Você está na página 1de 65

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

TRABALHO DE FIM DO CURSO DE LICENCIATURA EM ODONTOLOGIA

Realizado por: Celmira José

COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À CIRURGIA ORTOGNÁTICA: REVISÃO DE


LITERATURA

Orientador: Edmilson Subtil

Luanda_____/____/2023
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

TRABALHO DE FIM DO CURSO DE LICENCIATURA EM ODONTOLOGIA

COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À CIRURGIA ORTOGNÁTICA: REVISÃO DE


LITERATURA

Realizado por: Celmira José

Orientador: Edmilson Subtil

Luanda____/____/2023
DEDICATÓRIA
Meu Deus receba a minha eterna gratidão por ser essencial em minha vida,
és o meu Deus, o meu refúgio, e a minha fortaleza, dou graças a Deus que deu-me
forças e considerou-me fiel.

Dedico este trabalho especialmente ao meu hipérbole amor (Neusa Patrícia)


por todo apoio incondicional não mediu esforços para que eu chegasse até esta
etapa da minha vida, obrigada pela oportunidade, confiança, compreensão e por
sempre acreditar em mim, gratidão pelo incentivo desde o início da minha vida
acadêmica, muito obrigada por todas as palavras coragem, força e é. A ti todos os
aplausos e a minha eterna gratidão.

Dedico este bem como todas as minhas demais conquistas, aos meus
amados pais, por todo apoio durante essa jornada, vocês com certeza são parte
dessa vitória.

I
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus irmãos por todo apoio durante essa jornada, vocês com
certeza são parte dessa vitória.

E dizer que a você Hilundilwa? Tu es o meu maior exemplo de profissional e


espero poder ser ao menos metade da pessoa maravilhosa que tu és. Muito
obrigada pelo encorajamento nas horas de dúvidas, obrigada por tudo que fizeste
por mim nesta minha caminhada.

Ao meu tio, Sousa e a minha Isabel Ribeiro na verdade, eu sei que vocês não
ficam praticando o bem a espera de reconhecimento, de gratidão mas é o mínimo
que posso fazer para manifestar meu carinho e admiração pela pessoa
extraordinária que vocês são. Mil agradecimentos, que de forma ou de outra
ajudaram para que eu concluísse essa etapa, obrigada por todo apoio de sempre.

Aos meus mestres que acompanharam a minha jornada e foram essências a


minha formação como profissional e além disso a minha evolução como pessoa.

Agradeço ao Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude por me


proporcionar um ambiente criativo e enriquecedor para os estudos. Sou grata a cada
membro do corpo docente, direção e administração dessa instituição de ensino.

Familiares e verdadeiras amizades, dedico essa conquista com a mais


profunda admiração e respeito. Amo vocês.

Obrigada!

II
EPÍGRAFE

Talvez não tenha conseguido fazer o meu melhor, mas lutei para que
fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas graças a Deus, não o que
era antes.

Marthin Luther King

III
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SSRO - Osteotomia do Ramo Sagital Segmentada

IVRO - Osteotomia do Ramo Vertical Intraoral

IVSRO - Osteotomia do Ramo Vertico-Sagital Intraoral

DTMs - Desordens temporomandibular

TEV - Tromboembolismo Venoso

AINEs - Anti-inflamatórios Não Esteroidais

AOS - Apneia Obstrutiva do Sono

IV
RESUMO

A cirurgia ortognática envolve técnicas de osteotomia realizadas no sistema


mastigatório com o objetivo de corrigir diferenças na maxila para estabelecer o
equilíbrio facial e craniano. No entanto, possíveis complicações são inerentes a
qualquer procedimento cirúrgico. O objetivo desta revisão de literatura é descrever a
história da cirurgia ortognática, coletar suas complicações relatadas e fornecer uma
discussão relevante sobre as complicações classificadas como comuns ou raras.
Este trabalho é um estudo transversal/descritivo e revisão de literatura. Bases de
dados virtuais foram utilizadas como fontes, como artigos indexados em Virtual
Scientific Database, Scielo e Google Scholar. Os critérios de inclusão dos estudos
foram: tempo de publicação, objetivo, relevância do artigo científico e conteúdo que
ajudasse a sustentar o argumento da pesquisa. Complicações na cirurgia
ortognática podem ocorrer a qualquer momento durante o curso do tratamento: no
julgamento e planejamento pré-operatório, durante o tratamento ortodôntico
perioperatório ou no intraoperatório. As complicações são danos aos nervos,
osteotomia desfavorável, problemas da articulação temporomandibular, hemorragia,
má oclusão, desvio de septo, infecção, sinusite maxilar, lesões dentárias, necrose
óssea, doença periodontal, deficiência oftalmológica, falha de material de
osteossíntese, problemas de audição, perda de cabelo, disfagia, e problemas
neuropsiquiátricos. Existe uma grande variedade de complicações associadas à
cirurgia ortognática, incluindo complicações incomuns que são difíceis de prever.
Complicações podem ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico e a cirurgia
ortognática não é exceção, podendo ocorrer até mesmo para o cirurgião mais
experiente. Se revisarmos as complicações mais comuns e como são resolvidas, e
fizermos um planejamento adequado, elas podem ser minimizadas sem afetar ou
influenciar o resultado final, o que nos permitirá preveni-las e resolvê-las de forma
adequada, caso ocorram.

V
Palavras-Chave: Cirurgia, Ortognática, Complicações

ABSTRACT

Orthognathic surgery consists of osteotomy techniques performed on the masticatory


system, in order to correct maxillary discrepancies to establish facial and cranial
balance. However, possible complications are inherent in any surgical procedure.
The purpose of this literature review is to characterize the context of orthognathic
surgery, gathering its reported complications and providing a discussion related to
those classified as common or rare. The work is a transversal / descriptive study and
literature review. They were used as a source, as virtual databases as articles
indexed in the virtual scientific bases, Scielo and Google academic. The criteria for
inclusion in the study were: publication period, objectives, promotion of scientific
articles and that serve to support the study's arguments. Complications in
orthognathic surgery can occur at any time during the course of treatment: in the
preoperative judgment and planning, during perioperative or non-intraoperative
orthodontic treatment. Complications are nerve damage, unfavorable osteotomy,
temporomandibular joint problems, hemorrhage, malocclusion, septal deviation,
infection, maxillary sinusitis, dental lesions, bone necrosis, periodontal disease,
ophthalmic deficiency, failure of osteosynthesis material, hearing problems, hair loss,
dysphagia, and neuropsychiatric problems. There is a wide variety of complications
associated with orthognathic surgery, including unusual complications that are
difficult to predict. Complications can occur in any surgical procedure and
orthognathic surgery is no exception, and can occur even for the most experienced
surgeon. If we review the most common complications and how they are resolved,
and do an appropriate planning, they can be minimized without affecting or causing
the final result, which will allow us to prevent and resolve them properly, if they occur.

VI
Key Words:Surgery, Orthognathic, Complications.

ÍNDICE
DEDICATÓRIA...............................................................................................................I
AGRADECIMENTOS....................................................................................................II
EPÍGRAFE...................................................................................................................III
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.......................................................................IV
RESUMO......................................................................................................................V
ABSTRACT..................................................................................................................VI
INTRODUÇÃO..............................................................................................................1
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.................................................................................4
JUSTIFICATIVA............................................................................................................5
OBJETIVOS..................................................................................................................6
CAPITÚLO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CIENTIFICA..........................................7
1.1. Definição de Termos e Conceitos....................................................................7
1.2. Cirurgia Ortognática.........................................................................................9
1.2.1. Complicações Em Cirurgia Ortognática.........................................................14
1.2.2. Complicações Pré-Operatórias......................................................................15
1.2.3. Complicações Intraoperatórias......................................................................16
1.2.4. Hemorragia.....................................................................................................16
1.2.5. Fraturas De Divisão/Segmento Ruins............................................................17
1.2.6. Complicações Pós-Operatórias.....................................................................17
1.2.7. Recaída..........................................................................................................17
1.3. Espaço entre o segmento proximal e distal:..................................................17
1.3.1. Mau Posicionamento Do Côndilo...................................................................18
1.3.2. Tensão Pterigomassetérica...........................................................................18
1.3.3. Rotação No Sentido Horário Do Segmento Proximal....................................18
1.3.4. Lesão Neurológica.........................................................................................19
1.3.5. Dor Neuropática.............................................................................................20
1.3.6. Mudança Da Morfologia Nasal.......................................................................21
1.3.7. Desordem Temporomandibular.....................................................................22
1.4. Pseudoaneurisma..........................................................................................25
1.4.1. Lesão No Dente.............................................................................................25
1.5. Tromboembolismo Venoso............................................................................26
1.5.1. Náuseas E Vômitos Náuseas E Vômitos.......................................................26

VII
1.5.2. Ronco Ou Apneia Obstrutiva Do Sono..........................................................27
1.6. Disfunção Da Trompa De Eustáquio Em Cirurgia Ortognática.....................27
1.6.1. Problemas Periodontais.................................................................................28
1.7. A Cirurgia Ortognática E Suas Indicações....................................................28
1.7.1. Os Problemas Das Desordens Dentofaciais.................................................28
1.8. Indicações Da Cirurgia Ortognática...............................................................29
1.9. Os Tipos De Cirurgia Ortognática..................................................................31
1.10. A Importância Da Cirurgia Ortognática No Tratamento De Desordens
Dentofaciais.................................................................................................................33
1.11. As Vantagens Da Cirurgia Ortognática Em Relação Ao Aumento Da
Qualidade De Vida......................................................................................................33
CAPITULO II- METODOLOGIA DE ESTUDO............................................................35
CAPITULO III- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO..................36
CONCLUSÃO..............................................................................................................40
RECOMENDAÇÕES...................................................................................................41
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................................42
ANEXOS......................................................................................................................46

VIII
IX
INTRODUÇÃO

Como introdução, parece oportuno citar a cirurgia ortognática, que inclui a


técnica de osteotomia realizada na mastigação, com o objetivo de corrigir os desvios
maxilares para alcançar o equilíbrio facial e craniano.

A cirurgia ortognática é realizada através do realinhamento dos maxilares


superior e inferior para corrigir irregularidades na face e nos maxilares superior e
inferior e para garantir a posição correta dos dentes.

Assim, a cirurgia ortognática é mais do que um procedimento cirúrgico; Tem


sido descrito como uma intervenção que combina ortodontia com cirurgia oral e
maxilofacial em um esforço para corrigir anormalidades dentárias e esqueléticas.
Problemas orofaciais dificultam muito a mastigação, o que deixa os pacientes
insatisfeitos com sua condição bucal e leva a uma redução na qualidade de vida
(NUNES, 2017).

Alguns casos podem indicar a necessidade de cirurgia ortognática. Estes


podem incluir dificuldade para mastigar ou falar, dor crônica na mandíbula, dentes
aumentados, dificuldade em abrir a boca, morder a boca aberta, equilíbrio facial
deficiente, defeitos congênitos, mandíbula afundada, mandíbula protuberante,
dificuldade em fechar os lábios sem esforço e respiração bucal crônica com boca
seca . . Apneia do sono (DANEU, 2017). Simon H. Hullieh de Wheeling, WV realizou
a primeira osteotomia para esses propósitos em 1999.

Este procedimento foi introduzido no Brasil em 1979 pelo professor Antenor


Araujo. Ao longo dos anos, o aprimoramento das técnicas cirúrgicas e o
desenvolvimento de novos materiais de fixação reduziram as recidivas pós-
operatórias. Essas melhorias tornam a cirurgia mais segura, a tecnologia mais
agradável e o processo de reabilitação do paciente mais fácil.

