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Contextualização teórica

Resistência ao
cisalhamento de solos e
rochas
Introdução

• Os materiais de construção civil, geralmente, apresentam certa resistência à


compressão, porém, sua resistência a demais esforços, como de tração e cisalhamento é
baixa. Este é o caso, por exemplo, do concreto e do solo.

• Nos solos e rochas, o mecanismo de ruptura ocorre, na grande maioria dos casos, por
cisalhamento, devido aos deslocamentos entre as partículas que o constituem.

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Introdução

• Qualquer obra de engenharia que envolve conhecimentos geotécnicos deve


necessariamente responder a pergunta: “Pode ocorrer a ruptura?”

• Para respondê-la, deve-se equacionar diversas solicitações envolvidas na obra e verificar


se o solo resiste a estas solicitações, determinando-se a resistência ao cisalhamento
mobilizada pelo solo.

• A ruptura de um solo, representada de maneira ideal, se produz por cisalhamento ao


longo de uma superfície de ruptura, ocorre o deslizamento de uma parte do maciço sobre
uma zona de apoio que permanece fixa.

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Introdução

Análise de estabilidade de taludes

Empuxos de terra
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Introdução
• A resistência ao cisalhamento de um solo em qualquer direção é a tensão de
cisalhamento máxima que pode ser aplicada à estrutura do solo naquela direção. Quando
este máximo é atingido, diz-se que o solo rompeu, tendo sido totalmente mobilizada a
resistência do solo.

• Os problemas de resistência dos solos são usualmente analisados empregando-se os


conceitos do "equilíbrio limite", o que implica considerar o instante de ruptura, quando
as tensões atuantes igualam a resistência do solo, sem atentar para as deformações.

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Introdução
• O fator de segurança (FS) contra a ruptura é calculado como a razão entre as forças
estabilizadoras (resistentes) e as forças instabilizadoras (atuantes):

forças estabilizadoras
FS =
forças instabilizadoras

• As forças estabilizadoras são função dos parâmetros de resistência do solo (coesão e


ângulo de atrito interno). As forças que atuam ao longo da superfície de ruptura
arbitrada devem resistir à força aplicada no elemento de fundação, ao peso próprio da
massa instável ou demais sobrecargas.

• Princípio das tensões efetivas: σ' = σ - u


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Contextualização teórica

Resistência ao cisalhamento de solos e


rochas

Critérios de ruptura
Critérios de ruptura
• Critérios de ruptura são • Em solos:
formulações que buscam 1. Mohr-Coulomb:
refletir as condições em ➢ Coesão e atrito.
que ocorre a ruptura dos
materiais.
• Em rochas:
1. Mohr-Coulomb;
• O critério de ruptura que
melhor representam o 2. Griffith;
comportamento dos solos 3. Bieniawski;
é o de Mohr-Coulomb. 4. Hoek e Brown.

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Critérios de ruptura
• Cada círculo de Mohr representa o estado de tensões na ruptura de cada ensaio. A linha
que tangencia estes círculos é definida como envoltória de ruptura de Mohr. A
envoltória de Mohr é geralmente curva, embora com freqüência ela seja associada a uma
reta. Esta simplificação deve-se a Coulomb, e permite o cálculo da resistência ao
cisalhamento do solo conforme a expressão já definida anteriormente: τ = c + σ . tg φ .

Por suas semelhanças, o Critério de Mohr e o de


Coulomb passaram a ser entendidos e estudados
como Critério de Mohr-Coulomb.

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Contextualização teórica

Resistência ao cisalhamento de solos e


rochas

Parâmetros de resistência
Resistência ao cisalhamento dos solos
Atrito

• O atrito é função da interação entre duas superfícies na região de contato. A parcela da


resistência devido ao atrito pode ser simplificadamente demonstrada pela analogia com o
problema de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana horizontal.

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Resistência ao cisalhamento dos solos
Coesão
• A coesão (c) consiste na parcela de resistência de um solo que existe independentemente
de quaisquer tensões aplicadas e que se mantém, ainda que não necessariamente a longo
prazo, se todas as tensões aplicadas ao solo forem removidas.

• Os solos que possuem essa propriedade são chamados de solos coesivos.

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Resistência ao cisalhamento dos solos
Coesão
• Várias fontes podem originar coesão em um solo:
➢Carbonatos;
➢Sílica;
➢Óxidos de ferro, etc.

• A cimentação entre partículas proporcionada por estas fontes responde por altos
valores de coesão.

• Esses agentes cimentantes podem advir do próprio solo, após processos de


intemperização.

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Resistência ao cisalhamento dos solos
Coesão
• Utilizando a mesma analogia empregada no item anterior, suponha que a superfície de
contato entre os corpos esteja colada, conforme esquema da figura abaixo.
• Nesta situação quando N = 0, existe uma parcela da resistência ao cisalhamento entre as
partículas que é independente da força normal aplicada. Esta parcela é definida como
coesão verdadeira.

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Resistência ao cisalhamento dos solos
Resistência dos solos:
• Nos solos, estão presentes os fenômenos de atrito e coesão, portanto, determina-se a
resistência ao cisalhamento dos solos (τ), segundo a expressão: τ = c + σ . tg ϕ

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Contextualização teórica

Resistência ao cisalhamento de solos e


rochas

Ensaios laboratoriais
Introdução
• A medida da resistência de um solo é feita em laboratório através de dois
tipos principais de ensaios:

▪ Ensaio de cisalhamento direto;

▪ Ensaio de compressão triaxial.

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Introdução
• Para cada solo, são ensaiados vários corpos de prova preparados sob condições
idênticas.

