por Demo (1988), para quem
“participação é conquista”, os movimentos organizados na área de ES, em Teresina, sempre
defenderam a criação de um espaço aglutinador dos setores sensíveis à estruturação de uma
política pública nesse âmbito, o que, efetivamente, se dá no município graças à instalação
do FMEPS – TE, em 21 de fevereiro de 2014, contando com a solicitação de adesão de 40
entidades no referido ato (SOUSA; TEIXEIRA, 2015).
Em tão importante espaço, concentram-se, a partir de então, os principais atores
responsáveis pelo movimento na capital, juntamente com as respectivas instâncias
representativas. Ocorre, ainda, o fortalecimento do diálogo com as organizações
governamentais e da sociedade civil em geral, como forma de reconhecimento e de
valorização das políticas públicas de ES, as quais, em conjunto, aglutinam forças para a
criação de espaços legítimos de diálogo, participação cidadã e controle social, visando à
institucionalização da ES na capital.
4.1.2 Participantes
A Lei Municipal de Economia Solidária de Teresina foi elaborada por seus legisladores
locais (vereadores) com base em reuniões realizadas com participantes dos EES e do FMEPS-TE, e
aprovado por seu Executivo local, levando-se em consideração os seguintes fatos: a) a região
nordeste concentra o maior percentual de EES do país; b) Piauí e Teresina, tal como a região
Nordeste, tem um número substancial desses empreendimentos c) em 2005, o Estado do Piauí
contava com 1.066 empreendimentos de Economia Solidária (7,1% do EES brasileiros), espalhados
por 224 municípios; d) em 2007, Teresina contava com 124 EES registrados no SIES (Sistema
Nacional de Economia Solidária); e) a Secretaria Municipal de Economia Solidária de Teresina
(SEMEST) atualmente acompanha 10.000 (dez mil) EES, que realizam atividades formais e
58
informais nos mais diversos setores de produção e serviços (SEMPLAN, 2010; SOUZA et al,
2015). Sobre esta Lei e sobre as iniciativas públicas municipais em Teresina em prol do movimento
de ES local, alguns autores nos emprestam os seus dizeres:
As vivências coletivas possibilitadas pela criação do FMEPS-TE são tidas como importantes
para todos os participantes do movimento, que, juntos e alinhados com os princípios de Economia
Solidária e normas do regimento interno do fórum, discutem as políticas públicas para o
movimento, mediam e articulam experiências, recebem capacitação específica de acordo com as
necessidades de cada EES, e contatam gestores públicos conscientizando-os da importância da ES
para a economia local e solicitando apoios pontuais (SOUZA et al, 2015; PORTAL PMT, 2015, s.
p.; FBES, 2016a; 2016b; 2016c; 2016d; 2016e; 2016f). Sobre estes aspectos, Souza et al (2015, p.
9) salienta:
para a estruturação do municipal. Ali vimos como era importante o estar junto. Então,
começamos a ter iniciativa de pensar algo semelhante para Teresina. Nós, sociedade civil,
tínhamos a necessidade de um espaço onde os movimentos pudessem discutir as políticas.
Um local onde se pudesse mediar e articular; local que servisse de ponte entre
empreendimentos, capacitadores e gestores públicos, ou seja, de interlocutor para essas
entidades.”
Ainda a respeito do item em pauta, os membros ouvidos no estudo ressaltam, com certa
frequência, a importância de registrar sua própria história e documentar sua caminhada.
Nesse momento, insistem na importância de possuírem instrumentos normativos
construídos por eles: “Alegra-nos saber que já construímos alguma coisa, isto é, já temos
nosso Regimento Interno, com as regras como vamos nos relacionar. Temos, inclusive, ata
de fundação do Fórum” (representante de EES). Acrescentam também: “Nós mesmos
decidimos que queremos nos encontrar a cada dois meses, em reunião. Também falamos
que a Coordenação Geral deve se reunir todo mês. Para dizer a verdade, isto não está sendo
bem seguido, mas para melhorar só depende de nós” (representante de AF).
Então, percebe-se que são ricas as experiências compartilhadas no FMEPS-TE por seus
participantes bem como os treinamentos que neles são oferecidos para todos aqueles que já fazem
parte do movimento ou se interesse a ele pertencer (SOUZA et al, 2015). A Coordenação Geral do
FMEPS-TE reúne-se uma vez por mês, e convoca uma reunião com todos os participantes uma vez
a cada dois meses (SOUZA et al, 2015). Ás vezes, a convocação para a reunião geral é
negligenciada, mas os coordenadores buscam contornar esta situação incentivando os participantes,
mostrando para eles os benefícios oriundos desta participação coletiva geral em prol dos avanços
locais do movimento em geral e de cada um dos seus EES em específico (PORTAL PMT, 2015, s.
p.; FBES, 2016a; 2016b; 2016c; 2016d; 2016e; 2016f; SOUZA et al, 2015).
Digno de nota, que toda a trajetória dos EES de Teresina são documentados por meio do e
no FMEPS-TE (SOUZA et al, 2015). A documentação da caminhada do Movimento de Economia
Solidária teresinense é realizada por meio de: a) atas da fundação do fórum e das suas reuniões; b)
relatórios de desempenho dos EES, caracterizando os seus avanços e seus desafios peculiares, e
traçando planos de ação concretos em busca de melhorias; c) regimento interno elaborado pela
Coordenação Geral e unanimemente aprovado em reunião com todos os participantes (SOUZA et
al, 2015; FBES, 2016a; 2016b; 2016c; 2016d; 2016e; 2016f; PORTAL PMT, 2015, s. p.).
Por meio das entrevistas que Souza et al (2015) realizaram com membros de
Empreendimentos Econômicos Solidários participantes do FMEPS-TE, foram constatados avanços,
no que concerne ao fortalecimento do movimento, por meio da troca de saberes teóricos e práticos,
articulação com a esfera pública e a sociedade civil na busca por apoio, mas também desafios, no
que diz respeito à infraestrutura física das suas instalações, a dinâmica do seu funcionamento, pouca
capacitação de seus membros e pouco apoio estatal. Nas palavras de Souza et al (2015, p. 12):
“Não temos sede, por enquanto, mas temos local de referência onde nos encontramos [no
caso, as instalações da SEMEST]” (representante de AF).
Portanto, apesar dos desafios vencidos, o FMEPS-TE tem se mostrado como uma conquista
fundamental para os referidos movimentos sociais no fito de promover o incremento tanto para
Empreendimentos Econômicos e Solidários quanto para entidades de apoio e fomento e instâncias
governamentais, o que “conduz, sempre, à consolidação da economia local e sustentável” (SOUZA
et al, 2015, p. 13; FBES, 2016a; 2016b; 2016c; 2016d; 2016e; 2016f; SEMPLAN, 2010).
4.2.1 Fundação
4.2.2 Participantes
Poucas pessoas sabem, mas Belo Horizonte e a região metropolitana da capital possuem
uma rede de economia popular solidária, com produtos de alimentação, cosméticos,
confecções e artesanato. Todos os anos os comerciantes organizam uma feira de natal, e
também atuam semanalmente na Feira Hippie.
"Os empreendimentos de economia solidária - que podem ser associações, cooperativas ou
empresas que têm no estatuto a questão da gestão coletiva - não possuem patrão, os
trabalhadores têm o mesmo tempo de trabalho e, ao final do mês, recebem o mesmo salário.
65
Além disso, nos preocupamos com a questão da preservação do meio ambiente", explica
Rodrigo Pires Vieira, Secretário Regional da Cáritas de Minas Gerais. Em média, 500
pessoas participam da rede na região de BH (cerca de 110 empreendimentos). E aqui
também são realizados o Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária, o Fórum
Metropolitano de Economia Popular Solidária e fóruns municipais semanais.
"Também é visada a flexibilidade de horários. Uma mulher que trabalha na rede e tem filho,
por exemplo, pode chegar depois de levar a criança na escola. Existe a preocupação com o
preço justo dos produtos", comenta Rodrigo. Ele também ressalta a importância da intenção
de construir um movimento de resistência ao capitalismo.
Alternativa à economia capitalista
O secretário executivo do Fórum Metropolitano, Belmiro Alves de Freitas, deixa claro que
as redes são instrumentos utilizados para manutenção e fortalecimento do movimento e
afirma que são quatro as principais reivindicações da Economia Solidária: capacitação e
formação política, comercialização de produtos e serviços, criação do marco regulatório e
jurídico e financiamento.
Como participar
Uma das principais referências em economia solidária na capital é loja Arte Mostra
Solidária, composta por 21 empreendimentos que produzem artesanato de diversas matérias
primas. Ela funciona desde 2007 na Av. dos Andradas (nº 367, Edifício Central).
Os interessados em participar da rede devem se auto-organizar - são necessárias, no
mínimo, cinco pessoas para compor o coletivo. As reuniões do fórum municipal são
realizadas durante todas as segundas e terças-feiras, no Centro Público da Praça da Estação.
[…] Faz parte, também, da política de geração de renda da PBH, o apoio à Economia
Popular Solidária, que é dado através do Centro Público de Economia Solidária-BH (CPES-
BH), inaugurado em 2007. Em 2008 foi responsável pelo atendimento especializado a
1.164 pessoas e a 229 grupos produtivos; pela divulgação, promoção e apoio de 618
oportunidades de formação e de 446 oportunidades de produção-comercialização-consumo
solidários, entre estas a participação em eventos e organização de feiras para fomentar a
comercialização de produtos da EPS.
O Centro Público é um espaço multifuncional criado para promover, apoiar e agregar as
diversas iniciativas no campo da economia solidária, e onde são abrigadas e desenvolvidas
um conjunto de atividades de articulação, assessoramento, formação e capacitação,
produção e comercialização tanto de organismos governamentais, quanto de organizações
não governamentais e de empreendimentos econômicos solidários de Belo Horizonte.
A implantação do Programa Municipal de Qualificação (PMQ) foi um grande avanço em
2007, no sentido da unificação das ações de qualificação profissional desenvolvidas pelos
diversos órgãos do município. As ações desse Programa destinam-se a pessoas com mais de
16 anos, que se encontram em situação de vulnerabilidade social, beneficiários dos
programas sociais desenvolvidos no âmbito da PBH, e desempregados cadastrados no Sine
Centro – NIAT, SINE Barreiro e no SINE Venda Nova. Em 2008 foram atendidos 3.263
trabalhadores, por meio de cursos de aperfeiçoamento profissional, cursos técnicos e
formação básica. E mais 32.614 trabalhadores receberam treinamentos psicoprofissionais.
possui também uma rede formada por 50 organizações da sociedade civil, filantrópicas e
assistenciais, que atuam na formação social, cultural, política, econômica e profissional dos
trabalhadores e no apoio, fomento e assessoramento dos empreendimentos. Em todo o Brasil, mais
de 20 centros solidários são vinculados ao Governo Federal (PREFEITURA DE BH, 2016;
BRASIL DE FATO, 2016; REVISTA FÓRUM, 2016; FACES DO BRASIL, 2016).
Os desafios no desenvolvimento da EcoSol de BH estão atrelados aos dos seus
Empreendimentos Econômicos Solidários (EESs), dentre os quais encontram-se: a) a rotatividade
da força de trabalho; b) as dificuldades de gestão, ligadas à falta de capacidade técnica e ausência
de sucessores líderes na diretoria dessas organizações; c) os desafios contábeis e financeiros no que
diz respeito ao manuseio das informações; e d) os obstáculos enfrentados durante a formalização
dos Empreendimentos Solidários (SOUZA et al, 2014). Além destes, Souza et al (2014, p. 10)
acentuam:
Souza et al (2014) terminam o seu trabalho sugerindo novos estudos na área de Economia
Solidária que investiguem os Empreendimentos Econômicos Solidários não formalizados, de
diferentes atividades, no fito de comparar as dificuldades entre as organizações informais e as
formais.
4.3.1 Fundação
bandeiras de luta, que são produção, comercialização, consumo solidário, finanças solidárias,
formação e marco legal (PREFEITURA NOVO HAMBURGO, 2016).
4.3.2 Participantes
Art. 7º. Compõem o Fórum Municipal de Economia Popular Solidária de Novo Hamburgo:
I. Empreendimentos econômicos solidários urbanos e rurais (redes, cooperativas,
associações, empresas de autogestão, segmentos das trocas solidárias, grupos informais e
empreendimentos individuais consolidados) com direito a voz e voto;
II. Consideram-se as seguintes categorias de empreendimentos econômicos solidários:
grupo familiar – formado por dois ou mais componentes de uma mesma família,
independente do que for produzido; - grupo informal – junção de dois ou mais
empreendimentos que visam, em conjunto, a comercialização, mas com produção
independente; - grupo informal e coletivo – aquele grupo que vivencia as etapas da
organização, produção e comercialização de modo coletivo; grupo social – seus integrantes
são oriundos de atividades fomentadas por órgãos públicos, organizações não-
governamentais, e outras instituições sociais, e vivenciam as etapas da organização,
produção e comercialização de modo coletivo.
III. Especialmente para os grupos sociais – destaca-se que o voto deve ser dos integrantes
dos empreendimentos, e não de seus representantes institucionais.
IV. Empreendimentos econômicos solidários em potencial (familiares, e grupos vinculados
ao poder público), buscando aos poucos sua autogestão e autonomia, com direito a voz e
voto;
V. Entidades de apoio, fomento e assessoria, movimentos sociais, gestores públicos
municipais, estaduais e federais parceiros e apoiadores com direito a voz e a voto, desde
que tenham participação e presença efetiva nas reuniões do FMEPS/NH.
§ 1o Os empreendimentos, entidades e gestores interessados em participar do FMEPS/NH
deverão apresentar à coordenação sua carta de adesão e relação dos seus membros bem
como amostra de seus produtos no local pré-determinado (no caso específico dos
empreendimentos) e um relato de sua experiência.
§ 2o Os empreendimentos, entidades e gestores participantes poderão, a qualquer tempo, se
desligar do FMEPS/NH, mediante comunicação, por escrito, à Secretaria Executiva.
§ 3o Poderão participar das reuniões do FMEPS/NH como observadores, pessoas físicas
convidadas com direito a voz e não a voto, e nem a ser votado, desde que previamente
agendado com a coordenação do Fórum.
§ 4o Cabe às entidades de assessoria e fomento desenvolver ações em várias modalidades,
como capacitação, assessoria, incubação, pesquisa, acompanhamento e fomento a crédito,
respeitando a autonomia do FMEPS. Estas entidades devem incluir em seus projetos anuais
ações dirigidas ao fortalecimento do Fórum Local, subsidiarem o Fórum na elaboração e
fomento de políticas públicas.
criado somente em 2011 (há cerca de 5 anos), objetivando, consoante o seu artigo 4º e 5º:
Em seguida, Rosa (2013) deixa claro que, atualmente, as políticas públicas de Economia
Solidária implementadas em Novo Hamburgo estão estruturadas em cinco eixos, quais sejam: 1)
apoio à comercialização: com a realização de feiras coletivas e a criação de uma loja para a
economia solidária, localizada no centro da cidade, e administrada de forma autogestionária por 17
empreendimentos locais; 2) formação em economia solidária e constituição de novos
empreendimentos: foi estabelecido um grupo de trabalho municipal para formação em autogestão e
economia solidária. Este grupo é responsável pela elaboração de cursos e oficinas que são
71
Art. 8º. Estabelece-se uma rotina de realização de reuniões, de acordo com os interesses e a
necessidade dos empreendimentos vinculados ao Fórum.
I. Prevê-se um calendário com reuniões dos participantes do FMEPS/NH quinzenalmente,
com duas horas de duração, cada uma.
II. Uma reunião será destinada à formação sobre Economia Solidária e outros temas de
importância para o Movimento local, e outra reunião para assuntos gerais, administrativos e
de esclarecimentos sobre a organização dos empreendimentos e seus processos diversos.
III. É obrigatória a participação mínima de representantes dos grupos de acordo com as
seguintes categorias: grupo familiar – formado por dois ou mais componentes de uma
mesma família, – um representante, independente do material e do modo de produção; -
grupo informal – junção de dois ou mais empreendimentos que visam, em conjunto, a
comercialização, mas com produção independente – todos devem estar presentes às
reuniões; - grupo informal coletivo – aquele grupo que vivencia as etapas da organização,
produção e comercialização de modo coletivo – um representante por grupo; grupo social –
seus integrantes são oriundos de atividades fomentadas por órgãos públicos, organizações
não-governamentais, e outras instituições sociais, e vivenciam as etapas da organização,
produção e comercialização de modo coletivo – um representante por grupo.
