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DEFORMAÇÃO DE ROCHAS

E ESTRUTURAS GEOLÓGICAS

0440108 – Dinâmica do Sistema Terra 2


Christine L.M. Bourotte
■ As rochas se deformam
■ Como e por quê adquiriram essas formas?
■ Principais métodos de observação: campo, experimentos de
laboratórios e modelagens numéricas
■ Uma estrutura geológica é uma configuração geométrica de
rochas, e a geologia estrutural lida com a geometria, a
distribuição e a formação destas estruturas.
■ Estruturas secundárias
A LITOSFERA SE
DEFORMA
Onde? Por quê?
https://www.easternct.edu/cunninghamw/ees-356-teaching-resources/structuralgeologyphotoglossary.html
ONDE?
■ Limite de placas tectônicas
■ Interior de placas (intrusões magmáticas)

POR QUE?
■ Movimentos das placas ☞ esforços/tensões
■ Acumulação de esforços/tensões ☞ deformações
■ Placas tectônicas em constante movimento
■ Limites convergentes, divergentes, transformantes
■ Terremotos: manifestação da deformação ativa (limites e interior)
das placas tectônicas
■ Relevo: manifestação também da deformação (montanhas, riftes,
graben)
O QUE É
DEFORMAÇÃO?
STRESS versus STRAIN
■ ESFORÇO APLICADO versus DEFORMAÇÃO
■ Esforço aplicado, Tensão (stress) (s ): força
(F) que atua sobre uma superfície por unidade
de área (A):
σ= F/A
■ é medido em Pascal (Pa), que é Newton/metro2
■ KPa (quilopascal), MPa (megapascal), GPa
(gigapascal) ou bar (1 bar = 105Pa)
STRESS versus STRAIN
■ Esforço aplicado,Tensão (stress): força que atua sobre uma
superfície por unidade de área (s).
■ Mecanismos promovendo tensão (stress)
– Confinante
– Diferencial

CONFINANTE ou litostática
• uniforme em todas as direções
• resultado da pressão litostática
• redução de volume, aumento
da densidade
■ Mecanismos promovendo tensão
(stress)
– Confinante
– Diferencial

DIFERENCIAL
• atua em limites de placas litosféricas
• ampla deformação crustal
• Esforços compressivos (s 1), distensivos
(s 3), cisalhantes (s 2)
• Forças de intensidades diferentes em
diversas direções
EXERCÍCIO

■ questões 1 e 2
■ Tração causa o
estiramento do corpo
■ Compressão causa o
achatamento do corpo
■ Cisalhamento causa
translação e
deslizamentos
internos do/no corpo
Tensões compressivas
■ As tensões de compressão conduzem à redução do
volume da rocha na direção paralela à atuação das
forças, e ao seu alongamento na direção perpendicular.

Tensões compressivas - associadas a


limites convergentes de placas
Tensões distensivas
■ As tensões de distensão conduzem ao alongamento da
rocha, na direção paralela à atuação das forças, ou à
sua fratura.

Tensões distensivas - associadas a


limites divergentes de placas
Tensões de cisalhamento
■ As tensões de cisalhamento causam a deformação da
rocha por movimentos paralelos em sentidos opostos.

Tensões de cisalhamento -
associadas a limites transformantes
COMO AS ROCHAS
RESPONDAM AS
TENSÕES?
■ Deformação (strain) ocorre quando uma tensão deviatória (ou
diferencial) causa mudanças num corpo
■ É a transformação de uma geometria inicial em uma geometria
final
■ As mudanças de tamanho original, volume
e/ou forma em decorrem de tensões
(stress) que excedem o limite de resistência
física do material.

