Você está na página 1de 17

04/11/2022

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

MECÂNICA DOS SOLOS II

AULA 06 – Resistência ao cisalhamento

Prof. Túlio Cezar

Resistência ao cisalhamento
Tensão cisalhante que ocorre no plano de ruptura no instante da
ruptura.
 Formação de superfície de cisalhamento contínua na massa do
solo.
 Perda das características durante o processo de ruptura, formando
uma superfície cisalhada
1º - Zona Cisalhada
2º - Superfície cisalhada

1
04/11/2022

Resistência ao cisalhamento

Análise da estabilidade quanto ao cisalhamento

2
04/11/2022

Critérios de ruptura
 Baseado na curva tensão x deformação, dependendo do
critério de ruptura escolhido;
Envoltória de ruptura ( ou de resistência) – Lugar geométrico
dos estados de tensão na ruptura;
Inferiores à envoltória – Estável
Superiores à envoltória - Impossíveis de ocorrer ( ruptura)
Critérios
 Tresca
 Mohr
 Rankine
 Mohr – Coulomb

Critério de Rankine
A ruptura ocorre quando a tensão de tração se iguala à tensão
normal máxima, obtida no ensaio de tração;

3
04/11/2022

Critério de Tresca
A ruptura ocorre quando a tensão de
cisalhamento se iguala à tensão de cisalhamento
máxima, observada em ensaio de tração

Critério de Mohr
A ruptura ocorre quando no plano de ruptura a combinação das
tensões normais e cisalhantes é de tal forma que a tensão de
cisalhamento será máxima

4
04/11/2022

Critério de Mohr - Coulomb


A envoltória é definida por uma linha reta, definida por:

C´ e ϕ dependem de :
 Condições de drenagem;
 Velocidade de ensaio;
 Direção do ensaio;
 Trajetória de tensões;
 Compacidade da amostra

Mecanismos de deformação
Num meio granular,as deformações ocorrem:
 Deslocamento relativo – ocorre entre partículas ( resultado do
deslizamento ou rolamento entre as partes);
 Distorção da partícula ( quebra);
A distorção apresenta maior magnitude

Resposta do solo ao confinamento

“ Grandes deformações volumétricas podem ser geradas a partir do


aumento da tensão de confinamento”
 Compressão isotrópica( σx = σy = σz )- Mudança de posição das
partículas;
 Tensões cisalhantes geradas pelo rolamento e deslizamento
relativo;
 Há tensão cisalhante entre as partículas, todavia a tensão
cisalhante em qualquer plano é nula.

5
04/11/2022

Mecanismos de deformação
Deformação normal

Resposta do solo ao cisalhamento


No cisalhamento alguns solos sofrem, além das deformações
cisalhantes, compressão ou expansão.

6
04/11/2022

Comportamento Tensão x Deformação


 Curva não linear;
 O módulo de deformabilidade irá variar com o nível de tensões e de
deformações;
 Es - Módulo secante
 A curva irá variar em função
do confinamento
( tensão confinante σ3 )

K e n – Adimensionais
Pa – Pressão atmosférica

Caracterização de ruptura

Maneiras de caracterização
1-) Tensão de pico ( tensão desviadora)
2-) Máxima razão das tensões principais
3-) Deformação limite ( quando não há uma ruptura bem
definida)
4-) Estado crítico, a partir do qual as deformações passam a
ser nulas;
5-) Resistência residual

7
04/11/2022

Caracterização de ruptura

Resposta do solo ao cisalhamento


Enrijecimento progressivo ( strain – hardening) – Não há uma
ruptura definida na curva tensão deformação
 O acréscimo de deslocamento conduz a parâmetros
sempre superiores
 Condição de ruptura: Ocorre quando a reta da curva
tensão x deformação apresenta uma condição
constante;

8
04/11/2022

Determinação da envoltória de resistência


 Após a caracterização do critério de ruptura , a definição dos estados de
tensão é feita;
 A envoltória de Mohr – Coulomb é a reta que tangencia o círculo de Mohr
em um plano diferente do plano de cisalhamento máximo.

Determinação da envoltória de cisalhamento


 No plano de ruptura as tensões atuantes são σnf τf;
 A ruptura ocorre por combinação de efeitos;
 A tensão máxima de cisalhamento não define a ruptura e
sim uma combinação de tensões (σ, τ );

9
04/11/2022

Determinação da envoltória de cisalhamento


Pelo círculo de Mohr, tem-se que:

Reescrevendo a equação tem-se que:

O ângulo BOD = 2ϴ e representa agora a inclinação do plano


de ruptura:

Mecanismos de resistência dos solos

10
04/11/2022

Mecanismos de resistência de solos


 Atrito – Resistência entre as partículas
Depende da tensão normal e do coeficiente de atrito entre
os corpos

Coesão - Ligação entre as partículas faz com que o esforço


necessário para movimentação relativa entre as partículas
seja aumentado por uma parcela que independe da tensão
normal;

Mecanismos de resistência do solo


Embricamento ( “interlocking”)
Trabalho necessário para movimentar a partícula ascendentemente;
 Em solos densos, pois há um trabalho adicional para superar o
embricamento entre as partículas, causando uma expansão volumétrica
durante o cisalhamento;
 Quanto mais denso for o solo,maior a parcela de embricamento, logo maior
a resistência do solo.