No entanto, potenciais complicações são inerentes a qualquer procedimento


cirúrgico. Vários estudos relatam complicações associadas à cirurgia ortognática e
as distinguem de acordo com o procedimento (NUNES, 2017).

1
Complicações intraoperatórias devido a lesão do nervo ou fraturas de
osteotomia fraca ocorreram em 3,7%, sangramento excessivo em 2% e lesão de
tecidos moles por exposição do segundo nervo alveolar inferior em 1,3%. Alguns dos
mais comuns incluem divisões falsas; Mudanças na técnica e uso de outros
sistemas de osteotomia são sugeridos como opções para reduzir o risco de
osteoartrite. Da mesma forma, alguns protocolos de anestesia foram implementados
para reduzir o sangramento intraoperatório e reduzir o potencial de lesão vascular
(COUTINHO; MORENO, 2016).

Durante o período pós-operatório, a diminuição da sensação foi associada ao


desconforto do paciente; No entanto, outros autores descreveram algumas dessas
alterações como inerentes à cirurgia, pois grande parte dos indivíduos pode
apresentar limitações sensoriais que podem ou não interferir na vida diária do
paciente. Mudanças de vida.

Embora as complicações relatadas sejam limitadas, quando ocorrem


aumentam o tempo da cirurgia, o risco de incapacidade permanente, a necessidade
de reoperação, além de complicar a qualidade de vida dos pacientes, o que exige
experiência para evitá-las (Coutinho, Moreno, 2016).

De acordo com Turvey et al. (1988, apud GUIMARÉS et al., 2014) Em alguns
casos, os pacientes podem apresentar deformidades que não podem ser resolvidas
com a mobilização de apenas uma parte, sendo necessária a cirurgia combinada.
Nesse sentido, a quinoplastia tem sido descrita por alguns autores como um
aperfeiçoamento dessa técnica pelo efeito estético adicional de projetar o mento nos
sentidos póstero-lateral, craniofacial e ântero-posterior.

Outro tipo de cirurgia ortognática é a expansão rápida dos maxilares com


assistência cirúrgica. Esta cirurgia visa expandir lateralmente o maxilar superior
enfraquecendo a resistência óssea através de uma osteotomia vertebral.

O pilar ósseo será separado por meio de um aparelho de alongamento que


libera a força necessária para a realização do procedimento. Este procedimento
também pode ser considerado uma distração ortopédica. (Scartzini e outros, 2007).

Porém, além do diagnóstico e indicação correta, é necessário um


planejamento cirúrgico adequado. para Matos e cols. (2015) É importante preparar

2
adequadamente o paciente e fornecer ao paciente informações que o façam pensar
na possibilidade de cirurgia, sendo interessante levar em consideração as
expectativas e o estado psicológico do paciente, bem como seu estado estético e
funcional .

É isso. pois estes podem ser muito importantes na determinação do


prognóstico. O acompanhamento psicológico também é importante, segundo os
autores, pois muitas vezes os pacientes entram na sala de cirurgia com a intenção
de se recuperar de traumas passados relacionados à sua aparência. importante.

Segundo Nicodemo, Pereira e Ferreira (2007), as malformações faciais ou


odontofaciais têm um potencial psicológico e social devastador, impactando
negativamente a vida do paciente e afetando não apenas a autoconfiança do
paciente, mas também suas relações pessoais, questões sociais e psicológicas.

Portanto, os pacientes com esse tipo de malformação também devem tentar


enfrentar esses problemas psicossociais, na esperança de que as mudanças físicas
resolvam seus problemas pessoais e sociais, melhorando sua aparência por meio da
cirurgia.

O processo de correção da deformidade inclui, portanto, não apenas um


aspecto técnico, mas também um aspecto psicossocial que requer a cooperação do
paciente e exige comportamentos que facilitem e encapsulam o trabalho
interdisciplinar dos profissionais.

Além desses aspectos, os pacientes podem ficar insatisfeitos com o resultado


do tratamento e até mesmo apresentar problemas psicológicos pós-operatórios, que
podem ser atribuídos à falha (se houver) do cirurgião e da equipe. seja tarde demais.
Falta de avaliação psicológica prévia ou falta de orientação adequada. (NICODEMO,
PEREIRA e FERREIRA, 2007)

Matos et al. (2015) também argumentam que o acompanhamento psicológico


dos pacientes durante o processo de preparação para a cirurgia de mandíbula dupla
é importante. Isso porque as expectativas quanto aos benefícios psicológicos da
realização da cirurgia são explicitamente estimadas e essas expectativas podem não
corresponder à realidade.

3
Também pode haver uma falta de consciência dos custos emocionais da
cirurgia e distúrbios psicopatológicos. Além disso, dizem os autores, os pacientes
que recorrem à cirurgia muitas vezes buscam a recuperação de traumas pré-
existentes devido a problemas que os provocam, falham ou dificultam os
relacionamentos. cirurgia, recomenda-se que a equipe de tratamento inclua um
psicólogo com o objetivo de auxiliar esse profissional nas questões relacionadas às
necessidades emocionais desses pacientes.

FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Da saúde bucal e de outros aspectos da vida, bem como de uma perspectiva


social, há muitas reclamações sobre o impacto das doenças buco-maxilo-faciais na
qualidade de vida dos pacientes.

Portanto, este projeto busca esclarecer questões relacionadas à cirurgia


ortognática e suas indicações, enfatizando sua importância no tratamento das
doenças dentofaciais e seu impacto na qualidade de vida dos pacientes. Portanto,
sabendo que diversas deformidades dentofaciais são encontradas na população,
torna-se muito importante realizar este estudo sobre o tema proposto.

Pergunta De Pesquisa: Em que ocasiões pode-se escolher a cirurgia


ortognática como opção de tratamento?

4
JUSTIFICATIVA

Atualmente, a harmonia facial é muito valorizada e sabe-se que depende de


uma boa relação entre os vários componentes do sistema oral e maxilar, como
músculos, órgãos, articulações, etc.

Nesse sentido, para o tratamento das doenças bucomaxilofaciais, a


combinação de estética e função é o mais importante. A realização isolada não é
suficiente para resolver problemas oclusais, mesmo quando a fixação óssea é
desproporcional, e outros problemas semelhantes que afetam a estética facial e
impedem a fisiologia normal do sistema estomatognático

5
OBJETIVOS

Objetivos Gerais

 Caracterizar o contexto da cirurgia ortognática, reunindo suas complicações


relatadas e fornecer uma discussão relacionada àquelas classificadas como
comuns ou raras.

Objetivos Específicos

 Descrever as indicações da Cirurgia Ortognática e a sua importância como


tratamento de escolha.
 Realizar uma revisão bibliográfica sobre a Cirurgia Ortognática e suas
indicações e vantagens
 Estudar a importância da cirurgia ortognática para a odontologia no reparo de
desordens dentofaciais.

6
CAPITÚLO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CIENTIFICA

1.1. Definição de Termos e Conceitos

A cirurgia ortognática (CO) é o procedimento cirúrgico capaz de movimentar


os maxilares e corrigir as discrepâncias dentoesqueléticas, restabelecendo, assim, a
harmonia facial e a oclusão ideal. Entretanto, as deformidades dentoesqueléticas
não comprometem somente a função mastigatória e a estética dos pacientes, mas
também, podem levar à diminuição do espaço das vias aéreas, contribuindo para o
desenvolvimento de distúrbios respiratórios, como a apneia obstrutiva do sono.
(ALVES, 2016)

A cirurgia ortognática, ramo da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial


(CTBMF), trata da correção das deformidades dentofaciais, sendo esses casos
tratados por uma equipe multidisciplinar, coordenada por um Cirurgião
Bucomaxilofacial e um Ortodontista (LAUREANO FILHO et al. , 2003).

A cirurgia ortognática é um ramo da medicina que tem como principal objetivo


correção de deformidades e impurezas dentárias através de intervenção cirúrgica
combinação com tratamento ortodôntico (American Association of Oral and
Cirurgiões Maxilofaciais, 2008; Panula, 2003).

O tratamento visa atender a cinco princípios básicos: harmonia facial,


harmonia dentária, oclusão funcional, saúde das estruturas orofaciais e estabilidade
cirúrgica (ARAUJO, 1999).

A cirurgia ortognática é um ramo da cirurgia bucomaxilofacial que trata das


doenças dos dentes, face e maxilares e é realizada por uma equipe multidisciplinar
coordenada por cirurgiões bucomaxilofaciais e ortodontistas. Este tratamento visa
alinhar as proporções faciais e a posição dos dentes, além de tratar problemas
oclusais. (LAUREANO et al. 2002 e GUIMARÉS et al. 2014)

A cirurgia ortognática é considerada um ramo da cirurgia


bucomaxilofacial,Foco na correção de deformidades dentofaciais
(LAUREANOFILHO et al., 2003). Essa deformidade afeta aproximadamente 20% da
população. Diferentes graus de comprometimento funcional e estético (WOLFORD e
FIELDS,1999).
7
A osteotomia Le Fort 1 e a osteotomia sagital bilateral são técnicas cirúrgicas
é mais frequentemente usado em pacientes com deformidades da mandíbula e por
isso, foi submetido à cirurgia ortognática (FILIACI et al., 2013).

A osteotomia sagital do ramo mandibular (OSRM) é um procedimento


amplamente utilizado para corrigir deformidades faciais dentais, bem os que
precisam de progresso e os que precisam de retrocessosmandíbulas (NÓIA et al.,
2011).

OSRM, ou ressecção sagital bilateral da mandíbula, é um procedimento que


permite que as estruturas anatômicas participem ativa ou passivamente sistema
estomatognático, permanece em suas posições habituais de trabalho, ou seja, sem
alterar o local e, portanto, a operação. de qualquer forma, estruturas como
segmentos do ramo ascendente, côndilos, apófises as uniões do coronóide e os
músculos permanecem na mesma posição anatômica o que faziam antes da
operação (ALMEIDA JUNIOR eCAVALCANTI, 200).

O conceito de oclusão verdadeira deve considerar estática e dinâmica entre o


maxilar superior, a harmonia dos movimentos e posições do maxilar inferior e de
acordo com o funcionamento geral do sistema neuromuscular (Rocabado e Manns,
1998).

A mordida dentária é um todo formado pela justaposição de arcadas dentárias


e dentes com forças dentárias para que o maxilar inferior tenha altura. Então é uma
figura como os dentes se tocam.

O termo "oclusão" significa uma conexão estática mandíbulas na posição


aberta e fechada. E qualquer movimento mandíbula, onde os dentes fazem contato
contínuo, corresponde a uma relação oclusal (Rocabado e Manns, 1998).

O conceito de oclusão verdadeira deve considerar estática e dinâmica entre o


maxilar superior, a harmonia dos movimentos e posições do maxilar inferior e de
acordo com o funcionamento geral do sistema neuromuscular (Rocabado e Manns,
1998).

8
A mordida dentária é um todo formado pela justaposição de arcadas
dentárias e dentes com forças dentárias para que o maxilar inferior tenha altura.
Então é uma figura como os dentes se tocam.

O termo "oclusão" significa uma conexão estática mandíbulas na posição


aberta e fechada. E qualquer movimento mandíbula, onde os dentes fazem contato
contínuo, corresponde a uma relação oclusal (Rocabado e Manns, 1998)

A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa


a reparar danos morais ou materiais causados a terceiros, decorrentes de ato
próprio ou do responsável, ele ou a simples legalidade. prescrição (DINIZ, 200).

A responsabilidade civil costuma ser classificada pela doutrina natureza


objetiva e subjetiva (SILVA et al., 2009; SANTOS, 2012) e jurídica uma regra é
violada, podendo ser contratual ou extracontratual (SANTOS, 2012).