• Para cada corpo de prova, obtém-se uma curva tensão-deformação, a qual


convenientemente interpretada, fornece tensões que permitirão, num diagrama σ x τ, a
definição da envoltória de resistência.

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Contextualização teórica

Resistência ao cisalhamento de solos e


rochas

Ensaio de cisalhamento direto


Ensaio de cisalhamento direto
• O ensaio de cisalhamento direto é executado em uma caixa metálica bipartida,
deslizando-se a metade superior do corpo de prova em relação à inferior.

• O corpo de prova é inicialmente comprimido pela força normal “N”, seguindo-se a


aplicação da forca cisalhante “T”.

• Esta força impõe um deslocamento horizontal (Δl) à amostra até a ruptura do corpo de
prova (que ocorre ao longo do plano XX). Para cada tensão normal aplicada (σ = N/A),
obtém-se um valor de tensão cisalhante de ruptura (τ = T/A), permitindo o traçado da
envoltória de resistência.

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Ensaio de cisalhamento direto
• O ensaio de cisalhamento direto é sempre drenado, devendo ser executado lentamente
para impedir o estabelecimento de pressões neutras nos poros da amostra.

• A condição drenada implica a total dissipação de poropressões durante o cisalhamento.

21
Ensaio de cisalhamento direto
• Aspectos “falhos” ou limitações do ensaio:

▪ O principal problema a ser apontado neste ensaio é a imposição de uma superfície de


ruptura, principalmente em solos homogêneos.

▪ O solo não rompe segundo o plano de maior fraqueza, mas ao longo do plano horizontal
XX. Este problema é mais complexo quando analisa-se a restrição de movimentos
imposta às extremidades da amostra no plano de ruptura.

22
Ensaio de cisalhamento direto
• Neste ensaio, as tensões normal e de cisalhamento são conhecidas somente no plano de
ruptura para determinar o estado de tensão do solo nos diferentes planos.

Curvas tensão cisalhante por deformação


23
Ensaio de cisalhamento direto

24
Ensaio de cisalhamento direto

Envoltória de resistência.
25
Ensaio de cisalhamento direto

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Contextualização teórica

Resistência ao cisalhamento de solos e


rochas

Ensaio de compressão triaxial


Ensaio de compressão triaxial
• O ensaio de compressão triaxial convencional consiste na aplicação de um estado
hidrostático de tensões e de um carregamento axial sobre um corpo de prova cilíndrico
do solo.

• Para isto, o corpo de prova é colocado dentro de uma câmara de ensaio e envolto por
uma membrana de borracha. A câmara é cheia de água, à qual se aplica uma pressão,
que é chamada pressão confinante ou pressão de confinamento do ensaio.

28
Ensaio de compressão triaxial
• A pressão confinante atua em todas as
direções, inclusive na direção vertical. O
corpo de prova fica sob um estado
hidrostático de tensões.

• Entre o pedestal e a amostra, utiliza-se uma


pedra porosa para facilitar a drenagem.

29
Ensaio de compressão triaxial
• A tensão devida ao carregamento axial é denominada acréscimo de tensão axial ( σ1- σ3)
ou tensão desviadora.

• O ensaio triaxial é executado em duas etapas distintas: (a) aplicação da tensão confinante
(σ3), e (b) aplicação da tensão desviadora (Δσ).

30
Ensaio de compressão triaxial
• Durante o carregamento, medem-se, a
diversos intervalos de tempo, o
acréscimo de tensão axial que está
atuando e a deformação vertical do
corpo de prova.

• Esta deformação vertical é dividida pela


altura inicial do corpo de prova, dando
origem à deformação vertical específica,
em função da qual se expressam as
tensões desviadoras, bem como podem
ser plotadas com as variações de volume
Para os 3 corpos de prova ensaiados
ou de pressão neutra. foram utilizadas as tensões de
confinamento de 100, 200 e 600 kPa.

31
Ensaio de compressão triaxial
• As tensões desviadoras (acréscimos
verticais) durante o carregamento
axial permitem o traçado dos
círculos de Mohr.

• Círculos de Mohr de ensaios feitos


em outros corpos de prova
permitem a determinação da
envoltória de resistência conforme
o critério de Mohr.
Traçado dos círculos de Mohr correspondentes a realização de 3 ensaios
triaxiais.

32
Ensaio de compressão triaxial
• Cada uma das fases do ensaio pode ser realizada permitindo-se ou não a drenagem do
corpo de prova. No caso de uma solicitação não drenada é possível medir-se as pressões
neutras que se desenvolvem no interior da amostra, através de um equipamento adequado
colocado no canal de drenagem (transdutor de pressão).

• A drenagem é controlada através de uma válvula, que é o único caminho possível de


entrada e saída de água, fechando-a, o ensaio é realizado em condições não drenadas. Há
interesse no controle de poro-pressões, que são medidas pelo transdutor de pressão. Trata-
se de um instrumento que possui um diafragma muito sensível a variações de pressões na
água, produzindo um sinal elétrico proporcional, que é medido por instrumentos
eletrônicos digitais.

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Ensaio de compressão triaxial
• Existem três formas clássicas de se realizar o ensaio triaxial, conforme as condições de
drenagem permitidas em cada etapa do ensaio:

a) Ensaio adensado drenado (CD) - consolidated drained, ou ensaio S (Slow – lento);

b) Ensaio adensado não drenado (CU) - consolidated undrained, ou ensaio R (rapid -


rápido -pré-adensado);

c) Ensaio não adensado não drenado (UU) - unconsolidated undrained, ou ensaio Q (quick
- rápido).

