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RETRATO DA RELAÇÃO ENTRE A ROTINA SEMANAL E A

CONSTRUÇÃO DA CARREIRA DOS ESTUDANTES DA TURMA DE


AMOSTRAGEM 2016/1 DO BACHARELADO EM ESTATÍSTICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS: UM
LEVANTAMENTO AMOSTRAL ESTRATIFICADO

Álaze Gabriel Gifted1

Professora: Dra. Cecília Candollo

SÃO PAULO,
2016
1Graduado em Gestão Empresarial (2012). Pós-graduado no MBA em finanças e controladoria (2014).
Universidade Bráz Cubas. Pós-graduado em Docência e Pesquisa para o Ensino Superior (2015). Universidade
Metropolitana de Santos. Bacharelando em Estatística. Universidade Federal de São Carlos. Bacharelando em
Ciências Contábeis. Bacharel e Mestre em Teologia. Universidade da Bíblia. E-mail:
alaze_p7sd8sin5@yahoo.com.br
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE
TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA
BACHARELADO EM ESTATÍSTICA

RETRATO DA RELAÇÃO ENTRE A ROTINA SEMANAL E A


CONSTRUÇÃO DA CARREIRA DOS ESTUDANTES DA TURMA DE
AMOSTRAGEM 2016/1 DO BACHARELADO EM ESTATÍSTICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS: UM LEVANTAMENTO
AMOSTRAL ESTRATIFICADO

Álaze Gabriel Gifted

Trabalho apresentado digital e


oralmente à Profª. Dra. Cecília
Candollo como requisito parcial
para aprovação na disciplina de
Amostragem 2016/1, do
bacharelado em Estatística da
Universidade Federal de São
Carlos campus São Carlos.

SÃO CARLOS
2016
RESUMO (descrição do trabalho)

Este trabalho busca retratar a relação entre a rotina semanal a construção da carreira
dos estudantes da turma de Amostragem 2016/1 do bacharelado de Estatística da
Universidade Federal de São Carlos, campus São Carlos. Para tanto, utiliza-se as seguintes
metodologias: o método fenomenológico-hermenêutico, como eixo epistemológico de
investigação, e o eixo hipotético-dedutivo, como o seu eixo lógico de investigação. Como
eixo técnico, adotou-se neste trabalho a Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição,
com alocação proporcional. Primeiramente, eu estipulei B = 2 e nível de confiança igual a
95% - 1 - α = 0,95, α = 0,05, α/2 = 0,025, Z α= 1,96. Mas como a variância amostral (s²) é
desconhecida, então eu decidi estimá-la por meio de uma amostra-piloto. Utilizando, então, o
bom senso, eu escolhi um tamanho inicial para a amostra (n 0) de cada estrato, n0(1) = 5 para o
estrato masculino e n0(2) = 3 para o estrato feminino. Daí, eu acessei a plataforma do AVA
Moodle, numerei de 1 a 27 os participantes do sexo masculino, e de 1 a 15 os participantes do
sexo feminino, sorteei no R, 5 unidades elementares do primeiro estrato e 3 do segundo, por
meio do comando sample (1:27,5) e sample (1:15,3). Em seguida, eu selecionei os seus
respectivos e-mails e para eles enviei o questionário online para coleta dos dados, elaborado
na plataforma virtual Survio. Com os dados coletados, eu calculei: o total e a proporção
amostral das variáveis de interesse qualitativas; a média, a variância, o desvio padrão, o
coeficiente de variação e o intervalo de confiança para a média população de cada estrato com
índice de confiança de 95%, das variáveis de interesse quantitativas. Então foi estimada a
variância de cada variável de interesse e calculado o tamanho efetivo (n) da amostra para cada
uma delas. Como todos os n deram diferentes, então eu escolhi o maior n dentre as variáveis
de interesse para as quais intentei obter o intervalo de confiança para a média populacional,
garantindo, deste modo, a confiabilidade das informações resultantes por meio desta pesquisa.
Então, eu procedi com a coleta e o tratamento dos dados seguintes os procedimentos técnicos
já citados, e calculando todos os estimadores pontuais e intervalares desejados. Além disto,
este trabalho discute: a) os procedimentos técnicos necessários parra a adequada
operacionalização da Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição, com alocação
proporcional; b) a fidedignidade dos resultados obtidos por meio do levantamento amostral
probabilístico; e c) a aumento e a expansão da conscientização de que a construção da carreira
é responsabilidade do indivíduo, ainda que a organização do trabalho possa e deva fornecer os
meios para que ela se concretize.

Palavras-chave: Amostragem. Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição.


Alocação proporcional. Estatística Descritiva. Estatística Inferencial. Gestão da carreira.
ABSTRACT (job description)

This work seeks to portray the relationship between weekly routine career building
students Sampling class 2016/1 Statistics Bachelor of Federal University of São Carlos, São
Carlos campus. Therefore, the following methods are used: the phenomenological-
hermeneutical method, as an epistemological axis of research, and the hypothetical-deductive
axis as its logical axis research. As a coach axis, was adopted in this work the Stratified
Random Sampling without replacement, with proportional allocation. First, I have stipulated
B = 2 and confidence level of 95% - 1 - α = 0.95, α = 0.05, α / 2 = 0.025, Zα = 1.96. But as
the sample variance (s²) is unknown, so I decided to cherish her through a pilot sample.
Using, then, common sense, I chose an initial size for the sample (n 0) of each stratum, n 0 (1)
= 5 for male stratum and n 0 (2) = 3 for the female stratum. Hence, I have accessed the VLE
Moodle, have numbered 1-27 participants male and 1 to 15 participants female sorteei in R 5
elementary units of the first layer and 3 of the second through the sample command (1: 27.5)
and sample (1: 15.3). Then I selected their respective emails and sent them to the online
questionnaire to collect data, elaborate on the virtual platform Survio. With the collected data,
I calculated: the total and the sample proportion of qualitative variables of interest; the mean,
variance, standard deviation, coefficient of variation and the confidence interval for the
average population of each layer with a 95% confidence index of quantitative variables of
interest. Then it was estimated variance of each variable of interest and calculated the
effective size (n) for each sample. Like all n have different, so I chose the most n among the
variables of interest for which intentei get the confidence interval for the population mean,
thereby ensuring the reliability of information generated by this research. So I proceeded to
the collection and processing of data following the technical procedures already mentioned,
and calculating all point estimators and desired interval. In addition, this paper discusses: a)
the necessary technical procedures parra proper operation of the Stratified Random Sampling
without replacement, with proportional allocation; b) the reliability of the results obtained
from the probabilistic sample survey; and c) the increase and expansion of awareness that
career building is the individual's responsibility, although the organization of work can and
must provide the means for it to happen.

Keywords: Sampling. Stratified Random Sampling without replacement. Proportional


allocation. Descriptive statistics. Inferential Statistics. Career management.
RESUMEN (descripción del trabajo)

Este trabajo busca retratar la relación entre la creación de la carrera semanal de clase
de los estudiantes de muestreo de rutina 2016/1 Estadísticas Licenciado en la Universidad
Federal de San Carlos, San Carlos del campus. Por lo tanto, se utilizan los siguientes métodos:
el método fenomenológico-hermenéutico, como un eje epistemológico de la investigación, y
el eje hipotético-deductivo como su investigación eje lógico. Como eje entrenador, fue
adoptado en este trabajo el muestreo aleatorio estratificado sin reemplazo, con asignación
proporcional. En primer lugar, he estipulado B = 2 y de nivel de confianza del 95% - 1 - α =
0,95, α = 0,05, α/2 = 0,025, Zα = 1,96. Pero como no se conoce la varianza de la muestra (s²),
por lo que decidí acariciar ella a través de una muestra piloto. Utilizando, entonces, el sentido
común, elegí un tamaño inicial de la muestra (n 0) de cada estrato, n 0 (1) = 5 para el estrato
masculina y n 0 (2) = 3 para el estrato femenino. Por lo tanto, he accedido a la VLE Moodle,
han numerado 1-27 participantes masculinos y 1 a 15 participantes sorteei femenina en R 5
unidades elementales de la primera capa y 3 de la segunda a través de la comandos de muestra
(1: 27.5) y de la muestra (1: 15.3). Luego he seleccionado sus respectivos correos electrónicos
y los envió al cuestionario en línea para recopilar datos, elaborar sobre la plataforma virtual
Survio. Con los datos recogidos, he calculado: el total y la proporción muestral de las
variables cualitativas de interés; la media, varianza, desviación estándar, coeficiente de
variación y el intervalo de confianza para la media de población de cada capa con un índice de
confianza del 95% de las variables cuantitativas de interés. A continuación, se calculó la
varianza de cada variable de interés y se calcula el tamaño efectivo (n) para cada muestra. Al
igual que todos los n tienen diferente, así que elegí el más n entre las variables de interés para
los que intentei obtener el intervalo de confianza para la media poblacional, garantizando así
la fiabilidad de la información generada por esta investigación. Por lo que se procedió a la
recogida y tratamiento de los datos siguiendo los procedimientos técnicos ya mencionados, y
el cálculo de todos los estimadores puntuales y el intervalo deseado. Además, este documento
analiza: a) la operación necesaria procedimientos técnicos parra apropiado del muestreo
aleatorio estratificado sin reemplazo, con asignación proporcional; b) la fiabilidad de los
resultados obtenidos de la encuesta muestra probabilística; yc) el aumento y la expansión de la
conciencia de que la creación de la carrera es la responsabilidad del individuo, aunque la
organización del trabajo puede y debe proporcionar los medios para que esto ocurra.

Palabras clave: Muestreo. Muestreo aleatorio estratificado sin reemplazo. La


asignación proporcional. La estadística descriptiva. Inferencia estadística. Gestión de la
carrera.
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Faixa etária. Página 76 e 107.


GRÁFICO 2 – Renda mensal. Página 108.
GRÁFICO 3 – Pretensão com o curso de Estatística. Página 108.
GRÁFICO 4 – Motivo de não (re)ingresso no mercado de trabalho. Página 109.
GRÁFICO 5 – Remuneração inicial pretendida. Página 109.
GRÁFICO 6 – Nível hierárquico pretendido. Página 110.
GRÁFICO 7 – Setor do mercado que mais o(a) atrai. Página 110.
GRÁFICO 8 – Quantidade de cursos extra-curriculares. Página 111.
GRÁFICO 9 – Tempo gasto acessando e-mail. Página 111.
GRÁFICO 10 – Tempo gasto acessando redes sociais. Página 112.
GRÁFICO 11 – Tempo gasto acessando bases de dados. Página 77 e 112.
GRÁFICO 12 – Tempo gasto acessando sites comerciais. Página 113.
GRÁFICO 13 – Tempo gasto acessando sites governamentais. Página 77 e 113.
GRÁFICO 14 – Tempo gasto em baladas. Página 114.
GRÁFICO 15 – Tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as). Página 78 e 114.
GRÁFICO 16 – Tempo gasto dormindo nos dias úteis. Página 115.
GRÁFICO 17 – Tempo gasto dormindo nos dias não úteis. Página 78 e 115.
GRÁFICO 18 – Tempo gasto assistindo TV. Página 116.
GRÁFICO 19 – Tempo gasto ouvindo músicas e ou notícias. Página 116.
GRÁFICO 20 – Tempo gasto assistindo a filmes. Página 79 e 117.
GRÁFICO 21 – Tempo gasto praticando algum esporte. Página 117.
GRÁFICO 22 – Tempo gasto dedicando-se aos estudos. Página 118.
GRÁFICO 23 – Quantidade de créditos para integralização este semestre letivo.
Página 118.
GRÁFICO 24 – Tempo gasto com espiritualidade. Página 119.
GRÁFICO 25 – Tempo gasto com cuidados com a saúde. Página 79 e 119.
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Questionário. Página 40.


TABELA 2 – Fórmula de cálculo do tamanho efetivo da amostra. Página 44.
TABELA 3 – Descrição da estratificação amostral efetivada. Página 45.
TABELA 4 – Legenda 1. Página 46.
TABELA 5 – Fórmula para o cálculo do tamanho efetivo da amostra total para
Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição com alocação proporcional. Página 46.
TABELA 6 – Cálculo do tamanho efetivo da amostra total para Amostragem Aleatória
Estratificada sem reposição com alocação proporcional. Página 47.
TABELA 7 – Cálculo das alocações proporcionais para Amostragem Aleatória
Estratificada sem reposição. Página 48.
TABELA 8 – Totais amostrais do estrato 1 (sexo masculino). Página 50.
TABELA 9 – Legenda 2. Página 51.
TABELA 10 – Proporções amostrais do estrato 1 (sexo masculino). Página 53.
TABELA 11 – Totais amostrais do estrato 2 (sexo feminino). Página 55.
TABELA 12 – Legenda 3. Página 56.
TABELA 13 – Proporções amostrais do estrato 2 (sexo feminino). Página 59.
TABELA 14 – Médias, variâncias, desvios-padrão e coeficientes de variação
amostrais. Página 64.
TABELA 15 – Legenda 4. Página 65.
TABELA 16 – Médias, variâncias, desvios-padrão e coeficientes de variação
amostrais do estrato 2 (sexo feminino). Página 69.
TABELA 17 – Legenda 5. Página 70.
TABELA 18 – Intervalo de confiança para média populacional, com sigma
desconhecido, para N > 30, de uma Amostragem Aleatória Estratifica sem reposição com
alocação proporcional. Estrato 1: sexo masculino. Página 71.
TABELA 19 – Intervalo de confiança para média populacional, com sigma
desconhecido, para N > 30, de uma Amostragem Aleatória Estratifica sem reposição com
alocação proporcional. Estrato 2: sexo feminino. Página 72.
TABELA 20 – Intervalo de confiança para média populacional, com sigma
desconhecido, para N > 30, de uma Amostragem Aleatória Estratifica sem reposição com
alocação proporcional. Estrato 2: sexo feminino. Página 73.
TABELA 21 – Síntese dos resultados finais do estrato 1 (sexo masculino). Página 89.
TABELA 22 – Síntese dos resultados finais do estrato 2 (sexo feminino). Página 89.
TABELA 23 – Cálculos no Excel das médias e das variâncias para cada estrato.
Página 114.
TABELA 24 – Cálculos no Excel dos intervalos de confiança de 95% do estrato 1
(sexo masculino). Página 114.
TABELA 25 – Cálculos no Excel dos intervalos de confiança de 95% do estrato 1
(sexo masculino). Página 115.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Distribuição Assimétrica Positiva. Página 99.


FIGURA 2 – Distribuição Simétrica, ou Normal. Página 99.
FIGURA 3 – Distribuição Assimétrica Negativa. Página 100.
FIGURA 4 – Distribuição Mesocúrtica. Página 104.
FIGURA 5 – Distribuição Leptocúrtica. Página
104. FIGURA 6 – Distribuição Platicúrtica. Página
105. FIGURA 7 – Estimação de parâmetros. Página
109.
SUMÁRIO

Lista de Gráficos..........................................................................................................11
Lista de Figuras...........................................................................................................13
Lista de Tabelas...........................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................17
1.1 Justificativa..........................................................................................................17
1.2 Variáveis de interesse.........................................................................................18
1.3 Objetivos.............................................................................................................18
1.4 Resultados esperados.........................................................................................19
2 METODOLOGIA....................................................................................................20
2.1 Pilar epistemológico...........................................................................................20
2.2 Pilar lógico..........................................................................................................20
2.3 Pilar técnico........................................................................................................21
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................40
3.1 O instrumento de pesquisa utilizado................................................................40
3.2 A pré-testagem do instrumento de coleta dos dados.......................................44
3.3 A determinação do tamanho efetivo da amostra.............................................44
3.4 Os totais e as proporções amostrais..................................................................48
3.4.1 Estrato 1: sexo masculino.........................................................................48
3.4.2 Estrato 2: sexo feminino...........................................................................54
3.5 As médias, as variâncias, os desvios-padrão e os coeficientes de variação
amostrais 59
3.4.1 Estrato 1: sexo masculino.........................................................................59
3.4.2 Estrato 2: sexo feminino...........................................................................65
3.6 Intervalo de confiança para a média populacional das variáveis de interesse
quantitativas............................................................................................................................70
3.6.1 Estrato 1: sexo masculino.........................................................................71
3.6.2 Estrato 2: sexo feminino...........................................................................72
3.6.3 Amostra definitiva total............................................................................72
4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................73
REFERÊNCIAS..........................................................................................................82
APÊNDICE1: Estatística Descritiva..........................................................................86
APÊNDICE 2: Cálculos no Excel dos estimadores pontuais e intervalares para
cada estrato............................................................................................................................105
APÊNDICE 3: Gráficos referentes a todas as variáveis de interesse...................107
17

1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa

Esse tema se justifica devido ao meu interesse em retratar a relação entre os hábitos e
condições estudantis e a construção da carreira dos estudantes da turma de Amostragem
2016/1 do bacharelado em Estatística da Universidade Federal de São Carlos.
Pesquisas científicas sobre gestão da carreira mostram que o sucesso da nossa
trajetória de carreira envolve a adequada gestão do nosso tempo, o que implica disciplinar
corretamente os nossos hábitos cotidianos, desenhando uma rotina semanal coerente com os
nossos objetivos profissionais, acadêmicos, financeiros, etc. (PERES, 2011; REAL et al,
2013; VIEIRA; CASTRO; JÚNIOR, 2010). Deste modo, a adequada administração da nossa
rotina semanal pode favorecer ou desfavorecer a construção da nossa trajetória profissional,
podendo até mesmo determinar o seu sucesso ou o seu fracasso (PERES, 2011; VIEIRA;
CASTRO; JÚNIOR, 2010). Por exemplo, eu cito o estudo realizo por Real et al (2013, p. 1),
cujo resumo eu transcrevo:

O desenvolvimento da carreira do profissional passa por mudanças perceptíveis.


Associado a este processo de mudança, o profissional necessita buscar seu
aprimoramento constante. Este artigo teve a finalidade de identificar, junto a
estudantes de cursos de Graduação de uma Instituição de Ensino Superior de Porto
Alegre, como estes percebem o papel do indivíduo e o papel da organização na
responsabilidade por este desenvolvimento da carreira. Caracterizou-se como uma
pesquisa de caráter exploratória e descritiva, a qual foi desenvolvida em uma
abordagem quantitativa. O grupo amostral foi composto por noventa pessoas, que
foram investigados por meio de questionário. Os indivíduos mostram-se conscientes
da importância de planejar sua própria carreira e de gerenciar seu desenvolvimento
profissional. Pode-se concluir, a partir da pesquisa realizada, que as carreiras estão
se adaptando às demandas do cenário atual ficando, portanto, evidenciadas as
necessidades de aprimoramento do profissional, para uma condução mais efetiva da
gestão de carreira entre indivíduos e empresas.

Além disto, ao contrário do que muitos pensam, a responsabilidade de planejar e


construir cotidianamente a nossa trajetória de carreira não é da organização do trabalho, mas
sim nossa, ou seja, ela é individual (REAL et al, 2013). Sobre estes aspectos, Real et al (2013,
p. 10) pontuam:

Esta pesquisa teve como objetivo identificar como os estudantes de uma instituição
de ensino de Porto Alegre percebem o papel do indivíduo e o papel das organizações
quanto a responsabilidade pelo desenvolvimento da sua carreira. Em relação ao
planejamento de carreira, concluiu-se que os respondentes acreditam na importância
do planejamento de carreira para suas vidas, bem como atribuem maior chance de
sucesso para quem busca o planejamento de carreira.
A grande parte dos indivíduos pesquisados afirma ter planejado suas carreiras,
atribuindo a responsabilidade pelo planejamento como sendo deles próprios e a
relação do planejamento em conjunto com a empresa mostra que essa perspectiva
vem ao encontro do que se propõe para o planejamento de carreiras na atualidade. O
indivíduo configura-se o principal responsável pelo seu desenvolvimento, e à
organização cabe oferecer o caminho e oportunidades para o alcance dos objetivos e
metas do profissional no desenvolvimento de sua carreira.
18

Portanto, a organização do trabalho pode e deve sim nos ajudar neste processo de
planejamento e construção, mas ele consiste em uma responsabilidade individual, de modo
que somente nós é que temos o direito da liberdade, da espontaneidade e da consciência de
construir a nossa própria trajetória de carreira, consoante as nossas necessidades e vontades
(REAL et al, 2013; PERES, 2011).

1.2 Variáveis de interesse

1. Nome do respondente;
2. Idade (em anos);
3. Renda (em reais);
4. Pretensão com o curso de Estatística (carreira acadêmica, estatístico do IBGE,
estatístico do INSS, estatístico empresarial, etc.);
5. Razões do não (re)ingresso no mercado de trabalho;
6. Remuneração inicial pretendida;
7. Nível hierárquico pretendido;
8. Setor de mercado que mais o(a) atrai;
9. Quantidade de cursos extra-curriculares;
10. Tempo gasto com e-mail;
11. Tempo gasto com as redes sociais;
12. Tempo gasto com bases de dados;
13. Tempo gasto com sites comerciais;
14. Tempo gasto com sites governamentais;
15. Tempo gasto com baladas;
16. Tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as);
17. Tempo gasto dormindo nos dias úteis;
18. Tempo gasto dormindo nos dias não úteis;
19. Tempo gasto com TV (inclusive TV online);
20. Tempo gastro com rádio (músicas);
21. Tempo gasto com filmes;
22. Tempo gasto com os esportes;
23. Tempo gasto com os estudos;
24. Quantidade de créditos este semestre letivos;
25. Tempo gasto com a espiritualidade;
26. Tempo gasto com cuidados com a saúde.

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral:

Retratar a relação entre a rotina semanal e a construção da carreira dos estudantes da


turma de Amostragem 2016/1 do bacharelado em Estatística da Universidade Federal de São
Carlos, campus São Carlos, por meio de uma Amostragem Probabilística Estratificada
Proporcional, com sorteio aleatório simples sem reposição.

1.3.2 Específicos:

1. Discutir os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização


da Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição, com alocação proporcional;
19

3. Discutir a fidedignidade dos resultados obtidos por meio do levantamento amostral


probabilístico.

1.4 Resultados esperados

Tendo-se já realizado anteriormente um levantamento amostral, aplicando-se a


Amostragem Aleatória Simples sem reposição, à mesma população universo, investigando
variáveis de interesse um tanto quanto próximas daquelas investigadas no presente trabalho, já
se tem em mente, com certa precisão, os resultados esperados, dentre os quais: a maior parte,
tanto dos estudantes do sexo masculino quanto dos do sexo feminino estão dentro da faixa
etária dos 20 aos 23 anos, renda em torno de meio salário mínimo (R$440,00), proveniente de
alguma bolsa estudantil, alguns com renda de classe média, a maioria gastando cerca de 5
horas semanais ouvindo músicas, assistindo filmes, praticando algum esporte, assistindo a TV,
acessando bases de dados, entre 12 e 16 horas semanais acessando e-mail, entre 16 e 20 horas
semanais acessando as redes sociais, cerca de 40 horas semanais gastos com estudos, entre 4 e
horas semanais acessando sites governamentais, entre 8 e 12 horas semanais acessando sites
comerciais, entre 9 e 12 horas diárias dormindo nos dias úteis, entre 16 e 20 horas diárias
dormindo nos sábados, domingos e feriados, até 2 horas semanais gastos com espiritualidade,
até 1 hora semanal gasta cuidando da saúde, cerca de 20 atividades extra-curriculares por ano,
entre 16 e 20 créditos neste semestre letivo, entre 12 e 16 horas semanais gastas com baladas e
ou bebendo com os(as) amigos(as).
20

2 METODOLOGIA

2.1 Pilar epistemológico

O pilar epistemológico refere-se ao conjunto de pressupostos ontológicos,


morfológicos, gnosiológicos, teóricos e éticos, norteadores da pesquisa científica em um nível
estratégico. É, portanto, o pilar estratégico, ou diretivo, da pesquisa científica. Considera
sensivelmente a concepção de homem, de vida, de mundo, de ciência e de ética que o
pesquisador tem tanto quanto as suas relações com o objeto da sua investigação (GILES,
1979; PIAGE, 1973; KÖCHE, 1997; TEIXEIRA 2012; EL-GUINDY, 2004; VERGARA,
2012; SPINK, 2012; BRASIL, 2012). Por essas razões, os seus enfoques (métodos) podem ser
apropriadamente denominados bases estratégicas da investigação ou bases diretivas
constitucionais da investigação (GIFTED, 2015).
Esta proposta de trabalho de pesquisa caracteriza-se como um estudo fenomenológico-
hermenêutico, porque visa a exploração descritiva da relação entre os hábitos e as condições
de permanência estudantis e a construção da carreira dos estudantes da turma de Amostragem
2016/1 do bacharelado em Estatística da Universidade Federal de São Carlos, campus São
Carlos. A base diretiva da investigação fenomenológico-hermenêutica concebe a ciência
como a compreensão dos fenômenos em suas diversas manifestações; o homem é tido como
projeto, ser inacabado, ser de relações com o mundo e com os outros; defende a transição de
uma visão sincrônica (o rx do fenômeno) para uma visão diacrônica; defende a transcrição de
uma visão isolacionista, homogênea, não-conflitiva para uma visão dinâmica. Seu caráter é
cientificista, isto é, o conhecimento é teórico, abstrato, resultado do raciocínio. Ela tem por
objetivo a exploração descritiva do comportamento de um fenômeno, isto é, de um fato
observado externamente. Por essa razão, o grau de aproximação entre sujeito pesquisador e
objeto investigado por uma pesquisa dirigida por essa base é levemente sensível, e ela foca,
não nas causas e nos efeitos, mas na descrição da realidade do objeto investigado (TEIXEIRA
2012; VERGARA, 2012; GIFTED, 2015; EL-GUINDY, 2004; SPINK, 2012; BRASIL,
2012).

