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Compressibilidade

e
Adensamento

1
Introdução
 Todo material presente na natureza quando está
submetido a variações de tensões se deforma por
compressão, tração ou cisalhamento.

 A resposta de deformação devido a estas variações


de tensões está fortemente relacionada com o tempo,
podendo ocorrer de forma instantânea, no caso dos
materiais elásticos, ou lenta, para aqueles com
comportamento plástico ou viscoso.

2
Introdução
 Fatores que influenciam na deformação dos materiais:
 Constituintes do material;
 Proporções (quantidades) entre eles;
 Processo de formação dos constituintes.

 Os solos, devido a sua estrutura multifásica (sólida,


fluida e gasosa), apresentam um comportamento
bastante complexo, e no que se refere à
compressibilidade, o tempo é um fator muito
importante, podendo no caso de solos finos saturados
ser relativamente grande para que a deformação
total ocorra.

3
Introdução
• Comportamento de compressibilidade dos materiais,
geralmente, é representado nas formas:
 Tensão x deformação ( x );
 Deformação x tempo ( x t);
 Tensão x tempo ( x t);
 Tensão x deformação x tempo ( x  x t) , etc.

• Modelo simplificado de compressibilidade: modelo


elástico.

4
Introdução
 Um corpo que apresenta comportamento elástico se
deforma ao ser solicitado por uma força e tem sua
forma original restabelecida quando as forças que o
deformaram são removidas, ou seja, as deformações
que foram causadas pela aplicação das forças tornam-se
nulas quando as forças deixam de atuar.

 Os materiais elásticos podem ser divididos em duas


categorias, segundo a existência ou não de
proporcionalidade entre tensões e deformações:

 Comportamento elástico linear;


 Comportamento elástico não-linear.

5
Introdução
 Comportamento elástico não-linear:

6
Introdução
 Comportamento elástico linear:

 Exemplo: mola.

7
Introdução
 Ao se aplicar uma força F sobre um corpo sólido na
direção do comprimento I0, este irá apresentar uma
compressão igual a Δx, como na figura anterior. Neste
caso, podemos definir deformação específica segundo
a direção da força aplicada como:

 Módulo de elasticidade ou módulo de Young:

8
Introdução
 Comportamento (puramente) plástico:
 O corpo apresenta deformação nula até certo nível
de tensão (força aplicada) e após iniciadas as
deformações, estas progridem à tensão constante,
enquanto durar a aplicação da força. Se as forças que
causam a deformação forem removidas, o corpo não
recupera sua forma original.

9
As deformações se iniciam somente após o atrito ter sido vencido e, o elemento não retorna à sua condição inicial após retirar a força.
Introdução
 Comportamento elasto-plástico:
 É a combinação em série do modelo elástico e do
modelo plástico. Neste caso, as deformações se iniciam
com a compressão da mola e no instante em que a força
se iguala ao atrito, o conjunto se desloca com
velocidade constante, ou seja, as deformações crescem
com o tempo com a força mantida constante. Assim,
somente as deformações elásticas são recuperadas caso
as forças sejam removidas.

10
Introdução
 Por serem os solos compostos por um sistema
trifásico (grãos, líquido e gás) com milhares de
partículas formando sua estrutura, seu comportamento
em termos de compressibilidade é acentuadamente
complexo. Neste caso, é fácil deduzir que, pela
complexidade da estrutura dos solos com partículas
deslocando-se uma em relação às outras quando
solicitadas por uma tensão, sua compressibilidade não
seja nem perfeitamente elástico e menos ainda,
linear.

 Entretanto, devido à sua simplicidade e


considerando pequenas deformações, é prática na
engenharia geotécnica utilizar o modelo elástico para
representar a compressibilidade dos solos. 11
Comportamento elástico-linear
 Considere um cilindro com altura h e raio r, de um
material homogêneo, isotrópico e elástico, conforme
indicado na figura. Sobre esse cilindro, é aplicada uma
tensão uniaxial, σz, a qual produz uma compressão
vertical ou axial, Δh, e uma extensão radial, Δr.

