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TRABALHO DE ORTODONTIA
DOCENTE
_____________________________
Dra. Rebeca
TRABALHO DE ORTODONTIA
INTEGRANTES
II
EPÍGRAFE
“O tempo tem uma forma maravilhosa de nos mostrar o que realmente importa”..
Autor desconhecido
III
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho a todos quanto fazem parte do nosso ciclo social e que
contribuem para o nosso sucesso.
IV
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus pela força e pela capacitação para a realização dos
nossos alvos acadêmicos.
V
RESUMO
Sabe-se que a movimentação ortodôntica está relacionada à interação de diversos factores,
como características biológicas individuais dos pacientes, biomecânica utilizada pelo
profissional e propriedades dos fios ortodônticos. A acção do fio ortodôntico é directamente
dependente de suas propriedades estruturais e mecânicas. O tipo de liga metálica,
biocompatibilidade, dureza, módulo de elasticidade, atrito e diversas outras características são
importantes para a seleção adequada de cada fio ortodôntico. Atualmente, pesquisas sobre
diferentes ligas metálicas têm possibilitado uma maior diversificação dos fios ortodônticos,
aprimorando técnicas e protocolos de tratamento no intuito de trazer melhorias para a
Ortodontia. Dos vários materiais utilizados em ortodontia, as ligas metálicas continuam a ser
amplamente utilizadas e estudadas. Neste trabalho foram abordadas as ligas metálicas
disponíveis para ser utilizadas no tratamento ortodôntico, bem como as suas principais
aplicações e indicações clínicas. Foram ainda discutidos alguns estudos comparativos e
implicações clínicas relacionadas com estas ligas como a citotoxicidade, mutagenicidade,
potencial alergénio, corrosão e reação quando expostas a material fluoretado.
VI
ABSTRACT
It is known that orthodontic operations are related to the interaction of several factors, such as
individual biological characteristics of patients, biomechanics used by professionals and
properties of orthodontic wires. The action of orthodontic wire depends directly on its structural
and mechanical properties. The type of metal alloy, biocompatibility, hardness, modulus of
elasticity, friction and several other characteristics are important for the appropriate selection
of each orthodontic wire. Currently, research into different metal alloys has enabled a greater
diversification of orthodontic wires, improving techniques and treatment protocols with the aim
of bringing improvements to Orthodontics. Of the various materials used in orthodontics,
metallic alloys continue to be widely used and studied. In this work, the metal alloys available
for use in orthodontic treatment were discussed, as well as their main applications and clinical
frequencies. Some comparative and clinical studies related to these alloys were also discussed,
such as cytotoxicity, mutagenicity, allergen potential, corrosion and events when exposed to
fluoridated material.
VII
ÍNDICE
EPÍGRAFE ........................................................................................................................................... III
DEDICATÓRIA .................................................................................................................................. IV
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................................ V
RESUMO.............................................................................................................................................. VI
ABSTRACT ........................................................................................................................................ VII
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................................... 1
OBJECTIVOS DE ESTUDO ............................................................................................................. 2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ......................................................................................................... 2
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ......................................................................................................... 2
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO/CIENTÍFICO ............................................... 3
1.1. ORTODONTIA ................................................................................................................ 4
CONCLUSÃO .................................................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 17
VIII
INTRODUÇÃO
Os materiais usados em Ortodontia são na maioria metálicos, como os braquetes, molas,
tubos, fios e bandas, o que justifica a necessidade do conhecimento desses metais. A evolução
tecnológica dos fios ortodônticos é fundamental para o aprimoramento da Ortodontia e nos
últimos anos enormes progressos foram obtidos em relação ao desenvolvimento de novas ligas,
ao processo de fabricação e controle de qualidades mecânicas dos fios.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
O problema a ser identificado em relação às ligações metálicas ortodônticas pode ser:
1
OBJECTIVOS DE ESTUDO
Geral
Específicos
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
As ligações metálicas ortodônticas desempenham um papel fundamental no tratamento
ortodôntico, pois são responsáveis por unir os brackets aos fios, permitindo a movimentação
dos dentes de forma controlada e eficiente. Elas proporcionam estabilidade e direcionamento
adequado das forças ortodônticas.