1.2. Cirurgia Ortognática

A cirurgia ortognática é definida como a correção cirúrgica anormalidades


mandibulares ou maxilares ou ambas. Esses desvios podem ser congênito ou
acidental (American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons, 2008).

A correção da relação maxilar favorece a mordida, fonética, respiração e


estética facial. Como tal, traz várias mudanças afeta a vida pessoal e social do
indivíduo (Ribas et al., 2005).

A cirurgia ortognática é um procedimento que não é definido ou baseado em


nada apenas na própria operação, é antes um conjunto de fatores antes da
operação, que requer (pelo menos) 18-2meses de preparação que inclui tudo no
tratamento ortodôntico,fonoaudiológico e psicológico (Ribas et al., 2005).

Como tal, o tratamento ortodôntico é parte integrante da cirurgia ortognática,


antes da cirurgia, é importante que as arcadas dentárias estejam corretamente
alinhadas, permite a correção precisa da diferença esquelética (anteriormente,
transversalmente e verticalmente) (Panula, 2003).

1.2.1. Classificação

9
A classificação e análise das deformidades esqueléticas dentofaciais é
complexa e envolve variação em todos os níveis espaciais. No entanto, eles podem
existir (American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons, 2008):

Má formação congênita:

 Fenda labial e palatina;


 Deformações dos ossos dentários;

Deformidades adquiridas:

 Traumatismos ósseos faciais;


 Cistos e tumores do maxilar inferior;
 Apneia obstrutiva do sono;

Desordens da articulação temporomandibular (ATM) que originam má oclusão


esquelética devido a:

 Artrite reumatoide;
 Artrite degenerativa;
 Atrofia condilar;
 Alterações do crescimento (hiperplasia condilar).

1.2.2. Indicações

A cirurgia ortognática tem como principal objetivo, repor um padrão facial


normal, em doentes com elevadas discrepâncias ósseas, no término do seu
desenvolvimento esquelético (American Association of Oral and Maxillofacial
Surgereons, 2008).

As indicações para cirurgia ortognática estão relacionadas com a gravidade


da modificação esquelética, idade, tipo de padrão de crescimento, grau de
compromisso estético e a relação com as bases apicais (Vasconcelos, Cravinhos,
Pinzan-Verclino, & Vale e Nascimento, 2011).

10
No entanto, deverá ser considerada nas seguintes circunstâncias (American
Association of Oral and Maxillofacial Surgereons, 2008):

 Deformidades esqueléticas faciais maxilares e/ou mandibulares com má-


oclusão mastigatória;
 Discrepâncias ântero-posteriores.

Relação entre incisivos maxilares/mandibulares (norma 2mm);

 Overjet horizontal ≥ 5mm;


 Overjet horizontal ≤ 0mm.

Relação ântero-posterior dos molares maxilares/mandibulares (norma de 0 a


1mm);

 Discrepância ≥ 4mm;
 Discrepâncias verticais.

Presença de deformidade facial vertical com 2 ou mais desvios padrão das


normas aceites;

 Mordida aberta;
 Não existe sobreposição vertical entre os dentes anteriores.

1.2.3. Diagnóstico e planeamento cirúrgico

No primeiro contato com o paciente, para atingir qualquer objetivo, é


necessário fazer um diagnóstico baseado em (Barroso e do Vale, 2013; Faber, 2010;
Sant'ana e Janson, 2003):

Anamnese;

Motivo da consulta (estética ou função);

Expectativas do doente quanto ao tratamento;

Documentação fotográfica intra e extra-oral;

Impressões para confeção de modelos de gesso:

11
 Análise de modelos;
 Análise da articulação temporomandibular;

Exames complementares de diagnóstico:

 Radiografias panorâmicas;
 Periapicais;
 Telerradiografia de perfil com o doente na posição natural da cabeça;
 Análise cefalométrica.

Em um estudo objetivo, para que o paciente seja apresentado com objetivos


definidos, arcos dentários são analisados onde as diferenças dentoalveolares são
avaliadas presença de diastemas e oclusão dentária.

Depois disso, a análise é feita cefalométrico, que pode ser usado para verificar o
deslocamento ou as bases dos dentes dentes apicais em boa posição (Sant'ana e
Janson, 2003); e isso é uma avaliação periodontal foi realizada para descobrir se a
estrutura periodontal é de suporte ou nenhum movimento dentário (Faber, 2010).

Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento deve ser planejado com


base nesse desproporção do esqueleto do paciente. O tratamento deve ser
planejado por um ortodontista e por um cirurgião bucomaxilofacial, então ele tem
duas hipóteses (Faber, 2010; Sant'ana e Janson, 2003):

 Tratamento ortodôntico compensatório (isolado);


 Objetivo é camuflar as discrepâncias esqueléticas;
 Tratamento ortodôntico em conjunto com tratamento cirúrgico.

Houlihin realizou a primeira correção cirúrgica da má oclusão em 1849, o que


abriu caminho para um maior interesse pela cirurgia ortognática. No início do século
20, Blair St. Louis tornou-se um terreno fértil para o crescimento da área. Ele
inventou cinco classes de anomalias mandibulares: protrusão mandibular, retração
mandibular, protrusão mandibular, protrusão maxilar e fechamento aberto. Sua
técnica cirúrgica é agora conhecida como osteotomia de Blair-Costica (1999).

Este procedimento é usado para corrigir a protrusão através de uma incisão


com uma serra de Gigli para fazer uma osteotomia supraespinhal horizontal. Apesar

12
do curto tempo de cirurgia, as complicações variam desde recorrência parcial ou
total, abertura e luxação até pseudoartrose e danos irreversíveis aos nervos. Esses
problemas são causados principalmente pelo contato entre as superfícies ósseas e
agravados pelo estiramento do músculo temporal. Posteriormente, novas técnicas
cirúrgicas foram desenvolvidas para superar as desvantagens do procedimento de
Blair-Kostica. Um exemplo bem conhecido é a osteotomia oblíqua de Schossmann
Kazanjian, uma abordagem antiética que aumenta a interface entre dois fragmentos
ósseos..

A cirurgia reconstrutiva moderna foi pioneira na Europa Central por Heinz


Kole e Hugo Obwegeser. Obwegeser desenvolveu a osteotomia sagital segmentada
(SSRO) em 1957 com o objetivo de evitar a incisão da pele e criar uma maior
superfície de contato ósseo. Posteriormente, em 1968, Winstanley realizou a
primeira osteotomia cefálica intraoral (IVRO) para controlar o aumento mandibular,
avanço do segmento distal inferior a 2 mm e rotação. Em 1979, o professor Antenor
Araujo introduziu a cirurgia ortognática no Brasil (CORRÊA et al., 2013).

Hoje, deformidades dentárias e faciais graves requerem tratamentos


ortodônticos e cirúrgicos para corrigi-las. Os procedimentos ortodônticos mais
comuns incluem SSRO e IVRO. Se forem necessários parafusos ou chapas de
metal para fixação ou alimentação, o SSRO é o preferido. Este método tem
mostrado resultados estáveis sob fixação rígida (ESTEVÍO, 2012).

Em 1992, Choung introduziu a osteotomia de ramo sagital vertical intraoral


(IVSRO), que combina as vantagens de SSRO e IVRO. Em seu artigo, Choung
desenvolveu duas técnicas diferentes; IVSRO "em forma de L" (osteotomia de
Choung I) e IVSRO "reta" (osteotomia de Choung II) (SUGUIMOTO, 2016). Outra
técnica cirúrgica utilizada na cirurgia ortognática é a osteotomia total da mandíbula
LeFort I, onde é feita uma incisão mediana no canal oral do primeiro molar,
finalizando com o primeiro molar oposto. Nesse método, o osso é exposto e uma
fratura LeFort I é feita com uma lâmina de serra.

A mandíbula é movida para a posição planejada e a posição da arcada


dentária em relação ao crânio é confirmada e fixada no intraoperatório
(RODRIGUES, 2018). A colaboração entre o ortodontista e o cirurgião maxilofacial é
fundamental para o planejamento e implementação bem-sucedidos de um plano de
13
tratamento abrangente com resultados previsíveis. A cirurgia ortognática para desvio
mandibular e má oclusão pode ser coberta de forma diferente pelas seguradoras. A
"necessidade médica" costuma ser difícil de estabelecer e justificar. Para alguns
pacientes, os custos diretos do tratamento ortodôntico e ortognático combinados são
proibitivos. A equipe de enfermagem deve estar ciente dessa questão relevante ao
elaborar e recomendar um plano de tratamento específico (CORRÊA et al., 2013).

Em geral, a maioria dos pacientes solicita uma avaliação cirúrgica com base
principalmente na recomendação do ortodontista responsável. O paciente pode
recorrer ao cirurgião quando já tiver escolhido indiretamente o tratamento primário
com base no foco do tratamento do ortodontista. Em geral, as técnicas de
mascaramento ortodôntico não devem ser recomendadas para alcançar uma
determinada relação oclusal sem considerar as anomalias esqueléticas, a estética
facial e o nível de compensação dentária. Isso é especialmente verdadeiro para o
paciente que valoriza a melhora estética facial geral.

Os princípios centrais do tratamento cirúrgico e geral do paciente são a


preparação psicológica do paciente; boa nutrição pré e pós-operatória; manutenção
do fluxo sanguíneo para os dentes e mandíbulas mobilizados; proteção de ossos,
estruturas neurovasculares e dentes; cuidado adequado da ferida pós-operatória;
fixação de segmentos ósseos; controle de entupimento adequado; e reabilitação
para plena função mandibular (CESTARI, 2014).

1.2.4. Complicações Em Cirurgia Ortognática

Na cirurgia ortognática, as complicações podem ocorrer em qualquer


momento do tratamento: durante a avaliação e planeamento pré-operatório, ou intra-
operatório do tratamento ortodôntico.

Neste trabalho, "complicação" refere-se a uma consequência indesejada da


cirurgia que causa danos ao paciente, ocorrendo tanto durante a cirurgia quanto no
pós-operatório imediato ou tardio (AVELAR, 2015).

Vários fatores afetam a frequência e o tipo de complicações, incluindo o local


da cirurgia, abordagem cirúrgica, natureza clínica da operação, duração da cirurgia,

14
contaminação da ferida, força psicológica do paciente, cuidados pós-operatórios e
habilidade do cirurgião.

Considerando a cirurgia reconstrutiva da mandíbula, o cirurgião deve


considerar a prevenção, a natureza das complicações e os fatores que as causam.
Se ocorrerem complicações, apesar das precauções tomadas, o tratamento
adequado deve ser iniciado para garantir um bom prognóstico.

Embora o espectro de complicações potenciais seja grande, há poucos


relatos sobre a incidência real de complicações em todo o espectro da cirurgia
ortognática. Para otimizar resultados, minimizar complicações e realizar
procedimentos com segurança, é prudente que o cirurgião avalie periodicamente
sua conduta.

A comunicação entre os membros da equipe multidisciplinar durante a cirurgia


ortognática é fundamental para o sucesso do tratamento. Ortodontistas, cirurgiões
bucomaxilofaciais, anestesiologistas, enfermeiros e nutricionistas, bem como
fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos devem se comunicar no pré-operatório,
no intraoperatório e no pós-operatório para garantir um bom resultado, limitar as
complicações e garantir a segurança do paciente.

As possíveis complicações são específicas de qualquer procedimento


cirúrgico; portanto, conhecimento profissional é necessário para evitá-los.
(MORENO, et al, 2001).