12
Comportamento elástico-linear
 Logo,

13
Comportamento elástico-linear
 Considere, agora, um solo homogêneo, elástico e
isótropo submetido a um acréscimo de tensões em três
eixos ortogonais, σx, σy e σz. O solo apresenta, assim, as
seguintes deformações:

14
Comportamento elástico-linear
 De forma análoga, a deformação volumétrica (v)
pode ser expressa por:

15
Comportamento elástico-linear
 Fatores que controlam a deformação dos solos:

 Composição dos solos;


 Índice de vazios do solo;
 Histórico de tensões do solo;
 Forma de aplicação da carga;
 Tempo de aplicação da carga;
 Grau de saturação.

16
Componentes de recalque
 Recalques: deformações causadas por sobrecargas de
estruturas ou aterros.

17
Componentes de recalque

18
Componentes de recalque
 O recalque total (∆H) sofrido por um extrato de
solo pode ser dividido em três parcelas, de acordo com
os mecanismos predominantes durante a deformação:

19
Componentes de recalque

20
Componentes de recalque
 Recalque imediato (Si):

 Recalque por deformação elástica que se processa


imediatamente após o carregamento;

 Predominante nos solos não-coesivos (solos arenosos


ou solos não-saturados);

 Ocorre devido à variação das tensões efetivas com


deformações a volume constante ou apenas mudança de
forma;

 A deformação ocorre sem a expulsão de água, isto é,


sem drenagem.
21
Componentes de recalque
 Recalque de adensamento ou primário (Sc):

 Ocorre pela expulsão da água dos poros e


consequente redução do volume de vazios do solo.

 Processo lento, dependente do tempo, e que ocorre


em solos finos e saturados, os quais possuem baixo
coeficiente de permeabilidade.

 A velocidade em que se processa o recalque depende


da velocidade de drenagem da água nos poros do solo.

22
Componentes de recalque
 Recalque secundário (Ss):

É a continuação do adensamento primário;

 Ocorre quando o excesso de pressão neutra é praticamente


nulo (u ≈ 0) e a tensão efetiva é praticamente igual à tensão
total (σ‘ ≈ σ);

 Em geral, verifica-se que no ensaio de adensamento, a


deformação continua a se processar, embora o excesso de
pressão neutra seja praticamente nulo;

 Este efeito é atribuído a fenômenos viscosos (fluência); é


devido ao rearranjo estrutural causado por tensões de
cisalhamento; ocorre pelo fato das partículas de solo ao final
do adensamento primário estarem posicionadas em
um equilíbrio instável.
23
Adensamento
 Fenômeno pelo qual os recalques ocorrem com
expulsão da água do interior dos vazios do solo,
originando redução no volume do solo.

 Mudança, ao longo dos anos, nos conceitos de


importância do adensamento.

 Condições de campo, na grande maioria, se


distanciam da teoria de Terzaghi.

 Com o tempo, já não se conseguia evitar áreas


sujeitas a recalques consideráveis:
 Analisar o adensamento se tornava extremamente
necessário.
24
Adensamento
 A expulsão da água do solo depende de sua
permeabilidade;

 Areias:
 alta permeabilidade;
 água pode drenar com facilidade e rapidez.

 Argilas:
 Baixa permeabilidade;
 Processo leva tempo (demorado).

25
Adensamento
 Recalque de uma camada de solo em função de:
 Altura da camada;
 Índice de vazios inicial;
 Variação do índice de vazios após o adensamento.

∆𝑒
∆𝐻 = .𝐻
1 + 𝑒𝑖

26
Princípios do Adensamento
 Admitir uma amostra saturada por um líquido
incompressível;
 Sujeita a um carregamento instantâneo;
 Em condição não drenada.

 Deformação volumétrica nula.

 Nestas condições: variação da tensão efetiva é nula


(∆𝜎′ = 0). Assim, todo o acréscimo de tensão é
transferido para o fluido intersticial. Logo:
∆𝑢 = ∆𝜎

27
Princípios do Adensamento
 Se a drenagem à superfície da amostra é
permitida, com o tempo, ocorrerá:
 As pressões intersticiais geradas vão,
progressivamente, sendo dissipadas, passando-se de um
valor inicial ∆𝑢 = ∆𝜎 ao valor final ∆𝑢 = 0.