IV. Ressalte-se que para aqueles empreendimentos de distritos distantes do local das
reuniões, que normalmente acontecem no centro da cidade de Novo Hamburgo, é
necessária a representação dos mesmos por um ou mais participantes.
V. É obrigatória a participação de representantes dos empreendimentos em 80% das
reuniões do FMEPS/NH, tendo em vista a potencialidade de participação em outras
atividades fora do município.
VI. As ausências às reuniões devem ser justificadas por escrito à coordenação do
FMEPS/NH.
VII. Os integrantes dos empreendimentos vinculados ao Fórum Municipal devem contribuir
com uma taxa mensal, que reverterá na aplicação de atividades da própria organização do
Fórum e suas reuniões, além da aplicação dos valores recolhidos para benefícios na
organização de outras atividades.
72
VIII. Os valores serão estabelecidos em reunião com pauta indicativa, no início de cada
ano, e deverão seguir a seguinte especificação: grupo familiar – por indivíduo; - grupo
informal – por indivíduo de cada empreendimento que participar da reunião; - grupo
informal coletivo – por indivíduo de cada empreendimento que participar da reunião; grupo
social – por indivíduo. Esta deliberação contemplará, inclusive, aqueles casos de grupo
informais de distritos mais distantes do local das reuniões.
IX. Cada participante deve assinar em sua ficha cadastral, confirmando sua presença na
reunião.
X. Para cada reunião deverá ser produzida uma ata, como registro oficial das deliberações
tomadas pelo conjunto de participantes presentes.
Art. 9º. A Plenária Municipal é a instância máxima de deliberação do FMEPS/NH e
acontecerá, ordinariamente, uma vez ao ano no mês de Março. E, sempre que for
necessária, será realizada uma plenária municipal extraordinariamente.
Parágrafo único: As deliberações da plenária só poderão acontecer com a presença mínima
de 50% + 1 de representantes dos empreendimentos econômicos solidários, membros
efetivos do fórum. OBS: Plenária aberta a todos os membros do FMEPS/NH;
Art. 10º. São atribuições da Plenária Municipal:
III. Consolidar e aprovar o planejamento e a avaliação das ações anuais do FMEPS/NH no
município.
IV. Aprovação das indicações para os Encontros Regionais e para o Fórum Vale dos Sinos,
e representantes para a Feira Estadual de Economia Solidária, que ocorre uma vez ao ano;
V. Constituição de Grupos de Trabalho temáticos de acordo com as demandas, como os
GTs de Formação, de Cultura, de Comercialização;
VI. Avaliar a atuação de seus integrantes, tendo como referência os princípios e os objetivos
da economia popular solidária e definir medidas necessárias para a correção das falhas
existentes.
Art. 11°. A convocação da Plenária Municipal será feita pela Coordenação por edital,
enviado a todos os participantes por intermédio de correios eletrônicos, telefone e, ainda,
através da reunião que antecederá a plenária, com um prazo mínimo de 15 dias corridos.
§1º Constará na convocação dos participantes do FMEPS, a pauta, o local, a data e horário
de realização da Plenária Municipal.
§2º Assuntos não incluídos no edital serão discutidos mediante apresentação e aprovação
por maioria absoluta dos participantes da Plenária Municipal.
Art. 12°. As Plenárias Municipais serão abertas à participação de pessoas físicas e
entidades públicas ou privadas, que não são participantes efetivos do fórum, mediante
agendamento prévio, com a Coordenação, ou aprovação por maioria dos presentes no local
da realização da plenária;
§1º O solicitante aprovado participará da Plenária Municipal com direito a voz, mas não a
voto, e nem a ser votado.
Sua estrutura organizativa é composta por uma Coordenação Municipal, formada por
representantes de todos os segmentos que integrarem as atividades efetivas do FMEPS, por um
secretário e por um tesoureiro, tal como os artigos 14º a 20º de seu Regimento Interno
(CIRANDAS, 2016, p. 4) rezam:
Desde maio de 2006, em que foi fundado o FMEPS-NH, até o presente momento, muitos
avanços e desafios marcaram a sua trajetória. Dentre os principais avanços estão as parcerias
efetivadas com o poder público e privado, dentre as quais destacam-se: a Associação Beneficente
Evangélica da Floresta Imperial (ABEFI), a Cáritas Diocesana de Novo Hamburgo, a Secretaria de
Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (SESAMPE), a Prefeitura Municipal de
Novo Hamburgo e a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS). Sobre todos estes
aspectos, Rosa (2013, p. 95) informa:
74
Em 2012 foi firmada uma parceria com a SESAMPE para implantação em Novo Hamburgo
de uma unidade do Polo da Cadeia Bi-Nacional do PET. Como parte do acordo, a prefeitura
ficou encarregada da construção do prédio que abrigará as atividades da unidade e a
SESAMPE fornecerá todo o maquinário para o recebimento e o processamento das garrafas
PET, que serão enviadas das cidades da região metropolitana de Porto Alegre.
Além da cooperação com poder público, a Diretoria de Economia Solidária possui também
alguns parceiros privados, como a Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial
(ABEFI), que apoia grupos de costureiras no bairro Santo Afonso, através da cessão de
espaços para produção e maquinário. A prefeitura, por sua vez, fornece assessoria técnica
para as costureiras e está organizando uma rede intermunicipal de costura. Outro parceiro
importante, de acordo com Lima, é a Cáritas Diocesana de Novo Hamburgo, que além de
contribuir com a mobilização comunitária, fornece equipamentos de reciclagem aos
catadores do programa Catavida. Existe também uma parceria estratégica com a Feevale
para a incubação de grupos de economia solidária e com a Unisinos para a articulação
regional de grupos de outros municípios, através do Fórum Metropolitano de Economia
Solidária.
O orçamento da Prefeitura de Novo Hamburgo destinado a implementação da política
pública municipal de economia solidária previsto para 2012 foi de R$ 340 mil. Na metade
de 2012 a prefeitura foi contemplada por dois editais sendo um da SENAES no valor de R$
500 mil, com R$ 50 mil de contrapartida da prefeitura, e outro edital da Fundação Gaúcha
do Trabalho e Ação Social (FGTAS), no valor de R$ 80 mil, com R$ 12 mil de
contrapartida da prefeitura, para a realização de cursos de capacitação dos artesão do
município. Esses recursos devem potencializar as ações de fomento a economia solidária no
município.
Então, infere-se que as parcerias efetivadas com o poder público e privado em prol do
fomento ao Movimento da Economia Solidária de Novo Hamburgo impulsionaram os seguintes
avanços: atraíram maiores investimentos públicos e privados, tornando-o mais visível para a
comunidade ao entorno e propiciando a criação e o desenvolvimento de novos Empreendimentos
Econômicos Solidários (ROSA, 2013).
Entretanto, não se pode negligenciar os desafios no tocante ao desenvolvimento do
Movimento de Economia Solidária em Novo Hamburgo: a quantidade elevada e crescente de
resíduos sólidos não reciclados, a violação de direitos dos trabalhos em Economia Solidária, a
resistência da classe empresarial ao crescimento e ao desenvolvimento de determinados projetos ou
programa de Economia Solidária, como, por exemplo, o Programa Catavida (GUTBIER; GOETZ;
RAMBO, 2014). Sobre estes aspectos, Gutbier, Goetz e Rambo (2014, p. 2, 4-6) salientam:
Vale destacar ainda que, segundo dados do SIES (MTE, 2013), o Estado do Rio Grande do
Sul representa 9,5% dos empreendimentos do País. O Vale do Rio dos Sinos representa 0,4% do
total do País e 4,9% do total do Estado. Os Municípios de São Leopoldo, Canoas e Novo Hamburgo
representam 70,8% dos empreendimentos de economia solidária da Região.
4.4.1 Fundação
O Fórum Municipal de Economia Solidária de Canoas foi fundado no início dos anos 2000,
há dezesseis anos, consoante Rosa (2013, p. 89) passa a nos dizer:
4.4.2 Participantes
Como se percebe, é a rede formada pelos participantes de Economia Solidária de Canoas que
promovem a organização e o funcionamento do seu movimento (PREFEITURA DE CANOAS,
2015; 2016; FBES, 2015; 2016a; 2016b; 2016c; 2016d; 2016e; 2016f; ROSA, 2013).
Consoante reza o oitavo artigo desta lei, são três os instrumentos da Política Municipal de
Fomento à Economia Solidária, quais sejam: a) o Programa Centros de Economia Solidária, cujo
objetivo é o de possibilitar oportunidades de venda de produtos e serviços de economia solidária; b)
o Programa Municipal de Comercialização, cujo objetivo é o de fomentar o surgimento de novos
empreendimentos associativos e qualificar os já existentes; c) o Conselho Municipal de Economia
Solidária (CMES), composto, na sua organização, pelo Órgão Pleno e pelos Fóruns Regionais; o
CMES é o órgão de participação que integra o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP),com
poder deliberativo sobre a política municipal de segurança pública. Ademais, foi instituído o dia 22
de março como sendo o Dia Municipal da Economia Solidária (PREFEITURA DE CANOAS,
2016).
No início dos anos 2000, contexto em que foi criado o Fórum Municipal de Economia
Solidária de Canoas, seus participantes recebiam pouco apoio do poder público municipal. Foi um
grande desafio vencer as primeiras resistências por parte de vereadores, de secretários municipais e
do prefeito ao avanço do Movimento da Economia Solidária nesta cidade (ROSA, 2013). Dito no
início dos anos 2000 se quer dizer nos anos iniciais da década de 2000. Por exemplo, a fundação da
Cooperativa dos Trabalhadores Metalúrgicos de Canoas (CTMC), do seu Fórum Municipal de
Economia Solidária e do seu Departamento Municipal de Economia Solidária, vinculado à
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico foram os principais avanços conquistados
neste período (ROSA, 2013). Sobre estes aspectos, Rosa (2013, p. 89 e 90) nos diz:
4.5.1 Fundação
Ele foi criado com o objetivo geral de fortalecer o Movimento da Economia Solidária,
difundindo seus princípios e prática, representando-o frente à sociedade e aos Poderes Públicos e
articulando-o no município Contagem (FICKER et al, 2012).
O Fórum Municipal de Economia Solidária de Contagem (MG) tem está norteado por quatro
estratégias principais, quais sejam: a) Plenárias e Reuniões para dar encaminhamentos dentro dos
objetivos; b) Plano de Ações e definição de Ações Prioritárias a partir das necessidades levantadas e
avaliação das ações realizadas; c) Grupos de trabalho e comissões, quando necessários, para a
execução das deliberações; d) Parceiras para atender aos objetivos e demandas do Fórum Municipal
81
4.5.2 Participantes
Além disto, foi estabelecido democraticamente também que “as alterações do presente
Regimento, quando necessárias, serão aprovadas por dois terços dos presentes na reunião mensal
ordinária, constando em ata como encaminhamento da reunião anterior”, conforme consta no seu
artigo 32º (FICKER et al, 2012, s. p.).
No que toca às competências da seu tesoureiro, o artigo 22º de seu Regimento Interno
(FICKER et al, 2012, s. p.) reza:
O Cefort possui 26 salas de formação equipadas, nas quais estão instaladas Padaria Escola,
Escola de Beleza e Estética; Cozinha Pedagógica; e Central do Artesão, entre outras
unidades de formação. Com essa estrutura, a capacidade de atendimento é estimada em 200
pessoas por turno. As aulas poderão ser realizadas nos períodos matutino, vespertino e
noturno, conforme a demanda. Os cursos serão ministrados através de convênios entre
Prefeitura de Contagem, Ministério do Trabalho e entidades eduacionais - Funec,
Sest/Senat e Senac - e do setor produtivo
De acordo como coordenador do espaço, José Doniseti Silva, o Cefort é um local
privilegiado para realização de várias atividades e grandes eventos, como feiras e
seminários. "Além dos cursos, pretendemos promover palestras sobre empreendedorismo,
autogestão, serviços contábeis básicos, direitos e deveres do trabalhador, ética profissional,
entre outras.
4.6.1 Fundação
O Fórum Municipal de Economia Solidária de São Carlos foi criado em 2005, constituindo-
se o responsável, consoante informa o blog denominado Economia Solidária em São Carlos
(ECOSOL, 2012, s. p.) pela implementação de atividades como:
Ele é uma organização democrática dos atores da Economia Solidária sãocarlense para o
desenvolvimento deste movimento no município e para a articulação com as outras instâncias
regionais, nacionais e internacionais de Economia Solidária (ECOSOL, 2012). Reza o artigo 1º do
seu Regimento Interno (NuMI-EcoSol, 2016b, p. 1):
O objetivo geral do Fórum Municipal de Economia Solidária de São Carlos (artigo 4º)
consiste em promover, articular, fortalecer, difundir o conceito e as práticas de Economia
Solidária, bem como representar o movimento frente à sociedade e aos Poderes Públicos,
contribuindo na construção de um novo modelo socioeconômico por meio da orientação de ações e
mobilizações em torno das bandeiras de luta do FBES, decididas em plenárias nacionais (NuMI-
EcoSol, 2016a; 2016b; 2016c).
4.6.2 Participantes
86
Participam e podem participar do Fórum de Economia Solidária de São Carlos, por meio
deadesão à sua Carta de Princípios, consoante informa o blog denominado Economia Solidária em
São Carlos (NuMI-EcoSol, 2016a; 2016b; 2016c; ECOSOL, 2012, s. p.):
No dia 10 de agosto de 2013 foi discutido, lido por completo e aprovado o Regimento
Interno do Fórum Municipal de Economia Solidária de São Carlos – FMES, numa assembleia de
aprovação para a qual todos os Empreendimentos Econômicos Solidários locais, entidades de apoio
e fomento e gestores públicos do município foram convidados (FBES, 2013; CIRANDAS, 2013;
NuMI-EcoSol, 2016a; 2016b; 2016c). Os princípios adotados pelo FMES de São Carlos, conforme
acordo coletivo, são (NuMI-EcoSol, 2016b, p. 2 a 4):
No que tange à sua Lei Municipal de Economia Solidária, ela foi aprovada e sancionada no
dia 26 de fevereiro de 2010, Lei nº 15.196, que dispões sobre o Programa de Fomento à Economia
Solidária e dá outras providências (PREFEITURA DE SÃO CARLOS, 2010; 2015). Sua execução
foi incumbida, consoante explana a referida lei, pela Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e
Renda, responsável por estabelecer normas e procedimentos para a sua implementação,
acompanhamento, monitoramento e avaliação. Além disto, ela cria o seu Centro Público de
Economia Solidária e o seu Centro de Comércio Justo e Solidário (PREFEITURA DE SÃO
CARLOS, 2010). Estes aspectos são ratificados nos artigos 1º e 2º da referida Lei, cujas palavras
88
A Política Municipal de Fomento à Economia Solidária de São Carlos foi criada com o
objetivo geral de atender aos cidadãos que desejem se organizar, dentro do Município, em novos
Empreendimentos Econômicos Solidários (EESs) e ou consolidar os já constituídos (PREFEITURA
DE SÃO CARLOS, 2010; 2015)19.
Art. 11º. A Plenária Municipal é a instância máxima de deliberação do FMES São Carlos e
acontecerá, ordinariamente, uma vez ao ano, e extraordinariamente, sempre que necessário.
Parágrafo único – As deliberações da Plenária só poderão acontecer com a presença mínima
de 50% dos EES membros efetivos do Fórum.
[…]
Art. 17º. As reuniões ordinárias do FMES São Carlos serão de periodicidade mensal, e
extraordinariamente quando convocado pela Comissão Executiva ou pela maioria simples
19
A Lei Municipal de Economia Solidária de São Carlos pode ser baixada do site http://www.economiasolidariasp.org. br/?
pg=leis_municipais_ecosol.