1.2.5. Complicações Pré-Operatórias

A introdução da simulação cirúrgica computadorizada permite uma avaliação


detalhada da relação entre a deformação do dente e os tecidos moles do paciente.
Sem usar um prognóstico cirúrgico no papel, o ajuste correto de um articulador semi-
ajustável pode resultar em mudanças inesperadas na oclusão, que se manifestariam
como relaxamento significativo e posterior recuperação musculotendinosa, refletindo
uma oclusão completamente diferente. a primeira e, no pior dos casos, uma mordida
aberta.

O uso de um computador e prognóstico cirúrgico em papel permite fazer


movimentos cirúrgicos e conhecer e determinar correctamente as quantidades

15
exatas em milímetros e osteotomias que são transferidas no sujeito. (BARELI et al.,
2018).

Nossa experiência nós permitiu brincar com uma ou mais técnicas na


maioria das vezes, e até mesmo fazer mudanças significativas na previsão do
computador e do papel, o que mudou significativamente o desenho original, que foi
feito após monitoramento cefalométrico e várias manipulações do papel.

O paciente também tem a oportunidade de verificar seu prognóstico no


computador antes de ser levado ao centro cirúrgico, onde pode opinar sobre o
aspecto estético e funcional esperado - às vezes muito animador - e concordar com
designs e variações iguais. uma pessoa quer ver mudanças, principalmente
variações relacionadas à aparência da ponta do nariz e do queixo.

É possível que a motivação do paciente para o procedimento se reflita na


satisfação com o tratamento e na aceitação de possíveis complicações ou efeitos
indesejados (BARELI et al., 2018).

1.2.6. Complicações Intraoperatórias

As complicações intra-operatórias ocorrem com maior frequência durante as


cirurgias ortognáticas, pois não são considerados os detalhes da técnica cirúrgica ou
não é avaliada a anatomia do paciente. Marques e outros, 2013.

1.2.7. Hemorragia

Sangramento profuso pode ocorrer se os vasos sanguíneos inferiores,


alveolares, maxilares, mandibulares, faciais e sublinguais forem danificados. O
sangramento pode ser interrompido pela aplicação de pressão, aplicação de cera
óssea ou um hemostático absorvível, usando gaze embebida em trombina ou
epinefrina ou eletrocoagulação. (Hijus et al., 2002)

Ligadura vascular ou angiografia devem ser realizadas em grandes lesões


vasculares para evitar sangramento secundário tardio. O sangramento arterial que
ocorre durante uma osteotomia Le Fort I pode ser um sinal de epistaxe grave após o
procedimento.

16
Portanto, o tratamento imediato deve ser um dos seguintes: obturação nasal
anterior e/ou posterior, obturação do seio maxilar, reoperação com clipagem ou
coagulação dos vasos hemorrágicos, aplicação de agentes hemostáticos no pterígio
e região maxilar, ligamento da carótida externa artéria. e maxila seletiva embólica
(Laurent et al., 2012).

No entanto, esses tratamentos hemostáticos levam à necrose asséptica. A


gravidade do sangramento durante a operação e a possibilidade de complicações
variam de paciente para paciente.

Por esse motivo, é importante usar medidas específicas do paciente para


medir a perda relativa de sangue durante o sangramento intraoperatório. Cirurgia
intensiva e menor IMC estão associados a maior perda relativa de sangue
intraoperatório (LURENTT et al., 2016).

1.2.8. Fraturas De Divisão/Segmento Ruins

A incidência de dissecção errônea é de aproximadamente 2,3% durante a


osteotomia de ramo sagital seccional (SSRO). Fraturas da lâmina bucal proximal e
fraturas do hióide distal são comuns na OSRS.

Diferentes abordagens para tratar essas fraturas devem ser investigadas.


Relata-se que o risco de fraturas da lâmina cortical bucal é particularmente alto
quando a separação segmentar forçada é realizada após uma osteotomia
mandibular incompleta (AZENHA et al., 2010).

Causas e fatores de risco para fraturas segmentares incluem ressecção


inadequada do osso vertical inferior, ressecção do osso horizontal longe da língua,
força excessiva separando os segmentos proximal e distal e terceiros molares
impactados.

1.2.9. Complicações Pós-Operatórias

As complicações pós-operatórias podem ocorrer imediatamente após a


cirurgia e até vários meses após a cirurgia. Algumas complicações podem ser
decorrentes da cirurgia, ou serem percebidas no final da cirurgia ou durante a
anestesia. Amaro e outros, 2012.

17
1.2.10. Recaída

Fatores relacionados à recuperação incluem efeitos fisiológicos relacionados


ao músculo influenciados pela direção da rotação óssea e a quantidade de
movimento ósseo, assimetria entre os maxilares esquerdo e direito, mudanças na
posição dos dentes após a cirurgia, mudanças. na posição condilar, mudam de
acordo com a inclinação do osso. ramo, alteração do nível mandibular, tipo de
fixação, tala final insuficientemente produzida e desvio maxilar e mandibular não
corrigido durante tratamentos ortodônticos pré-operatórios (MELO, 2019).

1.3. Espaço entre o segmento proximal e distal:

Após o SSRO, a formação de lacunas entre os segmentos ósseos é


inevitável. A fixação forçada pode fazer com que os côndilos se desloquem e se
reposicionem. A ruptura óssea entre os segmentos ósseos pode estar causalmente
relacionada à regeneração, mudanças na posição dos côndilos ou discos articulares
e reabsorção condilar. Para o tratamento dessas doenças, introduziu-se a flexão do
segmento distal após o último molar, enxertia óssea na região do gap do segmento e
fixação da placa flexível (MENDES et al., 2013).

1.3.1. Mau Posicionamento Do Côndilo

Mayrink et al (2010) relataram uma mordida aberta anterior grave ocorrendo


logo após a liberação da fixação maxilar e mencionou que isso foi devido ao mau
posicionamento da articulação.

Em seu estudo, após expor o local da cirurgia, os parafusos colocados na


frente das placas de metal em ambos os lados da mandíbula foram removidos e
peças de mordida de acrílico foram colocadas atrás. O tratamento ortodôntico foi
realizado com protetores de mandíbula. A mordida frouxa foi corrigida 10 dias após o
tratamento ortodôntico.

1.3.2. Tensão Pterigomassetérica

Uma falha na osteotomia mandibular pode causar alterações no equilíbrio


fisiológico da zona pterigomasal, que posteriormente pode afetar a função dos

18
músculos mastigatórios. Essas alterações musculares tendem a girar o segmento
proximal no sentido anti-horário para retorná-lo à sua posição original.

A osteotomia angular pode alterar o comprimento da alça pterigomasal e


reduzir a tensão pterigomasal pode reduzir a recorrência pós-operatória (HAAS
JUNIOR et al., 2018).

1.3.3. Rotação No Sentido Horário Do Segmento Proximal

A segurança do SSRO é reduzida pela rotação anti-horária do segmento


proximal e, embora a borda posterior da mandíbula seja grande, a recidiva pós-
operatória pode ser evitada minimizando a rotação do segmento proximal.

A suscetibilidade à recorrência aumenta quando o segmento proximal,


previamente rodado no sentido horário, começa a rodar no sentido anti-horário após
a cirurgia (MENDES et al., 2013).

O reposicionamento excessivo da maxila posterior ou a movimentação do


segmento próximo à posição original, o que impede a rotação do segmento no
sentido horário, pode diminuir a taxa de recorrência.

O excelente reposicionamento posterior da mandíbula aumenta a segurança


da cirurgia mandibular posterior. Quando a direção do movimento da mandíbula
distal muda de posterior para superior, a diferença de altura entre as bordas
inferiores dos segmentos proximal e distal diminui, o que reduz a rotação no sentido
horário do segmento proximal.

Melhor reposicionamento da região posterior da maxila e ressecção do


ângulo da mandíbula podem minimizar a recidiva pós-operatória (MORAIS et al.,
2013).

1.3.4. Lesão Neurológica

Danos ao sistema nervoso na cirurgia reconstrutiva afetam principalmente o


nervo alveolar inferior, o nervo mentoniano, o nervo incisivo e o nervo infraorbitário.
Às vezes, o nervo facial pode ser danificado direta ou indiretamente.

19
A osteotomia Le Fort I provoca alterações sensitivas nos dentes superiores,
mucosa oral, mucosa palatina e pele facial. Embora a sensação na pele retorne ao
longo do tempo, mesmo após dano direto ao nervo sensorial, ela pode não retornar
totalmente à condição em que estava antes da cirurgia.

A SSRO causa mais problemas neurológicos do que a osteotomia intraoral


(IVRO). Problemas neurológicos têm sido observados em vários locais até 24
semanas após ROS, e a recuperação tende a ser mais lenta após ROS do que após
IVRO (Carvalho; Martins; Barbosa, 2012).

Biegelmeyer e Goulart (2019) relataram que hipopossessão após ROS


ocorreu em 4,8% dos pacientes <19 anos de idade, 7,9% dos pacientes de 19 a 30
anos de idade e 15,2% dos pacientes com 31 anos ou mais. Embora a taxa de
hipoestesia permanente com duração de até 1 ano após ROSOS seja baixa, o
tempo médio de recuperação da hipoestesia é relativamente maior em pacientes
mais velhos.

Em outras palavras, o envelhecimento é um fator de risco para hipoestesia


permanente. A frequência de lesões do nervo alveolar inferior variou entre os
estudos devido à falta de relatórios padronizados e métodos de avaliação.

Assim, a maioria das avaliações de lesões do nervo alveolar inferior


realizadas até o momento utiliza métodos subjetivos. Uma conferência de consenso
internacional deve ser convocada com o objetivo de estabelecer um método
padronizado para avaliar a extensão do dano neurológico.

Um estudo relatou um caso de paralisia facial em um paciente submetido a


SSRO. As taxas de paralisia facial relatadas pelos cientistas variam de 0,17% a
75%. Causas de paralisia do nervo facial após cirurgia bimaxilar incluem paralisia
isquêmica do nervo facial devido à injeção profunda de vasoconstritores, lesão física
por pulgas ou osteótomos usados para separar os segmentos, fraturas estilóides de
deslocamento posterior, compressão do nervo facial devido ao deslizamento da
broca ou perimandibular broca de tecidos moles e deslocamento posterior do
segmento durante osteotomia medial e afastador cirúrgico ou hematoma.

20
Quando a boca está aberta, a distância entre a borda posterior do ramo
ascendente e o nervo facial é inferior a 1-2 cm, de modo que o nervo facial pode ser
comprimido ou danificado diretamente.

O uso de esteróides durante ou após a cirurgia pode reduzir a pressão


causada pelo inchaço e prevenir efetivamente danos temporários. Se a função não
retornar dentro de 4 a 8 meses, a reexploração com transplante de nervo ou cirurgia
de ressuscitação deve ser considerada (SANTOS et al., 2012).

1.3.5. Dor Neuropática

Os pacientes relataram dor persistente após cirurgia ortognática, bem como


dor neurológica e musculoesquelética. Pacientes submetidos à osteotomia bilateral
do ramo sagital (BSSRO), cirurgia ortognática, osteotomia Le Fort I e expansão
cirúrgica rápida do palato podem experimentar dor neuropática crônica debilitante.
Na BSSRO, a lesão direta do nervo alveolar inferior e seu contorno ósseo exposto
podem resultar em dano parcial do axônio. A dor que dura até um mês após a
cirurgia indica dano axonal e pode durar mais tempo se o dano axonal não tiver
cicatrizado completamente. A dor neuropática pode durar até um ano após a
cirurgia; Portanto, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da dor
neuropática são cruciais (PITHON, et al., 2014).