2.2 Pilar lógico

O pilar lógico refere-se ao conjunto de pressupostos estruturais do pensamento,


norteadores da pesquisa científica em um nível tático. É, portanto, o pilar tático, ou gerencial,
da pesquisa científica. Considera o ponto exato de partida do raciocínio utilizado bem como
as nuances dos seus avanços. Por essa razão, os seus enfoques (métodos) podem ser
apropriadamente denominados bases táticas da investigação ou bases estruturais do
pensamento da investigação (CRESWELL, 2010; TRIVIÑOS, 1987; GIFTED, 2015).
Para este trabalho, utiliza-se a base estrutural de pensamento silogístico-indutiva,
partindo de dados particulares de determinadas variáveis de interesse investigadas sobre uma
amostra de unidades elementares da turma de Amostragem 2016/1, e rumando para
conclusões generalizadas sobre a mesma. O grau de fidedignidade das conclusões
generalizadas mencionadas é exatamente o mesmo daquele referente aos resultados obtidos.
A base estrutural de pensamento silogístico-indutiva, também denominada lógica
teorética, é aquela que parte de um conjunto de proposições que seguem uma ou mais
tendências teoréticas específicas (particulares) e ruma para conclusões generalizadas (gerais).
Por essa razão ela é mais utilizada em estudos cientificistas, ou seja, aqueles mais voltados
para o campo das abstrações. (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010;
POPPER, 1972; KANT, 2001; 2004).
21

2.3 Pilar técnico

O pilar técnico refere-se ao conjunto de pressupostos de abordagem, de modalidade


sequencial (pesquisa mista), de base e subbase procedimentais (pesquisa observacional), de
técnicas e subtécnicas, de instrumentos, de recursos (inclusive o tempo) e de lócus,
norteadores da pesquisa científica em um nível operacional. É, portanto, o pilar operacional,
ou funcional, da pesquisa científica. Considera as fases pré-implementatória (trabalho ou
redação de ensaio), implementatória (execução do trabalho ou da redação de ensaio) e pós-
implementatória (publicação dos resultados finais) da investigação científica (MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; ECO, 2012; THIOLLENT, 2003; 2011;
YIN, 2010; MARTINS, 2008; SOARES, 2003). Por essa razão, os seus enfoques (métodos)
podem ser apropriadamente denominados bases operacionais da investigação ou bases
funcionais da operação de investigação (GIFTED, 2015). As abordagens de investigação
podem ser qualitativa (dados e linguagem alfabéticos), quantitativa (dados e linguagem
numéricos) e mista (um pouco quali, um pouco quanti) (CRESWELL, 2010; RODRIGUES,
2006; TRIVIÑOS, 1987). As modalidades sequenciais, inerentes aos métodos mistos de
investigação, podem ser estratégia explanatória sequencial, estratégia exploratória sequencial,
estratégia transformativa sequencial, estratégia de triangulação concomitante, estratégia
incorporada concomitante e estratégia transformativa concomitante (CRESWELL, 2010;
GIFTED, 2015).
As bases procedimentais de investigação podem ser a observacional, a experimental, a
estatística e ou a clínica (GIL, 1999; 2010). Cada uma delas é classificada de acordo com as
técnicas de coleta de dados utilizadas, sendo, portanto, a observação, a experimentação, a
amostragem e a testagem, respectivamente. As técnicas de investigação podem ser de coleta
(levantamento bibliográfico, levantamento documental, entrevista, intervenção,
experimentação, amostragem, testagem), de registro (planificação manual, planificação
eletrônica), de sistematização
(suposições, hipóteses, indagações, suspeitas, curiosidades, conjecturas), de organização
(categorização, codificação, tabulação), de análise ou interpretação (AB, AC, AD, AF, AR,
exegese- hermenêutica, etc.), de formalização (TCC, dissertação, tese, artigo, resenha,
periódico, revista, software, patente, obra de arte) e de apresentação (exposição oral,
exposição visual, exposição mista) (SEVERINO, 2007; GIL, 1999; 2010).
Os instrumentos de investigação tratam-se dos materiais utilizados para a coleta dos
dados. Podem ser o protocolo observacional, o protocolo de entrevista, o protocolo amostral,
o diário de campo, as escalas sociais, os testes, o questionário, o formulário (MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016;
KASMIER, 1982; CORREA, 2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010; KASMIER, 1982).
Os recursos tratam-se dos requisitos necessários à viabilidade da investigação
científica. Podem ser tecnológicos (hardware, software, materiais escolares, laboratórios de
informática, bibliotecas), financeiros (valores monetários, bolsas de estudo, ajudas de custo,
premiações), humanos (grupos de pesquisa, orientadores, coorientadores, coautores,
examinadores, colaboradores, normas justas) e tempo (cronogramas executáveis, metas
alcançáveis) (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL,
2010; RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987).
Os lócus tratam-se dos espaços físicos, isto é, os lugares onde são realizadas as etapas
da investigação científica. Podem ser de coleta (uma biblioteca), de registro (um telecentro),
de sistematização (uma praça), de organização (um albergue), de análise ou interpretação
(uma feira de domingo), de formalização (uma universidade) e de apresentação (um encontro
universitário) (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL,
2010; RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987).
22

Para a escolha das fontes selecionadas foram considerados os seguintes critérios: a)


conteúdo específico sobre os procedimentos técnicos necessários para a adequada
operacionalização
dos levantamentos amostrais; b) conteúdo sobre a metodologia da pesquisa científica; c)
viabilidade de acesso e análise dos materiais selecionados. Pretende-se observar todas as
fontes selecionadas; pretende-se coletar os dados, mediante um questionário de amostragem
pré-elaborado, após o que se planeja organizá-los, sistematizá-los, analisá-los e apresentá-los
de acordo com os procedimentos técnicos de pesquisa para levantamento bibliográfico,
levantamento documental e levantamento amostral apresentados por Gil (1999; 2010),
Marconi e Lakatos (2007), Rodrigues (2007), Luna (2011; 2012), Bolfarine e Bussab (2004),
Morettin e Bussab (2010), Candollo (2016), Kazmier (1982), Correa (2003) e Köche (1997;
2011).

a) Abordagem de pesquisa mista

A abordagem de pesquisa mista é aquela que utiliza tanto a linguagem quanto os dados
predominantemente utilizados são os qualitativos e, concomitantemente, os quantitativos.
Enquanto os primeiros servem como lente teórica da investigação, os segundos servem como
fundamentos precisos dos resultados produzidos. Essa abordagem já é hoje bastante comum
em estudos inter e multidisciplinares, e seu uso na área da Educação é crescente (DAL-
FARRA; LOPES, 2014; CRESWELL, 2010). Como modalidade sequencial de pesquisa, foi
selecionada para a execução desta proposta de trabalho de pesquisa a estratégia transformativa
sequencial de métodos mistos, que Creswell (2010, p. 248) explana do seguinte modo:

[...] A estratégia transformativa sequencial é um projeto de duas fases, com uma


lente teórica (p. ex., gênero, raça, teoria da ciência social) se sobrepondo aos
procedimentos sequenciais. Tem também uma fase inicial (quantitativa ou
qualitativa), seguida de uma segunda fase (qualitativa ou quantitativa), a qual se
desenvolve sobre a fase anterior. A lente teórica é apresentada na introdução de uma
proposta, molda uma questão de pesquisa direcional que visa explorar um problema
(p. ex., desigualdade, discriminação, injustiça), cria sensibilidade à coleta de dados
de grupos marginalizados ou sub-representados e termina com um chamado à ação.
[...]

Não é nem um pouco fácil utilizar tal abordagem, motivo pelo qual Creswell (2010, p.
243) justifica:

Combinar os dados (e, em um sentido mais amplo, a combinação das questões de


pesquisa, da filosofia, da interpretação) é difícil principalmente quando se considera
que os dados qualitativos consistem de texto e imagens e de dados quantitativos,
números. Há duas questões diferens aqui: Quando um pesquisador faz a combinação
dos dados em um estudo de métodos mistos? E como ela ocorre? A primeira questão
é muito mais fácil de responder do que a segunda. A combinação dos dois tipos de
dados pode ocorrer em diversos estágios: na coleta dos dados, na análise dos dados,
na interpretação dos dados, ou nas três fases. [...]

Hoje, na ciência moderna, já existem várias estratégias sequenciais desenvolvidas para


a pesquisa de abordagem mista, objetivando facilitar a sua compreensão e o seu uso
(CRESWELL, 2010). Creswell (2010), professor universitário que ministra cursos e escreve
23

sobre metodologia qualitativa e pesquisa de métodos mistos há mais de 35 anos, apresenta em


sua obra seis estratégias sequenciais para as pesquisas científicas de métodos mistos, cujo uso
já se faz crescente em várias áreas do conhecimento, em especial a das Ciências Exatas, a das
Ciências Sociais Aplicadas e da Educação.

b) A base procedimental: observação

A observação é a técnica mais utilizada para a coleta de dados, e se faz presente em


toda pesquisa científica, haja vista que é por meio dela que se realiza a revisão bibliográfica e
ou documental do tema selecionado para investigação. Sobre os tipos de observação, Marconi
e Lakatos (2008, p. 77-80) apresenta oito:

A técnica da observação não estruturada ou assistemática, também denominada


espontânea, informal, ordinária, simples, livre, ocasional e acidental, consiste em
recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios
técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas. É mais empregada em estudos
exploratórios e não tem planejamento e controle previamente elaborados. [...]
A observação sistemática também recebe várias designações: estruturada, planejada,
controlada. Utiliza instrumentos para a coleta dos dados ou fenômenos observados.
Realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos preestabelecidos.
Todavia, as normas não devem ser padronizadas nem rígidas demais, pois tanto as
situações quanto os objetos e objetivos da investigação podem ser muito diferentes.
Deve ser planejada com cuidado e sistematizada. [...]
Na observação não participante, o pesquisador toma contato com a comunidade,
grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: permanece de fora.
Presencia o fato, mas não participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz
mais o papel de espectador. Isso, porém, não quer dizer que a observação não seja
consciente, dirigida, ordenada para um fim
determinado. O procedimento tem caráter sistemático. [...]
[A observação participante] consiste na participação real do pesquisador com a
comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão
próximo quanto um membro do grupo que está estudando e participa das atividades
normais deste.
[...] Em geral, são apontadas duas formas de observação participante: a) Natural. O
observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga; b) Artificial. O
observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações. […]
Como o próprio nome indica, [a observação individual] é a técnica de observação
realizada por um pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre o
observado, fazendo algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de
contato. Por outro lado, pode intensificar a objetividade de suas informações,
indicando, ao anotar os dados, quais são os eventos reais e quais são as
interpretações. É uma tarefa difícil, mas não impossível. Em alguns aspectos, a
observação só pode ser feita individualmente. [...]
A observação em equipe é mais aconselhável do que a individual, pois o grupo pode
observar a ocorrência por vários ângulos. Quando uma equipe está vigilante,
registrando o problema na mesma área, surge a oportunidade de confrontar seus
dados posteriormente, para verificar as predisposições.
Normalmente, as observações [na vida real] são feitas no ambiente real, registrando-
se os dados à medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem devida
preparação. A melhor ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre. Isto
reduz as tendências seletivas e a deturpação na reevocação. [...]A observação em
laboratório é aquela que tenta descobrir a ação e a conduta que tiveram lugar em
condições cuidadosamente dispostas e controladas. Entretanto, muitos aspectos
importantes da vida humana não podem ser observados sob condições idealizadas no
laboratório. [...]
(grifos meus)
24

Todavia, embora a literatura crítica apresente vários tipos de observação, existem


basicamente dois tipos dela: a direta, ou participante, que constitui uma técnica aplicada in
loco, ou seja, no local onde se encontra o objeto do estudo; e a indireta, ou não participante,
que constitui uma técnica aplicada à distância do local onde se encontra o objeto de estudo.
Quer a observação participante, utilizada por exemplo na pesquisa-ação, em estudos de casos
observacionais e na etnografia participante, quer a observação não participante, utilizada por
exemplo na pesquisa bibliográfica, na pesquisa documental ou na etnografia não participante,
existem cuidados importantes que precisam ser tomados. Sobre esse aspecto, Martins (2008,
p. 109) salienta:

A observação consiste em um exame minucioso que requer atenção na coleta e


análise dos dados. Para tanto, a observação deve ser precedida por um levantamento
de referencial teórico e resultados de outras pesquisas relacionadas ao estudo.
Formalmente, é desejável a construção de um protocolo de observação, que,
evidentemente, fará parte do protocolo do Estudo de Caso. Observar não é apenas
ver. A validade (será que se está observando aquilo que de fato se deseja observar?)
e a confiabilidade, ou fidedignidade (será que sucessivas observações do mesmo fato
ou situação oferecem resultados semelhantes?) poderão ser atingidas se a observação
for, rigorosamente, controlada e sistemática. Implica em um planejamento cuidadoso
do trabalho e preparação do observador. O plano delimitará o fenômeno a ser
estudado, indicará o que se deve observar, as maneiras de se observar, a duração,
periodicidade, modo de registros e controles para garantia da validade e
confiabilidade. [...]

A observação pode ser direta, denominada observação participante (OP), quando o


observador-pesquisador partipa dos eventos a serem estudados, ou pode ser indireta,
denominada observação não participante (ONP), quando o observador-pesquisador se vale
somente da literatura crítica sobre os eventos a serem estudados sem, contudo, deles
participar. Distinguindo os dois tipos de observação, Martins (2008, p. 25) explana:

[...] A OP é uma modalidade especial de observação na qual o pesquisador não é


apenas um observador passivo. Ao contrário, o pesquisador pode assumir uma
variedade de funções dentro de um Estudo de Caso e pode, de fato, participar dos
eventos que estão sendo estudados. O observador-pesquisador precisará ter
permissão dos responsáveis para realizar o levantamento e não ser confundido com
elementos que avaliam, inspecionam ou supervisionam atividades. O grande desafio
do investigador é conseguir aceitação e confiança dos membros do grupo social
onde realiza o trabalho de campo [...]

As principais formas da observação participante são a entrevista, bastante utilizada nos


estudos de caso, nas pesquisas de campo em geral, nas biografias e nas etnografias
participantes (VERGARA, 2012; YIN, 2010), e a intervenção, utilizada nas pesquisas-ação
(THIOLLENT, 2011). Por sua vez, as principais formas da observação não participante são
os levantamentos bibliográficos (dados secundários), e os levantamentos documentais (dados
primários), utilizados em todas as pesquisas quando da revisão da literatura e outras partes
(GIL, 1999; 2010; SEVERINO, 2007).
A base procedimental observacional indica que o meio técnico utilizado para a coleta
dedados é a observação e os meios instrumentais a ela inerentes. Por observação entende-se a
técnica de coleta de dados em que o pesquisador observa o objeto investigado, quer participe
25

ou não desse processo. Quando o observador-pesquisador participa do processo de


investigação, diz-se que se trata de uma pesquisa observacional participante; quando,
entretanto, o observador-pesquisador não participa do processo de investigação, diz-se que se
trata de uma pesquisa observacional não participante.
A observação participante (OP) visa coletar dados primários, enquanto a observação
não participante (ONP), dados secundários. Por essa razão, na OP podem ser realizadas a
pesquisa-ação, os estudos de caso, as biografias participantes e as etnografias participantes. Já
na ONP podem ser realizadas as pesquisas bibliográficas, as pesquisas documentais, as
biografias não participantes e as etnografias não participantes. Neste diapasão, Bêrni e
Fernandez (2012, p. 176-177) explanam:

Os dados primários obedecem ao delineamento de um estudo que gerará a base


informacional nos estilos alternativos de condução de experimentos ou de obtenção
de informações por meio do questionamento direto dos agentes envolvidos com o
fenômeno. Tal é o caso, seguindo o exemplo, das testemunhas de um acidente de
trânsito. Entre os dados primários a ser coletados, destacam-se a observação direta
ou participante, a entrevista formal ou informal, a entrevista estruturada por meio de
questionário, a entrevista livre baseada em roteiro, a discussão em grupo
(distinguindo-se a construção de grupos focais), a consulta a documentos pessoais,
diários, correspondência ativa e passiva, histórias de vida. [...]

Se precisar de mais informação secundária, o pesquisador deverá recorrer a estatísticas


previamente disponíveis em livros técnicos, relatórios de pesquisa, artigos em revistas
técnicas, anais de congressos, documentos oficiais (censos, inquéritos, resoluções, informes),
documentos pessoais, correspondência ativa e passiva, história de vida, diários publicados ou
privados, documentos administrativos, contábeis e jurídicos.
Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que a base procedimental
observacional é parcialmente empírica (OP) e parcialmente não empírica (ONP),
dessemelhantemente das demais bases procedimentais, que são todas completamente
empíricas. Além disso, deduz-se que ela é a mais utilizada por parte dos pesquisadores em
geral, por causa da facilidade da sua compreensão e, especialmente, do seu uso. Porfim,
deduz-se também que toda pesquisa teórica, ou básica, baseia-se nos procedimentos
observacionais, valendo-se de seus meios técnicos e instrumentais.

c) Técnicas gerais de pesquisa: levantamento bibliográfico, documental e


amostral

Levantamento bibliográfico

O levantamento bibliográfico busca mapear um conjunto de bibliografias previamente


selecionadas para análise. A metodologia bibliográfica oferece meios que auxiliam na
definição e resolução dos problemas já conhecidos, permitindo tanto explorar novas áreas
onde os mesmos ainda não se cristalizaram suficientemente como também analisar um tema
sob novo enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões. (SEVERINO, 2007). Ele é
utilizado para a revisão da literatura e, portanto, necessário a todas as espécies de pesquisa.
Configura-se na técnica de coleta de dados dos livros e dos trabalhos acadêmicos em geral,
tais como TCC’s, monografias, dissertações, teses, artigos científicos, resenhas científicas,
etc. Os seus instrumentos fundamentais são as bibliografias.
O levantamento bibliográfico oferece meios que auxiliam na definição e resolução dos
problemas já conhecidos, como também permite explorar novas áreas onde os mesmos ainda
26

não se cristalizaram suficientemente. Permite também que um tema seja analisado sob novo
enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões. Além disso, permite a cobertura de
uma gama de fenômenos muito mais ampla, mormente em se tratando de pesquisa cujo
problema requeira a coleta de dados muito dispersos no espaço. Sobre essa técnica de
pesquisa para coleta de dados, Rodrigues (2007, p. 43) assinala:

Bibliográfica é a pesquisa limitada à busca de informações em livros e outros meios


de publicação. É o oposto da pesquisa de campo, distinguindo-se também e
igualmente por oposição da pesquisa in victro. Geralmente, a pesquisa bibliográfica
integra o âmbito da pesquisa ex-post-facto, pelo simples fato de que os livros e
artigos de revista ou periódico qualquer tratam, via de regra, de fatos consumados,
não sendo habitual a pesquisa bibliográfica baseada em leitura do tipo futurologia.

O levantamento bibliográfico pressupõe trabalhos anteriores que servem como fonte


ou lente teórica para embasamento de estudos mais abrangentes e ou aprofundados. Sobre
esse aspecto, Severino (2007, p. 122) destaca:

A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível,


decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos,
teses, etc. Utiliza- se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros
pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a
serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos
estudos analíticos constantes dos textos.

Realmente, toda pesquisa acadêmica requer em algum momento a realização de


trabalho que possa ser considerado como levantamento bibliográfico. Prova disso é que nas
dissertações e teses da atualidade, em sua maioria, há um capítulo especial dedicado à revisão
bibliográfica cuja finalidade principal é fundamentar o trabalho acadêmico teórica e
consistentemente, identificando, não raro, o estágio atual do conhecimento referente ao tema.
Gil (2010, p. 29) explana sobre tal tipo de pesquisa com os seguintes dizeres:

A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado.


Tradicionalmente,
esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais,
teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da
disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir
outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material
disponibilizado pela internet.
Ressaltando a relevância de tal tipo de pesquisa, Gil (2010) destaca que ela permite
ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar diretamente, em especial quando o problema de
pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Entretanto, não se esquece de
salientar que, como fontes secundárias, as bibliografias podem apresentar dados
coletados ou processados de forma equivocada, tornando possível a reprodução e/ou
ampliação desses erros em trabalhos nelas fundamentadas.

Por essa razão, Gil (2010, p. 30) fornece sugestões úteis para reduzir tal possibilidade,
dizendo:
27

Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores assegurarem-se das


condições em que os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada
informação para descobrir possíveis incoerências ou contradições e utilizar fontes
diversas, cotejando-as cuidadosamente.

De acordo com Gil (1999; 2010), não existem regras fixas para a realização de
pesquisas bibliográficas, mas existem algumas tarefas que a experiência demonstra serem
importantes. Dessaforma, este trabalho segue o seguinte roteiro:

- Exploração das fontes bibliográficas: primeiro, na fase de elaboração desta proposta


de trabalho, foram examinadas as bibliografias fundamentais sobre a metodologia da pesquisa
cientifica e conteúdo geral sobre levantamentos amostrais (BOLFARINE; BUSSAB, 2004;
MORETTIN; KASMIER, 1982; CANDOLLO 2016; BUSSAB, 2010; KASMIER, 1982;
GIFTED, 2015); depois, na fase de execução, serão examinados conteúdos específicos sobre
os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização dos levantamentos
amostrais (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KASMIER, 1982; CORREA,
2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010).

- Leitura do material: conduzida de forma informativa, seletiva, reflexiva e


interpretativa, objetivado reconhecer, reter, criticar construtivamente e avalizar as partes
essenciais para o desenvolvimento do estudo (DINIZ; DA SILVA, 2008).

- Elaboração de fichas: como de costume, eu elaborei de fichas de citações, de resumo


e bibliográfica, sobre as bibliografias clássicas, contendo as partes mais relevantes dos
materiais consultados;

- Protocolagem observacional: em folhas de caderno, blocos de anotações e agendas,


eu registrei todas as observações importantes sobre a coleta e o tratamento dos dados;

- Ordenação e análise das fichas: uma vez organizadas e ordenadas de acordo com o
seu conteúdo, conferindo sua confiabilidade, eu apliquei a Análise de Discurso produzindo
um resenha crítica de cada uma delas;

- Conclusões: obtidas após a coletas dos dados, por meio de Análise de Conteúdo.

Para a execução desta proposta de trabalho, os levantamentos do tipo bibliográfico,


documental e amostral contornarão problemas relacionados a tempo e recursos financeiros,
uma vez que um estudo dessa natureza necessariamente envolveria pesquisa de campo e mais
tempo para a coleta e análise de dados, mais característicos a um estudo de caso. Ressalta-se
ainda que os materiais assim selecionados e organizados constituem uma base de dados
consistente para a elaboração de estudos mais avançados dentro dessa área e temática.

Levantamento documental

O levantamento documental, visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que


ainda não foram submetidos a algum tipo de manipulação, embora possa coletar também
dados secundários, como, por exemplos, comentários de terceiros em um documentos em que
conste a legislação aplicável a algum tema, etc.. Configura-se na técnica de coleta de dados de
28

documentos pessoais, registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de


massa em geral, isto é, tv, rádio, jornais, revistas, internet, etc. Sobre essa técnica de pesquisa,
Gil (1999, p. 160) salienta:

As fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador


dados suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamentos de
campo, sem contar que em muitos casos só se torna possível a investigação social a
partir de documentos.

Os documentos, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos documentais,


são comumente compostos por informações originais do autor – e é exatamente o tipo delas
que diferem os levantamentos documentais dos bibliográficos, e, portanto, primárias, tais
como as encontradas em um prontuário médico, na legislação, nos demonstrativos financeiros
e contábeis de uma empresa ou de uma instituição, etc.. Entretanto, os documentos podem
conter informações interpretativas dos originais, tais como nas notas explicativas e
comentários realizados, por terceiros nos mesmos documentos citados, ou a eles anexados
(LUNA, 2011; 2012; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; KÖCHE,
1997; 2011; SOARES, 2003). Sobre estes aspectos dos documentos, Luna (2011, p. 56; 2012)
nos empresta as suas ideias tal como segue:

O documento, como fonte de informação, assume diferentes formas: literatura


pertinente a um assunto, anuários estatísticos e censos, prontuários médicos,
legislação, etc. São todos exemplos de fontes documentais. Como ocorre em relação
às demais fontes, as informações obtidas em documentos podem ser diretas e
indiretas. No caso particular de documentos, essa distinção costuma assumir a
denominação de fontes primárias (diretas) e secundárias (indiretas). As obras
originais de um autor são consideradas como primárias, enquanto as traduções e
comentários sobre esse autor já são consideradas fontes secundárias. De um modo
geral, quanto mais “oficial” for um documento, mais primária será a fonte.

O levantamento documental visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que


ainda não foram submetidos a algum tipo de manipulação, enquanto o levantamento
bibliográfico visa a coleta de dados secundários sobre um tema, quando não existem dados
primários sobre ele ou quando a sua coleta é comprovadamente inviável. Entretanto, vale
destacar que nos documentos, ou em anexo aos mesmos, podem haver dados secundários; por
essa razão, correto afirmar que os documentos são fontes de dados primários ou secundários.
Os documentos são tipificados por Gil (1999, p. 160-165) em documentos pessoais, registros
institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral, isto é, TV, rádio,
jornais, revistas, internet, etc., tal como se segue:

1) Registros estatísticos
[...] Entidades governamentais como a Fundação IBGE dispõem de dados referentes
a características socioeconômicas da população brasileira, tais como: idade, sexo,
tamanho da família, nível de escolaridade, ocupação, nível de renda etc. Os órgãos
de saúde fornecem dados a respeito de incidência de doenças, causas de morte etc.
Uma entidade como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos dispõe de dados sobre desemprego, salários, greves, negociações
trabalhistas etc. Organizações voluntárias têm dados referentes a seus membros e
também às populações que atendem. Institutos de pesquisa vinculados aos mais
29

diversos campos do conhecimento. Além disso, número cada vez maior de entidades
vem-se preocupando em manter bancos de dados. Isto se verifica em hospitais,
escolas, agências de serviço social, entidades de classe, repartições públicas etc. [...]
2) Registros institucionais escritos
Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a pesquisa social os
registros escritos fornecidos por instituições governamentais. Dentre esses dados
estão: projetos de lei, relatórios de órgãos governamentais, atas de reuniões de casas
legislativas, sentenças judiciais, documentos registrados em cartórios etc. [...]
3) Documentos pessoais
Há uma série de escritos ditados por iniciativa de seu autor que possibilitam
informações relevantes acerca de sua experiência pessoal. Cartas, diários, memórias
e autobiografias são alguns desses documentos que podem ser de grande valia na
pesquisa social. [...]
4) Comunicação de massa
Os documentos de comunicação de massa, tais como jornais, revistas, fitas de
cinema, programas de rádio e televisão, constituem importante fonte de dados para a
pesquisa social. Possibilitam ao pesquisador conhecer os mais variados aspectos da
sociedade atual e também lidar com o passado histórico. Neste último caso, com
eficiência provavelmente maior que a obtida com a utilização de qualquer outra
fonte de dados. [...] (grifos meus)

Embora a pesquisa bibliográfica e a documental sejam bastante semelhantes, por


ambas se respaldarem em materiais elaborados e já publicados, Gil (2010) aponta que a
principal diferença entre elas encontra-se na natureza das fontes. Sobre a identificação das
mesmas, Gil, 2010, p. 31, elucida dizendo que “o que geralmente se recomenda é que seja
considerada fonte documental quando o material consultado é interno à organização, e fonte
bibliográfica quando for obtido em bibliotecas ou bases de dados”. Para Marconi e Lakatos
(2007), a pesquisa documental consiste na análise de fontes primárias, isto é, elaboradas pelo
próprio autor, enquanto a pesquisa bibliográfica consiste na análise de fontes secundárias, isto
é, transcritas de fontes primárias contemporâneas ou retrospectivas.
Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que o levantamento bibliográfico,
enquanto um tipo de observação indireta, consiste na coleta e no tratamento sistematizado de
dados secundários, e que o levantamento documental, enquanto um tipo de observação que
tanto pode ser direta (dados primários) quanto indireta (dados secundários), consiste na coleta
e no tratamento sistematizado de dados híbridos, isto é, tanto primários quanto secundários
(KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA,
2011; 2012; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; SOARES, 2003).