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Ensaio de compressão triaxial
a) Ensaio adensado drenado (CD)

• As tensões aplicadas na amostra são efetivas (tensões atuam no arcabouço estrutural dos solos).

• São ensaios em que há permanente drenagem do corpo de prova.

• Aplica-se a pressão confinante e espera-se que o corpo de prova adense, ou seja, que a pressão
neutra se dissipe.

• Desta forma, a pressão neutra durante todo o carregamento é praticamente nula, e as tensões
totais aplicadas indicam as tensões efetivas que estavam ocorrendo.

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Ensaio de compressão triaxial
b) Ensaio adensado rápido (com consolidação e sem drenagem) – (CU)

• Neste ensaio, a primeira etapa (adensamento) é realizada com total dissipação das
pressões neutras geradas pela tensão confinante.

• Durante a fase de cisalhamento da amostra (segunda etapa), as pressões neutras


desenvolvidas são impedidas de se dissipar, ou seja, não ocorrem variações
volumétricas por adensamento.

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Ensaio de compressão triaxial
• A condição essencial desse ensaio é não permitir nenhum adensamento adicional na amostra
durante a fase de aplicação da carga axial até a ruptura (σ1).

• Logo, após aplicar σ3, fecha-se as válvulas de saída de água pelas pedras porosas, dando
garantia da condição pré-estabelecida, independente da velocidade em que essa carga axial seja
aplicada.

• Na segunda etapa do ensaio, aplicação de σ1, pode-se pensar que a água dos vazios é que irá
receber toda a carga de pressão em forma de pressão neutra, mas, na realidade, isso não acontece,
pois, parte dessa pressão axial é recebida pela fase sólida do solo, pois a amostra não está
totalmente confinada lateralmente (como no caso do ensaio de adensamento).

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Ensaio de compressão triaxial
• Se as pressões neutras forem medidas, a resistência em termos de tensões efetivas também
é determinada, razão pela qual ele é muito empregado, pois permite determinar a
envoltória de resistência em termos de tensão efetiva (TTE) num prazo muito menor do
que o ensaio CD ou ainda em termos de tensões totais (TTT).

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Ensaio de compressão triaxial

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Ensaio de compressão triaxial
c) Ensaio rápido (sem consolidação e sem drenagem) - UU
unconsolidated undrained.

• Não se permite drenagem em nenhuma das duas etapas.

• As válvulas de comunicação entre as pedras porosas e os canais de medição serão


fechadas, impedindo a drenagem da mesma durante as aplicações das tensões.

• É um método simplificado para se verificar o comportamento de solos de baixa


permeabilidade e saturado (argilas), quando submetidos a uma solicitação quase
instantânea, através de tensões totais, denominado método ϕ = 0.

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Ensaio de compressão triaxial
c) Ensaio rápido (sem consolidação e sem drenagem) - UU
unconsolidated undrained.

• O ensaio UU (não drenado e não adensado) é realizado sem permitir a drenagem em


qualquer estágio do carregamento (fase de adensamento e cisalhamento). Portanto,
determina-se a resistência ao cisalhamento não-drenada (Su ou Cu), mantendo-se
inalteradas as condições de campo do solo no início do ensaio (índice de vazios e teor de
umidade).

• Em todas as fases do ensaio, a pressão gerada é impedida de dissipar.

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Ensaio de compressão triaxial
c) Ensaio rápido (sem consolidação e sem drenagem) - UU
unconsolid undrained.

42
Ensaio de compressão triaxial
c) Ensaio rápido (sem consolidação e sem drenagem) - UU
unconsolid undrained.

Qualquer aumento de σ3 é convertido em Δu. Além disso, o solo romperá para a mesma tensão
desviadora.

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Contextualização teórica

Resistência ao cisalhamento de solos e


rochas

Trajetória de tensões
Trajetória de tensões
▪ É o lugar geométrico dos pontos representativos de uma série de círculos de Mohr, por
exemplo, os pontos onde atua 𝜏𝑚á𝑥 .

σ1 + σ3 σ 1 − σ3
p= q= (TTT)
2 2

σ′1 + σ′3 σ′1 − σ′3


p’ = q= (TTE)
2 2

▪ A trajetória de tensões passa a ser representada em um diagrama p x q, em termos de


tensões totais ou em termos de tensões efetivas.

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Trajetória de tensões

sen ϕ = tg α → ϕ = arc sen (tg α )


c = a/cos ϕ

Podem ser utilizadas tanto para tensões totais quanto efetivas.


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Contextualização teórica

Introdução
Indicações (livros-texto)

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Introdução
Talude
• Qualquer superfície inclinada de um maciço de solo ou rocha (GERSCOVICH, 2012).
• Pode ser natural (encosta) ou construído pelo homem (aterros e cortes).

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Introdução
Causas da desestabilização de taludes:
1. Redução dos parâmetros de resistência do solo/rocha: intemperismo químico ou físico;

2. Mudança na geometria do talude: cortes no pé do talude, aterros no topo, mudanças


naturais de inclinação da encosta;

3. Vibrações: terremotos, explosões;

4. Elevação do nível piezométrico da encosta: redução na tensão efetiva;

5. Rebaixamento rápido do nível d’água: barragens.

6. Etc.
4
Contextualização teórica

Movimentos de massa
Tipos de movimentos de massa
• Entende-se por movimento de massa qualquer deslocamento de um volume de solo.

• Em geral, a literatura trata os movimentos de massa como processos associados a


problemas de instabilidade de encostas.

6
Tipos de movimentos de massa
• Augusto Filho (1992):
Segundo a dinâmica ambiental brasileira, os movimentos de massa podem ser
classificados em:

❑ Rastejos (ou fluência);

❑ Escorregamentos;

❑ Quedas (ou desabamentos);

❑ Corridas (ou fluxo).

