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NOME DA
Estruturas de fundações e
UC contenções
Prof. 1 e
Prof. 2
Aula: Capacidade de carga fundações diretas
O problema da determinação da capacidade de carga dos solos é dos mais importantes para
o engenheiro, que atua na área de construção civil, particularmente para o desenvolvimento
de projeto de fundações.
NBR 6122 (ABNT): “Fundação Superficial (Rasa ou Direta): Elemento de fundação em que a
carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a
profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas
vezes a menor dimensão da fundação”.
Capacidade de Carga dos Solos: a tensão que provoca a ruptura do maciço de solo em que a
fundação está assente, apoiada, embutida.
Tensão
Tensão
transmitida através da
base da fundação ≤ admissível
pelo solo
direta
Fase II: deslocamentos plásticos. Aparece inicialmente nas bordas das fundação. Para cargas
maiores que o valor crítico ocorre um processo de recalque continuado (para uma mesma
carga o recalque continua constante).
Fase III: ocorre a ruptura do solo com o aumento do carregamento. Atingi a capacidade de
carga na ruptura.
Critérios de ruptura:
Localizada
Generalizada
Por puncionamento
Ruptura generalizada: constituído por uma superfície de deslizamento que vai de
um bordo da fundação à superfície do terreno. Em condições de tensão
controlada (modo de trabalho da maioria das fundações) a ruptura é brusca e
catastrófica. Em condições de deformação controlada (como acontece, por
exemplo, quando a carga é aplicada por prensagem), constata-se uma redução da
carga necessária para produzir deslocamentos da fundação depois da ruptura.
Durante o processo de carregamento, registra-se um levantamento do solo em
torno da fundação. Ao atingir a ruptura, o movimento se dá em um único lado da
fundação.
Ruptura por puncionamento: caracterizada por um mecanismo de difícil
observação. À medida que a carga cresce, o movimento vertical da fundação é
acompanhado pela compressão do solo imediatamente abaixo. A penetração da
fundação é possibilitada pelo cisalhamento vertical em torno do perímetro da
fundação. O solo da área carregada praticamente não participa do processo.
Ruptura localizada: definida por um modelo que consiste de uma cunha e de
superfícies de deslizamento que se iniciam junto às bordas da fundação, como no
caso da ruptura generalizada. Há uma tendência visível de empolamento do solo
aos lados da fundação. Entretanto, a compressão vertical sob a fundação é
significativa, e as superfícies de deslizamento terminam dentro do maciço, sem
atingir a superfície do terreno. Somente depois de um deslocamento vertical
apreciável (da ordem da metade da largura ou diâmetro da fundação) as
superfícies de deslizamento poderão tocar a superfície do terreno. Mesmo então,
não haverá um colapso ou um tombamento catastrófico da fundação, que
permanecerá embutida no terreno, mobilizando a resistência de camadas mais
profundas. Assim, a ruptura localizada tem características dos outros dois tipos de
ruptura e, por isso, na realidade, ela representa um tipo de transição.
O tipo de ruptura que vai ocorrer, em determinada situação de geometria e
carregamento, depende da compressibilidade relativa do solo.
Solo muito compressível com uma certa resistência ao cisalhamento: ruptura por
puncionamento.
3- Tensões
• Capacidade de carga de ruptura (ou limite) – : é a carga limite (ou máxima) a partir da
qual a fundação provoca a ruptura do terreno e se desloca sensivelmente (ruptura
“generalizada”), ou se desloca excessivamente (ruptura “localizada”), o que pode
provocar a ruína da superestrutura.
• Capacidade de carga de segurança à ruptura – : é a maior carga transmitida pela
fundação, a que o terreno resiste com segurança à ruptura, independentemente das
deformações que possam ocorrer.
, sendo o fator de segurança à ruptura.
• Capacidade de carga admissível – : é a maior carga transmitida pela fundação que o
terreno admite, em qualquer caso, com adequada segurança à ruptura e deformações
excessivas, devendo ser compatíveis com a sensibilidade da estrutura e aos
deslocamentos previstos para a fundação.
Curva carga-recalque de uma fundação (solo com ruptura do tipo generalizada)
• Tensão admissível – “taxa” do terreno
O cálculo da capacidade de carga do solo pode ser feito por diferentes métodos e
processos, embora nenhum deles seja matematicamente exato.
