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 6.3.

Tensões e deformações nas rochas


 A mecânica dos sólidos assume um comportamento ideal dos
materiais: homogéneo, contínuo, isotrópico, linear e elástico.

 As rochas, diferentemente dos materiais artificiais como o


aço e o concreto apresentam “defeitos” estruturais devido à
variação da composição mineralógica, orientação de
materiais, porosidade, microfissuração, grau de alteração,
etc..

 Além disso, os maciços rochosos contém descontinuidades


de diversos tipos e zonas meteorizadas ou tectonizadas.

 Em ambas as situações estas características refletem-se em


propriedades físicas e mecânicas heterogéneas,
descontínuas e anisotrópicas que governam a resposta
mecânica dos maciços rochosos face à aplicação das forças.
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 6.3. Tensões e deformações nas rochas


 A aplicação de novas forças ou a modificação da magnitude
ou distribuição das preexistentes dá lugar a variações no
estado mecânico dos maciços rochosos produzindo-se uma
série de efeitos internos como deslocamentos, deformações
e modificação do estado de tensão.

 Esforços sobre um plano:

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 Estado de tensão:
 O estado de tensão em um ponto do maciço é
definido pelas forças por unidade de área referidas a
dois planos perpendiculares x e y, através do ponto.

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 Círculo de Mohr:

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 Estado de tensão tridimensional:

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 Tensões principais:
 Em qualquer ponto submetido a um estado de tensão
podem encontrar-se três planos ortogonais entre si
nos quais as tensões tangenciais são nulas. Estes
planos designam-se de planos principais e as tensões
normais que atuam sobre eles são as tensões
principais.

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 O estado de tensão (tridimensional) num ponto é definido
por nove componentes de tensão independentes, 3
normais e 6 tangenciais.

Com água:

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 Diferentes estados de tensão aplicados a corpos de prova
em ensaios de laboratório:

 As tensões ou esforços gerados pela aplicação das forças


podem produzir deformações e rupturas nas rochas
dependendo da resistência das mesmas e de outras
condições intrínsecas ao próprio material rochoso.

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 A deformação indica a variação na forma ou configuração
de um corpo, correspondendo-se com os deslocamentos
sofridos pela rocha ao suportar a carga.

 Deformação longitudinal ou alongamento, ε – variação


da distância entre duas partículas em dois estados
mecânicos diferentes, expressando-se por:

ε=
(l − l ) = ∆l
i f

li li
 Deformação volumétrica ou dilatação, ∆ – relação entre
a variação de volume de um corpo e o seu volume inicial,
expressando-se por:

∆=
(V − V ) = ∆V
i f

Vi Vi
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 A resistência define-se como o esforço que a rocha pode
suportar para determinadas condições de deformação.

Resistência
de pico

Resistência
residual

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 6.3. Tensões e deformações nas rochas
 Em condições naturais, a resistência depende das
propriedades intrínsecas da rocha, coesão e ângulo de atrito, e
de outros fatores externos como a magnitude dos esforços
exercidos, dos ciclos de carga e descarga ou da presença de
água.

 Assim, a resistência não toma um valor único intrínseco da


rocha, daí a importância de conhecer o seu valor e intervalos
de variação para determinadas condições do maciço rochoso.

 A ruptura é um fenómeno que se produz quando a rocha não


pode suportar as forças aplicadas, alcançando o esforço um
valor máximo correspondente à resistência de pico do material.

 A rocha pode apresentar ruptura frágil (instantânea e violenta)


ou ruptura dúctil (progressiva).

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 Mecanismos de ruptura:
1. Ruptura por esforço de cisalhamento – produz-se quando
uma determinada superfície da rocha está submetida a
esforços cisalhantes suficientemente altos para que uma
parte da superfície deslize em relação à outra (ex. talude):
2. Ruptura por compressão – ocorre quando a rocha sofre
esforços de compressão (ex. pilar de uma mina):

1.

2.
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 Mecanismos de ruptura:
3. Ruptura por flexão – produz-se quando uma seção da rocha
está submetida a momentos fletores (na realidade a rocha rompe
pela zona onde se acumulam tensões de tração; ex. teto de
cavidades cársicas, galerias subterrâneas:
4. Ruptura por tração – Este tipo de ruptura produz-se quando a
disposição ou estrutura do maciço faz com que uma certa seção
da rocha esteja submetida a uma tração pura ou quase pura:

4.
3.

