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SISMOS

O que é um Sismos são vibrações bruscas da crosta


terrestre, provocadas pela libertação de energia,
SISMO? que ocorrem durante um curto período de tempo
numa determinada região.

Sismo de Benavente 1909

Sismo de Lisboa 1755

❖ SISMOLOGIA - É um ramo da geofísica que trata da


interpretação física dos sismos e dos seus efeitos, com o objetivo
de quantificar a energia libertada, de conhecer o modo de
propagação das ondas sísmicas e a sua relação com o interior da
Geosfera.
Interpretações históricas
Os Índios da América do Norte
Na China imaginavam que a Terra
pensavam que a Terra era o dorso
era suportada por uma raposa que,
de uma tartaruga, que provocava
de vez em quando, mudava o peso
um sismo quando se
de um ombro para o outro.
movimentava.

Aristóteles considerava que


Os japoneses os sismos eram vibrações no
consideravam a causa dos interior do globo, provocadas
sismos a súbita agitação por correntes de ar que
de um peixe gigantesco penetravam por cavernas
enterrado na lama, por existentes à superfície (tal
baixo da Terra. explicação manteve-se até
finais do século XVIII).
O que é um SISMO ?

o São vibrações bruscas ou


tremores de terra, com
origem em profundidade
(hipocentro ou foco sísmico)
que se propagam nas rochas
e que se fazem sentir à
superfície (epicentro).
Ressalto
o Epicentro na crosta elástico
continental (terramotos) e na
crosta oceânica (maremotos)
o A maior parte é de origem
tectónica, estando associados
à movimentação dos blocos
rochosos de uma falha.
Causas de um SISMO ?
Causas Naturais

Falhas
Movimento de magma Erupções
vulcânicas
violentas

Abatimento de terrenos e /ou grutas


Causas de um SISMO ?

Causas Artificiais

Explosões

Construção de obras
públicas
As Pressões não litostáticas
deformam as rochas

Limite Limite
de elasticidade de plasticidade

Deformação
Deformação irreversível
Deformação irreversível e descontínua
reversível e contínua (ex: dobra) (ex: falha)
Sismos tectónicos: Teoria do Ressalto Elástico
(Harry Reyd, 1911)

✓ As tensões tectónicas (pressões não litostáticas) deformam as


rochas.
✓ A deformação acentua-se e as tensões aumentam, acumulando-se
energia potencial.
✓ Quando a tensão supera o limite de resistência das rochas (supera
o limite de plasticidade) ocorre a rutura das mesmas(ou inicia-se o
movimento dos blocos da falha se ela já existir), é libertada energia
sob a forma de calor e de ondas elásticas, que provocam o abalo
sísmico.
Sismos tectónicos: Teoria do Ressalto Elástico

A estrutura geológica que resulta da fratura de rochas, formando blocos


que se deslocam / movimentam uns em relação aos outros, designa-se
FALHA.
Sismos tectónicos: Teoria do Ressalto Elástico

• A rutura origina-se numa área que se


reduz quase a um ponto (Hipocentro ou
foco sísmico).

•À superfície (na vertical do


hipocentro) situa-se o epicentro (onde
o movimento vibratório é máximo).

• Ondas sísmicas: superfícies


concêntricas que transmitem a energia
libertada no hipocentro.

• Frente da onda: é a superfície que


separa as partículas que já entraram
em vibração daquelas que ainda não o
fizeram.

• Raio sísmico: qualquer trajetória


perpendicular à frente da onda.
Tipos de sismos em função da:

Cronologia Profundidade do hipocentro


❖ Abalo premonitório: abalos pouco
intensos que antecedem o abalo ❖ superficial (0/70km)
principal. ❖ intermédio (70/300 km)
❖ Abalo principal ❖ profundo (300/700km)
❖ Réplica: abalos de menor
intensidade, cada vez mais
espaçados e de menor intensidade
As réplicas são sismos de
pequena intensidade que
Os abalos premonitórios são ocorrem DEPOIS do sismo
sismos de pequena intensidade principal.
que ocorrem ANTES do sismo Resultam do reajuste das
principal. placas tectónicas à sua nova
Servem de alerta localização
TSUNAMI (maremoto ou raz de maré) - onda gigante que
pode ser provocada quando um sismo tem o seu epicentro no fundo do mar.

❖Podem originar ondas de 30 a 40 metros.