89
A Economia Solidária de São Carlos surgiu por meio a atuação de um grupo de professores
e pesquisadores do Núcleo de Pesquisa e Documentação do Departamento de Ciências Sociais da
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – como resposta a uma investigação científica
realizada com o objetivo de mapear os bolsões de pobreza contidos na cidade (CAMBIAGHI,
2012). Sobre estes e outros aspectos da origem da EcoSol sãocarlense, Cambiaghi (2012, p. 83)
explana:
[...] O estudo “Condições de vida e pobreza em São Carlos: a questão da pobreza – uma
abordagem interdisciplinar”, iniciado em 1994 pelo Núcleo de Pesquisa e Documentação do
Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, serviu para identificar a segregação espacial
entre os bairros com melhores e piores índices socioeconômicos da cidade (DOZENA,
2001). Com base nesse mapeamento, professores de diversos núcleos de extensão deram
início a um trabalho em um dos bolsões de pobreza da cidade, o bairro Jardim Gonzaga,
detectado como uma região de alta vulnerabilidade social dos moradores. Em paralelo, o
crescente movimento das ITCPs iniciado em 1995 com a pioneira criação da ITCP da
COPPE/UFRJ, foi potencializado em 1997 com a criação do Programa Nacional de
Incubadoras de Cooperativas Populares (PRONINC) do governo federal. Neste contexto, os
professores envolvidos na intervenção no bairro Jardim Gonzaga de São Carlos,
propuseram a criação da Incubadora Regional de Cooperativas Populares em 1998.
Juntamente com a criação da INCOOP, nasceu também a Cooperativa de Limpeza Jardim
Gonzaga (Cooperlimp) e outros grupos que futuramente se tornariam a Cooperativa de
Prestação de Serviços em Culinária de São Carlos (Coopercook) e a Cooperativa dos
Trabalhadores em Confecções São Carlos (Costurarte). Das três cooperativas pioneiras,
somente a Coopercook não passou a ser incubada pela INCOOP.
A Ecosol de São Carlos tomou impulso a partir da posse de Newton Lima Neto, ex-reitor da
UFSCar, como o prefeito do município. Na sua gestão foi dado início às atividades de construção de
uma política pública de economia solidária por meio do Programa de fomento à Economia
Solidária. Inicialmente, as atividades eram desenvolvidas sob o Departamento de Desenvolvimento
Sustentável e Tecnológico (DDST), vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Sustentável, Ciência e Tecnologia (SMDSCT). Em 2002, Newton aprova a criação da Seção de
Fomento à Economia Solidária, subordinada ao DDST. Por meio de processo licitatório, a
Cooperlimp foi contratada para serviços de limpeza e a Coopercook para assumir a cozinha
industrial para abastecimento do restaurante popular municipal (CAMBIAGHI, 2012).
Ainda na gestão municipal sãocarlense 2001-2004, precisamente em 2002, foi proibido o
90
acesso ao aterro sanitário municipal, oportunidade esta que contribuiu para a formação, a priori, da
Cooperativa dos Coletores de Materiais Recicláveis de São Carlos (Ecoativa), da Cooperativa de
Coletores de Materiais Recicláveis de São Carlos (Coopervida), e, a posteriori, da Cooperativa de
Coletores de Materiais Recicláveis do Jardim Gonzaga (Cooletiva), cuja infraestrutura passou a ser
mantida pela prefeitura municipal (CAMBIAGHI, 2012).
Na gestão municipal seguinte, 2005-2008, Newton foi reeleito, e institucionalizou a EcoSol
no município, por meio da criação do Departamento de Apoio à Economia Solidária (DAES),
vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia pela Lei
municipal no 13.486 de 16 de dezembro de 2004, o que, consoante Cambiaghi (2012, p. 84)
“permitiu um maior reconhecimento da economia solidária no município, estando de fato no
organograma da prefeitura e com suas atribuições e responsabilidades definidas”.
Em outubro de 2004 foi organizada uma comissão para elaboração da proposta do Centro
Público. Em abril de 2005 foi realizada uma oficina de diretrizes para formulação e implementação;
em outubro foi formada uma comissão para elaboração da proposta de seu Centro Público; em
novembro foi realizada uma audiência pública para discussão da instalação do Centro Público. Em
junho de 2006 foi assinado o Convênio; em em agosto foi realizada uma reunião preparatória para a
instalação e lançamento do Centro Público; em novembro foi realizado o III Encontro de EcoSol no
município, que resultou nos encaminhamentos necessários sobre a instalação e funcionamento do
Centro Público. De janeiro a dezembro de 2007 ocorreu a operacionalização das compras, das
licitações e das instalações do Centro Público bem como a aprovação do seu Regimento Interno.
Em 2008 foi, então, inaugurado o tão almejado Centro Público de Economia Solidária “Herbert de
Souza – Betinho” (CAMBIAGHI, 2012).
Todos estes grandes avanços do movimento de Economia Solidária no município de São
Carlos tiveram a participação do seu poder público municipal, dos Empreendimentos Econômicos
Solidários sãocarlenses, do Departamento de Apoio de Economia Solidária de São Carlos, do
Núcleo Multidisciplinar Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia Solidária –
NUMI-ECOSOL, mantido pela UFSCar, de organizações da sociedade civil (CAMBIAGHI, 2012;
ECOSOL, 2012; PREFEITURA DE SÃO CARLOS, 2010; 2015).
O Núcleo Multidisciplinar Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia
Solidária – NuMI-EcoSol20 – é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão criada pela Resolução
ConsUni 698, de 12 de Agosto de 2011, vinculada diretamente à Reitoria da Universidade Federal
de São Carlos (UFSCar) e sucessora do Programa de Extensão Incubadora Regional de
Cooperativas Populares da Universidade Federal de São Carlos (INCOOP-UFSCar) (NuMI-EcoSol,
2016). Sua missão, conforme prevista em seu Regimento Interno e informada em seu site (NUMI-
ECOSOL, 2016, s. p.) é:
20
O NuMI-EcoSol, enquanto Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, desde sua criação, empenha-se em
buscar financiamento externo, por meio de editais e convênios, a fim de desenvolver seus projetos e contratar pessoal
capacitado e bolsistas para desenvolverem estas atividades. Vários destes projetos e convênios que o NuMI-EcoSol já
participou e executou podem ser consultados em <http://www.numiecosol.ufscar.br/extensao/projetos-encerrados>.
91
[...] analisar os avanços, limites e desafios da Economia Solidária no município, bem como
as estratégias para a implantação das políticas públicas, considerando as deliberações da
Conferência Regional e Estadual, promover o debate sobre o processo de integração das
ações de apoio à Economia Solidária fomentada no governo e na sociedade civil, debater
sobre participação da sociedade civil no conselho e eleger os representantes da sociedade
civil que farão parte do Conselho Municipal de Economia Solidária de São Carlos, além de
debater e subsidiar com propostas, eixos estratégicos de ação, programas e projetos, futuros
do Conselho Municipal de Economia Solidária.
A III Conferência Municipal de Economia Solidária de São Carlos ocorreu nos dias 20 e 21
92
de maio de 2016, tendo como tema “Pensando a representação no contexto da autogestão: superar o
individualismo para construir a representação de fato”. Ela foi realizada no Centro Público de
Economia Solidária “Herbert de Souza”, localizado na Rua José Bonifácio, número 885, no centro
de São Carlos, em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Ela foi organizada e
patrocinada pela prefeitura municipal de São Carlos, por meio do Departamento de Apoio à
Economia Solidária da Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e Renda e do Conselho
Municipal de Economia Solidária (PREFEITURA DE SÃO CARLOS, 2010; 2015; 2016;
ECOSOL, 2012).
Ainda sobre os avanços da EcoSol em São Carlos, a Prefeitura Municipal de São Carlos
(2012, p. 2) explana:
Art. 1º. Este Regimento Interno regula o funcionamento da Feira de Economia Solidária da
Praça XV de São Carlos.
Art. 2º. A Feira de Economia Solidária da Praça XV de São Carlos funcionará na Praça Dr.
Christiano Altenfelder Silva (conhecida popularmente como Praça XV), localizada no
quadrilátero das ruas XV de Novembro, Carlos Botelho, Riachuelo e Aquidaban em São
Carlos, SP, aos domingos.
§ 1º O horário de funcionamento da Feira Permanente de Economia Solidária é das
15h00min às 21h00min, com tolerância máxima de 30 (trinta) minutos.
§ 2º Só poderão participar da Feira Permanente de Economia Solidária os empreendimentos
devidamente cadastrados no Conselho Municipal de Economia Solidária (COMESOL).
21
O Regimento Interno da Feira Municipal de Economia Solidária de São Carlos pode ser baixado em http://www.sao
carlosoficial.com.br/diariooficial/001/DO_15042014_NH61QK.pdf.
93
Art. 3º. A Feira de Economia Solidária da Praça XV de São Carlos compreende espaço
físico, infraestrutura e equipamentos apropriados para abrigar iniciativas que cooperem
para o desenvolvimento da economia solidária em São Carlos.
Art. 4º. A Feira de Economia Solidária da Praça XV de São Carlos não detém
personalidade jurídica própria, sendo representada por uma Comissão Organizadora.
Variáveis de
Desempenho
interesse
O Fórum Municipal de Economia Popular Solidária de Belo Horizonte –
FEPS-BH – foi fundado no dia 13 de dezembro de 2011 (FBES, 2012a;
2012b). Tal como outros Fóruns Municipais brasileiros de Economia
1. Fundação Solidária, ele foi criado como um espaço permanente de representação,
diálogo, articulação, discussão, proposição, troca de saberes, formação,
deliberação, fomento e desenvolvimento da Economia Popular Solidária
(FBES, 2012a; 2012b).
O Fórum Municipal de Economia Popular Solidária de Belo Horizonte –
FEPS-BH – congrega empreendimentos solidários, entidades de assessoria e
fomento, gestores públicos e outras pessoas comprometidas com os
princípios e valores da Economia Popular Solidária – EPS – e com objetivos
e princípios do Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES –,
constituindo-se um instrumento do Movimento da Economia Solidária
2. Participantes (FBES, 2012a; 2012b).
Conforme se lê no seu 6º artigo, podem se filiar ou se desligar do FEPS-BH,
espontânea e livremente, representantes de EES, entidades de assessoria e
fomento, gestores públicos de qualquer esfera do governo, desde que
atendam aos requisitos estabelecidos pelo seu Regimento Interno, sendo
indispensável a sua frequência nas atividades promovidas pelo Fórum
(FBES, 2012a; 2012b).
O Regimento Interno do Fórum Municipal de Economia Popular Solidária
de Belo Horizonte – FEPS-BH – foi discutido, lido por completo e
aprovado, no dia 28 de fevereiro de 2012, pela maioria absoluta (dois
terços) dos seus participantes da Plenária de Fundação (FBES, 2012a;
2012b). Em 24 de março de 2011, foi decretada e sancionada a Lei
Municipal nº 10.152, dispõe sobre a Política Municipal de Fomento à
Economia Popular Solidária, cria o Conselho Municipal de Economia
3. Regimento
Popular Solidária e o Fundo Municipal de Economia Popular Solidária no
Interno e Lei
Município de Belo Horizonte, e dá outras providências (CMBH, 2011;
Municipal de
PREFEITURA DE BH, 2011).
Economia Solidária
Os princípios da Política de Fomento à Economia Popular Solidária
de Belo Horizonte são: a) o bem-estar e a justiça social; b) a primazia do
trabalho, com o controle do processo produtivo pelos trabalhadores; c) a
valorização da autogestão, da cooperação e da solidariedade; d) o
desenvolvimento sustentável; e) o comércio justo; f) o consumo ético
(CMBH, 2011; PREFEITURA DE BH, 2011).
Buscando cimentar os princípios de Economia Solidária, o Fórum
4. Estrutura Municipal de Economia Popular Solidária de Belo Horizonte – FEPS-BH –
organizativa e foi estruturado em Grupos de Trabalho e comissões, no fito de executar as
dinâmica de deliberações de suas Plenárias e reuniões, o Plano de Ações, a definição de
funcionamento Ações Prioritárias de seus EESs locais bem como efetivar parcerias capazes
de atender seus objetivos e demandas (FBES, 2012a; 2012b).
Os participantes do FEPS-BH reúnem-se mensalmente, na terceira
terça feira de cada mês das 14hs às 17hs, preferencialmente no no Centro
Público de Economia Solidária de Belo Horizonte, com pauta preparada
pela sua Coordenação. Suas reuniões mensais são públicos, abertas à
96
23
O NuMI-EcoSol, enquanto Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, desde sua criação, empenha-se em
buscar financiamento externo, por meio de editais e convênios, a fim de desenvolver seus projetos e contratar pessoal
capacitado e bolsistas para desenvolverem estas atividades. Vários destes projetos e convênios que o NuMI-EcoSol já
participou e executou podem ser consultados em <http://www.numiecosol.ufscar.br/extensao/projetos-encerrados>.
105
5.1 Conclusões
5.1.1 Gerais
Fundação
Participantes
O seu Regimento Interno foi elaborado pelos seus participantes levando-se em consideração
que: a) a necessidade de normas de relacionamento entre os participantes nas reuniões realizadas em
prol do movimento local de Economia Solidária; b) a necessidade de um espaço adequado para
intercâmbio e troca de saberes teóricos e práticos sobre a ES; c) a região nordeste concentra o maior
percentual de EES do país; d) Piauí e Teresina, tal como a região Nordeste, tem um número
substancial desses empreendimentos.
A Lei Municipal de Economia Solidária de Teresina foi elaborada por seus legisladores
locais (vereadores) com base em reuniões realizadas com participantes dos EES e do FMEPS-TE, e
aprovado por seu Executivo local, levando-se em consideração os seguintes fatos: a) a região
nordeste concentra o maior percentual de EES do país; b) Piauí e Teresina, tal como a região
Nordeste, tem um número substancial desses empreendimentos c) em 2005, o Estado do Piauí
contava com 1.066 empreendimentos de Economia Solidária (7,1% do EES brasileiros), espalhados
por 224 municípios; d) em 2007, Teresina contava com 124 EES registrados no SIES (Sistema
Nacional de Economia Solidária); e) a Secretaria Municipal de Economia Solidária de Teresina
(SEMEST) atualmente acompanha 10.000 (dez mil) EES, que realizam atividades formais e
informais nos mais diversos setores de produção e serviços.
As vivências coletivas possibilitadas pela criação do FMEPS-TE são tidas como importantes
para todos os participantes do movimento, que, juntos e alinhados com os princípios de Economia
Solidária e normas do regimento interno do fórum, discutem as políticas públicas para o
movimento, mediam e articulam experiências, recebem capacitação específica de acordo com as
necessidades de cada EES, e contatam gestores públicos conscientizando-os da importância da ES
para a economia local e solicitando apoios pontuais.
Avanços e desafios
Fundação
Participantes
108
Avanços e desafios
109
Fundação
Participantes
Avanços e desafios
Avanços: Desde maio de 2006, em que foi fundado o FMEPS-NH, até o presente momento,
muitos avanços e desafios marcaram a sua trajetória. Dentre os principais avanços estão as parcerias
efetivadas com o poder público e privado, dentre as quais destacam-se: a Associação Beneficente
Evangélica da Floresta Imperial (ABEFI), a Cáritas Diocesana de Novo Hamburgo, a Secretaria de
Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (SESAMPE), a Prefeitura Municipal de
Novo Hamburgo e a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS).
Fundação
O Fórum Municipal de Economia Solidária de Canoas foi fundado no início dos anos 2000,
111
Participantes
Avanços e desafios
Desafios: Foi um grande desafio vencer as primeiras resistências por parte de vereadores, de
secretários municipais e do prefeito ao avanço do Movimento da Economia Solidária nesta cidade
(ROSA, 2013). Resultados de crescimento e desenvolvimento da economia solidária local são
112
cobrados constantemente por parte das secretarias municipais ligadas ao movimento EcoSol. Então,
para manter as parcerias realizadas com o poder público municipal as lideranças da EcoSol
canoense precisam se estar sempre acompanhando de perto a atuação de cada um dos seus EES,
verificando as suas necessidades, fornecendo-lhes todos os meios necessários para o seu adequado
funcionamento, crescimento e desenvolvimento (PREFEITURA DE CANOAS, 2016).