Levantamento amostral

O levantamento amostral, tal como toda outra técnica geral da pesquisa científica
precisa de uma planejamento minucioso que especifique cada uma das suas fases, e os
procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização de cada uma delas
(CORREA, 2003; BOLFARINE; CANDOLLO, 2016; BUSSAB, 2004; KASMIER, 1982;
MORETTIN; BUSSAB, 2010). No caso específico da aplicação de técnicas de amostragem,
por se tratar de metodologias quantitativas, dessemelhante dos levantamentos bibliográficos e
documentais, que são essencialmente qualitativos, possuem peculiares, cujos cuidados
necessários são ressaltados por Bolfarine e Bussab (2004, p. 14) com os seguintes dizeres:

Ao optar por uma pesquisa quantitativa, levantamento ou experimentação, é


necessário que o pesquisador planeje, execute, corrija e analise adequadamente o
procedimento proposto e usado. Isto significa tomar uma série de medidas e
30

cuidados antes da realização, durante a aplicação e depois da pesquisa efetuada. Sem


esses passos dificilmente pode-se garantir resultados convincentes e confiáveis. Um
estatístico experiente desenvolve os seus próprios procedimentos, escritos ou não,
para conduzir ou orientar uma pesquisa quantitativa, mas ter a muita dificuldade em
transmitir esses conhecimentos sem a prática e o convívio cotidiano com o
aprendiz.

Um dos métodos para transferir conhecimento e agilizar o treinamento nesta atividade


e através da apresentação de uma lista de tópicos que devam ser abordados em uma pesquisa
quantitativa, ou melhor, apresentando o chamado “checklist”. Estas listas nunca são
definitivas ou completas. Em primeiro lugar elas traduzem as idiossincrasias de seus
formuladores, e em segundo, dificilmente conseguem prever todas as possíveis situações de
um mundo tão rico e complexo como as pesquisas quantitativas. Portanto, devem ser usadas
como um guia aproximado para planejamento e execução de um plano amostral. O checklist
mencionado por Bolfarine e Bussab (2005, p. 265-267) consta no apêndice B de seu libro
intitulado Elementos de Amostragem. Eles apontam a importância da observância, durante a
realização de um levantamento amostral, dos seguintes aspectos:

a. Identificação ao dos objetivos e populações:


• apresentar as razões e antecedentes da pesquisa;
• definir os objetivos gerais, operacionais e alternativos;
• identificar as unidades de análise e resposta;
• estabelecer a população alvo;
• especificar as subpopulações de interesse (estratos);
• identificar os possíveis sistemas de referência (frames);
• descrição da população referenciada;
• especificação dos parâmetros populacionais de interesse;
• descrição da população amostrada;
b. Coleta das informações:
• escolher o tipo de investigação: experimentação, amostragem, censo, descritivo,
analítico, etc.
• estabelecer o modo de coleta: entrevista direta, observação, individual, em grupo,
por carta, telefone, por instrumento, etc.
• operacionalizar os conceitos: variáveis e atributos;
• elaborar o instrumento de mensuração/coleta dos dados (questionário);
c. Planejamento e seleção da amostra:
• determinar o orçamento e custos do levantamento;
• escolher as unidades amostrais;
• definir o plano amostral;
• fixar o tamanho da amostra;
• escolher os melhores estimadores e seus erros amostrais;
• selecionar as unidades amostrais;
• prever procedimentos para os erros não amostrais (não resposta, mudanças no
sistema de referências, etc.);
d. Processo de coleta dos dados (campo):
• elaborar os manuais dos entrevistadores e críticos;
• montar a equipe de coleta de dados;
• prever treinamento para entrevistadores, supervisores, checadores, listadores, etc.;
• definir processos de controle contínuo de qualidade do campo;
• prever procedimentos para situações inesperadas;
e. Processamento dos dados:
• identificar programas para a entrada dos dados;
• criar planos de consistência e qualidade das informações;
• planejar e criar banco de dados e dicionário de variáveis;
• preparar os programas dos planos tabulares iniciais;
f. Análise dos resultados (modelos estatísticos):
31

• planejar as análises iniciais sobre a qualidade dos dados levantados: descritivas


e/ou modelares;
• apresentar o desempenho da amostra: qualitativa e quantitativamente;
• descrever a população amostrada;
• definir modelos de análise que respondam os objetivos iniciais;
• efetuar análises exploratórias;
g. Apresentação dos resultados:
• relatórios
h. Disponibilidade dos dados (divulgação do banco de dados):
• banco de dados;
• conceitos, variáveis e indicadores (dicionário).

Uma amostra é uma parcela de uma população que, adequadamente selecionada, passa
a representar o seu todo em todas as variáveis de interesse investigadas. Por essa, o
levantamento amostral precisa ser bem planejado para se conseguir uma amostra
representativa (CORREA, 2003; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016;
KASMIER, 1982; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Sobre estes aspectos, Bolfarine e Bussab
(2004, p. 26) apontam:

O propósito da amostra é o de fornecer informações que permitam descrever os


parâmetros do universo de maneira mais adequada possível. A boa amostra permite
a generalização ao de seus resultados dentro de limites aceitáveis de dúvidas. Além
disso os seus custos de planejamento e execução devem ter sido minimizados.
Embora estes conceitos sejam de fácil aceitação, a sua implementação não é assim
tão trivial.
Qualquer amostra fornece informações, porém não é qualquer uma que permite
estender os resultados para a população da qual foi retirada. Ouve-se frequentemente
o argumento de que uma boa amostra é aquela que é representativa. Indagado sobre
a definição de uma amostra representativa, a resposta mais comum é algo como:
“aquela que é uma micro representação do universo”. Mas para se ter certeza de que
uma amostra seja uma micro representação do universo para uma dada característica
de interesse, deve-se conhecer o comportamento dessa mesma característica da
população. Então, o conhecimento da população seria tão grande que tonar-se-ia
desnecessária a coleta da amostra.

Neste diapasão, as técnicas de amostragem são agrupadas de duas formas: a


amostragem probabilística, a qual objetiva produzir resultados não tendenciosos sobre a
amostra, em que todos os elementos da população apresentam uma probabilidade maior que
zero e menor que 1 para ser selecionados na amostra de tal forma que seja possível conhecer
precisamente uma medida que descreva a possibilidade da sua ocorrência, também chamada
de probabilidade de inclusão; e a amostragem não probabilística, a qual também é utilizada
para retratar representativamente o universo populacional selecionado, mas que não permite
saber com que precisão, pois não é possível estabelecer uma margem de erro e níveis de
confiança (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KASMIER, 1982;
CORREA, 2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Destacando as principais técnicas de
amostragem utilizadas nos levantamentos amostrais, Bolfarine e Bussab (2004, p. 58)
pontuam:

Os tipos de planejamentos amostrais mais utilizados e que serão abordados com


mais detalhes nos capítulos seguintes são:
Amostragem Aleatória Simples (AAS). Seleciona-se sequencialmente cada
32

unidade amostral com igual probabilidade, de tal forma que cada amostra tenha a
mesma chance de ser escolhida. A sele c ao pode ser feita com ou sem reposição.
Amostragem Estratificada (AE). A população é dividida em estratos (por
exemplo, pelo sexo, renda, bairro, etc.) e a AAS é utilizada na seleção de uma
amostra de cada estrato.
Amostragem por Conglomerados (AC). A população é dividida em subpopulações
(conglomerados) distintas (quarteirões, residências, famílias, bairros, etc.). Alguns
dos conglomerados são selecionados segundo a AAS e todos os indivíduos nos
conglomerados selecionados são observados. Em geral é menos eficiente que a AAS
ou AE, mas por outro lado, é bem mais econômica. Tal procedimento amostral é
adequado quando é possível dividir a população ao em um grande número de
pequenas subpopulações.
Amostragem em Dois Estágios (A2E). Neste caso, a população é dividida em
subpopulações como na AE ou na AC. Num primeiro estágio, algumas
subpopulações são selecionadas usando a AAS. Num segundo estágio, uma amostra
de unidades é selecionada de cada subpopulação selecionada no primeiro estágio. A
AE e a AC podem ser consideradas, para certas finalidades como casos particulares
da A2E.
Amostragem Sistemática (AS). Quando existe disponível uma listagem de
indivíduos da população, pode-se sortear, por exemplo, um nome entre os 10
primeiros indivíduos, e então observar todo décimo indivíduo na lista a partir do
primeiro indivíduo selecionado. A seleção do primeiro indivíduo pode ser feita de
acordo com a AAS. Os demais indivíduos que farão parte da amostra são então
selecionados sistematicamente.

Este levantamento amostral consiste em uma Amostragem Aleatória Estratificada sem


reposição, com alocação proporcional, que utiliza como sistema de referências a lista de
participantes na plataforma virtual Moodle tendo-se retirado os quatro nomes informados pela
professora, perfazendo o total de 42 unidades componentes da população-alvo investigada. O
estudante da turma de Amostragem 2016/1 foi tomado como o elemento amostral e também
como o elemento de resposta. Foram operacionalizados os seguintes procedimentos técnicos:
Primeiramente, eu estipulei B = 2 e nível de confiança igual a 95% - 1 - α = 0,95, α =
0,05, α/2 = 0,025, Zα= 1,96. Mas como a variância amostral (s²) é desconhecida, então eu
decidi estimá-la por meio de uma amostra-piloto. Utilizando, então, o bom senso, eu escolhi
um tamanho inicial para a amostra (n0) de cada estrato, n0(1)= 5 para o estrato masculino e n0(2)
= 3 para o estrato feminino. Daí, eu acessei a plataforma do AVA Moodle, numerei de 1 a 27
os participantes do sexo masculino, e de 1 a 15 os participantes do sexo feminino, sorteei no
R, 5 unidades elementares do primeiro estrato e 3 do segundo, por meio do comando sample
(1:27, 5) e sample (1:15,3). Em seguida, eu selecionei os seus respectivos e-mails e para eles
enviei o questionário online para coleta dos dados, elaborado na plataforma virtual Survio.
Com os dados coletados, eu calculei: o total e a proporção amostral das variáveis de interesse
qualitativas; a média, a variância, o desvio padrão, o coeficiente de variação e o intervalo de
confiança para a média população de cada estrato, com índice de confiança de 95%, das
variáveis de interesse quantitativas.
Tendo-se já realizado anteriormente um levantamento amostral, aplicando-se a
Amostragem Aleatória Simples sem reposição, à mesma população universo, investigando
variáveis de interesse um tanto quanto próximas daquelas investigadas no presente trabalho, já
se tem em mente, com certa precisão, os resultados esperados, dentre os quais: a maior parte,
tanto dos estudantes do sexo masculino quanto dos do sexo feminino estão dentro da faixa
etária dos 20 aos 23 anos, renda em torno de meio salário mínimo (R$440,00), proveniente de
alguma bolsa estudantil, alguns com renda de classe média, a maioria gastando cerca de 5
horas semanais ouvindo músicas, assistindo filmes, praticando algum esporte, assistindo a TV,
acessando bases de dados, entre 12 e 16 horas semanais acessando e-mail, entre 16 e 20 horas
33

semanais acessando as redes sociais, cerca de 40 horas semanais gastos com estudos, entre 4 e
horas semanais acessando sites governamentais, entre 8 e 12 horas semanais acessando sites
comerciais, entre 9 e 12 horas diárias dormindo nos dias úteis, entre 16 e 20 horas diárias
dormindo nos sábados, domingos e feriados, até 2 horas semanais gastos com espiritualidade,
até 1 hora semanal gasta cuidando da saúde, cerca de 20 atividades extra-curriculares por ano,
entre 16 e 20 créditos neste semestre letivo, entre 12 e 16 horas semanais gastas com baladas e
ou bebendo com os(as) amigos(as).
Interessa saber: a) sobre todas as variáveis de interesse quantitativas, os seguintes
estimadores pontuais: a média amostral, a variância amostral, o desvio padrão amostral, o
coeficiente de variação amostral, o intervalo de confiança para a média populacional, com
índice de confiança de 95%; b) sobre todas as variáveis de interesse investigadas, com
exceção do nome do respondente, os seguintes estimadores pontuais: o total e a proporção.

c) Técnicas específicas de pesquisa:

- Coleta: protocolagem observacional e questionário

O protocolo observacional é o instrumento próprio das pesquisas observacionais.


Trata-se de um meio para se registrar as informações produzidas durante a observação. Pode
ser um caderno, um bloco de anotações, ou mesmo uma página para rascunho. O objetivo é
planificar tudo o que foi observado sobre o objeto de pesquisa, suas características, suas
variações, as possíveis causas e os possíveis efeitos das variações, o que foi feito durante a
observação, o que não foi feito durante ela e o (s) seu (s) respectivo (s) porquê (s).
Comumente, o registro das informações no protocolo observacional é separado em notas
descritivas (aquilo que se observa de fato) e notas reflexivas (as interpretações ou reflexões
daquilo que se observa). Sobre esses aspectos, Creswell (2010, p. 2015) ratifica:

[...] Os pesquisadores com frequência se engajam em observações múltiplas no


decorrer de um estudo qualitativo e usam um protocolo observacional para registrar
as informações. Ele pode ser de uma única página, com uma linha dividindo-a ao
meio no sentido longitudinal para separar as notas descritivas (retratos dos
participantes, reconstrução de diálogo, descrição do local físico, relatos de
determinados eventos ou atividades) das notas reflexivas (os pensamentos pessoais
do observador, tais como “especulação, sentimentos, problemas, ideias, palpites,
impressões e preconceitos” [...]). Também podem ser escritas dessa forma as
informações demográficas sobre o tempo, o local e a data do local de campo onde
ocorreu a observação. [...]

Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que o protocolo observacional é


instrumento fundamental nas pesquisas observacionais e que, para não dificultar ou mesmo
impedir a sua adequada execução, ele só pode ser inutilizado quando substituído por outro
instrumento equivalente, tal como o diário de campo.
Eu utilizei cadernos, agendas e blocos de rascunhos como protocolos observacionais,
anotando neles todas as observações que eu julguei relevante tanto sobre a aplicação dos
questionários impressos no momento do pré-teste, quanto sobre a aplicação dos questionários
online no momento do teste em si, sobre resumos teóricos de estatística descritiva, sobre os
cálculos que eu tive de efetuar para saber o tamanho efetivo da amostra, os valores dos
estimadores pontuais e intervalares selecionados, dúvidas que sanei com a professora,
comentários e conclusões. Além disto, eu utilizei os meus protocolos observacionais para
registar a (in)satisfação dos respondentes ao questionário com as suas respectivas razões,
34

objetivando com isto, utilizá-las para otimizá-lo. No decorrer da aplicação do questionário de


teste, eu efetuei algumas alterações, melhorando algumas perguntas e adicionando algumas
opções de respostas que me foram solicitadas. Eu percebi que a satisfação aumentou um
pouco.
O questionário de amostra foi elaborado levando-se em consideração 33 variáveis de
interesse, quais sejam: nome do respondente; sexo; idade (em anos); renda (em reais); nível de
instrução; tempo de instrução (em anos); quantidade de pessoas no grupo familiar; estado
civil; Estado de origem; cidade natal; cidade atual; bairro onde reside atualmente;
natalidade/fecundidade (no. Filhos); pretensão com o curso de Estatística (carreira acadêmica,
estatístico empresarial, etc.); tipo de domicílio; cor/raça; tempo de atuação no mercado de
trabalho (em anos); escolaridade dos pais; caracterização da trajetória profissional
((in)formalidade do trabalho, regime de contratação, setor); tipo de deslocamento para a
universidade (ônibus, carro, bicicleta, a pé, etc.); quantidade de refeições que consome do
Restaurante Universitário; quantidade de cursos extra-curriculares em que está ou costuma
estar inserido; situação afetiva atual; tipo de acesso à internet; conteúdo virtual que acessa
com mais frequência; revistas que costuma ler; tempo gasto com TV (inclusive TV online);
tempo gastro com rádio (músicas); tempo gasto com filmes; tempo gasto com os esportes;
tempo gasto com os estudos; tempo gasto com a espiritualidade; tempo gasto com cuidados
com a saúde.
Quando da elaboração e da aplicação do questionário impresso e online, levou-se em
consideração as orientações de Vieira, Castro e Júnior (2010), que especifica como elaborar
questões que facilitem a interpretação do respondente e aponta que apenas cerca de 25% dos
questionários online (da sua pesquisa) o preechem, as de Bolfarine e Bussab (2004), que
explanam o cálculo passo a passo da estimação da variância amostral, do tamanho da amostra
piloto, do tamanho efetivo da amostra, dos intervalos de confiança para vários parâmetros
populacionais, dentre eles a média, a variância e a proporção, e, além disto, apresentam no
apêndice B de seu livro2 um check list para conferir o passo a passo do levantamento amostral,
e as de Morettin e Bussab (2010), que ensinam por meio de exercícios resolvidos o cálculo
dos estimadores de cada um dos parâmetros populacionais, do erro amostral, e da
determinação dos tamanhos das amostras.

- Registro: planificação manual e eletrônica;

O registro dos dados da pesquisa podem ser realizado por meio de compilação manual,
em que o pesquisador anota à tinta ou à grafite, por exemplo, num papel, ou eletrônica, em
queopesquisador digita todos as anotações em um arquivo de texto, como o do Microsoft
Word (aplicativo do pacote padrão Office do sistema operacional Windows) ou o do Open
Writter (aplicado do pacote padrão Open Office do sistema operacional Linux). Para otimizar
a gerência do tempo despendido nesta etapa, recomenda-se levar para a frente do computador
e da escrivaninha (ou outro ambiente adequado para a digitalização) todo o conteúdo que se
vai utilizar no trabalho acadêmico, o que inclui as bibliografias, os documentos e as
anotações. Trata-se, pois, de uma etapa bastante trabalhosa para se fazer e demanda tempo

BOLFARINE,Heleno; BUSSAB, Wilton O. Elementos de Amostragem. São Paulo: IME/USP, 2004. 281 p.
35

numa dose inversamente proporcional às habilidades do pesquisador em utilizar tais


metodologias, isto é, quanto mais habilidoso ele for menor o tempo que ele precisa despender
para realizar pesquisas científicas por meio destas metodologias, mas não é difícil porque
basta saber digitar bem, escanear, imprimir, ler bem e escrever bem (GIFTED, 2015; GIL,
1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012).

- Organização: cálculos, codificação, categorização e tabulação

A organização dos dados da pesquisa objetiva facilitar a compreensão do seu conteúdo


principalmente por parte dos seus leitores. Deste modo, termos pouco utilizados precisam ser
explicados no corpo do texto ou em alguma nota de rodapé, recomenda-se resumir as
conclusões de cada capítulo ou tópico (caso não desatenda as normas da instituição onde se
pretende apresentá- las) em tabelas, quadros, figuras, gravuras, ou notas de recapitulação. As
subtécnicas científicas mais utilizadas para tal fim são a tabulação (construção de tabelas,
quadros, ou equivalentes), a codificação (construção de listas explicativas de siglas e de
símbolos, ou equivalentes) e a categorização (divisão dos aspectos sobre o tema em tópicos e
subtópicos, capítulos e subcapítulos, às vezes subsubtópico ou subsubcapítulo) (GIFTED,
2015; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012)..
Existem várias maneiras de se organizar e sistematizar os dados, mas eu destaco as palavras
de Luna (2011, p. 101 a 103), quando ele diz:

A melhor maneira de se organizar um texto é, indiscutivelmente, por meio de um


planejamento prévio da sequência de tópicos dentro do tema e das informações a
serem oferecidas dentro de cada tópico. Ou seja, trata-se de organizar uma sinopse
ampliada do texto, antes de ele ser escrito (sempre é possível reformulá-la
posteriormente). Entretanto, o que é melhor do ponto de vista lógico nem sempre
corresponde aos estilos pessoais. Para algumas pessoas, parece preferível sentar e ir
escrevendo. O processo é, sem dúvida, mais penoso e mais custoso, na medida em
que o texto final sai como resultado de tentativas e erros, com muitas páginas
jogadas fora e outras tantas “guardadas” para um eventual aproveitamento futuro.
[...]
Qualquer que seja o procedimento adotado, o sucesso do texto final, em termos de
comunicação, dependerá de quanto o leitor for capaz de encontrar o fio condutor do
trabalho. Por essa razão, é extremamente conveniente que o texto apresente
subtítulos que indiquem o que será tratado em cada subdivisão. Se se adotar o
procedimento de organizar previamente o texto, a sequência já estará pronta. Se se
preferir escrever sem um plano prévio, este poderá ser feito após a conclusão do
texto.
Para que não se pense que a função de organizar o texto com subtítulos é apenas de
ser gentil com o leitor, é conveniente ressaltar um aspecto comum em textos escritos
sem planejamento. É provável que o indivíduo que prefere escrever sem um plano
prévio esteja à espera do feedback daquilo que já está produzido para continuar
produzindo, de tal forma que certas análises deem “dicas” de como prosseguir.
Como consequência, é frequente que o resultado final seja uma longa sequência de
análises que não se fecham e no qual o final tem pouca ou nenhuma relação com o
início. Retornar o texto e organizá-lo em tópicos é uma forma de avaliar essa
sequência. E, se elos dessa sequência parecerem não caber nos tópicos levantados ou
resistirem à inclusão em novos tópicos, é bom repensar se as informações são
realmente pertinentes.
Outro procedimento importante para melhor controlar a adequação das informações
do texto e, consequentemente, para maior compreensão do leitor é garantir a
existência de “abertura” e “fechamento” para cada tópico. Em outras palavras,
anunciar diretamente o que se pretende fazer naquele tópico e concluir dizendo o
que espera que o leitor tenha extraído dele. O julgamento último dessa adequação,
porém, certamente caberá ao leitor.
36

Sobre a codificação e a categorização, alguns autores consagrados nos emprestam suas


ideias ao explanar:

(CRESWELL, 2010, p. 219 e 221):

[...] A codificação é o processo de organização do material em blocos ou segmentos


de texto antes de atribuir significado às informações. Isso envolve manter os dados
de texto, ou as figuras, reunidos durante a coleta de dados, segmentando sentenças
(ou parágrafos) ou imagens em categorias e rotulando essas categorias com um
termo, com frequência um termo baseado na linguagem real do participante
(chamado um termo in vivo).
[...] Outra questão sobre a codificação é se o pesquisador deve (a) desenvolver
códigos tendo por base apenas as informações emergentes coletadas dos
participantes, (b) utilizar códigos predeterminados e depois ajustar os dados a eles,
ou (c) utilizar alguma combinação de códigos predeterminados e emergentes. […]

(GIL, 1999, p. 170):

Codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados em símbolos


que possam ser tabulados. A codificação pode ser feita anterior ou posteriormente à
coleta dos dados. A pré-codificação ocorre frequentemente em levantamentos em
que os questionários são constituídos por perguntas fechadas, cujas alternativas são
associadas a códigos impressos no próprio questionário. [...]

(CRESWELL, 2010, p. 221):

[...] A abordagem tradicional nas ciências sociais é permitir que os códigos emerjam
durante a análise dos dados. Nas ciências da saúde, uma abordagem comum é usar
códigos predeterminados baseados na teoria que está sendo examinada. Nesse caso,
os pesquisadores podem desenvolver um livro de códigos qualitativo, um quadro ou
um registro que contenha uma lista de códigos predeterminados que os
pesquisadores utilizam para codificar os dados. […]

(GIL, 1999, p. 169):

As respostas fornecidas pelos elementos pesquisados tendem a ser as mais variadas.


Para que essas respostas possam ser adequadamente analisadas, torna-se necessário,
portanto, organizá-las, o que é feito mediante o seu agrupamento em certo número
de categorias. Para que essas categorias sejam úteis na análise dos dados, devem
atender a algumas regras básicas [...]:
a) o conjunto de categorias deve ser derivado de um único princípio de classificação;
b) o conjunto de categorias deve ser exaustivo; e
c) as categorias do conjunto devem ser mutuamente exclusivas.
Para que se torne possível o agrupamento de grande número de respostas a
determinado ítem em um pequeno número de categorias, torna-se necessário
estabelecer um princípio de classificação. [...]

Já a tabulação, por sua vez, pode ser feita manualmente, consistindo no uso do lápis e
papel, ou eletronicamente, consistindo no uso de dispositivos eletrônicos, tais como o
computador (GIL, 1999). Sobre esta técnica de organização de dados, Gil (1999, p. 169)
acentua:

Tabulação é o processo de agrupar e contar os casos que estão nas várias categorias
37

de análise. Pode haver tabulação simples e cruzada. A tabulação do primeiro tipo,


que também é denominada marginal, consiste na simples contagem das frequências
das categorias de cada conjunto. A tabulação cruzada, por sua vez, consiste na
contagem das frequências que ocorrem juntamente em dois ou mais conjuntos de
categorias por exemplo: tabulação dos casos referentes às categorias de renda e de
escolaridade.