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 Mecanismos de ruptura:
5. Ruptura por colapso – uma ruptura por colapso mecânico
produz-se sob condições de compressão isotrópica, ou seja
quando o material recebe compressão em todas as direções.
A estrutura da rocha rompe-se, transformando-se em um
material pulvurento, tipo solo. É um caso particular da ruptura
por compressão. Pode ocorrer em rochas muito porosas.

 Comportamento tensão-deformação:
 Relação entre os esforços (tensões) aplicados e as
deformações produzidas
 Dá indicação de como varia a resistência do material para
determinados níveis de deformação:
 Comportamento antes de atingir a ruptura;

 Forma como se produz a ruptura;

 Comportamento depois da ruptura.

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 Comportamento tensão-deformação:

1. Comportamento frágil 2. Comportamento frágil-dúctil 3. Comportamento dúctil

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 Comportamento tensão-deformação:
 No trecho inicial da curva tensão-deformação observa-se, para
a maioria das rochas, um comportamento linear elástico, de
onde se pode obter:

 Módulo de elasticidade:
σ
E=
ε ax
 Coeficiente de Poisson:

εt
ν=
ε ax

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 6.3. Tensões e deformações nas rochas
 Modelos de comportamento elástico e plástico:

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 O comportamento mecânico das rochas é definido pela sua
resistência e deformabilidade.

 A resistência, quando medida em ensaios sem confinamento


lateral denomina-se resistência à compressão simples e
pode ser usada para a classificação geotécnica das rochas.
Pode ser obtida através do ensaio de compressão simples.

 As rochas rompem através de superfícies de ruptura ao atingir-


se a resistência de pico. Podia pensar-se que os planos de
ruptura se desenvolveriam paralelos à direção de aplicação da
carga, no entanto, a resistência mínima obtém-se para a
direção em que se exerce o maior esforço tangencial, que faz
um determinado ângulo com a direção de aplicação da carga.
Mede-se portanto a resistência ao cisalhamento das rochas.
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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 A resistência ao cisalhamento é função das forças coesivas e
friccionais do material (além de outros fatores extrínsecos ao
material rochoso).

 A coesão, c, é a força de união entre as partículas minerais que


formam a rocha.

 O ângulo de atrito interno, φ, é o ângulo de atrito entre dois


planos da mesma rocha.

 A resistência das rochas não é um valor único, pois além de


depender de c e φ, depende de outras condições, como a
magnitude dos esforços confinantes, presença de água nos
vazios ou velocidade de aplicação do carregamento.

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa

 Valores típicos de c e φ
para rocha sã:

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Critérios de ruptura:
 A resistência da matriz rochosa pode ser avaliada através dos
critérios de ruptura de Mohr-Coulomb e de Hoek e Brown.
 A principal diferença entre ambos é que o primeiro é um critério
linear e o segundo é não linear, mais adequado ao
comportamento mecânico real das rochas.

 Critério de Mohr-Coulomb:
 Este critério expressa a resistência ao cisalhamento ao longo
de um plano em um estado triaxial de tensões, sendo a relação
entre as tensões normal (σn) e tangencial (τ) no momento da
ruptura definida por:
τ = c + σ n ⋅ tan φ
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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Critério de Mohr-Coulomb:

Plano τ-σn Plano σ1-σ3

σc - resistência à compressão simples


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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Critério de Mohr-Coulomb:
 O critério pode também expressar-se em termos das tensões
principais σ1 e σ3, permitindo obter a resistência em qualquer
plano definido por θ:

2 ⋅ c + σ 3 ⋅ [sen 2θ + tan φ ⋅ (1 − cos 2θ )]


σ1 =
sen 2θ − tan φ ⋅ (1 + cos 2θ )
 Para o plano crítico de ruptura θ = 45º + φ/2, a expressão
anterior toma a forma:

2 ⋅ c ⋅ cos φ + σ 3 ⋅ (1 + senφ )
σ1 =
(1 − senφ )
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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Critério de Mohr-Coulomb:
 Para o caso da condição σ3=0, σ1 será a resistência à
compressão simples:

2 ⋅ c ⋅ cos φ
σ1 = σ c =
1 − senφ
 O critério também proporciona o valor da resistência à tração:

2 ⋅ c ⋅ cos φ
σt =
1 + senφ

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Critério de Hoek e Brown:
 O critério proposto por Hoek e Brown é um critério empírico de
ruptura não linear válido para avaliar a resistência da matriz
rochosa isotrópica em condições triaxiais:

σ 1 = σ 3 + mi ⋅ σ ci ⋅ σ 3 + σ ci2

σci - resistência à compressão simples da rocha

mi – constante que depende das propriedades da rocha (pode ser obtido


de ensaios triaxiais ou da bibliografia

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Critério de Hoek e Brown:
 Valores de mi para a matriz rochosa:

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Critério de Hoek e Brown:

Plano σ1-σ3 Plano τ-σn

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Critério de Hoek e Brown:
 O critério pode ser expresso adimensionalmente com as
tensões normalizadas em relação a σci, obtendo-se:

σ1 σ 3 σ
= + mi ⋅ 3 + 1
σ ci σ ci σ ci

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Critério de Hoek e Brown:
 A resistência à compressão simples é obtida da
expressão anterior considerando σ3=0 e a resistência à
tração obtém-se considerando σ1=0 e σ3=σt:
1
(
σ t = ⋅ σ ci ⋅ mi − mi2 + 4
2
)
 A expressão do critério em função das tensões normais e
tangenciais é:
B
σ −σ 
τ = A ⋅ σ ci ⋅  n t 
 σ ci 
onde σt é a resistência à tração e A e B são constantes dependentes
do valor de mi.
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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Critério de
Hoek e Brown:
 Constantes
elásticas da
rocha:
E = σ / εax ;
ν = εt / εax:

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
Ensaios Parâmetros que se obtêm
Compressão Resistência à compressão
simples simples, σci
Coesão, c; ângulo de atrito
Compressão
Resistência interno de pico, φp e ângulo de
triaxial
atrito residual, φr
Tração direta Resistência à tração, σt
Tração indireta Resistência à tração, σt
Deformabilidade Compressão Módulos de deformabilidade
simples elásticos, E e ν
Módulos de deformabilidade
Velocidade sónica dinâmicos, E e ν

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Ensaios:

Ensaio Ensaio Ensaio tração indireta


compressão triaxial (ensaio brasileiro)
simples
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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Ensaio de compressão simples:
 Durante o ensaio σ1≠0; σ2=σ3=0;
 Durante o ensaio registra-se a evolução do esforço
aplicado com a deformação axial: σ-εax. Também se
podem medir as deformações transversais ou radiais,
obtendo-se a curva σ-εt;
 Os corpos de prova devem ser cilíndricos, com uma
relação L/D =2,5-3 com D>54mm;
 O diâmetro deve ser pelo menos 10 vezes maior que o
tamanho do maior grão da rocha;
 As bases do corpo de prova devem ser planas e
paralelas entre si e perpendiculares ao eixo do cilindro.

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Ensaio de compressão simples:

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Ensaio de compressão simples:

Módulo médio, Em Módulo tangente, Et Módulo secante, Es

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Ensaio de compressão triaxial:
 Durante o ensaio σ1 > σ2=σ3≠0;
 Amostras semelhantes às do
ensaio de compressão simples;
 No inicio do ensaio aplicam-se
pressões axiais e confinante
aproximadamente iguais;
 Depois aumenta-se a tensão
axial até atingir a ruptura do
corpo de prova.

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Ensaio de compressão triaxial:

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Ensaios de tração:
T

Tração indireta
Tração direta (ensaio brasileiro)

T 2⋅ P
σt = σt =
A π ⋅D⋅L

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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz
rochosa
 Ensaio de velocidade sónica:
 O ensaio consiste em transmitir ondas longitudinais
mediante compressão ultrasónica e medir o tempo que
demoram a atravessar o corpo de prova (medição de VP);
 De igual modo transmitem-se ondas transversais de corte
mediante pulsos sónicos e registram-se os tempos de
chegada (VS);
 O transmissor é colocado numa extremidade do corpo de
prova e o receptor na outra;
 Os corpos de prova, podem ser cilíndricos ou blocos
retangulares recomendando-se que a sua dimensão
mínimas seja de pelo menos 10 vezes a longitude da
onda;
 A partir das velocidades das ondas sísmicas obtém-se os
módulos elásticos dinâmicos, Ed e νd.
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 6.4. Resistência e deformabilidade da matriz


rochosa
 Ensaio de velocidade sónica:

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 6.5. Descontinuidades
 Tipos de descontinuidades:
 Planos de estratificação (“bedding
planes”) e de xistosidade;
 Diaclases (“joints”);
 Falhas.

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 6.5. Descontinuidades
 Plano de estratificação – descontinuidade paralela à
superfície de deposição dos sedimentos.