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Tipos de movimentos de massa
Subsidências
Subsidências são movimentos de massa que correspondem a um deslocamento
essencialmente vertical, que pode ser contínuo ou instantâneo (colapso da superfície).
Este tipo de movimento pode ser classificado como:
❑ Desabamento ou queda – deslocamento finito vertical;

❑ Recalque – produzido pelo rearranjo das partículas;

❑ Colapso por afundamento.

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Tipos de movimentos de massa
❑ Desabamento ou queda – deslocamento finito vertical:

• São subsidências bruscas, em alta velocidade. Envolvem blocos rochosos que se


deslocam em queda livre ou ao longo de um plano inclinado.

• A formação dos blocos origina-se na ação do intemperismo nas fraturas dos maciços
rochosos, pressões hidrostáticas nas fraturas, desconfinamento lateral, decorrentes de
obras subterrâneas, vibrações, etc.

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Tipos de movimentos de massa
❑ Desabamento ou queda – deslocamento finito vertical:

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Tipos de movimentos de massa
❑ Desabamento ou queda – deslocamento finito vertical:

Angra dos Reis – 31/12/2009

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Tipos de movimentos de massa
❑ Desabamento ou queda – deslocamento finito vertical:

Serra das Posses – Guiricema-MG 12


Tipos de movimentos de massa
❑ Desabamento ou queda – deslocamento finito vertical:

Serra das Posses – Guiricema-MG 13


Tipos de movimentos de massa
❑ Afundamento de camadas e recalques:

• O colapso por afundamento origina-se na remoção de uma fase sólida, líquida ou


gasosa, cujas causas mais comuns são: ação erosiva das águas subterrâneas, atividades de
mineração, efeito de vibração em sedimentos não consolidados, etc.

• Os recalques são movimentos verticais causados pela variação no estado de tensões


efetivas, como decorrência de sobrecargas, escavações, rebaixamento de lençol d’água, etc.
Adicionalmente, os processos de compressão secundária também geram movimentação da
superfície.
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Tipos de movimentos de massa
Escoamentos
São movimentos contínuos, com ou sem superfície de deslocamento definida, não
associada a uma velocidade específica.

❑ Rastejos – movimento lento;

❑ Corridas – movimento rápido.

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Tipos de movimentos de massa
Escoamentos
❑ Rastejos:
Movimentos lentos e contínuos, sem superfície de ruptura bem definida, que podem
englobar grandes áreas, sem que haja diferenciação clara entre a massa em movimento e
a região estável.

As causas do movimento são atribuídas à ação da gravidade associada a efeitos


causados pela variação de temperatura e umidade.

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Tipos de movimentos de massa
Escoamentos
❑ Rastejos:
Em superfície, os rastejos podem ser identificados pela observação de deslocamentos de
eixos de estradas, blocos, postes ou cercas, ou mudanças na verticalidade de árvores,
postes, etc.

Fonte: Gerscovich (2012).

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Tipos de movimentos de massa
Escoamentos
❑ Corridas:
Movimentos de alta velocidade (≥ 10 km/h) gerados pela perda completa das
características de resistência do solo. A massa de solo passa a se comportar como um
fluido e os deslocamentos atingem extensões significativas. Causas:
• Adição de água em solos predominantemente arenosos;
• Esforços dinâmicos (terremoto, cravação de estacas, etc);
• Amolgamento em argilas muito sensitivas.

Dentre esses, a presença de água em excesso em períodos de precipitação intensa é a


mais usual.

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Tipos de movimentos de massa
Escoamentos
❑ Corridas:

Nova
Friburgo/RJ
(2011)

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Tipos de movimentos de massa
Escorregamentos
São movimentos de massa rápidos, com superfície de ruptura bem definida. A
deflagração do movimento ocorre quando as tensões cisalhantes mobilizadas na
massa de solo atingem a resistência ao cisalhamento do material.

** Tanto em solos como em rochas, a ruptura se dá pela superfície que apresenta a


menor resistência.

20
Tipos de movimentos de massa
Escorregamentos

21
Fonte: Gerscovich (2012).
Tipos de movimentos de massa
Escorregamentos - Classificação quanto à forma da superfície:
Conforme as condições geomorfológicas, as superfícies de ruptura podem ser:
• Planares;

• Circulares (mais comuns);

• Em cunha, ou

• Combinação de formas (circular e plana), denominadas superfícies mistas.

22
Tipos de movimentos de massa
Escorregamentos - Classificação quanto à forma da superfície:
• Planares (ou translacionais)
Caracterizam-se pelas descontinuidades ou planos de fraqueza. Tipo de ruptura comum
em mantos de colúvios de pequena espessura sobre um embasamento rochoso.

Fonte: Gerscovich (2012). 23


Tipos de movimentos de massa
Escorregamentos - Classificação quanto à forma da superfície:
• Em cunha
Quando os planos de fraqueza se cruzam ou quando camadas de menor resistência
não são paralelas à superfície do talude, a superfície de ruptura pode apresentar uma
forma de cunha, delimitada por um ou mais planos.

Fonte: Gerscovich (2012).

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Tipos de movimentos de massa
Escorregamentos - Classificação quanto à forma da superfície:
• Rupturas circulares
Tipo de ruptura mais comum em solos, podendo ocorrer em rochas altamente alteradas.
Quando a anisotropia com relação à resistência é significativa, a superfície pode ter uma
aparência mais achatada, na direção horizontal ou vertical.