 As tensões efetivas vão aumentando simultaneamente


do valor inicial ∆𝜎′ = 0 ao valor final ∆𝜎′ = ∆𝜎,
segundo a relação fundamental:
∆𝝈 = ∆𝝈′ + u

As deformações volumétricas vão, então,


desenvolvendo-se com o acréscimo da tensão
efetiva:
28
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Considerar um pistão cheio d’água e fechado na sua parte
superior por um êmbolo, que é provido de um orifício
fechado por uma válvula. O êmbolo está separado da parte
inferior do pistão por meio de uma mola.

 A válvula no êmbolo controla a saída de água do pistão,


representando a permeabilidade do solo.

29
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Considerar aplicação de 1kN sobre o pistão de área
100cm².

 Se: válvula fechada e água incompressível, a mola é


impedida de se comprimir → a força será suportada pela
água, produzindo um acréscimo de poropressão na água igual
a 100kPa. (1)

30
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Devido ao acréscimo de pressão, a água buscará sair do
pistão, uma vez que Patm atua no exterior do êmbolo.

 Se abrirmos a válvula, a mola passa a se comprimir e a


resistir parte da força aplicada. Ex: 25% da força, a pressão
na água cai para 75kPa. A força na mola igual a 0,25kN,
corresponde a uma tensão efetiva de 25kPa. (2). Idem p/ (3) e
(4).

31
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 (5): estado em que o todo o excesso de pressão na água
foi dissipado e a tensão de 100kPa é integralmente suportada
pela mola.

32
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Supondo o solo saturado:
 A mola representa o esqueleto sólido (que suportará as
tensões efetivas);
 A água no pistão representa a água presente nos vazios do
solo;
 A torneira representa a permeabilidade do solo.

• Após o estágio (5), o processo de adensamento é


completo e o sistema fica em equilíbrio, com um volume
menor.

33
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi

34
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Conclusão:

 O processo de adensamento corresponde a uma


transferência gradual do acréscimo de pressão neutra
(poropressão) para a tensão efetiva.

 Tal transferência se dá ao longo do tempo, e envolve um


fluxo de água com correspondente redução de volume do
solo.

 Terzaghi, então, formulou uma equação para descrever o


mecanismo de transferência da pressão da água dos poros
para a estrutura do solo.

35
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Compressibilidade dos solos (Exemplo 1):

 Um pistão de duas válvulas e outro pistão de uma


válvula. Qual expulsará mais água???
 Os dois êmbolos apresentarão o mesmo deslocamento (a
mesma compressão na mola): a mesma quantidade de
água deverá sair dos pistões.
Qual expulsará mais rápido???

 O pistão de duas válvulas terá a expulsão da água mais


rápido. Logo → o equilíbrio ocorrerá primeiro neste pistão 36
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Compressibilidade dos solos (Exemplo 2):

 Um pistão de duas molas e outro pistão de uma mola.


Qual expulsará mais água???

 O pistão de duas molas se comprimirá menos que o


segundo: menos quantidade de água deverá sair.

Qual expulsará mais


rápido???

 O pistão de duas molas terá a expulsão da água mais


rápido. Logo → o equilíbrio ocorrerá primeiro neste
pistão. 37
Analogia mecânica do Adensamento
unidirecional de Terzaghi
 Conclusão:

Exemplo 1: solos de mesma


resistência (ou
compressibilidade), porém, o
primeiro tem maior
permeabilidade.

Exemplo 2: solos de mesma


permeabilidade, porém, o
primeiro tem maior resistência e
adensa primeiro.

38
Teoria do Adensamento de Terzaghi
 O estudo teórico do adensamento permite obter uma
avaliação da dissipação das sobrepressões hidrostáticas (e,
consequentemente, da variação de volume) ao longo do
tempo, a que um elemento de solo estará sujeito dentro de
uma camada compressível.

