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I.

Vulcanologia
1. Vulcanismo primário:
Central- se tiver cone vulcânico (que se forma pela solidificação de lavas e acumulação de
piroclastos). Fissural- se sair por fraturas (ex. zonas de rifte)
Quando a câmara magmática se esvazia, se as paredes do cone se abaterem pode se formar
uma caldeira vulcânica se tiver pelo menos 1 Km de extensão.
Tipos de erupções:
Efusivas: Vulcão em escudo (baixo e largo); rios de lava; não libertam muitos piroclastos;
Magma básico (menos sílica- até 52%); Lava alcalina/pouco viscosa, fluída, mais quente,
menos gases (é fácil libertá-los).
Este tipo de magma pode originar lavas encordoadas ou Pahoehoe (lisas e muito fluídas),
lavas escoriáceas ou aa (fissurada e áspera) e Pillow lavas (solidificam dentro de água). Podem-
se formar Lahars- lama vulcânica (mistura de água da chuva ou gelo com piroclastos).
Explosivas: Vulcão compósito/estratovulcão (alto e íngreme; também é nas mistas); Magma
ácido (mais sílica, +de 65%), viscoso, mais frio (demora mais tempo a subir a chaminé) e tem
mais gases (é difícil libertá-los). Este tipo de magma pode originar agulhas vulcânicas (o
magma solidifica na chaminé), cúpulas (solidifica na cratera), disjunções colunares (quando o
magma arrefece parte-se e estala e colunas) e nuvens ardentes que são muito rápidas, tóxicas
(têm muita cinza que é leve e se mistura com os gases) e quentes.
Quanto mais explosiva for a erupção, menores são os piroclastos, pois a fragmentação é maior
(neste caso mais cinzas são libertadas).
Mistas: O magma é atirado ao ar e cai no estado sólido sob a forma de piroclastos, pois arrefece
e solidifica no ar. Alterna entre fases explosivas e de rios de lava.
Tipos de piroclastos: poeiras, cinzas, lapili, blocos-angulosos, bombas-redondas (ordem
crescente de tamanho).
Nas erupções são também libertados materiais gasosos (em maioria vapor de água)

Encraves ou xenólitos são fragmentos sólidos (o seu ponto de fusão é muito elevado) que
ascendem cm o magma (podem ser arrancados nas paredes da chaminé).
Menor índice de explosividade menor frequência em que entram em erupção. Um vulcão tem
diferentes erupções devido à comunicação entra as câmaras magmáticas.
Vulcão ativo: encontra-se em erupção.
Vulcão adormecido: pode voltar a entrar em erupção
Vulcão inativo ou extinto: não há registos de ter entrado em erupção

Vulcanismo em zona de interplaca/tectonicamente instável (95%):


