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Aula 4 – O Meio

Terrestre I
Composição e formação dos solos
Características relevantes
Erosão
Poluição do solo rural
Conceito de Solo
 A definição para solo pode variar em função da
utilização que se dá ao mesmo:
 Agricultor  estrutura utilizada para a produção
agrícola;
 Engenheiro civil  estrutura utilizada para suportar
cargas ou para transformação em material de construção;
 Engenheiro de minas  fonte de recursos minerais ou
material inerte que dificulta a exploração de jazidas;
 Economista  Fator de produção;
 Ecologista  componente da biosfera no qual se dão os
processos de produção e decomposição, responsáveis
pela reciclagem da matéria;
Solo
 Camada mais externa da crosta terrestre, formada
por:
 Rocha desagregada e outros materiais;
 Matéria orgânica em decomposição
 Água;
 Ar;
 Microrganismos.
 Base sobre a qual os seres humanos e demais
seres vivos habitam e desenvolvem suas
atividades;
 Estrutura que fornece todos os recursos naturais
de que necessitamos.
Abundância Relativa de Alguns Elementos Encontrados na Crosta Terrestre
Elemento Símbolo Abundância Elemento Símbolo Abundância
(% em peso) (% em peso)
Alumínio Al 8,00 Cobre Cu 0,0058
Ferro Fe 5,80 Cobalto Co 0,0028
Magnésio Mg 2,77 Chumbo Pb 0,00010
Potássio K 1,68 Boro B 0,00070
Titânio Ti 0,86 Berílio Be 0,00020
Hidrogênio H 0,14 Arsênio As 0,00020
Fósforo P 0,101 Estanho Sn 0,00015
Manganês Mn 0,100 Molibdênio Mo 0,00012
Flúor F 0,0460 Urânio U 0,00016
Enxofre S 0,0300 Tungstênio W 0,00010
Cloro Cl 0,0190 Prata Ag 0,000008
Vanádio V 0,0170 Mercúrio Hg 0,000002
Cromo Cr 0,0096 Platina Pt 0,0000005
Zinco Zn 0,0082 Ouro Au 0,0000002
Níquel Ni 0,0072

MORAN, J.M.; MORGAN, M.D.; WIERSMA, J.H., “Introduction to Environmental Science” Second Edition, W.H. Freeman and Company: New
York, 1986.
Composição do Solo
 Varia de região para região, inclusive em
uma mesma região pode haver variação na
sua composição;
 Em média a composição do solo é:
 Elementos minerais – 45 %;
 Gases (principalmente ar) – 25 %
 Água – 25 %
 Matéria orgânica – 5 %.
Composição do Solo
 Matéria sólida mineral  desgaste de rochas do
próprio local, ou de locais distantes, pela ação do
tempo (intemperismo);
 Água  acúmulo proveniente de chuvas ou outra
forma de precipitação;
 Gases  provenientes do ar atmosférico e
resultantes da biodegradação de matéria
orgânica;
 Matéria orgânica  queda folhas, galhos, ramos,
animais mortos e demais detritos.
Formação do Solo
 A composição do solo é resultado da ação combinada
dos seguintes fatores:
 Clima: representado pela chuva e temperatura,
influi principalmente na distribuição variada dos
elementos solúveis e na velocidade das reações
químicas;
 Relevo;
 Idade do solo;
 Material de origem : tem uma influência passiva
nessa formação
 Organismos vivos presentes: É decompor-lhe os
restos vegetais
Horizontes do Solo
 Ação do intemperismo e outros processos
resulta na estratificação do solo em
camadas;
 As camadas apresentam características
distintas, em termos de composição e
aparência;
 Cada camada pode ser considerada um
horizonte.
Formação de um solo e
diferenciação de horizontes
Horizontes de um Solo
Vale de São Joaquim
Califórnia - EUA