1.3.6. Mudança Da Morfologia Nasal

A forma do nariz pode mudar após o reposicionamento da mandíbula superior


durante a cirurgia. Um nariz alargado e desviado é comum após cirurgia corretiva,
como substituição de fragmentos ósseos e sutura. Antes de se submeter à cirurgia,
os pacientes devem ser informados sobre a possível necessidade de rinoplastia
após a cirurgia reconstrutiva (FEITOZA et al., 2017). O alargamento nasal é
frequentemente visto após cirurgia reconstrutiva em que o septo e as cartilagens
maxilares são afetados pelo avanço maxilar ou avanço maxilar.

A hipertrofia nasal pode ser minimizada realizando levantamentos de sutura


de alarme que ancoram com segurança o tecido areolar fibroso bilateral em uma
direção medial. No entanto, vários estudos relataram a ineficácia dessa técnica de

21
sutura, sugerindo que ela inibe o movimento medial do nariz para a inserção do
tubo nasotraqueal.

Uma técnica de sutura de elevação de alarme modificada foi introduzida para


substituição unilateral bilateral de tecido areolar fibroso para superar essas
deficiências. Os autores relataram que embora suturas tenham sido utilizadas ao
suturar o tecido areolar fibroso no interior da boca, a sutura extraoral dá resultados
mais estáveis e previsíveis porque cobre uma área maior de tecido (Guimarães et
al 2014).

As causas do desvio nasal incluem deslocamento do segmento superior,


pressão da intubação nasotraqueal e deslocamento do menisco quadrado devido a
um balão incompleto durante a extubação.

Para reduzir o maxilar superior, o septo deve ser reduzido em pelo menos 3
mm para evitar o desvio nasal. Para os casos em que ocorre desvio do nariz, foram
introduzidos procedimentos corretivos como redução da cavidade nasal com pinça,
septoplastia nasal e uso de pontos em oito para fixar a porção caudal do septo ao
septo anterior. Produtos (San Diego, 2015).

1.3.7. Desordem Temporomandibular

Há muito debate sobre a associação de anomalias craniofaciais e má oclusão


com distúrbios da ATM. A cirurgia da mandíbula pode curar distúrbios da ATM,
enquanto outros afirmam que a cirurgia pode piorá-la.

Embora muitos estudos tenham investigado a relação entre cirurgia de


ressecção mandibular e DTM, há uma variabilidade considerável entre os estudos e
eles usaram diferentes sistemas de diagnóstico e métodos de classificação.
Portanto, é necessário desenvolver critérios diagnósticos e métodos de classificação
para DTM por meio de pesquisas sistemáticas e planejadas (SILVA et al., 2011).

A seguir estão as opiniões mais comuns entre os estudiosos.

1. Diferentes formas de cirurgia ortognática podem afetar direta ou


indiretamente os sintomas da ATM. É essencial diagnosticar sintomas
ou doenças da ATM antes da cirurgia e incorporar essas informações
22
ao plano de tratamento. Acompanhamento e manejo também devem
ser feitos após a cirurgia (GRAÇA, 2017).
2. Pacientes com sintomas no punho devem ser submetidos a
procedimentos de imobilização do punho (órteses, terapia
medicamentosa, terapia injetável, etc.) antes da cirurgia ortognática
(ROCHA, 2017).
3. A cirurgia maxilofacial pode melhorar ou piorar os sintomas existentes
da ATM, ou pode não mudar nada (ROCHA, 2017).
4. Reflexo mandibular SSRO e IVRO podem ser usados em todos os
pacientes com distúrbios da ATM. Os seguintes princípios devem ser
seguidos na implementação de uma SSRO (GRAÇA, 2017).
5. Todas as sobreposições ósseas presentes entre os segmentos
proximal e distal devem ser removidas (ROCHA, 2017).
6. Durante a operação, a cabeça do côndilo deve ser adaptada
passivamente à fossa glenoidal (LAGE, 2010).
7. Para fixação de peças ortopédicas, recomenda-se a fixação não rígida
com placas folheadas e parafusos. Deve-se evitar o uso de placas de
pressão ou parafusos hexagonais (GRAÇA, 2017).
8. A insuficiência mandibular pós-operatória pode ser minimizada
evitando a fixação intermaxilar de longa duração (ROCHA, 2017). 6) A
mandíbula superior e inferior giram no sentido anti-horário, e o local da
osteotomia é obviamente retardado na consolidação ou formação de
pseudoartrose.

A consolidação tardia ou pseudoartrose pode ocorrer no local da osteotomia


devido à má cicatrização dos tecidos duros e moles. O risco de pseudoartrose é alto
quando a fixação com materiais macios como fios é inadequada, os fragmentos
ósseos avançam muito ou quando a maxila avança mais de 6 mm. Talas pós-
operatórias prematuras e mal ajustadas podem interferir na estabilidade e
cicatrização de fragmentos ósseos.

A união retardada e a pseudoartrose também podem ocorrer em pacientes


com doença sistêmica em que a cicatrização de feridas é prejudicada. Infecção Em
geral, a incidência de infecção após osteotomia mandibular é baixa, com taxas

23
relatadas variando de 1% a 3%, devido à técnica asséptica, boa técnica cirúrgica,
antibióticos e bom suprimento sanguíneo para a região oral e maxilofacial.

No entanto, quando isso acontece, pode levar a complicações graves, como


obstrução das vias aéreas, perda dentária ou óssea, osteomielite, sepse, trombose
do seio cavernoso e meningite. 0,4% das infecções graves podem necessitar de
drenagem (ZARONI, 2015).

Vários fatores influenciam a incidência de infecção, incluindo idade do


paciente, duração da cirurgia, tipo de cirurgia, tabagismo, presença de terceiros
molares, diabetes e uso de antibióticos profiláticos.

Além disso, a infecção pós-operatória é mais provável de ocorrer em tecidos


previamente infectados ou irradiados, bem como em tecidos com suprimento
sanguíneo insuficiente ou presença de corpos estranhos. A colocação da placa de
fixação, principalmente na osteotomia mandibular, também influencia na progressão
da infecção (DIAS-RIBEIRO et al., 2010).

Os sintomas clínicos de infecções pós-operatórias podem aparecer dentro de


dias ou até 5 anos após a cirurgia. Costumam aparecer nos primeiros 3 meses após
o procedimento, retardando o processo de consolidação óssea e cicatrização
tecidual.

Estudos mostram que, embora ocorram doenças infecciosas, o impacto dos


procedimentos de remoção de material sintético é muito baixo, pois a infecção pode
ser controlada com antibióticos (TORRES et al., 2017).

No entanto, o uso profilático e/ou pós-operatório de antibióticos tem sido


controverso. Embora alguns estudos recentes que investigam o uso de antibióticos
profiláticos em cirurgia ortognática tenham concluído que seu uso rotineiro antes e
depois da cirurgia é desnecessário, outros estudos confirmaram a eficácia do
medicamento na prevenção ou redução de infecções, tornando seu uso opcional. ao
cirurgião dependendo de seus protocolos cirúrgicos (DIAS-RIBEIRO et al., 2010).

As complicações associadas ao sistema respiratório incluem obstrução das


vias aéreas, atelectasia, pneumonia, enfisema mediastinal e pneumotórax. As
razões para insuficiência respiratória após cirurgia reconstrutiva são estimulação do
tubo de anestesia, elevação ou lesão da mucosa nasal, estenose da cavidade
24
nasal, fixação intermaxilar, sucção sanguínea, longo tempo de operação e entrada
de ar na cavidade nasal. avião A falta de ar devido a sangramento ou acúmulo de
secreções pode ser evitada evitando a hiperventilação e minimizando o trauma
intraoperatório durante a anestesia geral.

A pneumonia por aspiração ocorre quando alimentos, saliva ou secreções


nasais entram na árvore brônquica. A incidência de pneumonia aspirativa após
cirurgia ortognática é de aproximadamente 0,01% a 0,3% (OLSEN, 2019).

Milo Filho e outros. (2010) afirmaram que deve-se notar que durante o SSRO
há uma redução significativa na área das vias aéreas devido ao movimento
posterior da mandíbula.

Os possíveis problemas pós-operatórios podem ser evitados prevendo o


risco de insuficiência respiratória e determinando a quantidade apropriada de
recaída. Para pacientes classe III com alta pontuação pré-operatória, apenas alguns
sangramentos são recomendados.

1.4. Pseudoaneurisma

Um pseudoaneurisma (fístula arteriovenosa) é definido como um alargamento


focal anormal da parede arterial. É um tipo de pseudoaneurisma que dá origem a
vasos sanguíneos formados por tecido fibroso.

Um pseudoaneurisma raramente ocorre após a cirurgia reconstrutiva e pode


causar sintomas como inchaço facial, sangramento tardio e uma massa mole e
latejante.

Grandes vasos, como a artéria maxilar na região da incisura sigmóide, a


artéria facial na parte posterior do corpo da mandíbula e a artéria alveolar inferior
apresentam risco aumentado de pseudoaneurisma.

Se o sangramento não puder ser controlado com sucesso com exploração


cirúrgica e ligadura vascular, a radioterapia intervencionista, como a embolização,
deve ser realizada.

25
1.4.1. Lesão No Dente

Embora os parafusos de ancoragem maxilar e mandibular sejam seguros e


úteis, deve-se tomar cuidado para não danificar a raiz do dente durante a inserção.
A taxa de contato parafuso-raiz em cirurgia ortognática foi de 12%.

No entanto, nenhuma necrose pulpar ou sensibilidade foi observada durante o


acompanhamento pós-operatório. Durante a cirurgia ortognática com abordagem
quase apical ou ressecção direta, pode ocorrer necrose pulpar, descoloração e
patologia pulpar (MARTINS et al., 2014).

Entre os pacientes submetidos à cirurgia de mandíbula dupla, alguns podem


necessitar de tratamento endodôntico para tratar a descoloração dos dentes e um
canal radicular.

Os principais fatores de risco para descoloração dos dentes foram ligadura


da artéria palatina descendente, mentoplastia e osteotomia mandibular. A
preservação da artéria palatina descendente é particularmente importante durante a
osteotomia Le Fort I (TAVARES, Rodrygo et al., 2014).

1.5. Tromboembolismo Venoso

O tromboembolismo venoso (TEV) é uma complicação comum, ocorrendo em


90 milhões de casos a cada ano nos Estados Unidos. No estudo de Van de Perre,
TEV ocorreu em 3 (0,15%) de 2.049 pacientes submetidos a cirurgia reconstrutiva
(2 trombose venosa, 1 embolia pulmonar).

O TEV se desenvolve a partir de dano à parede do vaso devido à


hospitalização prolongada, imobilidade e tromboembolismo local induzido por
hipóxia, anestesia, cirurgia e trauma.

1.5.1. Náuseas E Vômitos Náuseas E Vômitos

Esta é uma complicação pós-operatória que ocorre frequentemente após a


anestesia geral. Embora náuseas e vômitos geralmente não sejam complicações de
alto risco, sua persistência pode levar a resultados adversos, como desidratação,
perfuração esofágica, laceração de feridas, sangramento, hematoma, aspiração de
conteúdo estomacal e até morte.

26
A fixação entre os maxilares é necessária após cirurgia ortognática ou cirurgia
de fratura facial. Sangramento intenso e edema inchado são comuns após esses
procedimentos, e náuseas e vômitos podem ter efeitos fatais nos pacientes.

De acordo com a literatura, este evento foi associado a vários fatores


independentes que podem ser divididos em:

 Fatores não narcóticos relacionados apenas à idade, sexo, tabagismo,


histórico médico do paciente ou episódios anteriores de náuseas e vômitos
pós-operatórios.
 Fatores relacionados à anestesia, como tipo de anestesia, uso de opioides no
intraoperatório e hidratação do paciente.
 Fatores relacionados à cirurgia como tipo, duração e manejo pós-operatório
(CESTARI, 201).