 Tal estudo foi realizado inicialmente por Terzaghi, para o


caso de compressão unidirecional e constitui a base pioneira
para a afirmação da Mecânica dos Solos como ciência.

39
Hipóteses da Teoria do Adensamento de
Terzaghi
1. As deformações da camada argilosa são unidimensionais.
2. O solo é e permanece saturado.
3. As partículas de solo e a água intersticial são
incompressíveis.
4. O solo é homogêneo.
5. As características do solo (módulo de compressão,
permeabilidade, etc) são constantes durante o
adensamento.
6. A drenagem é unidirecional e obedece à Lei de Darcy.
7. Existe uma relação linear entre tensões efetivas e a
variação de volume.
8. O solo não apresenta viscosidade estrutural, ou seja,
compressão secundária ou “creep”.

40
Hipóteses da Teoria de Terzaghi e a
equação fundamental do adensamento
 Terzaghi supôs que a variação relativa de volume pode ser
escrita em função do índice de vazios do solo. Considerando
as partículas do solo incompressíveis, hipótese (3), tem-se
que toda a variação de volume se dá pela redução de vazios,
logo:

41
Hipóteses da Teoria de Terzaghi e a
equação fundamental do adensamento

42
Hipóteses da Teoria de Terzaghi e a
equação fundamental do adensamento

43
Hipóteses da Teoria de Terzaghi e a
equação fundamental do adensamento

44
Hipóteses da Teoria de Terzaghi e a
equação fundamental do adensamento

Equação fundamental do adensamento de Terzaghi !!!


 Esta é a equação que nos permite calcular a sobrepressão
hidrostática (excesso de poropressão) em um ponto, dentro
da massa do solo sujeita a um processo de adensamento
unidirecional.

45
Hipóteses da Teoria de Terzaghi e a
equação fundamental do adensamento
 Considerando que as propriedades do solo não mudam
com o processo, hipótese (5), Terzaghi definiu o coeficiente
de adensamento do solo, cv, como uma propriedade
característica do solo:

 Definindo-se o coeficiente de deformação volumétrica,


mv:

 Logo:

O coeficiente de adensamento do solo é


diretamente proporcional à permeabilidade
do solo e inversamente proporcional ao
coeficiente de deformação volumétrica do
solo. 46
Hipóteses da Teoria de Terzaghi e a
equação fundamental do adensamento
 Desta forma, chega-se a uma equação diferencial do
adensamento, que é a equação básica da teoria do
adensamento de Terzaghi e pode ser resolvida tendo-se as
condições de contorno do problema:

47
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento
 A solução de Terzaghi é referente às seguintes condições
de contorno:
1) A camada compressível está entre duas camadas de
elevada permeabilidade, ou seja, será drenada por
ambas as faces. Ou apresentará um camada drenante e
outra impermeável.

Hd = H/2 Hd = H
48
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento
 Hd = distância de drenagem: máxima distância que uma
partícula de água terá que percorrer, até sair da camada
compressível.

2) A camada compressível receberá uma sobrecarga que se


propaga linearmente, ao longo da profundidade (como
um carregamento ocasionado por um aterro extenso, por
exemplo).

3) Imediatamente após a aplicação do carregamento, a


sobrecarga hidrostática inicial, em qualquer ponto da
camada compressível, será igual ao acréscimo de
tensões (Δu = Δσ).

49
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento
 Para o caso de uma distribuição de Δu constante com a
profundidade e drenagem por duas faces, tem-se:
1. Para t = 0, Δu = Δσ.
2. Para t ≠ 0:
 Δu = 0 para z = 0
 Δu = 0 para z = H.

Pela hipótese (4) de homogeneidade do solo, Terzaghi


chegou à uma solução que fornece uma expressão
matemática para o excesso de pressão intersticial, Δu (z, t),
em todos os pontos e a qualquer tempo, para uma camada de
espessura H, duplamente drenada.

50
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento

51
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento
 Para transformar a GIGANTE equação anterior em lei de
variação de recalque da camada de argila (compressível) em
função do tempo, Terzaghi definiu, sucessivamente, o grau de
adensamento local ou porcentagem de adensamento:

 Onde Uz = porcentagem de adensamento de um elemento


situado a uma cota z, após decorrido um intervalo de tempo t.

