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3.1. ORIGENS
“A Organização Mundial do Comércio (OMC) se ocupa das normas mundiais que regem o
comércio entre as nações. Sua principal função é possibilitar que o comércio se realize de
maneira mais fluida, previsível e livre possível.” (Organização Mundial do Comércio, 2014)
Assim surge a ideia de que se deve dar início a uma liberalização dos mercados de comércio
internacional que ajude ao crescimento econômico de todos os países através da
transparência, previsibilidade e estabilidade na ordem do comércio internacional.
+
ESTREITAMENTO DOS LAÇOS ECONÔMICOS
=
UNIÃO DAS NAÇÕES EM PROJETOS DE
DESENVOLVIMENTO COMUM
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- Segurança nacional;
- Proteção à produção nacional menos competitiva;
- Arrecadação de impostos;
- Política inflacionista;
- Regulamentação do mercado de trabalho interno;
Devido a essa dupla tendência ambígua, surgem disputas nos interesses dos diferentes
países, de maneira que surge a grande necessidade de gerar mecanismos de regulação
internacional que sejam de caráter homogêneo, benéfico para todos.
Não obstante, consegue-se, depois de larga negociação sobre a redução das tarifas
alfandegárias, o estabelecimento, em 1947, do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio ou
também chamado de Acordo Geral sobre Aduanas e Comércio (do termo em inglês, General
Agreement on Tariffs and Trade, GATT), que teve como objetivo consolidar e manter o
equilíbrio entre os mercados, através de políticas aduaneiras entre os Estados signatários.
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Princípios do GATT
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que as quotas tarifárias só poderão ser utilizadas caso previstas nas listas de
compromissos dos países, já que se trata de uma situação especial. Sendo assim, o
único meio de proteção admitido é a tarifa, já que é o meio mais transparente.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Geral_de_Tarifas_e_Com%C3%A9rcio
3 Ressaltemos que o GATT foi um órgão criado com a finalidade de harmonizar a política aduaneira entre países, porém,
inicialmente não tinha a missão de fiscalizar, julgar ou punir os países infratores. Em uma reunião da OMC, em 2003, com
liderança do Brasil, África do Sul e Índia, criou-se o G20 e, a partir de tal momento, o GATT teve o poder de fiscalizar, julgar
e punir os infratores.
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Com sede em Genebra, conta atualmente com mais de 160 países membros. Entre diversas
funções desempenhadas, destacamos o papel administrativo e regulador de acordos
internacionais, a fiscalização e julgamento de denúncias referentes às condutas dos países
no âmbito comercial e a promoção da ampliação de negociações.
Roberto Carvalho Azevêdo (1957 - ) foi indicado pelo Brasil, em Dezembro de 2012, para
concorrer à direção-geral da OMC no período de 2013-2017. Sua eleição em 2013 foi
considerada uma grande vitória dos países subdesenvolvidos dentro do órgão, ao ser o
primeiro latino-americano a ocupar o cargo para um mandato completo.
Seu segundo mandato teve início em 1º de Setembro de 2017 e terá a duração de 4 anos.
Azevêdo era candidato único, o que, na visão do governo brasileiro, revelou o
reconhecimento alcançado em sua primeira gestão dos demais países membros.
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Marco Criar um marco jurídico que esteja unificado, o qual supervisione a aplicação dos
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jurídico acordos obtidos na Rodada do Uruguai.
Capacidade de adaptação para atuar de acordo com as novas frentes neo-
2 Adaptação econômicas, nas quais os países emergentes e menos desenvolvidos devem
exercer um papel mais ativo.
Permitir que o objetivo fundamental, que é o crescimento da riqueza através da
3 Ecologia
expansão do comércio internacional seja compatível às preocupações ecológicas.
Normas Estruturar regulamentos homogêneos entre países nos temas que fazem
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sociais referência ao direito de trabalho, direitos humanos, etc.
Combinar estratégias que permitam uma liberalização do comércio exterior
Acesso ao
5 internacional, evitando políticas comerciais que favoreçam a discriminação e a
mercado
desvantagem competitiva.