Comprimento

Comprimento

e = dL/L
Tipos de deformação
When rocks are stressed, the resulting strain
can be elastic, ductile, or brittle.
EXERCÍCIO

■ Questões 3 e 4
■ Deformação elástica:
– é reversível
– o material se deforma mas assim que a tensão for
retirada/cessar, o corpo volta ao estado original
(recupera volume/forma iniciais)
– a tensão não ultrapassou o limite de elasticicade do
material
■ Deformação plástica (ductil):
– é irreversível, permanente, ou seja, o material
permanece deformado
– quando a tensão aplicada é superior ao limite de
elasticidade e inferior ao limite de plasticidade da rocha
■ Deformação rúptil:
– o material se fratura, quebra
– quando a tensão aplicada é superior ao limite de
plasticidade do material gerando deformações
descontínuas

Deformação
plástica

Deformaçã Ponto
o elástica de ruptura
Tensão Limite de
elasticidade

Deformação
■ Comportamento FRÁGIL ou RÚPTIL
– materiais cuja deformação é extrema e conduz
a formação de uma fratura ▶ deformação
descontínua
Deformação RÚPTIL
■ Comportamento FRÁGIL ou RÚPTIL
– materiais cuja deformação é extrema e conduz a
formação de uma fratura ▶ deformação descontínua
■ Deformação DÚCTIL:
– deformação plástica não localizada
– afetando todo o material ▶ deformação
contínua
Deformação DÚCTIL
QUAIS SÃO OS
FATORES DE
CONTROLE?
EXERCÍCIO

■ Questões 5 e 6
Propriedades do material

■ O comportamento das

Calcário

Margas
Arenito
Granito
rochas depende da
natureza das rochas e dos Ductilbilidade
seus minerais
constituintes. FALHAS
■ O tamanho dos grãos

Profundidade
também tem uma
influência: uma mesma Deformação
rocha é mais ductil se os PLÁSTICA
grãos minerais forem
menores

§ Presença de descontinuidades ou heterogeneidades (fraturas


microscópicas, poros e outros defeitos) enfraqueçem as rochas pois
criam zonas de fraqueza.
Boudins
Boudinage

Em geral, rochas sedimentares


tendem a sofrer uma deformação
mais dúctil do que rochas ígneas e
metamórficas, para as mesmas
condições.

O boudinage ressalta o efeito da


composição na deformação das
rochas.

Ocorre quando uma rocha mais


resistente sofre deformação ruptil
enquanto que ao redor dela, a
rocha sofre deformação dúctil. Two examples of boudinage structure.
A rocha mais resistente se quebra Top- The white layer has pinched off into segments, and
the surrounding black layers have flowed into the gap
e forma boudins. forming between segments. Within the white layer is a
thinner black layer that has also broken into segments.
Bottom- Boudins displaying ductile deformation. Source:
Top- Marek Cichanski (2012) CC BY-NC 2.0 view source.
Bottom- Joyce McBeth (n.d.) CC BY 4.0
https://openpress.usask.ca/physicalgeology/chapter/13-1-stress-and-strain-2/
Pressão
PRESSÃO Temperatura
constante
dúctil

■ Quand a pressão varia,


observa-se que:
– Quanto maior a pressão
(que aumenta com a
profundidade), mais o
material flui e tende a se
deformar de forma dúctil
– quanto menor a pressão, o
Frágil
material tende a ser mais
proximo da superfície e
tende a se romper

CO M O A U M E N T O D A P R E S S Ã O , A R U P T U R A É A D IA D A E A R O C H A A P R E S E N T A
UM COMPORTAMENTO CADA VEZ MAIS DÚCTIL
Temperatura
Temperatura
■ Aumenta também com a Pressão
profundidade constante
Comportamento frágil
■ Depende do contexto Temperatura baixa
geodinâmico
■ Quando a temperature
varia, observamos que:
– Quando T aumenta o
material flui e tende a se
deformer de forma ductil
– Quanto menor T, mais o
Comportamento dúctil
material tende a se Temperatura alta
romper

CO M O A U M E N T O D A T E M P E R A T U R A , A R U P T U R A É A D IA D A E A R O C H A
APRESENTA UM COMPORTAMENTO CADA VEZ MAIS DÚCTIL (PLÁSTICO OU ATÉ VISCOSO)
Fluidos

A pressão parcial dos fluidos numa rocha:


• Aumenta a ductibilidade em profundidade (P litostática
elevada)
• Aumenta a fragilidade em superfície (P litostática baixa)
(a pressão do fluido nos poros tende a quebrar a rocha)
Tempo e velocidade

