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29/03/2021

FUNDAÇÕES RASAS –
DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE DE
CARGA
LEONARDO CALHEIROS RODRIGUES

1. INTRODUÇÃO

“Capacidade de carga é a tensão que


provoca a ruptura do maciço de solo
em que a fundação está embutida.”

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1. INTRODUÇÃO
Com o acréscimo da carga, há o
surgimento de uma superfície
potencial de ruptura no interior
do maciço de solo, mobilizando
sua resistência máxima até
atingir a tensão de ruptura (σr),
ou seja, a capacidade de carga do
sistema sapata-solo

𝐹
𝜎=
𝐵𝐿 3

1. INTRODUÇÃO

 Capacidade de carga da sapata → depende do solo, Sapatas idênticas em solos


diferentes, a capacidade de carga não será a mesma!

 Capacidade de carga do solo → depende de características da sapata (geometria,


profundidade de embutimento, da cota de apoio etc.)

 Solos idênticos com sapatas diferentes → a capacidade de carga não será a


mesma!

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1. INTRODUÇÃO
Solos não saturados
 Solos acima do N.A. podem ser colapsíveis e se inundados por chuvas intensas,
vazamento de tubulações, etc. Podem exibir um recalque abrupto e significativo
→ solos colapsíveis.

 Quanto mais seco → maior a capacidade de carga;

 Quanto mais úmido → menor a capacidade de carga;

 Solo saturado → capacidade de carga mínima.

1. INTRODUÇÃO
Solos saturados
 Em solos saturados, principalmente em argilas moles, os parâmetros de resistência
(coesão e ângulo de atrito) são dependentes das condições de drenagem, variando
do não drenado ou drenado.

 Em termos de capacidade de carga, geralmente predomina como crítica a


condição não drenada, pois a capacidade de carga tem a tendência de aumentar
com a dissipação das poro-pressões.

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1. INTRODUÇÃO

a. Métodos teóricos
b. Métodos semi-empíricos
c. Prova de carga sobre placa

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2. MÉTODOS TEÓRICOS

“Podem ser empregados, métodos analíticos (teoria de capacidade


de carga) nos domínios de validade de sua aplicação, que
contemplem todas as particularidades do projeto, inclusive a
natureza do carregamento (drenado ou não drenado).” NBR
6122:2010

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2. MÉTODOS TEÓRICOS

Previsão da tensão admissível:


 Terzaghi
 Meyerhof
 Skempton
 Brinch Hansen(com colaborações de Vesic)

As fórmulas de capacidade de carga são determinadas a partir


do conhecimento do tipo de ruptura que o solo pode sofrer,
dependendo das condições de carregamento.
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2. MÉTODOS TEÓRICOS
 Para o caso de areia, Vesic (1975) considera o
embutimento relativo da sapata h/B* e estabelece:

𝑒 −𝑒
𝐶 =
𝑒 −𝑒

∗ 𝐵𝐿
𝐵 =
𝐵+𝐿
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2. MÉTODOS TEÓRICOS
 Modo de ruptura em solo 𝑐 − Ф

Diagrama em função dos parâmetros do solo 11

2.1 TEORIA DE TERZAGHI

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2.1 TEORIA DE TERZAGHI

Assume-se:
 Sapata corrida: comprimento (L) bem maior que largura (B) → L > 5B
 Profundidade de assentamento inferior à largura da sapata (D ≤ B) →
desprezar a resistência ao cisalhamento da camada de solo situada
acima da cota de apoio da sapata → substituir a camada de solo de
espessura h e peso específico 𝛾 por uma sobrecarga 𝑞 = 𝛾ℎ
 Solo sob a base da sapata é compacto/rijo → Ruptura geral.

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2.1 TEORIA DE TERZAGHI

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2.1 TEORIA DE TERZAGHI

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2.1 TEORIA DE TERZAGHI


Fatores de correção: 2)Fatores de forma
 Formulação → sapatas corridas em solos possíveis de ruptura geral;

 Objetivo: Adaptar o trabalho original a realidade → sapatas circulares,


retangulares e quadradas.