Fundação
Participantes
Avanços e desafios
Avanços: No início de 2014, foi reativado o Centro Público de Economia Popular Solidária
do Município de Contagem, antigo Centro de Formação do Trabalhador (CEFORT) (PREFEITURA
DE CONTAGEM, 2010; 2013; 2014; JORNAL REGIONAL CONTAGEM, 2014). Ele representa
grandes avanços ao Movimento de EcoSol em Contagem porque é o espaço onde se realizam as
reuniões mensais do seu Fórum, momento de rico intercâmbio de experiências, delineamento de
estratégias de crescimento e de desenvolvimento para a EcoSol do município (PREFEITURA DE
CONTAGEM, 2010; 2013; JORNAL REGIONAL CONTAGEM, 2014). Ademais, no CEFORT são
prestados vários serviços à comunidade, dentre eles o cadastramento para o SINE, orientações para
a elaboração de currículos, oferta 20 a 25 vagas para os cursos de Estética & Beleza, Corte &
Costura, Manicure & Pedicure, Confecção de calçados, Confecção de roupas, Fabricação de
produtos de limpeza (PREFEITURA DE CONTAGEM, 2010; 2013; JORNAL REGIONAL
CONTAGEM, 2014).
Desafios: Manter o apoio do poder público municipal. Por exemplo, por exemplo, por causa
da grande dificuldade em se manter o apoio do poder público municipal, diante das exigências e
resistências por ele impostas, o Centro Público de Economia Popular Solidária de Contagem foi
desativado por seis anos, sendo, com muitos esforços de seus participantes, com muito diálogo com
vereadores, secretários municipais e lideranças empresariais do município, reativado no início de
2014, voltando a beneficiar centenas de milhares de seus habitantes (PREFEITURA DE
CONTAGEM, 2010; 2013; JORNAL REGIONAL CONTAGEM, 2014).
Fundação
O Fórum Municipal de Economia Solidária de São Carlos foi criado em 2005, constituindo-
se o responsável, consoante informa o blog denominado Economia Solidária em São Carlos
(ECOSOL, 2012). Ele é uma organização democrática dos atores da Economia Solidária
sãocarlense para o desenvolvimento deste movimento no município e para a articulação com as
outras instâncias regionais, nacionais e internacionais de Economia Solidária (ECOSOL, 2012).
Participantes
114
No dia 10 de agosto de 2013 foi discutido, lido por completo e aprovado o Regimento
Interno do Fórum Municipal de Economia Solidária de São Carlos, numa assembleia de aprovação
para a qual todos os Empreendimentos Econômicos Solidários locais, entidades de apoio e fomento
e gestores públicos do município foram convidados (FBES, 2013; CIRANDAS, 2013).
No que tange à sua Lei Municipal de Economia Solidária, ela foi aprovada e sancionada no
dia 26 de fevereiro de 2010, Lei nº 15.196, que dispões sobre o Programa de Fomento à Economia
Solidária e dá outras providências (PREFEITURA DE SÃO CARLOS, 2010). Sua execução foi
incumbida, consoante explana a referida lei, pela Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e
Renda, responsável por estabelecer normas e procedimentos para a sua implementação,
acompanhamento, monitoramento e avaliação. Além disto, ela cria o seu Centro Público de
Economia Solidária e o seu Centro de Comércio Justo e Solidário (PREFEITURA DE SÃO
CARLOS, 2010).
Avanços e desafios
Avanços: A Ecosol de São Carlos tomou impulso a partir da posse de Newton Lima Neto,
ex-reitor da UFSCar, como o prefeito do município. Na sua gestão foi dado início às atividades de
construção de uma política pública de economia solidária por meio do Programa de fomento à
Economia Solidária. Inicialmente, as atividades eram desenvolvidas sob o Departamento de
Desenvolvimento Sustentável e Tecnológico (DDST), vinculado à Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia (SMDSCT). Em 2002, Newton aprova a
criação da Seção de Fomento à Economia Solidária, subordinada ao DDST. Por meio de processo
licitatório, a Cooperlimp foi contratada para serviços de limpeza e a Coopercook para assumir a
cozinha industrial para abastecimento do restaurante popular municipal (CAMBIAGHI, 2012).
Ainda na gestão municipal sãocarlense 2001-2004, precisamente em 2002, foi proibido o
acesso ao aterro sanitário municipal, oportunidade esta que contribuiu para a formação, a priori, da
Cooperativa dos Coletores de Materiais Recicláveis de São Carlos (Ecoativa), da Cooperativa de
Coletores de Materiais Recicláveis de São Carlos (Coopervida), e, a posteriori, da Cooperativa de
Coletores de Materiais Recicláveis do Jardim Gonzaga (Cooletiva), cuja infraestrutura passou a ser
mantida pela prefeitura municipal (CAMBIAGHI, 2012).
Na gestão municipal seguinte, 2005-2008, Newton foi reeleito, e institucionalizou a EcoSol
no município, por meio da criação do Departamento de Apoio à Economia Solidária (DAES),
vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia pela Lei
municipal no 13.486 de 16 de dezembro de 2004, o que, consoante Cambiaghi (2012, p. 84)
“permitiu um maior reconhecimento da economia solidária no município, estando de fato no
organograma da prefeitura e com suas atribuições e responsabilidades definidas”. Em outubro de
2004 foi organizada uma comissão para elaboração da proposta do Centro Público. Em abril de
2005 foi realizada uma oficina de diretrizes para formulação e implementação; em outubro foi
formada uma comissão para elaboração da proposta de seu Centro Público; em novembro foi
realizada uma audiência pública para discussão da instalação do Centro Público. Em junho de 2006
foi assinado o Convênio; em em agosto foi realizada uma reunião preparatória para a instalação e
lançamento do Centro Público; em novembro foi realizado o III Encontro de EcoSol no município,
que resultou nos encaminhamentos necessários sobre a instalação e funcionamento do Centro
Público. De janeiro a dezembro de 2007 ocorreu a operacionalização das compras, das licitações e
das instalações do Centro Público bem como a aprovação do seu Regimento Interno. Em 2008 foi,
então, inaugurado o tão almejado Centro Público de Economia Solidária “Herbert de Souza –
Betinho” (CAMBIAGHI, 2012).
Todos estes grandes avanços do movimento de Economia Solidária no município de São
116
Carlos tiveram a participação do seu poder público municipal, dos Empreendimentos Econômicos
Solidários sãocarlenses, do Departamento de Apoio de Economia Solidária de São Carlos, do
Núcleo Multidisciplinar Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia Solidária –
NUMI-ECOSOL, mantido pela UFSCar, de organizações da sociedade civil (CAMBIAGHI, 2012;
ECOSOL, 2012; PREFEITURA DE SÃO CARLOS, 2010; 2015).
O Núcleo Multidisciplinar Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia
Solidária – NuMI-EcoSol25 – é uma unidade de ensino, pesquisa e extensão criada pela Resolução
ConsUni 698, de 12 de Agosto de 2011, vinculada diretamente à Reitoria da Universidade Federal
de São Carlos (UFSCar) e sucessora do Programa de Extensão Incubadora Regional de
Cooperativas Populares da Universidade Federal de São Carlos (INCOOP-UFSCar) (NuMI-EcoSol,
2016). Desde a criação do Centro Público de Economia Solidária “Herbert de Souza – Betinho” já
foram realizadas até este ano três Conferências Municipais de Economia Solidária, nas quais
resultados significativos foram produzidos (CAMBIAGHI, 2012; ECOSOL, 2012; PREFEITURA
DE SÃO CARLOS, 2010; 2015; 2016).
Desafios: a grande dificuldade de financiamento dos EES locais com recursos próprios; a
necessidade de melhoria na articulação interna entre os membros em vários dos seus EES locais; a
não concretização da elaboração de um Regimento Interno para o seu Fórum Municipal de
Economia Solidária; a não concretização da elaboração de um projeto político-pedagógico para a
sua linha de ação Fomento ao Movimento de Economia Solidária, o que, sem dúvida, tão logo que
for elaborado e implementado articulará todas as suas linhas de ação dentro do mesmo escopo,
princípios, estrutura organizativa e dinâmica de funcionamento, facilitando a identificação das suas
necessidades e a consecução das suas atividades, indicando os melhores caminhos para o seu
desenvolvimento.
25
O NuMI-EcoSol, enquanto Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, desde sua criação, empenha-se em
buscar financiamento externo, por meio de editais e convênios, a fim de desenvolver seus projetos e contratar pessoal
capacitado e bolsistas para desenvolverem estas atividades. Vários destes projetos e convênios que o NuMI-EcoSol já
participou e executou podem ser consultados em <http://www.numiecosol.ufscar.br/extensao/projetos-encerrados>.
117
a) <http://www.economiasolidariasp.org.br/?pg=leis_municipais_ecosol>;
b) <http://rededegestores ecosol.org.br/legislacoes/municipal/>;
c) <http://saudeecosol.org/biblioteca/biblioteca-de-leis-da-ecosol/>.
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124
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128
ANEXO 1
O FBES, Fórum Brasileiro de Economia Solidária, está organizado em todo o país em mais
de 160 Fóruns Municipais, Microrregionais e Estaduais, envolvendo diretamente mais de 3.000
empreendimentos de economia solidária, 500 entidades de assessoria, 12 governos estaduais e 200
municípios pela Rede de Gestores em Economia Solidária.
O FBES é fruto do processo histórico que culminou no I Fórum Social Mundial (I FSM),
que contou com a participação de 16 mil pessoas vindas de 117 países, nos dias 25 a 30 de janeiro
de 2001. Dentre as diversas oficinas, que promoviam debates e reflexões, 1.500 participantes
acotovelam-se na oficina denominada “Economia Popular Solidária e Autogestão” onde se tratava
da auto-organização dos/as trabalhadores/as, políticas públicas e das perspectivas econômicas e
sociais de trabalho e renda.
Histórico
Entidades de assessoria e/ou fomento são organizações que desenvolvem ações nas
várias modalidades de apoio direto junto aos empreendimentos solidários, tais como: capacitação,
assessoria, incubação, pesquisa, acompanhamento, fomento à crédito, assistência técnica e
organizativa;
Gestores públicos são aqueles que elaboram, executam, implementam e/ou coordenam
políticas de economia solidária de prefeituras e governos estaduais.
Até a IV Plenária do FBES, em março de 2008, a representação nacional era composta por
16 entidades nacionais, de diferentes naturezas: de representação de empreendimentos (Abcred,
Anteag, Concrab, Ecosol, Unicafes, Unisol Brasil); entidades e redes nacionais de assessoria,
pesquisa e fomento (ADS/CUT, Cáritas Brasileira, FASE Nacional, Ibase, IMS, PACS, Rede ITCPs,
Rede Unitrabalho); redes mistas (Rede Brasileira de Socioeconomia Solidária); e a Rede de
Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária.
A Rede Nacional de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária é uma articulação
de gestores e gestoras de políticas de economia solidária de Prefeituras, Governos Estaduais e do
Governo Federal que surgiu por iniciativa de gestores e gestoras de políticas públicas que
participaram do processo de criação do FBES desde 2001, com a missão de ampliar cada vez mais o
debate e a proposição de ferramentas adequadas dentro do Estado brasileiro para o fomento ao
desenvolvimento da economia solidária, bem como estimular e fortalecer a organização e
participação social deste segmento nas decisões sobre as políticas públicas.
A articulação e representação nacional se dava então através da Coordenação Nacional, com
as 16 entidades e redes nacionais, além de 3 representantes de cada Fórum Estadual de Economia
Solidária (FEES), sendo que 2 são trabalhadoras/es de empreendimentos (buscando contemplar o
setor rural e o urbano) e 1 de entidade ou de rede de gestores.
Neste período de apenas alguns anos de vida do FBES, vimos um expressivo crescimento da
Economia Solidária e de sua organização. Se em 2002 a organicidade da Economia Solidária se
manifestava em apenas cinco estados, em 2003 as plenárias estaduais foram realizadas em 17
estados. A partir de 2006, os Fóruns Estaduais estão presentes em todos os 27 estados do Brasil. O
crescimento também tem promovido articulações e intercâmbios internacionais, especialmente com
América Latina na Rede Intercontinental para a Promoção da Economia Solidária (RIPESS).
Contudo, os avanços e a institucionalização, especialmente, através da criação da SENAES e do
Conselho Nacional, requeriram uma definição cada vez maior do papel político e estratégico do
FBES na luta e construção de um projeto de sociedade.
Caracterizar e identificar o FBES foram ações prioritárias no sentido de demarcar e
qualificar o campo da denominada Economia Solidária, através do Mapeamento da Economia
Solidária e da elaboração do Atlas da Economia Solidária no Brasil, frutos de uma política de
integração do movimento da ES com o governo (Ministério do Trabalho e Emprego, através da
SENAES). Numa breve avaliação deste processo de constituição, pode-se dizer que o movimento de
Economia Solidária alcançou, em parte, o reconhecimento, a visibilidade e a legitimidade
necessária.
A IV Plenária do FBES
131
II. Fortalecimento dos empreendimentos solidários como atores econômicos nos territórios,
buscando sua organização em redes e cadeias nos campos da produção, comercialização, logística,
consumo e finanças solidárias como estratégia para um outro modelo de desenvolvimento;
VI. Estratégias para a sustentabilidade e autonomia financeira dos Fóruns Nacional e Locais,
nas dimensões: auto-financiamento; captação de recursos públicos; e cooperação internacional.
Educação e Cultura;
Marco legal e Politicas Publicas: campanha da lei;
Estratégias Econômicas: Produção, Comercialização e Consumo Solidários e Finanças;
133
ANEXO 2
A Economia Solidária ressurge hoje como resgate da luta histórica dos(as) trabalhadores(as),
como defesa contra a exploração do trabalho humano e como alternativa ao modo capitalista de
organizar as relações sociais dos seres humanos entre si e destes com a natureza.
Nos primórdios do capitalismo, as relações de trabalho assalariado - principal forma de
organização do trabalho nesse sistema - levaram a um tal grau de exploração do trabalho humano
que os(as) trabalhadores(as) organizaram-se em sindicatos e em empreendimentos cooperativados.
Os sindicatos como forma de defesa e conquista de direitos dos/as assalariados/as e os
empreendimentos cooperativados, de auto-gestão, como forma de trabalho alternativa à exploração
assalariada.
As lutas, nesses dois campos, sempre foram complementares; entretanto a ampliação do
trabalho assalariado no mundo levou a que essa forma de relação capitalista se tornasse
hegemônica, transformando tudo, inclusive o trabalho humano, em mercadoria.
As demais formas (comunitárias, artesanais, individuais, familiares, cooperativadas, etc.)
passaram a ser tratadas como "resquícios atrasados" que tenderiam a ser absorvidas e transformadas
cada vez mais em relações capitalistas.
A atual crise do trabalho assalariado, desnuda de vez a promessa do capitalismo de
transformar a tudo e a todos/as em mercadorias a serem ofertadas e consumidas num mercado
equalizado pela "competitividade". Milhões de trabalhadores/as são excluídos dos seus empregos,
amplia-se cada vez o trabalho precário, sem garantias de direitos. Assim, as formas de trabalho
chamadas de "atrasadas" que deveriam ser reduzidas, se ampliam ao absover todo esse contingente
de excluídos.
Hoje, no Brasil, mais de 50% dos trabalhadores/as, estão sobrevivendo de trabalho à
margem do setor capitalista hegemônico, o das relações assalariadas e "protegidas". Aquilo que era
para ser absorvido pelo capitalismo, passa a ser tão grande que representa um desafio cuja
superação só pode ser enfrentada por um movimento que conjugue todas essas formas e que
desenvolva um projeto alternativo de economia solidária.
Neste cenário, sob diversos títulos - economia solidária, economia social, socioeconomia
solidária, humanoeconomia, economia popular e solidária, economia de proximidade, economia de
comunhão etc, têm emergido práticas de relações econômicas e sociais que, de imediato, propiciam
a sobrevivência e a melhora da qualidade de vida de milhões de pessoas em diferentes partes do
mundo.
Mas seu horizonte vai mais além. São práticas fundadas em relações de colaboração
solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o ser humano como sujeito e finalidade da
atividade econômica, em vez da acumulação privada de riqueza em geral e de capital em particular.
