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11ºano

Aula das Falhas e dobras

Os materiais constituintes da crusta terrestre estão sujeitos


a tensões e, dependendo dos valores de pressão e
temperatura a que estão sujeitos, podem apresentar
diferentes comportamentos.
➢ Comportamento frágil: as rochas fraturam facilmente,
quando são sujeitas a tensões, em condições de baixa
pressão e de baixa temperatura. Este comportamento
relaciona-se com a formação de falhas.

➢ Comportamento dúctil- as rochas sofrem alterações


permanentes da forma e/ou volume, sem fraturarem,
em condições de elevada pressão e elevada
temperatura. Este comportamento relaciona-se com a
formação de dobras.
Fatores que influenciam o comportamento dos materiais

➢ Temperatura: O aumento da temperatura diminui a


rigidez dos materiais aumentando a sua ductilidade.
➢ Pressão: O aumento da pressão, tal como a
temperatura contribui para o aumento da ductilidade
dos materiais.
➢ Fluídos circulantes: O modo de atuação dos fluídos
circulantes depende dos valores de temperatura a que
estes se encontram, assim fluídos circulantes a baixas
temperaturas contribuem para o aumento da rigidez,
conduzindo a um comportamento frágil; fluídos
circulantes a elevadas temperaturas diminuem a rigidez
aumentando a ductilidade.
➢ Tempo: A duração da deformação influência o
comportamento dos materiais. Forças que atuam ao
longo de milhões de anos permitem que os materiais se
ajustem a adaptem.

Nota:
➢ Como se verifica um aumento da temperatura e
pressão com o aumento da profundidade em níveis
crustais mais superficiais, os materiais rochosos estão
sujeitos a menores valores de temperatura e pressão
apresentando um comportamento frágil, assim quando
sujeitos a tensões tendem a sofrer fraturas originando-
Falhas.
➢ Em níveis crustais mais profundos, os valores de
temperatura e pressão são mais elevados e os
materiais apresentam comportamento dúctil. Assim
quando sujeitos a tensões os materiais localizados em
níveis crustais mais profundos deformam-se formando-
Dobras.
➢ A observação de dobras na superfície terrestres implica
o afloramento das mesmas em resultado da erosão das
camadas suprajacentes.

As deformações sofridas pelos materiais podem ocorrer em


diferentes regimes:
➢ Deformação elástica- o material deforma, mas,
quando a tensão cessa, recupera a sua forma/volume
inicial e verifica-se quando a força aplicada sobre a
rocha não ultrapassou o seu limite de elasticidade. É
reversível.
➢ Deformação plástica – o material fica deformado sem
rotura e verifica-se quando a força aplicada sobre a
rocha é superior ao seu limite de elasticidade e inferior
ao limite de plasticidade. É permanente. Deformação
irreversível.
➢ Deformação frágil- o material fratura. Verifica-se
quando a força aplicada sobre a rocha é superior ao
seu limite de plasticidade originando deformações
contínuas. Deformação irreversível.

DOBRAS
➢ Correspondem a deformações contínuas em materiais
de comportamento dúctil.
➢ Resultam da atuação de forças compressivas.
➢ Surgem geralmente associadas a limites
convergentes.
➢ Muito comuns na formação de cadeias montanhosas.

CLASSIFICAÇÃO DAS DOBRAS


É feita atendendo à sua forma, posição dos estratos e
simetria.
1- Quanto á forma
➢ Sinforma
➢ Antiforma
➢ Dobras neutras
Sinforma: Quando a abertura da dobra está voltada para
cima, ou seja, apresenta a parte convexa para baixo e a
parte côncava para cima.
Antiforma: Quando a abertura da dobra se encontra voltada
para baixo, ou seja, a parte convexa está voltada para cima
e a parte côncava está voltada para baixo.
Dobra neutra: Quando a abertura da dobra está voltada
para um dos lados.

2- Quanto à posição dos estratos

Anticlinal: Quando o núcleo da dobra é ocupado pela


camada mais antiga.
Sinclinal: Quando o núcleo da dobra é ocupado pela
camada mais recente.
3- Quanto à simetria
Quanto à simetria as dobras podem se Simétricas e
Assimétricas

Assimétrica
Elementos caraterizadores de uma Dobra
Charneira- linha que une os pontos de máxima curvatura da
dobra.
Flancos da dobra- vertente da dobra; situam-se de um lado
e de outro lado da charneira.
Superfície axial ou plano axial- plano de simetria da dobra,
que a divide em dois flancos aproximadamente iguais.
Eixo da dobra- linha de interseção da charneira com a
superfície axial.
Núcleo- conjunto das camadas mais internas da dobra.
FALHAS
➢ Correspondem a depressões descontínuas em
materiais de comportamento frágil.
➢ Podem resultar de atuação de forças compressivas,
distensivas ou de cisalhamento.
➢ Podem surgir associadas a limites convergentes,
divergentes ou conservativos.
➢ Numa falha ocorre o deslocamento relativo entre dois
blocos- o Teto e o Muro

CLASSIFICAÇÃO DAS FALHAS


É feita atendendo ao tipo de força que as origina e ao
deslocamento relativo entre o teto e o muro.

FALHA NORMAL OU DISTENSIVA


➢ Resulta da atuação de forças distensivas
➢ O teto desce relativamente ao muro
➢ Forma-se em zonas de limites divergentes de placas
tectónicas.
FALHA INVERSA OU COMPRESSIVA
➢ Resulta da atuação de forças compressivas.
➢ O teto sobe relativamente ao muro.
➢ Falha inversa ou de cavalgamento são formadas em
função de um stress compressivo horizontal e causam
encurtamento e espessamento da crosta.
➢ Em função do teto deslocar-se em movimentos
relativos para cima do muro, a maior parte das falhas
mostra rochas mais antigas sobre as mais novas.
➢ Comum em cadeias de montanhas nos limites de
placas convergentes.
FALHA DE DESLIGAMENTO ou FALHA
TRANSFORMANTE
➢ Resulta de forças de cisalhamento
➢ Encontram-se associadas a limites
conservativos
➢ Os movimentos dos blocos são horizontais e
paralelos e a falha classifica-se de esquerda ou
direita relativamente a um observador situado no
plano de falha que veja deslocar o bloco da sua
esquerda ou da sua direita.
SISTEMAS DE FALHAS
Associações entre falhas, pode originar na natureza,
configurações designadas por Depressões
tectónicas ou Grabens e Maciços tectónicos ou
Horsts.
Horsts- Bloco elevado em relação aos territórios
vizinhos por ação de movimentos tectónicos
associados a falhas. Tendem a ser faixas alongadas
de terreno, que podem ter centenas de Km de
comprimento separados do território vizinho por
escarpas de falhas normais. (falhas divergentes)
Grabens- Depressão de origem tectónica formada
quando um bloco fica afundado em resultado do
movimento combinado de falhas tectónicas (Falhas
Convergentes para o interior).

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