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Estrutura_OMC.jpg
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Ao mesmo tempo contém três órgãos que administram e gerenciam diferentes aspectos
do comércio internacional:
Conselho de Comércio de Mercadorias;
Conselho de Comércios de Serviços;
Conselho dos Aspectos de Direito de Propriedade Intelectual.
Sua formação foi um grande passo no surgimento da OMC, uma vez que é um organismo
especializado na resolução das diversas disputas que surgem entre os Estados Membros. É
por isso que se pode dizer que é um órgão judicial de direito internacional e que possui
autoridade para impor sanções econômicas aos países membros da organização. De tal
maneira, converte-se no único órgão de Direito Internacional contemporâneo.
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No caso dos países da União Europeia, decidiu-se delegar à Comissão Europeia o poder de
negociação no âmbito da OMC.
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4Tornou-se o membro de número 156, enfrentando uma difícil campanha que já durava 18 anos, devido à crise econômica
que atingiu o país nos anos pós Guerra Fria, além dos impasses envolvendo a aceitação de acordos bilaterais.
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Andorra Irã
Argélia Iraque
Azerbaijão Líbia
Bahamas República Árabe da Síria
República da Belarus República do Líbano
Butão Santa Sede
Bósnia e Herzegovina São Tomé e Príncipe
Comores Sérvia
Etiópia Sudão
Guiné Equatorial Uzbequistão
Nota: Com exceção da Santa Sede, os observadores devem iniciar as negociações de adesão
em um prazo de 5 anos após obter a condição de observador.
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3.3.1. A AGRICULTURA
Estados Unidos
Membro da OMC desde 1º de Janeiro de 1995 e do GATT desde 1º de Janeiro de 1948, os
Estados Unidos são o primeiro país que exporta a nível internacional produtos agrícolas.
Sua política externa está dirigida a aumentar sua quota no mercado mundial em
determinado setor devido a:
1. Necessidade de reduzir seu déficit comercial;
2. Existência de organizações multinacionais, líderes no setor, que indagam a abertura
de novos mercados, seja para seus próprios produtos, seja para a expansão
produtiva.
Estados Unidos é um país que tem o privilégio de desfrutar de grandes vantagens naturais
(sobretudo no território meio oeste). Tais vantagens permitem ao país níveis produtivos
semelhantes do grupo Cairns5. Conseguiram, além disso, combinar essa vantagem com uma
política agrícola interna que apoia o setor agrícola, para poder manter os rendimentos dos
agricultores e a forma de produção rural, de maneira que se leva a cabo a produção de
certos produtos com base em uma política de preços (como o leite e o açúcar), ou também
por meio das ajudas diretas ao setor produtivo (como é o caso dos cereais, setor de carne
bovina e suína).
5Organização composta por países produtores e exportadores de produtos agrícola que se reúnem na cidade de mesmo
nome (Austrália). Seu campo de manifestação concentrou-se basicamente na crítica ao sistema PAC (Política Agrícola
Comum), conjunto de medidas que consistia basicamente em adotar medidas protecionistas e de incentivo ao pequeno
produtor rural.
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Por outro lado, os EUA enfrentam outros países no que se refere à propagação de cultivos
geneticamente modificados, que são muito mais produtivos e podem ter uma vantagem
competitiva em relação aos países menos desenvolvidos. Vale lembrar que se desconhecem
as consequências do uso de tais alimentos, apesar de se levar a cabo uma intervenção mais
flexível em relação aos preços dos controles sanitários, fato que reduz o preço final, além de
ser uma concorrência desleal ao maior rigor das normativas agrícola da União Europeia.
Dilemas da UE:
Possuem um modelo agrícola bem menos produtivo ou eficiente que o dos Estados
Unidos ou o dos grupos Cairns;
Delimitou seu projeto comunitário agrícola de maneira a garantir o abastecimento
agrícola, preços aceitáveis para os consumidores e produtores, além de definir um
projeto de desenvolvimento rural que preserve o meio ambiente e agrícola.