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente tema teve a sua delimitação com o estudo sobre as ligações metálicas
ortodônticas feito na Clínica da Universidade Jean Piaget de Angola em Novembro de 2023.
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CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO/CIENTÍFICO
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1.1. ORTODONTIA
As ligas metálicas são do ponto de vista legal, dispositivos médicos, uma vez que
funcionam principalmente por causa das suas propriedades mecânicas como substitutos dos
tecidos dentários perdidos (Schmalz e Garhammer, 2002).
As ligas metálicas podem também ser classificadas de acordo com as suas fases: a fase
única e a fase múltipla. As ligas de fase única possuem a mesma composição e uma estrutura
similar e homogénea; as ligas de fase múltipla possuem áreas com composições diferentes
apresentando, por isso, uma estrutura heterogénea e são mais propensas a corrosão e menor
biocompatibilidade do que as ligas de fase única (Lockwood E Nelson, 1999).
Actualmente as bases das ligas estão entre: ouro, prata, cobalto, níquel ou titânio; os
metais mais frequentemente encontrados nas ligas odontológicas são: ouro (Au), prata (Ag),
paládio (Pd), níquel (Ni), cromo (Cr), cobalto (Co), molibdênio (Mo), berílio (Be) e titânio (Ti).
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Níquel: tem características importantes como boa resistência mecânica e alta
ductilidade; è um dos elementos mais alergénicos e o mais potente sensibilizador de todos os
metais. Segundo testes realizados, uma liga contendo níquel somente perde suas propriedades
alergénicas com um conteúdo mínimo de 20% de cromo, tornando-se, então, estável e
suficientemente resistente à corrosão no ambiente bucal.
Berílio: metal que melhora as propriedades mecânicas das ligas. Reduz a temperatura
de fusão, melhora a união entre o metal e a cerâmica e facilita o polimento, gerando uma
superfície brilhante após a fundição. A quantidade máxima de berílio autorizada numa liga é de
2%.
Outros componentes, como o carbono (C) podem estar presentes nas ligas
odontológicas; são relativamente menos influentes sobre as propriedades físicas e a
biocompatibilidade das ligas pelo facto de estarem em menores quantidades.
O carbono è um dos elementos mais críticos constituintes das ligas; è utilizado para
aumentar a dureza e a resistência a tensão da estrutura. se estiver presente em mais do que 0,2%
diminuirá a resistência mecânica e tornará a liga mais friável (Morris et al., 1992).
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1.4. LIGAÇÕES METÁLICAS ORTODONTICAS
Os fios ortodônticos são obtidos através de ligas metálicas. Uma liga metálica é uma
união sólida de dois ou mais tipos de metais, no intuito de aproveitar as melhores características
de cada elemento (Philips, 1993). Os tipos de liga são:
Até 1930 metais preciosos eram utilizados em aparelhos ortodônticos, pois nenhum
outro material disponível na época apresentava melhor biocompatibilidade. Ligas de ouro
associadas ao cobre, platina, paládio e níquel eram bastante utilizadas. Devido principalmente
ao alto custo, as ligas de ouro foram substituídas por materiais alternativos (Ferreira, 1999).
Os fios ortodônticos de aço inoxidável aceitam dobras e por isso podem ser utilizados
em braquetes sem angulação e torque, onde o ortodontista irá introduzir nas dobras dos fios, as
activações necessárias. Em aparelhos pré torqueados e angulados, as ativações já estão
embutidas nos braquetes.
A maioria das bandas, braquetes e fios ortodônticos são feitos de aço inoxidável
contendo aproximadamente 8% a 12% de níquel, 17% a 22% de cromo e proporções variadas
de manganês, titânio, ferro e cobre. O cromo é o elemento responsável pela
resistência à corrosão apresentada por esses tipos de fios (Gursoy et al 2005).
Devido à alta rigidez do aço inoxidável, fios de maior diâmetro não devem ser forçados
para dentro das canaletas dos braquetes em grandes apinhamentos, pois haverá deformação
irreversível do fio e perda da capacidade de activação. A alta rigidez é bastante vantajosa nas
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fases finais do tratamento ortodôntico onde há necessidade de grande resistência por parte dos
fios às deformações causadas por forças mastigatórias.
