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Como pode manifestar-se o dinamismo interno da Terra?

A actividade do nosso planeta


não se manifesta apenas por
sismos e vulcões, ocorrem
também processos contínuos
muito lentos, que provocam
diferentes deformações nas
rochas.
As rochas estão sujeitas a tensões
provocadas pela:
1.mobilidade das placas litosféricas.
2.pressão das camadas suprajacentes.

As deformações surgem por


tensões que alteram a forma e
ou o volume das rochas.

Tensão – força exercida por unidade de área


O comportamento das rochas em relação à tensão que lhes é aplicada
é variável e depende:

• 1- do tipo de rocha.

• 2- das condições de pressão e temperatura a que a rocha está


sujeita.

• 3- da intensidade da tensão.
Mecanismos de deformação
Variação da deformação dos materiais em função da
tensão suportada

Limite de
plasticidade
Os materiais podem experimentar
Limite de
elasticidade
Ruptura diversos tipos de deformações
em resposta às tensões que
suportam.

Elástica Plástica/dúctil Frágil

Força aplicada/ lim de Comportamento do material


DEFORMAÇÕES
elasticidade ou plasticidade
< que o limite de elasticidade Deforma-se, mas pode recuperar a
ELÁSTICA
sua forma original, quando a tensão
( reversível)
cessa.
PLÁSTICA/ > do que o lim de elasticidade mas Deforma-se e permanece
DÚCTIL < ao lim. de plasticidade deformado mas sem fracturar.
(permanente)
FRÁGIL > lim. de plasticidade fractura
Regime frágil e regime dúctil

• Exemplo
O vidro à temperatura ambiente apresenta comportamento frágil, e a altas
temperaturas apresenta um comportamento dúctil, sendo possível moldar.

• O comportamento dúctil ou frágil de uma rocha depende das condições do


meio (pressão, temperatura ...), podendo a mesma rocha ser frágil a uma
determinada profundidade e dúctil a outra profundidade.
Fatores que podem influenciar o comportamento mecânico
das rochas
• Tensão litostática - é a tensão resultante do peso das camadas
suprajacentes. Esta tensão aumenta a plasticidade.

• Tensão não litostática - ocorre quando um corpo está sujeito a forças de


intensidade diferente nas diversas direções.

• Temperatura - aumenta a plasticidade.

• Conteúdos em fluidos – de um modo geral, faz também aumentar a


plasticidade das rochas.

• Tempo de atuação das forças – em regra, faz com que as rochas sejam
mais plásticas, rompendo com mais dificuldade.

• Composição e estrutura da rocha - certos aspetos estruturais, como a


xistosidade, fazem aumentar a plasticidade.
Pressão litostática ou confinante
Pressão não litostática ou dirigida
COMPORTAMENTO DAS ROCHAS

FRÁGIL DÚCTIL

A rocha fratura facilmente A rocha altera-se, experimentando


em condições de baixa deformações permanentes mas sem
pressão e baixa temperatura fraturar, mesmo em condições elevadas
de pressão e temperatura
Relaciona-se com a
formação de Relaciona-se com a
formação de
FALHAS DOBRAS

fratura das rochas acompanhada do encurvamento de superfícies


movimento relativo de um dos blocos originalmente planas, em que não se
fraturados. verifica deslocação dos blocos .
TIPO DE
LIMITE TIPOS de TENSÕES TIPO DE ROCHA/DEFORMAÇÃO
TECTÓNICO

COMPRESSÃO (COMPRESSIVAS)
As forças tendem a reduzir o volume das rochas. DÚCTIL – DOBRA

CONVERGENTE

FRÁGIL – FALHA COMPRESSIVA

DISTENSÃO OU TRACÇÃO (DISTENSIVAS)


As forças tendem a alongar a rocha. DÚCTIL – estiramento

DIVERGENTE

FRÁGIL – FALHA DISTENSIVA

CISALHAMENTO (CISALHANTES)
As forças provocam movimentos paralelos, mas em DÚCTIL – cisalhamento
sentidos opostos.

TRANSFORMANTE
FRÁGIL – FALHA DE DESLIGAMENTO
Falhas

• FALHAS – deformações em que


se verifica a fratura das rochas
acompanhada de deslocamento
dos blocos fraturados um em
relação ao outro.

• Podem originar-se através da


ação de qualquer tipo de força,
num regime de deformação frágil.