Os procedimentos ortopédicos que envolvem cortar o maxilar estão


associados a um risco aumentado de náuseas e vômitos; Isso se deve ao aumento
da tendência de sangramento após a cirurgia, de modo que a ingestão de sangue
pode irritar a mucosa gástrica. A hipotensão anestésica, que geralmente ocorre
durante esse procedimento, também pode desempenhar um papel na causa de
náuseas e vômitos após a cirurgia. O uso de anestesia inalatória também resultou
em maior incidência de náuseas e vômitos pós-operatórios em comparação com a
anestesia geral intravenosa.

A náusea pós-operatória é frequentemente acompanhada de dor intensa que


pode ser controlada com analgésicos opioides (JARDIM, 2012). Em alguns casos,
náuseas e vômitos após a cirurgia podem ser bastante reduzidos limitando o uso de
anestesia para controlar a dor pós-operatória. Anti-inflamatórios não esteróides
(AINEs) ou inibidores da COX-2 são eficazes no controle da dor pós-operatória
(JARDIM, 2012).

1.5.2. Ronco Ou Apneia Obstrutiva Do Sono

Após a cirurgia ortognática, quando o osso hióide é reposicionado e as vias


aéreas se estreitam, pode ocorrer ronco ou apneia obstrutiva do sono (OSA) e
alguns casos foram relatados. O movimento para trás do maxilar inferior em longas

27
distâncias pode levar à apneia obstrutiva do sono mais tarde na vida e requer
monitoramento contínuo após a cirurgia.

Além disso, quando a distância de retração mandibular é longa, a cirurgia da


mandíbula dupla, ou seja, o avanço da mandíbula superior, pode ser considerada.
No entanto, vários estudos relataram que a cirurgia ortognática não afeta
significativamente as vias aéreas e não causa ronco ou apneia obstrutiva do sono.
Os cirurgiões bucomaxilofaciais devem estar totalmente cientes do potencial de
ronco pós-operatório ou apneia obstrutiva do sono e seu tratamento (conservador
e/ou cirúrgico) (PANISSA et al., 2017).

1.6. Disfunção Da Trompa De Eustáquio Em Cirurgia Ortognática

A obstrução da orelha média é comum devido à intubação nasotraqueal,


principalmente após osteotomia maxilar. Muitos pacientes se queixam de "plenitude"
nas orelhas, o que diminui a qualidade do som e causa desconforto, devido ao
trauma e deslocamento dos músculos palatinos da osteotomia. Descongestionantes
e sprays nasais serão necessários após a cirurgia. Nas semanas seguintes à
cirurgia, a membrana timpânica deve ser verificada periodicamente quanto à
retenção de líquidos no ouvido médio (Bayes, 1997).

1.6.1. Problemas Periodontais

Os cirurgiões devem planejar e executar movimentos que a gengiva e os


tecidos periodontais possam suportar sem causar danos irreversíveis. Na maioria
dos casos, a fissura interdentária não deslocará toda a papila interdentária.

Se a periodontite se desenvolver após a cirurgia, higiene máxima e boa


nutrição são recomendadas para promover a cura. Os pacientes devem ser
encaminhados a um periodontista para exame e acompanhamento. Freitas e outros,
201.

1.7. A Cirurgia Ortognática E Suas Indicações

Estas desordens podem afetar negativamente a saúde do indivíduo e levar a


uma disfunção da musculatura oral e facial, sejam estas desordens decorrentes de
uma assimetria do esqueleto e/ou dos dentes.

28
Portanto, é um problema multifacetado que pode afetar a função do paciente, a
estética facial e até mesmo o estado psicossocial. (RIBEIRO, 1999 e COUTINHO et
al., 2009)

A cirurgia ortognática é o pilar do tratamento quando existem alterações


oclusais e faciais associadas à assimetria esquelética, pois sem esta intervenção
não é possível alterar a função e as características da musculatura oral e facial do
paciente, o que é fundamental para o sucesso da reabilitação. Decisivo Devido a
essa complexidade, é necessária uma abordagem multidisciplinar para esses
tratamentos. (RIBEIRO, 1999 e COUTINHO et al., 2009).

1.7.1. Os Problemas Das Desordens Dentofaciais

Em muitos casos, as alterações oclusais não são tratadas na infância e o


indivíduo desenvolve as mesmas alterações na idade adulta. Em outros casos,
mesmo a prática da ortodontia na infância não é suficiente para resolver os
problemas do paciente.

Em ambos os casos, a cirurgia ortognática foi realizada porque o tratamento


ortodôntico não foi suficiente para resolver as alterações esqueléticas. (LURENTT,
2012 e GRAZIANI et al., 2016). Além disso, outros sérios problemas funcionais
causados pelas doenças bucomaxilofaciais também são motivos para esse
tratamento, como a falta de contato dos dentes, alterações no espaço anatômico do
meio bucal e a posição incorreta da língua, que por sua vez causa o surgimento. em
uma voz e maneira estressada.

As sílabas são diferenças distintas, como sílabas lingual-dentais, sílabas


labiais, etc. Outro problema comum são as alterações respiratórias, que podem
causar apneia do sono (VEDOVELLO FILHO, M 2012).

As doenças buco-maxilo-faciais também levam a disfunções musculares


características, que por sua vez forçam alterações no sistema mandibular para
adaptar as respostas musculares, o que pode levar à sobrecarga funcional e até
mesmo a doenças do punho, tornando essas doenças um fator de risco para o
desenvolvimento de doenças articulares. (Pereira, Bianchini, 2011)

29
Segundo Marquez, Maniglia e Molina (2010, p601), grande parte da
população também apresenta aberrações morfológicas e/ou funcionais do sistema
mandibular, o que tem aumentado muito a demanda por deformidades ortodônticas
e maxilofaciais. no nosso país Mais importante, isso também requer a investigação
da incidência dessas doenças para que o tratamento possa ser planejado e
implementado adequadamente.

1.8. Indicações Da Cirurgia Ortognática

A cirurgia ortognática refere-se à “modificação dos maxilares superior e


inferior” e visa corrigir distúrbios da face e dos maxilares superior e inferior. Devido à
melhoria da relação entre o maxilar superior e o inferior, a realização desta cirurgia
apresenta inúmeras vantagens, como a melhoria da mastigação, da fala e da
respiração, bem como a melhoria da aparência e estética da face. (Lima e outros,
1999).

O diagnóstico que indica a necessidade de cirurgia ortognática começa com


um exame clínico detalhado, guiado não apenas pela raiz, mas também levando em
consideração a base óssea e os tecidos moles nos planos anterior, posterior, vertical
e transversal.

Além disso, é importante realizar uma análise radial (telefoto panorâmica e


lateral) e modelo. Além disso, é realizada uma avaliação facial, que pode revelar
características de assimetria esquelética existentes, o que é um fator importante a
ser considerado.

Essa avaliação deve ser feita com o paciente posicionado como se estivesse
olhando para o horizonte, e o especialista deve observar um terço da face, a região
das maçãs do rosto, o comprimento do decote, a dobra do queixo e o nariz canto. –
lábio.

Também é importante considerar a relação dos incisivos superiores com o


lábio superior durante o repouso e o sorriso. Vale ressaltar também que o cirurgião e
o ortodontista devem interagir para fazer o diagnóstico. (Cardoso, 2009).

É possível que uma análise facial detalhada forneça informações sobre as


causas do distúrbio ou da má oclusão. A ausência de mandíbula pode ser detectada,
30
por exemplo, pela falta de projeção da região zigomática e ausência do sulco genial,
e até mesmo pela sensação do globo ocular saindo da órbita, o que pode
enfraquecer a expressão facial.

A protrusão mandibular aumenta o mento-colina, a altura excessiva da face


no terço anterior inferior e a verticalidade do lábio inferior, que pode aparecer até
mesmo na frente do lábio superior e causar redução ou ausência do sulco
mentolabial.

Nas projeções, o sulco nasolabial pode estar achatado devido ao


deslocamento anterior das partes moles que recobrem a área, impedindo a detecção
da projeção zigomática; sinais de depressão infraorbitária também devem ser
observados nesses casos.

Na avaliação frontal, deve-se atentar também para a menor estatura da face,


que aumenta quando o prognóstico é um fator causal que produz um efeito estético
muito importante. (COQUE et al., 2014).

Segundo Lima et al (1999), pessoas com oclusão alterada e com má posição


da maxila, mandíbula ou ambas têm se beneficiado da cirurgia ortognática. Em sua
pesquisa, ele também mencionou que o crescimento da mandíbula superior é lento
e, às vezes, pode se desenvolver em diferentes níveis, levando a desde problemas
de mordida até mudanças na aparência.

Ele também afirma que o problema ortognático pode ser resolvido


satisfatoriamente pelo ortodontista mesmo que apenas os dentes estejam
envolvidos, mas se for necessário mover o osso, pode-se recorrer à cirurgia
ortognática, que está dentro dos limites das indicações possíveis para ortognática
cirurgia: dificuldade em morder, problemas fonéticos, mandíbula crônica ou dor no
maxilar superior, apertamento severo dos dentes, trismo, mordida aberta, expressão
facial desequilibrada, lesões faciais ou defeitos congênitos, queixo afundado, queixo
protuberante, dificuldade em manter os lábios juntos em repouso, crônica respiração
bucal e apnéia do sono.

Laureano et al (2004) concordam que o diagnóstico correto deve ser baseado


na queixa principal do paciente, exame oclusal, análise facial e achados
cefalométricos.

31
Seu artigo afirma que a análise facial deve considerar a simetria, contornos e
harmonia de estruturas como seios nasais, relação lábio-dente, projeção da
mandíbula e distância queixo-cervical. Conhecer as possíveis alterações faciais é
fundamental para o melhor diagnóstico, planejamento e prognóstico do pós-
operatório. Segundo Laureano et al (2005, p.

6), a decisão pela cirurgia deve ser baseada no exame clínico (avaliação
oclusal e facial), exame do gesso e achados cefalométricos. A análise facial do
cirurgião o orienta a apresentar diversas opções cirúrgicas para melhorar a estética.

Essas opções devem ser analisadas juntamente com os dados cefalométricos


e oclusais para, finalmente, determinar os procedimentos ou métodos mais
adequados para tratar a doença em questão, sempre visando o maior benefício
estético possível.

1.9. Os Tipos De Cirurgia Ortognática

Moreira e Leal (2013) também afirmam em seu artigo sobre planejamento


virtual de cirurgia ortognática que os avanços tecnológicos na área de imagem
permitiram o uso de protocolos 3D na área de cirurgia buco-maxilo-facial e, além
disso, a facilidade de acesso e uso de esta tecnologia permite que seja amplamente
utilizada no diagnóstico e planejamento do tratamento.

Apontam ainda que as placas de gesso e as radiografias distorcem quando


são tiradas, o que também causa algumas limitações, diminuindo a precisão dessas
medidas, principalmente no caso de assimetria facial.

Portanto, deve-se dar espaço para ferramentas virtuais que auxiliem na


análise, diagnóstico e planejamento, pois o diagnóstico seria facilitado pela obtenção
de modelos tridimensionais do crânio a partir da tomografia computadorizada.

Tais declarações destacam o importante fato de que é importante medir o


nível de disparidade óssea existente com a maior precisão possível. Isso vale não só
para a indicação do procedimento cirúrgico, mas também se torna importante para a
escolha do tipo de cirurgia adequado para cada caso.

Esse significado é reforçado quando demonstramos que existem diferentes


técnicas cirúrgicas, sendo as mais importantes o avanço ou retração maxilar,

32
retração ou protrusão mandibular, segmentação e tamponamento mandibular e
mentoplastia, onde mais de uma técnica pode ser utilizada. técnica em um caso.
(GUIMARAES et al., 2014).