-Limite convergente (80%): oceano-oceano ou oceano-continente a mais densa afunda e funde
e ocorre vulcanismo na que não subducta. A oceânica quando afunda arrasta consigo
sedimentos da placa continental (granítica-muita sílica), sedimentos que foram erodidos e
depositados no mar e água (que arrefece o magma e baixa o ponto de fusão dos minerais) que
tornam o magma viscoso e que permite originar erupções explosivas (também algumas
mistas).
-Limite divergente (15%): Quanto mais profundo vier o magma menos sílica tem (os materiais
mais densos/silicatados estão à superfície) e, por isso, normalmente há erupções efusivas.
Exceção: A Islândia é um país gelado; quando o magma ascende derrete o gelo e água infiltra-
se tornando o magma mais frio e rico em gases originando erupções explosivas.
Há mais vulcões no anel de fogo do pacífico, a seguir no oceano atlântico e também na zona
do mediterrâneo.
Vulcanismo em zona de intraplaca/tectonicamente estável (5%):
Em zonas de hotspot, o calor passa do núcleo para o manto aquecendo as rochas aí existentes
(plumas térmicas).
Elas tornam-se menos densas e sobem e quando encontram zonas com menos pressão vão
fundir e o magma vai ascender originando erupções efusivas (veio de profundidade). Pode
haver a formação de ilhas e devido ao movimento das placas tectónicas o hotspot/vulcanismo
passa para outro local originando outra ilha. A ilha antiga vai desaparecendo devido à ação
dos agentes erosivos. Exceção: Yellowstone- vulcão explosivo, pois é numa placa continental,
por isso, quando o magma ascende incorpora sedimentos ricos em sílica do continente e como
a placa continental é espessa o magma tem mais dificuldade a atravessar e vai arrefecendo.
2. Vulcanismo secundário:
-Geiseres: A água que se encontra em profundidade é aquecida pelo calor do magma onde
está sujeita a grandes pressões (que não permitem a sua ebulição). Ela vai criando pouco vapor
de água que a ajuda a aproximar-se se reservatórios mais à superfície onde entra em ebulição
e sai num repuxo através de fraturas. São jatos intermitentes de água, pois a água expelida
volta a infiltrar-se. Tem a água mais quente dos 3.
-Fumarolas: emissões de gases, essencialmente vapor de água a altas temperaturas. Mofetas-
Co2; Sulfataras: dióxido de enxofre.
-Nascentes termais: Temos em Portugal continental em zonas profundas onde calor interno
da terra aquece as águas. Nestas zonas, as rochas encontram-se fraturadas e permitem que a
água da chuva se infiltre e dissolva os minerais das rochas, o que torna a água das termas rica
em minerais (água quente tem uma maior capacidade de dissolução).
3. Vantagens
 Os solos são férteis para a agricultura devido às cinzas que funcionam como um adubo;
 Rochas permitem construção;
 Produção de energia geotérmica de alta entalpia (permite a produção de energia) e
baixa entalpia (permite aquecimento);
 O vulcanismo secundário atrai turismo;
 Aumenta o conhecimento do interior da terra.
4. Medidas de previsão e prevenção

Previsão: Se houver sismos, fumarolas, aumento da temperatura das águas e se estão a ficar
mais ricas em C02 e alteração no relevo.
Prevenção: estudar a história vulcânica do local e preparar um plano de evacuação.
II. Sismologia
Há sismos em zona de interplaca (qualquer limite) e intraplaca e formam-se quando o limite
de elasticidade das rochas é ultrapassado, elas partem-se e a energia que se esvazia é emitida
através de ondas sísmicas.
Hipocentro-local onde se origina o sismo; Epicentro: ponto onde se sente mais o sismo/mais
energia, pois está mais perto do foco.
Sismos podem ser: Tectónicos, Vulcânicos (movimentação de magma), secundários
(avalanches, gruta que abate) ou artificiais (ex. ao usarmos dinamite).
Escala de Richter Escala de Mercalli
Magnitude (energia libertada Intensidade (grau de destruição; interessa aos meios de
no foco- 102,4𝑀−1,2 ) socorro para saberem como agir)
Sismogramas (há pelo menos 3
em cada estação e elas têm de Inquéritos realizados à população; registos de destruição
estar afastadas de cidades)
Escala aberta e quantitativa Escala fechada e qualitativa
Subjetiva (depende do tipo de edifícios do local, tipo de rocha,
atuação das pessoas durante o sismo, densidade populacional e
Objetiva e logarítmica
distância ao foco (maior distância, menor energia que
atravessa)
A intensidade representa-se em numeração romana.
A magnitude representa-se em
Isossistas são linhas que unem pontos com a mesma
numeração árabe
intensidade.
Tipos de comportamento das rochas:
Elástico- Depois de pararem de receber tensões voltam à posição original.
Frágil- Têm de estar mais próximas da superfície (mais frias); ao aplicar a força não volta à
posição inicial ocorrendo a formação de falhas; É uma deformação descontínua; Está associado
a sismos- após um sismo há uma falha e se continuar a acumular-se energia nessa falha pode
voltar a ocorrer um sismo.
Dúctil- Têm de estar em profundidade (mais quentes); ocorre a formação de uma dobra que
vai acontecendo ao longo do tempo; alteração irreversível; deformação contínua.