As descontinuidades
podem ser inclinadas

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 6.5. Descontinuidades
 Diaclases:
 São fraturas que ocorrem em todos os maciços rochosos,
tendo grande influência no comportamento destes;
 São fraturas nos maciços em que não se verifica
movimento entre os bordos destas;
 São macroscópicas;
 São normalmente planas embora se possam apresentar
encurvadas.

 Família de diaclases: conjunto


de diaclases que apresentam
aproximadamente a mesma
orientação.

 Sistema de diaclases: conjunto


de famílias de diaclases.

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 6.5. Descontinuidades
 Diaclases em rochas ígneas:
 3 a 6 famílias fazendo entre si ângulos próximos de 90º;
 Originadas pelo arrefecimento do material e na diminuição
de tensão ou ainda no dobramento das camadas.

Basalto colunar
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 6.5. Descontinuidades
 Diaclases em rochas sedimentares:
 3 famílias, tendo uma a orientação dos planos de estratificação e
as outras duas orientações próxima de perpendicular à primeira
e fazendo ângulos de 60º-90º entre elas;
 Originadas pelo arrefecimento e redução do recobrimento dos
maciços profundos;
 Nos maciços superficiais os ciclos de secagem / retração são
condicionantes.

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 6.5. Descontinuidades
 Diaclases em rochas metamórficas:
 Formações cristalizadas e sem anisotropia acentuada → 3
famílias ortogonais e espaçamento semelhante;
 Formações de anisotropia profunda → 1 família pouco espaçada
+ 2 famílias perpendiculares à xistosidade;
 Os fatores tectónicos são os mais importantes para a origem das
diaclases nas rochas metamórficas.

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 6.5. Descontinuidades
 Foliação – descontinuidade determinada pela direção
paralela aos minerais que constituem a rocha.

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 6.5. Descontinuidades

 Falhas – são fraturas por corte, de origem normalmente


tectónica, ao longo das quais é observável movimento
entre as superfícies.

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 6.5. Descontinuidades
 Falhas:
 Atitute (Azimute / Pendor);
 Caixa da falha – espaço entre as superfícies além das
quais a rocha apresenta perturbação acentuada;
 Enchimento – é normalmente constituído por material
rochoso triturado pela ruptura, por vezes completamente
argilificado. Brecha de falha é o enchimento que contém
fragmentos angulosos.
 Falha normal / inversa – associados a extensão / compressão;
 Falha ativa / inativa – ações tectónicas.

 Dobra:

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 6.5. Descontinuidades
 Caracterização das descontinuidades:
 Orientação;
 Espaçamento;
 Continuidade;
 Rugosidade;
 Resistência;
 Abertura;
 Preenchimento;
 Permeabilidade.

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 6.5. Descontinuidades
 Orientação:
(dip direction / dip) = (α
α/β)

αd
αt
direção de mergulho
ou azimute
β (dip direction, αd)

α d = α t + 90º

mergulho ou pendor
(dip, β )

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 6.5. Descontinuidades
 Espaçamento:

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 6.5. Descontinuidades
 Continuidade (Persistência):
 Parâmetro importante;
 Difícil de medir devido ao acesso limitado.

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 6.5. Descontinuidades
 Rugosidade:
 Efeito escala;
 Rugosidade de 1ª e 2ª ordem.

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 6.5. Descontinuidades
 Resistência:
 Martelo de Schmidt;
 Efeito escala.

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 6.5. Descontinuidades
 Abertura:
 Condiciona a resistência;
 Condiciona a permeabilidade.

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 6.5. Descontinuidades
 Preenchimento - deve ser descrito:
 O material;
 O seu grau de alteração;
 Dimensões das partículas;
 Resistência do enchimento;
 Teor em água e permeabilidade.

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 6.5. Descontinuidades

 Fluxo de água:
 Permeabilidade
primária – através da
matriz rochosa e
seus poros e
fissuras;
 Permeabilidade
secundária – através
dos sistemas de
diaclases.