❖A velocidade de deslocação destas ondas é diretamente
proporcional à profundidade do oceano.
Para além de uma origem sísmica/tectónica, os tsunamis podem ter
outras origens como por ex:
- Vulcanismo, libertação de bolhas de gás, impacto de meteoros,
deslizamento de terras ou gelo, entre outros.
TSUNAMI (maremoto ou raz de maré)

https://www.youtube.com/watch?v=Wx9vPv-T51I

Japão
https://www.youtube.com/watch?v=s5xpPzyVDx8

Tailândia
https://www.youtube.com/watch?v=DgvyC8lctcc
Tsunami ou rás de maré (Indonésia, 2004)
Ondas de volume, internas ou profundas:
• Ondas P (primárias) longitudinais
• Ondas S (secundárias) transversais

Ondas superficiais ou longas: (+ destrutivas


porque são superficiais e tem uma amplitude
maior, resultam da interação das profundas
(P e S) com a superfície)
• Ondas de Love (interferência entre ondas S)
• Ondas de Rayleigh (interferência entre ondas P e S)
À superfície são ouvidas como um trovão.
K – incompressibilidade d – densidade r – rigidez
Quanto maior a rigidez, maior a velocidade e vice-versa » razão direta
Quanto maior a densidade, menor a velocidade e vice-versa » razão inversa
ATENÇÃO

Se o interior da Terra fosse homogéneo a energia sísmica propagar-se-ia


com a mesma velocidade e em todas as direções. Como tal não
acontece, então a velocidade das ondas sísmicas internas (S e P) vão
depender da rigidez, densidade e incompressibilidade.

Não esquecer que num meio liquido a rigidez é nula.


Registo dos SISMOS Sismógrafos e Sismogramas
SISMÓGRAFOS – São aparelhos que registam os movimentos da crosta
terrestre.
Ano 132 foi inventado o
primeiro sismógrafo, na China.

✓As vibrações sísmicas do solo são detetadas


por sensores (sismómetros) que as transmitem
aos sismógrafos.

✓ Numa estação sismográfica existem
geralmente 3 sismógrafos: um que regista os
movimentos verticais e outros 2 que registam
os movimentos horizontais (um na direção N-S
e outro na direção E-W).
Sismógrafos atuais: A maior parte dos cientistas adotou meios digitais
de registo de sismos. Os computadores ligados em rede em diferentes
locais processam rapidamente a informação recolhida e enviam-na
por Internet.

Aos registos produzidos pelos sismógrafos


dá-se o nome de sismogramas.
• Identificar as diferentes ondas sísmicas
• A velocidade de propagação das ondas sísmicas
• A profundidade do hipocentro sísmico
• A distância epicentral
•A localização do epicentro
• A distância epicentral (diferença de tempo de chegada entre as
ondas P e S)

A estação B está mais distante. A diferença entre o tempo de chegada das ondas P e S é maior.
Determinação do epicentro de um sismo

- Após determinar a distância ao epicentro, pela diferença de tempo de


chegada das ondas P e S, podemos localizar o epicentro.

- Precisamos de dados de três estações sismográficas.

- Para localizar o epicentro de um sismo sobre uma carta, traça-se


uma circunferência com centro na estação respetiva e raio igual à
distância epicentral. Cruzam-se os dados das três estações.

A distância epicentral tem que estar


convertida em função da escala da carta!
• Estação B

• Estação C
EXERCÍCIO PÁG. 183
AVALIAÇÃO DOS SISMOS
Escala Internacional ou de Mercalli modificada
Giuseppe Mercalli - sismólogo italiano, criou a primeira escala de
intensidades em 1902.

Avalia a intensidade
(danos causados pelo
sismo). Tem doze
graus e baseia-se na
observação da
destruição causada e
nos relatos de
testemunhas.
Em 1998 a Comissão Europeia de Sismologia introduziu uma nova escala –
Escala Macrossísmica Europeia ou Escala EMS -, mais rigorosa e que tem em
conta a vulnerabilidade das construções, antigas e modernas.
Com base na intensidade pode construir-se um mapa/carta de isossistas.
As isossistas são linhas curvas, com forma irregular, que delimitam zonas de
igual intensidade sísmica.

A Intensidade depende de:

-da distância ao epicentro,


-do grau de informação das
populações;
-da magnitude do sismo;
-do tipo de construções;
- a geologia da região;
-da densidade populacional.
Escala de magnitude de Richter
Charles Richter - sismólogo norte-americano, criou a
escala de magnitude em 1935.

A escala de Richter avalia a


magnitude de um sismo
(quantidade de energia
libertada no hipocentro) e
baseia-se na interpretação
de sismogramas.

É uma escala aberta, mas até ao momento não foram registados sismos
com magnitude superior a 9,5 graus.
(Sismo de Valdivia ou "Grande Sismo do Chile" em 1960 que atingiu
9,5 graus)
INTENSIDADE SÍSMICA MAGNITUDE SÍSMICA
- Baseia-se na destruição - Baseia-se na quantidade de
causada pelo sismo: Danos energia libertada no hipocentro.
humanos e materiais.

- É subjetiva. - É objetiva.
- Escala qualitativa - Escala quantitativa
- Existem vários valores de
intensidade para o mesmo - Existe um único valor de
sismo. magnitude para um sismo.
- Exprime-se na escala de - Exprime-se na escala de
Mercalli modificada ou na Richter. - (Escala aberta)
Escala Macrossismica
Europeia - Escala fechada)
- É uma escala logarítmica
Como calcular a magnitude de um sismo?