25
Tipos de movimentos de massa
Escorregamentos - Classificação quanto à forma da superfície:
• Rupturas circulares (ou rotacionais)

Fonte: Gerscovich (2012).

Escorregamento rotacional – Salvador-BA,


em 2005.
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Contextualização teórica

Estabilidade de taludes
Métodos de estabilidade de taludes – Parte 1
Métodos de estabilidade:
As análises de estabilidade, na sua maioria, foram desenvolvidas segundo a
abordagem de equilíbrio-limite:
• Ferramenta empregada pela Teoria da Plasticidade para análise de equilíbrio de
corpos que admite como hipótese:

➢ Existência de uma linha de escorregamento de forma conhecida: plana, circular,


espiral-log ou mista, que delimita, acima dela, a porção instável do maciço. Esta
massa instável, por gravidade, movimenta-se como um corpo rígido;

➢ Existência de um FS constante ao longo da superfície de ruptura.

28
Métodos de estabilidade:
Outros métodos de análise de estabilidade de taludes:
• Método dos Elementos Finitos:

29
Métodos de estabilidade:
Outros métodos de análise de estabilidade de taludes:
• Método dos Elementos Finitos:

30
Métodos de estabilidade:
Outros métodos de análise de estabilidade de taludes:
• Método dos Elementos Discretos:

31
Métodos de estabilidade:
Método de
equilíbrio-limite
FS = 1,499

Método de
elementos finitos
SRF = 1,47
32
Métodos de estabilidade:
➢ Diz respeito a um critério de resistência (geralmente Mohr-Coulomb) ao
longo da linha de escorregamento.

33
Métodos de estabilidade:

• Talude infinito (relação extensão/espessura é grande);

• Superfície plana (presença de zona de fraqueza); e

• Superfície Circular (a superfície cisalhada se apresenta com geometria


próxima a de um círculo).

34
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO

Qualquer talude de grande extensão e com perfis de solos essencialmente do mesmo tipo
pode ser considerado infinito.

Na análise de estabilidade, o plano de deslizamento é tomado como paralelo à superfície


do terreno, estando geralmente posicionado no plano de contato entre a camada superior
de solo e o topo da camada de rocha adjacente.

36
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água
E1 e E2 – forças
laterais.
P – peso da coluna de
solo.
Rp – força de reação
ao peso.
σv – tensão vertical.
σn – componente
normal de σv .
σs – componente
cisalhante de σv .

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Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água

𝑷
𝜸= , sendo 𝑉 = 𝑏 . 𝑧. 1
𝑽
Logo,
𝑃 = γ𝑛𝑎𝑡 . 𝑏 . 𝑧

Daí,
𝑷 γ𝑛𝑎𝑡 . 𝑏 . 𝑧
𝝈𝒗 = =
𝑨 𝑏
.1
cos 𝑖

𝝈𝒗 = 𝜸𝒏𝒂𝒕 . 𝒛 . cos i
38
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água

Componentes da tensão vertical:


𝛔𝐧 componente normal e 𝛔𝐬 componente cisalhante .

𝝈𝒏 = 𝜎𝑣 . 𝑐𝑜𝑠 𝑖 = 𝜸𝒏𝒂𝒕 . 𝒛 . cos² i

𝝈𝒔 = 𝜎𝑣 . 𝑠𝑒𝑛 𝑖 = 𝜸𝒏𝒂𝒕 . 𝒛 . cos i . sen i

39
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água

Sabendo que a Resistência ao Cisalhamento do solo é:

𝜏 = 𝑐 ′ + 𝜎′𝑛 . 𝑡𝑔𝜙′
Se u = 0 → 𝜎𝑛 = 𝜎′𝑛

Logo,
𝝉 = 𝒄′ + 𝜸𝒏𝒂𝒕 . 𝒛 . cos² i. 𝒕𝒈ϕ′

40
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água

O Fator de Segurança (FS) será:

𝝉 𝑐 ′ + 𝛾𝑛𝑎𝑡 . 𝑧 . cos² i. 𝑡𝑔𝜙′


𝑭𝑺 = =
𝝈𝒔 𝛾𝑛𝑎𝑡 . 𝑧 . cos i . sen i

41
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água
Para solos não coesivos (c = 0):

𝜏 𝛾𝑛𝑎𝑡 . 𝑧 . cos² i. 𝑡𝑔𝜙′


𝐹𝑆 = =
𝜎𝑠 𝛾𝑛𝑎𝑡 . 𝑧 . cos i . sen i

cos i. 𝑡𝑔𝜙′ 𝒕𝒈ϕ′


𝐹𝑆 = =
sen i tg i

Se i < ϕ’ – o talude está em condições de segurança;

Se i > ϕ’ – o talude está em campo de instabilidade;

Se c ≠ 0, haverá um intervalo no diagrama de Mohr em que o talude estará em condições de


equilíbrio, mesmo para i > ϕ’ .
42
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água
Para solos não coesivos (c = 0):
Se i < ϕ’ – o talude está em condições de segurança;

Se i > ϕ’ – o talude está em campo de instabilidade.

Fonte: Fiori (2016).

43
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – sem percolação de água
Se c ≠ 0, haverá um intervalo no diagrama de Mohr em que o talude estará em
condições de equilíbrio, mesmo para i > ϕ’ .

Fonte: Fiori (2016).

44
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – COM percolação de água
Admite-se que as linhas de fluxo sejam paralelas à superfície do talude, e as
equipotenciais sejam perpendiculares.

Fonte: Fiori (2016).