www.pssac.org/daytwo.htm
Influência do Solo sobre o Fluxo
de Água
 Regiões áridas:
 Menor intensidade do desgaste devido ao menor
intemperismo;
 Solos menos profundos com capacidade limitada para
acumular água;
 Chuvas passam a escoar pela superfície causando
problemas de inundações em regiões baixas;
 Cessada a chuva, qualquer curso d’água que exista é
alimentado pela água acumulada;
 Como o volume é baixo a água logo deixa de escoar e o
rio de correr.
Influência do Solo sobre o Fluxo
de Água
 Regiões com solo profundo:
 Grandes volumes de água são armazenados no solo;
 Isto retarda a velocidade de escoamento da água,
reduzindo o potencial de enchentes;
 Cessada a chuva os curso d’água são alimentados pela
água armazenada no solo;
 O volume pode ser suficiente para manter um
escoamento nos períodos de estiagem;
 Rios ou cursos perenes.
Características Ecologicamente
Importantes dos Solos
 Características visíveis à olho nu, ou sentidas pelo
tato:
 Cor;
 Textura ou granulometria;
 Estrutura;
 Consistência;
 Espessura dos horizontes.
 Outras características só podem ser obtidas por
métodos analíticos específicos:
 Acidez, composição e capacidade de troca de íons.
Características do Solo
 Cor  Prontamente perceptível e pode dar uma
indicação dos materiais presentes:
 Solos escuros, tendendo para o marrom indica a presença
de matéria orgânica;

 Solos vermelhos são resultantes da presença de óxidos


de ferro e apresentam boa drenagem;

 Coloração acinzentada, pode ser um indicativo de solos


freqüentemente encharcados.
Uma das características mais facilmente distinguíveis
dos solos que, em geral, apresentam diversas
tonalidades de cor parda: essa cor, porém, se vai
tornando clara à medida que se aprofunda no perfil;

A umidade exerce influência na coloração do solo, que,


quanto mais úmido, mais escuro;
Características do Solo
 Textura, ou granulometria  aparência
física geral do solo:
 Inclui aspectos geométricos e características das
partículas que o constituem;
 Areia, Silte, Argila, etc.
 Descreve a proporção de partículas de dimensões
distintas, componentes do solo;
 Constituição de partículas de tamanhos diversos,
freqüentemente agrupadas na forma de torrões ou
grumos;
Características do Solo
 Textura, ou granulometria  aparência
física geral do solo:
 É a base de classificação mais conhecida dos
solos (areia, argila, etc.),
 Drenabilidade, a permeabilidade e a aeração de
um solo serão mais acentuadas se as dimensões
das partículas que o formam forem maiores;
 Solos com partículas menores favorecem a
resistência à erosão, a retenção de água e de
nutrientes, pelas propriedades coloidais que lhe
estão associadas.
Características do Solo
 Estrutura  arranjo formado entre as
partículas que existem no solo, formando
agregados ou torrões.
 É influenciada pela presença de umidade e pelo
tipo de materiais existentes no solo;
 Tem influência sobre o comportamento
mecânico do solo.
Características do Solo
 Determina a maior ou menor facilidade de trabalho
das terras, e permeabilidade à água, a resistência à
erosão e as condições ao desenvolvimento das
raízes das plantas;
 Tem relação com o preparo do solo para o cultivo,
com a erosão, com a aeração e com a absorção da
água;
 As formas de estruturas são as seguintes: laminar,
prismática, em blocos e granular.É influenciada pela
presença de umidade e pelo tipo de materiais
existentes no solo;
 Tem influência sobre o comportamento mecânico do
solo.
Características do Solo
 A estrutura pode ser modificada pelas
práticas de manejo:

- como o trabalho mecânico, teor de matéria


orgânica, a drenagem, a rotação de culturas;

- a aração, quando em terreno muito seco ou


muito úmido, pode causar um prejuízo na
estrutura do solo por um período mais ou
menos longo;
Características do Solo
- um cultivo contínuo de algumas plantas produz um
efeito semelhante, porém as leguminosas são
benéficas, melhorando a estrutura do solo e a
estabilidade dos agregados;