Interessa saber: a) sobre todas as variáveis de interesse quantitativas, os seguintes


estimadores pontuais: a média amostral, a variância amostral, o desvio padrão amostral, o
coeficiente de variação amostral, e o intervalo de confiança para a média populacional, com
índice de confiança de 95%; b) sobre todas as variáveis de interesse investigadas, com
exceção do nome do respondente, os seguintes estimadores pontuais: o total e a proporção.
Primeiramente, eu estipulei B = 2 e nível de confiança igual a 95% - 1 - α = 0,95, α =
0,05, α/2 = 0,025, Zα= 1,96. Mas como a variância amostral (s²) é desconhecida, então eu
decidi estimá-la por meio de uma amostra-piloto. Utilizando, então, o bom senso, eu escolhi
um tamanho inicial para a amostra (n0) de cada estrato, n0(1)= 5 para o estrato masculino e n0(2)
= 3 para o estrato feminino. Daí, eu acessei a plataforma do AVA Moodle, numerei de 1 a 27
os participantes do sexo masculino, e de 1 a 15 os participantes do sexo feminino, sorteei no
R, 5 unidades elementares do primeiro estrato e 3 do segundo, por meio do comando sample
(1:27, 5) e sample (1:15,3). Em seguida, eu selecionei os seus respectivos e-mails e para eles
enviei o questionário online para coleta dos dados, elaborado na plataforma virtual Survio.
Com os dados coletados, eu calculei: o total e a proporção amostral das variáveis de interesse
qualitativas; a média, a variância, o desvio padrão, o coeficiente de variação e o intervalo de
confiança para a média população de cada estrato, com índice de confiança de 95%, das
variáveis de interesse quantitativas.

- Sistematização: cronológica horária; capitular (unidimensional); propedêutica


(próloga).

A sistematização dos dados da pesquisa trata-se da explanação descritiva da sequência


lógica da pesquisa, ou seja, o seu ponto de partida, cada um dos seus passos intermediários e o
seu desfecho.
Quanto ao ordenamento temporal dos enunciados lógicos, ela pode ser: cronológica
horária, a qual ordena os primeiro os dados mais antigos e depois os mais recentes;
cronológica anti-horária, a qual ordena primeira os dados mais recentes e depois os mais
antigos; ou anacrônica sequencial, a qual mescla os dados antigos e os recentes, sem priorizar
uma ordenação cronológica, mas formando uma sequência; ou ainda anacrônica não
sequencial, a qual mescla os dados antigos e os recentes, sem priorizar uma ordenação
cronológica e sem formar uma sequência.
Quanto ao ordenamento estrutural dos enunciados lógicos, ela pode ser: capitular, ou
unidimensional, a qual estrutura os dados em capítulos ou tópicos, mas sem subdivisões, por
essa razão considerada como sendo unidimensional; subcapitular, ou bidimensional, a qual
estrutura os dados em subcapítulos ou subtítulos; subsubcapitular, ou tridimensional, a qual
estrutura os dados em subsubcapítulos ou subsubtítulos; ou multicapitular, ou
polidimensional, a qual estrutura os dados subdividindo-os em quatro ou mais níveis de
profundidade.
Quanto ao ordenamento conteudal dos enunciados lógicos, ela pode ser: propedêutica3,

3Propedêutica quer dizer introdutória, a parte inicial de um discurso, o seu passo a passo. Então, a
sistematização propedêutica é aquela que busca ser o mais didática possível, objetivando ensinar cada pedacinho
de cada caminho percorrido para se chegar aos resultados finais do estudo de um determinado tema.
38

ou próloga, agrupando os dados numa sequência lógica detalhada passo a passo, priorizando
uma explicação introdutória do tema, facilmente compreensível, normalmente destinada a
estudantes iniciantes; perorativa4, ou epíloga, a qual não prioriza uma estrutura introdutória,
ou seja, prioriza as explicações mais genéricas possíveis, normalmente destinada a
pesquisadores e a profissionais seniores no tema (GIFTED, 2015; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012).

- Análise ou interpretação: Análise de Conteúdo (AC)

A análise de conteúdo é a técnica de interpretação de dados específica para a


abordagem quantitativa. Ela está muito atrelada à metodologia das pesquisas estatísticas,
sendo bastante utilizada no campo das ciências exatas, visando uma maior precisão, a
inferencial, quando da interpretação dos dados. Porém não se restringe a este campo, podendo
ser utilizadas em todas as áreas do conhecimento, inclusive na pesquisa educacional. A
análise de conteúdo se fez presente desde as primeiras tentativas da humanidade de interpretar
os antigos escritos, como as tentativas de interpretar os livros sagrados, sendo sistematizada
somente na década de 20, devido aos estudos de Leavell sobre a propaganda empregada na
primeira guerra mundial, adquirindo dessa forma, o caráter de método de investigação
(SILVA; GOBBI; SIMÃO, 2004). Ainda sobre sua natureza e o seu uso, Martins (2008, p. 33)
elucida um pouco mais:

A Análise de Conteúdo é uma técnica para se estudar e analisar a comunicação de


maneira objetiva, sistemática e quantitativa. Buscam-se inferências confiáveis de
dados e informações com respeito a determinado contexto, a partir dos discursos
escritos ou orais de seus autores. A Análise de Conteúdo pode ser aplicada
virtualmente a qualquer forma de comunicação: programas de televisão, rádio,
artigos da imprensa, livros, poemas, conversas, discursos, cartas, regulamentos, etc.
Por exemplo, pode servir para analisar traços de personalidade, avaliando escritos;
ou as intenções de uma campanha publicitária pela análise dos conteúdos das
mensagens veiculadas. [...]

Após muitas tentativas de aprimoramento e aprofundamento da análise de conteúdo


enquanto técnica de pesquisa, a mesma passa a ser definida como:

[...] um conjunto de técnicas de análise de comunicações, que utiliza procedimentos


sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores
(quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às
condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessasmensagens (BARDIN
apud SILVA; GOBBI; SIMÃO, 2004, p. 4).

Deste modo, a análise do conteúdo permite ao pesquisador o entendimento das


representações que o indivíduo apresenta em relação a sua realidade e a interpretação que faz
dos significados a sua volta (SILVA; GOBBI; SIMÃO, 2004). As autoras (2004, p. 6)
apresentam as três etapas básicas da análise de conteúdo, assinaladas nas obras de Bardin,
quais sejam:

4Peroração é a última parte do discurso, a sua conclusão, os seus resultados finais. Então, a sistematização
perorativa trata-se de uma maneira de estruturar o conteúdo com informações genéricas, apresentando os
resultados finais de um estudo, sem detalhar o suficiente para se compreender integralmente os caminhos
percorridos para se chegar a eles.
39

A pré-análise: a organização do material, quer dizer de todos os materiais que serão


utilizados para a coleta dos dados, assim como também como outros materiais que
podem ajudar a entender melhor o fenômeno e fixar o que o autor define como
corpus da investigação, que seria a especificação do campo que o pesquisador deve
centrar a atenção.
A descrição analítica: nesta etapa o material reunido que constitui o corpus da
pesquisa é mais bem aprofundado, sendo orientado em princípio pelas hipóteses e
pelo referencial teórico, surgindo dessa análise quadros de referências, buscando
sínteses coincidentes e divergentes de ideias.
Interpretação inferencial: é a fase de análise propriamente dita. A reflexão, a
intuição, com embasamento em materiais empíricos, estabelecem relações com a
realidade aprofundando as conexões das ideias, chegando se possível à proposta
básica de transformações nos limites das estruturas específicas e gerais.

Nesta proposta de trabalho, tal técnica foi utilizada quando da interpretação do


conteúdo de bibliografias que contribuíram para o esclarecimento dos procedimentos técnicos
necessários para a adequada operacionalização dos levantamentos bibliográficos, documentais
e amostrais.

- Formalização: relatório e multimídia

A formalização dos resultados finais da pesquisa precisa obedecer às normativas da


Instituição de Ensino Superior (IES), caso o Trabalho Final de Conclusão de Curso (TFCC)
consista em TCC, TGI, dissertação, tese, monografias em geral. Algumas IES solicitam que
estes trabalhos obedeçam às normas técnicas do país; no caso brasileiro, costuma-se seguir as
normas para trabalhos acadêmicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no
caso canadense a Vancouver, bastante aceita em todo o mundo, e ainda, especificamente em
algumas áreas de conhecimento, como a Psicologia, por exemplo, existem normativas
próprias para a formalização de trabalhos tais como as da American Pysichological
Association (APA). Nas áreas e subáreas das Engenharias, é bastante comum que o TFCC seja
formalizado como uma patente, uma marca, um software, um novo produto específico para
determinado nicho de mercado. Em cursos como Artes, por exemplo, o TFCC pode ser
formalizado como uma obra de arte, como, por exemplo, uma pintura, uma escultura, um
filme, uma composição musical, um novo instrumento musical, martefato decorativo, uma
obra artesanal, uma peça teatral. O TFCC pode ser formalizado ainda como uma revista, um
periódico, um hino, um poema. Percebe-se, então, que a forma do TFCC precisa se adequar
ao seu conteúdo; contudo, existe flexibilidade na sua escolha, sendo todas elas, em geral,
permitidas em toda e qualquer área do conhecimento (GIFTED, 2015; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012; MOURA; FERREIRA,
2006).

- Apresentação: em multimídia, em sala de aula

A apresentação do resultados finais da pesquisa é a última etapa do tratamento dos


dados e da investigação científica no geral. Ela precisa ser pública, porque a Ciência não é – e
nem pode ser – patrimônio particular. Logo, ela é um patrimônio público que precisa ser
publicado, isto é, disponibilizado, ainda que sem solicitação de alguém, a toda e qualquer
pessoa da sociedade que a queira conhecer (GIFTED, 2015; ECO, 2012; VERGARA, 2012;
GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008).
No Brasil, em cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu, a primeira
40

apresentação do TFCC normalmente acontece no dia da sua defesa pública e solene diante de
uma banca examinadora composta por professores profissionais da sua respectiva área de
conhecimento, o que chamamos de avaliação pareada (ECO, 2012; SEVERINO, 2007;
ACEVEDO; NOHARA, 2010; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006). Já nos cursos de
pós-graduação stricto sensu, tais como no mestrado e no doutorado, o TFCC normalmente
acontece em uma fase preliminar denominada Exame de Qualificação, após a qual, se o
candidato for qualificado (aprovado), ele pode defender o seu trabalho diante de uma banca
examinadora composta por professores doutores da sua respectiva área de conhecimento; no
mestrado, defende-se uma dissertação e no doutorado, uma tese, que pode ser de pesquisa,
quando há alguma descoberta, ou de compilação, quando objetiva realizar uma revisão
sistemática abrangente da literatura (ECO, 2012; SEVERINO, 2007; GIFTED, 2015;
ACEVEDO; NOHARA, 2010; SAMPIERI; COLLADO; LUCRO, 2006; MOURA;
FERREIRA, 2006).
Operacionalmente, a apresentação do TFCC pode ser basicamente de três tipos, quais
sejam: a exposição oral, na qual o acadêmico expõe oralmente o seu trabalho, após o que é
arguido pela banca examinadora quanto aos aspectos teóricos, empíricos e metodológicos do
mesmo; a exposição visual, na qual o acadêmico expõe visualmente o seu trabalho, na forma
de pôster, painel, banner, faixa, quadro, escultura, etc., após o que é arguido pela banca
examinadora quanto aos mesmos aspectos citados no caso anterior; e a exposição mista, na
qual o acadêmico expõe o seu trabalho tanto oral quanto visualmente, após o que também é
arguido quanto aos mesmos aspectos já citados (GIFTED, 2015; ECO, 2012; VERGARA,
2012; GIL, 1999; 2010; SEVERINO, 2007).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 O instrumento de pesquisa utilizado

O questionário de amostra foi elaborado levando-se em consideração 26 variáveis de


interesse, quais sejam: nome do respondente; idade (em anos); renda (em reais); pretensão
com o curso de Estatística (carreira acadêmica, estatístico do IBGE, estatístico do INSS,
estatístico empresarial, etc.); razões do não (re)ingresso no mercado de trabalho; remuneração
inicial pretendida; nível hierárquico pretendido; setor de mercado que mais o(a) atrai;
quantidade de cursos extra-curriculares; tempo gasto com e-mail; tempo gasto com as redes
sociais; tempo gasto com bases de dados; tempo gasto com sites comerciais; tempo gasto com
sites governamentais; tempo gasto com baladas; tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as);
tempo gasto dormindo nos dias úteis; tempo gasto dormindo nos dias não úteis; tempo gasto
com TV (inclusive TV online); tempo gastro com rádio (músicas); tempo gasto com filmes;
tempo gasto com os esportes; tempo gasto com os estudos; quantidade de créditos este
semestre letivos; tempo gasto com a espiritualidade; tempo gasto com cuidados com a saúde.
Segue o questionário:

QUESTIONÁRIO DE AMOSTRAGEM
Variáveis de
Questões Alternativas para respostas
interesse
1. Nome do
Qual é o seu nome? Especificar:
respondente
Em qual faixa etária você se [ ] 18 a 19 anos
2. Idade
classifica? [ ] 20 a 21 anos
41

[ ] 22 a 23 anos
[ ] 24 a 25 anos
[ ] 26 a 27 anos
[ ] Nenhuma renda mensal
[ ] Até R$1.000,00
[ ] Entre R$1.000,00 e R$2.000,00
3. Renda Qual é a sua renda mensal?
[ ] Entre R$2.000,00 e R$3.000,00
[ ] Entre R$3.000,00 e R$4.000,00
[ ] Entre R$4.000,00 e R$5.000,00
[ ] Carreira acadêmica (ser docente e
pesquisador)
[ ] Estatístico do IBGE
4. Pretensão com o Qual a sua pretensão com o [ ] Estatístico do INSS
curso de Estatística curso de Estatística? [ ] Estatístico empresarial
[ ] Empreendedor dos meus próprios
negócios
[ ] Eu ainda não defini
[ ] Medo de não me adaptar
5. Razões do não [ ] Falta de vontade – desinteresse
Porque você ainda não
(re)ingresso no [ ] Minha família ou conhecidos me
ingressou no mercado de
mercado de bancam
trabalho?
trabalho [ ] Falta de oportunidade
[ ] Nenhuma das alternativas anteriores
[ ] O piso salarial da categoria acrescidos
dos benefícios obrigatórios por lei (VA/VR,
Qual a remuneração inicial VT, AMO, etc.)
6. Remuneração que você deseja quando [ ] Entre R$1.500,00 e R$3.000,00
inicial pretendida (re)ingressar no mercado de [ ] Entre R$3.000,00 e R$4.500,00
trabalho? [ ] Entre R$4.500,00 e R$6.000,00
[ ] Entre R$6.000,00 e R$7.500,00
[ ] Entre R$7.500,00 e R$9.000,00
[ ] Estagiário
[ ] Auxiliar ou ajudante
[ ] Assistente
[ ] Técnico
[ ] Trainee
[ ] Júnior
Qual o nível hierárquico que [ ] Pleno
7. Nível hierárquico você deseja no seu [ ] Sênior – consultor – especialista
pretendido (re)ingresso no mercado de [ ] Funcionário público
trabalho? [ ] Empreendedor do meu próprio negócio
[ ] Líder
[ ] Encarregado
[ ] Supervisor
[ ] Coordenador
[ ] Gerente
[ ] Diretor - Presidente
42

[ ] Setor bancário
[ ] Setor industrial
Dentre as opções de resposta,
8. Setor de mercado [ ] Setor das telecomunicações
qual o setor de mercado que
que mais o(a) atrai [ ] Setor aéreo
mais o(a) atrai?
[ ] Indiferente
[ ] Eu ainda não decidi
Que quantidade de cursos [ ] Nenhuma atividade
9. Quantidade de
extra-curriculares você está ou [ ] Entre 1 e 10 atividades
cursos extra-
costuma estar envolvido por [ ] Entre 11 e 20 atividades
curriculares
ano? [ ] Entre 21 e 30 atividades
[ ] Até 4 horas semanais
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
10. Tempo gasto
Quanto tempo você gasta por [ ] Entre 8 e 12 horas semanais
com e-mail
semana acessando e-mail? [ ] Entre 12 e 16 horas semanais
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
[ ] Eu não acesso e-mail
[ ] Até 4 horas semanais
Quanto tempo você gasta por
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
11. Tempo gasto semana acessando redes
[ ] Entre 8 e 12 horas semanais
com redes sociais sociais (Facebook, Instagram,
[ ] Entre 12 e 16 horas semanais
Twitter, Passei Direto,
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
Linkedin, etc.)?
[ ] Eu não acesso as redes sociais
[ ] Até 4 horas semanais
Quanto tempo você gasta por [ ] Entre 4 e 8 horas semanais
12. Tempo gasto semana acessando as bases de [ ] Entre 8 e 12 horas semanais
com bases de dados dados (CAPES, WoS, JCR, [ ] Entre 12 e 16 horas semanais
Scielo, Spell, etc.)? [ ] Entre 16 e 20 horas semanais
[ ] Eu não acesso bases de dados
[ ] Até 4 horas semanais
Quanto tempo você gasta por
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
semana acessando sites
13. Tempo gasto [ ] Entre 8 e 12 horas semanais
comerciais (Amazon,
com sites comerciais [ ] Entre 12 e 16 horas semanais
Carrefour, Walmart, GPA,
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
etc.)?
[ ] Eu não acesso sites comerciais
[ ] Até 4 horas semanais
Quanto tempo você gasta por
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
14. Tempo gasto semana acessando sites
[ ] Entre 8 e 12 horas semanais
com sites governamentais (Planalto,
[ ] Entre 12 e 16 horas semanais
governamentais ministérios, prefeituras,
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
comarcas judiciárias, etc.)?
[ ] Eu não acesso sites governamentais
[ ] Até 4 horas semanais
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
15. Tempo gasto Quanto tempo você gasta por [ ] Entre 8 e 12 horas semanais
baladas semana em baladas? [ ] Entre 12 e 16 horas semanais
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
[ ] Eu não frequento baladas
16. Tempo gasto Quanto tempo você gasta por [ ] Até 4 horas semanais
43

[ ] Entre 4 e 8 horas semanais


[ ] Entre 8 e 12 horas semanais
bebendo com os(as) semana bebendo com os(as)
[ ] Entre 12 e 16 horas semanais
amigos(as) amigos(as)?
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
[ ] Eu não bebo com os(as) amigos(as)
[ ] Até 3 horas diárias
17. Tempo gasto [ ] Entre 3 e 6 horas diárias
Nos dias úteis, quantas horas
dormindo em dias [ ] Entre 6 e 9 horas diárias
você gasta dormindo?
úteis [ ] Entre 9 e 12 horas diárias
[ ] Entre 12 e 15 horas diárias
[ ] Até 4 horas diárias
Nos sábados, nos domingos e [ ] Entre 4 e 8 horas diárias
18. Tempo gasto
nos feriados, quantas horas [ ] Entre 8 e 12 horas diárias
dormindo nos dias
você gasta, em média, [ ] Entre 12 e 16 horas diárias
não úteis
dormindo? [ ] Entre 16 e 20 horas diárias
[ ] Entre 20 e 24 horas diárias
[ ] Até 4 horas semanais
19. Tempo gasto [ ] Entre 4 e 8 horas semanais
Quanto tempo você gasta por
com TV (inclusive [ ] Entre 8 e 12 horas semanais
semana assistindo TV
TV online) [ ] Entre 12 e 16 horas semanais
(inclusive TV online)?
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
[ ] Eu não assisto TV
[ ] Até 4 horas semanais
Quanto tempo você gasta por
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
20. Tempo gastro semana ouvindo músicas ou
[ ] Entre 8 e 12 horas semanais
com rádio (músicas) notícias pelo rádio ou mídias
[ ] Entre 12 e 16 horas semanais
equivalentes (celular, iphone,
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
iphad, etc.)?
[ ] Eu não ouço músicas
[ ] Até 4 horas semanais
Quanto tempo você gasta por
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
21. Tempo gasto semana assistindo a filmes
[ ] Entre 8 e 12 horas semanais
com filmes (pode ser da TV, física ou
[ ] Entre 12 e 16 horas semanais
online, ou de DVD, cinema,
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
etc.)?
[ ] Eu não assisto a filmes
[ ] Até 4 horas semanais
Quanto tempo você gasta por
[ ] Entre 4 e 8 horas semanais
22. Tempo gasto semana praticando algum tipo
[ ] Entre 8 e 12 horas semanais
com os esportes de esporte (caminhada,
[ ] Entre 12 e 16 horas semanais
futebol, handbol, vôlei,
[ ] Entre 16 e 20 horas semanais
basquete, etc.)?
[ ] Eu não pratico esportes
[ ] Até 20 horas semanais
Quanto tempo você gasta por [ ] Entre 20 e 40 horas semanais
23. Tempo gasto
semana dedicando-se aos [ ] Entre 40 e 60 horas semanais
com os estudos
estudos (inclui atividades [ ] Entre 60 e 80 horas semanais
extra-curriculares)? [ ] Entre 80 e 100 horas semanais
[ ] Entre 100 e 120 horas semanais
24. Quantidade de Quantos créditos você está [ ] Entre 8 e 12 créditos
44

[ ] Entre 12 e 16 créditos
[ ] Entre 16 e 20 créditos
créditos este tentando integralizar este [ ] Entre 20 e 24 créditos
semestre letivo semestre letivo? [ ] Entre 24 e 28 créditos
[ ] Entre 28 e 32 créditos
[ ] 34 créditos
Quanto tempo você gasta por
semana com sua [ ] Até 2 horas semanais
[ ] Entre 2 e 4 horas semanais
espiritualidade (lendo algum
25. Tempo gasto [ ] Entre 4 e 6 horas semanais
livro sagrado, frequentando
com espiritualidade [ ] Entre 6 e 8 horas semanais
algum templo religioso,
participando de eventos [ ] Entre 8 e 10 horas semanais
religiosos)? [ ] Eu não gasto tempo com espiritualidade

Quanto tempo você gasta por [ ] Até 1 horas semanais


26. Tempo gasto semana cuidando da sua saúde [ ] Entre 1 e 2 horas semanais
com cuidados com a (tomando remédios, [ ] Entre 2 e 3 horas semanais
saúde realizando algum tipo de [ ] Entre 3 e 4 horas semanais
terapia ou acompanhamento [ ] Entre 4 e 5 horas semanais
médico, etc.)? [ ] Eu não cuido da minha saúde
Tabela 1. Questionário elaborado pelo autor, de acordo com orientações de Bolfarine e Bussab (2004) e
Morettin e Bussab (2010).

3.2 A pré-testagem do instrumento de coleta dos dados

O pré-teste eu realizei dentro do departamento de Estatística, numa quarta-feira, entre


12hs e 13hs, onde, em cada sala em que eu encontrava estudantes, eu perguntava se eram da
disciplina de Amostragem 2016/1, e, em caso positivo, indagava se eles aceitavam responder
um questionário. Aos que aceitaram eu deixei o questionário impresso, informando que eu
ficaria no departamento esperando eles terminarem de responder. E assim fiz, eu consegui
coletar os dados das oito unidades elementares, escolhendo-as aleatoriamente, tal como eu
havia planejado. Nesta etapa, ficou claro para mim que selecionar aleatoriamente, num
determinado dia e horário, um estudante de amostragem, tinha a probabilidade condicional de
o estudante de amostragem estar no referido local, dia e horário, dado que é um estudante de
amostragem, ao passo que outra é a probabilidade de selecionar os estudantes de amostragem
que não se faziam presentes no referido local, dia e horário, dado que é um estudante de
amostragem. Em outras palavras, a intencionalidade, ou condicionalidade, elimina a
aleatoriedade da escolha. Similar seria a escolha da amostra dentro da sala de aula, com todos
os 42 estudantes presentes, mas selecionando apenas aqueles localizados fisicamente mais
próximos de nós; neste caso, a probabilidade da sua escolha seria a de o estudante de
amostragem estar localizado fisicamente mais próximo de nós, dado que é um estudante de
amostragem, ao passo que a probabilidade de escolher os demais é a de estarem localizados
fisicamente mais distantes de nós, dado que são estudantes de amostragem.

3.3 A determinação do tamanho efetivo da amostra

Para a determinação do tamanho efetivo da amostra eu utilizei a seguinte fórmula:


45

n = sd²/(D + 1/N*sd²), onde:


D = (B/Zα)² e sd² = W(1)*s(1)² + W(2)*s2²

e sd² = variância média amostral

Tabela 2. Fórmula de cálculo do tamanho efetivo da amostra para Amostragem Aleatória Estratificada
sem reposição, com alocação proporcional. Elaborada pelo autor.

Primeiramente, eu estipulei B = 2 e nível de confiança igual a 95% - 1 - α = 0,95, α =


0,05, α/2 = 0,025, Zα= 1,96. Mas como a variância amostral (s²) é desconhecida, então eu
decidi estimá-la por meio de uma amostra-piloto. Utilizando, então, o bom senso, eu escolhi
um tamanho inicial para a amostra (n0) de cada estrato, n0(1)= 5 para o estrato masculino e n0(2)
= 3 para o estrato feminino. Daí, eu acessei a plataforma do AVA Moodle, numerei de 1 a 27
os participantes do sexo masculino, e de 1 a 15 os participantes do sexo feminino, sorteei no
R, 5 unidades elementares do primeiro estrato e 3 do segundo, por meio do comando sample
(1:27,5) e sample (1:15,3). Em seguida, eu selecionei os seus respectivos e-mails e para eles
enviei o questionário online para coleta dos dados, elaborado na plataforma virtual Survio.
Com os dados coletados, eu calculei: o total e a proporção amostral das variáveis de interesse
qualitativas; a média, a variância, o desvio padrão, o coeficiente de variação e o intervalo de
confiança para a média população de cada estrato, com índice de confiança de 95%, das
variáveis de interesse quantitativas. Neste diapasão, para efetuarmos todos os cálculos
necessários com melhor compreensão do trabalho executado, segue na Tabela 3 mais detalhes
desta estratificação amostral:

Z0,05 = 1,96
n0(1) = 5
n0(2) = 3
n0 = n0(1) + n0(2) = 5 + 3
=8 h(1) = 1, …, 27
h(2) = 1, …, 15
H=2
N(1) = 27
N(2) = 15
N = N(1) + N(2) = 27 + 15 =
42 w0(1) = 5/8
w0(2) = 3/8
w0 = w0(1) + w0(2) = 5/8 + 3/8 =
1 W(1) = 27/42
W(2) = 15/42
∑Wh = W(1) + W(2) = 27/42 + 15/42 =
46

Tabela 3. Dados da estratificação amostral efetivada. Elaborada pelo autor.