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 6.5. Descontinuidades
 Ensaios em descontinuidades:
 Compressão:

 Tração:

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 6.5. Descontinuidades
 Ensaios em descontinuidades:
 Cisalhamento (corte):

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 6.5. Descontinuidades
 Ensaios em descontinuidades:
 Cisalhamento (corte):

Caixa de corte

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 6.5. Descontinuidades
 Ensaios em descontinuidades:
 Cisalhamento (corte):

Caixa de corte
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 6.5. Descontinuidades
 Ensaios em descontinuidades:
 Cisalhamento (corte):

Resultados do ensaio

Descontinuidade plana Descontinuidade rugosa

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 6.6. Resistência e deformabilidade dos


maciços rochosos
 A resistência dos maciços rochosos é função da
resistência da matriz rochosa e das descontinuidades
(sendo ambas bastante variáveis) e das condições
geoambientais a que se encontra submetido o maciço
(como por exemplo as tensões naturais e as condições
hidrogeológicas).

 A resistência pode avaliar-se em termos do esforço


máximo que o maciço pode suportar para umas
determinadas condições e em termos das suas
propriedades resistentes, c e φ.

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 6.6. Resistência e deformabilidade dos
maciços rochosos
 Segundo o grau de fraturação do maciço, o seu
comportamento e propriedades resistentes ficam definas
por:
 Resistência da matriz rochosa (isotrópica ou
anisotrópica);
 Resistência ao cisalhamento de uma família de
descontinuidades;
 Resistência ao cisalhamento de 2 ou 3 famílias de
descontinuidades (sempre que sejam representativas
no maciço);
 Resistência global de um sistema de blocos rochosos
com comportamento isotrópico.

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 6.6. Resistência e deformabilidade dos


maciços rochosos

rocha Intacta

descontinuidades simples

duas descontinuidades

varias descontinuidades

maciço rochoso

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 6.6. Resistência e deformabilidade dos
maciços rochosos
 A maioria dos maciços rochosos são muito fraturados.

→ Sendo assim, a escala (tamanho) das estruturas é que


determina o tipo de propriedades que controlam o
comportamento da estrutura:
• rocha intacta
• maciço rochoso
Exemplo:
• perfuração de um furo ⇒ rocha intacta
• pequeno túnel ⇒ poucas descontinuidades
• caverna subterrânea ⇒ maciço rochoso fraturado
(ou escavações de maciço isotrópico fraturado de
grandes dimensões) partículas angulosas embricadas.

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 6.6. Resistência e deformabilidade dos


maciços rochosos
 A transição do comportamento controlado por rocha intacta ou
maciço rochoso depende do tamanho da amostra, da zona de
influência ou da zona de interesse.

 Cada faixa de comportamento apresentará propriedades


diferentes (compressibilidade e resistência) e exibirá
diferentes:
Modos de ruptura
e
Critérios de ruptura

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 6.6. Resistência e deformabilidade dos
maciços rochosos
ROCHA INTACTA: dados confiáveis em grande volume para quase
todos os tipos de rocha, estado de tensões e temperatura.
MACIÇO ROCHOSO: poucos dados e pouco confiáveis devido as
dificuldades experimentais.
ESTRATEGIA DE SOLUÇÃO
propriedades
Rocha intacta: critérios de ruptura
métodos de ensaio

propriedades COMPORTAMENTO
Descontinuidades:
critérios de ruptura DEPENDENTE
DO TEMPO
modelos reduzidos
Maciço rochoso: efeito escala
medidas de campo
Geotécnica - 2016 – UERJ critérios empíricos

 6.6. Resistência e deformabilidade dos


maciços rochosos
 Critério de Hoek e Brown:
 Para maciços rochosos
α
 σ 
σ 1 = σ 3 + σ ci ⋅  mb ⋅ 3 + s 
 σ ci 
σci - resistência à compressão simples da matriz rochosa

mb – parâmetro que depende das propriedades do maciço rochoso

s e α – constantes do modelo

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 6.6. Resistência e deformabilidade dos
maciços rochosos
 GSI − 100 
mb = mi ⋅ exp  
 28 − 14 D 
 GSI − 100 
s = exp  
 9 − 3D 
1 1
(
a = + ⋅ e −GSI /15 − e −20 / 3
2 6
)
D – fator que depende do grau de perturbação a que o maciço foi submetido
D=0 para maciço não perturbado
D=1 para maciço muito perturbado

GSI – índice geológico de resistência (geological strenght index)

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 6.7. As tensões naturais


 Os materiais geológicos encontram-se submetidos a
tensões naturais como consequência da sua história
geológica.

 As tensões no interior de um maciço rochoso são


produzidas por forças externas aplicadas e pelo peso
próprio do material.

 O estado de tensão resultante é muito complexo


(heterogéneo, descontínuo, anisotrópico).

 O estado de tensão natural desempenha um papel


importante na resposta do maciço face à aplicação de
um carregamento externo.

