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5.

Falhas e
O que é a filosofia?
dobras
Deformação de rochas

A ação da tectónica de placas permite mudanças


na estrutura das rochas, que se designam
genericamente por deformações.

As características das deformações dependem


do comportamento mecânico das rochas.
Tensões de deformação das rochas
• Os estados de tensão associados aos movimentos das placas litosféricas são suscetíveis de deformar as
rochas.

Corresponde ao conjunto
de forças exercidas
sobre uma rocha.

• Assim, a deformação é uma resposta mecânica dos materiais em tensão durante um determinado intervalo
de tempo, que leva à alteração do volume/forma das rochas devido à atuação de 3 tipos de forças:
compressivas, distensivas e de cisalhamento.
Tensões de deformação das rochas
• Forças/tensões compressivas
ü Forças associadas a limites convergentes.
ü Tendem a reduzir o volume da rocha.
ü Ocorre o estreitamento da rocha horizontalmente e o alongamento vertical da rocha.
ü Deformações resultantes: dobra e falha inversa.

Falha inversa

Tensão tectónica
compressiva

Dobra
Tensões de deformação das rochas
• Forças/tensões distensivas

ü Forças associadas a limites divergentes.

ü Ocorre o alongamento da rocha horizontalmente e estreitamento vertical da rocha.

ü Deformações resultantes: estiramento e falha normal.

Falha normal

Tensão tectónica
distensiva

Estiramento
Tensões de deformação das rochas
• Forças/tensões de cisalhamento

ü Forças associadas a limites conservativos.

ü Forças atuam paralelamente em direções opostas.

ü Ocorre o deslocamento horizontal das rochas.

ü Deformações resultantes: cisalhamento e falha de desligamento.

Falha de desligamento

Tensão tectónica
cisalhante

Cisalhamento
Tensões de deformação das rochas
Movimento relativo das
placas litosféricas
ocorre nos

Limites Limites Limites


convergentes divergentes conservativos

onde atuam onde atuam onde atuam

Tensões Tensões Tensões


compressivas distensivas cisalhantes
Regime dos materiais rochosos
• Para além das tensões, as deformações que podem ocorrer nas rochas dependem do regime dos materiais:

ü Regime frágil: as rochas sob a ação de tensões entram facilmente em rutura, isto é, são quebradiças.

ü Regime dúctil: as rochas sujeitas a deformações permanentes entram dificilmente em rutura, isto é, são
maleáveis.
Regime dos materiais rochosos
• Para rochas a grandes profundidades
(elevada temperatura e elevada pressão).

• Deformação num regime dúctil.

• Origina dobras, estiramentos e cisalhamentos.

Temperatura
• Para rochas a pequenas profundidades
(baixa temperatura e baixa pressão).

• O material deforma num regime frágil.

• Origina falhas.
Regime dos materiais rochosos
• No interior da geosfera, a transição entre o regime frágil e o regime dúctil é gradual.

• Nos níveis superiores da litosfera, onde


a temperatura e a pressão são
relativamente baixas, as rochas estão
em regime frágil.

• À medida que aumenta a temperatura e


a pressão, as rochas apresentam um
regime dúctil.
Comportamento dos materiais resultante das tensões
• Todos os materiais rochosos têm um limite de resistência – elasticidade ou plasticidade – face à acumulação
de tensões aplicadas.

ü Limite de elasticidade: tensão máxima suportada por um material elástico, a partir do qual deixa se
comportar como elástico e passa a comportar-se como plástico.

ü Limite de plasticidade: define-se como a tensão máxima suportada por um material plástico, a partir do
qual entra em rutura e passa a comportar-se como frágil.
Comportamento dos materiais resultante das tensões
• O comportamento das rochas durante os processos de deformação permite classificá-las em rochas de
comportamento elástico, rochas de comportamento plástico e rochas com comportamento por rutura.

Elástico

Comportamento Plástico

Por rutura
Comportamento dos materiais resultante das tensões
• Comportamento elástico: os materiais, após terem sido sujeitos à ação de forças, retomam a sua forma
inicial, ocorre uma deformação reversível. Verifica-se no regime dúctil e frágil quando a força aplicada sobre
uma rocha não ultrapassa o seu limite de elasticidade.
Comportamento dos materiais resultante das tensões
• Comportamento plástico: os materiais, após terem sido sujeitos à ação de forças, permanecem deformados.
Nas rochas temos como exemplo as dobras. Verifica-se em regime dúctil, quando a força aplicada sobre
uma rocha é superior ao seu limite de elasticidade e inferior ao limite de plasticidade.
Comportamento dos materiais resultante das tensões
• Comportamento por rutura: os materiais, após terem sido sujeitos à ação de forças, cedem e entram em
rutura (irreversível/permanente). Nas rochas temos como exemplo as falhas.

ü Em regime dúctil: o material fratura quando a força aplicada sobre a rocha é superior ao seu limite de
plasticidade.