As experiências, que se alimentam de fontes tão diversas como as práticas de reciprocidade
dos povos indígenas de diversos continentes e os princípios do cooperativismo gerado em Rochdale,
Inglaterra, em meados do século XIX, aperfeiçoados e recriados nos diferentes contextos
socioculturais, ganharam múltiplas formas e maneiras de expressar-se.
27
Texto extraído na íntegra do endereço eletrônico http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task
=view&id=63&Itemid=60.
135
2.2.3 Pela construção de uma Política da Economia Solidária num Estado Democrático
1. A economia solidária não está orientada para mitigar os problemas sociais gerados pela
globalização neoliberal.
2. A Economia solidária rejeita as velhas práticas da competição e da maximização da
lucratividade individual.
3. A economia solidária rejeita a proposta de mercantilização das pessoas e da natureza às
custas da espoliação do meio ambiente terrestre, contaminando e esgotando os recursos naturais no
Norte em troca de zonas de reserva no Sul.
4. A economia solidária confronta-se contra a crença de que o mercado é capaz de auto-
regular-se para o bem de todos, e que a competição é o melhor modo de relação entre os atores
sociais.
5. A economia solidária confronta-se contra a lógica do mercado capitalista que induz à
crença de que as necessidades humanas só podem ser satisfeitas sob a forma de mercadorias e que
elas são oportunidades de lucro privado e de acumulação de capital.
6. A economia solidária é uma alternativa ao mundo de desemprego crescente, em que a
grande maioria dos trabalhadores não controla nem participa da gestão dos meios e recursos para
produzir riquezas e que um número sempre maior de trabalhadores e famílias perde o acesso à
remuneração e fica excluído do mercado capitalista.
7. A economia solidária nega a competição nos marcos do mercado capitalista que lança
trabalhador contra trabalhador, empresa contra empresa, país contra país, numa guerra sem tréguas
em que todos são inimigos de todos e ganha quem for mais forte, mais rico e, freqüentemente, mais
trapaceiro e corruptor ou corrupto.
8. A economia solidária busca reverter a lógica da espiral capitalista em que o número dos
que ganham acesso à riqueza material é cada vez mais reduzido, enquanto aumenta rapidamente o
número dos que só conseguem compartilhar a miséria e a desesperança.
9. A economia solidária contesta tanto o conceito de riqueza como os indicadores de sua
avaliação que se reduzem ao valor produtivo e mercantil, sem levar em conta outros valores como o
ambiental, social e cultural de uma atividade econômica.
10. A Economia solidária não se confunde com o chamado Terceiro Setor que substitui o
Estado nas suas obrigações sociais e inibe a emancipação dos trabalhadores enquanto sujeitos
protagonistas de direitos. A Economia Solidária afirma, a emergência de novo ator social de
trabalhadores como sujeito histórico.
138
ANEXO 3
1 Finanças Solidárias
1. O Estado deve, no âmbito de suas políticas públicas, criar um fundo nacional para o
fortalecimento e apoio dos empreendimentos da Economia Solidária, com uma gestão
descentralizada, participação popular, respeito às diferenças regionais e sobre controle social. O
Fundo deve ser constituído por fontes diversas: local, regional, nacional, internacional com recursos
públicos e privados.
2. Destacar linhas que apõem as comunidades de baixa renda, negras, indígenas, mulheres
em risco social e portadores de necessidades especiais. Fortalecer ainda linhas especiais para
empreendimentos de autogestão em sua fase inicial ou já estruturado, bem como para
comercialização de produtos.
3. Consolidar e ampliar as experiências dos fundos rotativos no Brasil, tendo o crédito
solidário como um dos modelos incentivadores dos empreendimentos solidários com base na
devolução de pagamentos não financeiros (banco de horas, equivalência produto/serviços etc).
4. Fortalecer uma rede de instituições financeiras locais como cooperativas de créditos,
Bancos Cooperativos, ONGs, OSCIPs, Banco do Povo e programas governamentais com base em
serviços financeiros adequados as realidades dos empreendimentos de caráter popular e solidário,
destacando as moedas sociais, clubes de trocas, modalidades de aval comunitário e solidário.
5. Revogar as limitações legais impostas às instituições operadoras de crédito popular,
como ONGs e OSCIPs, para que possam oferecer outros serviços financeiros além do crédito, tais
como seguros, poupança, títulos de capitalização, entre outros.
6. Possibilitar o recolhimento de poupança por parte das ONGs de crédito, potencializando
as atividades de microfinanças solidárias e viabilizando que as comunidades utilizem seus próprios
recursos para promover seu desenvolvimento.
7. Ampliar o repasse de fundos públicos para instituições de finanças
solidárias/microfinanças, inclusive de crédito popular solidário, visando fomentar o
desenvolvimento local com um sistema que assegure autonomia para os empreendimentos.
8. Alterar a política de concessão de créditos para empresas em situação pré-falimentar
condicionando mudanças na gestão, facilitando assim, a participação de trabalhadores e
trabalhadoras no controle do passivo dessas empresas.
9. Criar linhas de crédito adequado e ajustado culturalmente para empreendimentos de
Economia Solidária, facilitar aos empreendimentos populares o acesso ao crédito e, particularmente,
a empreendimentos autogeridos que surgem de processos falimentares, abolindo exigências que são
impraticáveis para a Economia Solidária.
10. Assegurar que partes dos recursos dos bancos públicos e privados sejam destinados à
Economia Solidária.
28
Texto extraído na íntegra do endereço eletrônico http://www.fbes.org.br/index.php?option=com_content&task
=view&id=62&Itemid=59.
139
2 Marco Legal
3 Educação
4 Comunicação
emancipação dos grupos que ainda são descriminados dentro da Economia Solidária.
2. Na implementação do programa Fome Zero, priorizar ações regionalizadas de
Economia Solidária na produção e comercialização de bens e serviços a serem consumidos com
recursos disponibilizados pelo programa, projetando a produção para atender ao conjunto das
demandas reais de consumo popular, entre as quais se incluem alimentação, higiene, limpeza e
vestuário.
3. Criar o portal brasileiro de Economia Solidária, apoiando a estruturação de redes
nacionais de comercialização e de intercâmbio de informações, localização de produtos e serviços,
diagnósticos de cadeias produtivas e transferência de tecnologia, facilitando parcerias, negócios e
investimentos coletivos entre os empreendimentos de Economia Solidária, dando-lhes visibilidade e
projeção nacional e internacional, facilitando a elaboração de catálogos e o contato mais direto entre
produtores e consumidores e a integração entre cidade/campo.
4. Garantir recursos para a construção, articulação e monitoramento das redes de
Economia Solidária, viabilizando assim, sua integração, inclusive entre cidade e campo.
5. Aprofundar o debate sobre marcas e selos de certificação em sistemas participativos e o
seu emprego, adaptável às realidades locais e regionais do país, facilitando o processo de
identificação dos produtos e serviços da Economia Solidária para consumidores e consumidoras em
seu ato de compra alavancando a comercialização desses produtos no mercado nacional e
internacional.
6. Criar mecanismos que possibilitem compras governamentais dos produtos e serviços
solidários e regionalizados, com preferência em licitações e estabelecendo cotas para compras
governamentais de produtos da Economia Solidária, como forma de incentivo a Economia Solidária
e possibilitando maior distribuição de renda.
7. Defender a produção familiar da competição desigual , por meio de uma adequada
política de preços mínimos e de compras privilegiadas da produção familiar agroecológica e
solidária.
8. Organização de cooperativas de consumo e central de compras coletivas.
9. Investir na formação de redes regionais de comercialização e consumo que congreguem
os vários tipos de cooperativas, como exemplo, central de cooperativas coletivas.
10. Utilização de espaços públicos ociosos ou a construção de espaços como locais de
trocas, comercialização de produtos da Economia Solidária e armazenamento de materiais
reciclados.
1. Criar uma Secretaria Nacional de Economia Solidária, responsável por – em diálogo com
o Fórum Brasileiro de Economia Solidária – elaborar políticas de forma interdisciplinar, transversal,
intersetorial, adequadas à expansão e fortalecimento da Economia Solidária no país e executá-las de
maneira estratégica, particularmente no que se refere ao marco legal, finanças solidárias, redes de
produção, comercialização e consumo, democratização do conhecimento e tecnologia, educação e
comunicação.
2. Assegurar a representação da Economia Solidária no Conselho Nacional de
Desenvolvimento Econômico e nos conselhos estaduais e municipais que vierem a serem
organizados.
3. Sistematizar os mecanismos institucionais já implementados em diversos âmbitos que
possuem interface com a Economia Solidária, visando divulgá-los e aprimorá-los.
4. Fortalecer as bases através de redes por segmentos e por territórios.
5. Organizar fóruns por unidades federativas como formas de mobilização social para criar
as condições socioeconômicas e jurídicas que venham a fortalecer a Economia Solidária.
144
APÊNDICE 1
APÊNDICE 2
suas vantagens e desvantagens; cada uma é mais adequada para determinado cenário
socioeconômico. Pode-se dizer que num ambiente socioeconômico relativamente estável, com
condições tecnológicas de mercado bem compreendidas, o modelo de organização mecanicista
tenderá a beneficiar mais que o organicista; já em um ambiente socioeconômico altamente
imprevisível, com avanço tecnológico rápido e oportunidades de mercado ilimitadas, o modelo de
organização precisará da flexibilidade do modelo organicista para se adequar às exigências do
mercado, sendo o mecanicista inapropriado para esse cenário.
Estudos de Burns e Stalker (1961) evidenciaram que a organização eficaz depende de se
conseguir um equilíbrio ou compatibilidade entre estratégia, estrutura, tecnologia, compromissos e
necessidades das pessoas e o ambiente externo. Ademais, os estudos de Lawrence e Lorsch (1962)
comprovaram que em ambientes relativamente estáveis, os modos de integração burocráticos
convencionais, tais como hierarquia e regras, pareciam funcionar muito bem. Mas em ambientes
mais turbulentos, eles precisavam ser substituídos por outros modos, tais como o uso de equipes
multidisciplinares e a indicação de pessoal qualificado na arte da coordenação e resolução de
conflitos.
Desse modo, infere-se que certas organizações precisam ser mais orgânicas do que outras,
sugerindo que o grau de organicidade requerido varia de uma subunidade organizacional para outra
e de um cenário socioeconômico para outro e que algumas organizações perduram ao longo do
tempo exatamente porque sabem flexibilizar o seu modo de gestão seguindo estes critérios.
147
APÊNDICE 3
APÊNDICE 4
estadounidense, uma das maiores do mundo, fundada por ele mesmo em 1903, o modelo de
produção fordista, cujas característica centravam em: a) automação rígida; b) especialização
unifuncional operária; c) grandes estoques; d) jornada de trabalho de oito horas diárias, cinco dias
por semana, e cinco dólares por dia; e) relação um homem para uma máquina; f) relação autoritária
entre gerentes e operários. Posteriormente, o engenheiro japonês Taiichi Ohno, concebeu e
implementou na Toyota, produtora de automóveis japonesa, uma nova cultura organizacional
produtiva, o denominado toyotismo, ou ohnismo, pautado na eliminação dos estoques parados
(gestão de estoques Just In Time) e, portanto, do lead-time, na especialização multifuncional e bem
qualificada dos operários, na relação cooperativa entre gerentes e operários, na automação flexível,
e na implantação do sistema de qualidade total. Este modelo se popularizou na expansão que teve ao
redor do mundo todo nos idos de 1970. Enfim, estes três primeiros modos de produção foram os
principais nos séculos XIX e XX. Todos eles marcaram mudanças significativas de culturas
organizacionais, desencadeadas por diálogos, vivências e pesquisas, sobretudo por parte dos
teóricos organizacionais.
151
APÊNDICE 5
Segundo Weber, a legitimidade é uma forma de aprovação social essencial para estabilização das
relações do poder.
Morgan nos fala, também, das organizações pluralistas: caracterizadas por tipos idealizados
de democracias liberais em que, potencialmente, as tendências autoritárias são mantidas sob
controle pelo livre jogo de grupos de interesses que têm alguma semelhança com governo político.
Ou seja, a negociação é parte importante para criar uma unidade a partir da adversidade, como
pregava Aristóteles, como ideal político.
Ao encontrar a fonte do problema cabe ao administrador junta forças para resolvê-lo, para
isso deverá imbuir à equipe num só objetivo. Trata-se de uma ideologia unicista de equipe, onde
todos devem contribuir para não dar lugar aos conflitos. Morgan cita os cinco estilos de resoluções
de conflito: Competitivo; Colaborador; Compreensivo; Impeditivo e Acomodador.
Existe uma tendência a associação de política com algo ruim, deve ser por causa da visão
negativa que se têm dos políticos, mas não é bem assim, a política não tem esse caráter tão
medonho, são as pessoas que desvirtuam as características para alcançar seus objetivos a qualquer
preço. Mas é possível a política e a ética co-habitarem, difícil, mas possível. Tudo depende do
caráter de quem faz e do meio em que se faz política.
Segundo Nietzsche, os seres humanos têm o desejo de poder, de dominação e controle, mas
é obrigatório reconhecer que as tensões entre os indivíduos particulares e organizacionais
promovem incentivo para os indivíduos agirem politicamente. Nesse artigo passasse a ver política
em todos os ambientes, quer sejam organizações quer seja em particular, onde atos inocentes como
servir um café ao amigo possa ser visto como um ato político de alguém que quer tirar proveito
dessa gentileza posteriormente, mas não é bem assim. A competição acirrada nos leva a pensar
dessa forma, porém é salutar que possamos ter uma visão mais ampla do que é política e como
poderemos utilizar esse mecanismo a nosso favor. Pois dos conflitos podemos tirar ensinamentos e
das vitórias podemos nos brindar pelos nossos méritos.
Vale salientar que a política e o jogo político, tal como aponta Morgan, podem ser um
aspecto essencial da vida organizacional e não necessariamente algo disfuncional, ou ainda aspectos
em relação aos quais só se tem a opção de aceitar ou rejeitar. As organizações são compostas por
seres humanos, pensantes, capazes de construírem juntos as suas políticas. Para tanto, necessário é
haver a participação de todos os membros da organização no processo de elaboração e
implementação das suas políticas, de acordo com o seu nível profissional na mesma. Isto é, em cada
setor operacional, todos os seus operários precisam participar na elaboração e implementação de
todas as políticas organizacionais operacionais do seu setor. Em cada setor tático, todos os
stakeholders nele envolvidos, precisam participar de todas as etapas do processo de elaboração e de
implementação das políticas organizacionais táticas dos processos do seu setor. No nível
estratégico, todos os stakeholders nele envolvidos, precisam participar de todas as etapas do
processo de elaboração e de implementação das políticas organizacionais estratégicas dos processos
do seu setor. Lembrando, que para a atuação no nível estratégicos, é preciso um dominar, em um
grau mais elevado, todas as habilidades conceituais (teoréticas) gerais e específicas do seu ramo
organizacional, ao passo que no nível tático, é preciso dominar, em um grau mais elevado, todas as
habilidades humanas (atitudinais) gerais e específicas do seu ramo organizacional, e no nível
operacional, é preciso dominar, em um grau mais elevado, todas as habilidades procedimentais
(técnicas) do seu ramo organizacional.
As políticas, quando flexíveis (i.e., adaptáveis), cujas ultimato decisório não se concentra na
mão de um único indivíduo ou de um grupo que tipicamente tomam as decisões importantes,
deixando as demais para os seus subordinados, tendem a ser predominantemente democráticas.
Todavia, este tipo de gestão organizacional, comum na literatura crítica sobre liderança, faz-se
pouco presente no cotidiano organizacional, em que tipicamente o ultimato para delineamento de
políticas e ações se concentra na mão de um único indivíduo ou de um grupo seleto, a elite
organizacional, tipicamente formada pelo(s) dono(s). Conforme relata Morgan, a gestão praticada
153
por Henry I e Henry II, dentre outros gestores da Ford Motor Company, mostrou-se
exacerbadamente autocrática, tanto que, ao demitirem o gestor Iacocca, especulou-se que o destino
dele for selado pelo fato de que ele havia tornado poderoso demais dentro da companhia. Esta
prática é comum nas organizações do cenário socioeconômico atual, marcado pela exacerbação do
processo de reestruturação do mercado de trabalho resultante das forças produtivas capitalistas
acentuadamente competitivas e excludentes do século XXI.
