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O INVESTIMENTO PRIVADO/ESTRANGEIRO

O acesso à actividade económica por parte de empresas ou pessoas singulares


estrangeiras suscita problemas especiais pelas incidências politicas, económicas e
sociais. Por esse motivo muitos Estados possuem regimes jurídicos específicos para
o investimento estrangeiro.
Objectivo
Regulamentar o acesso ou constituição do investimento, ou seja o conjunto de
operações através das quais o investidor afecta de forma duradoura bens
determinados ao exercício de uma dada actividade económica, assim como a sua
proteção e garantia, isto é, todos os aspectos que se relacionam com a transferência
de lucros ou do produto da liquidação dos investimentos e ainda com o pagamento de
indemnizações, em caso de expropriação ou nacionalização.

Alguns estados têm procurado regulamentar o investimento estrangeiro


de modo a subordina-lo a fins de interesse nacional, estabelecendo um sistema
de avaliação económica prévia e impedindo que ele se efective em determinados
sectores considerados básicos ou estratégicos.
Essa tem sido, em particular, uma preocupação dos países em desenvolvimento, que,
por carência de capital e recursos humanos qualificados, são mais receptores de
investimento do que investidor. Simultaneamente, é também nestes países que se
estabelece um conjunto de incentivos especiais de tipo diverso, destinados a atrair
investimentos necessários ao desenvolvimento, assim como um claro sistema de
protecção e garantia.
A importância das regulamentações nacionais nesta matéria decorre da dificuldade
de, a nível internacional, se estabelecer e, sobretudo, garantir regulamentação
multilateral.
De facto, a pesar da crescente integração das economias e da tendência para a
segmentação dos processos produtivos apontarem para a necessidade de uma
regulamentação de tipo multilateral e prejudicarem a eficácia das regulamentações
nacionais, é, por enquanto, na soberania dos Estados que reside a origem das
regulamentações relativas ao investimento estrangeiro.

Evolução em Angola
O investimento estrangeiro tem em Angola, enquanto estado independente, uma
historia relativamente recente, desde logo porque a forma de organização
económica não permitia a entrada em Angola de capitais estrangeiro.
Contudo, as alterações económicas iniciadas em 1988 tiveram também repercussões
neste domínio. A lei do investimento estrangeiro, aprovada no quadro do programa
de saneamento económico e financeiro, lei 13/88 de 16 de Junho, teve como principal
objectivo conciliar o investimento estrangeiro com as novas orientações e princípios
de politica económica.
Regimes de Investimento Privado
Os regimes de investimento privado registados pela AIPEX, devem seguir um dos
seguintes regimes:
- Declaração prévia;
- Regime especial e art. 34º
- Regime contratual.

Declaração prévia
Simples apresentação do projecto de investimento.
Do ponto de vista processual não é tão exigente. Normalmente leva menos tempo
Aplicação: projectos ligados ao comercio e prestação de serviço e todos as actvidades
que não são contempladas no regime especial. Tem menos benefícios em relação ao
regime especial.

Regime Especial
Aplicação: aos sectores de actividade económica previstos na lei consideradas como
actividades do sector prioritário (art.28º da LIP e 11º + anexo II do regulamento da
LIP) de acordo o anexo II do Regulamento da Lei do investimento privado; projectos
aplicados nas zonas de desenvolvimento (Zona A, Zona B, Zona C e Zona D – 29º),
As empresas ou sociedades comerciais que desenvolvem atividades comerciais
consideradas prioritárias, têm maior benefícios e facilidades em relação aos demais
regimes. (Artigos 31º e seguintes do Código de Benefícios Fiscais).

Regime Contratual
Este regime vai implicar uma negociação entre o promotor do projecto de
investimento e o Estado Angolano, relativamente às condições para a implementação
do projecto, os incentivos e facilidades a conceber no âmbito do Contrato de
Investimento Privado.
Documentos especiais: Estudo de viabilidade económico-financeira ou plano
negócio e a proposta do contrato de investimento.
Aplicabilidade.
- Em qualquer sector de actividade económica
- Projectos de investimento privado cujo valor seja igual 10.000.000,00 USD (dez
milhões de dólares) e que criem pelo menos 50 postos de trabalho. (Dec. Pres. Nº
271/21, que altera o artigo 7º do regulamento da LIP)
- Ainda para os projectos considerados estruturantes e que criem um mínimo de 50
postos de trabalho. (ex. um shopping)

REGULAÇÃO DO MERCADO E DOS PREÇOS

O Mercado
Definição: segundo a teoria clássica, mercado é um espaço abstrato onde se encontram a oferta e a
procura agregada dos agentes económicos, cujos objectivos contraditórios se harmonizam, em cada
momento, através dos respectivos preços de transação.
O Preço
O preço pode ser definido como sendo a expressão monetária do valor de um bem, ou ainda o valor
que o consumidor está disposto a pagar no acto de compra desse bem.
Podemos distinguir quatros aspectos essenciais, que norteiam os critérios de determinação do peço:
I. O Custo;
II. A Concorrência;
III. O Consumidor;
IV. O elo de valor.
O Custo.
O custo de um produto engloba todos os seus componentes, nomeadamente: pesquisa,
desenvolvimento, matérias-prima, industrialização, rotulagem, mão-de-obra, propaganda,
promoção de vendas, distribuição, impostos, taxas, administração, desperdícios, encargos sociais,
etc.

