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22/11/2018

FUNDAÇÕES I

FUNDAÇÕES I

Capacidade de Carga

A capacidade de carga de uma fundação (σr) é definida


como a tensão transmitida pelo elemento de fundação capaz
de provocar a ruptura do solo ou a sua deformação excessiva. A
capacidade de carga das fundações depende de uma série de
variáveis, como por exemplo, das dimensões do elemento de
fundação, da profundidade de assentamento, das
características dos solos, etc.

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Capacidade de Carga

Segundo a NBR 6122/1996, a capacidade de carga dos solos


pode ser calculada por vários métodos, destacando-se:

• Provas de carga sobre placas;

• Métodos teóricos;

• Métodos empíricos;

• Métodos semi-empíricos.

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Capacidade de Carga

De acordo com a NBR 6122/1996, a tensão admissível de uma


fundação direta é a tensão aplicada ao solo que provoca
apenas recalques que a construção pode suportar sem
inconvenientes, oferecendo segurança satisfatória contra a
ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento estrutural,
podendo ser obtida segundo duas filosofias de projeto diferentes:

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Capacidade de Carga

Aplicando-se um fator de segurança global à capacidade de


carga obtida por qualquer um dos métodos citados
anteriormente. Neste caso, o valor deste fator de segurança
depende da precisão da metodologia empregada para o
cálculo da capacidade de carga, sendo normalmente, definida
pelo seu autor em função das incertezas envolvidas (estimativas
dos carregamentos, propriedades dos solos, etc);

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Prova de Carga Sobre Placas

Este ensaio procura reproduzir, no campo, o comportamento da


fundação direta sob a ação das cargas que lhe serão impostas pela
estrutura. Segundo Alonso (1983), o ensaio é normalmente realizado
transmitindo-se uma determinada pressão ao maciço de solo por meio de
uma placa rígida de ferro fundido com diâmetro de 80 cm. Esta placa é
carregada por meio de um macaco hidráulico que reage contra um sistema
de reação qualquer, que pode ser uma caixa carregada, ou um grupo de
tirantes.

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Prova de Carga Sobre Placas

Ensaio de placa (Alonso, 1983)

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Prova de Carga Sobre Placas

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Prova de Carga Sobre Placas

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Prova de Carga Sobre Placas

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Prova de Carga Sobre Placas

Com base no valor da pressão


aplicada, que é lida em um
manômetro acoplado ao macaco
hidráulico, e no recalque medido
traça-se a curva pressão x recalque,
que permite avaliar o
comportamento do maciço de solo.

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Prova de Carga Sobre Placas

O solo pode apresentar duas formas de ruptura distintas: a ruptura geral, e


a ruptura global. Os solos que apresentam tensão de ruptura, ou capacidade
de carga, bem definida (σr) são denominados como solos de ruptura geral,
sendo este tipo de comportamento típico de areias compactas e de argilas
rijas. Caso o material não apresente uma tensão de ruptura bem definida, diz-
se que o mesmo apresenta uma ruptura local, sendo este um
comportamento característico de solos de baixa resistência, como por
exemplo, as areias fofas e as argilas moles.

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Prova de Carga Sobre Placas

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

Terzaghi em 1943 apresentou uma metodologia para o cálculo da capacidade


de carga de fundações superficiais que tem como principais hipóteses (Cintra et al.,
2003):

 Comprimento L do elemento de fundação bem maior que a largura B (L/B > 5);

 Profundidade de assentamento inferior à largura da sapata (h ≤ B), significando a


desconsideração da resistência ao cisalhamento da camada de solo
sobrejacente à cota de assentamento da sapata;

 O maciço caracteriza-se por apresentar ruptura generalizada.

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

O processo de ruptura do maciço de solo onde se apoia uma


fundação direta pode-se observar que a superfície potencial de
ruptura do solo é composta por três diferentes regiões:

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

 Região I: cunha imediatamente abaixo do elemento de

fundação, onde a superfície de ruptura apresenta um trecho reto;

 Região II: caracterizada pela superfície potencial de ruptura

apresentar a forma de uma espiral logarítmica, e estar submetida

a um estado de tensões passivas de Rankine;

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

 Região III: caracterizada pela superfície potencial de ruptura

apresentar um trecho reto, e pela cunha formada também estar

submetida a um estado de tensões passivas de Rankine.

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

De acordo com o modelo proposto por Terzaghi, a ruptura do solo, quando


submetido a uma tensão igual a σr, ocorrerá inicialmente na forma de
puncionamento, que se caracterizará pelo deslocamento vertical da cunha formada
na região I abaixo do elemento de fundação. Este puncionamento originará
empuxos laterais de terra sobre a região II, que os transmitirá à região III, fazendo com
que toda a resistência ao cisalhamento do solo ao longo da superfície de ruptura
que delimita as regiões II e III seja mobilizada.

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

A partir das considerações acima, a capacidade de carga do


solo (σr), proposta por Terzaghi em 1943, considerando uma ruptura
generalizada pode ser calculada pela seguinte expressão (Bowles,
1988):

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

Uma vez determinada a capacidade de carga para uma


determinada fundação superficial, a tensão admissível é
calculada de duas formas, conforme já descrito anteriormente:

 Aplicação do fator de segurança global ao valor obtido para a


capacidade de carga (σr):
FS: fator de segurança, geralmente adotado igual a 3,0.

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

Exemplo: Determinar
o diâmetro da sapata
circular abaixo usando
a teoria de Terzaghi
com FS = 3. Desprezar o
peso próprio da sapata.

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

Exercício 1 : Calcular
o fator de segurança
da sapata quadrada
de lado 2 metros,
indicada abaixo,
usando a teoria de
Tezaghi.

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

Exercício 2 : Uma sapata corrida com 8,5 metros de largura está apoiada a 3
metros de profundidade, num solo constituído por argila mole (y = 17 kN/m³)

Estando o nível de agua (N.A.) a 2,45 metros de profundidade, pode-se estimar a


tensão admissível com base na formula de Terzaghi nas seguintes condições:

a) A carga é aplicada de maneira rápida, de modo que as condições não


drenandas prevalecem.

b) A carga é aplicada de maneira lenta para que não haja acréscimo de pressão
neutra no solo.

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Métodos teóricos – Fórmula de Terzaghi (1943)

Exercício 2: Características da argila mole: ensaio rápido( não


adensado, não drenado) c= 24 kPa.

Ensaio lento (adensado, drenado):

Adotar ysub = 7 kN/m³ e FS=3.

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Métodos teóricos – Fórmula de Skempton

Está formula só é válida para solos puramente coesivos (Φ = 0)

σr = c Nc + q

Em que:

c = é a coesão do solo;

NC = coeficiente de capacidade de carga (Tabela);

q = pressão efetiva do solo na cota de apoio da fundação.

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Métodos teóricos – Fórmula de Skempton

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Métodos teóricos –
Fórmula de Skempton

* D corresponde ao valor do
“embutimento” da fundação na
camada de argila.

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Métodos teóricos – Fórmula de Skempton

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Métodos teóricos – Fórmula de Skempton

Exemplo: Usando a
teoria de Skempton,
com FS= 3, determinar o
lado da sapata
quadrada a seguir:

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Métodos teóricos – Fórmula de Skempton

Exercício 1 : Calcular
o fator de segurança
da sapata quadrada
de lado 2 metros,
indicada abaixo,
usando a teoria de
Skempton.

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Métodos teóricos – Fórmula de Skempton

Exercício 2 : Dado o perfil abaixo, calcular a tensão admissível


de uma sapata quadrada de lado 2 m, apoiada na cota -2,5m,
usando a formula de Skempton com FS = 3.

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Ensaios Laboratoriais

Com base nos ensaios laboratoriais (argilas), pode – se adotar


como tensão admissível do solo o valor da pressão de pré-
adensamento (pa).

σr = pa

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Métodos Semi - Empírico

Com base no valor médio do SPT ( na profundidade de ordem de


grandeza igual a duas vezes a largura estimada par fundação,
contando a partir da cota de apoio), pode-se obter a tensão
admissível por:

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Métodos Semi - Empírico

Obs: Na profundidade
de ordem de grandeza
igual a duas vezes a menor
comprimento da sapata.

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Métodos Semi - Empírico

Exemplo: Conforme
sondagem, calcular a
tensão a 2 metros de uma
sapata com seção de
80X100 cm?

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Métodos Semi - Empírico

Exercício 1: Conforme sondagem anterior, calcular a tensão a 3


metros de uma sapata com seção de 100X200 cm?

Exercício 2: Conforme sondagem anterior, calcular a tensão a 2


metros de uma sapata com seção de 250X300 cm?

Exercício 3: Conforme sondagem anterior, calcular a tensão a 1


metros de uma sapata com seção de 150X300 cm?

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Métodos Empírico

São considerados métodos empíricos aqueles que pelos quais se


chega a uma impressão admissível com base na descrição do
terreno (classificação e determinação da compacidade ou
consistência através de investigações de campo e/ou laboratoriais).

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Métodos Empírico

Como exemplo temos


a Tabela de valores fixados
pela NBR 6122/ 1996.

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