ü Em regime frágil: o material fratura quando a força aplicada sobre a rocha é superior ao seu limite de
elasticidade.
Comportamento dos materiais resultante das tensões
• Resumindo:

ü Regime frágil: apenas comportamento elástico, ou seja, quando sujeitos a uma tensão primeiro passam
por uma deformação elástica (reversível) e depois (se ultrapassar o limite de elasticidade, quando a
tensão é superior à resistência da rocha) podem entrar em rutura/fraturar (deformação irreversível);

ü Regime dúctil: podem passar por deformação elástica (reversível) e deformação plástica (passando o
limite de elasticidade entram em deformação plástica (irreversível) e podem, ainda assim, chegar à rutura
(irreversível).
Comportamento dos materiais resultante das tensões
• Fatores que influenciam o comportamento das rochas:

Intensidade Duração da
Temperatura Teor de água
da tensão tensão

Mineralogia Textura Profundidade


Falhas geológicas
• Quando as rochas estão sujeitas às forças tectónicas e perdem (ou não têm) a capacidade de dobrar,
fraturam-se (regime frágil). Caso os blocos rochosos resultantes da fraturação se desloquem uns em relação
aos outros, dizemos que se formou uma falha.

As falhas formam-se nos


níveis superiores da
litosfera, nos quais as
rochas se comportam
como materiais frágeis.

Falha
Falhas geológicas
• Plano de falha (E): plano/superfície onde ocorre a fratura da rocha.
• Muro (B): bloco que se situa por baixo do plano de falha.
• Teto (A): bloco que se situa por cima do plano de falha.
• Rejeito da falha (C-C`): distância mínima entre dois pontos que antes da falha estavam juntos.
Falhas geológicas

Falha Teto
?

?
Muro
Falhas geológicas

Teto
?

Falha

?
Muro
Tipos de falhas geológicas
• As falhas são caracterizadas pelo movimento relativo dos seus blocos.

Falha inversa Falha normal Falha de desligamento


- O teto sobe em relação ao muro. - O teto desce em relação ao muro. ou falha transformante
- Resulta de formas compressivas - Resulta de formas distensivas. - O movimento dos blocos é horizontal e
ao longo do plano de falha.
- Resulta de forças de cisalhamento.
Tipos de falhas geológicas
• Falha inversa
Tipos de falhas geológicas
• Falha normal
Tipos de falhas geológicas
• Falha de desligamento ou transformante

Falha de Santo André, EUA


Falhas geológicas
• Em regimes tectónicos distensivos é frequente a ocorrência de sistemas de falhas normais,
originando-se:
ü Horsts (levantamento): bloco de território elevado em relação ao território vizinho resultante de um
conjunto de falhas.
ü Grabens (abatimento): blocos rebaixados correspondendo a uma depressão tectónica resultante de
um conjunto de falhas.
Falhas geológicas
• Em regimes tectónicos compressivos, verifica-se a ocorrência de sistemas de falhas inversas,
podendo originar-se cavalgamentos.
Falhas geológicas: resumo
Falhas geológicas: resumo
Verificação de aprendizagens
• Resolução dos exercícios da página 129, exceto a questão 5.
Dobras geológicas
• Uma dobra consiste no encurvamento de uma superfície originalmente plana. As dobras formam-se em
regime de deformação compressiva em regime dúctil, em níveis mais profundos da litosfera.
Dobras geológicas

A - Charneira: zona onde convergem as


camadas dos dois flancos da dobra.
B - Flancos: vertentes da dobra, situam-se de
um e de outro lado da charneira.
C - Plano axial: plano imaginário que divide a
dobra ao longo da sua charneira.
D - Eixo de dobra: linha imaginária que
corresponde à interseção da charneira o
plano axial.
Classificação das dobras geológicas
• De acordo com a disposição espacial/concavidade, as dobras podem ser classificados como:
ü Antiforma: concavidade voltada para baixo.
ü Sinforma: concavidade voltada para cima.
ü Dobra neutra: concavidade voltada para o lado.

Antiforma Sinforma Dobra neutra


Classificação das dobras geológicas

Sinformas Antiformas
Dobras com Dobras com
concavidade orientada concavidade orientada
para cima. para baixo.
Classificação das dobras geológicas
• Quando há informação acerca da idade relativa dos estratos, as dobras classificam-se como:
ü Anticlinal: o núcleo da dobra é ocupado pelas camadas mais antigas.
ü Sinclinal: o núcleo da dobra é ocupado pelas camadas mais recentes.

Anticlinal Sinclinal

• Havendo redobramentos pode-se verificar alteração da geometria das dobras: ver livro página
132, figura 5.
Classificação das dobras geológicas

Sinclinais
Dobras com rochas mais
recentes no núcleo.

Anticlinais
Dobras com rochas
mais antigas no núcleo.
Tipos de estruturas de deformação associadas a forças
Tectónica e tipos Compressiva
(limites convergentes)
Distensiva
(limites divergentes)
Cisalhante
(limites transformantes)
de deformação
Zonas próximo da
superfície da crusta
(regime frágil)

Zonas profundas
da crusta
(regime dúctil)
Verificação de aprendizagens
• Resolução dos exercícios da página 135.
• Resolução dos exercícios da página 138 e 139, exceto os exercícios 1 e 7.
• Resolução dos exercícios da página 140 e 141, exceto o exercício 5.

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