52
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento

53
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento
 Grau de adensamento em função da profundidade e do
Fator Tempo

54
Solução da Equação Fundamental do
Adensamento
 Para se obter a porcentagem média de adensamento de
toda a camada compressível de argila, basta integrar a
porcentagem de adensamento ao longo de toda a camada do
solo.
2𝐻𝑑
1
ഥ=
𝑈 න 𝑈𝑧 . 𝑑𝑧
2𝐻𝑑
0
 Na prática, interessa a determinação da porcentagem
média de adensamento (ou recalque) de toda a camada
compressível para o cálculo das deformações a que
determinada obra estará sujeita, por efeito do
adensamento.

 ഥ pode ser colocado ainda da seguinte forma:


O valor de 𝑈
𝜌
ഥ=
𝑈 𝜌 – recalque parcial, após um tempo t.
∆𝐻 – recalque total que a camada sofrerá.
∆𝐻 55
Fator tempo (𝑇𝑣 ) X Porcentagem de
ഥ)
Adensamento (𝑈
A equação teórica 𝑈 ഥ = 𝑓(𝑇𝑣 ) é expressa com bastante
aproximação pelas seguintes relações empíricas:

56
Fator tempo (𝑇𝑣 ) X Porcentagem de

Adensamento (𝑈)
Desenvolvimento de recalques ao longo do tempo

57
Fator tempo (𝑇𝑣 ) X Porcentagem de
Adensamento (𝑈 )
Desenvolvimento de recalques ao longo do tempo

58
CONTINUA...

59
Ensaio de
Adensamento

NBR16853:2020 – Solo – ensaio


de adensamento unidimensional

1
Equipamentos

2
Equipamentos

3
Equipamentos

4
Equipamentos
1. Célula rígida para confinamento da amostra.
2. Anel de moldagem, biselado.
3. Placa de topo ou cabeçote.
4. Pedras porosas.
5. Medidor de deslocamento.
6. Pesos.
7. Cronômetro.
8. Papel filtro.
9. Balança com sensibilidade de 0,01 g.
10. Cápsulas de alumínio.
11. Ferramentas de moldagem.

5
Procedimento de ensaio
Objetivo: o objetivo do ensaio de adensamento é determinar as
propriedades de compressão de uma camada de argila, para serem
utilizadas na avaliação do recalque.
Detalhes do Ensaio: Em síntese, é um ensaio de compressão
confinada não destrutiva, onde se utiliza uma amostra saturada
indeformada ou deformada, retirada de uma camada de argila.

Procedimentos para coleta de amostra do tipo indeformada 6


Procedimento de ensaio

Procedimentos para coleta de amostras do tipo indeformada


7
Procedimento de ensaio

Procedimentos para coleta de amostras do tipo deformada

8
Coleta de amostras

Coleta de amostras indeformadas


na bacia do Córrego
Túnel/Camarões pela equipe
UFV. 9
Procedimento de ensaio
A metodologia utilizada para realização do ensaio de
adensamento dos solos segue a seguinte seqüência detalhada de forma
resumida:
1 - Coloca-se a amostra de solo no anel rígido;

Processo de Moldagem das amostras indeformadas nos anéis

10
Procedimento de ensaio
2 - Determina-se os índices físicos necessários a determinação dos índices de
adensamento, ou seja:

- peso específico do solo (γ);


- umidade do solo (w);
- índice de vazios inicial (e0).

11
Procedimento de ensaio
2 - Determina-se os índices físicos necessários a determinação dos índices de
adensamento, ou seja:

12
Procedimento de ensaio
3 – Em seguida inicia-se o processo de montagem da célula
oedométrica (papéis filtro, pedras porosas, anel centralizador da
amostra e anel centralizador da carga).