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 6.7. As tensões naturais
 Tensão vertical:

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 6.7. As tensões naturais


 Tensão horizontal:

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 6.7. As tensões naturais
 Direção das tensões principais:

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 6.7. As tensões naturais


 Direção das tensões principais:

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 6.7. As tensões naturais
 Direção das tensões principais:

Zona plana Zona montanhosa

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 6.7. As tensões naturais


 Como se viu, as tensões naturais são fortemente
influenciadas pelas estruturas geológicas e pela
morfologia local.

 É, portanto, muito importante proceder à determinação


das tensões naturais nos maciços rochosas, o que é, no
entanto, um problema extremamente complexo.

 Dentre os métodos existentes para a sua determinação in


situ, destacam-se:
 Método da fraturação hidráulica.
 Método dos macacos planos;
 Métodos de sobreperfuração (sobrecarotagem);
 “Doorstopper”;
 USBM;
 Célula triaxial CSIR.
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 6.7. As tensões naturais
Método da fraturação hidráulica
 O ensaio consiste em injectar
um fluído sobre pressão em
um trecho de uma sondagem
vertical, previamente isolado
por obturadores especiais até
conseguir a fratura da rocha.

 Supõe-se que a direção da


sondagem coincide com a
direção de uma das tensões
principais deduzindo-se as
outras a partir da orientação
do plano de fratura induzido
pela hidrofraturação.
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 6.7. As tensões naturais


Método da fraturação hidráulica

 A fraturação da rocha produz-se se as tensões induzidas


pela injecção do fluído alcançam a resistência à tração da
rocha circundante à sondagem.
 A pressão de injeção correspondente ao início da fratura,
Pf, denomina-se pressão de abertura de ruptura.
 Depois de iniciar-se a fratura mantém-se a pressão Pf
durante um curto intervalo de tempo, suficiente para que a
ruptura se propague, fechando-se depois o circuito de
injeção de forma instantânea.
 Produz-se então uma ligeira diminuição da pressão,
medindo-se neste instante a chamada pressão de
fechamento (“shut-in”).

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 6.7. As tensões naturais
Método da fraturação hidráulica
 Depois abre-se o circuito para alcançar a pressão
atmosférica.
 Ciclos posteriores de pressurização reabrem a fratura e
medem-se novos valores de Pf e Ps.
 Após vários ciclos em que se obtenham valores semelhantes
de Ps dá-se por finalizado o ensaio.

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 6.7. As tensões naturais


Método dos macacos planos
 Antes de começar o ensaio fixam-se uns pinos de referência
no maciço rochoso e mede-se a distância entre eles.
 De seguida executa-se uma ranhura na rocha entre os pontos
de referência com uma serra, o que provoca um afastamento
entre os pontos de referência, devido ao fechamento da
ranhura por causa da libertação de tensões e medem-se
estas deformações.
 Depois introduz-se um macaco plano na ranhura e aplica-se
pressão até que a distância entre os pontos de referência
seja igual ao valor inicial.
 Assume-se que a pressão aplicada corresponde à tensão
inicial na rocha na direção perpendicular ao plano da ranhura.
 É necessário fazer outros ensaios executando a ranhura
segundo outras direções.
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 6.7. As tensões naturais
Método dos macacos planos

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 6.7. As tensões naturais


Método dos macacos planos

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 6.7. As tensões naturais
Método do “doorstopper”
 Coloca-se o “doorstopper” no fundo de um furo de sondagem.

 Após a leitura inicial, procede-se à sobrecarotagem com o


consequente alívio de tensões.

 Retira-se o tarolo e medem-se as deformações finais.

 O tarolo é posteriormente ensaiado em laboratório para


determinar os parâmetros elásticos.

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 6.7. As tensões naturais
Método USBM e Método da Célula Triaxial (CSIR)
 Ambos os métodos se baseiam na medição das deformações
ocorridas nas paredes de furos de sondagem produzidas pela
libertação de tensões devido à sobrecarotagem.
 As células USBM permitem estimar as tensões em duas
direções e as CSIR em três.

Célula triaxial CSIR

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 6.7. As tensões naturais


Método USBM e Método da Célula Triaxial (CSIR)

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 6.7. As tensões naturais

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 6.8. Classificações Geomecânicas


 Como definição geral, podemos dizer que as classificações
geomecânicas são procedimentos que agrupam maciços em
categorias de comportamento similar, relacionando estas
categorias com soluções típicas para diversos problemas de
engenharia.

