Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPACIDADE
DE CARGAS –
FUNDAÇÕES
DIRETAS
AULA 05
Fundações e
Contenções II
Engenharia Civil
O problema da determinação da capacidade de
carga dos solos é dos mais importantes para o
engenheiro.
INTRODUÇÃO
Nesta aula iremos tratar da capacidade de carga de
fundações superficiais, ou seja, da carga que
provoca ruptura do solo sob essas fundações.
Em consequência de uma
dissimetria de carregamento,
houve a ruptura do solo e o
colapso da obra, que em 24
horas tombou para a posição
mostrada.
Provavelmente a elevação
lateral do nível do solo ajudou a
mantê-lo, impedindo que
tombasse completamente.
INTRODUÇÃO
Outro exemplo de acidente devido à ruptura de fundação foi o caso do edifício São Luiz Rei, no Rio de Janeiro,
ocorrido em 30 de janeiro de 1958. O controle de recalques, iniciado no dia 27 do mesmo mês, registrou uma
velocidade de recalques de 2 mm/h, chegando a 4 mm/h no dia do acidente.
(http://www.rioquepassou.com.br/2008/01/31/50- anos-do-desabamento-do-ed-sao-luiz-rei/)
INTRODUÇÃO
Nos problemas de fundações há sempre incertezas, seja no que se refere aos métodos de
cálculo, seja quanto aos valores dos parâmetros do solo introduzidos nesses cálculos, ou
ainda nas cargas a suportar. Consequentemente, é fundamental a introdução de coeficientes
de segurança, ou fatores de segurança, que levem em conta essas incertezas. No entanto, a
escolha do adequado coeficiente de segurança nos cálculos de Mecânica dos Solos ou
Fundações não é um procedimento assim tão simples.
Se todas as incertezas relacionadas ao cálculo pudessem ser reunidas num único coeficiente
de segurança, caberia chamá-lo de coeficiente de segurança global. Considerando que as
cargas são aplicadas à estrutura e a resistência do solo, as variáveis independentes, parece
mais razoável adotar coeficientes de segurança parciais, conforme sugerido por Brinch-
Hansen (1965).
INRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
É a tensão máxima na fundação que pode ser transmitida ao solo pela sapata, levando em conta a(o):
1. Capacidade de carga de segurança do solo e a adequação do fator de segurança escolhido
(Fs).
2. Magnitude e velocidade de recalque estimado de várias partes da estrutura.
3. Capacidade da estrutura para acomodar recalques diferenciais.
4. Efeito da tensão da fundação nas estruturas e obras adjacentes.
TENSÃO ADMISSÍVEL
TEORIA DE
TERZAGHI
TEORIA DE TERZAGHI
TEORIA DE TERZAGHI
Mediante a introdução de um fator de correção para levar em conta a forma
da sapata, as equações de Terzaghi podem ser resumidas em uma só, mais
geral:
1
𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 + . 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾
2
Onde:
𝜎𝑟 = tensão de ruptura (kN/m²)
c = coesão, frequentemente chamada por “coesão aparente” do solo.
Nc, Nq, Nγ = coeficientes de capacidade de carga f (ϕ). • O termo cNc é uma contribuição
Sc, Sq, S γ = fatores de forma. da coesão.
• O termo σ′oNq é uma contribuição
q = γ.h pressão efetiva de terra à cota de apoio da sapata. da sobrecarga.
γ = peso específico efetivo do solo na cota de apoio da sapata. • O termo 0,5γBNγ é uma
contribuição do efeito da largura
B = menor dimensão da sapata. B.
TEORIA DE TERZAGHI
1
𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 + . 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾
2
1
𝜎𝑟 = 𝑐′. 𝑁′𝑐 . 𝑆𝑐 + 𝑞. 𝑁′𝑞 . 𝑆𝑞 + . 𝛾. 𝐵. 𝑁′𝛾 . 𝑆𝛾
2
TEORIA DE TERZAGHI
EXEMPLO
1) Calcular a tensão de ruptura e a tensão admissível de uma
sapata contínua de largura B = 0,8 m, assente a 1,0 m de
profundidade, utilizando a teoria de Terzaghi, que considera a
ruptura generalizada, sabendo que o solo abaixo da fundação
é uma areia argilosa compacta cujos parâmetros são:
φ = 34º; γ = 18 kN/m³ e c = 5 kN/m²
Considerar NA bem abaixo da cota de assentamento.