13
Processos de montagem do corpo-de-prova para ensaio de adensamento
Procedimento de ensaio

Detalhes do Processos de montagem do corpo-de-prova para ensaio de


adensamento
14
Procedimento de ensaio

a) b)

c) d)
a) Prensa Oedométrica; b) Pesos; c) Detalhes da colocação dos pesos e d)
15
extensômetro para medida da deformação vertical.
Procedimento de ensaio
O processo de ensaio de compressão edométrico incremental segue
as seguintes etapas:

• Moldagem do corpo de prova com a ajuda de um anel biselado para


reduzir as perturbações na amostra durante este processo;

• Colocação do corpo-de-prova na célula rígida que deverá conter pedra


porosa na base para permitir a drenagem ou medida da poro pressão;

• Montagem, sobre o corpo-de-prova, da placa de topo, cabeçote, ou “top


cap”, que também deverá conter uma pedra porosa;

• Ajuste da precisão e regulagem do extensômetro (medidor de


deslocamento) para medidas de deslocamento vertical;
16
Procedimento de ensaio
• Aplicação dos carregamentos verticais numa razão de carregamento
igual à Δp/p = 1;

• O primeiro estádio de carregamento deverá ser no máximo 12,5 kPa, e


no mínimo 7 estágios de carregamento deverão ser aplicados ao corpo-de-
prova;

• Cada estágio de carregamento deve ter a duração de 24 horas.

17
Procedimento de ensaio

18
Procedimento de ensaio
• Com o desenvolvimento do processo de adensamento, ocorre a
dissipação das poropressões na amostra. Considerando-se que o grau
de adensamento da amostra para um determinado fator tempo Tv é
idêntico à porcentagem média de dissipação da poro-pressão, no
final do processo de adensamento (U = 100 %) o acréscimo da
tensão efetiva vertical ao longo de toda a espessura da amostra será
igual ao acréscimo de tensão total aplicada no topo da amostra.

19
Procedimento de ensaio
• Com os valores de deformação, ao final de cada estádio de
carregamento, constrói-se uma curva da tensão efetiva versus a
deformação produzida pelo acréscimo desta tensão. Esta curva
pode ser apresentada de várias formas, tais como tensão efetiva
vertical versus índice de vazios, tensão efetiva vertical versus
deformação volumétrica específica, dentre outras formas.

20
Procedimento de ensaio

21
Curva e x log σ’ do ensaio edométrico
• A figura mostra a curva índice de vazios versus a tensão efetiva
vertical de um ensaio edométrico sobre uma argila mole. A amostra
de argila, com índice de vazios inicial, eo, sofre uma diminuição do
seu índice de vazios à medida que a tensão efetiva aplicada sobre
ela aumenta. Quando a tensão atinge o valor de final 6400 kPa
(ponto C da curva), as tensões são retiradas e a amostra apresenta
uma expansão ao longo da curva CD.

22
Curva e x log σ’ do ensaio edométrico
• Observa-se nesta figura três trechos distintos: o primeiro trecho
sub-horizontal, em que o solo apresenta pequenas deformações
quando as tensões aumentam até um valor limite de tensão a partir
da qual as deformações passam a serem significativas iniciando-se
o segundo trecho da curva, bastante inclinado, e aproximadamente
linear, e o terceiro quase horizontal corresponde à descompressão
da amostra.

23
Curva e x log σ’ do ensaio edométrico
• O primeiro trecho é denominado de recompressão tendo um
comportamento mais ou menos elástico, o segundo, apresentando
deformações não mais recuperadas com o alívio das tensões é
denominado de compressão virgem e o terceiro de aproximadamente
paralelo ao primeiro representa o comportamento do solo quando
descarregado (trecho de descompressão). A inclinação do trecho inicial é
representada por Cr e é denominada de índice de recompressão, e a
inclinação do trecho de compressão virgem, representada por Cc, é
denominada de índice de compressibilidade. Os índices de recompressão
e de compressão do solo são :
24
Curva e x log σ’ do ensaio edométrico
• O índice de compressão (Cc) é muito útil para o cálculo de recalques
em solos que se estejam comprimindo ao longo da reta virgem. O
recalque total (ΔH) por causa de uma variação do índice de vazios (Δe) ,
em uma espessura H é dado por:
∆𝑒
∆𝐻 = .𝐻
1 + 𝑒𝑖