Onde:

Z0,05 é o índice de confiança igual a 95% da tabela Normal padronizada


n0(1) é o tamanho da amostra-piloto do estrato 1
n0(2) é o tamanho da amostra-piloto do estrato
2 n0 é o tamanho da amostra-piloto total
h(1) é o estrato 1
h(2) é o estrato 2
H é a quantidade de estratos
N(1) é o tamanho da população do estrato 1
N(2) é o tamanho da população do estrato 2
N é o tamanho da população universo
w0(1) é a proporção amostral do estrato 1; corresponde à razão entre o tamanho
da amostra-piloto do estrato 1 e o tamanho da sua população
w0(2) é a proporção amostral do estrato 2; corresponde à razão entre o tamanho
da amostra-piloto do estrato 2 e o tamanho da sua população
w0 é a proporção amostral total; corresponde a 1, pois é exatamente o somatório
de todas as proporções amostrais independentes da população amostrada
W(1) é a proporção populacional do estrato 1; corresponde à razão entre o
tamanho do estrato 1 e o tamanho da população universo
W(2) é a proporção populacional do estrato 2; corresponde à razão entre o
tamanho do estrato 1 e o tamanho da população universo
∑Wh é a proporção populacional total; corresponde a 1, pois é exatamente o
somatório de todas as proporções populacionais independentes da população universo
VI é Variável de Interesse
n é o tamanho efetivo da amostra
Tabela 4. Legenda 1. Elaborada pelo autor.

Isto posto, estipulando B = 2 e substituindo estes valores nas fórmulas anteriormente


apresentadas, obtemos:

n = sd²/(D + 1/N*sd²), onde:


D = (2/1,96)² = 1,041232819658475

sd² = W(1)*s(1)² + W(2)*s(2)²

Tabela 5. Fórmula de cálculo para o tamanho efetivo da amostra total para Amostragem Aleatória
47

Estratificada sem reposição com alocação proporcional. Elaborada pelo autor.

CÁLCULO DO TAMANHO EFETIVO DA AMOSTRA


VI W(1) s(1)² W(2) s(2)² sd² n
1 QA QA QA QA QA QA
2 27/42 7,2 15/42 1,3334 5,1 4
3 27/42 200.000,00 15/42 277.775,5556 227776,99 42
4 VQ VQ VQ VQ VQ VQ
5 VQ VQ VQ VQ VQ VQ
6 27/42 450.000,00 15/42 0 289285,71 42
7 VQ VQ VQ VQ VQ VQ
8 VQ VQ VQ VQ VQ VQ
9 27/42 111,075 15/42 36,7884 84,54 28
10 27/42 16 15/42 21,33335 17,91 12
11 27/42 40 15/42 16 31,43 18
12 27/42 7,2 15/42 0 4,63 4
13 27/42 16 15/42 33,33335 22,2 14
14 27/42 1,2 15/42 2,6333335 1,71 2
15 27/42 32,8 15/42 65,33335 44,42 21
16 27/42 32,8 15/42 65,33335 44,42 21
17 27/42 0 15/42 3 1,07 1
18 27/42 3,2 15/42 65,33335 25,4 15
19 27/42 11,2 15/42 5,33335 9,1 7
20 27/42 11,2 15/42 16 12,91 10
21 27/42 27,2 15/42 16 23,2 2
22 27/42 44,8 15/42 48 45,94 22
23 27/42 1.200 15/42 0 771,43 40
24 27/42 20,8 15/42 16 19,1 15
25 27/42 14,7 15/42 6 11,6 9
26 27/42 0,3 15/42 0,083335 0,22 1
Tabela 6. Cálculo do tamanho efetivo da amostra total para Amostragem Aleatória Estratificada sem
reposição com alocação proporcional. Elaborada pelo autor.

Percebe-se grande heterogeneidade do grupo de variáveis de interesse construído,


sendo que para cada uma delas há um tamanho efetivo correto da amostra a ser selecionado
no intuito de que os valores de seus estimadores estejam dentro do intervalo de confiança
objetivado. Neste caso, para um n selecionado entre 1 e 42 unidades elementares, os valores
de seus estimadores só são confiáveis se o tamanho efetivo da amostra calculado das variáveis
de interesse selecionadas for menor ou igual a este n. Por exemplo, para que sejam confiáveis
48

os estimadores5 das variáveis 14, 17, 21 e 26, que possuem n igual a 2, 1, 2 e 1,


respectivamente, necessário é uma amostra com tamanho n = 2. Para que sejam confiáveis os
estimadores6 das variáveis 2, 12, 14, 17, 21 e 26, que possuem n igual a 4, 4, 2, 1, 2 e 1,
respectivamente, necessário é uma amostra com tamanho n = 4. Para que sejam confiáveis os
estimadores7 das variáveis 2, 12, 14, 17, 19, 21 e 26, necessário é uma amostra com tamanho
n = 7 – neste caso poder-se-ia utilizar os dados da amostra-piloto, em razão de seu tamanho
ser igual a 8. Para que sejam confiáveis os estimadores da variáveis 3 e 6, necessário é
investigar 42 unidades elementares da população, isto é, ela inteira. E assim sucessivamente.
Neste diapasão, como o meu interesse recai sobretudo nas variáveis de interesse 2, 12,
14, 17, 19, 21 e 26, então eu utilizei os dados da amostra-piloto. Em seguida, eu calculei as
alocações proporcionais para Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição, tal como
Bolfarine e Bussab (2004, p. 102) apresentam e eu transcrevo a seguir:

Tabela 7. Cálculo das alocações proporcionais para Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição.
n(1) = n*W(1) = 8*27/42 = 8*0,642857143 = 5,142857143
Elaborada pelo autor. ≈ 5 unidades elementares

n(2) = n*W(2) = 8*15/42 = 8*0,357142857 = 2,857142857 ≈ 3 unidades elementares


Percebe-se que tanto o meu n (1) é menor do que o meu n 0(1) quanto o meu n(2) é menor do
que o meu n0(2). Então, neste caso, eu simplesmente considerei as amostras pilotos como sendo
as definitivas, ou seja, n0(1 = 5 e n(2) = 3, tal como eu havia selecionado no início.
Após a coleta de todos os dados necessários calculei o total e a proporção amostral de
todas as variáveis investigadas, com exceção daquelas que eu informei nas tabelas dos seus
respectivos resultados, e, além disto, a média, a variância, o desvio padrão, o coeficiente de
variação, o intervalo de confiança para média populacional, das variáveis de interesse
quantitativas.

3.4 Os totais e as proporções amostrais

3.4.1 Estrato 1: sexo masculino

Eu obtive como resultado, de todas as variáveis de interesse investigadas no primeiro


estrato, com exceção do nome do respondentes, os seguintes totais amostrais:

2) 0 entre 18 e 19 anos, 4 entre 20 e 21 anos, 0 entre 22 e 23 anos, 0 entre 24 e 25


anos, 1 entre 26 e 27 anos;

3) 0 com nenhuma renda mensal, 4 com renda até mil reais mensais, 1 com renda entre
mil e dois mil reais mensais, 0 com renda maior que dois mil;

4) 1 que pretende seguir carreira acadêmica, nenhum que tenha decido seguir carreira
como estatístico do IBGE, do INSS, empresarial ou abrir seu próprio negócio, e 4 que ainda
não definiram;

5Desde que calculados corretamente, é claro.


6Idem.
7Idem.
49

5) 2 apontam que não (re)ingressaram no mercado de trabalho por medo de não se


adaptar, 0 por falta de vontade (desinteresse) ou porque a família ou os conhecidos bancam, 3
por falta de oportunidade, e 2 marcaram nenhuma das alternativas anteriores;

6) 1 informa que sua pretensão salarial é o piso salarial da categoria acrescidos dos
benefícios obrigatórios por lei (VA/VR, VT, AMO, etc.), 4 entre R$1.500,00 e R$3.000,00, e
0 outro valor;

7) 4 informam que pretendem (re)ingressar no mercado de trabalho como estagiário, e


1 como trainee;

8) 1 informa que o setor bancário é o que mais o atrai, e 4 informam que é indiferente
o setor que o atrai;

9) 2 não estão ou não costumam estar envolvidos em atividades extra-curriculares por


ano, 2 estão ou costumam estar envolvidos entre 1 a 10 atividades extra-curriculares por ano,
0 entre 11 e 20 atividades, e 1 entre 21 e 30 atividades;

10) 2 gastam até 4 horas semanais acessando e-mail, 1 entre 4 e 8 horas, 2 entre 8 e 12
horas, 0 entre outros intervalos;

11) 1 gasta até 4 horas semanais acessando as redes sociais, 1 entre 4 e 8 horas, 1 entre
8 e 12 horas, 1 entre 12 e 16 horas, e 1 entre 16 e 20 horas;

12) 1 gasta entre 4 e 8 horas semanais acessando bases de dados, e 4 não acessam
bases de dados;

13) 2 gastam até 4 horas semanais acessando sites comerciais, 1 entre 4 e 8 horas, 1
entre 8 e 12 horas, e 1 não os acessa;

14) 3 gastam até 4 horas semanais acessando sites governamentais, e 2 não os


acessam;

15) 2 gastam entre 8 e 12 horas semanais em baladas, 2 entre 12 e 16 horas, e 1 não


frequenta baladas;

16) 2 gastam entre 8 e 12 horas semanais bebendo com o(s) amigo(s), 2 entre 12 e 16
horas, e 1 não bebe com o(s) amigo(s);

17) 5 gastam entre 6 e 9 horas diárias dormindo nos dias úteis;

18) 1 gasta entre 4 e 8 horas diárias dormindo nos dias não úteis, e 4 entre 8 e 12
horas;

19) 2 gastam até 4 horas semanais assistindo a TV, 2 entre 4 e 8 horas, e 1 entre 8 e 12;

20) 2 gastam até 4 horas semanais ouvindo músicas ou notícias, 2 entre 4 e 8 horas, e 1
entre 8 e 12;

21) 2 gastam até 4 horas semanais assistindo a filmes, 1 entre 4 e 8 horas, 1 entre 8 e
50

12 horas, e 1 entre 12 e 16;

22) 2 gastam até 4 horas semanais praticando algum tipo de esporte, 1 entre 4 e 8
horas, 1 entre 8 e 12 horas, e 1 entre 16 e 20;

23) 3 gastam entre 40 e 60 horas semanais dedicando-se aos estudos, 1 entre 60 e 80


horas, e 1 entre 100 e 120;

24) 1 está tentando integralizar entre 16 e 20 créditos este semestre letivo, 1 entre 20 e
24 créditos, 2 entre 24 e 28, e 1 entre 28 e 32;

25) 2 gastam até 2 horas semanais com sua espiritualidade, 1 entre 2 e 4 horas, e 2 não
gastam tempo com esta atividade;

26) 3 gastam até 1 hora semanal cuidando da sua saúde, 1 entre 1 e 2 horas, e 1 não
cuida de sua saúde. Seguem os totais amostrais do estrato 1 (sexo masculino):

TOTAIS AMOSTRAIS – ESTRATO 1: SEXO MASCULINO


VI C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
1 QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA
2 0 4 0 0 1 - - - - - - - - - - -
3 0 4 1 0 0 0 - - - - - - - - - -
4 1 0 0 0 0 4 - - - - - - - - - -
5* 2 0 0 3 2 - - - - - - - - - - -
6 1 4 0 0 0 0 - - - - - - - - - -
7 4 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
8 1 0 0 0 4 0 - - - - - - - - - -
9 2 2 0 1 - - - - - - - - - - - -
10 2 1 2 0 0 0 - - - - - - - - - -
11 1 1 1 1 1 0 - - - - - - - - - -
12 0 1 0 0 0 4 - - - - - - - - - -
13 2 1 1 0 0 1 - - - - - - - - - -
14 3 0 0 0 0 2 - - - - - - - - - -
15 0 0 2 2 0 1 - - - - - - - - - -
16 0 0 2 2 0 1 - - - - - - - - - -
17 0 0 5 0 0 - - - - - - - - - - -
18 0 1 4 0 0 0 - - - - - - - - - -
19 2 2 1 0 0 0 - - - - - - - - - -
20 2 2 1 0 0 0 - - - - - - - - - -
21 2 1 1 1 0 0 - - - - - - - - - -
51

22 2 1 1 0 1 0 - - - - - - - - - -
23 0 3 1 0 0 1 - - - - - - - - - -
24 0 0 1 1 2 1 0 - - - - - - - - -
25 2 0 0 0 1 2 - - - - - - - - - -
26 3 1 0 0 0 1 - - - - - - - - - -
Tabela 8. Totais amostrais do estrato 1 (sexo masculino). Elaborada pelo autor.

LEGENDA 2
Sigla Significado
VI Variável de interesse segundo ordem de classificação
C1 Primeira categoria ou classe de resposta
C2 Segunda categoria ou classe de resposta
C3 Terceira categoria ou classe de resposta
C4 Quarta categoria ou classe de resposta
C5 Quinta categoria ou classe de resposta
C6 Sexta categoria ou classe de resposta
C7 Sétima categoria ou classe de resposta
C8 Oitava categoria ou classe de resposta
C9 Nona categoria ou classe de resposta
C10 Décima categoria ou classe de resposta
C11 Undécima categoria ou classe de resposta
C12 Duodécima categoria ou classe de resposta
C13 Décima terceira categoria ou classe de resposta
C14 Décima quarta categoria ou classe de resposta
C15 Décima quinta categoria ou classe de resposta
C16 Décima sexta categoria ou classe de resposta
- Não possui esta ordem de categoria ou classe de resposta
QA Questão Aberta
* Questão em que se podia marcar mais de uma resposta
QOP, QP, QOF ou
Questão de Ordem de Preferência ou Questão de Ordem de Frequência
QF
Tabela 9. Legenda 2. Elaborada pelo autor.

Eu obtive como resultado, de todas as variáveis de interesse investigadas no estrato um


(sexo masculino), com exceção do nome do respondente, as seguintes proporções amostrais:

2) 0/5 entre 18 e 19 anos, 4/5 entre 20 e 21 anos, 0/5 entre 22 e 23 anos, 0/5 entre 24 e
52

25 anos, 1/5 entre 26 e 27 anos;

3) 0/5 com nenhuma renda mensal, 4/5 com renda até mil reais mensais, 1/5 com
renda entre mil e dois mil reais mensais, 0/5 com renda maior que dois mil;

4) 1/5 que pretende seguir carreira acadêmica, nenhum que tenha decido seguir
carreira como estatístico do IBGE, do INSS, empresarial ou abrir seu próprio negócio, e 4/5
que ainda não definiram;

5) 2/5 apontam que não (re)ingressaram no mercado de trabalho por medo de não se
adaptar, 0/5 por falta de vontade (desinteresse) ou porque a família ou os conhecidos bancam,
3/5 por falta de oportunidade, e 2/5 marcaram nenhuma das alternativas anteriores;

6) 1/5 informa que sua pretensão salarial é o piso salarial da categoria acrescidos dos
benefícios obrigatórios por lei (VA/VR, VT, AMO, etc.), 4/5 entre R$1.500,00 e R$3.000,00,
e 0/5 outro valor;

7) 4/5 informam que pretendem (re)ingressar no mercado de trabalho como estagiário,


e 1/5 como trainee;

8) 1/5 informa que o setor bancário é o que mais o atrai, e 4/5 informam que é
indiferente o setor que o atrai;

9) 2/5 não estão ou não costumam estar envolvidos em atividades extra-curriculares


por ano, 2/5 estão ou costumam estar envolvidos entre 1 a 10 atividades extra-curriculares por
ano, 0/5 entre 11 e 20 atividades, e 1/5 entre 21 e 30 atividades;

10) 2/5 gastam até 4 horas semanais acessando e-mail, 1/5 entre 4 e 8 horas, 2/5 entre
8 e 12 horas, 0/5 entre outros intervalos;

11) 1/5 gasta até 4 horas semanais acessando as redes sociais, 1/5 entre 4 e 8 horas, 1/5
entre 8 e 12 horas, 1/5 entre 12 e 16 horas, e 1/5 entre 16 e 20 horas;

12) 1/5 gasta entre 4 e 8 horas semanais acessando bases de dados, e 4/5 não acessam
bases de dados;

13) 2/5 gastam até 4 horas semanais acessando sites comerciais, 1/5 entre 4 e 8 horas,
1/5 entre 8 e 12 horas, e 1/5 não os acessa;

14) 3/5 gastam até 4 horas semanais acessando sites governamentais, e 2/5 não os
acessam;

15) 2/5 gastam entre 8 e 12 horas semanais em baladas, 2/5 entre 12 e 16 horas, e 1/5
não frequenta baladas;

16) 2/5 gastam entre 8 e 12 horas semanais bebendo com o(s) amigo(s), 2/5 entre 12 e
16 horas, e 1/5 não bebe com o(s) amigo(s);

17) 5/5 gastam entre 6 e 9 horas diárias dormindo nos dias úteis;
53

18) 1/5 gasta entre 4 e 8 horas diárias dormindo nos dias não úteis, e 4/5 entre 8 e 12
horas;

19) 2/5 gastam até 4 horas semanais assistindo a TV, 2/5 entre 4 e 8 horas, e 1/5 entre
8 e 12;

20) 2/5 gastam até 4 horas semanais ouvindo músicas ou notícias, 2/5 entre 4 e 8
horas, e 1/5 entre 8 e 12;

21) 2/5 gastam até 4 horas semanais assistindo a filmes, 1/5 entre 4 e 8 horas, 1/5 entre
8 e 12 horas, e 1/5 entre 12 e 16;

22) 2/5 gastam até 4 horas semanais praticando algum tipo de esporte, 1/5 entre 4 e 8
horas, 1/5 entre 8 e 12 horas, e 1/5 entre 16 e 20;

23) 3/5 gastam entre 40 e 60 horas semanais dedicando-se aos estudos, 1/5 entre 60 e
80 horas, e 1/5 entre 100 e 120;

24) 1/5 está tentando integralizar entre 16 e 20 créditos este semestre letivo, 1/5 entre
20 e 24 créditos, 2/5 entre 24 e 28, e 1/5 entre 28 e 32;

25) 2/5 gastam até 2 horas semanais com sua espiritualidade, 1/5 entre 2 e 4 horas, e
2/5 não gastam tempo com esta atividade;

26) 3/5 gastam até 1 hora semanal cuidando da sua saúde, 1/5 entre 1 e 2 horas, e 1/5
não cuida de sua saúde. Seguem as proporções amostrais do estrato 1 (sexo masculino):

PROPORÇÕES AMOSTRAIS – ESTRATO 1: SEXO MASCULINO


VI C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
1 QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA
2 0/5 4/5 0/5 0/5 1/5 - - - - - - - - - - -
3 0/5 4/5 1/5 0/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - -
4 1/5 0/5 0/5 0/5 0/5 4/5 - - - - - - - - - -
5* 2/5 0/5 0/5 3/5 2/5 - - - - - - - - - - -
6 1/5 4/5 0/5 0/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - -
7 4/5 0/5 0/5 0/5 1/5 0/5 0/5 0/5 0/5 0/5 0/5 0/5 0/5 0/5 0/5 0/5
8 1/5 0/5 0/5 0/5 4/5 0/5 - - - - - - - - - -
9 2/5 2/5 0/5 1/5 - - - - - - - - - - - -
10 2/5 1/5 2/5 0/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - -
11 1/5 1/5 1/5 1/5 1/5 0/5 - - - - - - - - - -
12 0/5 1/5 0/5 0/5 0/5 4/5 - - - - - - - - - -
13 2/5 1/5 1/5 0/5 0/5 1/5 - - - - - - - - - -
14 3/5 0/5 0/5 0/5 0/5 2/5 - - - - - - - - - -
54

15 0/5 0/5 2/5 2/5 0/5 1/5 - - - - - - - - - -


16 0/5 0/5 2/5 2/5 0/5 1/5 - - - - - - - - - -
17 0/5 0/5 5/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - - -
18 0/5 1/5 4/5 0/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - -
19 2/5 2/5 1/5 0/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - -
20 2/5 2/5 1/5 0/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - -
21 2/5 1/5 1/5 1/5 0/5 0/5 - - - - - - - - - -
22 2/5 1/5 1/5 0/5 1/5 0/5 - - - - - - - - - -
23 0/5 3/5 1/5 0/5 0/5 1/5 - - - - - - - - - -
24 0/5 0/5 1/5 1/5 2/5 1/5 0/5 - - - - - - - - -
25 2/5 0/5 0/5 0/5 1/5 2/5 - - - - - - - - - -
26 3/5 1/5 0/5 0/5 0/5 1/5 - - - - - - - - - -
Tabela 10. Proporções amostrais do estrato 1 (sexo masculino). Elaborada pelo autor.

3.4.2 Estrato 2: sexo feminino

Eu obtive como resultado, de todas as variáveis de interesse investigadas no estrato


dois (sexo feminino), com exceção do nome do respondentes, os seguintes totais amostrais:

2) 2 entre 18 e 19 anos, 1 entre 20 e 21 anos, 0 entre 22 e 23 anos, 0 entre 24 e 25


anos, 0 entre 26 e 27 anos;

3) 0 com nenhuma renda mensal, 2 com renda até mil reais mensais, 1 com renda entre
mil e dois mil reais mensais, 1 com renda entre dois e três mil reais, 0 com renda maior que
dois mil;

4) 0 que pretende seguir carreira acadêmica, 0 que tenha decido seguir carreira como
estatístico do IBGE, do INSS, 1 pretende ser estatístico empresarial, 0 intenta abrir seu
próprio negócio, e 1 que ainda não definiu;

5) 0 apontam que não (re)ingressaram no mercado de trabalho por medo de não se


adaptar, 0 por falta de vontade (desinteresse), 0 porque a família ou os conhecidos bancam, 3
por falta de oportunidade, e 2 marcaram nenhuma das alternativas anteriores;

6) 0 informa que sua pretensão salarial é o piso salarial da categoria acrescidos dos
benefícios obrigatórios por lei (VA/VR, VT, AMO, etc.), 3 entre R$1.500,00 e R$3.000,00, e
0 outro valor;

7) 3 informam que pretendem (re)ingressar no mercado de trabalho como estagiário, e


0 outra opção;

8) 2 informam que é indiferente o setor que o atrai, e 1 que não definiu;

9) 0 não estão ou não costumam estar envolvidos em atividades extra-curriculares por


ano, 2 estão ou costumam estar envolvidos entre 1 a 10 atividades extra-curriculares por ano,
1 entre 11 e 20 atividades, e 0 entre 21 e 30 atividades;
55

10) 0 gastam até 4 horas semanais acessando e-mail, 0 entre 4 e 8 horas, 2 entre 8 e 12
horas, 0 entre 12 e 16 horas, e 1 entre 16 e 20;

11) 0 gasta até 4 horas semanais acessando as redes sociais, 0 entre 4 e 8 horas, 1 entre
8 e 12 horas, 1 entre 12 e 16 horas, e 1 entre 16 e 20 horas;

12) 3 não acessam bases de dados;

13) 1 gasta entre 8 e 12 semanais acessando sites comerciais, e 2 não os acessam;

14) 2 gastam até 4 horas semanais acessando sites governamentais, e 1 não os acessa;

15) 1 gasta entre 12 e 16 horas semanais em baladas, e 2 não frequentam baladas;

16) 1 gasta entre 12 e 16 horas semanais bebendo com o(s) amigo(s), e 1 não bebe
com o(s) amigo(s);

17) 2 gastam entre 6 e 9 horas diárias dormindo nos dias úteis, e 1 entre 9 e 12 horas;

18) 1 gasta entre 4 e 8 horas diárias dormindo nos dias não úteis, e 4 entre 8 e 12
horas;

19) 0 gasta até 4 horas semanais assistindo a TV, 1 entre 4 e 8 horas, 1 entre 8 e 12, 0
entre 12 e 16, 0 entre 16 e 20, e 1 não assiste TV;

20) 2 gastam até 4 horas semanais ouvindo músicas ou notícias, 2 entre 4 e 8 horas, e 1
entre 8 e 12;

21) 0 gasta até 4 horas semanais assistindo a filmes, 1 entre 4 e 8 horas, 1 entre 8 e 12
horas, e 1 entre 12 e 16;

22) 0 gasta até 4 horas semanais praticando algum tipo de esporte, 2 entre 4 e 8 horas,
0 entre 8 e 12 horas, 0 entre 12 e 16, 0 entre 16 e 20, e 1 não pratica esporte;

23) 3 gastam entre 40 e 60 horas semanais dedicando-se aos estudos;

24) 1 está tentando integralizar entre 16 e 20 créditos este semestre letivo, 1 entre 20 e
24 créditos, e 1 entre 24 e 28;

25) 3 gastam até 2 horas semanais com sua espiritualidade; 26) 2 gastam até 1 hora
semanal cuidando da sua saúde, e 1 não cuida de sua saúde. Seguem os totais amostrais do
estrato 2 (sexo feminino):

TOTAIS AMOSTRAIS – ESTRATO 2: SEXO FEMININO


VI C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
1 QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA
2 2 1 0 0 0 - - - - - - - - - - -
56

3 0 2 1 0 0 0 - - - - - - - - - -
4 0 0 0 1 0 1 - - - - - - - - - -
5* 0 0 0 3 2 - - - - - - - - - - -
6 0 3 0 0 0 0 - - - - - - - - - -
7 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
8 0 0 0 0 2 1 - - - - - - - - - -
9 0 2 1 0 - - - - - - - - - - - -
10 0 0 2 0 1 0 - - - - - - - - - -
11 0 0 1 1 1 0 - - - - - - - - - -
12 0 0 0 0 0 3 - - - - - - - - - -
13 0 0 1 0 0 2 - - - - - - - - - -
14 2 0 0 0 0 1 - - - - - - - - - -
15 0 0 0 1 0 2 - - - - - - - - - -
16 0 0 0 1 0 2 - - - - - - - - - -
17 0 0 2 1 0 - - - - - - - - - - -
18 0 1 1 0 0 1 - - - - - - - - - -
19 0 2 1 0 0 0 - - - - - - - - - -
20 0 1 1 1 0 0 - - - - - - - - - -
21 0 1 1 1 0 0 - - - - - - - - - -
22 0 2 0 0 0 1 - - - - - - - - - -
23 0 0 3 0 0 0 - - - - - - - - - -
24 0 0 1 1 1 0 0 - - - - - - - - -
25 3 0 0 0 0 0 - - - - - - - - - -
26 2 0 0 0 0 1 - - - - - - - - - -
Tabela 11. Totais amostrais do estrato 2 (sexo feminino). Elaborada pelo autor.