45
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – COM percolação de água

𝝈𝒗 = 𝜸𝒔𝒂𝒕 . 𝒛 . cos i

𝝈𝒏 = 𝜎𝑣 . 𝑐𝑜𝑠 𝑖 = 𝜸𝒔𝒂𝒕 . 𝒛 . cos² i

𝝈𝒔 = 𝜎𝑣 . 𝑠𝑒𝑛 𝑖 = 𝜸𝒔𝒂𝒕 . 𝒛 . cos i . sen i

Poropressão (u):
𝒖 = 𝜸𝒘 . 𝒛 . cos² i

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Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – COM percolação de água

Resistência ao Cisalhamento:
𝜏 = 𝑐 ′ + 𝜎′𝑛 . 𝑡𝑔𝜙′ = 𝝉 = 𝒄′ + (𝝈𝒏 − 𝒖). 𝒕𝒈𝝓′

𝛾𝑠𝑢𝑏 = 𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑤

𝝉 = 𝒄′ + 𝜸𝒔𝒖𝒃 . 𝒛 . cos² i. 𝒕𝒈𝝓

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Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – COM percolação de água

Fator de segurança (FS):


𝜏 𝑐 + 𝛾𝑠𝑢𝑏 . 𝑧 . cos² i. 𝑡𝑔𝜙′
𝐹𝑆 = =
𝜎𝑠 𝛾𝑠𝑎𝑡 . 𝑧 . cos i . sen i

Para c = 0:
𝜸𝒔𝒖𝒃 . 𝒕𝒈𝝓′
𝑭𝑺 =
𝜸𝒔𝒂𝒕 . tg i

48
Métodos de estabilidade:
TALUDE INFINITO – COM percolação de água

No caso de a vertente não estar totalmente saturada, e o nível do lençol freático


atingir uma altura h2, acima do plano de escorregamento, o FS é dado por:

Fonte: Fiori (2016). 49


Contextualização teórica

Estabilidade de taludes
Métodos de estabilidade de taludes – Parte 3 -
Continuação
Métodos de estabilidade:
SUPERFÍCIE CIRCULAR – TALUDE FINITO

• Ábacos de Taylor (1948) – também conhecido como Método do Círculo de Atrito:


análises em termos de tensões totais;

• Ábacos de Hoek e Bray (1981): taludes de geometria simples, podendo existir trincas de
tração e para determinadas condições de fluxo no talude; e

• Método das Fatias (Método das Lamelas).

54
Contextualização teórica

Estabilidade de taludes
Técnicas de estabilização de taludes
Técnicas para estabilização de taludes
1. Redução do peso do talude :
▪ Suavização do ângulo de inclinação do talude;
▪ Execução de patamares.

2. Bermas de equilíbrio:
▪ Aumento do peso sobre o pé do talude.

2. Drenagem: superficial e/ou profunda.

3. Revestimento do talude com vegetação:


▪ Proteção contra erosão superficial.

80
Técnicas para estabilização de taludes

4. Adição de materiais estabilizantes:


▪ Nata de cimento ou outros produtos químicos.

5. Grampos, ancoragens ou muros de arrimo.

81
Estabilidade de taludes
Estruturas de contenção
Bibliografias sugeridas

2
Introdução
• A utilização de estruturas de contenção tem sua grande importância e contribuição no
ramo da Geotecnia/Obras de Terra, na forma de:

• Apoio a obras de fundações;


• Estabilização de encostas instáveis;
• Obras de galerias fluviais, etc.

3
Tipos de estruturas de contenção
❑ Contenções provisórias;

❑ Contenções definitivas.

4
Tipos de estruturas de contenção
❑ Contenções provisórias:
• São aquelas de caráter transitório, sendo preferencialmente removidas
quando cessada sua necessidade. Nelas, são principalmente empregados três
processos executivos:
• Contenções de madeira;
• Contenções com perfis cravados e de madeira;
• Contenções com perfis metálicos justapostos.

• Todos os três métodos resultam em contenções flexíveis, podendo ou não


ser escoradas.

5
Tipos de estruturas de contenção
❑ Contenções provisórias:

6
Tipos de estruturas de contenção
❑ Contenções definitivas:

• Algumas outras técnicas só são economicamente recomendáveis em contenções


definitivas, principalmente por não permitirem o reaproveitamento dos componentes
e materiais utilizados e por resultarem em contenções mais robustas ou pesadas.

• Dentre elas, destaca-se:


• Estacas pranchas;
• Muros de arrimo e;
• Parede-diafragma.

7
Tipos de estruturas de contenção
❑ Parede diafragma:
• A parede diafragma moldada “in loco” é um elemento de fundação e/ou contenção
moldada no solo, realizando no subsolo um muro vertical de concreto armado cuja
espessura pode variar entre 30 cm e 120 cm e profundidade de até 50 metros.

• Este muro pode absorver empuxos, cargas axiais e momentos fletores, bem como ser
utilizado como elemento de fundação absorvendo cargas normais, podendo ser
executado com a presença ou não de lençol freático.

8
Tipos de estruturas de contenção
❑ Parede diafragma:

9
Tipos de estruturas de contenção
❑ Parede diafragma:
• Vantagens e aplicações:
• Elemento de contenção de água e terra em escavações provisórias ou
permanentes.
• Elementos impermeabilizantes (diafragma plástico), visando o controle da
percolação em escavações, diques, barragens, reservatórios, etc.
• As paredes podem ainda receber cargas verticais.
• Outros fatores são as vantagens do processo, destacando-se:
• Execução sem as vibrações e o barulho inerente à cravação de estacas;
• Possibilidade de atravessar camadas do solo de grande resistência;

10
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:

• Muros de arrimo de gravidade;


• Muros de arrimo de gravidade aliviada;
• Muros de contraforte, etc.