- uma boa estrutura, adequadas para as plantas


cultivadas, é a que tem poros e espaços porosos
bastante volumosos para aeração, infiltração e
desenvolvimento radicular das plantas;

- Solos com textura mais fina têm maior porosidade


Características do Solo
 Porosidade
 Refere-se à proporção de espaços ocupados
pelos líquidos e gases em relação ao espaço
ocupado pelos líquidos e gases em relação ao
espaço ocupado pela massa de solo;
 Solos arenosos têm menor porcentagem de
porosidade e solos argilosos têm maior
porcentagem de porosidade;
 A perda da porosidade está associada à redução
do teor de matéria orgânica;
Características do Solo
 Porosidade
 À compactação e ao efeito do impacto das gotas
de chuva, causam uma diminuição no tamanho
dos agregados maiores, reduzem, em
conseqüência, o tamanho dos poros;

 As leguminosas e gramíneas na rotação de


culturas melhoram bastante a porosidade.
Características do Solo
 Permeabilidade
 É a capacidade que tem o solo de deixar passar água e
ar através do seu perfil,

 Está diretamente relacionada com o tamanho, volume e


distribuição dos poros, e varia nos diferentes horizontes
do solo;

 Nos solos arenosos, com grande quantidade de poros


grandes, a permeabilidade é rápida, porém nos solos
argilosos é mais lenta.
Importância dos Componentes de
um Solo
 Argila:
 Fração ativa do solo, por apresentar capacidade de troca de
íons;
 Pode armazenar nutrientes, para disponibilizar para as plantas;
 Frações minerais grossas:
 Asseguram a drenagem, a permeabilidade e a aeração do solo;
 Matéria orgânica:
 Processo de decomposição da matéria orgânica origina o
húmus, agente granulador dos solos produtivos;
 Elevada capacidade para reter nutrientes e água;
 Possibilita a atenuação do efeito tóxico de alguns elementos
minerais.
Capacidade de Troca Iônica do
Solo
 Algumas partículas presentes no solo, além da argila, podem
apresentar cargas elétricas;

 Essas cargas elétrica possibilitam reações de troca entre o


solo e a água;

 Solos com excesso de cargas negativas, possibilitam a


retenção de cátions (CTC) e vice-versa (CTA);

 Esta capacidade de troca pode ser positiva ou negativa,


dependendo do ponto de vista que se analisa a questão.
Acidez do Solo
 A acidez do solo atua sobre a produção primária;
 Solos com baixos valores de pH:
 Favorecem a dissolução de alumínio, manganês e ferro,
em detrimento do fósforo;
 Reduzem a atividade de bactérias decompositoras,
reduzindo a quantidade de nutrientes (P, N, S).
 Valores elevados de pH:
 Reduzem a disponibilidade de vários nutrientes
(Cu, Zn, Fe,Mn, B);
 A faixa de maior disponibilidade de nutrientes é de
6,0 a 6,5.
Classificação dos Solos pela
Textura ou Granulometria

Fração Diâmetro (mm)


Pedra D > 20
Cascalho 2 < D < 20
Areia 0,02 < D < 2
Silte 0,002 < D < 0,02
Argila D < 0,002
Classificação Pedológica dos Solos
 Solos Zonais:
 Características bem desenvolvidas;
 Solos maduros e relativamente profundos;
 Os horizontes característicos são identificáveis;
 Ocorrem em regiões com declives suaves e a
drenagem tem pouca influência na formação.
Classificação Pedológica dos Solos
 Solos Intrazonais:
 Suas características são resultantes da influência
do relevo ou do material de origem;
 Alguns costumam estar presentes em áreas de
solos zonais;
 Solos Azonais:
 Não têm características bem desenvolvidas, por
serem recentes ou não sofreram influência do
clima e da vegetação em que ocorrem.
Classificação Pedológica dos Solos
TERRA ROXA E TERRA ROXA ESTRUTURADA (Nitossolo)
- solos profundos com excelentes características físicas para
agricultura. Fertilidade moderada a alta; potencial agrícola
muito bom;