V aumenta: rocha cada vez mais dura e frágil


V diminui: rocha tem um comportamento cada vez mais plástico
(dúctil)
ESTRUTURAS GEOLÓGICAS
ORIGINADAS PELA
DEFORMAÇÃO
Após o limite elástico...
■ Superficial: rúptil
(formação falhas,
fendas e fraturas
marcadas por planos
de descontinuidade)
■ Profundo: dúctil
(sem perda de
continuidade mas
sofrendo distorção)
Deformação frágil
Nível superior
Deformação dúctil
Nível médio / inferior
Deformação dúctil
Nível inferior
ESTRUTURAS GEOLÓGICAS
ORIGINADAS PELA
DEFORMAÇÃO
Comportamento das rochas
Deformação em regime Deformação em regime
RÚPTIL DÚCTIL

■ As rochas se fraturam ■ Deformações


permanentes nas rochas
■ Acompanhadas ou não
do deslocamento relativo ■ Não se fraturam
das bordas dos blocos
■ P e T elevadas
■ Baixa P
■ DOBRAS
■ Baixa T
■ FALHAS
MICROESTRUTURAS

■ Juntas: fraturas sem descolcamento, paralelas a


estratificação
■ Diaclases: fraturas fechadas sem deslocamento mais ou
menos perpendiculares a estratificação,
■ Juntas estililíticas, estilolitos – fendas de tensão (ou de
tração). Fraturas abertas e preenchidas por produtos de
recristalização). Comuns em calcários.
■ Fissuras (abertas, sem preenchimento)
■ xistosidade
https://openpress.usask.ca/physicalgeology/chapter/13-3-fractures-faults-and-joints-2/
Réseau de DIACLASES sur les dalles de marno-calcaires du Berriasien inférieur du flanc ouest de l'anticlinal du couvent, au col de la Ruchère.
autres exemples dans les pages Rouinon (section Gap-Digne), Reyssole (section Embrunais-Basse Ubaye)
Fendas de tensão
FALHAS

■ deformações descontínuas
■ fratura das rochas acompanhada do deslocamento dos
blocos fraturados, um em relação ao outro;
■ ocorrem quando é ultrapassado o limite de plasticidade dos
materiais rochosos;
■ podem resultar da atuação de qualquer tipo de tensão
(compressiva, distensiva ou cisalhante) em rochas com
comportamento frágil.
Elementos de uma falha
Tipos de falhas
■ O movimento pode ser vertical (falhas verticais), oblíquo
(falhas oblíquas) ou horizontal (falhas transcorrentes).
■ Falhas de empurrão ou cavalgamento (thrust faults)
DOBRAS

■ deformações que se caracterizam pelo arqueamento das


camadas;
■ podem existir a nível macroscópico ou a nível microscópico;
■ resultam da atuação de tensões de compressão em rochas
com comportamento dúctil.
Elementos de uma dobra
Tipos de dobras
Angulo dos flancos

Angulo dos flancos

Plano axial
https://planet-terre.ens-lyon.fr/ressource/Img340-2011-01-31.xml
Asymmetric anticline and syncline in limestone, Mt. Kidd, Alberta. These folds are fault-propagation folds, as they formed at the termination of the
Lewis thrust. (120711-15)
Recumbent fold. Picadilly, Newfoundland.
Chevron folds at Agios Pavlos Crete, Greece. Here the competent layers consist of cherty limestones, separated by thin interlayers of shales. Photo ©
Überraschungsbilder via Wikimedia commons
EXERCÍCIO - caixa
■ Deformação de uma camada de rocha estratificada
■ – uma caixa transparente com quinas retas
■ – um papelão cortado da espessura exata da caixa
■ – Material colorido em pó para simular camadas de rocha
(café, farinha, areia, etc...)
■ https://www.easternct.edu/cunninghamw/ees-356-teaching-
resources/structuralgeologyphotoglossary.html
■ https://www.easternct.edu/cunninghamw/ees-356-teaching-
resources/faultsandkinematicindicators.html
■ https://eos.org/editors-vox/the-seven-ages-of-earth-as-seen-
through-the-continental-lens
■ https://openpress.usask.ca/physicalgeology/part/chapter-
13-geological-structures-and-mountain-building-3rd-ed/

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