11
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de gravidade:

• Geralmente utilizados para conter desníveis pequenos ou médios,


inferiores a cerca de 5 metros de altura.

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de gravidade:
• Concreto;
• Tarugos de madeira ou concreto (Crib-walls);
• Rocha;
• Pneus;
• Gabião;
• Solo-cimento;
• Etc.

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de gabião:

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de gabião:

15
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de gabião:

Muito utilizado em
regularização de córregos
e fundo de vales.

BR próximo a Três Rios/RJ 16


Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Gabião tipo caixa:

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Gabião tipo caixa:

18
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Gabião tipo colchão:

19
Tipos de estruturas de contenção

20
Tipos de estruturas de contenção

21
22
23
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Fogueirinha (crib-wall):

Fonte: Marchetti (2007).


24
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Fogueirinha (crib-wall):

BR próximo a Três Rios/RJ 25


Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Terra armada:
O sistema de terra armada, também chamado de solo armado, é composto por um
maciço contido por placas pré-moldadas de concreto, que funcionam como face da
contenção. A pressão do sistema é distribuída em tiras metálicas, presas às placas.
Essas tiras, colocadas dentro do solo na medida em que este é compactado durante a
execução, resistem aos esforços por conta do atrito desenvolvido no maciço. Os
principais componentes do sistema de terra armada - o solo, as tiras metálicas e o
paramento externo formado pelas placas pré-moldadas de concreto - têm suas
propriedades normatizadas pela NBR 9.286, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). A solução é usada principalmente em obras rodoviárias e
ferroviárias.

26
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Terra armada:

27
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Terra armada:

28
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de flexão:

Agem como os muros


convencionais, tendo a mesma
proporção entre base e altura.
Geralmente são aplicados em
aterros ou reaterro, pois
necessitam de peso extra. O muro
de flexão conta com uma laje de
fundo e outra vertical.

29
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de flexão:
1. São mais leves que os muros de arrimo por gravidade.
2. Sua geometria característica compensa seu menor peso: o fato de ter uma forma
de “T” invertido faz com que o peso do próprio terreno auxilie na obtenção da força
de atrito que combate o deslizamento e impede o seu tombamento.
3. Como consequência, os esforços de flexão na união do “T” são bastante grandes,
exige pesadas armaduras de aço e a execução de contraforte para alturas maiores.
4. Em geral, são construídos em concreto armado com razoável economia até
alturas em torno de 6 metros.

30
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de contrafortes:

Aplicam-se para alturas


superiores a 8m.
31
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de contrafortes:

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de concreto ancorado na base:

Solução aplicada quando ocorre material competente


(rocha sã ou alterada) na fundação do muro e quando há
limitação de espaço disponível para que a base do muro
apresente as dimensões necessárias para a estabilidade.

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros de arrimo ancorados:

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros em solo reforçado com geossintéticos:

As geogrelhas atuam como armaduras do solo,


ampliando significativamente a resistência do
maciço no qual elas são empregadas. São
capazes de mobilizar significativa resistência a
esforços de tração e devem ser dimensionadas
de maneira a garantir que um maciço
construído em solo compactado não sofra um
processo de instabilização pela formação de
uma cunha de ruptura.

35
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Muros em solo reforçado com geossintéticos:
Geogrelhas: estrutura planar constituída por uma malha aberta de elementos
resistentes à tração, que podem ser unidos por extrusão, solda ou entrelaçamento.

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Solo grampeado (ou pregado):
• Consiste na introdução de barras metálicas, revestidas ou não, em
maciços naturais ou aterros.

• Etapas executivas:
1. Perfuração do maciço;
2. Introdução das barras metálicas no furo;
3. Preenchimento do furo com nata de cimento.

37
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Solo grampeado (ou pregado):

38
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Solo grampeado (ou pregado):

39
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Solo grampeado (ou pregado):

40
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
O jateamento (concreto projetado)

41
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
O jateamento (concreto projetado)

42
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Cortina atirantada
• Executada em taludes maiores
que 4m e geralmente menores
que 20 m de altura.

43
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Cortina atirantada

Cada painel, em geral, tem comprimento variando de 5 m a 15 m, e entre os


painéis são utilizadas juntas de dilatação.

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Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Cortina atirantada

45
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Cortina atirantada
• Consiste em uma parede de concreto armado, através do qual o maciço é
perfurado, sendo introduzidas barras metálicas (tirantes) através dos
furos.
• Após o posicionamento das barras, é introduzida nas perfurações nata de
cimento a alta pressão, que penetra nos vazios do solo, formando um
bulbo e ancorando as barras metálicas.
• Após a cura da nata de cimento, os tirantes são protendidos e presos na
parede de concreto, o que faz com que esta estrutura seja “empurrada”
contra o maciço.

46
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:
• Tirantes:

47
Tipos de estruturas de contenção
❑ Estruturas de arrimo:

48
BR 040 - Estado do RJ
Tipos de estruturas de contenção
❑ Solo grampeado X Cortina atirantada
• Pode-se citar algumas comparações entre as duas técnicas, tais como:
1. As ancoragens são tensionadas após a instalação no solo e idealmente evitam os
movimentos na estrutura. Em contraste, estruturas em solo grampeado não são
pré-tensionadas e requerem uma pequena deformação no solo para trabalharem.
Basicamente, os grampos são intervenções como um trabalho passivo,
enquanto os tirantes começam a trabalhar ativamente.