1
𝒒 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞𝑁 𝑺 + 𝛾𝐵𝑁 𝑺
2

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2.1 TEORIA DE TERZAGHI


Fatores de correção: 2)Fatores de forma
 Solos puramente coesivos (∅ = 0) → capacidade de carga independe da dimensão
da sapata;

 Solos não coesivos (𝑐 = 0) → capacidade de carga depende diretamente das


dimensões da fundação, mas a profundidade é mais importante que o tamanho da
fundação.
1
𝒒 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞𝑁 𝑺 + 𝛾𝐵𝑁 𝑺
2
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2.1 TEORIA DE TERZAGHI


Fatores de correção: 1)Tipo de ruptura
 Para os solos com ruptura por puncionamento, adequar a mesma equação com
redução empírica nos parâmetros do solo:

2 2
𝑐 = 𝑐 tan ∅ = tan ∅
3 3

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2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Contribuições de Vesic:
 Novos fatores de capacidade de carga
 Novos fatores de forma
 Nova proposição para a ruptura local.

1
𝒒 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞𝑁 𝑺 + 𝛾𝐵𝑁 𝑺
2
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2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Fatores de capacidade de carga

1
𝒒 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞𝑁 𝑺 + 𝛾𝐵𝑁 𝑺 20

2
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2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Fatores de capacidade de carga

1
𝒒 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞𝑁 𝑺 + 𝛾𝐵𝑁 𝑺 21

2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Fatores de capacidade de carga

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2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Fatores de capacidade de carga

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2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Fatores de capacidade de carga

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2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Fatores de correção: Fatores de forma
 Os fatores de forma também dependem do ângulo de atrito do solo,
não apenas da geometria da sapata.

Sapata 𝑺 𝑺𝒒 𝑺
Corrida 1,00 1,00 1,00
Retangular 𝑁 1+ 𝐵 1 − 0,4 𝐵
1+ 𝐵 𝐿 𝑁 𝐿 tan ∅ 𝐿

Circular ou Quadrada 𝑁 1 + tan ∅ 0,60


1+ 𝑁
De Beer, 1967 apud Vesic, 1975
1
𝒒 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞𝑁 𝑺 + 𝛾𝐵𝑁 𝑺
2 25

2.2 TEORIA DE TERZAGHI + VESIC


Fatores de correção: Fatores de forma
 Formulação → sapatas corridas em solos possíveis de ruptura geral;
 Para os solos com ruptura por puncionamento, solução analítica através do
índice de rigidez do solo;
 Para efeitos práticos não há necessidade de cálculos aprimorados de
capacidade de carga pois prevalecerá o critério de recalque;
 É comum adotar a mesma redução proposta por Terzaghi.

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2.3 TEORIA DE TERZAGHI + SKEMPTON

Para Argilas saturadas na condição não drenada ∅ = 0

1
𝒒 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞𝑁 𝑺 + 𝛾𝐵𝑁 𝑺 = 𝑐𝑁 𝑺 + 𝑞
2

𝑺 = 1 + 0,2 𝐵 𝐿
𝑁 → Depende do fator de embutimento ⁄

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2.4 MÉTODO DE MEYERHOF


Fatores de correção: Fatores de forma
 Teoria de Terzaghi → desprezar a resistência ao cisalhamento da camada de
solo situada acima da cota de apoio da sapata
 Meyerhof → há contribuição da sobrecarga e da resistência do solo na camada
de solo situada acima da cota de apoio da sapata..

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2.4 MÉTODO DE MEYERHOF


Carga vertical excêntrica

Área efetiva de apoio com centro de


gravidade coincidente com o ponto de
aplicação da carga
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2.4 MÉTODO DE MEYERHOF


Carga vertical excêntrica

Área efetiva de apoio com centro de


gravidade coincidente com o ponto de
aplicação da carga
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2.5 TENSÃO EM DUAS CAMADAS

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2.5 TENSÃO EM DUAS CAMADAS

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3 CAP. DE CARGA EM SOLO ESTRATIFICADO


Solos arenosos:
 Peso especifico diminui quando se satura uma areia seca;
 Capacidade carga aumenta diretamente com o peso específico;
 N.A. entre o limite inferior do bulbo e a base da sapata → peso específico
reduzido e ângulo de atrito quase não se altera.
 Sapata apoiada em areia saturada a capacidade é reduzida quando comparada
com uma areia em condição não saturada.

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2.5 TENSÃO EM DUAS CAMADAS

Dados:
B = L = 3,00 m
h = 2,00 m

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Gráficos

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Gráficos

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