LEGENDA 3
Sigla Significado
VI Variável de interesse segundo ordem de classificação
C1 Primeira categoria ou classe de resposta
C2 Segunda categoria ou classe de resposta
C3 Terceira categoria ou classe de resposta
C4 Quarta categoria ou classe de resposta
C5 Quinta categoria ou classe de resposta
C6 Sexta categoria ou classe de resposta
C7 Sétima categoria ou classe de resposta
57

C8 Oitava categoria ou classe de resposta


C9 Nona categoria ou classe de resposta
C10 Décima categoria ou classe de resposta
C11 Undécima categoria ou classe de resposta
C12 Duodécima categoria ou classe de resposta
C13 Décima terceira categoria ou classe de resposta
C14 Décima quarta categoria ou classe de resposta
C15 Décima quinta categoria ou classe de resposta
C16 Décima sexta categoria ou classe de resposta
- Não possui esta ordem de categoria ou classe de resposta
QA Questão Aberta
* Questão em que se podia marcar mais de uma resposta
QOP, QP, QOF ou
Questão de Ordem de Preferência ou Questão de Ordem de Frequência
QF
Tabela 12. Legenda 3. Elaborada pelo autor.

Eu obtive como resultado, de todas as variáveis de interesse investigadas no estrato


dois (sexo feminino), com exceção do nome do respondente, as seguintes proporções
amostrais:

2) 2/3 entre 18 e 19 anos, 1/3 entre 20 e 21 anos, 0/3 entre 22 e 23 anos, 0/3 entre 24 e
25 anos, 0/3 entre 26 e 27 anos;

3) 0/3 com nenhuma renda mensal, 2/3 com renda até mil reais mensais, 1/3 com
renda entre mil e dois mil reais mensais, 1/3 com renda entre dois e três mil reais, 0/3 com
renda maior que dois mil;

4) 0/3 que pretende seguir carreira acadêmica, 0/3 que tenha decido seguir carreira
como estatístico do IBGE, do INSS, 1/3 pretende ser estatístico empresarial, 0/3 intenta abrir
seu próprio negócio, e 1/3 que ainda não definiu;

5) 0/3 apontam que não (re)ingressaram no mercado de trabalho por medo de não se
adaptar, 0/3 por falta de vontade (desinteresse), 0/3 porque a família ou os conhecidos
bancam, 3/3 por falta de oportunidade, e 2/3 marcaram nenhuma das alternativas anteriores;

6) 0/3 informa que sua pretensão salarial é o piso salarial da categoria acrescidos dos
benefícios obrigatórios por lei (VA/VR, VT, AMO, etc.), 3/3 entre R$1.500,00 e R$3.000,00,
e 0/3 outro valor;

7) 3/3 informam que pretendem (re)ingressar no mercado de trabalho como estagiário,


e 0/3 outra opção;

8) 2/3 informam que é indiferente o setor que o atrai, e 1/3 que não definiu;
58

9) 0/3 não estão ou não costumam estar envolvidos em atividades extra-curriculares


por ano, 2/3 estão ou costumam estar envolvidos entre 1 a 10 atividades extra-curriculares por
ano, 1/3 entre 11 e 20 atividades, e 0/3 entre 21 e 30 atividades;

10) 0/3 gastam até 4 horas semanais acessando e-mail, 0/3 entre 4 e 8 horas, 2/3 entre
8 e 12 horas, 0/3 entre 12 e 16 horas, e 1/3 entre 16 e 20;

11) 0/3 gasta até 4 horas semanais acessando as redes sociais, 0/3 entre 4 e 8 horas, 1/3
entre 8 e 12 horas, 1/3 entre 12 e 16 horas, e 1/3 entre 16 e 20 horas;

12) 3/3 não acessam bases de dados;

13) 1/3 gasta entre 8 e 12 semanais acessando sites comerciais, e 2/3 não os acessam;

14) 2/3 gastam até 4 horas semanais acessando sites governamentais, e 1/3 não os
acessa;

15) 1/3 gasta entre 12 e 16 horas semanais em baladas, e 2/3 não frequentam baladas;

16) 1/3 gasta entre 12 e 16 horas semanais bebendo com o(s) amigo(s), e 1/3 não bebe
com o(s) amigo(s);

17) 2/3 gastam entre 6 e 9 horas diárias dormindo nos dias úteis, e 1/3 entre 9 e 12
horas;

18) 1/3 gasta entre 4 e 8 horas diárias dormindo nos dias não úteis, e 4/3 entre 8 e 12
horas;

19) 0/3 gasta até 4 horas semanais assistindo a TV, 1 entre 4 e 8 horas, 1/3 entre 8 e
12, 0/3 entre 12 e 16, 0/3 entre 16 e 20, e 1/3 não assiste TV;

20) 2/3 gastam até 4 horas semanais ouvindo músicas ou notícias, 2/3 entre 4 e 8
horas, e 1/3 entre 8 e 12;

21) 0/3 gasta até 4 horas semanais assistindo a filmes, 1/3 entre 4 e 8 horas, 1/3 entre 8
e 12 horas, e 1/3 entre 12 e 16;

22) 0/3 gasta até 4 horas semanais praticando algum tipo de esporte, 2/3 entre 4 e 8
horas, 0/3 entre 8 e 12 horas, 0/3 entre 12 e 16, 0/3 entre 16 e 20, e 1/3 não pratica esporte;

23) 3/3 gastam entre 40 e 60 horas semanais dedicando-se aos estudos;

24) 1/3 está tentando integralizar entre 16 e 20 créditos este semestre letivo, 1/3 entre
20 e 24 créditos, e 1/3 entre 24 e 28;

25) 3/3 gastam até 2 horas semanais com sua espiritualidade; 26) 2/3 gastam até 1 hora
semanal cuidando da sua saúde, e 1/3 não cuida de sua saúde. Seguem as proporções
amostrais do estrato 2 (sexo feminino):
59

PROPORÇÕES AMOSTRAIS – ESTRATO 2: SEXO FEMININO


VI C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16
1 QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA QA
2 2/3 1/3 0/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - - -
3 1/3 1/3 1/3 0/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - -
4 0/3 0/3 0/3 1/3 0/3 1/3 - - - - - - - - - -
5* 0/3 0/3 0/3 3/3 2/3 - - - - - - - - - - -
6 0/3 3/3 0/3 0/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - -
7 3/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3
8 0/3 0/3 0/3 0/3 2/3 1/3 - - - - - - - - - -
9 0/3 2/3 1/3 0/3 - - - - - - - - - - - -
10 0/3 0/3 2/3 0/3 1/3 0/3 - - - - - - - - - -
11 0/3 0/3 1/3 1/3 1/3 0/3 - - - - - - - - - -
12 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 3/3 - - - - - - - - - -
13 0/3 0/3 1/3 0/3 0/3 2/3 - - - - - - - - - -
14 2/3 0/3 0/3 0/3 0/3 1/3 - - - - - - - - - -
15 0/3 0/3 0/3 1/3 0/3 2/3 - - - - - - - - - -
16 0/3 0/3 0/3 1/3 0/3 2/3 - - - - - - - - - -
17 0/3 0/3 2/3 1/3 0/3 - - - - - - - - - - -
18 0/3 1/3 1/3 0/3 0/3 1/3 - - - - - - - - - -
19 0/3 2/3 1/3 0/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - -
20 0/3 1/3 1/3 1/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - -
21 0/3 1/3 1/3 1/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - -
22 0/3 2/3 0/3 0/3 0/3 1/3 - - - - - - - - - -
23 0/3 0/3 3/3 0/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - -
24 0/3 0/3 1/3 1/3 1/3 0/3 0/3 - - - - - - - - -
25 3/3 0/3 0/3 0/3 0/3 0/3 - - - - - - - - - -
26 2/3 0/3 0/3 0/3 0/3 1/3 - - - - - - - - - -
Tabela 13. Proporções amostrais do estrato 2 (sexo feminino). Elaborada pelo autor.

3.5 As médias, as variâncias, os desvios-padrão e os coeficientes de variação


amostrais

3.5.1 Estrato 1: sexo masculino

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato um (sexo masculino),


as seguintes médias amostrais:
60

2) idade = (0*18,5 + 4*20,5 + 0*22,5 + 0*24,5 + 1*26,5)/5 = 21,7 anos = 21a8m;

3) renda mensal = (4*500 + 1*1500)/5 = R$700,00;

6) remuneração pretendida = (1*750 + 4*2250)/5 = R$1.950,00;

9) atividades extra-curriculares por ano = (2*0 + 2*5,5 + 1*25,5)/5 = 7,3


atividades;

10) tempo gasto acessando e-mail = (2*2 + 1*6 + 2*10)/5 = 6 horas;

11) tempo gasto acessando redes sociais = (1*2 + 1*6 + 1*10 + 1*14 + 1*18)/5 = 10
horas;

12) tempo gasto acessando bases de dados = (1*6 + 4*0)/5 = 1,2 horas = 1h12min;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = (2*2 + 1*6 + 1*10 + 1*0)/5 = 4
horas;

14) tempo gasto acessando sites governamentais = (3*2 + 2*0)/5 = 1,2 horas =
1h12min;

15) tempo gasto em baladas = (2*10 + 2*14 + 1*0)/5 = 9,6 horas = 9hs36min;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = (2*10 + 2*14 + 1*0)/5 = 9,6
horas = 9hs36min;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = (5*7,5)/5 = 7,5 horas = 7hs30min;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = (1*6 + 4*10)/5 = 9,2 horas =
9hs12min;

19) tempo gasto assistindo TV = (2*2 + 2*6 + 1*10)/5 = 5,2 horas = 5hs12min;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = (2*2 + 2*6 + 1*10)/5 = 5,2 horas =
5hs12min;

21) tempo gasto assistindo a filmes = (2*2 + 1*6 + 1*10 + 1*14)/5 = 6,8 horas =
6hs48min;

22) tempo gasto praticando algum esporte = (2*2 + 1*6 + 1*10 + 1*18)/5 = 7,6
horas = 7hs36min;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = (3*30 + 1*50 + 1*110)/5 = 50 horas;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo = (1*18 +


1*22 + 2*26 + 1*30)/5 = 24,4 créditos;

25) tempo gasto com espiritualidade = (2*1 + 1*9 + 2*0)/5 = 2,2 horas =
2hs12min;
61

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = (3*0,5 + 1*1,5 + 1*0)/5 = 0,6 da hora
= 0,6*60min = 36min.

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato um (sexo masculino),


as seguintes variâncias amostrais:

2) idade = [4*(20,5-21,7)² + 1*(26,5-21,7)²]/4 = 7,2 anos;

3) renda mensal = [4*(500-700)² + 1*(1500-700)²]/4 = R$200.000,00;

6) remuneração pretendida = [1*(750-1950)² + 4*(2250-1950)²]/4 = R$450.000,00;

9) atividades extra-curriculares por ano = [2*(0-7,3)² + 2*(5,5-7,3)² + 1*(25,5-


7,3)²]/4 = 111,05 atividades;

10) tempo gasto acessando e-mail = [2*(2-6)² + 1*(6-6)² + 2*(10-6)²]/4 = 16 horas;

11) tempo gasto acessando redes sociais = [1*(2-10)² + 1*(6-10)² + 1*(10-10)² +


1*(14-10)² + 1*(18-10)²]/4 = 40 horas;

12) tempo gasto acessando bases de dados = [1*(6-1,2)² + 4*(0-1,2)²]/4 = 7,2 horas
= 7h12min;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = [2*(2-4)² + 1*(6-4)² + 1*(10-4)² +


1*(0-4)²]/4 = 16 horas;

14) tempo gasto acessando sites governamentais = [3*(2-1,2)² + 2*(0-1,2)²]/4 = 1,2


horas = 1h12min;

15) tempo gasto em baladas = [2*(10-9,6)² + 2*(14-9,6)² + 1*(0-9,6)²]/4 = 32,8


horas = 32hs48min;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = [2*(10-9,6)² + 2*(14-9,6)² +


1*(0-9,6)²]/4 = 32,8 horas = 32hs48min;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = [5*(7,5-7,5)²]/4 = 0 horas;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = [1*(6-9,2)² + 4*(10-9,2)²]/4 = 3,2
horas = 3hs12min;

19) tempo gasto assistindo TV = [2*(2-5,2)² + 2*(6-5,2)² + 1*(10-5,2)²]/4 = 11,2


horas = 11hs12min;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = [2*(2-5,2)² + 2*(6-5,2)² + 1*(10-


5,2)²]/4 = 11,2 horas = 11hs12min;

21) tempo gasto assistindo a filmes = [2*(2-6,8)² + 1*(6-6,8)² + 1*(10-6,8)² +


1*(14-6,8)²]/4 = 27,2 horas = 27hs12min;
62

22) tempo gasto praticando algum esporte = [2*(2-7,6)² + 1*(6-7,6)² + 1*(10-7,6)²


+ 1*(18-7,6)²]/4 = 44,8 horas = 44hs48min;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = [3*(30-50)² + 1*(50-50)² + 1*(110-


50)²]/4 = 1.200 horas;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo = [1*(18-


24,4)² + 1*(22-24,4)² + 2*(26-24,4)² + 1*(30-24,4)²]/4 = 20,8 créditos;

25) tempo gasto com espiritualidade = [2*(1-2,2)² + 1*(9-2,2)² + 2*(0-2,2)²]/4 =


14,7 horas = 14hs42min;

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = [3*(0,5-0,6)² + 1*(1,5-0,6)² + 1*(0-
0,6)²]/4 = 0,3 da hora = 0,3*60min = 18min.

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato um (sexo masculino),


os seguintes desvios-padrão amostrais:

2) idade = √7,2 = 2,683281573 anos;

3) renda mensal = √R$200.000,00 = R$447,2135955;

6) remuneração pretendida = √R$450.000,00 = R$670,82039325;

9) atividades extra-curriculares por ano = √111,075 = 10,539212494 atividades;

10) tempo gasto acessando e-mail = √16 = 4 horas;

11) tempo gasto acessando redes sociais = √40 = 6,32455532 horas;

12) tempo gasto acessando bases de dados = √7,2 = 2,683281573 horas;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = √16 = 4 horas;

14) tempo gasto acessando sites governamentais = √1,2 = 1,095445115 horas;

15) tempo gasto em baladas = √32,8 = 5,727128425 horas;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = √32,8 = 5,727128425 horas;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = √0 = 0;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = √0 = 1,788854382 horas;

19) tempo gasto assistindo TV = √11,2 = 3,346640106 horas;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = √11,2 = 3,346640106 horas;


63

21) tempo gasto assistindo a filmes = √5,2 = 5,215361924 horas;

22) tempo gasto praticando algum esporte = √7,2 = 2,683281573 horas;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = √1200 = 34,641016151 horas;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo = √24,4 =


4,939635614 créditos;

25) tempo gasto com espiritualidade = √14,7 = 3,834057903 horas;

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = √0,3 = 0,54772255.

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato um (sexo masculino),


os seguintes coeficientes de variação amostrais:

2) idade = 2,683281573÷21,7 = 0,123653529;

3) renda mensal = 447,2135955÷700 = 0,638876565;

6) remuneração pretendida = 670,82039325÷1950 = 0,344010458;

9) atividades extra-curriculares por ano = 10,539212494÷7,3 = 1,443727739;

10) tempo gasto acessando e-mail = 4÷6 = 0,666666667;

11) tempo gasto acessando redes sociais = 6,32455532÷10 = 0,632455532;

12) tempo gasto acessando bases de dados = 2,683281573÷1,2 = 2,236067978;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = 4/4 = 1;

14) tempo gasto acessando sites governamentais = 1,095445115÷1,2 =


0,912870929;

15) tempo gasto em baladas = 5,727128425÷9,6 = 0,596575878;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = 5,727128425÷9,6 =


0,596575878;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = 1,788854382÷7,5 = 0,238513918;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = 0;

19) tempo gasto assistindo TV = 3,346640106÷5,2 = 0,643584636;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = 3,346640106÷5,2 = 0,643584636;

21) tempo gasto assistindo a filmes = 5,215361924÷6,8 = 0,766964989;


64

22) tempo gasto praticando algum esporte = 2,683281573÷7,2 = 0,372677996;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = 34,641016151÷50 = 0,692820323;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo =


4,939635614÷ 24,4 = 0,202444083;

25) tempo gasto com espiritualidade = 3,834057903÷2,2 = 1,742753592;

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = 40,547722558/0,6 = 0,912870929.

Segue uma tabela que sintetiza os resultados com as médias, as variâncias, os desvios-
padrão os coeficientes de variação amostrais das quinze variáveis de interesse quantitativas
investigadas no estrato um (sexo masculino):

MÉDIAS, VARIÂNCIAS, DESVIOS-PADRÃO E COEFICIENTES DE VARIAÇÃO


AMOSTRAIS – ESTRATO 1: SEXO MASCULINO
VI MÉDIA(1) VAR = s(1)² DP = s(1) CV
1 QA QA QA QA
2 21a8m 7,2 anos 2,683281573 anos 0,123653529
3 R$700,00 R$200.000,00 R$447,2135955 0,638876565
4 VQ VQ VQ VQ
5* VQ VQ VQ VQ
6 R$1.950,00 R$450.000,00 R$670,82039325 0,344010458
7 VQ VQ VQ VQ
8 VQ VQ VQ VQ
9 7,3 atividades 111,075 atividades 10,539212494 ativ 1,443727739
10 6 horas 16 horas 4 horas 0,666666667
11 10 horas 40 horas 6,32455532 horas 0,632455532
12 1h12min 7h12min 2,683281573 horas 2,236067978
13 4 horas 16 horas 4 horas 1
14 1h12min 1h12min 1,095445115 horas 0,912870929
15 9hs36min 32hs48min 5,727128425 horas 0,596575878
16 9hs36min 32hs48min 5,727128425 horas 0,596575878
17 7hs30min 0 min 0 min 0
18 9hs12min 3hs12min 1,788854382 horas 0,238513918
19 5hs12min 11hs12min 3,346640106 horas 0,643584636
20 5hs12min 11hs12min 3,346640106 horas 0,643584636
65

21 6hs48min 27hs12min 5,215361924 horas 0,766964989


22 7hs12min 44hs48min 2,683281573 horas 0,372677996
23 50 horas 1.200 horas 34,641016151 horas 0,692820323
24 24hs24min 20hs48min 4,939635614 horas 0,202444083
25 2hs12min 14hs42min 3,834057903 horas 1,742753592
26 36 minutos 18min 0,547722558 hora 0,912870929
Tabela 14. Médias, variâncias, desvios-padrão e coeficientes de variação amostrais do estrato 1
(sexo masculino). Elaborada pelo autor.

LEGENDA 4
Sigla Significado
VI Variável de interesse segundo ordem de classificação
VAR Variância
DP Desvio-padrão
CV Coeficiente de Variação
QA Questão Aberta
VQ Variável Qualitativa
Tabela 15. Legenda 4. Elaborada pelo autor.

3.5.1 Estrato 2: sexo feminino

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato dois (sexo feminino),
as seguintes médias amostrais:

2) idade = (2*18,5 + 1*20,5 + 0*22,5 + 0*24,5 + 0*26,5)/3 = 19,166666667 anos =


19a2m;

3) renda mensal = (2*500 + 1*1500)/3 = R$833,33333334;

6) remuneração pretendida = (3*2250)/3 = R$2.250,00;

9) atividades extra-curriculares por ano = (2*5,5 + 1*15,5)/3 = 8,833333333


atividades;

10) tempo gasto acessando e-mail = (2*10 + 1*18)/3 = 12,666666667 horas;

11) tempo gasto acessando redes sociais = (1*10 + 1*14 + 1*18)/3 = 14 horas;

12) tempo gasto acessando bases de dados = (3*0)/3 = 0 hora;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = (1*10 + 2*0)/3 = 3,33333 horas =
3hs20min;
66

14) tempo gasto acessando sites governamentais = (2*2 + 1*0)/3 =


0,666666666666666667 hora = 40min;

15) tempo gasto em baladas = (1*14 + 2*0)/3 = 4,666666667 horas = 4hs40min;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = (1*14 + 2*0)/3 = 4,666666667
min = 4hs40min;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = (2*7,5 + 1*10,5)/3 = 8,5 horas =
8hs30min;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = (1*6 + 1*10 + 1*22)/3 =
12,666666667 horas = 12hs40min;

19) tempo gasto assistindo TV = (2*6 + 1*10)/3 = 7,333333333 horas = 7hs20min;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = (1*6 + 1*10 + 1*14)/3 = 10 horas;

21) tempo gasto assistindo a filmes = (1*6 + 1*10 + 1*14)/3 = 10 horas;

22) tempo gasto praticando algum esporte = (2*6 + 1*18)/3 = 10 horas;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = (3*50)/3 = 50 horas;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo = (1*18 +


1*22 + 1*26)/3 = 22 créditos;

25) tempo gasto com espiritualidade = (3*1)/3 = 3 horas;

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = (2*0,5 + 1*0)/3 = 0,3333334 da hora
= 0,33333334*60min = 20min.

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato dois (sexo feminino),
as seguintes variâncias amostrais:

2) idade = [2*(18,5-19,17)² + 1*(20,5-19,17)²]/2 = 1,33335 anos;

3) renda mensal = [2*(500-833,34)²+1*(1500-833,34)²]/2 = R$277.775,5556;

6) remuneração pretendida = [3*(2250-2250)²]/2 = R$0,00;

9) atividades extra-curriculares por ano = [2*(5,5-8,84)² + 1*(15,5-8,34)²]/2 =


36,7884 atividades;

10) tempo gasto acessando e-mail = [2*(10-12,67)² + 1*(18-12,67)²]/2 = 21,33335


horas = 21hs20min;

11) tempo gasto acessando redes sociais = [1*(10-14)² + 1*(14-14)² + 1*(18-14)²]/2


= 16 horas;
67

12) tempo gasto acessando bases de dados = [3*(0-0)²]/2 = 0 hora;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = [1*(10-3,34)² + 2*(0-3,34)²]/2 =


33,3334 = 33hs20min;

14) tempo gasto acessando sites governamentais = [2*(2-0,4)² + 1*(0-0,4)²]/2 =


2,64 horas = 2hs38min;

15) tempo gasto em baladas = [1*(14-4,67)² + 2*(0-4,67)²]/2 = 65,33335 horas =


65hs20min;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = [1*(14-4,67)² + 2*(0-4,67)²]/2 =


65,33335 horas = 65hs20min;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = [2*(7,5-8,5)² + 1*(10,5-8,5)²]/2 = 3


horas;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = [1*(6-12,67)² + 1*(10-12,67)² +
1*(22-12,67)²]/2 = 65,33335 horas = 65hs20min;

19) tempo gasto assistindo TV = [2*(6-7,34)² + 1*(10-7,34)²]/2 = 5,3334 horas =


5hs20min;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = [1*(6-10)² + 1*(10-10)² + 1*(14-


10)²]/2 = 16 horas;

21) tempo gasto assistindo a filmes = [1*(6-10)² + 1*(10-10)² + 1*(14-10)²]/2 = 16


horas;

22) tempo gasto praticando algum esporte = [2*(6-10)² + 1*(18-10)²]/2 = 48


horas;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = [3*(50-50)²]/2 = 0 horas;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo = [1*(18-22)²


+ 1*(22-22)² + 1*(26-22)²]/2 = 16 créditos;

25) tempo gasto com espiritualidade = [3*(1-3)²]/2 = 6 horas;

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = [2*(0,5-0,34)² + 1*(0-0,34)²]/2 =


0,0834 da hora = 0,0834*60min = 5min.

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato dois (sexo feminino),
os seguintes desvios-padrão amostrais:

2) idade = √7,2 = 2,683281573 anos;

3) renda mensal = √R$200.000,00 = R$447,2135955;


68

6) remuneração pretendida = √R$450.000,00 = R$670,82039325;

9) atividades extra-curriculares por ano = √111,075 = 10,539212494 atividades;

10) tempo gasto acessando e-mail = √16 = 4 horas;

11) tempo gasto acessando redes sociais = √40 = 6,32455532 horas;

12) tempo gasto acessando bases de dados = √0 = 0 hora;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = √16 = 4 horas;

14) tempo gasto acessando sites governamentais = √1,2 = 1,095445115 horas;

15) tempo gasto em baladas = √32,8 = 5,727128425 horas;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = √32,8 = 5,727128425 horas;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = √0 = 0;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = √0 = 1,788854382 horas;

19) tempo gasto assistindo TV = √11,2 = 3,346640106 horas;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = √11,2 = 3,346640106 horas;

21) tempo gasto assistindo a filmes = √5,2 = 5,215361924 horas;

22) tempo gasto praticando algum esporte = √7,2 = 2,683281573 horas;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = √1200 = 34,641016151 horas;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo = √24,4 =


4,939635614 créditos;

25) tempo gasto com espiritualidade = √14,7 = 3,834057903 horas;

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = √0,3 = 0,54772255.

Eu obtive como resultado, das variáveis quantitativas do estrato dois (sexo feminino),
os seguintes coeficientes de variação amostrais:

2) idade = 2,683281573÷21,7 = 0,123653529;

3) renda mensal = 447,2135955÷700 = 0,638876565;

6) remuneração pretendida = 670,82039325÷1950 = 0,344010458;


69

9) atividades extra-curriculares por ano = 10,539212494÷7,3 = 1,443727739;

10) tempo gasto acessando e-mail = 4÷6 = 0,666666667;

11) tempo gasto acessando redes sociais = 6,32455532÷10 = 0,632455532;

12) tempo gasto acessando bases de dados = 2,683281573÷1,2 = 2,236067978;

13) tempo gasto acessando sites comerciais = 4/4 = 1;

14) tempo gasto acessando sites governamentais = 1,095445115÷1,2 =


0,912870929;

15) tempo gasto em baladas = 5,727128425÷9,6 = 0,596575878;

16) tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as) = 5,727128425÷9,6 =


0,596575878;

17) tempo gasto dormindo nos dias úteis = 1,788854382÷7,5 = 0,238513918;

18) tempo gasto dormindo nos dias não úteis = 0;

19) tempo gasto assistindo TV = 3,346640106÷5,2 = 0,643584636;

20) tempo gasto ouvindo músicas ou notícias = 3,346640106÷5,2 = 0,643584636;

21) tempo gasto assistindo a filmes = 5,215361924÷6,8 = 0,766964989;

22) tempo gasto praticando algum esporte = 2,683281573÷7,2 = 0,372677996;

23) tempo gasto dedicando-se aos estudos = 34,641016151÷50 = 0,692820323;

24) quantidade de créditos para integralização este semestre letivo =


4,939635614÷ 24,4 = 0,202444083;

25) tempo gasto com espiritualidade = 3,834057903÷2,2 = 1,742753592;

26) tempo gasto com cuidados com a saúde = 40,547722558/0,6 = 0,912870929.