 Os principais objetivos dos sistemas de classificações são:


 Identificar os parâmetros de comportamento do maciço rochoso;
 Dividir o maciço rochoso em zonas de comportamento similar;
 Prover uma base para a compreensão das características de
cada maciço;
 Correlacionar a experiência de um local com a encontrada em
outros;
 Obter dados quantitativos e orientações para o projeto;
 Facilitar a comunicação entre Engenheiros e Geólogos.

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 6.8. Classificações Geomecânicas
Autor, Aplicações
Classificação Origem Observações
data Originais
Túneis com
Terzaghi, Amplo emprego nos EUA por 40 anos; inadequada para os métodos
Carga de rocha EUA suporte
1946 modernos de execução de túneis (ancoragens e concreto projetado).
metálicos
Introduziu o conceito de vãos livres sem suporte e seu tempo de auto-
Tempo de auto- Lauffer,
Áustria Túneis sustentação, em função da qualidade do maciço; muito conservadora para
sustentação 1958
aplicação nos métodos.
Simples descrição das condições de um testemunho de sondagem rotativa;
Descrição de
Deere et parte integrante dos sistemas modernos de classificação; não considera
RQD EUA testemunhos
al.,1967 condição de superfície de juntas e materiais de preenchimento; muito
e túneis
sensível aos efeitos de orientação dos testemunhos.
Introduziu as avaliações numéricas “ratings” e ponderações para
Túneis com
Wickham et correlacionar a qualidade do maciço com dimensões das escavações e
RSR EUA suporte
al., 1972 suportes necessários; base para os sistemas subseqüentes mais empregados
metálicos
do nível internacional.
Evolução dos sistemas anteriores; amplamente alterado em relação à versão
Bieniawski, África do Túneis e
Sistema RMR original (1974, 75, 76, 79, 84); desenvolvido com base em 49 casos
1973 Sul minas
históricos. Versão atualizada conta com 268 casos reais (Bieniawski, 1989).
Baseado no método do RQD; introdução de quatro parâmetros adicionais:
Túneis e
Barton et. número e condição das juntas, condições de água subterrânea, tensões nas
Sistema Q Noruega cavidades
al., 1974 vizinhanças da escavação; desenvolvido com base em mais de 200 casos
amplas
reais.

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 6.8. Classificações Geomecânicas

Os dois sistemas mais utilizados são:

 Sistema RMR (Bieniawski, 1973 e 89);


 considera a orientação das descontinuidades.

 Sistema Q (Barton, 1974).


 considera o estado de tensões no maciço.

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 6.8.1. Classificação RMR
Desenvolvido para túneis;
Bieniawski em 1974 Com geometria em
propôs um sistema ferradura;
empírico
Escavados a “fogo”;
σv > 25 MPa.
 A última versão apresentada por Bieniawski (1989),
utiliza seis parâmetros de classificação:
 Resistência uniaxial da rocha;  Condições das
descontinuidades;
 Índice de qualidade da rocha
(RQD);  Condições hidrogeológicas;
 Espaçamento das  Orientação das
descontinuidades; descontinuidades.

 6.8.1. Classificação RMR

 O sistema RMR é apresentado em tabelas, as quais atribui


pesos para os seis parâmetros anteriormente citados.

 Estes pesos são somados, obtendo-se o valor de RMR


(máximo de 100 pontos), e conseqüentemente o tipo de
maciço:

RMR = Peso 1 + Peso 2 + Peso 3 + Peso 4 + Peso 5 + Correção 1

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 6.8.1. Classificação RMR
Tabela RQD Comprimento total corpo de prova cilindrico =
200 cm.
DESCRIÇÃO VALOR NOTAS
38 +17 + 20 +35
1. ÍNDICE RQD RQD 1. Se RQD é medido ≤10 RQD = x 100% = 55%
A. Muito Ruim 0-25 (incluindo 0), assumir o 200
B. Ruim 25-50 valor nominal de 10 para
C. Razoável 50-75 calcular Q
2. Intervalos de 5 no valor de L = 38 cm
D. Bom 75-90
E. Ótimo 90-100 RQD são considerados com
boa acurácia (p.ex. 95, 100). L = 17 cm