𝜎′𝑓
• Porém, como ∆𝑒 = Cc . log , tem-se que:
𝜎′𝑖

𝑪𝒄 . 𝑯 𝝈′𝒇
∆𝑯 = 𝒍𝒐𝒈
𝟏 + 𝒆𝒊 𝝈′𝒊

25
Curva e x log σ’ do ensaio edométrico
• A figura abaixo apresenta a curva de compressão edométrica de um
solo na forma de índice de vazios versus log σ’v de um ensaio com ciclos
de carregamento e descarregamento. Os pontos B, C e E representam a
mudança de comportamento elástico para o comportamento plástico, do
solo.

26
Curva e x log σ’ do ensaio edométrico
• Dependendo do estado de tensão em que o solo se apresenta, ele pode
ser considerado como, normalmente adensado ou pré-adensado.

1) Se a tensão a ele submetido, σ’vo , for a máxima tensão por ele já


suportada, *σ’vm, ou seja σ’vo = σ’vm, trechos BC e CE na figura, o solo é
denominado normalmente adensado.

2) Para a situação em que o estado de tensão atual é menor que a máxima


tensão já suportada pelo solo, (σ’vo < σ’vm) trechos AB e DC da figura, o
solo é dito pré-adensado.

* σ’vm = tensão de pré-adensamento 27


Curva e x log σ’ do ensaio edométrico
• Mecanismos que provocam o efeito de pré-adensamento sobre o
solo:

28
Determinação da tensão de pré-adensamento (σ’vm)
• Método de Casagrande

29
Determinação da tensão de pré-adensamento (σ’vm)

• Método de Casagrande
• A determinação da tensão de pré-adensamento pelo método de
Casagrande apresentado por Taylor [1948] pode ser feita através da curva
índice de vazios versus a tensão efetiva vertical, na escala logarítmica, ou
seja, a curva e versus log σ’v.

• Sobre essa curva, estima-se o ponto de maior curvatura (ponto A na


figura anterior) e através deste ponto, traça-se uma horizontal (H) e uma
tangente (T) à curva. Marca-se em seguida a bissetriz (B) do ângulo
formado entre a horizontal (H) e a tangente (T).

• A abscissa do ponto de interseção da bissetriz com o prolongamento da


reta virgem representa a tensão de pré-adensamento, σ’vm.

30
Determinação da tensão de pré-adensamento (σ’vm)

• Método de Pacheco Silva

31
Determinação da tensão de pré-adensamento (σ’vm)

• Método de Pacheco Silva


• Na curva índice de vazios versus a tensão efetiva vertical, e versus log
σ’v traça-se uma reta horizontal passando pelo índice de vazios inicial, eo.

• Prolonga-se a reta virgem até interceptar a horizontal por eo, ponto A


na figura. Pelo ponto A é traçada uma vertical até interceptar a curva de
compressão no ponto B, e por esta interseção traça-se uma horizontal.

• A abscissa da interseção dessa horizontal com o prolongamento da reta


virgem, ponto C na figura, representa a tensão de pré-adensamento, σ’vm,
determinada pelo método de Pacheco Silva.

32
Determinação da tensão de pré-adensamento (σ’vm)

• Método de Pacheco Silva modificado

• Este método, proposto por Martins (1983), é semelhante ao método de


Pacheco Silva [1970], porém utiliza a curva log (1 + e) versus log σ’vo,
para representar a compressão do solo. Ela é recomendada no caso em
que o trecho de compressão virgem não é linear na curva e versus log
σ’vo .

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PAUSA PRA MUDANÇA DE ASSUNTO:
SOLOS COLAPSÍVEIS
• São solos que sofrem significativa redução de volume quando
umidecidos, com ou sem aplicação de carga adicional.

• As partículas maiores são mantidas por cimentação ou por tensão


capilar, que se perde ao se saturar o sistema ou se aplicar determinado
carregamento.

Mecanismo de colapso:

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PAUSA PRA MUDANÇA DE ASSUNTO:
SOLOS COLAPSÍVEIS
• Ensaios para se identificar um solo colapsível;

 Ensaio de laboratório:

 Ensaio de adensamento.