A lógica organizacional do século XXI é, não apenas a acumulação de capital, mas também
a acumulação do poder, de modo que a gestão autocrática, com maior ou menor “sutileza”, é a que
tem imperado em todo o mundo, sobretudo nas grandes combinações de negócios, em sua maioria
sociedades anônimas com capital aberto.
154
APÊNDICE 6
Michel Reed introduz este capítulo mencionando as origens históricas dos estudos
organizacionais com os escritos de pensadores do século XIX, tais como Saint-Simon. Ele explana
que tais pensadores tentaram antecipar e interpretar as nascentes transformações ideológicas e
estruturais resultantes do capitalismo industrial. Desde o advento e a expansão do sistema capitalista
ao redor do globo terrestre, as organizações cresceram em complexidade e em intensidade da
atividade coletiva, difundindo-se tão amplamente que chegaram ao ponto de dominar as esferas
econômica, cívica e política, modificando-as. Por exemplo, no campo cívido, o crescimento de uma
“sociedade organizacional” representou um avanço inexorável da razão, da liberdade e da justiça
bem como da possibilidade de erradicação da ignorância, da coerção e da pobreza. No campo
político, as organizações desfrutaram dos benefícios dos estudos organizacionais na execução de
projetos, racionalmente elaborados, para resolverem conflitos permanentes entre as necessidades
coletivas e as vontades individuais que vinham obstruindo o progresso social desde os dias da
Grécia Antiga. No campo econômico, a intensificação e a expansão comercial, gerada inicialmente
pelo aumento exponencial da população mundial, e também pelos estragos causados pelas grandes
guerras mundiais, aumentaram significativamente a produtividade, gerando maior riqueza
organizacional e para o país, aumentando os postos de trabalho, gerando mais renda; além disto, o
compasso empresarial passou a ser a principal base das mudanças legislativas, da reorganização do
Estado, dos investimentos estatais, o que inclui o modelo de plano econômico nacional adotado para
combater a inflação, as elevadas taxas de juros, o desemprego, a fome, a miséria, dentre outras
mazelas sociais.
Objetivando mapear a Teoria das Organizações como um campo de conflitos históricos em
que diferentes línguas, abordagens e filosofias lutam por reconhecimento e aceitação, Reed examina
seis modelos interpretativos que estruturam o desenvolvimento do campo ao longo do último
século, bem como os contextos histórico-sociais em que eles atingiram certo grau de predominância
intelectual. Em seguida, ele considera as exclusões ou omissões mais significativas que se
evidenciam nessas principais tradições narrativas e conclui o capítulo com uma avaliação de
desenvolvimentos intelectuais futuros, contextualizando-os dentro das formas narrativas
previamente esboçadas.
O primeiro modelo interpretativo das organizações é o da racionalidade, cuja problemática
principal é a ordem. As perspectivas ilustrativas (exemplos) são a Teoria Clássica das Organizações,
a Administração Científica e a Teoria da Decisão. Seus principais teóricos foram Taylor, Fayol e
Simon. Ocorreram as transições contextuais de Estado guarda-noturno a Estado industrial.
O segundo modelo interpretativo das organizações é o da integração, cuja problemática
principal é o consenso. As perspectivas ilustrativas (exemplos) são a Teoria das Relações Humans, a
Neo-RH, o Funcionalismo, a Teoria da Contingência Sistêmica e a Cultura Corporativa. Seus
principais teóricos foram Durkheim, Barnard, Mayo e Parsons. Ocorreram as transições contextuais
de capitalismo empresarial a capitalismo do bem-estar.
O terceiro modelo interpretativo das organizações é o do mercado, cuja problemática
principal é a liberdade. As perspectivas ilustrativas (exemplos) são a Teoria da Firma, a Economia
Instirucional, os Custos de Transação, a Teoria da Atuação, a Dependência de Recursos, a Ecologia
Populacional e a Teoria Organizacional Liberal. Ocorreram as transições contextuais de capitalismo
gerencial a capitalismo neoliberal.
O quarto modelo interpretativo das organizações é o do poder, cuja problemática principal é
a dominação. As perspectivas ilustrativas (exemplos) são a Teoria Institucional, o Marxismo
Crítico-estrutural, o Processo de trabalho e o Radicalismo weberiano. Ocorreram as transições
contextuais de coletivismo liberal a corporativismo negociado.
155
APÊNDICE 7
Paulo Roberto Motta introduz este capítulo ressaltando a importância das teorias para a
construção de um arcabouço teórico capaz de nortear a transformação organizacional. Teorias tanto
são geradas por experiências quanto geram novas possibilidades de experiências ainda não
vivenciadas ou não observadas adequadamente. Sobre estes aspectos, o autor (2001, p. 70 e 71) diz
na íntegra:
e a aceitação de novos grupos de referência, sua proposição principal para ação inovadora é instituir
um novo sistema de contribuição e de redistribuição.
A perspectiva organizacional cultural tem como tema prioritário as características de
singularidade que definam a identidade ou programação coletiva de uma organização, suas unidades
básicas de análise são os valores e os hábitos compartilhados coletivamente, seus objetivos
prioritários de mudança são a coesão e a identidade interna em termos de valores que reflitam a
evolução social, sua problemática principal é o fato das ameças à singularidade e aos padrões de
identidade organizacionais, sua proposição principal para ação inovadora é preservar a
singularidade organizacional, ao mesmo tempo em que se desenvolve um processo transparente e
incremental de introduzir novos valores.
A perspectiva organizacional política tem como tema prioritário a forma pela qual os
interesses individuais e coletivos são articulados e agregados, suas unidades básicas de análise são
os interesses individuais e coletivos, seu objetivo prioritário de mudança é a redistribuição dos
recursos organizacionais segundo novas prioridades, sua problemática principal é a questão dos
conflitos de interesses por alteração nos sistemas de ganhos e perdas, sua proposição principal para
ação inovadora é estabelecer um novo sistema de acesso aos recursos disponíveis.
Motta conclui que as teorias sobre a transformação organizacional formam um conjunto
confuso e de difícil compreensão mesmo para pessoas mais avisadas, porque tendem a privilegiar
algumas dimensões organizacionais em detrimento de outras, de acordo com a perspectiva de
análise ou a teoria substantiva em que se baseiam.
158
APÊNDICE 8
A base de cálculo dos acréscimos é sempre o salário. Consta o art. 462 da CLT (BRASIL,
1943) que “aoREMUNERAÇÃO = SALÁRIO
empregador é vedado FIXO +desconto
efetuar qualquer ACRÉSCIMOS FIXOS
nos salários E
do empregado, salvo
quando este resultar de adiantamentos, de VARIÁVEIS
dispositivos de lei ou de contrato coletivo”. No entanto,
há descontos previstos em lei que o empregador pode fazer na folha de pagamento do empregado,
alguns deles precisando de anuência dele (BRASIL, 1943; 1988). São os descontos principais:
Faltas (dias): São os dias que efetivamente o empregado não compareceu e não houve
nenhuma forma que autorizasse o pagamento. Esses dias são utilizados para dedução da base de
cálculo do INSS, IRRF e FGTS, também prejudicam no escalonamento das férias e 13º salário
(BRASIL, 1943; 1988).
Atrasos (horas): essas horas são as que efetivamente o empregado não compareceu e não
houve nenhuma forma que autorizasse o pagamento (BRASIL, 1943; 1988).
Vale Refeição: Apesar de não ser uma obrigatoriedade perante a lei, é muito comum
encontrar empresas que forneçam o vale refeição ao empregado. Seu desconto é limitado por lei a
20% do valor entregue (BRASIL, 1943; 1988).
Vale Transporte: é um benefício entregue por força de lei, do valor entregue ao empregado,
o empregador pode descontar no máximo 6% do salário base, isso se o valor entregue for maior,
caso contrário, descontar o valor entregue (BRASIL, 1943; 1988).
VT => 6% do salário por conta do empregado, com a sua anuência; restante por parte do
empregador; proporcional aos dias trabalhados.
160
VR/VA => 20% do salário por conta do empregado, com a sua anuência; restante por parte
do empregador; proporcional aos dias trabalhados.
AO/AM => até 20% de desconto nos serviços utilizados; tarifa mensal variável de cada
empresa prestadora dos serviços médicos e/ou odontológicos.
SEGURO DE VIDA => artigo 462 CLT; à luz do enunciado 342 do TST, o SV, o PO e a
AM só podem ser descontadas pelo empregador a autorização prévia e por escrito por parte do
empregador.
INSS => Portaria interministerial MPS/MF 13/2015. Sobre o salário. Tabela para
empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso: a) até 1399,12: 8%; b) de 1399,13 a
2331,88: 9%; c) de 2331,89 a 4663,75: 11%. Tabela para contribuinte individual e facultativo: a)
MEI e Facultativo de Baixa Renda, base em 788: 5%; b) Plano Simplificado de Previdência: 11%;
c) de 788 a 4663,75: 20%.
Imposto de Renda Retido na Fonte => Medida Provisória 670/2015; Lei 13149/2015.
Sobre a remuneração. Segue tabela anual elaborada pela Secretaria da Receita Federativa Brasileira
(SRFB) e disponibilizada no seu sítio eletrônico oficial.
Salário família => artigo 7º, XII, da CF/88; artigo 444 da CLT. Portaria interministerial
MPS/MF 13/2015. O salário-família é um valor pago ao empregado e ao trabalhador avulso, de
acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Filhos maiores de quatorze anos não
tem direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não há limite de idade). Para ter direito, o
cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de renda estipulado pelo governo federal. Quem
possui remuneração mensal de até R$ 725,02 recebe R$ 37,18 por dependente. Já quem possui
remuneração mensal entre R$ 725,03 e R$ 1.089,72 recebe R$ 26,20 por dependente. O empregado
deve requerer o salário-família diretamente ao empregador. Já o trabalhador avulso deve requerer o
benefício ao sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra ao qual está vinculado. Casos estes
trabalhadores estejam recebendo auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e aposentadoria por
idade rural, devem realizar o seu requerimento no INSS. O mesmo vale para os demais aposentados,
que também tem direito ao salário-família caso tenham mais de 65 anos de idade, se homem, ou 60
anos de idade, se mulher, e possuam filhos que se enquadrem nos critérios para a concessão.
contribuição sindical, concomitantemente com os artigos 578 e 579 da CLT, os quais preveem tal
contribuição a todos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões
liberais.
Adicional noturno => artigo 73 da CLT. Fixado em 20% do salário. Considera-se noturno,
nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia
seguinte. Nas atividades rurais, é considerado noturno o trabalho executado na lavoura entre 21:00
horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte, e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia
seguinte.
Adicional de insalubridade => Pela redação dada pelo art. 192 e 194 da CLT, a
insalubridade pode ser fixada pelo perito em grau mínimo, médio ou máximo, logo, é certo que o
empregado tem direito à percepção de 10%, 20% ou 40%, respectivamente.
Adicional de periculosidade => Artigo 193 da CLT e Enunciado 191 do TST. Fixado em
30% do salário mínimo.
Adicional de horas extras => artigo 7º CF/88; artigo 99 da CLT; artigo 791 da CLT.
Estabelecem no máximo 2 horas por dia e 60 horas mensais.
Férias e férias proporcionais => artigo 142 da CLT. Corresponde ao valor do salário
acrescido de 1/3. O artigo 175 da Lei 59/2008 proíbe.
Décimo terceiro salário => Lei 4090/62, Lei 4749/65; artigo 482 da CLT. A primeira
parcela precisa ser quitada até o mês de novembro; a segunda parcela precisa ser quitada até o dia
20 de dezembro.
Aviso prévio => artigo 483, 487 e 489 da CLT. Há previsão legal para revogação do aviso
162
prévio anterior ao 30º dia e para continuação dos serviços prestados pelo funcionário casa haja
consenso entre as partes.
Multa de FGTS => equivale a 50% do valor saldo do FGTS, informado por declaração da
CEF, sendo que 10% o empregador paga aos cofres públicos (CEF) e 40% para o empregado.
Seguro desemprego => Lei 13134/2015, que estabeleceu três novas formas de solicitação
do benefício. Varia de 4 a 5 parcelas para 1ª solicitação (mínimo de 12 meses de trabalho), de 3 a 5
parcelas para 2ª solicitação (mínimo de 9 meses de trabalho) e de 3 a 5 parcelas para 3ª solicitação
(mínimo de 6 meses de trabalho).
Anotações na CTPS => artigo 53 da CLT determina devolução da CTPS em, no máximo,
48 horas.
163
APÊNDICE 9
quotista que participa da gestão ou que recebe remuneração decorrente de seu trabalho, na
sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou rural; e) o associado eleito para cargo
de direção, na cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o
síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial remunerada; IV -
como trabalhador autônomo: a) trabalhador urbano ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais
empresas, sem relação de emprego; e aquele que exerce, por conta própria, atividade econômica
remunerada de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; b) como equiparadoatrabalhador
autônomo, entre outros: b.1: a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade
agropecuária, pesqueira ou de extração mineral - garimpo - em caráter permanente ou temporário,
diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer
título, ainda que de forma não contínua; b.2: o ministro de confissão religiosa e o membro de
instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, quando mantidos pela entidade
a que pertencem; b.3: o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em
funcionamento no Brasil, salvo quando amparado por regime próprio de previdência social; b.4: o
brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando amparado por sistema de
previdência social do país do domicílio ou por sistema previdenciário do respectivo organismo
internacional; e o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista
temporário da Justiça do Trabalho, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral; VI - como
trabalhador avulso: a) aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou
rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão
gestor de mão de obra, ou do sindicato da categoria, assim considerados: a.1: o trabalhador que
exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de
embarcação e bloco; a.2: o amarrador de embarcação; a.3: o ensacador de café, cacau, sal e
similares; a.4: o carregador de bagagem em porto; a.5: o prático de barra em porto; a.6: o
guindasteiro; e a.7: o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos; b)
o trabalhador na indústria de extração de sal; VII - como segurado especial: a) o produtor rural; b)
o parceiro rural; c) o meeiro rural; d) o arrendatário rural; e) o pescador artesanal: aquele que,
individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio
principal de vida, desde que: utilize embarcação de até seis toneladas de arqueação bruta, ainda que
com auxílio de parceiro; ou na condição, exclusivamente, de parceiro outorgado, utilize embarcação
de até dez toneladas de arqueação bruta.
O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social que voltar a exercer atividade
abrangida por este regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata este Regulamento. É segurado facultativo o maior de 16 anos de idade
que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, desde que não esteja
exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social.
Por exemplo: I - a dona-de-casa; II - o síndico de condomínio, quando não remunerado; III - o
estudante; IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; V - aquele
que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; VI - o membro de conselho tutelar,
quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; VII - o bolsista e o estagiário
que prestam serviços a empresa; VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa,
curso de especialização, pós graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde
que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; IX - o presidiário que não
exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; e X -
o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país
com o qual o Brasil mantenha acordo internacional.
Os empregadores brasileiros estão obrigados a seguir as Normas Regulamentadoras (NRs)
aplicáveis às atividades exercidas em sua organização do trabalho, dentre as quais a NR 5, que
disciplina a constituição e funcionamento da (CIPA), a NR 7, que disciplina a constituição e
165
APÊNDICE 10
Legislação assistencial: CF/88; Lei 8742/93: LOAS, NOB/SUAS, CMAS; Lei 12435/11:
alterações à Lei 8742/93; Lei nº 7644, de 18 de dezembro de 1987 (menor abandonado); Lei nº
9637, de 15 de maio de 1998 (OS); Lei nº 8069, de 13 de julho de 1990 (ECA - artigos 92, 94, 97,
101, 129); CNAS: resoluções 109/2009 (Proteção Social Básica, Proteção Social Especial, direitos
dos usuários do SUAS), 16/2010, 17/2011.
APÊNDICE 11
Ergonomia e inovação
A participação direta é uma modalidade de ação atraente e com frequência apropriada, mas
os ergonomistas devem estar atentos aos limites dessa metodologia […] O acesso dos
usuários aos processos de decisão é una condição sine qua non da concepção participativa,
mas seu perímetro deve ser anteriormente delimitado, pois os usuários não devem arcar
com responsabilidades excessivas, nem pretender participar em decisões que ultrapassam o
quadro do uso […]
O que caracteriza o burn out é uma ruptura, interna ao sujeito, com a ética do ofício. O
comportamento dos sujeitos é de fato o inverso do comportamento desejável e valorizado
pelo ofício. […] o burn out surge como uma consequência possível, específica, do estresse
no trabalho.