Σ comprimento de partes do corpo de prova > 10 cm L=0


RQD = x 100% Nenhuma parte > 10 cm.
Comprimento total do corpo de prova
L = 20 cm
Nota: No caso de não ter testemunhos pode-se usar
RQD=115-3.3Jv (Palmström, 1974) L = 35 cm
Quebra pela amostragem
Jv=Número total de descontinuidades por m3
L=0
Diametro minimo da amostra=54,7mm (NW) Não recuperado
Barrilete de amostragem, Tubo Duplo
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 6.8.1. Classificação RMR

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 6.8.1. Classificação RMR

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 6.8.1. Classificação RMR

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 6.8.1. Classificação RMR

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 6.8.1. Classificação RMR

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 6.8.1. Classificação RMR

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 6.8.2. Classificação Q
Para a caracterização do
Barton et al.(1974)
maciço rochoso;
propôs o sistema Q
Para a determinação do suporte
requerido.
índice de influência da rugosidade das
índice de paredes índice de influência
qualidade da da ação da água
rocha subterrânea
 RQD  Jr   Jw 
Q=   
 Jn   Ja   SRF
índice de influência índice de influência
do número de das tensões no
famílias índice de influência da alteração das maciço
paredes

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 6.8.2. Classificação Q

O sistema Q é a medida de três parâmetros:

RQD
 ⇒ Tamanho dos blocos;
Jn

Jr
 ⇒ Resistência ao cisalhamento entre os blocos;
Ja

Jw
 ⇒ Influência do estado de tensão.
SRF

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

 Com o objetivo de encontrar uma relação entre o índice Q;


a estabilidade e o sistema de suporte requerido, Barton et
al. (1974) definiu:

Dimensão da escavação (m)


De =
ESR

ESR (excavation suppor ratio): fator que depende do tipo de escavação

 A dimensão equivalente plotada junto com o índice Q, gera


um gráfico o qual é utilizado para determinar a categoria
de suporte.

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

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 6.8.2. Classificação Q

 O índice Q também permite determinar os seguintes


parâmetros:

 Máximo vão sem sustimento


(comprimento de avanço), em 2 ⋅ ESR ⋅ Q 0, 4
metros

 Comprimento do tirante, em 2 + 0,15 ⋅ B


L=
metros (para o teto) ESR

 Comprimento do tirante, em 2 + 0,15 ⋅ H


L=
metros (para a parede) ESR

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 6.8.2. Classificação Q
 Carga de rocha sobre a abóbada - Pr (kp/cm2)
1kp/cm2 = 98,1 kPa
2⋅ Jn
 Para maciços com menos de três Pr =
famílias de descontinuidades 3⋅ J r ⋅ 3 Q

 Para maciços com três ou mais 2


Pr =
famílias de descontinuidades Jr ⋅3 Q

 Carga de rocha sobre os hasteais - Ph(kp/cm2)


1kp/cm2 = 98,1 kPa
 Para Q > 10 Ph = 5 ⋅ Q

 Para 0,1 < Q < 10 Ph = 2,5 ⋅ Q

 Para Q < 0,1 Ph = Q


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 6.8.3. Índice GSI

 O índice resistência geológica, GSI (geological


strength index) foi proposto por Hoek (1994) e Hoek
et al. (1995) e permite evoluir a qualidade do maciço
rochoso em função do grau e das características da
fraturação, estrutura geológica, tamanho dos blocos
e alteração das descontinuidades.

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 6.8.3. Índice GSI

Índice GSI para maciços rochosos

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 6.8.3. Índice GSI


Índice GSI para maciços rochosos heterogéneos

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 6.8.3. Índice GSI

 À exceção de maciços de maciços rochosos de muito má


qualidade, o valor do GSI de um maciço pode ser
estimado através do valor do sistema RMR, utilizando um
peso de 15 para a condição de presença de água (Peso
5) e de 0 para a orientação das descontinuidades
(Correção 1).

 Deste modo obtém-se um valor RMR’, conforme a


expressão seguinte:

RMR’ = Peso 1 + Peso 2 + Peso 3 + Peso 4 + 15+0

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 6.8.3. Índice GSI


 Assim, para maciços com RMR’ ≥ 23, a relação entre estes
dois índices faz-se através da seguinte expressão:

GSI = RMR’-5

 Para maciços rochosos de má qualidade com valores de


RMR’ < 23, a correlação é expressa com base em Q’, o qual
é igual ao Q, mas sem consideração dos parâmetros Jw e
SRF), conforme a expressão:
RQD J r
Q= ⋅
Jn Ja

 Neste caso a expressão a usar na determinação do GSI é a


seguinte:
GSI = 9.lnQ’+44
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