SOLUÇÃO
Dados:
Sapata contínua de largura B = 0,8 m, assente a 1,0 m de profundidade;
Ruptura generalizada;
Areia argilosa compacta;
φ = 34º; γ = 18 kN/m³ e c = 5 kN/m²
1
𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 + . 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾
2
1
𝜎𝑟 = 5.52,6.1 + (18.1). 36,5.1 + . 18.0,8.35.1
2
SOLUÇÃO
Dados:
Sapata contínua de largura B = 0,8 m, assente a 1,0 m de profundidade;
Ruptura generalizada;
Areia argilosa compacta;
φ = 34º; γ = 18 kN/m³ e c = 5 kN/m²
1
𝜎𝑟 = 5.52,6.1 + (18.1). 36,5.1 + . 18.0,8.35.1
2
𝝈𝒓 = 𝟏𝟏𝟕𝟐 𝐤𝐍/𝐦²
𝑻𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒅𝒆 𝒓𝒖𝒑𝒕𝒖𝒓𝒂 𝒐𝒖
𝒄𝒂𝒑𝒂𝒄𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒆 𝒄𝒂𝒓𝒈𝒂
SOLUÇÃO
Dados:
Sapata contínua de largura B = 0,8 m, assente a 1,0 m de profundidade;
Ruptura generalizada;
Areia argilosa compacta;
φ = 34º; γ = 18 kN/m³ e c = 5 kN/m²
𝜎𝑟 1172
𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝜎𝑎𝑑𝑚 =
𝐹𝑆 3 = 3 em casos de cálculos e estimativas
= 2 em casos de disponibilidade de provas de carga.
𝑻𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒂𝒅𝒎𝒊𝒔𝒔í𝒗𝒆𝒍
TEORIA DE
MEYERHOF
• Retomando o estudo
de Terzaghi, Meyerhof
considerou, na análise
do mecanismo de
ruptura a resistência ao
cisalhamento do solo
acima da base de
fundação,o que Terzaghi
tratava simplesmente
como uma sobrecarga.
TEORIA DE MEYERHOF
Aperfeiçoamento da teoria de Terzaghi, por considerar que a superfície de ruptura se
prolonga ao longo da camada superficial. Considera-se então o embutimento (d) da
fundação. Meyerhof introduziu também a influência da inclinação da resultante das
forças através dos fatores de inclinação (i).
1
𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 . 𝑑𝑐 . 𝑖𝑐 +𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 . 𝑑𝑞 . 𝑖𝑞 + . 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾 . 𝑑𝛾 . 𝑖𝛾
2
Os fatores de capacidade de carga são calculados conforme as equações:
TEORIA DE MEYERHOF
𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 . 𝑑𝑐 . 𝑖𝑐 +𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 . 𝑑𝑞 . 𝑖𝑞 +0,5. 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾 . 𝑑𝛾 . 𝑖𝛾
Os fatores de forma (Sc, Sq e Sγ), de profundidade (dq, dc e dγ ) e de inclinação (iq, ic e iγ) são
calculados pelas fórmulas apresentadas:
FORMA
PROFUNDIDADE
TEORIA DE MEYERHOF
𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 . 𝑑𝑐 . 𝑖𝑐 +𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 . 𝑑𝑞 . 𝑖𝑞 +0,5. 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾 . 𝑑𝛾 . 𝑖𝛾
Os fatores de forma (Sc, Sq e Sγ), de profundidade (dq, dc e dγ ) e de inclinação (iq, ic e iγ) são
calculados pelas fórmulas apresentadas:
INCLINAÇÃO
α
TEORIA DE VESIC (Melhora de Terzaghi)
Fatores de capacidade de carga, Vesic 1975
Nc Nq N Nq/Nc Nc Nq N Nq/Nc
0 5,14 1,00 0,00 0,19
1
2
5,38
5,63
1,09
1,20
0,07
0,15
0,20
0,21
30
31
30,14
32,67
18,40
20,63
22,40
25,99
0,61
0,63 1
3 5,90 1,31 0,24 0,22 32 35,49 23,18 30,22 0,65 𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 + . 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾
4
5
6,19
6,49
1,43
1,57
0,34
0,45
0,23
0,24 33 38,64 26,09 35,19 0,68 2
6 6,81 1,72 0,57 0,25 34 42,16 29,44 41,06 0,70
7 7,16 1,88 0,71 0,26
35 46,12 33,30 48,03 0,72
8 7,53 2,06 0,86 0,27