Grupo Cairns
É uma organização composta por 20 países muito diferentes, que, por sua vez, têm
características muito semelhantes:
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Os países que fazem parte do Grupo Cairns são: África do Sul, Argentina, Austrália, Bolívia,
Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Filipinas, Guatemala, Indonésia, Malásia, Nova
Zelândia, Paquistão, Paraguai, Peru, Tailândia, Uruguai e Vietnã. Juntos, os países membros
são responsáveis por mais de 25% das exportações mundiais de produtos agrícolas.
Os seguintes elementos fazem que esses países não estejam completamente liberados:
Canadá: tem alguns setores muito subvencionados como, por exemplo, o do leite;
Chile: elevadas tarifas em determinados setores;
Austrália e Nova Zelândia: Agência
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Fonte: http://cairnsgroup.org/Pages/Introduction.aspx
A OMC tem como missão ampliar a liberalização dos intercâmbios de serviços internacionais,
visto que é o futuro da criação de riqueza.
Em 1994 foi criado o Acordo Geral sobre Comércio de Serviços – AGCS (do inglês, General
Agreement on Trade in Services, GATS), um acordo da OMC que visa à regulação do comércio
internacional de serviço. Criado de forma que possibilitasse a extensão do sistema
multilateral de comércio para os serviços da mesma maneira que o Acordo Geral de Tarifas e
Comércios fornece um sistema para o comércio de mercadorias.
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O acordo geral sobre o comércio de serviços decreta que todos os países devem apresentar
uma lista de serviços que estão expostos à possível concorrência de investidores ou
empresas estrangeiras. Por outro lado, cada parte tem a função de reservar um determinado
setor protegido contra a concorrência estrangeira.
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Fonte: http://200.201.88.180/nit/index.php/propriedade-intelectual/o-que-e-propriedade-intelectual
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O acordo TRIPS se desenvolve através de uma série de fases que possibilitam aos
países subdesenvolvidos adaptar-se às novas demandas do comércio internacional:
A aplicação do TRIPS origina disputas entre os países desenvolvidos e os mais pobres, já que
existe uma grande incompatibilidade jurídica estabelecida pela OMC, além do afrontamento
da realidade cotidiana a qual estão submetidos os governos dos países mais pobres.
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Setor farmacêutico: um dos setores que sofreu modificações pela OMC, visto que o direito à
saúde e às crises sanitárias está por cima dos direitos comerciais. Para isso, estabeleceu-se
uma emenda aos acordos sobre direitos de propriedade intelectual que consiste na
obrigação de suspender a patente de um determinado medicamento para a produção de
medicamentos genéricos em caso de emergência sanitária, além de autorizar esses países à
importação de tais medicamentos, caso não possam produzi-los.
3.3.4. ECOLOGIA
No atual contexto econômico internacional, um dos componentes mais importantes é a
proteção do meio ambiente. Nas últimas décadas, as grandes correntes de pensamento
contemporâneo expressaram a dificuldade de conseguir um equilíbrio entre o crescimento
econômico e a proteção do planeta. A OMC, em tal questão, incorporou em seu programa a
tentativa de equiparar o crescimento econômico e a proteção do meio ambiente. Tal
organização realiza uma série de medidas de proteção no domínio das trocas aduaneiras que
protegem 6 seções principais da vida humana: fauna e flora, vida vegetal, animal, humana,
meio ambiente e segurança geral do planeta.
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Licenças de importação;
Proibições.
Missão da OIT
A OIT tem como missão desenvolver o trabalho no âmbito da pobreza e melhorar as
oportunidades para que homens e mulheres tenham acesso a trabalhos dignos e
produtivos.
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Objetivo da OIT
1. Emprego: promover o emprego através da criação de um ambiente institucional e
econômico sustentável;
2. Proteção social: desenvolver e reforçar medidas de proteção social sustentáveis e
adaptadas às circunstâncias nacionais;
3. Diálogo social: promover o diálogo social e o tripartismo;
4. Direitos no trabalho: respeitar, promover e aplicar os princípios e direitos
fundamentais no trabalho que se apresentam de particular importância, não só como
direitos, mas também como condições necessárias à plena realização de todos os
objetivos estratégicos. Participam nas conferências todos os membros da OMC.