Segue uma tabela que sintetiza os resultados com as médias, as variâncias, os desvios-
padrão os coeficientes de variação amostrais das quinze variáveis de interesse quantitativas
investigadas no estrato dois (sexo feminino):

MÉDIAS, VARIÂNCIAS, DESVIOS-PADRÃO E COEFICIENTES DE VARIAÇÃO


AMOSTRAIS – ESTRATO 2: SEXO FEMININO
VI MÉDIA(2) VAR = s(2)² DP = s(2) CV
1 QA QA QA QA
2 19a2m 1a4m 1a1m26d 0,060245249
70

3 R$2.166,67 R$277.775,5556 R$527,044168548 0,243251155


4 VQ VQ VQ VQ
5* VQ VQ VQ VQ
6 R$2.250,00 R$0,00 0 0
7 VQ VQ VQ VQ
8 VQ VQ VQ VQ
9 8,4 at. 36,7884 at. 6,065344178 at. 0,722064783
10 12hs42min 21hs20min 4,618820196 horas 0,36368663
11 14 horas 16 horas 4 horas 0,285714286
12 0 hora 0 0 0
13 3hs24min 33hs20min 5,773508465 horas 1,698090725
14 40min 2hs38min 1,624807681 horas 4,062019202
15 4hs40min 65hs20min 8,0829048 horas 1,732050905
16 4hs40min 65hs20min 8,0829048 horas 1,732050905
17 8hs30min 3 horas 1,732050808 horas 0,203770683
18 12hs40min 65hs20min 8,0829048 horas 1,732050905
19 7hs20min 5hs20min 2,30941551 0,314919581
20 10 horas 16 horas 4 horas 0,4
21 10 horas 16 horas 4 horas 0,4
22 10 horas 48 horas 6,92820323 0,692820323
23 50 horas 0 hora 0 0
24 22 créditos 16 créditos 4 créditos 0,181818182
25 3 horas 6 horas 2,449489743 0,816496581
26 20min 5min 0,288790582 0,866367413
Tabela 16. Médias, variâncias, desvios-padrão e coeficientes de variação amostrais do estrato 2 (sexo feminino).
Elaborada pelo autor.

LEGENDA 5
Sigla Significado
VI Variável de interesse segundo ordem de classificação
VAR Variância
DP Desvio-padrão
CV Coeficiente de Variação
QA Questão Aberta
at. atividades
Tabela 17. Legenda 5. Elaborada pelo autor.
71

3.6 Intervalo de confiança para a média populacional das variáveis de interesse


quantitativas

Calculadas as médias, as variâncias, os desvios-padrão e os coeficientes de variação


amostrais, eu calculei também o intervalo de confiança para a média populacional, com índice
de confiança de 95%, com desvio-padrão populacional desconhecido, utilizando aproximação
do erro amostral por meio da distribuição Normal, visto que o N > 30 8. Segue tabela com o
intervalo de confiança para a média populacional de cada uma das quinze variáveis de
interesse quantitativas deste levantamento amostral, separadas por estrato:

3.6.1 Estrato 1: sexo masculino

INTERVALO DE CONFIANÇA PARA A MÉDIA POPULACIONAL


ESTRATO 1: SEXO MASCULINO

1 - α = 0,95, α = 0,05, α/2 = 0,025, Zα/2 = 1,96

B(1) ≈ Zα/2*[√W(1)²*(1-n(1)/N(1))*s(1)²/n(1)]
B(1) ≈ 1,96*[√(27/42)²*(1-5/27)*s(1)²/5]
B(1) ≈ 1,96*[√0,067346939*s(1)²]

Limite Limite
VI MÉDIA(1) VAR(1) = s(1)² B(1)
Inferior(1) Superior(1)
21a8m12d 7a2m12d 20a4m2d 23a25d
2 1,364838454
(21,7) (7,2) (20,34) (23,07)
1h12min 7h12min 2h34min
12 1,364838454 0
(1,2) (7,2) (2,57)
1h12min 1h12min
14 1,791675206 0 3 horas
(1,2) (1,2)
7hs30min 7h30min 7h30min
17 0 min 0
(7,5) (7,5) (7,5)
5hs12min 11hs12min 10h40min
19 5,473658169 0
(5,2) (11,2) (10,67)
6hs48min 27hs12min 3h22min 15h20min
21 8,530080168
(6,8) (27,2) (3,38) (15,33)
36 min 18min 1h30min
26 0,895837603 0
(0,6) (0,3) (1,5)
Tabela 18. Intervalo de confiança para média populacional, com sigma desconhecido, para N > 30, de uma
Amostragem Aleatória Estratifica sem reposição com alocação proporcional. Estrato 1: sexo masculino.
Elaborada pelo autor.

8Recordando que a estimativa para o erro amostral é calculada pela fórmula B ≈ Zα/2*[√W(1)²*(1-
n(1)/N(1))*s(1)²/n(1) + W(2)²*(1-n(2 /N(2))*s(2)²/n(2)], na Amostragem Aleatória Estratificada sem
reposição, com alocação proporcional, nos seguintes casos: a) populações normais; b) com desvios padrão
populacionais, σ, conhecidos, c) para amostras maiores do que 30, n > 30, com σ conhecido ou
desconhedico; e d) para populações infinitas.
72

A interpretação dos dados da Tabela 18 é que para cada 100 estudantes da turma de
Amostragem 2016/1 da UFSCar São Carlos, 95 deles possuem média populacional dentre do
intervalo de confiança da respectiva variável de interesse quantitativa investigada. Em outras
palavras, isto quer dizer que selecionando-se aleatoriamente um estudante da referida turma, e
investigando sobre ele as sete variáveis de interesse quantitativas apresentadas na Tabela 18,
existe 95% de probabilidade para que a sua média (populacional) se encontre dentro do seu
respectivo intervalo de confiança, conforme exposto na Tabela 22.

3.6.2 Estrato 2: sexo feminino

INTERVALO DE CONFIANÇA PARA A MÉDIA POPULACIONAL


ESTRATO 2: SEXO FEMININO

1 - α = 0,95, α = 0,05, α/2 = 0,025, Zα/2 = 1,96

B(2) ≈ Zα/2*[√W(2)²*(1-n(2 /N(2))*s(2)²/n(2)]


B(2) ≈ 1,96*[√(15/42)²*(1-3/15)*s(2)²/3]
B(2) ≈ 1,96*[√0,034013605*s(2)²]

VI MÉDIA(2) VAR(2) = s(2)² B(2) Limite Inferior(2) Limite Superior(2)


19a2m 7a2m12d 11m19d 18a2m12d 20a1m20d
2
(19,167) (7,2) (0,969948446) (18,2) (20,14)
7h12min 58 min 58min
12 0 hora 0
(7,2) (0,969948446) (0,97)
40min 1h12min 1h12min 1h52min
14 0
(0,67) (11,2) (1,209738256) (1,88)
8hs30min 8h30min 8h30min
17 0 min 0
(8,5) (8,5) (8,5)
7hs20min 11hs12min 1h13min 6h7min 8h33min
19
(7,33335) (11,2) (1,209738256) (6,12) (8,54)
27hs12min 1h53min 8h7min 11h53min
21 10 horas
(27,2) (1,88524091) (8,12) (11,89)
20min 18min 12min 8min 31min
26
(0,33335) (0,3) (0,197989897) (0,14) (0,53)
Tabela 19. Intervalo de confiança para média populacional, com sigma desconhecido, para N > 30, de uma
Amostragem Aleatória Estratifica sem reposição com alocação proporcional. Estrato 2: sexo feminino.
Elaborada pelo autor.

A interpretação dos dados da Tabela 23 é que para cada 100 estudantes da turma de
Amostragem 2016/1 da UFSCar São Carlos, 95 deles possuem média populacional dentre do
intervalo de confiança da respectiva variável de interesse quantitativa investigada. Em outras
palavras, isto quer dizer que selecionando-se aleatoriamente um estudante da referida turma, e
investigando sobre ele as quinze variáveis de interesse quantitativas apresentadas, existe 95%
73

de probabilidade para que a sua média (populacional) se encontre dentro do seu respectivo
intervalo de confiança, conforme exposto na Tabela 23.

3.6.3 Amostra definitiva total

INTERVALO DE CONFIANÇA PARA A MÉDIA POPULACIONAL


ESTRATO 2: SEXO FEMININO

1 - α = 0,95, α = 0,05, α/2 = 0,025, Zα/2 = 1,96

B ≈ Zα/2*[√W(1)²*(1-n(1)/N(1))*s(1)²/n(1 + W(2)²*(1-n(2
/N(2))*s(2)²/n(2)] B ≈ 1,96*[√(27/42)²*(1-5/27)*s(1)²/5 + (15/42)²*(1-
3/15)*s(2)²/3] B ≈ 1,96*[√0,067346939*s(1)² +
0,034013605*s(2)²]
MÉDIA DAS Limite Limite
VI MÉDIA(1) MÉDIA(2) B(2
MÉDIAS Inferior(2) Superior(2)
)
21a8m12d 19a2m 20a9m18d 1a5m4d 19a4m13d 22a2m22d
2
(21,7) (19,167) (20,8) (1,43) (19,37) (22,23)
1h12min 46min 1h22min 2h8min
12 0 hora 0
(1,2) (0,77) (1,37) (2,14)
1h12min 40min 1h 48min 12min 1h49min
14
(1,2) (0,67) (1,01) (0,81) (0,2) (1,82)
7hs30min 8hs30min 7h51min 2h5min 5h46min 9h57min
17
(7,5) (8,5) (7,86) (2,09) (5,77) (9,95)
5hs12min 7hs20min 5h57min 1h54min 4h3min 7h51min
19
(5,2) (7,33335) (5,96) (1,90) (4,06) (7,86)
6hs48min 7h56min 3h1min 4h55min 10h57min
21 10 horas
(6,8) (7,94) (3,02) (4,92) (10,96)
36 min 20min 30min 2h9min 2h40min
26 0
(0,6) (0,33335) (0,51) (2,16) (2,67)
Tabela 20. Intervalo de confiança para média populacional, com sigma desconhecido, para N > 30, de uma
Amostragem Aleatória Estratifica sem reposição com alocação proporcional. Amostra definitiva total.
Elaborada pelo autor.

4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando da execução deste levantamento amostral, eu protocolei as seguintes


observações:

a) Existem vantagens e desvantagens tanto na aplicação pessoal de questionários


quanto na sua aplicação virtual. No caso da aplicação pessoal as vantagens são que o
investigador pode sanar dúvidas quanto ao entendimento das questões formuladas e das suas
respectivas alternativas de resposta, checar se é o(a) respondente sorteado(a) que, de fato, está
respondendo, perceber ocularmente o grau de aceitação ou de rejeição de responder alguma
questão, e as desvantagens estão relacionadas aos gastos com tempo, recursos financeiros,
74

tecnológicos e humanos. No caso da aplicação virtual de questionários as vantagens são a


comodidade, pois os respondentes podem respondê-los de qualquer lugar com acesso à
internet (de casa, do trabalho, da rua, etc.) - alguns tendem a ser mais sinceros ao responder a
questionários online, sentem-se menos pressionados, pois têm mais tempo para pensar antes
de responder, representam economia com tempo, recursos financeiros, tecnológicos e
humanos; em contrapartida, as desvantagens são a de que não se tem certeza de foi o(a)
respondente sorteado(a) que, de fato, respondeu o questionário, ou mesmo do grau de
influência de terceiros quando do preenchimento do mesmo, o que aumenta a chance de
ocorrência de erros não amostrais.

b) O grau de resposta a questionários online é mesmo baixo, sendo que as não-


respostas representam erros não amostrais que prejudicam os resultados obtidos com o
levantamento amostral, mas que não podem ser controlados ou corrigidos. O que se
recomenda fazer é, uma vez sorteadas as unidades elementares da amostra e localizadas, que
se vá insistindo com as mesmas, por exemplo enviando mensagens com maiores
esclarecimentos sobre a importância da pesquisa para a pessoa, grupo social e a sociedade
inteira (se for o caso), sobre os resultados benéficos que a pesquisa pode trazer.

c) As questões e as opções de resposta precisam ser formulas com máxima clareza,


objetividade e impessoalidade. Não raro, elas podem ser mal interpretadas, e, portanto,
incompreendidas pelos respondentes, motivo pelo qual é melhor adicionarmos, quando
couber, opções de respostas tais como “Nenhuma das alternativas alternativas anteriores”, “Eu
não sei”, “Eu não pratico tal ação”, “Eu não quero informar”, “Outra alternativa”, etc., no fito
que abranger os diversos tipos de perfis componentes do rol de respondentes. Para poder
otimizar o questionário, é sensato incluir pelo menos uma pergunta fechada que apure o grau
de satisfação do respondente ao respondê-lo e uma pergunta aberta sobre as razões da sua
(in)satisfação ao respondê-lo;

d) O método de cálculo para a estimativa do erro amostral, com sigma


desconhecido, para N > 30, de uma Amostragem Aleatória Estratificada sem reposição,
com alocação proporcional, foi B(1) ≈ Zα/2*[√N(1)²*(1-n(1)/N(1))*s(1)²/n(1)] para o estrato 1,
B(2) ≈ Zα/2*[N(2)²*(1-n(2 /N(2))*s(2)²/n(2)] para o estrato 2, e B ≈ Zα/2*[√W(1)²*(1-
n(1)/N(1))*s(1)²/n(1 + W(2)²*(1-n(2 /N(2))*s(2)²/n(2)] para a amostra definitiva total. Este método
é aplicável nos seguintes casos: a) populações normais; b) com desvios padrão
populacionais, σ, conhecidos,
c) para amostras maiores do que 30, n > 30, mesmo que com σ desconhecidos; e d) para
populações infinitas.

e) A plataforma virtual Survio é bastante prática pra a criação e a aplicação de


questionários online9. É bastante utilizada por pessoas físicas e jurídicas para realizar
pesquisas online de mercado, de marketing, de satisfação, socioeconômica ou psicológica, de
forma fácil, rápida, e gratuita. A própria plataforma organiza os dados em gráficos
apresentando algumas estatísticas, tais como proporções e totais de cada variável de interesse;

f) Quando do processo de construção do questionário não conhecemos o rol dos dados


populacionais nem dos amostrais. Então, não conseguimos calcular a quantidade e a
amplitude da classes de resposta da suas questões. Mas, estes fatores influenciam na
variabilidade dos resultados, razão pela qual é necessário o bom senso no momento de
formular as alternativas de resposta a cada questão, não sendo escasso nem exagerado, e
padronizando a amplitude de cada classe criada, diminuindo assim a variabilidade, e,
9Disponível em http://www.survio.com/br/pesquisa-online.
75

portanto, propiciando maior fidedignidade aos resultados obtidos;

g) O objetivo do levantamento amostral, ao contrário do que muitos leigos pensam,


não é encontrar uma amostra representativa de sua população-alvo, mas sim uma amostra
probabilística que possibilidade o cálculo de estimadores estatísticos pontuais (médias;
variâncias; desvios padrão; totais; proporções; coeficientes de variação, de assimetria e de
curtose; etc.) e intervalares (intervalos de confiança para a média populacional, para a
proporção populacional, para o total populacional, para a variância populacional, proporções,
variâncias ou totais populacionais, etc.) com maior precisão possível, e, portanto, maior grau
de fidedignidade dos seus resultados;

h) A estratificação pode ou não diminuir a variabilidade dos resultados da amostragem.


Quanto mais homogêneos forem os estratos da minha amostra, menor a variabilidade das suas
variáveis de interesse. Consequentemente, são menores os valores dos seus estimadores
pontuais e intervalares. Outrossim, o tamanho efetivo da amostra total e da amostra de cada
um dos estratos lhe é proporcionalmente menor, culminando em economia de tempo, recursos
financeiros, tecnológicos e humanos, que para as populosas pesquisas tais como as da
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na realização da Pesquisa
Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD), no Censo Demográfico, Pesquisa Mensal
de Comércio, de Serviços e Industrial, ela representa uma solução fundamental praticada há
décadas com bom êxito.

i) Eu escolhi a aplicação virtual do questionário devido a exiguidade temporal na


minha rotina semanal, haja vista que eu curso dois bacharelados concomitantemente, executo
dois projetos de pesquisa de pós-graduação e um projeto de extensão, além de vários cursos
livres, alguns de extensão, e a frequente participação em vários eventos científicos e
religiosos;

j) Selecionar aleatoriamente, num determinado dia e horário, um estudante de


amostragem, tinha a probabilidade condicional de o estudante de amostragem estar no
referido local, dia e horário, dado que é um estudante de amostragem, ao passo que outro é a
probabilidade de selecionar os estudantes de amostragem que não se faziam presentes no
referido local, dia e horário, dado que é um estudante de amostragem. Em outras palavras, a
intencionalidade, ou condicionalidade elimina a aleatoriedade da escolha. Similar seria a
escolha da amostra dentro da sala de aula, com todos os 42 estudantes presentes, mas
selecionando apenas aqueles localizados fisicamente mais próximos da gente; neste caso, a
probabilidade da sua escolha seria a de o estudante de amostragem estar localizado
fisicamente mais próximo da gente, dado que é um estudante de amostragem, ao passo que a
probabilidade de escolher os demais é a de estarem localizados fisicamente mais distantes da
gente, dado que são estudantes de amostragem;

k) A estratificação homogênea diminui a variabilidade, aumenta a precisão e culmina


numa fidedignidade maior para os resultados obtidos por meio da amostragem probabilística.
Por essa razão, as estatísticas calculadas na Amostragem Aleatória Estratifica sem reposição
(AAEs), com alocação proporcional, estão mais próximas dos seus respectivos parâmetros
populacionais do que aquelas calculadas na Amostragem Aleatória Simples sem reposição
(AASs). Deste modo, os resultados da AAEs são mais realísticos do que os da AASs.

l) Se o tamanho efetivo da amostra não foi corretamente calculado, os valores obtidos


por meio dos cálculos dos estimadores não são confiáveis, invalidando todo o levantamento
76

amostral.

Os resultados obtidos por meio da coleta dos dados da amostra selecionada conferem
com o se esperava obter de cada uma das variáveis de interesse investigadas, mostrando
verdadeiras as hipóteses de pesquisa pré-levantadas. Eles deixaram clara a heterogeneidade do
grupo das variáveis de interesse investigadas.
Como foram considerados os dados da amostra-piloto, com n = 8, e, por essa razão,
garantiu-se a confiabilidade exclusivamente das variáveis de interesse 2, 12, 14, 17, 19, 21 e
26, eu apresento aqui neste tópico exclusivamente os gráficos referentes aos resultados das
mesmas, porque seus estimadores populacionais confiáveis.

Gráfico 1. Faixa etária.


77

Gráfico 11. Tempo gasto acessando bases de dados.

Gráfico 13. Tempo gasto acessando sites governamentais.


78

Gráfico 16. Tempo gasto dormindo nos dias úteis.

Gráfico 18. Tempo gasto assistindo TV.


79

Gráfico 20. Tempo gasto assistindo a filmes.

Gráfico 25. Tempo gasto com cuidados com a saúde.


80

O estrato masculino apresenta, em síntese, os seguintes resultados amostrais:

(VI 2) - Idade entre 20,34 e 23,07 anos – 20a4m2d e 23a25d;


(VI 12) - Tempo gasto semanalmente com bases de dados entre 0 e 2,57 horas – 0 e
2h34min;
(VI 14) - Tempo gasto semanalmente com sites governamentais entre 0 e 3 horas;
(VI 17) - Tempo gasto diariamente dormindo em dias úteis de 7,5 horas - 7h30min;
(VI 19) - Tempo gasto semanalmente assistindo TV entre 0 e 10,67 – 0 e 10h40min;
(VI 21) – Tempo gasto semanalmente assistindo a filmes entre 3,38 e 15,33 – 3h22min e
15h20min;
(VI 26) – Tempo gasto semanalmente com cuidados com a saúde entre 0 e 1,5 hora – 0 e
1h30min;
- 1/5 que pretende seguir carreira acadêmica, nenhum que tenha decido seguir
carreira como estatístico do IBGE, do INSS, empresarial ou abrir seu próprio negócio,
e 4/5 que ainda não definiram;
- 2/5 apontam que não (re)ingressaram no mercado de trabalho por medo de não se
adaptar, 0/5 por falta de vontade (desinteresse) ou porque a família ou os conhecidos
bancam, 3/5 por falta de oportunidade, e 2/5 marcaram nenhuma das alternativas
anteriores;
- 1/5 informa que sua pretensão salarial é o piso salarial da categoria acrescidos
dos benefícios obrigatórios por lei (VA/VR, VT, AMO, etc.), 4/5 entre R$1.500,00 e
R$3.000,00, e 0/5 outro valor;
- 4/5 informam que pretendem (re)ingressar no mercado de trabalho como estagiário,
e 1/5 como trainee;
- 1/5 informa que o setor bancário é o que mais o atrai, e 4/5 informam que é
indiferente o setor que o atrai;
Tabela 21. Síntese dos resultados finais do estrato 1 (sexo masculino). Elaborada pelo autor.

O estrato feminino apresenta, em síntese, os seguintes resultados:

(VI 2) - Idade entre 18,2 e 20,14 anos – 18a2m12d e 20a1m20d;


(VI 12) - Tempo gasto semanalmente com bases de dados entre 0 e 0,97 hora – 0 e 58min;
(VI 14) - Tempo gasto semanalmente com sites governamentais entre 0 e 1,88 hora – 0 e 1h52min;
(VI 17) - Tempo gasto diariamente dormindo em dias úteis 8,5 – 8h30min;
(VI 19) - Tempo gasto semanalmente assistindo TV entre 6,12 e 8,54 horas – 6h7min e 8h33min;
(VI 21) – Tempo gasto semanalmente assistindo a filmes entre 8,12 e 11,89 – 8h7min e 11h53min;
(VI 26) – Tempo gasto semanalmente com cuidados com a saúde entre 0,14 e 0,53 hora
– 8min e 31min;
81

0/3 que pretende seguir carreira acadêmica, 0/3 que tenha decido seguir carreira como estatístico d
- 0/3 apontam que não (re)ingressaram no mercado de trabalho por medo de não se adaptar, 0/3 po
3/3 informam que pretendem (re)ingressar no mercado de trabalho como estagiário, e 0/3 outra op
- 2/3

Tabela 22. Síntese dos resultados finais do estrato 2 (sexo feminino). Elaborada pelo autor.

Percebe-se claramente que o estrato feminino tem média de idade menor que a do
estrato feminino, gasta menor tempo por semana acessando a bases de dados e a sites
governamentais, assistindo a filmes e à TV, e cuidando da saúde, e gasta maior tempo
dormindo nos dias úteis. Ao passo que 80% do estrato masculino ainda não definiu que
carreira pretende com o curso de Estatística, no estrato feminino o percentual é de 33,34%.
Tanto no estrato masculino quanto no feminino, o principal motivo de não (re)ingresso no
mercado de trabalho é a falta de oportunidade, ou seja, ainda não chegou o momento
oportuno, adequado. No que tange ao nível hierárquico que pretendem (re)ingressar no
mercado de trabalho, 80% do estrato masculino e 100% do feminino intenta estágio, e apenas
20% do estrato masculino (o restante) intenta (re)começar como trainee.
Os resultados das variáveis de interesse concernentes ao tempo semanal gasto com
determinadas atividades revela uma rotina semanal. Deste modo, a turma de modo geral
mantém uma rotina desequilibrada, tendenciosa à imoralidade e às doenças de modo geral,
tanto físicas, quanto mentais, bem como espirituais. Parte do tempo gasto com ouvir músicas
e assistir filmes poderia ser investida com cuidados com a saúde, com a espiritualidade, ou
mesmo com os estudos, que são as atividades mais importantes da vida, e, em especial, na
construção da nossa trajetória de carreira acadêmica e profissional. O foco na saúde, na
espiritualidade e nos estudos alavancam a nossa trajetória de carreira, culminando em
diferenciais conceituais, procedimentais e atitudinais significativos, o que, na prática do dia a
dia, representa posições hierárquicas mais valorizadas, remunerações maiores, maior
estabilidade financeira e profissional, e, não raro, em maior amplitude de carreira, isto é, o ir
mais longe na carreira do que a vasta maioria das pessoas do planeta.
82

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86

APÊNDICE 1: Estatística Descritiva

Segue uma suma teórica sobre as principais medidas da Estatística Descritiva


utilizadas, e de seus respectivos métodos de cálculo:

Medidas de posição

a) Média Aritmética x ou 

Seja um conjunto de dados { x1 , x2 , x3 , ... , xn }. Então a média aritmética é

x
n
i
(1.01)
i 1
x
n

É importante ressaltar que a notação usada, x , corresponde à média aritmética de


dados amostrais. A média aritmética de uma população é representada pela letra grega 
, calculada da mesma forma.

Exemplo 1.01: Calcular a média aritmética do conjunto { 3 , 4 , 6 , 8 , 8 , 9 , 10 , 10 ,


11 }.
Observação: Neste material, salvo menção em contrário, todo exercício considerará os
dados como sendo amostrais.

Propriedades:

P1: Se uma constante k for somada a cada um dos elementos do conjunto, a média
aritmética do mesmo será acrescida de k.

 xi   x   xi  k   x  k

Exemplo 1.02: Sejam os conjuntos { 1 , 3 , 4 , 6 , 9 } e { 201 , 203 , 204 , 206 , 209 }.


Calcular e comparar as médias aritméticas para ambos.

P2: Se todos os elementos de um conjunto forem multiplicados por uma constante k, a


média aritmética dos mesmos também será multiplicada pelo mesmo valor.

 xi   x   kxi   k x

Exemplo 1.03: Sejam os conjunto { 2 , 3 , 6 , 6 , 8 } e { 6 , 9 , 18 , 18 , 24 }. Calcular e


comparar as médias aritméticas para ambos.

P3: A soma dos desvios dos valores de um conjunto em relação à sua média é nula.
87

 xi  
 
x   xi  x  0
i

Exemplo 1.04: Verificar a soma dos desvios em relação à média aritmética dos valores
do conjunto {2, 4, 6, 7, 9}.

a.1) Média Aritmética para Dados Agrupados

Sejam N valores agrupados em n classes, com pontos médios Xi e freqüências fi . Então


a média aritmética é:

b) Mediana (
~x ou Me)

A mediana, ou valor mediano, de um conjunto de dados é o número que divide este


conjunto em duas partes iguais. É importante ressaltar que este valor não pertence
necessariamente ao conjunto.

Dados Simples. Há dois casos a considerar:

1) Quantidade ímpar de valores: neste caso a mediana é o valor que ocupa a posição
central, quando os valores estão em ordem crescente.

Exemplo 1.14: Calcular a mediana do conjunto {3, 4, 6, 8, 8, 9, 10, 10, 11}.

Como os valores já estão ordenados, basta verificar que elemento ocupa a posição
central. Neste caso ~x = 8.