9 7,92 2,25 1,03 0,28 36 50,59 37,75 56,31 0,75
10 8,35 2,47 1,22 0,30 37 55,63 42,92 66,19 0,77
11 8,80 2,71 1,44 0,31
12 9,28 2,97 1,69 0,32 38 61,35 48,93 78,03 0,80
13 9,81 3,26 1,97 0,33 39 67,87 55,96 92,25 0,82
14 10,37 3,59 2,29 0,35 40 75,31 64,20 109,41 0,85
15 10,98 3,94 2,65 0,36
16 11,63 4,34 3,06 0,37 41 83,86 73,90 130,22 0,88
17 12,34 4,77 3,53 0,39 42 93,71 85,38 155,55 0,91
18 13,10 5,26 4,07 0,40
19 13,93 5,80 4,68 0,42 43 105,11 99,02 186,54 0,94
20 14,83 6,40 5,39 0,43 44 118,37 115,31 224,64 0,97
21 15,82 7,07 6,20 0,45 45 133,88 134,88 271,76 1,01
22 16,88 7,82 7,13 0,46
23 18,05 8,66 8,20 0,48 46 152,10 158,51 330,35 1,04
24 19,32 9,60 9,44 0,50 47 173,64 187,21 403,67 1,08
25 20,72 10,66 10,88 0,51
48 199,26 222,31 496,01 1,12
26 22,25 11,85 12,54 0,53
27 23,94 13,20 14,47 0,55 49 229,93 265,51 613,16 1,15
28 25,80 14,72 16,72 0,57 50 266,89 319,07 762,89 1,20
29 27,86 16,44 19,34 0,59
MÉTODOS DE PREVISÃO DA
CAPACIDADE DE CARGA
Métodos semiempíricos
𝑁𝑆𝑃𝑇
PEDREGULHOS 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎)
30
𝑁𝑆𝑃𝑇
AREIAS E SILTES 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎)
40
𝑁𝑆𝑃𝑇
ARGILAS 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎)
50
MÉTODOS DE PREVISÃO DA
CAPACIDADE DE CARGA
Métodos semiempíricos
𝑁𝑆𝑃𝑇 𝑁𝑆𝑃𝑇
SAPATAS 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎) TUBULÕES 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎)
50 30
PARA:
𝟐 ≤ 𝑵𝑺𝑷𝑻 ≤ 𝟐𝟎
EXERCÍCIOS
2) Uma fundação quadrada tem 2,0x2,0 m em planta. O solo suporta a
fundação com ângulo de atrito de 25º e coesão de 20kN/m². O peso
específico do material é 16,5kN/m³. Determine a caga total admissível
na estrutura com um fator de segurança de 3,0. Suponha uma
profundidade da fundação de 1,5 m e que a ruptura ocorre por
cisalhamento geral no solo.
2) Uma fundação quadrada tem 2,0x2,0 m em planta. O solo suporta a fundação com ângulo de
atrito de 25º e coesão de 20kN/m². O peso específico do material é 16,5kN/m³. Determine a caga
total admissível na estrutura com um fator de segurança de 3,0. Suponha uma profundidade da
fundação de 1,5 m e que a ruptura ocorre por cisalhamento geral no solo.
Dados:
Sapata quadrada de largura B = 2,0 m,
assente a 1,5 m de profundidade;
Ruptura generalizada;
Areia argilosa compacta;
φ = 25º; γ = 16,5 kN/m³ e c = 20 kN/m²
1
𝜎𝑟 = 𝑐. 𝑁𝑐 . 𝑆𝑐 + 𝑞. 𝑁𝑞 . 𝑆𝑞 + . 𝛾. 𝐵. 𝑁𝛾 . 𝑆𝛾
2
1
𝜎𝑟 = 20.25,1.1,3 + (16,5.1,5). 12,7.1 + . 16,5.2.9,7.0,8
2
𝜎𝑟 = 652,6 + 314,325 + 128,04
1094,97 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 365 𝑘𝑁/𝑚²
𝜎𝑟 = 1094,97 𝑘𝑁/𝑚² 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 𝑘𝑁/𝑚²
EXERCÍCIO
3) Determinar pelos métodos de Alonso e Costa a
capacidade de carga de uma fundação superficial
(sapata) assente a uma profundidade de 2m em
um solo arenoso com Nspt = 25.
EXERCÍCIO
3) Determinar pelos métodos de Alonso e Costa a
capacidade de carga de uma fundação superficial
(sapata) assente a uma profundidade de 2m em
um solo arenoso com Nspt = 25.
Método de Wilson Costa Método de Urbano Alonso
AREIAS E SILTES SAPATAS
𝑁𝑆𝑃𝑇 𝑁𝑆𝑃𝑇
𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎) 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎)
40 50
25 25
𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎) 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (𝑀𝑃𝑎)
40 50