Fonte: https://prezi.com/j-1bntlt-q2s/as-funcoes-missao-objetivos-da-oit/
Suas discussões pretendiam estender o sistema comercial para novas áreas, principalmente
no setor de serviços, de propriedade intelectual, da agricultura e têxteis.
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Um dos pontos que acordaram foi a necessidade de conseguir maior liberalização nos
mercados do setor agrícola. Para tanto, estabeleceram-se como requisitos fundamentais no
avanço desse setor os seguintes pilares:
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Os resultados são considerados como um verdadeiro fracasso, visto que não se conseguiu
um mínimo de consenso.
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As causas do fracasso:
1. Falta de consenso, sobretudo no setor agrícola entre EUA e Europa;
2. O debate norte-sul entre os países em desenvolvimento e os mais desenvolvidos. Os
países menos desenvolvidos pediam um papel mais ativo e se negavam a aceitar as
imposições de acordos que não eram mais que repetições de conferências anteriores
e que, além disso, não respondiam a suas verdadeiras necessidades e inquietudes;
3. Estados Unidos limita seus objetivos e intervenções da conferência unicamente a
temas de índole agrícola e de serviços;
4. Os países menos desenvolvidos não aceitam a ideia de incluir novas normas sociais e
de meio ambiente, já que são interpretadas como mecanismos utilizados para obter
medidas protecionistas de seus próprios mercados;
5. Surge um movimento de opinião pública internacional que exige a OMC não se focar
somente em negociar a liberalização de fluxos comerciais, a não ser que, também,
destine os acordos aos grandes desafios da sociedade internacional como são os
direitos do homem, o direito ao trabalho, a ecologia, etc.
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6Países ACP é uma associação de países da África, Caribe e Pacífico formada com a finalidade de coordenar as atividades da
Convenção de Lomé de 1975. Todos os Estados, à exceção de Cuba, são signatários do acordo de Cotonou, que veio
substituir as Convenções de Lomé.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADses_ACP
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d. Índia, Brasil, China e o resto dos 29 países em vias de desenvolvimento pedem uma
política ambiciosa para a redução de subsídios agrícolas e a eliminação das ajudas à
exportação. Uma vez que esta questão não é alcançada, eles decidem não se
inscrever neste acordo;
e. O grupo Cairns e os Estados Unidos consideram insuficiente a proposta da União
Europeia referente à proposta da reforma da Política Agrícola.
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Melhora do comércio
Consegue-se um acordo para incentivar a redução e a agilidade dos trâmites alfandegários,
que beneficia uma redução dos custos que devem assumir as empresas em suas
exportações. Para tanto, estabelece-se uma figura: Operador Autorizado, para que as
empresas que possuam bom histórico de cumprimento das normas possam estar
beneficiadas da redução em tais trâmites. Além disso, estabelece-se uma regulamentação
nos trâmites alfandegários para evitar a discriminação entre os países. Por outro lado,
incorporam-se de maneira progressiva uma série de procedimentos eletrônicos para a
remessa de documentos e pagamentos de taxas, e assim poder agilizar exponencialmente os
trâmites.
Agricultura
Estabelecem-se acordos que incluem programas de Serviços Gerais para conseguir uma
reforma do território ou a segurança da população rural. Sobretudo se enfatiza que os
países em desenvolvimento consigam seus objetivos de crescimento no entorno rural e
reduzam a pobreza. Definiu-se uma lista de atividades consideradas como Programa de
Serviço Gerais;
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Cria-se um grupo de trabalho para que leve a cabo uma negociação de um acordo que
suponha a solução definitiva para o armazenamento de estoque, cumprindo os padrões
de segurança alimentar;
Em relação à administração de quotas de tarifa-quantidade, estabelecem-se mecanismos
para que os operadores privados não tenham a opção de utilizar de maneira a obter
vantagem as quotas atribuídas;
Estabelecem-se mecanismos de monitoramento a efeito de subsídios e medidas
equivalentes e se firma a realização de debates orientados à natureza anual do Comitê
de Agricultura.
Algodão
Tratam-se assuntos relacionados com os subsídios da exportação e as medidas equivalentes,
o apoio nacional do algodão e as medidas implantadas às exportações nos países menos
desenvolvidos.
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