LATOSSOLOS
- coloração vermelha, amarela ou alaranjada, muito profundos,
bastante porosos, elevados teores de óxido de ferro e
alumínio;
- a fertilidade natural é baixa;
- na maior parte, estão situados em áreas de relevo suave;
- aptas à mecanização;
- dependem de correção da acidez e adição de fertilizantes.
Classificação Pedológica dos Solos
PODZÓLICOS VERMELHO-AMARELO (Argisolo)

característicos de regiões florestas úmidas;
 tem profundidade mediana;
 a fertilidade natural é maior que a dos latossolos;
 podendo apresentar, também, fertilidade elevada;
 prestam-se bem à agricultura, desde que praticada em áreas de
pouco declive, pois são susceptíveis à erosão.

BRUNO NÃO-CÁLCICO
 solos moderadamente rasos (0,5 a 1m);
 com horizonte superficial de coloração marrom (Bruna);
 típicos de área com chuvas escassas e mal distribuídas;
 característicos do semi-árido brasileiro (caatinga);
 excesso de pedras na superfície;
 são naturalmente ricos em nutrientes.
Classificação Pedológica dos Solos
CAMBISSOLOS E LITOSSOLOS
 assentes sobre rochas consolidada;
 ao lado de afloramento rochosos.
BRUNIZEM (OU SOLOS DE PRADARIAS)
 solos rasos;
 rico em matéria orgânica e cálcio;
 são típicos de regiões subúmidas cobertas por
vegetação de gramíneas (pradarias, campinas e
estepes);
 são consideradas como os melhores do mundo para
agricultura, devido sua elevada fertilidade natural.
Classificação Pedológica dos Solos
HIDROMÓRFICOS
 desenvolve-se sob a influência do lençol freático
elevado em áreas de clima úmido e relevo plano;
 são adjacentes a rios, lagos;
 são acinzentados e têm fertilidade muito variada;
 prestam à agricultura, desde que drenados
adequadamente;
 apresentam grande quantidade de matéria orgânica e
húmus são escuros, quase negros, dando origem às
turfas;
 formam depósitos argilosos cinzentos denominados
“tabatinga” e são utilizados na indústria cerâmica.
Classificação Pedológica dos Solos
ALUVIAIS
 são poucos desenvolvidos;
 localizados ao longo dos rios: Nilo, Tigre, Eufrates, etc.

SALINOS
 ocorre em regiões áridas e semi-áridas e nas próximas
ao mar;
 apresentam elevadas concentrações de sais solúveis.
Classificação Pedológica dos Solos
GRUMOSSOLOS
 - coloração cinza-escuro, com elevado
teor de argila que se expande com o
umedecimento e se contrai e endurece
com o ressecamento;
 - no nordeste do Brasil, chamado de
massapé;
 - seu aproveitamento agrícola só é viável
se mantido o teor adequado de umidade.
Degradação do Solo
 Erosão
 A erosão pode ser devida à causas naturais ou
à ação do Homem;
 A erosão geológica é inevitável e resulta da
ação dos agentes naturais, contudo, o processo
se desenvolve lentamente;
 A erosão causada pelo Homem é mais rápida e
ocorre devido ao manejo inadequado do solo.
Exemplos de Erosão Natural
Exemplos de Erosão
Causada pelo Homem
Causas da Erosão
 De um modo geral a erosão do solo pode ser
resultado:
 Da remoção da cobertura vegetal do solo:
 Queimadas, desmatamentos, implantação de
assentamentos urbanos sem planejamento adequado.
 De práticas agrícolas inadequadas:
 Monocultura, plantio em áreas com declives acentuados,
sem a adoção de medidas de controle do escoamento da
água e queimadas.
 Do manejo inadequado do solo:
 Abertura de estradas sem estruturas de drenagem ou
contenção de encostas;
 Implantação de distritos residenciais ou industriais sem a
infra-estrutura necessária.
Prevenção, Controle e Correção da
Erosão
 A recuperação de áreas degradadas pela
erosão apresentam viabilidade restrita,
principalmente econômica;