Fatores que influenciam na escolha do coeficiente de segurança
Valores recomendados de fatores de segurança a considerar
Não são muito comuns os acidentes de fundação devidos à ruptura do terreno.
Mais comuns são os causados por recalques excessivos.
Para deduzi-la, considera-se inicialmente um solo não coesivo sob uma “fundação corrida”.
Rankine considera a semi-largura da fundação (devido à simetria da mesma), e a partir do vértice A, três zonas de
solo (“quadrados”). Escrevem-se então as expressões para as tensões atuantes no contato entre os “quadrados”.
: coeficiente de empuxo ativo
Segundo Rankine, quando uma massa de solo se expande (tensões ativas) ou se contrai (tensões passivas), formam-se
planos de ruptura definidos por um ângulo de ou com a horizontal.
Escrevendo a condição de equilíbrio entre a tensão da zona 1 que suporta a fundação e a
tensão da zona 2 contida pela altura de terra, deve-se ter, para que não ocorra ruptura do
terreno:
ou
O que se observa é que ao apoiar uma placa rígida sobre um solo e sobre ela aplicar uma
carga (, por exemplo), o solo de apoio, de base, irá sofrer deformações até o momento em
que irá entrar em colapso, por cisalhamento. Isto ocorre quando as tensões cisalhantes
atuantes no solo superam os valores máximos de tensão que o solo suporta. Caso em que o
nível de tensões ultrapassa a condição de sua envoltória de resistência.
Experiência realizada em laboratório, em modelo reduzido, em que o “solo” aqui representado
por “canudos” de plástico se movimentam uns sobre os outros na medida em que há um
aumento da carga sobre a placa que representa uma sapata.
Segundo esta teoria, o solo imediatamente abaixo da fundação forma uma “cunha”, que em
decorrência do atrito com a base da fundação se desloca verticalmente, em conjunto com a
fundação. O movimento dessa “cunha” força o solo adjacente e produz então duas zonas de
cisalhamento: uma de cisalhamento radial e outra de cisalhamento linear.
Assim, após a ruptura, desenvolvem-se no terreno de fundação três zonas: I, II e III, sendo que
a zona II admite-se ser limitada inferiormente por um arco de espiral logarítmica.
A capacidade de carga , é igual à resistência oferecida ao
deslocamento pelas zonas de cisalhamento radial e linear.
Equilíbrio das forças na vertical: , onde é o ângulo de atrito
interno do solo.
Dai:
Entrando com a expressão do valor de Ep, na equação anterior, chega-se na expressão
final para a capacidade de carga de Terzaghi. A dedução final não foi apresentada para
não exceder com esta formulação na obtenção da expressão final, que se pode escrever:
Relações entre SPT com as taxas admissíveis para solos argilosos (Porto, 1979)
Relações entre SPT com as taxas admissíveis para solos arenosos (Porto, 1979)
6- Exemplos
Considere os resultados de SPT para os primeiros metros de prospecção, realizado em um
terreno praticamente plano.
Considere as tabelas fornecidas,
que permitem fazer correlações
entre resultados de sondagens à
percussão, com obtenção do SPT,
e parâmetros de resistência e
compressibilidade dos solos.
Exemplo 1)
Determine a capacidade de carga para uma sapata corrida, assente no horizonte de areia
(para a mínima escavação), com 2,0 m de largura (em seguida será feito o cálculo
considerando a hipótese dos materiais de subsolo ocorressem em posição inversa).
Exemplo 2)
Determine a capacidade de carga para o exemplo anterior considerando um NA na base da
camada de areia (na cota de assentamento).
Exemplo 3)
Dimensione esta sapata corrida para o valor da capacidade de carga (taxa admissível )
calculado no exemplo anterior, para suportar 30tf (por metro linear).
Exemplo 4)
Determine a capacidade de carga do solo com os dados apresentados no 1º exercício.
Exemplo 5)
Refaça o exercício anterior (exemplo 4) para argila com N-SPT = 12, no nível da sapata.
Exemplo 6)
Qual a dimensão que deve ter uma sapata quadrada para suportar uma carga centrada de
10,5 t, a uma profundidade de 1,5 m, em uma argila que se pode adotar coesão de 50 kPa.
Referências: