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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CAMPUS POMBAL – CURSO: ENGENHARIA CIVIL


PROFESSORA: SUELEN SILVA FIGUEIREDO
DISCIPLINA: OBRAS DE TERRA

ALUNOS: Breno xxx


Cláudia Viviane Moura de Queiroga - 916110104
Jalles da Silva Tura – 916110258
João Paulo Rodrigues Silva – 917110404

EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA

POMBAL – PB
MARÇO – 2021
EQUILÍBRIO DE MACIÇOS DE TERRA

Para a física, entende-se que um sistema de forças em equilíbrio, acontece


quando as mesmas contrabalanceiam e anulam-se de maneira mútua.
De acordo com o autor para ocorrer o equilíbrio entre massas de terra é
necessário que as tensões de cisalhamento sejam de mesma intensidade às tensões
resistentes e de direções contrárias. Essa interação entre às tensões de maciços de solos
possuem dois estados: o estado ativo e o passivo. Dessa forma, o estado de tensão ativo
diz respeito ao movimento de expansão do maciço de terra, quando este, movimenta-se
contra a estrutura de contenção, obtendo-se o equilíbrio plástico. Já o estado de tensão
passivo, é o processo em que o maciço de terra sofre compressão diante do movimento
de terra em meio a estrutura de contenção, resultando também em um equilíbrio plástico
(LEÃO, 2018).
Na engenharia geotécnica, estruturas de contenção são projetadas de modo a
equilibrar às forças que atuam contra essas estruturas, ou seja, as forças oriundas da
interação entre essas estruturas e o solo. Logo, é importante para um engenheiro
projetista o conhecimento das forças de empuxo da terra.
Define-se como empuxo de terra o resultado das distribuições das tensões
horizontais que atuam sobre estruturas de contenção. Essas estruturas de contenção
podem ser tais como, muros de arrimo, cortinas de estaca-prancha, paredes de subsolos
e encontros de pontes; (GERSCOVIC; SARAMAGO; DANZIGER, 2016).
Entre os tipos de empuxos existentes, o empuxo no repouso, condição
geostática, possui algumas características como; superfície de terreno horizontal,
subcamadas horizontais e pouca variação das propriedades do solo na direção
horizontal. Essas características contribuem para a não geração de tensões cisalhantes
nos planos horizontal e vertical, dessa forma, as deformações horizontais são nulas,
entretanto, o não atendimento aos requisitos da condição mencionada pode resultar no
aparecimento de tensões cisalhantes nos planos x e y. (GERSCOVIC; SARAMAGO;
DANZIGER, 2016).
Além do empuxo no repouso, há ainda outras duas naturezas de empuxos
bastante recorrentes nas obras de contenção, o empuxo ativo e o empuxo passivo.
Empuxo ativo pode ser compreendido como o tipo de empuxo em que as tensões
horizontais provenientes do solo tendem a deslocar a estrutura de contenção, por meio
de uma expansão do maciço de solo, como é o caso dos muros de arrimo. Já o empuxo
passivo, ocorre o processo inverso, logo, a estrutura de contenção age sobre o maciço de
solo na tentativa de deslocá-lo, em um processo de compressão, como é o caso das
interações solo-estrutura das fundações de pontes arqueadas (GERSCOVIC;
SARAMAGO; DANZIGER, 2016).
Tanto o empuxo ativo, quanto o empuxo passivo levam o maciço de solo ao
equilíbrio plástico. Segundo o autor, o estado de equilíbrio plástico de uma massa de
solo encontra-se quando o mesmo está sujeito ao rompimento em todos os Pontos.
(GERSCOVIC; SARAMAGO; DANZIGER, 2016).
Nos problemas de fundações, a interação das estruturas com o solo implica a
transmissão de forças predominantemente verticais. Contudo, são também inúmeros os
casos em que as estruturas interagem com o solo através de forças horizontais,
denominadas empuxo de terra.
Neste último caso, as interações dividem-se em duas categorias. Assim o
empuxo ativo considerado a primeira categoria verifica-se quando determinada estrutura
é construída para suportar um maciço de solo. Neste caso, as forças que o solo exerce
sobre as estruturas são de natureza ativa. O solo “empurra’ a estrutura, que reage,
tendendo a afastar-se do maciço. (GERSCOVICH, 2010).
Na segunda categoria, ao contrário, é a estrutura que é empurrada contra o solo.
A força exercida pela estrutura sobre o solo é de natureza passiva. Um caso típico deste
tipo de interação solo-estrutura é o de fundações que transmitem ao maciço forças de
elevada componente horizontal, como é o caso de pontes em arco.
Em determinadas obras há uma interação entre o empuxo ativo e o passivo
simultaneamente.
Para o autor, em região de empuxo ativo, o solo sofre uma distensão ao reagir
contra esta ação de afastamento do plano interno da estrutura de contenção, provocando
na massa uma resistência ao longo do possível plano de escorregamento. O
desenvolvimento de resistência ao cisalhamento alivia, até certo ponto, a ação do solo
sobre o paramento interno da estrutura. Nesse tipo de empuxo a estrutura se desloca
para fora do maciço. (MARANGON, 2018)
Por outro lado, autor considera no caso do empuxo passivo que o solo é
comprimido pela estrutura e sofre uma compressão na cunha instável, gerando, ao longo
do plano de rutura, uma reação ao “arrastamento”, ou seja, de resistência ao
cisalhamento. O movimento do parâmetro interno contra a massa de solo, tentando
deslocá-la, provoca o surgimento de uma movimentação, que menor seja, terá que
vencer essa resistência deslocando o peso da massa na região abrangida pela cunha.
Nesse caso a estrutura se desloca contra o maciço. (MARANGON, 2018).
Para a obtenção do coeficiente de empuxo passivo também é utilizada Teoria de
Rankine.
Devido á variações nos solos e estruturas, existem diferentes formas de
solucionar os problemas relacionados a fundação, para garantir essa estabilidade no solo
e supostamente na fundação uma analise completa do solo deve ser efetuada.
O estudo do equilíbrio limite de obras de terra começou com Coulomb (1776)
que dentre suas formações era também Engenheiro Militar, razão pela qual também se
interessou pela estabilidade de fortificações sujeitas a impulso de terras. Coulomb
analisou o impulso de terras em muros de suporte e perceber-se que o impulso era muito
menor quando o muro se afastava do solo (impulso ativo), do que quando o mesmo era
empurrado contra o solo (impulso passivo). No entanto não observou outros possíveis
mecanismos de rotura do sistema terras-muro. (ARAÚJO; MACHADO; MARTINS,
2012).
O autor destaca que Rankine (1857) usou o equilíbrio do paralelepípedo
infinitesimal para definir o tensor das tensões e o equilíbrio do tetraedro elementar para
definir o vetor tensão numa dada faceta. Determinou desse modo os sistemas de planos
conjugados de escorregamento no maciço terroso ou de linhas de rotura, em termos
bidimensionais. Determinou assim uma distribuição de pressões das terras na face de
contacto destas com os seus suportes. (...) Rankine criticou a teoria de Coulomb
essencialmente pelo fato do problema do Equilíbrio Limite dos maciços terrosos e seus
suportes terem sido tratados em termos de forças e não em termos de tensões.
(ARAÚJO; MACHADO; MARTINS, 2012).
Ao longo do tempo outras teorias e modelos matemáticos para estudo do
comportamento do solo foram criados, assim sendo primordial entender que isso ocorre
devido principalmente os diferentes tipos de solos existentes e os mais também os tipos
de movimentos de terra que acontecem.
Se for falar de teoria colocar por aqui
Os tipos de movimentos de massa apresentados a seguir seguem a classificação
adotada por Carvalho (1991), conforme apresentado pela ABGE (1998).

Escorregamento devido à inclinação


Estes escorregamentos ocorrem sempre que a inclinação do talude excede aquela
imposta pela resistência ao cisalhamento do maciço e nas condições de presença de
água. A prática tem indicado, para taludes de corte de até 8m de altura, constituídos por
solos, a inclinação de 1V:1H como a mais generalizável. (MARANGON, 2017).

Escorregamento por descontinuidades


O contato solo-rocha constitui, em geral, uma zona de transição entre esses
materiais. Quando ocorre um contraste de resistência acentuado entre eles, com
inclinação forte e, principalmente, na presença de água, a zona de contato pode
condicionar a instabilidade do talude. As descontinuidades geológicas, presentes nos
maciços rochosos e em solos de alteração, constituem também planos ao longo dos
quais pode haver escorregamento, desde que a orientação desses planos seja em sentido
à rodovia. (MARANGON, 2017).

Escorregamentos por percolação de água


Os escorregamentos, devidos à percolação d’água são ocorrências que se
registram durante períodos de chuva quando há elevação do nível do lençol freático ou,
apenas, por saturação das camadas superficiais de solo. Quando os taludes interceptam o
lençol freático, a manifestação, eventual, da erosão interna pode contribuir para a sua
instabilização. (MARANGON, 2017).

Escorregamento em aterro
O projeto de um aterro implica na consideração das características do material
com o qual vai ser construído, como também das condições de sua fundação. Quando
construídos sobre rochas resistentes, os aterros se mostram, em geral, estáveis por longo
tempo. No caso de aterros sobre solos moles, como argila marinha ou argila orgânica, o
seu projeto e construção devem obedecer a técnicas adequadas, de modo a impedir que
ocorram recalques exagerados, deixando as pistas com ondulações e provocando
rompimentos ou deslizamentos de canaletas, bueiros e galerias (Almeida ,1996 apud
MARANGON, 2017).
Escorregamentos em massas coluviais
Massas coluviais constituem corpos em condições de estabilidade tão precárias
que pequenos cortes, e mesmo pequenos aterros, são suficientes para aumentar os
movimentos de rastejo, cujas velocidades são ainda mais aceleradas, quando saturados,
na época das chuvas. Existem no Brasil, vários casos de obras rodoviárias implantadas
nesses corpos que ocasionaram sérios problemas, durante anos, até sua completa
estabilização. (MARANGON, 2017).

Queda e rolamento de blocos


A queda e rolamento de blocos é frequente em cortes em rocha, onde o
fraturamento do maciço é desfavorável à estabilidade; em taludes com matacões, por
descalçamento; em taludes com camadas sedimentares de diferentes resistências à
erosão e à desagregação superficial. Em qualquer situação, a consequência pode ser a
obstrução da rodovia, parcial ou totalmente. (MARANGON, 2017).

TIPO DE PROBLEMA/ SOLUÇÃO DE PROBLEMAS/ EXEMPLOS

Erosão
Desagregação superficial
Escorregamento em corte
Recalque em aterro
Queda de blocos
Rolamento de blocos
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Nuno Miguel Faria; MACHADO, Gaspar J.; MARTINS, Júlio Barreiros.
Segurança de maciços terrosos com cargas quaisquer. Alguns novos desenvolvimentos
para a sua avaliação. 2012.

GERSCOVICH, Denise M. S. Estruturas de contenção, Empuxos de Terra. Rio de


Janeiro, 2010. Disponível em:<
https://ecivilufes.files.wordpress.com/2012/11/empuxos-de-terra-1.pdf>. Acesso em:
09, mar, 2021.

GERSCOVICH, Denise; SARAMAGO, Robson; DANZIGER, Bernadete


Ragoni. Contenções: teoria e aplicações em obras. Oficina de Textos, 2019.

LEÃO, M. F. Fundamentos em Mecânica dos Solos. 1. ed. Campinas: Kroton, 2018. v.


1. 250p.

MARANGON, M. Mecânica dos Solos II. Empuxo de Terra. 2018. Disponível em:<
https://www.ufjf.br/nugeo/files/2013/06/MARANGON-2018-Cap%C3%ADtulo-06-
Empuxos-de-Terra-20181.pdf>. Acesso em: 09, mar, 2021.

MARANGON, M. Geotecnia de Fundações e Obras de Terra: unidade 03 ⠳


estabilidade de taludes. Unidade 03 – ESTABILIDADE DE TALUDES. 2017.
Disponível em: https://www.ufjf.br/nugeo/files/2017/07/OT-03-Estabilidade-de-
Taludes-2018-1.pdf. Acesso em: 10 mar. 2021.

MARINHO, Filipe. Empuxos de terra: conceitos iniciais. 2019. Disponível em:<


https://www.guiadaengenharia.com/empuxos-terra-conceitos-iniciais/#:~:text=Empuxo
%20ativo%3A%20quando%20o%20paramento,aproxima%C3%A7%C3%A3o%20do
%20plano%20de%20conten%C3%A7%C3%A3o.>. Acesso em: 09, mar, 2021.

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