 Exigem medidas estruturais que demandam a


ação integrada e obras de engenharia.
Prevenção, Controle e Correção da
Erosão
 Medidas preventivas são mais eficazes e de
custo reduzido;
 Preparação do solo para plantio em curvas de nível;
 Rotação de culturas;
 Terraceamento;
 Preservação da vegetação em encostas e margens de
cursos d’água;
 Estruturas de desvio da água;
 Uso de barreiras naturais em áreas com o solo expostos,
onde a ação do vento é intensa
Controle de Erosão
VÁRIOS FATORES CONTRIBUEM PARA MAIOR OU
MENOR OCORRÊNCIA DA EROSÃO DO SOLO

COBERTURA VEGETAL

As plantas constituem a melhor proteção do solo. Terrenos


desmatados ou onde a vegetação é rala estão mais sujeitos à ação
desagregadora da água ou vento.

A VEGETAÇÃO PROTEGE O SOLO DE DIFERENTAS MANEIRAS:

-Ela reduz ou amortece o impacto das gotas de chuva contra o solo;


VÁRIOS FATORES CONTRIBUEM PARA MAIOR OU
MENOR OCORRÊNCIA DA EROSÃO DO SOLO

COBERTURA VEGETAL

- Constitui barreiras físicas ao transporte de materiais (principalmente


as plantas rasteiras), reduzindo a velocidade de escoamento da água;
Se a velocidade é reduzida à metade, o transporte cai à quarta parte
de seu valor;

-Como o sistema radicular constituído de uma infinidade de


filamentos microscópio aderente aos grãos de terra dá uma solidez
muito maior à sua estrutura;

- A porosidade do solo, conseqüentemente capacidade de


absorver a água;
INTENSIDADE, DURAÇÃO E FREQUÊNCIA DAS
CHUVAS

- Chuvas de grande intensidade e curta duração


resultam em maior escoamento das águas e,
conseqüentemente, em maior possibilidade de ocorrer
a erosão;

- > freqüência das chuvas - mais encharcado ficará


o solo - < capacidade de absorver água - mais
água escoará arrastando as partículas do solo.
TIPOS DE SOLO

Depende da estrutura do solo (modo como as


partículas do solo se arrastam);

- Depende da permeabilidade: quanto >


permeabilidade - > será a infiltração <
será escoamento superficial - < será a erosão;

- Depende da profundidade do solo: quanto >


for a camada de solo - mais água ele
acumulará - o escoamento superficial;

- Depende da Matéria Orgânica (M.O): retém


bem a água, diminui as perdas por erosão.
TOPOGRAFIA DO TERRENO

Representada pela declividade e extensão do declive.

-Terrenos com grandes declividades são mais sujeitos à erosão: >


velocidade de escoamento;

- > extensão do declive - mais água se acumulará ao longo do mesmo


- mais elevada será a sua velocidade, resultando no incremento da
erosão.
Além desses fatores, as atividades desenvolvidas pelo
homem contribuem para a aceleração do processo de
erosão do solo, destacando-se

- Desmatamento de áreas extensas, de terrenos de


encostas, da mata ciliar, de locais de solos erodíveis,
entre outros;
- Práticas agrícolas: monocultura, culturas não perenes,
plantio em encostas, cultivo intensivo, uso de máquinas e
implementos agrícolas;
- Queimadas;
- Agropecuária: criação excessiva de animais em áreas
de pastagem (sobre pastoreio);
- Manutenção de terra: escavações e aterros;
- Alterações no escoamento natural das águas:
barramentos, aterros, alterações nos trajetos de cursos
d`água, drenagem artificial;