Segundo Bell (1992, juntamente com GUIMARÃES et al., 2014, p. 245), o


reposicionamento anterior mandibular, ou seja, avanço mandibular, é um dos
procedimentos mais comuns realizados em cirurgia ortognática e geralmente é
reservado para pacientes classe II. bloco de canto

Essa técnica, também conhecida como Osteotomia Le fort I, é uma


osteotomia de mobilização da mandíbula, que é um método eficaz para vencer a
resistência dos tecidos moles, promovendo o reposicionamento da mandíbula.

Scartezin et ai. (2007, p. 268), a osteotomia Le fort I é um procedimento


cirúrgico que pode corrigir deformidades verticais, transversais ou ântero-posteriores
da mandíbula, simultaneamente ou não.

Nesta técnica, osteotomias dos pilares ósseos e pequenas fraturas do


restante dos suportes são feitas para mover o osso para uma posição mais
adequada ou necessária para o sucesso do tratamento. Se necessário, também é
possível expandir a mandíbula transversalmente segmentando, reposicionando e
anexando seus segmentos a um novo padrão de vedação.

Esta operação destina-se a pacientes que já apresentam maturidade óssea


com apenas um problema transversal e apenas o tratamento ortodôntico não pode
ter sucesso devido à idade ou devido a atresia maxilar superior a 5 mm ou atresia
bilateral. um caso de assimetria mandibular.

Existem também outras indicações para expansão rápida da mandíbula com


assistência cirúrgica, por ex. se a expansão ortodôntica ou ortopédica falhou; se
houver gengivite antes do tratamento; se o segmento anterior é estreito e a extração
dentária não é recomendada; saliências mandibulares transversais, porque a
redução mandibular é um procedimento complexo e quando os pacientes fissurados
precisam aumentar o arco. (SCARTEZINI et al., 2007)

É importante notar que existem muitas comparações entre o uso das técnicas
Le fort I e expansão rápida da mandíbula cirurgicamente assistida, bem como um
debate sobre qual é mais eficaz ou apropriado em um caso particular Bailey et ai.
33
(1997, junto a SCARTEZINI et al., 2007, p. 269-270) na escolha do tipo de
tratamento.,

1.10. A Importância Da Cirurgia Ortognática No Tratamento De Desordens


Dentofaciais

As operações ortognáticas são o principal tratamento para doenças faciais


dentais. Além de auxiliar na melhora das relações mandibulares juntamente com o
tratamento ortodôntico, também contribui para o desenvolvimento estético e
melhora dos perfis faciais, pois é um tratamento muito eficaz tanto funcionalmente
quanto na melhora das proporções faciais e também é importante em muitos
casos. , no tratamento de problemas psicológicos causados por malformações
dentárias em pacientes ao longo de suas vidas. A aparência da face afeta
significativamente o desenvolvimento da imagem corporal, identidade e auto-estima
pessoal. Nesse sentido, a cirurgia ortognática está intimamente relacionada aos
aspectos psicossociais do paciente, pois além de solucionar problemas de mordida,
visa também alcançar a harmonia facial. (NICODEMO, PEREIRA e FERREIRA,
2016).

1.11. As Vantagens Da Cirurgia Ortognática Em Relação Ao Aumento Da


Qualidade De Vida

Klages et ai. (2004, juntamente com GUIMARÃES et al., 2014) qualidade de


vida refere-se à percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, seu lugar no
mundo. Relaciona-se com sua saúde física e mental, seus objetivos, expectativas,
planos e preocupações. Quando o termo se refere à saúde bucal, a ausência de
disfunções faciais ou deformidades na cavidade oral não pode ser considerada uma
boa saúde bucal. A cirurgia ortognática requer, portanto, uma consideração da
saúde em geral, onde é necessário avaliar os efeitos da deformidade na saúde
física, mental e social do paciente para compreender as melhorias funcionais. , os
benefícios estéticos, psicológicos e sociais da cirurgia.

34
CAPITULO II- METODOLOGIA DE ESTUDO

O presente estudo se trata de uma revisão de literatura onde foram


selecionados 129 artigos encontrados nas bases de dados Google Acadêmico,
PubMed e Scielo.

Foram utilizados os termos odontologia, cirurgia, ortognática, complicações.

Para pesquisar os artigos.

Como critério de seleção foram elencados artigos com assuntos de interesse


para o trabalho, publicados em revistas científicas no período de 1997 a 2018.

E foram excluídos da pesquisa, artigos que fugiam do tema do trabalho e/ou


que não permitiam acesso ao conteúdo integral.

35
Os materiais selecionados foram lidos e, deles, foram filtradas informações
com relevância para a pesquisa, que foram utilizadas na produção do trabalho.

CAPITULO III- APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

É claro que a cirurgia ortognática é uma área segura da cirurgia oral e


maxilofacial, embora acarrete uma série de riscos raros, dependendo das técnicas
exatas utilizadas.

Esta revisão identificou relatos de uma infinidade de complicações, algumas


com apenas 1 caso relatado, variando em todas as possibilidades, desde
neurológicas, infecciosas, ósseas e hemorrágicas até complicações psicológicas,
anestésicas e outras.

Estamos satisfeitos que esta revisão atingiu seu objetivo de descrever as


complicações incomuns e raras relatadas da cirurgia ortognática e acreditamos que
a estratégia de busca foi suficientemente rigorosa para tornar improvável que
complicações tenham sido perdidas.

36
Conforme mencionado anteriormente, revisões desse tipo são afetadas por
viés de publicação, pois é provável que relatos de complicações mais incomuns
tenham maior chance de serem publicados. Isso pode distorcer a probabilidade
aparente de ocorrência, conforme sugerido pela literatura do assunto (ESTEVÃO,
2012).

Portanto, a menos que os números publicados para a incidência estejam


disponíveis, esta revisão não informa o leitor sobre a incidência dessas
complicações porque tal cálculo não é permitido com precisão na literatura. Na
verdade, o fornecimento de tais números nunca foi um objetivo da revisão. Em vez
disso, atuou como um meio de aprender com as experiências de outros cirurgiões
(ESTEVÃO, 2012).

Muitas das complicações raras relatadas após a cirurgia ortognática maxilar


compartilham uma base etiológica e patogênese comum por causa dos riscos
inerentes da fratura inferior da maxila e disjunção pterigomaxilar.

Esses riscos incluem hemorragia com risco de vida, acidente vascular


cerebral, hemorragia subaracnoídea aguda, fístula carotídeo-cavernosa ou outras
fístulas arteriovenosas, falsos aneurismas, trombose do seio cavernoso, vazamentos
do sistema nervoso central, complicações oftálmicas, secreto motor rinopatia, surdez
neurossensorial e morte. FONSECA et, at, 2012.

A etiologia dessas complicações pode estar relacionada a fraturas


desfavoráveis que se estendem até a base do crânio, órbita ou fossa pterigopalatina,
em conjunto com a disjunção pterigomaxilar e/ou fratura inferior da maxila.

Uma segunda possibilidade é o dano potencial às estruturas neurovasculares


por tração, cisalhamento, compressão ou lesões de contragolpe por meio de forças
transmitidas durante a disjunção pterigomaxilar pelo uso de um osteótomo ou
durante a fratura inferior da maxila.

Essas manobras tornam-se ainda mais perigosas se a disjunção


pterigomaxilar ou a fratura inferior da maxila for traumática por natureza. Acredita-se
que uma proporção significativa das complicações descritas neste artigo seja

37
decorrente de eventos ocorridos durante essa fase da operação, o que mostra sua
importância (ZARONI, 2015).

O crescimento ósseo maxilo-mandibular é um processo gradual e lento. Sabe-


se que, estas duas formações ósseas podem-se desenvolver em diferentes níveis
resultando em problemas que afetam saúde e estética (M. R. M. Santos et al., 2012).
A oclusão é a relação dos dentes maxilares e mandibulares à medida que são
colocados em contacto funcional (Sandeep & Sonia, 2012).

Uma má relação entre as arcadas dentárias pode refletir anormalidades nos


dentes, nos maxilares ou em ambos (Pinto et al., 2008).

A oclusão é rotulada de “má oclusão” tendo como base: valores culturais


(sobretudo estéticos) e desvios anatómicos, que prejudicam a mastigação (Pinto et
al., 2008).

A má oclusão é uma condição comum na civilização moderna, devido à


modificação do padrão de alimentação, levando a uma diminuição de estímulos de
crescimento. A má oclusão dentária está presente em todas as sociedades, contudo
a sua prevalência vária nas diferentes regiões do globo (Sandeep & Sonia, 2012).

As maloclusões são anomalias de crescimento e de desenvolvimento que


podem afetar os tecidos moles (músculos), as estruturas ósseas e a própria
distribuição dentária nos maxilares. As maloclusões são distúrbios resultantes da
interação de genética, comportamento e meio ambiente, presentes no decorrer da
formação e do desenvolvimento do complexo oro-facial na infância e na
adolescência (Yoshida et al., 2007).

Estes distúrbios na oclusão dentária podem produzir modificações que


acabam por ter um impacto estético nos dentes e na face, e/ou um impacto funcional
na oclusão, mastigação, deglutição e fonação (Yoshida et al., 2007).

Contudo, o impacto estético é muitas vezes sobrevalorizado relativamente ao


funcional, uma vez que a preocupação com a beleza tem vindo a aumentar com o
decorrer dos tempos (Nóia & Ortega-lopes, 2015).

38
Uma deformidade dento-facial pode ser definida como uma desproporção
facial e dentária suficientemente grave que prejudica a qualidade de vida do doente
(Yoshida et al., 2007). Afetando cerca de 20% da população (R. Santos et al., 2012).

Deformidades têm uma etiologia genética, adquirida (traumatismos e redução


inapropriada de fraturas faciais, queimaduras, neoplasias, infeções, doenças
hormonais, ressecções cirúrgicas, radiação iatrogénica) ou por alterações
congénitas (American Association of Oral and Maxillofacial Surgereons, 2008).

As deformidades dento-faciais encontram-se relacionadas com desvios das


proporções faciais normais e com alterações das relações dentárias, podendo desse
modo originar um comprometimento estético da face e consequentemente
alterações nas funções maxilo-mandibulares (Yoshida et al., 2007).

As deformidades maxilares podem manifestar-se em qualquer dos três planos


do espaço: sagital, axial e coronal (Miloro, Ghali, Larsen, & Waite, 2012). Existe uma
percentagem de indivíduos que apresentam algum tipo de disfunção morfológica
e/ou funcional do sistema estomatognático, que originam essas deformidades.

Quando o doente se encontra em fase de crescimento puberal, a estratégia


de tratamento passa pela ortodontia (muitas vezes com recurso a disjunção palatina
e tração reversa da maxila).

No entanto, quando o doente é adulto e o crescimento já cessou, a


abordagem passa por: ou camuflagem ortodôntica ou procedimentos combinados
(Otranto De Britto Teixeira, Medeiros, & Capelli Júnior, 2007).

A cirurgia ortognática é a área da cirurgia que trata as alterações dentofaciais


(V. S. Pacheco, 2000). A designação “cirurgia ortognática” deve-se ao facto de ser
um conjunto de técnicas de osteotomias realizadas no sistema mastigatório, que
visam a correção de discrepâncias, que levam ao restabelecimento do equilíbrio
entre o crânio e a face (Ribas et al., 2005).

A cirurgia ortognática apresenta-se como um método de correção das


desproporções maxilo-mandibulares, cujo objetivo é equilibrar as funções
estomatognáticas e a harmonia entre as estruturas anatómicas (Aléssio et al., 2007).