Para um valor de tensão normal = índice de vazios Embricamento

Para um determinado índice de vazios = Tensão normal Embricamento

11
04/11/2022

Fatores que afetam a envoltória de resistência


 Direção de ensaio com relação à anisotropia do material;
 Tensão principal intermediária;
 Condições de drenagem – Possibilidade de geração de
poropressão ( altera a tensão efetiva);
 Velocidade de cisalhamento ( Variação na resistência entre
os tipos de solo)
 Areias: Não interfere, pois pouco altera o ângulo de
atrito;
 Argilas: Carregamentos rápidos causam perda de
resistência ( Geração de poropressão);
 Nível de tensões

Comportamentoo drenado e não drenado


 Solos saturados – Resistência pelo sólido e parte pela
água;
 Analogia do sistema de mola x pistão;
Condição crítica em projetos
 Resistência depende da tensão efetiva – “ quanto maior for
o valor da tensão efetiva maiores serão as tensões que o
solo é capaz de suportar”.
Subdivisões dos efeitos de um carregamento no solo
1-) Não drenada – Imediatamente após o carregamento,
quando não houve a dissipação da poropressão;
2-) Drenada – Ocorre durante a dissipação dos excessos de
poro-pressão. Há variação de volume.

12
04/11/2022

Comportamento Tensão x deformação x Resistência das


areias
 Mais que 50% em peso tem granulometria de uma areia (baixo
teor de finos);
 Alta permeabilidade – Comportamento drenado

O comportamento é influenciado, bem como sua resistência por:


1-) Compacidade – Interfere diretamente no “interlocking”;
Areias fofas – grande e0. Reduz com a aplicação da carga
Areias compactas – Baixo e0 que aumenta com o cisalhamento
2-) Tensão confinante – Quanto maior o confinamento, maior é a
resistência do solo ( relação linear).
3-) Tipo da areia – Pouco interfere o tamanho do grão.
Maiores grãos, maior interlocking, que por consequência, maior
quebra dos grãos. Solos bem graduados apresentam maiores
resistências que um uniforme.

Resistência de areias
 Envoltória de resistência linear

 Havendo cimentação dos grãos, a resistência é perdida


para altas tensões e confinamento;
 As altas tensões entre os grãos podem resultar na quebra
de grãos e consequentemente na redução da resistência.

13
04/11/2022

Comportamento Tensão x deformação x Resistência de argilas


Tipos de análise

Não drenada - Ocorre imediatamente após o carregamento, quando a poro-


pressão não foi dissipada;
Drenada – Acontece durante a dissipação dos excessos de poro-pressão,
durante o processo de transferência de carga;

Tensões totais x tensões efetivas


 As tensões efetivas controlam o comportamento do solo
 É necessário que se conheça os parâmetros de poro-pressão.

Tipo de Análise

Histórico de tensões
Argilas – Curva de compressibilidade

Depende diretamente:
 Grau de pré-adensamento ( tensões efetivas maiores que as atuais);
 Tipo de solicitação.
Variação de vazios x Teor de umidade

14
04/11/2022

Histórico de tensões
Argila pré –adensada
 Tensão efetiva superior a atual;
 Acréscimos de tensões efetivas causa uma variação de
volume, correspondente a uma fase de recompressão;
 Possui um pico na curva bem definido;
 Após o pré-adensamento o comportamento costuma não
ser linear

Comparação entre o comportamento drenado de areias e argilas

Argila drenada normalmente adensada – Semelhante às


areias fofas;
Areias densas assemelham-se as argilas pré – adensadas;
 Diferença entre os materiais é a compressibilidade – Maior
nas argilas normalmente adensadas

15
04/11/2022

Condição não drenada


 Semelhante a condição não drenada,mas com variação
volumétrica nula.

Geração de poropressão
Duas parcelas:
1-) Tensão confinante – grau de saturação
2-) Tensão desviadora – Poropressão gerada pelo
cisalhamento

Histórico de tensões
Argila pré –adensada
 Tensão efetiva superior a atual;
 Acréscimos de tensões efetivas causa uma variação de volume,
correspondente a uma fase de recompressão;
 Possui um pico na curva bem definido;
 Após o pré-adensamento o comportamento costuma não ser linear
Condição não drenada

16
04/11/2022

ESTUDE!

Livro do Carlos Sousa Pinto – Curso básico de Mecânica


dos solos – CAPÍTULOS 12 E 13.

17

Você também pode gostar