Os fios de aço inoxidável possuem o menor coeficiente de atrito dentre os demais fios,
o que resulta em baixa fricção com a canaleta dos braquetes e grande eficiência para realização
de movimentos de deslizamentos. São pouco resilientes, ou seja, absorvem pouca energia de
ativação, dissipando essa energia mais rapidamente do que os fios de níquel-titânio. Essa
propriedade resulta na liberação de níveis de força mais elevados para os dentes, porém com
rápida dissipação, o que torna necessária a reativação mais freqüente do aparelho (Almeida,
Mariuzzo & Ferreira, 1996).
O fio Elgiloy é feito a partir de uma liga de cobalto-cromo-níquel e pode ser facilmente
dobrado sem fraturar, sendo muito utilizado na técnica de Ricketts (Langlade, 1993; Bench,
Gugino & Hilgers, 1996). É comercializado em quatro diferentes têmperas: Azul (macio),
Amarelo (dúctil), Verde (semiresiliente) e Vermelho (resiliente). O azul é o mais facilmente
dobrado, sendo recomendado para a confecção de alças, enquanto o vermelho é o de mais alta
resiliência, apesar de requerer um cuidado maior nas dobraduras.
Apresentam coeficiente de atrito mais elevado do que o aço inoxidável (Ferreira, 1999).
Sua maior resiliência e tenacidade em relação aos fios de aço inoxidável podem gerar forças
mais leves com dissipação mais lenta pela maior resiliência e uma maior resistência a fratura
pela maior tenacidade.
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Quando resfriados podem ser defletidos com facilidade dentro das canaletas dos
braquetes. Quando são atingidas temperatura em torno de 35°C na boca do paciente, os fios
tendem a voltar a forma de arco dada durante a fabricação gerando a ativação, ou seja, tendem
a retornar a forma original através da mudança de temperatura (Almeida, Mariuzzo & Ferreira,
1996).
A liberação de níquel por esses tipos de fios não apresenta efeitos biológicos negativos
significantes, porém é importante que indivíduos alérgicos ao níquel não sejam expostos a esse
metal, pois baixas concentrações são suficientes para causar reações alérgicas (Kim & Johnson,
1999; Gursoy et al, 2004; Huang, 2005).
O Cooper Ni-Ti é uma liga quaternária, composta por níquel, titânio, cobre e cromo.
Possui maior resistência às deformações permanentes do que as ligas de níquel-titânio
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normalmente encontradas. Existem quatro diferentes tipos de Copper Ni-Ti com temperaturas
de transformação precisas e constantes.
Este tipo de fio é muito utilizado na mecânica de Burstone, pois apresenta módulo de
elasticidade menor do que o aço inoxidável. Possui grande recuperação elástica (Ferreira 1999;
Burstone 2003), o que é favorável para liberação de níveis de força mais baixos.
Apresenta alta fricção com a canaleta do braquete quando comparado ao aço inoxidável
e capacidade de soldagem com maior resistência ao cisalhamento, mantendo melhores
características de superfície do fio após soldagem do que o aço inoxidável (Krishnan, Kumar
& Orth, 2004).
Os fios dessa liga são compostos pelos materiais do seu nome. Permitem dobras e
apresentam propriedades mecânicas semelhantes ao fio de TMA, porém, com menor rigidez.
Sua rigidez é 20% menor que a exibida pelo TMA e 70% menor que a oferecida pelo aço
inoxidável. Aceita soldagem elétrica, o que favorece a colocação de acessórios.
Por não conter níquel, tornou-se junto com os braquetes cerâmicos a opção mais viável
para pacientes alérgicos a esse elemento. É uma opção para os fios de aço inoxidável em virtude
da baixa rigidez e uma alternativa para o níquel-titânio por aceitar dobras (Gurgel, Ramos &
Kerr, 2001).
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Não é recomendado para mecânicas de retração ou fechamento de espaço por
deslizamento devido à baixa rigidez que pode permitir deflexão do fio com maior facilidade e
pelo seu coeficiente de atrito ainda pouco estudado.
Cor: é determinada de cor branca para as ligas não preciosas, assim como para as de
prata e paládio e cor amarela para as ligas preciosas contendo alta percentagem de ouro. As
ligas brancas com alta percentagem de ouro são chamadas de ouro branco, descolorido pelo
paládio. O titânio apresenta cor mais acinzentada e com menos brilho que o cromo.