- Impermeabilização do solo: construções,


pavimentações, compactação, atividade de mineração;

- Execução de obras: desmatamentos, movimentos da


terra, áreas de empréstimos, impermeabilização,
alterações no escoamento das águas;

- Urbanização: aterramento de mananciais, inundações,


deslizamento de encostas.
ASSOREAMENTO

Provoca os seguintes impactos:

- Aterramento gradual dos mananciais, com redução da capacidade


de fornecer água para seus diversos usos;

- Soterramento de ovos de peixes e de outros organismos que se


reproduzem no fundo dos mananciais;

-Aumento da turbidez da água, ocasionando a diminuição da


penetração da luz solar, reduzindo a atividade fotossintética das
algas e, em conseqüência, sua produção de oxigênio;
CONTROLE DA EROSÃO DO SOLO

É Planejar o uso e a ocupação do solo em comum


acordo com a preservação das características
topográficas, de solo, de drenagem da água e da
vegetação natural do local.

O controle da erosão está, portanto associado ao


manejo adequado do solo, da vegetação e da água.

A redução da erosão é conseguida através das


seguintes medidas de controle:
1- PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO

Desmatamento tanto no meio rural ou no meio urbano


deve ocorrer de forma controlada, procurando-se
preservar a vegetação em áreas onde a sua
manutenção é indispensável, como:

- Em terrenos com grandes declividades (encostas);

- Nas margens dos recursos hídricos;

- Nos terrenos de solos desagregáveis (erodíveis);

- Em ecossistemas como as florestas;

- Nas áreas de recargas de aqüíferos.


2 - CONTROLE DO USO/OCUPAÇÃO

Visando a proteção do solo deve ser feito através da várias


medidas:

Evitar a ocupação em áreas como:

- encostas;
- margens de recursos hídricos;
- dunas;
- locais de solos mais erodíveis, de forma a garantir maior
percentual de áreas livres, permeáveis, e com vegetação;
- Proteção dos caminhos naturais de escoamento das águas.
3 - PRÁTICAS AGRÍCOLAS ADOTADAS:

Várias medidas são usadas visando a diminuir ao máximo, a erosão do


solo:

Nos terrenos em encostas

- plantio em curvas de níveis;

- utilização de terraços;

- terras cultivadas: terraceamento combina-se com plantio em


contorno;

- manutenção da vegetação natural nas partes mais altas.

Cordões de vegetação permanente:

- barreiras vivas de vegetação, com objetivo de reter o escoamento e


facilitar a infiltração da água.
3 - PRÁTICAS AGRÍCOLAS ADOTADAS:

- Controle de queimadas;

- Rotação de culturas;

- Associação de culturas (Ex: milho + feijão);

- Cobertura morta do solo (Ex: com palhas: de cana, de arroz, soja,


milho, etc... ;

-Adubação orgânica: torna o solo mais resistente à erosão,


melhora sua estrutura porosa, aumentando a absorção de água.

- Cobertura verde.
Durante a realização de obras, algumas medidas devem
ser tomadas, objetivando minimizar a erosão do solo:

- Efetuar o desmatamento estritamente onde for necessário


procurando relizá-lo de forma gradual, a medida que for sendo
preciso, para evitar grandes áreas de solos expostos;

- Cobertura temporária do solo com palhas, capim seco, folhas, etc... ;

- Execução de obras para dirigir ou reter o fluxo da água, tais como:


valas, canais, drenos, diques e barragens de acumulação, de forma a
evitar escoamento a grandes velocidades e volumes;

- Nos taludes de estradas e de outras obras de engenharia, devem ser


plantadas gramíneas e implantados adequados sistemas de
drenagem das águas.
Poluição do Solo
 A poluição do solo pode ser entendida
como qualquer alteração provocada nas
suas características, pela introdução de
produtos químicos ou resíduos, de forma
que ele se torne prejudicial ao homem e a
outros organismos, ou tenha os seus usos
prejudicados.
As principais fontes de poluição do solo
são:

