Você está na página 1de 5

2.

Sismologia
2.1. Sismos – definição e causas

Sismologia ramo da Geofísica que estuda os sismos

Sismos movimentos vibratórios da geosfera causados pela súbita libertação


de energia elástica armazenada nas rochas

Sismos tectónicos sismos que ocorrem na fronteira entre placas tectónicas

As rochas, que compõem as placas litosféricas, estão sujeitas a fortes estados de


tensão que permitem a acumulação de energia. A libertação desta é responsável
pela vibração sísmica.

Tensão força aplicada por unidade de área

As rochas, quando sujeitas a altas tensões podem apresentar comportamento:

Elástico
Frágil
Dúctil

Comportamento das rochas sujeitas


a estados de tensão

Comportamento elástico Comportamento frágil Comportamento dúctil

Dentro do seu limite de Atinge o limite de Condições de elevada


elasticidade, a rocha elasticidade em condições de temperatura e pressão
recupera a sua forma inicial baixa temperatura e pressão Rocha sofre alterações
após o fim do estado de Rocha sofre alterações irreversível, sem ocorrer
tensão irreversíveis, fraturando fratura
Formam-se falhas geológicas Podem formar-se dobras
geológicas

O comportamento frágil ou dúctil de uma rocha depende de vários fatores, nomeada-


pente, do estado de tensão, da composição da rocha e das condições termodinâmicas
a que está sujeita.

Os sismos formam-se quando as rochas têm comportamento frágil e atingem o seu


limite de elasticidade.
A Teoria do Ressalto Elástico, formulada por Harry F. Reid, em 1911, explica o
mecanismo de formação de um sismo tectónico:

nos limites tectónicos, sujeitos à atuação de forças compressivas,


distensivas ou de cisalhamento, ocorre a acumulação de energia elástica;

atingido o limite de resistência da zona de falha, ocorre o movimento dos


blocos, ou seja, ocorre a rotura da rocha;

a movimentação brusca dos blocos, ou ressaltos, provoca a libertação sob


a forma de ondas sísmicas da energia elástica acumulada;

o ressalto brusco dos blocos deve-se à libertação súbita da energia elástica


acumulada.

Por vezes, a libertação de energia sísmica é tal que faz vibrar todo o planeta;
neste caso, o sismo designa-se terramoto, sendo precedido e sucedido por sismos
menores aos quais se dá o nome, respetivamente, de abalos premonitórios e de
réplicas

Sismos vulcânicos são vibrações da litosfera associadas à movimentação do


magma

Sismos secundários resultam de acontecimentos geológicos locais

Ex: abatimento natural de grutas e deslizamento de terrenos

Parâmetros de caracterização sísmica

Foco ou hipocentro local no interior da litosfera onde ocorre a libertação de


energia sísmica

Epicentro local à superfície da Terra, situado na vertical do foco


local onde o sismo é sentido com maior intensidade

profundidade ou distância focal distância entre o foco e o epicentro


Os sismos podem ser classificados de acordo coma sua profundidade focal em:

Sismos superficiais

profundidade focal inferior a 50 km


85% da energia sísmica libertada anualmente

Sismos intermédios

profundidade focal entre 50 km e 300 km


12% da energia sísmica libertada anualmente

Sismos profundos

profundidade focal superior a 300 km


3% da energia sísmica libertada anualmente

Propagação da energia sísmica – ondas sísmicas

A energia sísmica propaga-se em todas as direções, obrigando as partículas que


constituem os materiais rochosos a vibrarem, originando ondas sísmicas que
fazem tremer a geosfera.

frente de onda superfícies esféricas definidas pelo conjunto de pontos na


mesma fase do movimento ondulatório

raio sísmico direção de propagação da onda sísmica perpendicular à frente de


onda

Existem 4 tipos de ondas sísmicas:

Ondas P
Ondas S
Ondas de Love
Ondas de Rayleigh

Tabela pág. 146

NOTA: a velocidade de propagação das ondas P e S dependem da rigidez,


densidade e incompressibilidade, dos materiais que atravessam
A velocidade de propagação das ondas P e S calcula-se aplicando a seguinte
fórmula:


3
V p=
k+ r
d
4 V s=
√ r
d

Em que:

Rigidez (r) a propriedade que confere à matéria uma forma definida;


assim sendo, a rigidez dos líquidos e nula.

Densidade (d) concentração de matéria (m) num dado volume (V),


sendo d = m/v.

Incompressibilidade (k) avalia a resistência de um corpo sólido à


variação de volume em função da pressão.

NOTA:

rigidez condiciona a velocidade de propagação das ondas sísmicas na


razão direta (isto é, quanto maior for a rigidez maior é a velocidade e vice
versa) e a densidade na razão inversa (isto é, quanto maior for a
densidade, menor é a velocidade de propagação das ondas e vice versa).

Efeitos secundários da atividade sísmica

Na sequência de um sismo podem ocorrer outros fenómenos naturais como


tsunamis e liquefação de solos

Tsunami onda gigante que se forma quando o epicentro dos sismos se


localiza no fundo oceânico
2.5. Sismos e placas tectónicas

A distribuição dos sismos a nível mundial coincide, em geral, com o limite das
placas tectónicas.

Os sismos podem ser classificados em:

sismos interplaca sismos que ocorrem nas zonas de fronteira de placas

sismos intraplaca sismos que ocorrem no interior das placas tectónicas

associados, geralmente, a falhas ativas

Portugal Continental situa-se na Placa Euroasiática, limitada a sul pela Falha


Açores-Gibraltar (a qual corresponde à fronteira entre as placas Euroasiática e
Africana) e, a oeste, pela Dorsal Médio-Atlântica.

A sismicidade do arquipélago da Madeira, situado na Placa Africana, é reduzida.


Já a sismicidade dos Acores, é intensa devido ao seu enquadramento tectónico,
nomeadamente à Falha da Glória, ao Rifte da Terceira, à Dorsal Médio-Atlântica.

2.7. Minimização do risco sísmico – previsão e prevenção

Perigos associados à ocorrência de sismos

Danos Medidas de minimização de riscos


-Formação de fendas no solo - Identificação das zonas de risco
- Colapso de edifícios e de - Identificação das falhas ativas
infraestruturas (parque edificado) - Monitorização das principais falhas
- Liquefação de solos (em terrenos sismogénicas
pouco consolidados e saturados em - Levantamento das edificações
água) (casas, estradas, pontes, viadutos) e
- Escorregamento de terrenos, com avaliação do seu risco
possibilidade de soterramento - Reabilitação/substituição das
- Vítimas mortais edificações fragilizadas ou
- Falha de eletricidade desprotegidas
- Destruicão da rede de água, esgotos, - Aplicação das normas de construção
gás sismorresistente no parque a edificar e
- Incêndios em edificação
- Inundação/destruição das zonas
costeiras na sequência da formação de
tsunamis

Você também pode gostar