 Ensaios de campo:

 Ensaio SPT-T;

 Ensaio Pressiométrico Duplo;

 Ensaios de Colapso “in-situ”- Placas.

35
Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• O coeficiente de adensamento de uma camada argilosa, cv, determina
a velocidade na qual um solo se deforma quando solicitado por
acréscimo de tensão, Δσ. Pela equação, pode-se ver que para um mesmo
solo, quanto maior a permeabilidade do solo, mais rápido se dará o
adensamento, pois cv será maior. Por outro lado, quanto mais
compressível for o solo, tanto maior será o tempo necessário para que o
adensamento se processe totalmente, uma vez que maior quantidade de
água terá que sair da massa de solo, e assim o solo apresentará menor cv.

• Com os dados obtidos de um ensaio de adensamento edométrico


incremental, o coeficiente de adensamento do solo pode ser obtido através
de vários métodos, como o método de Taylor e o método de
Casagrande.
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Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Taylor

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Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Taylor

• Segundo o método de Taylor, os dados de deformação devem ser


traçados em uma escala aritmética versus a raiz quadrada do tempo, sendo
desta forma também chamado de “Método da raiz de t”.

• Gráfico deformação x tempo na escala raiz de t: fase inicial do


adensamento será linear e pode ser reescrita na forma U = 1,128 𝑇𝑣 →
reta doq da curva de recalque.

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Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Taylor
• O valor correspondente da raiz de Tv para U = 90% segundo a Eq 1 é
𝑇𝑣 = 0,798. Por outro lado, pela Eq 2, Tv = 0,848 para U = 90, sendo
desta forma 𝑇𝑣 = 0,921. A razão desses dois valores de Tv é 0.921/0,798
= 1,154, que foi tomado com 1,15.

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Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Taylor

• O método de Taylor consiste em se determinar o início, do, do


adensamento, através de um ajuste fase linear da curva de adensamento.

• O início do adensamento é determinado pela interseção da fase linear,


extrapolada, com o eixo das deformações. Uma segunda reta com abscissa
1,15 vez maior do que a reta da fase linear e traçada, pr = 1,15 pq. Essa
segunda reta intercepta a curva de compressão de laboratório no ponto A,
onde U = 90 %. A abscissa do ponto A é 𝑡90 .

40
Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Taylor

• Com o valor de 𝑡90 e 𝑇90 = 0,848 (fator tempo para U = 90 %) o


coeficiente de adensamento do solo pode ser determinado como:

• O valor de Hd a ser utilizado na equação é a máxima distância de


drenagem a 50 % de deformação, ou seja, é a média de Hd para o início e
o fim do estádio de carregamento.

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Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Casagrande

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Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Casagrande
• É necessário que os resultados de deformação sejam traçados em
uma escala aritmética sendo o tempo representado na escala
logarítmica, por este motivo, este método é também chamado de
“Método log t”.

• Casagrande, em seu método, corrige a deformação elástica


inicial determinando-se o foco da parábola, que representa 0% do
adensamento primário.

• A determinação do foco desta parábola no gráfico da deformação


versus log t, ou seja, inicio do adensamento, é feita tomando-se dois
tempos, t1 e t2, tal que t2 = 4t1. Em seguida, a diferença de
deformação entre t1 e t2, distância vertical entre P e Q, é subtraída
do valor da deformação correspondente ao tempo t1, ponto P. 43
Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Casagrande
• O final do adensamento primário é determinado através da
interseção da fase linear da curva de recalque com o prolongamento
da fase de compressão secundária, ponto T.

• Com a média dos valores de 0 % e 100 % de adensamento


calcula-se a deformação para 50% do adensamento e determinar-se
à partir da curva de adensamento o tempo t50, que representa o
tempo necessário para transcorrer 50 % do adensamento.

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Determinação do coeficiente de adensamento (cv)
• Método de Casagrande
• Com os valores de t50, T50 = 0,197 e Hd correspondente a 50 %
de deformação calcula-se, então, cv pela equação abaixo:

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