Teoria do ressalto elástico: Numa zona de subducção (limite convergente), rifte (limite
divergente), zona de cisalhamento (limite conservativo) acumulam-se grandes quantidades
de energia/tensões nas rochas. Elas deformam-se e quando o limite de
elasticidade/resistência é ultrapassado dá-se a rotura da rocha. O ressalto/movimento brusco
dos blocos provoca a rápida libertação de energia sob a forma de ondas sísmicas originando
um sismo.

Sismo muito forte- terramoto; Abalos premonitórios -> sismo principal -> réplicas
Sismos superficiais- 50 a 70 km de profundidade; Intermédios- 50 até 300 km; Profundos-
mais de 300 km
A maioria dos sismos são superficiais, pois podem ocorrer nos 3 tipos de limite e rochas à
superfície quebram-se mais facilmente. Estes tipos de sismo podem existir todos num limite
convergente, pois ao longo do contacto da placa que afunda sob a outra acumula-se energia,
e por isso, pode haver focos a toda a profundidade.
Ondas sísmicas:
-Internas (origem no foco): P (propagam-se em todos os meios; os materiais vibram na
mesma direção da propagação da onda; fazer variar o volume dos materiais, ou seja, dilata-
los e comprimi-los continuamente; provocam um ruído quando chegam à atmosfera) e S (só
se propagam em meios sólidos; os materiais vibram perpendicularmente na direção de
propagação da onda). A origem das P e S é em simultâneo, mas a sua velocidade é diferente
(as P são mais rápidas). Quanto maior a rigidez dos materiais maior a sua velocidade; quanto
maior a densidade dos materiais, menor a sua velocidade. A partir destas ondas podemos
concluir que o núcleo externo é líquido e o interno sólido. Maior intervalo P-S maior distância
ao epicentro.
-Superficiais (formam-se à superfície quando as P e S interagem): L (love; registam-se
primeiro que as de R e só se propagam em meios sólidos) e R (Rayleigh; propagam-se em
meios sólidos e líquidos).
Só conseguimos sentir o sismo quando estas se formam; são as mais destrutivas, pois têm
maior amplitude

Descontinuidades (zonas que marcam passagem de uma zona para outra):


O interior da terra não é homogéneo, pois os materiais não têm a mesma composição nem
estado físico. A velocidade das ondas é diferente nos diferentes meios e elas podem ser diretas
(sem grandes desvios; no mesmo meio), refletidas (ao bater noutro meio voltam para trás) e
refratadas (atravessam outro meio).
Mohorovicic: Entre crusta e manto; Descontinuidade química; os primeiros Km do manto são
mais rígidos que a crusta aumentando, assim, a velocidade das ondas sísmicas.
Gutenberg: Entre manto e núcleo externo; Descontinuidade física e química; Velocidade
diminui (o núcleo externo é líquido e não tem rigidez.

Lehmann: Entre núcleo externo e núcleo interno; Descontinuidade física; Velocidade


aumenta.
A distância das descontinuidades não é sempre a mesma, pois a espessura da crusta varia.
O que cria zona de sombra é o núcleo externo e o facto de ele ser líquido. Zona de sombra:
entre 103º/11500km a 142º/15800km em relação ao epicentro; não se registam nem P nem
S diretas; baixo risco sísmico. Antes da zona de sombra: P e S diretas. Depois da zona de
sombra: P refratadas e S refletidas.
Efeitos secundários da atividade sísmica:
 Tsunami- sismo com epicentro no mar com magnitude superior a 7 e tem de haver
movimento vertical dos blocos para a elevação das águas- o mais comum é em limites
convergentes.
 Liquefação dos solos- Quando há água no meio dos sedimentos e se não estiverem
compactados, se houver um sismo, há mais destruição e deslizamento dos terrenos
nessas áreas (comportam-se como um líquido). Os sedimentos mais antigos são menos
liquefacetados.

É muito difícil prever um sismo. Variável independente- o que o cientista muda e manipula;
Variável dependente- que resultados se obtém em função do que foi manipulado.

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