• Ocorrem quando é ultrapassado o


limite de plasticidade dos
materiais rochosos.
Elementos que caraterizam uma falha

Identifique os números
da figura

5 Plano de Falha superfície de fractura


2 Tecto bloco que se sobrepõe ao plano de falha
1 Muro bloco que se situa abaixo do plano de falha
6 Rejecto ou rejeito movimento relativo entre os dois blocos da falha
4 Inclinação ângulo formado entre o plano de falha e um plano
horizontal que o intercepta
3 Direcção orientação da linha de intersecção do plano de falha
com um plano horizontal
TIPOS DE FALHAS
Tipo Posição do Deforma-
de tecto ção Rejecto Local de ocorrência
FALHA e do muro causadora
Separação de placas continentais ou oceânicas

O tecto
NORMAL ou
DISTENSIVA

desce
FALHA

relativa-
mente ao
Distensiva Vertical
muro

Ex. Rifte Valley Africano


Colisão de placas tectónicas
INVERSA ou
COMPRESSIVA
FALHA

O tecto
Compres-
sobe
Vertical
relativa- siva
mente ao
muro
Ex. Himalaias e Andes
Falhas transformantes de zonas oceânicas
Blocos têm
De
FALHA DE

movimentos
DESLIGA-
MENTO

horizontais,
paralelos à cisalha- Horizontal
direcção do mento
plano de
falha Ex. Falha de Sto André (Califórnia)
1.As rochas quando sujeitas a forças, 1.As rochas quando sujeitas a forças,
deformam. deformam.
2. Em regime frágil e quando sofrem 2. Em regime frágil e quando sofrem
forças distensivas, as rochas fracturam forças compressivas, as rochas partem

formando-se falhas normais. formando-se falhas inversas.


3. Um dos blocos desce em relação ao 3. Um dos blocos sobe em relação ao
plano de falha. plano de falha.
Os blocos têm movimentos horizontais,
paralelos à direcção do plano de falha

A falha de Santo André marca


um
entre a Placa do Pacífico e a
Placa Norte-Americana.

A Placa do Pacífico, onde


está situada a cidade de Los
Angeles, desloca-se para
Norte, enquanto a Placa
Norte-Americana, contendo
a cidade de São Francisco,
movimenta-se para Sul.
Qual o tipo de falha?

-Falha inversa
-Regime compressivo
-Limites convergente

-Falha normal
-Regime distensivo
-Limites divergentes
Em Portugal, são
numerosos os exemplos de
falhas:
Dobras

DOBRAS – são deformações que se traduzem pelo arqueamento das camadas.


-Podem existir a nível macroscópico ou serem microscópicas.
-São caracterizadas geometricamente pela forma de superfícies de referência, como,
por exemplo, os planos de estratificação.
► Dobras

Uma dobra é uma


deformação em que se
verifica o encurvamento
de superfícies
originalmente planas.
As dobras resultam da
atuação de tensões de
compressão em rochas
com comportamento
dúctil.
A orientação das dobras é feita através do levantamento de dois parâmetros:
a direcção da dobra e a inclinação da dobra.
Direcção da dobra: ângulo entre a linha N-S e a linha de intersecção do plano
dado com o plano horizontal (linha horizontal do plano ou directriz).
Inclinação: ângulo definido entre a linha de maior declive (pendente) da
superfície planar considerada com um plano horizontal, este ângulo varia entre 0º
e 90º.
Tipos de dobras

Critério de Nome Caraterização


classificação

Disposição ANTIFORMA Dobra cuja


abertura está
espacial da
dirigida para
dobra baixo.
Tipos de dobras

Critério de Nome Caraterização


classificação

SINFORMA Dobra cuja


Disposição abertura está
espacial da voltada para
cima.
dobra
Tipos de dobras

Critério de Nome Caraterização


classificação

Disposição DOBRA Dobra cuja


NEUTRA abertura se
espacial da
orienta
dobra lateralmente.
Tipos de dobras

Critério de Nome Caraterização


classificação

No núcleo
Disposição, na
da
dobra, da
ANTICLINAL antiforma
sequência encontram
estratigráfica -se as
rochas
mais
antigas.
Exemplo de anticlinal na Formação de Loriguilla - Espanha
Tipos de dobras

Critério de Nome Caraterização


classificação

Disposição, na
No núcleo
dobra, da
SINCLINAL da sinforma,
sequência encontram-
estratigráfica se as rochas
mais
recentes.
Exemplo de sinclinal de Villazón – Reigada, Astúrias.

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