 - Utilização de fertilizantes artificiais;


 - Aplicação de pesticidas;
 - Lançamentos de resíduos sólidos (lixo);
 - Disposição de esgotos no solo.
Poluição por Fertilizantes

Os fertilizantes são aplicados com o objetivo de suprir


algumas carências de compostos químicos do solo, de forma a
aumentar a sua produtividade.
Muitas vezes, no entanto, esses produtos são utilizados de
modo não controlado em quantidades excessivas, podendo resultar
em problemas ambientais.

A utilização de fertilizantes, em grandes quantidades e de


forma continuada, pode ocasionar as seguintes modificações no solo:

- Decréscimo do teor de M.O;

- Degradação de suas características físicas, alterando a capacidade


de retenção e escoamento das águas;

- Maior lixiviação dos nutrientes aplicados e, conseqüentemente, na


necessidade de se utilizar cada vez mais produto.
Poluição por Fertilizantes

Quando se aplicam fertilizantes por muito tempo ocorre:

-Química do solo fica simplificada, com o estoque de nutrientes


fortemente concentrado em cálcio, fósforo e potássio;

-Outros elementos catiônicos são deslocados do estoque e lixiviado


do solo pela água da chuva;

-Ocorre o desencadeamento de mudanças na estrutura do solo;

-Solos ricos em potássio podem desenvolver uma estrutura dura e


refratária;

- Uso contínuo de fertilizantes à base de sulfato de amônia acidifica o


solo e, portanto, pode “fixar” outros nutrientes, não os tornando
acessíveis às plantas (o zinco é um desses micronutrientes);
Poluição por Fertilizantes

Os fertilizantes, alcançando os alimentos ou a água, podem


ocasionar danos à saúde humana como:

- Os nitratos combinam-se com a hemoglobina do sangue,


causando a metamoglobinemia;

- Os nitratos reagindo com as aminas, produzem as nitrosaminas,


que são cancerígenas;

- As impurezas químicas presentes nos fertilizantes (arsênio e


metais pesados) podem causar intoxicações, câncer, e outros
danos ao homem.
Poluição por Pesticidas

A utilização, cada vez mais crescente, de pesticidas


( também chamados de praguicidas, defensivos agrícolas ou
agrotóxicos) tem resultado em vários problemas ambientais,
decorrentes da poluição do solo, da água e do ar.

Os defensivos agrícolas compreendem três grandes grupos:

- Inseticidas, usados no combate às pragas;

- Fungicidas, utilizados no combate das doenças fúngicas e outras;

- Herbicidas, aplicados no extermínio de ervas e outras plantas não


desejadas.
Alguns compostos como os clorados orgânicos como:
DDT, BHC, ALDRIN, DIELDRIN, CLORDANO, LINDANO,
HEPTACLORO, MIREX, são muitos persistentes, podendo
permanecer no solo por vários anos, tendendo a acumular-se no
meio, concentrando-se através da cadeia alimentar.

Já os pesticidas organofosforados, são menos persistentes,


mas de um modo geral, são mais tóxicos ao homem.
Os principais impactos do uso de agrotóxicos são:

- Aumento do número de pragas resistentes;

- Destruição de insetos úteis, como as abelhas e animais


polinizadores;

- Mortalidade de animais, como peixes, invertebrados aquáticos, aves


e mamíferos silvestres;

- Alteração na população de insetos, Desenvolvimento de pragas


secundárias, como conseqüência da eliminação de insetos benéficos;
Os principais impactos do uso de agrotóxicos são:

- Destruição de animais que constituem alimentos para outras


espécies (aves, répteis, anfíbios e alguns mamíferos): contaminação
desses animais, ao se alimentarem de insetos, minhocas e outros,
que receberam inseticidas;

- Interferência no mecanismo de formação de casca dos ovos de aves,


impedindo a deposição da quantidade normal de sais de cálcio,
resultando no enfraquecimento dos mesmos;

- Contaminação de alimentos de origem vegetal ou animal. Em muitos


casos, esses resíduos se acumulam na cadeia alimentar, alcançando
o homem;

- Danos à saúde do homem.