Inobstante, quatro grandes pressupostos podem ser enunciados sobre as medidas – em sua
maioria organizacionais – que reduzem as causas do estresse: uma boa gestão do tempo; uma
medida realista da carga de trabalho; uma prescrição clara; e o lugar reservado aos coletivos de
trabalho (FALZON; SAUVAGNAC, 2007). Contudo, a implementação de tais medidas só é mesmo
possível por meio de um processo de inovação, que consiste em um desenho criativo de um
processo organizacional que objetiva as melhorias das condições do trabalho (BÉGUIN, 2008).
Sobre este aspecto, Béguin (2008, p. 72) explana:
Dizer que a concepção continua no uso é afirmar que o operador recoloca em movimento,
re-interroga o resultado do trabalho dos projetistas […] É necessário, portanto, […] centrar
o foco […] sobre a dinâmica das trocas que operadores e projetistas efetuam sobre os
rascunhos e esboços múltiplos do objeto em curso de concepção. […]. Contudo, a inovação
é um plano de análise da concepção, ou seja, da criação de algo que ainda não existe, em
vez da descoberta, isto é, da identificação do que já existe, mas que não ou mal se
compreende (BÉGUIN, 2008).
APÊNDICE 12
Para exemplificar um situação que aponta casos clássicos de precarização econômica, vale
170
apresentar, ainda que em partes, o relatório disponibilizado pelo Grupo Cipa Fiera Milano, na
Revista Cipa (BRASIL, 2015), em que uma ação de fiscalização, de autuação e de interdição de
atividades de empresas de telemarketing, que teve início após uma fiscalização realizada em Minas
Gerais, resultou em 900 autos de infração e R$ 300 milhões em multas em sete estados brasileiros.
Sem citar o nome das empresas, transcrevo o trecho específico que corrobora a precarização
econômica a que elas expuseram os seus trabalhadores (BRASIL, 2015, s. p.) conforme exposto a
seguir:
absurdos cometidos por parte do empregador para com seus funcionários, Silva, Araújo e Barbosa
(2014, p. 553 e 554) acentuam:
Por essa razão, o trabalhador economicamente fragilizado, busca estratégias para sobreviver,
contornando os efeitos devastadores da precarização. Uma delas são as cooperativas formadas
solidariamente, conhecidas também como Empreendimentos Econômicos Solidários (EESs), em
que um grupo de trabalhadores se organizam cooperativamente em grupo autogerido por cada um
de seus membros para executar determinadas atividades econômicas sustentáveis, em que todos são
simultaneamente trabalhadores e donos (MELO, 2011; SILVA; ARAÚJO; BARBOSA, 2014;
BRASIL, 2016). Sobre estes aspectos, vale resgatar os conceitos apresentados no Fórum Brasileiro
de Economia Solidária (BRASIL, 2016, s. p.) bem como as palavras que Silva, Araújo e Barbosa
(2014, p. 554) e Melo (2011, p. 23, 24 e 28) salientam:
quanto rural.
Os direitos dos trabalhadores precisam ser respeitados 29. O registro correto na Carteira de
Trabalho e Previdência Social (CTPS), com Código Brasileiro de Ocupação (CBO) adequado às
funções exercidas pelo funcionário, o pagamento pontual, até o quinto dia útil de cada mês, do
salário, o recolhimento mensal do FGTS e do INSS, o pagamento pontual dos benefícios (horas
extras, insalubridade, periculosidade, adicional noturno, adicional de transferência, vale refeição,
vale alimentação, vale transporte, salário maternidade, seguro de vida, assistência média e
odontológica, cesta básica, premiações, comissões, dentre outros), o pagamento adequado do
Descanso Semanal Remunerado (DSR) – que infelizmente muitos empregadores hesitam de pagar
aos seus funcionários, a adequação da remuneração ao perfil do funcionário, levando-se em
consideração sua capacidade funcional, o seu nível de instrução, e suas necessidade pessoais, são
medidas honestas nas relações de trabalho, que respeitam e promovem a dignidade humana do
trabalhador e, ao mesmo tempo, combatem a precarização econômica do trabalho (BRASIL, 1943;
1988; 2016; MELO, 2011; SILVA; ARAÚJO; BARBOSA, 2014).
29
Vide os anexos e o apêndice deste trabalho.
173
APÊNDICE 13
[…] o catador como o elo mais frágil da corrente que une o setor da reciclagem. […] os
catadores insere-se a uma massa de trabalhadores sem unidade significativa, organização
coletiva ainda embrionária para o trabalho (cooperativas e associações), cujos aspectos
como exploração da força de trabalho e o subemprego são as características marcantes na
constante busca de assegurar as condições mínimas de sobrevivência através da realização
diária de formas de trabalho, em geral, extremamente precarizadas. […]
Assim, na atual conjuntura de crise e reestruturação do capital e da metamorfose do mundo
do trabalho fruto deste período, os trabalhadores que não se “enquadram” nas
especificações e exigências cada vez maiores do mercado de trabalho podem e são
reinseridos na lógica de reprodução do capital, como catadores.
Desse modo, a organização dos trabalhadores catadores em associações e cooperativas pode
ser entendida como uma forma de empenho coletivo de amenizar a precariedade e
insegurança do trabalho na lógica desleal da reprodutividade do capital que apoiada na
informalidade o espaço ideal para a ampliação dos ganhos com a recuperação dos materiais
inutilizáveis e reintrodução dos mesmos no circuito produtivo via barateamento da matéria-
prima. Tal possibilidade se dá graças ao trabalho de inúmeros trabalhadores catadores pelas
ruas, lixões e aterros pelas cidades brasileiras.
velozmente pelo planeta há alguns séculos, “destruindo meios de vida, deslocando povos, tornando
impotentes as instituições democráticas, alimentando-se de vidas humanas, justificando o 'tudo por
dinheiro'” (JADON, 2005, p. 163; MANDEL, 1967; MÉSZAROS, 2006; MARX, 1982). Nesse
respeito, Jadon (2005, p. 163) conclui que “com essa dinâmica poderosa e perversa, tornando
imperativo duplicar o dinheiro investido, trata as pessoas como fonte de ineficiências ao torná-las
descartáveis sem se importar com o interesse público e os valores morais e éticos”. Outras reflexões
sobre esta realidade são aquelas cujas palavras Mészaros (2006, p. 113), Marx (1982, p. 138),
Mandel (1967, p. 185 e 196) e Druck (2011, p. 55) nos emprestam, conforme transcritas a seguir:
Sem sombra de dúvida, a vontade do capitalista consiste em encher os bolsos, o mais que
possa. E o que temos a fazer não é divagar acerca da sua vontade, mas investigar o seu
poder, os limites desse poder e o caráter desses limites.
interiorizar a lógica do mercado, tomando-a como sua. Isso é estimulado ainda pela
concorrência entre os próprios trabalhadores, expressa em disputas regionais, a exemplo da
guerra fiscal no país, que faz competir não somente os estados, através da ação de seus
governos, mas também os trabalhadores de uma região com os de outra região.
Tais transformações, ao tempo que reafirmam a essência do capitalismo, que transformou o
trabalho em mercadoria, dão outra amplitude a essa relação social, ao enfraquecerem a
capacidade de resistir e de questionar as novas condições impostas pelo capital, numa clara
demonstração de uma atitude de resignação que, aos poucos, contamina até mesmo a
capacidade de indignação diante das injustiças sociais, da negação dos direitos e da
proteção social, encaradas como uma “fatalidade econômica”.
32
DRUCK, Graça. Trabalho, precarização e resistências: novos e velhos desafios?. CADERNO CRH, Salvador, v. 24,
n. spe 01, p. 37-57, 2011. Disponível em <www.scielo.br/ pdf/ccrh/v24nspe1/a04v24nspe1.pdf>. Acessado em 05 de
março de 2016.
178
[…] é encontrado nos padrões de gestão e organização do trabalho – o que tem levado a
condições extremamente precárias, através da intensificação do trabalho (imposição de
metas inalcançáveis, extensão da jornada de trabalho, polivalência, etc.) sustentada na
gestão pelo medo, na discriminação criada pela terceirização, que tem se propagado de
forma epidêmica, e nas formas de abuso de poder, através do assédio moral, que tem sido
amplamente denunciado e objeto de processos na Justiça do Trabalho e no Ministério
Público do Trabalho.
[…]
Essa “epidemia” da terceirização, como uma modalidade de gestão e organização do
trabalho, explica-se pelo ambiente comandado pela lógica da acumulação financeira que, no
âmbito do processo de trabalho, das condições de trabalho e do mercado de trabalho, exige
total flexibilidade em todos os níveis, instituindo um novo tipo de precarização que passa a
dirigir a relação entre capital e trabalho em todas as suas dimensões. E, num quadro em que
a economia está toda contaminada pela lógica financeira, sustentada no curtíssimo prazo,
mesmo as empresas do setor industrial buscam garantir os rendimentos, exigindo e
transferindo aos trabalhadores a pressão pela maximização do tempo, pelas altas taxas de
produtividade, pela redução dos custos com o trabalho e pela “volatilidade” nas formas de
inserção e de contratos. E a terceirização corresponde, como nenhuma outra modalidade de
gestão, a essas exigências.
33
Entende-se por polivalência o acúmulo indevido de várias funções em um mesmo emprego, utilizado como estratégia
administrativa de desoneração da contratação de novos funcionários em detrimento do sobrecarregamento de atividades
por parte dos funcionários membros.
179
Sobre o quarto tipo de precarização social do trabalho, a perda das identidades individual e
coletiva, Druck (2011) destaca que elas se manifestam, sobretudo, por meio da ameaça permanente
da perda de emprego resultante da descartabilidade promovida pelas forças exploradoras
capitalistas, que não hesitam de demitir funcionárias grávidas, funcionários do grupo LGBT,
deficientes, funcionários que por falta ou inadequado treinamento não conseguem alcançar as
metas, funcionários que por motivos de força maior, por exemplo morte de ente querido ou
problemas de saúde precisem se ausentar do seu labor, dentre outros casos. Com toda razão, Druck
(2011, p. 50) faz questão de apontar que:
Especificamente sobre o caso dos deficientes, Simonelli e Camarotto (2011) explanam sua
grande dificuldade de acesso e permanência no mercado de trabalho, devido á discriminação.
Baseado em vasta literatura crítica sobre a relação da pessoa com deficiência e o mercado de
trabalho, estes autores afirmam que ela evoluiu, passando por uma fase inicial de exclusão, “quando
se considerava uma crueldade que deficientes trabalhassem, prevalecendo o protecionismo e a visão
de que os deficientes não tinham capacidade laborativa”, depois pela fase de segregação, “quando
as pessoas com deficiência ficavam internadas em instituições e ali trabalhavam, com remuneração
baixa e sem vínculo de emprego, ainda prevalecendo o elo paternalista”, seguida de uma fase de
integração, quando as pessoas já obtêm vínculo de emprego, mas não se faz qualquer adaptação nas
empresas, salvo pequenos ajustes nos postos de trabalho e com frequência são criados setores
exclusivos de deficientes”, e mais recentemente por uma fase de inclusão, “em que o mundo do
trabalho tende a considerar os dois lados, o da pessoa com deficiência e o da empresa, que precisam
ser preparados para uma nova relação de convívio, uma situação de inclusão” (SIMONELLI;
CAMAROTTO, 2011, p. 14). Contudo, apesar dos direitos resguardados na Declaração Universal
dos Direitos Humanos, na Convenção 159 sobre Reabilitação Profissional e Emprego de Pessoas
com Deficiência, convertida no Decreto número 129 de 1991, na Constituição Federal de 1988, na
Consolidação das Leis do Trabalho de 1943, no Decreto número 3.298 de 1999, na Lei número
8.213 de 1991 (Lei de Cotas), são recorrentes as dificuldades enfrentadas pelos deficientes tanto na
obtenção quanto na permanência de um emprego (BRASIL, 2016; SIMONELLI; CAMAROTTO,
2011). Sobre estes aspectos, Simonelli e Camarotto (2011, p. 14) corroboram com os seguintes
dizeres:
As políticas públicas brasileiras são marcadas pela introdução do respeito aos direitos de
pessoas com deficiência. A ação organizada dessa parcela da população gerou conquistas
importantes no setor institucional, essencialmente no tocante à legislação. Não conseguiu,
entretanto, vencer o avanço dos processos de exclusão social que, em movimento oposto,
180
O quinto tipo de precarização pode ser identificado nas dificuldades da organização sindical
e das formas de luta e representação dos trabalhadores, decorrentes da violenta
concorrência entre eles próprios, da sua heterogeneidade e divisão, implicando uma
pulverização dos sindicatos, criada, principalmente, pela terceirização. Dados sobre número
de greves, sindicatos, sindicalização, acordos, etc. são importantes, mas não explicam tudo.
Indicam tendências, mudanças e redefinições que também precisam ser explicadas. O
menor número de greves nos anos 2000 em relação às duas décadas anteriores, o
crescimento do número de centrais sindicais – são hoje 11 centrais, 8 delas formadas nos
anos 200014 –, a permanência ou mesmo queda das taxas de sindicalização, como ocorreu
em 2009 em relação a 2008 (16,5 milhões de sindicalizados contra 17,5 milhões, cf. dados
IBGE/PNAD, 2009), o tipo de estratégia de ação da maioria das direções sindicais, tudo
isso só pode ser compreendido no contexto da “perplexidade ideológica”, conforme já foi
referido anteriormente e que será mais explicitado a seguir.
181
APÊNDICE 14
Segundo o Ministério da Previdência Social, o Brasil é um dos países onde mais se ocorrem
acidentes do trabalho no mundo; em 2011, 2012 e 2013, ocorrem o total de 720.629, 713.984,
717.911 acidentes do trabalho, respectivamente (BRASIL, 2014). A região sudeste concentra mais
da metade destes resultados, tendo ocorrido, em cada um dos anos mencionados, respectivamente,
401.220, 400.932 e 399.970 acidentes. Ainda destes resultados, o Estado de São Paulo é
responsável por cerca de 5/8 do total estadual e quase 1/3 do total nacional, tendo ocorrido, em cada
um dos anos mencionados, respectivamente 256.423, 253.870 e 254. 208 acidentes (BRASIL,
2014). O setor industrial brasileiro representa cerca metade dos acidentes do trabalho ocorridos em
todo o território nacional anualmente; neste setor, as atividades em que eles mais ocorrem são o da
construção civil, seguido pelo da produção de alimentos e bebidas, depois o da produção de
veículos e equipamentos de transporte e o da produção têxtil (BRASIL, 2014). O comércio
brasileiro é responsável por cerca de 100 mil acidentes de trabalho por ano, e o setor de saúde e
serviços sociais por cerca de 67 mil, e do total de acidentes ocorridos anualmente no Brasil cerca de
10% deles são devido a algum ferimento do punho e da mão (BRASIL, 2014).
No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego elaborou trinta e cinco Normas Regulamen-
tadoras (Nrs) objetivando assegurar ao trabalhador, em cada unidade laboral, as condições
ambientais mínimas necessárias ao seu adequado exercício profissional. Todas as empresas e
instituições regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho são obrigadas a aplicá-las. Ela também
estabelece as competências de fiscalização interna e externa destas organizações do trabalho,
algumas delas da de comissões e departamentos específicos da própria organização, outras da
Delegacia Regional do Trabalho, outras do Ministério Público do Trabalho. Vale ressaltar aqui que
a inobservância destas diretrizes já custa a vida de milhares de trabalhadores brasileiros anualmente.
Por essa razão, vale à pena atentar-se a conhecer cada uma delas e, sobretudo, aplicá-las
adequadamente no contexto laboral buscando sempre o maior proveito para a saúde e a segurança
de todos os stakeholders (KOSCHEK; WOLFART; POLACINSKI, 2012). Para tanto, a tabela a
seguir apresenta todas as trinta e cinco NRs em âmbito nacional, descrevendo cada uma delas:
Estabelece as disposições
Disposições gerais das Normas Responsabilidades tanto do
NR 1 Gerais Regulamentadoras de empregador quando do empregado
Segurança e Medicina do no cumprimento de todas as NRs.