2. A densidade dos grampos é tipicamente mais elevada que a dos tirantes.

49
Tipos de estruturas de contenção
❑ Solo grampeado X Cortina atirantada
3. Os tirantes são, geralmente, mais longos (15 a 45 m) que os grampos.
4. A cortina atirantada apresenta um maior grau de confiabilidade em função da
fixação de critérios para execução e controle através de ensaios aos quais os
tirantes devem ser submetidos. No caso do solo grampeado, raríssimas vezes os
grampos são testados, e quando o são, o número de ensaios é insignificante em
relação à área estabilizada.

50
Referências Bibliográficas
❑ GERSCOVICH, D., DANZIGER, B. R., SARAMAGO, R. Contenções teoria e
aplicações em obras, Oficina de Textos, São Paulo, 2016.

51
Resolução SEDEST Nº 68 DE 11/09/2019

Estabelece requisitos, definições, critérios, diretrizes e


procedimentos referentes ao licenciamento ambiental
de empreendimentos imobiliários no território
paranaense

1
Introdução
O Secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo-SEDEST,
Resolve:
Art. 1º - Estabelecer definições, critérios, diretrizes e procedimentos para o licenciamento ambiental de
empreendimentos imobiliários, localizados em área urbana.

2
Introdução
•Art. 15. Na LICENÇA AMBIENTAL SIMPLIFICADA deverão ser apresentados os seguintes documentos:

•I - Requerimento de Licenciamento Ambiental-RLA;

•II - Cadastro de Empreendimento Imobiliário-CIM;

•III - Fotocópia da Carteira de Identidade (RG) e do Cadastro de Pessoa Física (CPF), se pessoa física ou Contrato Social ou Ato Constitutivo, se pessoa jurídica, dispensado somente para COHAPAR e Companhias Habitacionais
Municipais;

•IV - Comprovante de recolhimento da taxa ambiental;

•V - Prova de publicação da súmula do pedido de Licença Ambiental Simplificada em jornal de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/1986;

•VI - Certidão do município ou documento equivalente, declarando expressamente que o local e o tipo de empreendimento estão em conformidade com a legislação do Plano Diretor Municipal e/ou Lei de Uso e Ocupação do Solo
Urbano, com a legislação municipal do meio ambiente, inclusive com relação ao entorno de unidades de conservação municipais, e que atende as demais exigências legais e administrativas perante o município (Anexo III);

•VII - Matrícula ou transcrição de inteiro teor do imóvel devidamente averbado como urbano ou de expansão urbana; emitida pelo Cartório de Registro de Imóveis atualizada, máximo de 90 dias, em nome do requerente;

•VIII - Documentação complementar do imóvel se a situação imobiliária estiver irregular ou comprometida, conforme exigências para casos imobiliários excepcionais;

•IX - Consulta prévia da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba - COMEC, com os parâmetros de ocupação do solo, localização da área e zoneamento, quando o empreendimento se localizar na Região Metropolitana de
Curitiba e mananciais, conforme Lei Estadual 12.248/1998 e alterações posteriores, bem como Decreto Estadual nº 6.390/2006 e alterações posteriores;

•X - Nas demais regiões metropolitanas, a Consulta Prévia somente deverá ser exigida quando as Coordenações estiverem em funcionamento e com procedimentos regulamentados;

•XI - Carta de viabilidade ou documento equivalente da concessionária de energia elétrica;

•XII - Carta de viabilidade ou documento equivalente da concessionária de água e esgoto;

•XIII - Certidão Negativa de débitos ambientais emitida pelo órgão licenciador;

•XIV - Relatório Técnico contendo os seguintes itens:

•a) Relatório fotográfico contendo no mínimo 10 fotografias, com vários ângulos do terreno;

•b) Planta de implantação urbanística do empreendimento, com estatística, contendo situação e localização, contemplando altimetria, coordenadas geográficas UTM, áreas de preservação permanente e áreas de interesse a manter;

•c) Projeto planialtimétrico, com coordenadas geográficas UTM contendo curvas de nível, formato e medidas dos lotes, áreas de vegetação, áreas de preservação permanente;

•d) Projeto básico de terraplanagem conforme Termo de Referência (Anexo IV);


3
•e) Laudo Geológico-Geotécnico conforme Termo de Referência (Anexo V) ...
Sondagem à percussão
SPT
Introdução
• O Standard Penetration Test (SPT) é, reconhecidamente, a mais popular, rotineira e econômica
ferramenta de investigação geotécnica em praticamente todo o mundo;

• Os resultados do ensaio são utilizados pelos métodos de projeto de fundações diretas e profundas,
especialmente no Brasil, e empregados na elaboração de perfis geológicos-geotécnicos.

Militão (2020)
1
Introdução
• A cada metro de perfuração, a partir de 1 m de profundidade, devem ser colhidas
amostras dos solos por meio do amostrador-padrão, com execução de SPT.

• Após o posicionamento do amostrador-padrão conectado à composição de


cravação, coloca-se a cabeça de bater no topo da haste de cravação e, utilizando-
se o tubo de revestimento como referência (ou outro referencial), marca-se na
haste um comprimento de 45 cm divididos em três segmentos iguais de 15 cm.
Caso a haste se movimente (penetre no solo) apenas com o peso próprio da
composição de cravação, deve-se anotar a penetração do amostrador no solo
utilizando a representação de (PH)/(centímetros penetrados).

• ATENÇÃO: como nem sempre é possível obter um número exato de golpes para
cada 15 cm de penetração, recomenda-se anotar o valor efetivamente aplicado.
Ex: 3/17, 7/14 e 9/16; e

• LEMBRANDO: NSPT = Soma dos valores correspondentes aos últimos 30 cm de


penetração do amostrador.
2
Introdução
NBR 6484:2020 – Solo – Sondagem de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio

Tabela A.1 - Estado de compacidade e consistência

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