39
Em doentes cujo crescimento craniofacial esteja concluído, torna-se
impossível a correção de discrepâncias esqueléticas apenas com recurso à
ortodontia. Como tal, coloca-se em hipótese um tratamento multidisciplinar,
combinando a cirurgia ortognática à ortodontia (A. M. Araujo et al., 2000).

Em cirurgia ortognática, o diagnóstico e o plano de tratamento são baseados


em diferentes critérios obtidos por: anamnese, exame intra e Extra-oral e meios
complementares de diagnóstico (Yoshida et al., 2007).

O tratamento ortodônticocirúrgico convencional para correção de


deformidades esqueléticas abrange, após um diagnóstico e um plano de tratamento
(Faber, 2010).

CONCLUSÃO

A cirurgia ortognática é o tratamento de escolha para a resolução de


deformidades dentofaciais e maloclusões. Tradicionalmente, muitos desses
pacientes encontram-se entre a segunda e terceira década de vida, e muitos deles
são motivados pela obtenção de resultados combinados entre estética e
funcionalidade.

Existe uma grande variedade de complicações associadas à cirurgia


ortognática, incluindo complicações incomuns que são difíceis de prever. Deve haver
uma distinção clara entre negligência e complicações.

40
Complicações podem ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico e a cirurgia
ortognática não é exceção, podendo ocorrer até mesmo para o cirurgião mais
experiente.

Se revisarmos as complicações mais comuns e como são resolvidas, e


fizermos um planejamento adequado, elas podem ser minimizadas sem afetar ou
influenciar o resultado final, o que nos permitirá preveni-las e resolvê-las de forma
adequada, caso ocorram.

A negligência nunca deve ocorrer e é melhor prevenida por um desempenho


cuidadoso e meticuloso dos cirurgiões. Acreditamos que os cirurgiões
bucomaxilofaciais que podem gerenciar com segurança e perfeitamente as
complicações pós-operatórias são verdadeiramente competentes.

A informação ao paciente e o consentimento informado contribuem muito para


tranquilizar o cirurgião maxilofacial no momento em que essas complicações
ocorrem, pois muitas delas, que são comuns, podem ser discutidas em detalhes
antes do procedimento cirúrgico, assim como as possíveis soluções.

Os contínuos avanços da cirurgia ortognática, principalmente no campo do


planejamento cirúrgico virtual, têm servido para modernizar o plano de tratamento e
conduzir o indivíduo a um resultado ideal e satisfatório.

RECOMENDAÇÕES
Recomenda- se aos

Cirurgiões bucais e maxilolabiais devem ter uma compreensão total dos tipos,
causas e tratamento das complicações e devem fornecer essas informações aos
pacientes que desenvolverem essas complicações.

O médico dentista ortodontista tem um papel muito ativo no tratamento de


doentes com deformidades dento-esqueléticas.

41
Será o primeiro contacto que o doente terá para solucionar o seu problema e,
como tal, é necessário que o ortodontista faça uma história clínica exaustiva, tendo
sempre como principal objetivo a resolução do problema do doente

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

ALLGAYER, Susiane et al. Tratamento ortodôntico-cirúrgico da assimetria


facial esquelética: relato de caso. Dental Press JournalofOrthodontics, v. 16, n. 6,
p. 100-110, 2011.

ALMEIDA, A. E. A., SOUSA, C. B. R., XAVIER, C. C. F. Cirurgia ortognática: uma


revisão sobre o impacto psicológico e social. Conexão Fametro, 2017.AVELAR,

42
Jéssica Cristina. Intercorrências associadas à cirurgia ortognática – queimadura
labial: relato de caso. Universidade Federal de Juiz de Fora, 2015.

AZENHA, M. R., FERREIRA, G. R., FAVERANI, L. P., GROSSI-OLIVEIRA, G. A.,


PASTORI, C. M. Tratamento de fraturas indesejáveis durante cirurgia
ortognática: Relato de dois casos clínicos. Revista Salusvita, v. 29, n. 1, p. 57-

68, 2010.

BARELI, Pâmella Simões et al. Ansiedade e conhecimento de pacientes


submetidos a cirurgia ortognática no pré-operatório. Revista Brasileira de
Enfermagem, v. 71, p. 2206-2211, 2018.

BIEGELMEYER, Thaís Cargnino; GOULART, Maria Eduarda Pereira. Qual a


acurácia da guia cirúrgica no planejamento de cirurgias ortognáticas?Uma
revisão sistemática. 2019.

CARVALHO, Sónia Cortinhas; MARTINS, Eugénio Joaquim; BARBOSA, Maria


Raquel. Variáveis psicossociais associadas à cirurgia ortognática: uma revisão
sistemática da literatura. Psicologia: reflexão e crítica, v. 25, n. 3, p. 477-490, 2012.

CESTARI, A. E. C. Cirurgia ortognática e qualidade de vida. Trabalho de


conclusão de curso (Graduação), 31f. Universidade Estadual de Londrina, 2014.

CORRÊA, C. A; VEDOVELLO FILHO, M; VEDOVELLO, S. A. S; VALDRIGHI,

H. C; LOBO JR, S. A. Cirurgia ortognática: uma visão contemporânea.


Ortodontia, p. 167-170, 2013.COUTINHO, Eduardo de Freitas; MORENO, Tatiana
Ferreira. Complicações relacionadas à osteotomia Le Fort I Total em cirurgia
ortognática de maxila. Revista da AcBO-ISSN 2316-7262, v. 5, n. 1, 2016.

CUNHA, Verónica Pires. Cirurgia ortognática em medicina dentária. 2017.

Tese de Doutorado.

DANEU, Gabriel Duarte. Percepção estética e funcional de pacientes


submetidos à cirurgia ortognática. OrthoSci.,Orthod. sci. pract, p. 59-66,

2017.

43
MELLO-FILHO, Francisco Veríssimo et al. Tratamento da Síndrome da
ApnéiaHipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS) através de Cirurgia Ortognática
de Avanço Maxilomandibular. Jornal Brasileiro de ORTODONTIA & Ortopedia
Facial, v. 9, n. 52, 2010.

DIAS-RIBEIRO, Eduardo et al. Análise do grau de satisfação dos pacientes


submetidos à cirurgia ortognática: revisão de literatura. OrthoSci., Orthod. sci.
Pract, p. 263-267, 2010.

ESTEVÃO, Vânia Sofia de Sá Vilar. Cirurgia Ortognática: Correlação das


deformidades dentofaciais. 2012.

FEITOZA, Christiane Cavalcante et al. Cirurgia ortognática no tratamento da


síndrome da apneia obstrutiva do sono relato de caso. OrthoSci., Orthod. Sci.
Pract, p. 98-105, 2017.

FERREIRA, Thaise Gomes; MARCHIONNI, António Márcio Teixeira. A autonomia


do paciente na decisão da cirurgia ortognática: relato de caso.2016.

GRAÇA, Liliana da Costa. Reabsorção condilar após cirurgia ortognática.

2017. Tese de Doutorado.

GUEDES, Alexandre Almeida et al. Reflexo trigêmino‐cardíaco tardio após


cirurgia buco‐maxilofacial: relato de caso. Brazilian Journal of Anesthesiology, v.
69, n. 3, p. 315-318, 2019.

HAAS JUNIOR, Orion Luiz et al. " Overview” de revisões sistemáticas em


Cirurgia ortognática: hierarquia da estabilidade cirúrgica. 2018.

JARDIM, Luísa Comerlato. Osteotomias totais e segmentares da maxila: uma


revisão de literatura. 2012.LAGE, Carla Souza. Cirurgia da articulação
temporomandibular e sua associação com cirurgia ortognática dos maxilares
em um mesmo tempo cirúrgico: uma revisão da literatura. 2010.

LORENZONI, Diego Coelho. Alterações produzidas na fala por contenções


superiores ortodônticas-ensaio clínico randomizadas prospetivas. 2016. Tese
de Doutorado. Universidade de São Paulo.

44
LURENTT, Katyusciaet al. Cirurgia ortognática em paciente portador de fissura
lábio palatina: Relato de caso. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco
maxilofacial, v. 12, n. 1, p. 47-52, 2012.

MARTINS, Gregório Antônio Soares et al. Padrão facial e indicação de cirurgia


ortognática. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, v. 14, n. 1,
p. 75-82, 2014.

MAYRINK, Gabriela et al. Correção de deformidade transversa de maxila


associada à cirurgia ortognática: um ou dois tempos cirúrgicos? Revista de
Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, v. 10, n. 3, p. 033-038, 2010.

MELO, Marcelo Fernandes Santos. Estabilidade e complicações pós operatórias


em osteotomia lefort i associada ao uso de substitutos ósseos-revisão
sistemática. 2019.

MENDES, Ramon Barreto et al. Alteração dimensional do espaço aéreo após


cirurgia ortognática: relato de caso. Archives Of Health Investigation, v. 2, n. 2,
2013.

NUNES, Jeferson da Silva. Indicações e prognósticos em cirurgia ortognática.


2017.OLSEN, Bruno Reinoso Noronha. Influência da cirurgia ortognática na via
aérea superior: uma avaliação tridimensional retrospectiva. 2019.

PANISSA, Constanzaet al. Cirurgia ortognática para tratamento da síndrome de


apneia obstrutiva do sono: relato de caso. Revista da Faculdade de Odontologia-
UPF, v. 22, n. 3, 2017.

PITHON, Matheus Melo; SANTOS, Elinailton Silva dos. Information available on


the internet about pain after orthognathic surgery: A careful review. Dental Press
J. Orthod.v.19, n.6, pp.86-92, 2014.

ROCHA, Maria João Almeida. Reabsorção Condilar Progressiva após cirurgia


ortognática-revisão sistemática com meta-análise. 2017. Tese de Doutorado.
Universidade de Coimbra.

RODRIGUES, Daniel Barros. Expansão maxilar através da osteotomia Le Fort I


segmentada: avaliação dentária, esquelética e de complicações.Salvador, 2018.

45
SANTIAGO, Fernando ZanderMucci. Alterações dimensionais de vias aéreas
superiores relacionadas á cirurgia ortognática e suas possíveis repercussões
no sistema cardiorrespiratório. 2015.

SANTOS, R., SEBASTIANI, A. M., TODERO, S. R. B., MORAES, R. S. D., COSTA,


D. J. D., REBELATTO, N. L. B., MÜLLER, P. R. Complicações associadas à
osteotomia sagital dos ramos mandibulares. Revista de Cirurgia e
Traumatologia Buco-maxilo-facial, v. 12, n. 1, p. 77-84, 2012.

SATO, Hideki et al. Effect of orthognathic surgery on middle ear condition.


Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, Medicine, and Pathology, v. 24, n. 2, p. 75-
79, 2012.

SILVA, Marcela Maria Alves da et al. Influência do tratamento


ortodônticocirúrgico nos sinais e sintomas de disfunção temporomandibular
em indivíduos com deformidades dentofaciais. Revista da Sociedade Brasileira
de Fonoaudiologia, v. 16, n. 1, p. 80-84, 2011.

SUGUIMOTO, R. M. A integração da Cirurgia Ortognática com a


Ortodontia.RevClínOrtod Dental Press. v. 5, n. 3, p. 18-21, 2016.

TORRES, Katarina Vilar et al. Qualidade de vida após cirurgia ortognática: relato
de caso. Revista CEFAC, v. 19, n. 5, p. 733-739, 2017. ZARONI,

Fabio Marzullo. Características de 485 cirurgias ortognáticas realizadas em um


serviço de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial. 2015

46
ANEXOS

47
48
49
50
51
52
53
54

Você também pode gostar