✓ Pela definição (magnitude – M - é a quantidade de energia – E -


libertada na origem do sismo): E = 10(2,4M-1,2) joules
✓ Pela análise do sismograma seguida da aplicação da fórmula: M =
log A/T + Y (M-magnitude; A-amplitude; T-período; Y-fator de
correção, tendo em conta a distância epicentral, profundidade e tipo
de onda.
✓ Graficamente

✓ (Atividade, pg. 187)


✓ (Atividade, pág. 187)
Os sismos no mundo...
Os sismos e a tectónica de placas pag 188-191

Limites divergentes
- sismos superficiais.

Limites convergentes
- sismos superficiais, intermédios e
profundos.

Limites transformantes ou
conservativos - sismos superficiais
- SISMOS INTERPLACAS -
Limites convergentes
Limites convergentes
o Ocorrem em zonas de subducção.
o Também podem ocorrer em limites convergentes sem subducção (ex: Himalaias)
o Os sismos distribuem-se segundo o Plano de Benioff (há aumento da
profundidade focal à medida que nos afastamos da zona de colisão).
o Exemplo: Cintura circumpacífica e mediterrânico-asiática.

Plano de Benioff
Limites divergentes

o Ocorrem nas falhas paralelas aos rifts. (cristas oceânicas)


o Sismos de foco superficial.
o Sismos de magnitude menor do que nos limites convergentes.
Limites transformantes

o Sismos de foco superficial.


o Ocorrem ao longo das falhas transformantes dos rifts, nas zonas em que os
blocos se deslocam em sentido contrário (nas zonas em que os blocos se
deslocam no mesmo sentido não ocorrem sismos).
- Sismos intraplaca -
o Ocorrem devido a falhas ativas
localizadas no interior das
placas litosféricas.

o Exemplo: Em Portugal ocorre


sismicidade intraplaca no
interior do território português
e na área imersa junto ao litoral
(vale inferior do Tejo).

o Exemplo: Nos EUA, em 1811 e


1812, ocorreram os mais
violentos sismos da história do
país com epicentro nas
proximidades da fronteira do
Missouri com o Tennessee.
O que temos em Portugal ?
Sismicidade interplaca – Açores e continente
Interplaca em Portugal – resumo para ver em em casa.

✓Portugal está no interior da placa Euroasiática e a cerca de 200km da


placa Africana (a fronteira designa-se fronteira das placas Açores-
Gibraltar). Na zona de contacto entre as placas existe uma elevação
submarina (Banco de Goringe: a SW do Cabo de São Vicente), que
constitui uma das zonas de maior instabilidade.

✓ Portugal Continental encontra-se ligeiramente a Norte do banco de


Goringe, uma grande falha ativa, que por sua vez, alberga outras falhas.
Este contexto vai fazer com que o risco de sismos, no continente, diminua
de Sul para Norte. Pensa-se que foi aqui que se localizou o epicentro do
sismo que ocorreu em Lisboa, em 1 novembro de 1755.

✓ É no arquipélago dos Açores que o risco sísmico é maior. Os Açores


estão perto da Dorsal Médio-Atlântica, embora não seja esta a causadora
de um maior número de sismos, mas sim o Rifte da Terceira que passa no
meio das ilhas.

✓ A Madeira, como se encontra no seio da Placa Africana, longe de


qualquer grande falha ou Rifte, possui baixo índice de sismicidade.
Sismicidade intraplaca - Portugal continental

✓ Está associada a falhas ativas no interior do


território do nosso país (continente).

✓A sismicidade intraplaca em território


continental é mais difusa, destacando-se por
exemplo o sismo de 23 de Abril de 1909, com
epicentro em Benavente (falha do Vale inferior
do Tejo), de magnitude 6,7.

✓ Seis meses antes deste sismo iniciou-se uma


crise sísmica a nível nacional, com particular
incidência a norte do rio Douro e a sul do rio
Tejo.
Zonas de risco Sísmico em Portugal Continental
A- risco maior D- risco menor

Consequências dos SISMOS


- Deslizamento de terrenos;
- Alteração do relevo;
- Destruição de vias de comunicação;
- Incêndios (provocados por fugas de gás)
- Libertação e derrame de materiais perigosos,
- Destruição de estruturas urbanas,
- Morte de pessoas
- Tsunamis
Minimização do risco sísmico
- Estudo geológico dos terrenos;
- Elaborar cartas de risco sísmico;
- Construções antissísmicas;
- Sistemas de alerta de tsunamis;
- Existência de planos de evacuação;
- Educação da população;
- Formação de profissionais ligados à
segurança e à saúde.

Comportamentos a ter antes, durante e


depois de um sismo

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