Segundo RUEGG et al (1986), a exposição
constante a doses relativamente baixas de agrotóxicos
acarreta o aparecimento de sintomas e sinais clínicos,
após períodos que variam de algumas semanas até
vários anos, sendo alguns deles:

- Lesões hepáticas;

- Lesões renais;

- Atrofia testicular;

- Esterilidade masculina;

- Cistite hemorrágica;

- Diminuição das defesas orgânicas;

- Fibrose pulmonar irreversível.


Poluição por Resíduos Sólidos e Esgotos

O lançamento de resíduos sólidos (lixo) no solo pode


resultar em vários problemas:

- Aspecto estético desagradável. Desfiguração da paisagem


Produção de maus odores;

- Proliferação de insetos e roedores, transmissores de doenças;

- Presença de catadores, gerando um problema social e de saúde


pública;
Poluição por Resíduos Sólidos e Esgotos

O lançamento de resíduos sólidos (lixo) no solo pode


resultar em vários problemas:

- Poluição da água, pelo carreamento de detritos para a mesma ou


através do chorume; (É um líquido resultante da própria umidade do
lixo ou da decomposição dos resíduos, mais a água pluvial que
percola através do mesmo).

- Produção de gases, principalmente o metano, que é explosivo,


como resultado da decomposição anaeróbica dos resíduos;
Poluição do ar, se houver a queima do lixo.
Controle da Poluição do solo

É evitando-se a disposição de forma incorreta, sobre o mesmo, de


produtos químicos (fertilizantes e pesticidas) e de resíduos
sólidos e líquidos.

As principais medidas de controle da poluição do solo são:

1. Utilização controlada de fertilizantes, aplicando-os nas


quantidades certas, sem excesso, e usando-se os tipos
adequados, em função das características do solo.

2. Incremento do uso da adubação orgânica e adoção das


medidas de controle da erosão, de modo a garantir-se a
fertilidade do solo, reduzindo-se a necessidade da
utilização de fertilizantes.
Controle da Poluição do solo

3. Controle da aplicação de pesticidas. Observando-se:

- Disciplinamento da produção, comercialização e uso, de


acordo com Lei Federal nº 7.802, de 11/06/89;

- Utilização de receituário agronômico;

- Aplicação do produto adequado, na dosagem correta,


no período certo;

- Utilização de compostos menos persistentes e menos


tóxicos;
Controle da Poluição do solo

3. Controle da aplicação de pesticidas. Observando-se:

- Vigilância toxicológica, com acompanhamento


permanente, efetuando-se análises dos alimentos e do
ambiente;

- Conscientização da população sobre os riscos do uso


indiscriminado de agrotóxicos, educando-a sobre as
práticas adequadas de aplicação.

4. Manejo ecológico e integrado de pragas e


doenças
Medidas de manejo ecológico e integrado de pragas e
doenças, são destacadas:

- Emprego de variedades de plantas resistentes;

- Uso de sementes e mudas de boa qualidade;

- Adubação orgânica; adubação verde;

- Rotação, consorciação e intercalação de culturas, evitando sempre


que possível, as monoculturas;

- Empregos de inimigos naturais das pragas (agente biológicos);

- Utilização de produtos naturais no combate às pragas (exemplo:


fumo, alho, pimenta, etc... .)
5. Destino adequados para resíduos sólidos,
evitando-se o seu lançamento a céu aberto e
adotando-se medidas de controle, quando da
utilização de aterros sanitários;

6. Sistemas adequados de esgotamento sanitário,


evitando-se o lançamento não controlado de
esgotos no solo.

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