Trabalho (NRs).
Estabelece o Certificado de
Toda empresa é obrigada a ter o
Inspeção Aprovação de Instalações –
certificado de aprovação de
NR 2 Prévia CAI antes de um novo
instalações do Ministério do
estabelecimento iniciar suas
trabalho.
atividades.
A Delegacia Regional do
Trabalho, à vista de
Através desta norma o Ministério do
laudo técnico do serviço
Trabalho ao detectar um
competente que demostre grave
risco de acidente, tem o poder de
Embargo ou e iminente risco para o
NR 3 cancelar a atividade, até a
Interdição trabalhador poderá
empresa tomar as medidas
interditar estabelecimento,
necessárias para eliminar a não
setor de serviço, máquina ou
conformidade.
equipamento, ou embargar a
obra.
Diz respeito aos Serviços
Serviços
Especializados em Engenharia
Especializados
de Segurança e em Medicina
em Engenharia O trabalhador deve estar em boas
do Trabalho (SESMT) e tem
NR 4 de condições de saúde para
como finalidade promover a
Segurança e realizar suas atividades.
saúde e proteger a integridade
em Medicina
do trabalhador em seu local de
do Trabalho
trabalho.
As empresas privadas, públicas
e órgãos governamentais que
Alguns trabalhadores são escolhidos
Comissão possuam empregados regidos
entres os demais para
Interna de pela CLT ficam obrigados a
NR 5 representar a CIPA no auxilio da
Prevenção de organizar e manter em
prevenção de acidentes de
Acidentes funcionamento uma Comissão
trabalho.
Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA).
Estabelece parâmetros para o
dimensionamento, fabricação,
importação,
Equipamento Destaca-se principalmente a
cadastramento, uso,
de Proteção importância do uso do EPI na
NR 6 restauração e treinamento dos
Individual – realização das atividades para a
equipamentos de proteção
EPI prevenção de acidentes.
individual e específicos aos
riscos nos ambientes de
trabalho (lista de EPIs).
Programa de Estabelece a obrigatoriedade da No exame médico de mudança de
NR 7
Controle elaboração e implementação, função, será obrigatoriamente
186
por parte de
todos os empregados e
instituições que admitam
trabalhadores como
empregados, do Programa de
Controle Médico de Saúde
Médico de
Ocupacional -
Saúde realizada antes da data da mudança.
PCMSO, cujo objetivo é
Ocupacional
promover e preservar a saúde
do conjunto dos seus
trabalhadores, que deve ser
integrado ao Projeto de Gestão
de Riscos na
empresa.
Estabelece requisitos técnicos
mínimos que devam ser Os pisos e as paredes dos locais de
observados nas edificações trabalho devem ser, sempre
NR 8 Edificações
para garantir a segurança e que necessário, impermeabilizados e
conforto aos que nelas protegidos contra a umidade.
trabalham.
Estabelece a obrigatoriedade da
elaboração e implementação,
por parte de
todos os empregadores e Para efeito desta NR, consideram-se
instituições que admitam riscos ambientais os
trabalhadores como agentes físicos, químicos e
Programa de
empregados, do Programa de biológicos existentes nos ambientes
Prevenção de
NR 9 Prevenção de Riscos de trabalho que, em função de sua
Riscos
Ambientais, através da natureza, concentração ou
Ambientais
antecipação, reconhecimento, intensidade e tempo de exposição,
avaliação e consequente são capazes de causar danos à saúde
controle da ocorrência do trabalhador.
de riscos ambientais existentes
ou que venham existir no
ambiente de trabalho.
Fixa as condições mínimas
exigidas para garantir a
segurança dos empregados que
Segurança em trabalham em instalações É vedado o uso de adornos pessoais
Instalações elétricas, em sua etapas, nos trabalhos com
NR 10
e Serviços em incluindo projeto, execução, instalações elétricas ou em suas
Eletricidade operação, manutenção, reforma proximidades.
e ampliação e ainda, a
segurança de usuários e
terceiros.
Transporte, Estabelece os requisitos de Especial atenção será dada aos cabos
NR 11 Movimentação segurança a serem observados de aço, cordas, correntes,
, nos locais de trabalho, no que roldanas e ganchos que deverão ser
187
se refere ao transporte, à
movimentação, à armazenagem
Armazenagem e ao manuseio de materiais, inspecionados, permanentemente,
e tanto de forma mecânica substituindo-se as suas partes
Manuseios de quanto manual, defeituosas.
Materiais objetivando a prevenção de
infortúnios laborais.
Exige as medidas
prevencionistas de segurança e
higiene do trabalho a serem Os comandos de partida ou
Segurança no
adotadas pelas empresas em acionamento das máquinas devem
Trabalho em
NR 12 relação à instalação, operação e possuir dispositivos que impeçam
Máquinas e
manutenção de máquinas e seu funcionamento automático
Equipamentos
equipamentos, visando à ao serem energizadas.
prevenção de acidentes do
trabalho.
Todos os requisitos técnico-
legais relativos à instalação, Toda caldeira a vapor deve estar
operação e manutenção de obrigatoriamente sob operação
Caldeiras e
caldeiras e vasos de pressão, e controle de operador de caldeira,
NR 13 Vasos de
devem se fazer presente de sendo que o não atendimento
Pressão
modo a se prevenir a a esta exigência caracteriza condição
ocorrência de acidentes do de risco grave e iminente.
trabalho.
Estabelecidas às Os fornos devem ser dotados de
recomendações técnico-legais chaminé, suficientemente
pertinentes à construção, dimensionada para a livre saída dos
NR 14 Fornos
operação e manutenção de gases queimados, de acordo
fornos industriais nos com normas técnicas oficiais sobre
ambientes de trabalho. poluição do ar.
Descreve as atividades,
operações e agentes insalubres,
inclusive seus limites de
tolerância, definindo, assim, as
situações que, quando É obrigatória a realização de uma
Atividades e vivenciadas nos análise preliminar dos riscos à
NR 15 Operações ambientes de trabalho pelos saúde dos trabalhadores para
Insalubres trabalhadores, ensejam a subsidiar a tomada de decisão para
caracterização do exercício implantação de medidas de controle.
insalubre, e também os meios
de proteger os trabalhadores de
tais exposições nocivas à sua
saúde.
Regulamenta as atividades e as
Atividades e operações legalmente O empregado poderá optar pelo
NR 16 Operações consideradas perigosas, adicional de insalubridade que
Perigosas estipulando as recomendações porventura lhe seja devido.
prevencionistas
188
correspondentes.
Estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das
Não deverá ser exigido nem
condições de trabalho
admitido o transporte manual de
às condições psicofisiológicas
NR 17 Ergonomia cargas, por um trabalhador cujo peso
dos trabalhadores, de modo a
seja suscetível de comprometer sua
proporcionar um máximo de
saúde ou sua segurança.
conforto, segurança e
desempenho eficiente.
Estabelece diretrizes de ordem
administrativa, de
Resume-se no elenco de
Condições e planejamento de organização,
providências a serem executadas, em
Meio que objetivem a implementação
função do cronograma de uma obra,
Ambiente de de medidas de
NR 18 levando-se em conta os
Trabalho na controle e sistemas preventivos
riscos de acidentes e doenças do
Indústria da de segurança nos processos,
trabalho e as suas respectivas
Construção nas condições e
medidas de segurança.
no meio ambiente de trabalho
na indústria da construção civil.
O Plano de Emergência e Combate a
Estabelece as disposições Incêndio e Explosão deve ser
regulamentadoras acerca da implantado segundo cronograma
fabricação, armazenamento, detalhado contendo prazos para
manuseio e transporte de execução de todas as etapas,
NR 19 Explosivos
explosivos, objetivando a inclusive treinamento teórico e
proteção da saúde e integridade prático, devendo ser simulado e
física dos trabalhadores em revisado anualmente, com a
seus ambientes de trabalho. participação da - CIPA - e de todos
os trabalhadores.
Estabelece as disposições
regulamentares acerca do Não se aplica: a) às plataformas e
Segurança e armazenamento, manuseio e instalações de apoio
Saúde no transporte de líquidos empregadas com a finalidade de
NR 20 Trabalho com combustíveis e inflamáveis, exploração e produção de
Inflamáveis e objetivando a proteção da petróleo e gás do subsolo marinho;
Combustíveis saúde e a integridade física dos b) às edificações residenciais
trabalhadores m seus ambientes unifamiliares.
de trabalho.
Tipifica as medidas
prevencionistas relacionadas
com a prevenção de
Trabalho a céu É vedada, em qualquer hipótese, a
NR 21 acidentes nas atividades
aberto moradia coletiva da família.
desenvolvidas a céu aberto, tais
como, em minas ao
ar livre e em pedreiras.
Segurança e Tem por objetivo disciplinar os Nas minas de subsolo deve existir
NR 22
Saúde preceitos a serem observados uma área reservada para
189
na organização
e no ambiente de trabalho, de
refúgio, em caso de emergência,
forma a tornar compatível o
devidamente construída e
Ocupacional planejamento e o
equipada para abrigar o pessoal e
na Mineração desenvolvimento da atividade
prestação de primeiros
mineira com a busca
socorros.
permanente da segurança
e saúde dos trabalhadores.
Estabelece as medidas de
proteção contra incêndios que
Proteção Nenhuma saída de emergência
devem dispor os locais de
NR 23 Contra deverá ser fechada à chave ou
trabalho, visando à prevenção
Incêndios presa durante a jornada de trabalho.
da saúde e da integridade física
dos trabalhadores.
Disciplina os preceitos de
higiene e de conforto a serem
observados nos locais As empresas devem garantir,
Condições
de trabalho, especialmente no nos locais de trabalho,
Sanitárias e de
que se refere a: banheiros, suprimento de água potável e
NR 24 Conforto nos
vestiários, refeitórios, cozinhas, fresca em quantidade superior a
Locais de
alojamentos e água potável, 1/4 (um quarto) de litro (250ml)
Trabalho
visando à higiene dos locais de por hora/homem trabalho.
trabalho e a proteção à saúde
dos trabalhadores.
Diz respeito às medidas Os trabalhadores envolvidos em
preventivas a serem atividades de coleta,
observadas, pelas empresas, no manipulação, acondicionamento,
destino final a ser dado aos armazenamento, transporte,
Resíduos
NR 25 resíduos industriais resultantes tratamento e disposição de resíduos
Industriais
dos ambientes de trabalho de devem ser capacitados pela empresa,
modo a proteger a saúde e a de forma continuada, sobre os riscos
integridade física dos envolvidos e as medidas de controle
trabalhadores. e eliminação adequadas.
Tem como objetivo padronizar
e fixar as cores que devem ser
usadas como sinalização de
segurança nos locais de
trabalho e para prevenção de
acidentes, identificando os
O uso de cores deve ser o mais
equipamentos de segurança,
Sinalização de reduzido possível, a fim de não
NR 26 delimitando áreas,
Segurança ocasionar distração, confusão e
identificando as canalizações
fadiga ao trabalhador.
empregadas nas indústrias para
a condução de
líquidos e gases e advertindo
contra riscos, de modo a
proteger a saúde e a integridade
física dos trabalhadores.
190
Registro
REVOGADA pela PORTARIA
Profissional do
nº. 262, de 29 de maio de 2008,
NR 27 Técnico de
publicada no
Segurança do
DOU de 30/05/2008.
Trabalho
Diz respeito aos procedimentos
a serem adotados pela
fiscalização trabalhista de
Segurança e Medicina do
Trabalho, tanto no que diz
A empresa poderá recorrer ou
respeito à concessão de prazos
solicitar prorrogação de prazo de
Fiscalização e às empresas para a correção das
NR 28 cada item notificado até no máximo
Penalidades irregularidades técnicas, como
10 (dez) dias a contar da data de
também, no que diz respeito ao
emissão da notificação.
procedimento de autuação por
infração às Normas
Regulamentadoras de
Segurança e Medicinado
Trabalho.
Tem como objetivo regular a
Norma proteção obrigatória contra
Regulamentad acidentes e doenças Compete ao Órgão Gestor de Mão-
ora profissionais, facilitar os de-obra - OGMO ou
NR 29 de Segurança e primeiros socorros a empregadores: promover cursos de
Saúde no acidentados e alcançar as atualização para os membros
Trabalho melhores condições possíveis da Comissão CPATP;
Portuário de segurança e saúde aos
trabalhadores portuários.
Cabe aos trabalhadores: utilizar
Segurança e Diz respeito a proteção e a corretamente os dispositivos e
Saúde no regulamentação das condições equipamentos de segurança e estar
NR 30
Trabalho de segurança e saúde dos familiarizado com as instalações,
Aquaviário trabalhadores aquaviários. sistemas de segurança e
compartimentos de bordo.
Estabelece os preceitos a serem
observados na organização e no
Segurança e
ambiente
Saúde no
de trabalho, de forma a tornar
Trabalho na É vedada a manipulação de
compatível o planejamento e o
Agricultura, quaisquer agrotóxicos, adjuvantes e
desenvolvimento
NR 31 Pecuária produtos afins por menores de
das atividades da agricultura,
Silvicultura, dezoito anos, maiores de sessenta
pecuária, silvicultura,
Exploração anos e por gestantes.
exploração florestal e
Florestal e
aquicultura com a segurança e
Aquicultura
saúde e meio ambiente do
trabalho.
Segurança e Tem por finalidade estabelecer Os trabalhadores com feridas ou
NR 32
Saúde no as diretrizes básicas para a lesões nos membros superiores
191
implementação de medidas de
proteção à segurança e à saúde só podem iniciar suas atividades
Trabalho em dos trabalhadores dos serviços após avaliação médica
Serviços de de saúde, bem como daqueles obrigatória com emissão de
Saúde que exercem atividades de documento de liberação para o
promoção e trabalho.
assistência à saúde em geral.
Estabelece os requisitos
mínimos para identificação de
espaços confinados e
Segurança e o reconhecimento, avaliação, É vedada a entrada e a realização de
Saúde nos monitoramento e controle dos qualquer trabalho em
Trabalhos em riscos existentes, de forma a espaços confinados sem a emissão da
NR 33
Espaços garantir permanentemente a Permissão de Entrada e
Confinados segurança e saúde dos Trabalho.
trabalhadores que interagem
direta ou indiretamente nestes
espaços.
Condições e Antes do início dos trabalhos deve
Estabelece os requisitos
Meio ser efetuada e registrada a
mínimos e as medidas de
Ambiente de inspeção de todos os EPI a serem
proteção à segurança, à
Trabalho na utilizados, recusando-se os
NR 34 saúde e ao meio ambiente de
Indústria da que apresentem falhas ou
trabalho nas atividades da
Construção e deformações ou que tenham sofrido
indústria de construção e
Reparação impacto de queda, quando se tratar
reparação naval.
Naval de cintos de segurança.
Diz respeito aos requisitos
mínimos e as medidas de
As pessoas responsáveis pela
proteção para o trabalho
execução das medidas de
em altura, envolvendo o
salvamento devem estar capacitadas
planejamento, a organização e a
Trabalho em a executar o resgate,
NR 35 execução, de forma
Altura prestar primeiros socorros e possuir
a garantir a segurança e a saúde
aptidão física e mental
dos trabalhadores envolvidos
compatível com a atividade a
direta ou
desempenhar.
indiretamente com esta
atividade.
Tabela 4. Apresentação das 35 Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. Elaborada
pelo autor. Fonte: Revisão bibliográfica do autor.
Para exemplificar um situação que aponta casos clássicos de descumprimentos das Normas
Regulamentadoras de Saúde e Segurança no Trabalho, a Revista Cipa (BRASIL, 2015) relata
sinteticamente os resultados de uma ação de fiscalização, de autuação e de interdição de atividades
de empresas de telemarketing, que teve início após uma fiscalização realizada em Minas Gerais,
resultando em 900 autos de infração e R$ 300 milhões em multas em sete estados brasileiros. Sem
citar o nome das empresas, transcrevo os trechos mais relevantes do relatório (BRASIL, 2015, s. p.)
conforme exposto a seguir:
192