Sem esquecer de tosos os investimentos em instalações mobiliarias, maquinas, equipamentos e


implementos dentre outros.

O desprezo por tais custos, resulta na formação de preços irreais, que – que a médio e a longo prazo
– podem comprometer os resultados além de significar uma perda de participação no mercado
aquando do seu necessário ajuste

A Concorrência

Qualquer método de determinação do preço, deve sempre contemplara sua comparação com os
preços da concorrência e o seu impacto nos resultados planejados em face dos eventuais ajustes
concorrenciais.

Assim:

 Algumas empresas são forçadas a adoptar como critério a seguir o preço corrente no
mercado, diante da impossibilidade de competir, apresentando preços superiores aos
vigentes e aceites.
 Outras porém, mesmo podendo oferecer preços menores, observam a conveniência de
aumentar as suas margens e alinham-se aos preços superiores praticados pela
concorrência e aceites pelo consumidor.
 Assim, podemos destacar que algumas empresas, simplesmente seguem o preço de um
concorrente no mercado.
 Ainda existem empresas que, seja observando as suas margens de lucro ou até
sacrificando-as, aplicam os chamados preços agressivos. Com o objectivo de oferecer
preços inferiores aos dos seus concorrentes e, com isso, tomar-lhes a clientela. Existe ainda
os chamados preços promocionais que têm como objectivo promover a atracão de clientes
e com eles as vendas.
O Consumidor

Delicada é a situação da empresa que, apos determinar os seus preços, verifica que o mercado não
está disposto a paga-los. Dai a importância de se realizar pesquisas de mercado, de modo a lançar o
produto com o preço adequado à demanda.

Outro ponto fundamental em relação ao consumidor reside na e na imensa quantidade de


informações que este recebe e que o auxiliam na sua tomada de decisão de compra, elevando
continuamente, os seus níveis finais de exigências, sempre mais e mais crítico.

O elo de valor.

Definir se um preço tem valor justo, não apenas mais caro ou mais barato do que dispõem o
consumidor a pagar, pois está directamente relacionado ao maior ou menor interesse despertado
neste consumidor. O valor justo de um produto pode ser estabelecido pelo elo de valor que o
interesse desperta.

Vimos em ECOPOL que os bens são objectos do mundo externos aptos a satisfazer nossas
necessidades.

Quando colocamos frente a frente as necessidades e desejos de um consumidor e a capacidade da


sua satisfação dada por um determinado produto, o interesse que ali se cria estabelece um elo que
pode ser valorizado.

A satisfação de tais necessidades e desejos pode ser expressa em valores pelo consumidor, ou seja,
até que ponto ele está disposto a pagar por tal satisfação.

Usando o elo de valor, o consumidor na sua tomada de decisão, julga que quanto maior a capacidade
de satisfação do produto, mais justo (menos caro ou mais barato) se fará sentir o preço dado e,
inversamente quanto menor for esta capacidade menos justo (mais caro) se fará o mesmo preço dado
na percepção do consumidor.

Classificação do preço.

Preços máximos – aquele cujo valor é fixado nos diferentes estádios da actividade económica
julgados convenientes, o qual não deverá ser ultrapassado.
Preços declarados – são os que têm de ser previamente comunicados à Administração, reservando-
se a esta a faculdade de se lhes opor, caso não considere justificados perante os elementos de que
dispõe e que as empresas são obrigadas a apresentar.

Preços contratados ou acordados – são os que resultam de acordos entre o governo/executivo e


as empresas ou associações patronais. Pode envolver a atribuição de benefícios ou subvenção.

Preços fixados – são os que se estabelecem pela soma aos preços de aquisição de um valor máximo
correspondente aos encargos e ao lucro da revenda, determinado por percentagem, determinado por
percentagem ou em termos absolutos.

Preços vigiados – o regime de preços vigiados consiste na obrigatoriedade do envio pelas empresas,
para tal notificadas

Preços livres – são todos os demais. Se os bens e serviços não se encontram em nenhum dos regimes
anteriormente apontados, o montante do preço determina-se pelos mecanismos de mercado, ou seja,
pela lei da oferta e da procura.

Classificação Legal.

Artigo 6º o decreto executivo nº 206/11 de 29 de Julho (bases gerais do sistema nacional de preços)

Decreto Executivo nº 256/20 de 30 de Outubro – aprova a Lista dos produtos e serviços sujeitos ao
regime de preços fixados e vigiados.

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