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1.6. BIOCOMPATIBILIDADE DAS LIGAS ODONTOLÓGICAS
A composição de uma liga odontológica pode ser expressa de duas maneiras distintas:
em porcentagem do peso específico ou em quantidade de átomos de cada componente presente
na liga, ou seja, em porcentagem do peso atômico. A primeira é a mais utilizada, contudo, a
segunda permite entender melhor as propriedades biológicas. O peso específico e o peso
atômico podem diferir muito um do outro; um metal leve contém muitos átomos, e um metal
pesado contém poucos átomos. O peso atômico prevê melhor a quantidade de átomos que
podem ser liberados e afetar o corpo humano. Porém, os fabricantes geralmente apresentam a
composição de uma liga por porcentagem do peso específico.
Elementos devem ser liberados para causar alergia. Em resposta, os tecidos gengivais
apresentam inflamação significante. Estudos mostram que alergias a ligas odontológicas
somente podem ocorrer em presença de corrosão e liberação de íons metálicos. É sempre difícil
de determinar se uma resposta inflamatória a íons metálicos é mediada por um mecanismo
alérgico ou tóxico, ou mesmo por uma combinação dos dois. Normalmente, as respostas
alérgicas são caracterizadas independentemente da dose aplicada.
Corrosão é uma propriedade química que tem conseqüências para outras propriedades
da liga como: estética, resistência e biocompatibilidade. A corrosão ocorre quando elementos
dentro da liga ionizam então os elementos descarregados dentro da liga perdem elétron e
tornam-se íons positivamente carregados pois estão liberados dentro da solução. A corrosão é
um fenômeno extremamente complexo e depende de uma variedade de fatores físicos e
químicos.
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A presença de íons em quantidade suficiente pode alterar ou desabilitar totalmente o
metabolismo celular dos tecidos gengivais vizinhos, mas não se garante que danos vão ocorrer.
Quanto maior for o tempo de exposição das células aos íons metálicos, menos concentrados
encontram-se os efeitos biológicos.
Alguns elementos apresentam maior tendência para se liberarem das ligas e esta
tendência é referida como instabilidade. Elementos como prata, cobre, níquel, gálio e zinco tem
maior tendência para ser liberado comparado com elementos como ouro e paládio, por esta
razão ligas altamente nobres ou nobres sofrem menor influência da corrosão. A prata tem
moderada instabilidade e terá menor tendência para ser liberado. Ouro, paládio e platina têm
baixa instabilidade e são improváveis de serem liberados em alto nível. O mais resistente à
corrosão é o titânio.
A instabilidade dos elementos não é absoluta, pois alguns elementos instáveis podem
ser alterados por outros elementos da liga. O paládio contribui na redução da instabilidade do
cobre na ligas à base de ouro. A condição ambiental da liga também poderá afetar a liberação
de elementos.
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1.7. PERI-IMPLANTITE
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Alguns estudos relataram que as superfícies de implante de zircônia mostraram uma
redução estatisticamente significativa na formação de biofilme em comparação com superfícies
de implante de titânio (Conserva et al., 2017). Foi comprovado que a zircônia mostrou uma
redução estatisticamente significativa na espessura de três espécies de biofilme (Streptococcus
sanguinis; Porphyromonas gingivalis; Fusobacterium nucleatum) em comparação com o titânio
(Roehling et al., 2017).
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CONCLUSÃO
A tecnologia de novos materiais para fios ortodônticos tem aproximado o ideal
terapêutico da prática clínica. Grandes diferenças de composição química e de propriedades
mecânicas são encontradas entre os diferentes tipos de fios ortodônticos, o que lhes proporciona
diferentes indicações, no intuito de acompanhar as variações da mecânica ortodôntica, seguindo
o propósito particular para o qual cada fio foi projetado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Gurgel, J. A., Ramos, A. L. e Kerr, S. D. Fios Ortodônticos. R Dental Press Ortodon Ortop
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Kim, H., Johnson, J. W. Corrosion of stainless steel, nickel-titanium, coated nickeltitanium, and
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