2) Quantidade par de valores: aqui a mediana é a média dos dois elementos centrais,
quando os valores estão em ordem crescente.

Exemplo 1.15: Calcular a mediana do conjunto {2, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 13, 14,


15}.

~x  7  9  8
2

Dados Agrupados

Para dados agrupados em uma distribuição de freqüências pode-se aplicar a fórmula


88

dada a seguir:

 N 
  fc 
~x  Li   2 h
 fme 
 

onde:

Li = limite inferior da classe que contém a mediana.


fc = freqüência acumulada crescente da classe anterior à classe que contém a mediana.
fme = freqüência simples da classe que contém a mediana.
h = amplitude da classe que contém a mediana.

A classe que contém a mediana é aquela cuja freqüência acumulada crescente é


imediatamente superior, ou igual, a N/2.

c) Moda (Mo)

A moda, ou valor modal, de um conjunto de dados é o valor com maior freqüência.


Este valor pode não existir ou, caso exista, pode não ser único.

Dados Simples:

Basta verificar qual elemento possui a maior freqüência.

Exemplo 1.18: Para o conjunto {2, 3, 4, 4, 4, 5, 6, 7, 7, 8, 9, 10} a moda é 4.


Exemplo 1.19: Para o conjunto {1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 5, 5, 5, 5, 6, 7, 8, 8} os valores
modais são 2 e 5.
Exemplo 1.20: O conjunto {2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 15} não possui moda.

Dados Agrupados:

Para valores agrupados em uma distribuição de freqüências pode-se aplicar a fórmula


obtida a seguir. Suponha-se que a Figura 1, a seguir, represente parte do histograma de uma
distribuição de freqüências cujo valor modal deseja-se calcular. O retângulo mais alto
representa a classe modal, isto é, a de maior freqüência.

A B

1 EIF 2

D
C
89

Li I’ Li + h

O valor modal, Mo, coincide com I’ , abscissa do ponto I , que é a intersecção dos
segmentos AD e BC. Os triângulos AIC e BID são semelhantes. Então:

EI FI

AC BD

I 'Li Li  h  I '
1  2

 2  I 'Li    1  Li  h  I '

 2 I ' 2 Li  1Li  1h  1I '

1I ' 2 I '  1Li   2 Li  1h

Como I’ = Mo:

Simplificando-se, a expressão fica:

onde:

Li = limite inferior da classe modal (com maior freqüência simples).


Δ1 = diferença entre as freqüências simples da classe modal e da classe anterior.
Δ2 = diferença entre as freqüências simples da classe modal e da classe posterior.
h = amplitude da classe modal.

d) Relação Entre Média, Mediana e Moda

A assimetria de uma distribuição de freqüências é o grau de desvio dos valores em


relação a um valor central. A determinação do tipo de assimetria tem grande utilidade em
algumas aplicações da Estatística, como no Controle Estatístico de Processo (CEP), por
exemplo.
90

Tipos de Assimetria

Com relação ao tipo de assimetria, uma distribuição de freqüências pode ser:

Assimétrica Positiva:

~
Mo xx
30

25

20

15

10

Figura 1. Distribuição Assimétrica Positiva.

Simétrica, ou Normal:

~
Mo xx
20

15

10

Figura 2. Distribuição Simétrica, ou Normal.

Assimétrica Negativa:

x  ~x  Mo
91

30

25

20

15

10

Figura 3. Distribuição Assimétrica Negativa.

Separatrizes (Medidas de Posição)

Já foi visto que a mediana divide um conjunto de dados ordenados em duas partes
iguais. De forma análoga, há medidas estatísticas que dividem um conjunto em quatro, dez ou
cem partes. Estas medidas são chamadas separatrizes. A medida que divide o conjunto em
100 partes iguais é o percentil, definido a seguir.

a) Percentil (Pn)

Também chamado centil , divide um conjunto em cem partes iguais.

Dados Simples

Para um conjunto de dados simples os percentis podem ser determinados de forma


análoga a utilizada para a determinação da mediana.

Dados Agrupados

Para dados agrupados em uma distribuição de freqüências pode-se utilizar a fórmula


dada a seguir:

 n.N 
100  fc 
Pn  Li   h
 fP 
 

onde:

n = 1, 2, 3, ..., 99 é o percentil que se deseja calcular.


N = soma das freqüências.
fc = freqüência acumulada crescente da classe anterior à classe que contém o n-ésimo
percentil.
fP = freqüência simples da classe que contém o n-ésimo percentil.
h = amplitude da classe que contém o n-ésimo percentil.

A classe que contém o n-ésimo percentil é aquela cuja freqüência acumulada crescente
92

é imediatamente superior, ou igual, a n*N/100.

b) Quartil e Decil

O quartil é a medida que divide um conjunto em quatro partes iguais. Pode ser
calculado pelas seguintes relações:

Q1 =
P25 Q2
= P50
Q3 =
P75

O decil divide o conjunto em dez partes iguais. Assim, usando raciocínio análogo ao
utilizado para o cálculo do quartil, tem-se:

D1 =
P10 D2
= P20
D3 =
P30

Medidas de Dispersão, ou Variabilidade

Tão importante quanto o cálculo de uma medida de posição, geralmente a média


aritmética, é a determinação da variação dos valores em torno desta medida. Esta variação é
denominada dispersão, e suas principais medidas são dadas a seguir.

a) Variância (σ2 ou s2)

A variância de um conjunto de dados é a média dos quadrados dos desvios dos valores
em relação à sua média. Isto é, dado um conjunto { x1 , x2 , x3 , ... , xn }, a variância é dada por

Dados Populacionais:

Dados Amostrais:

 x
n i x  2

s 2  i1
n1

Observação: Neste material, salvo menção em contrário, os dados serão sempre


considerados como amostrais. As fórmulas dadas acima podem ser substituídas,
respectivamente, por:
93

n
2

 i

2 i1
n

2

n
 n 2
x 2   xi 
2 i1 i  i1 
s  
n1 n  n  1

Conhecidas como fórmulas reduzidas, e que (apesar da aparência) tornam os cálculos


consideravelmente mais rápidos.

Variância para Dados Agrupados

Sejam N valores agrupados em n classes, com pontos médios Xi e freqüências fi . Então


a variância é:

Dados Populacionais

 X n i   2 f
 2  i 1 i

f
n
i
i1

Dados Amostrais

X x2f

n i
i
2 i1
s 
N1

onde: n
N   fi .
i1

Da mesma forma que no caso da variância para dados simples, as fórmulas para
variância de dados agrupados também podem ser substituídas por fórmulas reduzidas. Neste
caso, elas ficam, respectivamente:

n
2

 ii

2 i1
2
f
n
i
i1
94

X 2
f  2

i i
 
n
fi  
X
s2  i1 i 

N 1 N  N  1

b) Desvio Padrão (σ ou s)

É a mais conhecida, e utilizada, medida de dispersão. O desvio padrão de um conjunto


de dados nada mais é que a raiz quadrada da variância do mesmo.
Observação: A exemplo dos exercícios envolvendo a variância, todos os exercícios
envolvendo o cálculo do desvio padrão devem considerar os dados como amostrais, salvo
menção em contrário.

Propriedades:

P1: Se uma constante k é somada a todos os valores de um conjunto, o desvio padrão


não se altera.

 xi   s   xi  k   s

P2: Se todos os valores de um conjunto são multiplicados por uma constante k, o


desvio padrão também fica multiplicado por k.

 xi   s   kxi   ks

c) Coeficiente de Variação

O coeficiente de variação é definido como a razão entre o desvio padrão e a média


aritmética. Então:

d) Escore Reduzido (z)

Seja um conjunto {x1, x2, x3, ..., xn}. O escore reduzido do i-ésimo elemento é dado
por:

xi  x
z
i
s
95

Quando os dados estão agrupados em um distribuição de freqüências, calcula-se o


escore reduzido dos pontos médios.

Medidas de Assimetria e Curtose

a) Definições e Conceitos

Assimetria é a ausência da simetria. Em algumas aplicações, contudo, a simples


determinação do tipo de assimetria não é suficiente, fazendo-se necessário o cálculo do
coeficiente de assimetria.
A curtose de um conjunto de dados é o achatamento de uma curva de freqüências em
relação a uma curva simétrica, ou normal. Com relação à curtose, uma curva de freqüências
pode ser classificada como:

50

40

30

20

10

Figura 4. Distribuição Mesocúrtica.

80

60

40

20

Figura 5. Distribuição Leptocúrtica.


96

35
30
25
20
15
10
5
0

Figura 6. Distribuição Platicúrtica.

b) Coeficientes de Pearson para Assimetria

O primeiro e o segundo coeficientes de Pearson para a assimetria são dados,


respectivamente, por

Ass1  x  Mo
s

~
Ass2  3 x  x 
s

Comentário: na prática, há situações nas quais as relações entre média, mediana e


moda apresentadas em 1.07, não se verificam. Isto é, a mediana ( ~x ) não assume um
valor
intermediário entre a média ( x ) e a moda (Mo). Neste caso pode-se aplicar uma “regra não
escrita”, que consiste em desconsiderar o valor da moda na determinação do tipo de
assimetria. Para o cálculo do coeficiente de assimetria deve-se adotar, portanto, o segundo
coeficiente de Pearson. Por outro lado, independentemente da ocorrência ou não deste fato, é
consenso que o cálculo deste coeficiente deve ser feito sempre com base em uma única
fórmula, das duas dadas acima.

c) Coeficiente Percentílico de Curtose

Uma medida de curtose muito usada na prática é o coeficiente percentílico de curtose,


dado por:

P75  P25
k
2 P90  P10 

A determinação do tipo de curtose é feita com base nas relações a seguir:

k < 0,263 => Leptocúrtica


k = 0,263 => Mesocúrtica
97

k > 0,263 => Platicúrtica

d) Teoria Elementar da Probabilidade

d.1 - Conceitos

A teoria da probabilidade é aplicada à Estatística Indutiva, ou Inferencial, que tem se


mostrado uma importante ferramenta de apoio à tomada de decisões sob condições de
incerteza. Embora não haja uma definição precisa do que é probabilidade, o assunto pode ser
estudado sob três enfoques, dados a seguir.

d.1.1 Enfoque Clássico

Seja um experimento com n possíveis resultados. Supondo-se que m destes


resultados, m  n, sejam favoráveis à ocorrência de um evento, então a probabilidade de
ocorrência do evento é:

m
p
n

Interpretação: “A probabilidade de ocorrência de um evento é a razão entre o número


de casos favoráveis e o número de casos possíveis”.

d.1.2 Enfoque Relativo

Sob este enfoque a probabilidade de ocorrência de um evento é determinada com base


na proporção de ocorrências deste evento em um certo número de observações, ou
experimentos.

d.1.3 Enfoque Subjetivo

É adotado quando há apenas uma oportunidade para a ocorrência do evento. Neste


caso o que se observa é um certo “grau de crença” (KASMIER, 1982), ou expectativa.
Também é conhecido como enfoque personalístico.
Um princípio muito importante no estudo da teoria da probabilidade é o Princípio
Fundamental da Contagem (PFC). De acordo com este princípio, se dois eventos sucessivos
podem ocorrer de m e n modos, respectivamente, então o número de modos pelos quais m e n
podem ocorrer é dado por (m.n).

d.1.4 Experimento Aleatório

É todo experimento, ou observação, cujo resultado não seja previsível, estando sujeito
unicamente ao acaso. São exemplos de experimento aleatório: número de falhas apresentadas
por um equipamento, número de nascimentos em uma certa semana, número de clientes
atendidos em um dia qualquer em um estabelecimento comercial e o número de ganhadores
de uma loteria, entre outros.

d.1.5 Espaço Amostral (S)


98

É o conjunto de todos os possíveis resultados de um experimento aleatório. Como é


um conjunto, está sujeito a todas as propriedades vistas no capítulo 0 , p. 6. Cabe acrescentar,
ainda, que um espaço amostral pode ser: a) Discreto: quando é um conjunto enumerável; b)
Contínuo: quando não é conjunto enumerável.

d.1.6 Evento (E)

É um subconjunto de um espaço amostral, cujos elementos são os resultados


favoráveis, mencionados em 4.01.01. Dois, ou mais, eventos atendem a todas as propriedades
e operações sobre conjuntos já mencionadas, tais como união, intersecção, etc.

d.1.7 Evento União

Sejam dois eventos, A e B. O evento união, ou A  B , ocorre sempre que se observar


a ocorrência de um resultado favorável a A ou a B.

d.1.8 Evento Intersecção

Sejam dois eventos, A e B. O evento intersecção ocorre sempre que se observar a


ocorrência de um resultado favorável a A e a B.

d.1.9 Evento Complementar

Seja um evento A. O evento complementar ocorre sempre que se observar a ocorrência


de um resultado desfavorável a A.

d.1.10 Eventos Mutuamente Exclusivos

Dois eventos, A e B, são mutuamente exclusivos quando não há possibilidade de


ocorrência de um resultado favorável a ambos, como no evento união. Isto significa dizer que:

A∩B=Ø

d.1.11 Probabilidade de um Evento (p ou P(E))

É dada por:

n(E)
p  P(E) 
n(S )

d.1.12 Propriedades:

Sejam A e B dois eventos quaisquer de um espaço amostral S. São válidas as seguintes


propriedades:
1) 0≤P(A)≤1
2) P(A U B) = P(A + B) = P(A) + P(B) – P(A ∩ B)
99

3) P(S) = 1
4) Sejam A1 , A2 , ... , An todos os eventos de um espaço amostral S. Então:

 P( A )  1
n
i1
i

d.1.13 Variável Aleatória (V.A.)

De um modo simplificado, pode-se dizer que uma variável é chamada aleatória


quando seus valores são determinados por processos aleatórios.

d.1.14 Tipos de Variável Aleatória.

Uma variável aleatória pode ser: a) Discreta: Quando o espaço amostral é um conjunto
enumerável; b) Contínua: Quando o espaço amostral é um conjunto não enumerável.

d.1.15 Função de Probabilidade

Seja X uma v. a. discreta. Uma função p( X ) é uma função de probabilidade se, para
cada valor de X:

a) 0≤p(X)
b) n P( X i )  1
i1
c) p(k) = P(X=k)

d.1.16 Função Densidade de Probabilidade

Seja X uma v. a. contínua. Uma função f( X ) é uma função densidade de


probabilidade (fdp) se, para cada valor de X:

a) 0≤f(X)


b) 

f ( X )dX  1
b

c) P(a≤X≤b) =  f ( X )dX
a

d.1.17 Expectância (E(X) ou µ)

É a média, ou valor esperado, de uma variável aleatória. É definida como

  E( X )   X i P X , v. a. discreta
i 
i

  E( X ) 

  Xf  X , v. a. contínua
 dX


d.1.18 Variância (V(X) ou σ2, ou s2)


100

Seja uma v. a. X. A sua medida de dispersão, ou variabilidade, em torno da média é


dada por:

 2  V ( X )       2 P( ) , v. a. discreta
i
X X
i
i



 2
V(X)
 X  2f(X , v. a. contínua

)dX


d.1.19 Parâmetro

O termo parâmetro origina-se da língua grega, para (ao lado) + metron (medida). Um
parâmetro é representado geralmente por uma letra grega. Em Estatística é usado para
designar uma grandeza mensurável, que caracteriza uma população. Como exemplo de
parâmetros pode-se citar a média (µ) e a variância (σ2 ou s2) . Na prática é comum que os
parâmetros de uma população sejam desconhecidos. Nestes casos os valores dos parâmetros
são determinados através de um processo conhecido como estimação. Um estimador, do latim
aestimare (avaliar), é um valor característico de uma amostra, de tamanho n, extraída de uma
população, de tamanho N, sobre a qual deseja-se tirar alguma conclusão. Os estimadores são
representados por letras latinas e, algumas vezes, são designados por estatísticas. Exemplos de
estimadores são a média amostral ( x ) e a variância amostral (s 2), que foram estudados nos
capítulos 1 e 2, respectivamente.
A principal finalidade da estimação de parâmetros é o estudo de uma população com
base em valores obtidos a partir de uma amostra extraída da mesma.


σ2 s2

Figura 7. Estimação de parâmetros.

d.1.20 Estimador

Um estimador é considerado eficiente quando apresenta as seguintes propriedades:

- É não viciado, ou “não tendencioso”. Seja S o estimador de um parâmetro . Neste


caso a média de S deve ser igual ao parâmetro µ. Isto é, E(S) = µ.

- Deve possuir mínima variância.

- Deve ser consistente. Isto significa que, a medida que o tamanho da amostra ( n )
aumenta, a diferença entre o estimador e o parâmetro diminui.
101

- Deve ser suficiente, isto é, deve ser função de uma estatística que resuma o máximo
possível de informações a respeito do parâmetro.

Um estimador que reúna as duas primeiras características é referido como sendo


“uniformemente não-viciado de variância mínima” (UNVM). A média e a variância amostrais
são exemplos de estimadores UNVM.

d.1.21 Estimação por Ponto:

Também denominada Estimação Pontual, consiste em apresentar como estimador para


um dado parâmetro um valor numérico único. Isto significa, por exemplo, estimar a média
populacional µ como igual a x . Este procedimento, embora não seja incorreto, apresenta,
contudo, um sério inconveniente: o estimador pode não ser um valor suficientemente próximo
do valor do parâmetro. Este fato pode comprometer seriamente a qualidade do estimador.

Estimação por Intervalos de Confiança:

Também denominada Estimação Intervalar, consiste em determinar um intervalo


numérico. A este intervalo está associada uma probabilidade (µ) de que o mesmo contenha o
valor efetivo do parâmetro estimado. A referida probabilidade é denominada “Nível de
Confiança”. O valor (1 - ) também é conhecido como “Margem de Erro”.

a) Níveis de Confiança e Valores Críticos:

Para uma distribuição normal há uma probabilidade de 68,27% de que o valor do


parâmetro pertença ao intervalo ( x - E; x + E). Para os intervalos dados por ( x - 2E;
x + 2E) e ( x - 3E; x + 3E) as probabilidades são, respectivamente, 95,45% e 99,73%.
Estas probabilidades são os níveis de confiança para os respectivos intervalos. Os valores
1, 2 e 3 são denominados “valores críticos”.

b) Intervalos de Confiança para a Média

A primeira providência a ser tomada na construção de um intervalo de confiança para


estimar a média é verificar se o desvio padrão populacional (σ) é conhecido. Se a resposta for
positiva, os valores críticos são tomados com base na Distribuição Normal, sendo os valores
do quadro 7.03 os mais utilizados na prática. Os limites do intervalo são:

para amostragem com reposição, e:


x N  n Nn
   x  zc 
nN  1 N  1 
z n
c


102

para amostragem sem reposição, onde N é o tamanho da população.

Quando o desvio padrão populacional é desconhecido, o que se nota com mais


freqüência na prática, não é aconselhável o uso da Distribuição Normal. Para estes casos a
distribuição mais apropriada é a Distribuição t, de Student, que será estudada adiante.

c) Intervalos de Confiança para a Proporção

Seja p a proporção de “sucessos” em uma população. Um caso que pode ser tomado
como exemplo é a proporção de não conformidade (p.n.c.), que representa a percentagem de
unidades defeituosas. Neste caso a distribuição envolvida é a Binomial. Entretanto, como as
populações, e também as amostras, costumam ter um tamanho considerável, é utilizada a
aproximação da distribuição Binomial pela distribuição Normal, conforme visto em 6.01.02.
Seja uma amostra de tamanho n, para a qual é calculada a proporção amostral ( pˆ ). Desta
forma, o intervalo de confiança para a proporção populacional ( p ) é dado por


 pˆ  pˆ 1  pˆ  pˆ 1  pˆ 
 p  pˆ  z c
n n
z 
c

quando a amostragem é feita com reposição, e


 pˆ  pˆ 1  pˆ N  n nN  1 pˆ  1 
 p  pˆ  N n

z c
zc pˆ  N  1 
 n

quando a amostragem é feita sem reposição, onde N é o tamanho da população.

Nas fórmulas acima considera-se que a variância populacional é desconhecida.

d) Distribuição t, de Student10

Conforme já foi mencionado, a Distribuição Normal só pode ser aplicada quando a


variância populacional é conhecida. Se esta condição não é verificada, o uso da referida
distribuição não é recomendado, sob pena de comprometer a confiabilidade dos resultados. A
estatística t é definida como:

 x n1
t  
  
 

Diz-se que a variável aleatória t acima tem “Distribuição t, de Student” com (n – 1)


graus de liberdade. A função densidade de probabilidade desta variável é dada por
10Pseudônimo do matemático inglês William Gosset, que não podia publicar seus trabalhos usando o próprio
nome.
103

 n  1
f (t)      
2  n1

2t  2
n  1
 2 n n 
 

onde (n) = (n – 1) ! e ( ½ ) =  . Quando n   a distribuição t aproxima-se da


Distribuição Normal.

Os valores de t para diferentes graus de liberdade são dados por uma tabela
apropriada, a exemplo dos valores para a Distribuição Normal.

e) Intervalo de Confiança para a Média, Usando a Distribuição t, de Student

Quando a variância populacional é desconhecida o intervalo de confiança para a média


é dado por:


x s
cn
xt s 
t
c n 

onde tc é calculado para (n – 1) graus de liberdade.

f) Intervalo de Confiança para a Diferença de duas Médias

Sejam duas amostras, uma de tamanho n1, extraída de uma população com média σ 12 e
outra de tamanho n2, extraída de uma população com média σ 22, sendo ambas as médias
desconhecidas e as variâncias populacionais, σ 21 e σ 2.
Sejam duas amostras nas condições acima. Então o intervalo de confiança para a
diferença das médias populacionais é dado por:


x  
x  t 
1  1   1  2   x1 
x  t S 11 

 1 c c p
n1n2
2
Sp n1n2 2 

onde Sp é a “variância ponderada”, calculada por:

S2   1 s 2   1 s
1 2
2
2
p n1 n
n1  n2  2

onde tc é calculado para (n1 + n2 – 2) graus de liberdade.


104

Exemplo 7.07: Uma amostra de 50 lâmpadas de uma certa marca apresentou duração
de vida média igual a 1750 horas, com desvio padrão igual a 245 horas. Outra amostra, de 60
lâmpadas de uma outra marca, apresentou duração de vida média igual a 1698 horas, com
desvio padrão igual a 197 horas. Determinar um intervalo de 95% de confiança para a
diferença entre as durações de vida médias das lâmpadas das duas marcas.

g) Intervalo de Confiança para a Diferença de Duas Proporções

Sejam duas amostras, uma de tamanho n1, extraída de uma população com proporção
p1 de “sucessos”, e outra de tamanho n2, extraída de uma população com proporção p2 de
“sucessos”. Então o intervalo de confiança para a diferença (p1 – p2) é dado por

 pˆ 1  pˆ 2   z c S p   p1  p 2    pˆ 1  pˆ 2   z c S p

onde:

pˆ 1 1  pˆ 1   pˆ 2 1  pˆ 2 
S p
n1 n2

Comentários: ao se construir um intervalo de confiança para a proporção, pode-se


obter para o limite inferior um valor negativo. Neste caso pode-se interpreta-lo como 0 (zero).
Para a diferença de duas proporções não há necessidade de considerar o valor negativo como
0 (zero).

h) Tamanho Mínimo da Amostra

Para a estimação da média µ o tamanho mínimo da amostra deve ser calculado por:

2
z
n c 
  

onde:

zc = valor crítico correspondente ao nível de confiança desejado.


σ = desvio padrão populacional, ou seu estimador (s).
E = erro bilateral admitido.
105

APÊNDICE 2: Cálculo no Excel dos estimadores pontuais e intervalares para


cada estratos

Tabela 23. Cálculos no Excel das médias e das variâncias para cada estrato. Elaborada pelo autor.
Elaborada pelo autor.

Tabela 24. Cálculos no Excel do intervalo de confiança de 95% para o estrato 1 (sexo masculino).
Elaborada pelo autor.
106

Tabela 25. Cálculos no Excel do intervalo de confiança de 95% para o estrato 2 (sexo feminino).
Elaborada pelo autor.
107

APÊNDICE 3: Gráficos referentes a todas as variáveis de interesse

Como foram considerados os dados da amostra-piloto, com n = 8, e, por essa razão,


garantiu-se a confiabilidade exclusivamente das variáveis de interesse 2, 12, 14, 17, 19, 21 e
26, eu apresentei no tópico conclusões e considerações finais apenas os gráficos referentes aos
resultados das mesmas, que servem como estimadores populacionais confiáveis. Contudo, eu
decidi apresentar aqui os gráficos referentes a todas as variáveis de interesse, para melhor
compreensão dos resultados gerais, apenas ressaltando que das variáveis não citadas
explicitamente neste parágrafo, os resultados são confiáveis apenas como amostrais, ou seja,
apenas quando se refere às amostras de cada estrato ou mesmo à amostra geral, não se
constituindo como estimadores populacionais confiáveis. Vide a seguir:

Gráfico 1. Faixa etária.


108

Gráfico 2. Renda mensal.

Gráfico 3. Pretensão com o curso de Estatística.


109

Gráfico 4. Motivo de não (re)ingresso no mercado de trabalho.

Gráfico 5. Remuneração inicial pretendida.


110

Gráfico 6. Nível hierárquico pretendido.

Gráfico 7. Setor que mais o(a) atrai.


111

Gráfico 8. Quantidade de cursos extra-curriculares.

Gráfico 9. Tempo gasto acessando e-mail.


112

Gráfico 10. Tempo gasto acessando redes sociais.

Gráfico 11. Tempo gasto acessando bases de dados.


113

Gráfico 12. Tempo gasto acessando sites comerciais.

Gráfico 13. Tempo gasto acessando sites governamentais.


114

Gráfico 14. Tempo gasto em baladas.

Gráfico 15. Tempo gasto bebendo com os(as) amigos(as).


115

Gráfico 16. Tempo gasto dormindo nos dias úteis.

Gráfico 17. Tempo gasto dormindo nos dias não úteis.


116

Gráfico 18. Tempo gasto assistindo TV.

Gráfico 19. Tempo gasto ouvindo músicas e ou notícias.


117

Gráfico 20. Tempo gasto assistindo a filmes.

Gráfico 21. Tempo gasto praticando algum tipo de esporte.


118

Gráfico 22. Tempo gasto dedicando-se aos estudos.

Gráfico 23. Quantidade de créditos para integralização este semestre letivo.


119

Gráfico 24. Tempo gasto com sua espiritualidade.

Gráfico 25. Tempo gasto com cuidados com a saúde.

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