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PROJETO DE ELEMENTOS PRÉ-

FABRICADOS E PROTENDIDOS

Introdução

Profa. Enga. Tauana Batista

Notas de aula cedidas pela Profa. Enga. Janaína Pena.

1
PROJETO DE ELEMENTOS PRÉ-FABRICADOS
E PROTENDIDOS
AVALIAÇÃO
Disciplina modelo A4 com entregas parciais e avaliação por competência:

Primeira entrega 15/04 - Corresponde a primeira etapa avaliativa e será composta por 03 (três)
instrumentos de avaliações somativas com seus respectivos valores, a saber:
I - Nota 1 – Projeto elaborado em grupo com valor total de 3,0 pontos.
II - Nota 2 – Avaliação Prática de competência, de caráter individual – defesa de projeto – com valor
total de 1,5 pontos.
II - Nota 3 – Simulado – com valor total de 1 ponto.

Segunda entrega 17/06 – Corresponde a segunda etapa avaliativa e será composta por 02 (dois)
instrumentos de avaliações somativas com seus respectivos valores, a saber:
I - Nota 1 – Projeto elaborado em grupo com valor total de 3,0 pontos.
II - Nota 3 – Simulado – com valor total de 1,5 pontos.

A nota final é soma das notas parciais e não existe nenhum tipo de avaliação de substituição para
nenhuma das notas.
Casos especiais deverão ser tratados com a coordenação e com a professora.
2
1.1 Considerações
Pfeil (1989) : “Protensão é um artifício que consiste em introduzir numa estrutura
um estado prévio de tensões capazes de melhorar a sua resistência ou seu
comportamento, sob diversas condições de carregamento”
Introdução de um estado prévio de tensões numa fila de livros

A força horizontal comprimirá os livros uns contra os outros, produzindo


forças de atrito capazer de superar o peso próprio do conjunto

A aplicação da força normal é uma forma de prontender um conjunto de elementos


estruturais com o objetivo de se criar tensões prévias contrárias àquelas que podem
inviabilizar ou prejudicar a operação ou o uso desejado.

3
1.1 Considerações
• Em 1919, foram fabricados os primeiros painéis em concreto
protendido com cordas de aço para piano (cordas de alta
resistência). (Alemanha)

• Em 1924, Freyssinet já havia empregado a protensão para reduzir


o alongamento de tirantes em galpões com grandes vãos.
(França)

• Em 1928, Freyssinet apresentou o primeiro trabalho consistente


sobre o concreto protendido, reconhecendo a importância da
protensão nas construções civis.

• Freyssinet pesquisou as perdas de protensão, produzidas pela


retração e deformação lenta do concreto. Inventou e patenteou
métodos construtivos, equipamentos, aços especiais,etc.
4
1.1 Considerações

Para relembrar:

A fluência é o acréscimo contínuo das deformações que


ocorre mesmo para uma tensão constante. A retração é a
redução de volume do material na ausência de uma carga
externa.

5
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:

Ponte Galeão – RJ
(primeira obra em
concreto protendido no
Brasil, construída em
1948 - projeto Freyssinet)

Tudo foi importado


da França: aço,
ancoragem,
equipamentos e até
o projeto. Somente
em 1952 a Belgo-
Mineira iniciou a
fabricação do aço de
protensão.

6
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:
Ponte de Juazeiro – BA
(segunda obra em
concreto protendido no
Brasil, construída em
1952)

7
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:

Terceira Ponte – Vitória (ES)


(1989)

8
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:

Teatro de Arena Villa


Lobos – SP (1987)
Estrutura protendida com
balanço de 22m

9
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:

Edifícios comerciais –
Alphaville SP (2005)
(Estrutura de lajes
maciças protendidas)

10
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:

Edifícios residencial Lord


Stilo – Curitiba (PR)
(Estrutura de lajes
maciças protendidas)

11
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:

Edifício Boticário - RS
Lajes nervuradas protendidas

12
1.1 Considerações
Exemplos de estruturas com uso de protensão:

Estruturas pré-moldadas

13
1.1 Considerações
O que precisamos saber para estudar Concreto
Protendido?

• Teoria das estruturas (Isostática e


Hiperestática)
• Mecânica dos sólidos (tudo sobre
tensões)
• Estruturas de concreto armado

14
1.2 Concreto Estrutural
Como chegamos ao Concreto protendido?

Concreto Simples:

15
1.2 Concreto Estrutural
Como chegamos ao Concreto protendido?

Concreto Armado:

16
1.2 Concreto Estrutural
Como chegamos ao Concreto protendido?

Concreto Protendido:

Esforço de
compressão no
concreto

Ao aplicar as
cargas o
concreto será
tracionado:
minimiza ou
elimina as
fissuras!

17
1.2 Concreto Estrutural
Quais são e como funcionam os processos de protensão?

Processo de Pré-Tensão
Antes de executar a concretagem, submete-se a estrutura a uma protensão muito próxima ao limite
elástico do aço ( 1700 1500 1800 2000 MPA)

18
1.2 Concreto Estrutural
Quais são e como funcionam os processos de protensão?

Processo de Pré-Tensão
As vantagens deste método residem no fato de proteger o aço da corrosão e permitir a transferência
direta de tensão.

19
1.2 Concreto Estrutural
Quais são e como funcionam os processos de protensão?

Processo de Pré-Tensão
As vantagens deste método residem no fato de proteger o aço da corrosão e permitir a transferência
direta de tensão.

20
1.2 Concreto Estrutural
Quais são e como funcionam os processos de protensão?

Processo de Pós-Tensão
Antes de executar a concretagem, posiciona-se o aço, quando o concreto já tem a resistência ideal,
tensiona-se o aço

DMF

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1.2 Concreto Estrutural
Quais são e como funcionam os processos de protensão?

Processo de Pós-Tensão
Antes de executar a concretagem, posiciona-se a cordoalha com bainha, quando o concreto já tem
a resistência ideal, tensiona-se o aço

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1.2 Concreto Estrutural
Quais são e como funcionam os processos de protensão?

Processo de Pós-Tensão com aderência


• As cordoalhas são agrupadas em conjuntos, denominados “cabos de protensão”.
• As ancoragens são fixadas no próprio elemento estrutural
• Após a cura do concreto, a protensão é aplicada às cordoalhas, e se injetam as bainhas com
nata sob pressão.
• A força de protensão é transmitida por atrito entre o cabo e o concreto.

23
1.2 Concreto Estrutural
Quais são e como funcionam os processos de protensão?

Processo de Pós-Tensão sem aderência


• As ancoragens são fixadas no próprio elemento estrutural
• Após a cura do concreto, a protensão é aplicada às cordoalhas engraxadas.
• Sem aderência com o concreto (cordoalhas engraxadas)

24
1.2 Concreto Estrutural
Conforme NBR 6118, temos as seguintes definições de concreto:

Concreto simples: elementos sem quaisquer armaduras ou com quantidade


inferior à mínima [item 3.1.2]

Concreto armado: elemento cujo comportamento estrutural depende da


aderência entre o concreto e a armadura, sem aplicações de alongamentos
iniciais nas armaduras antes da materialização dessa aderência [item 3.1.3]

Armadura passiva (As): não é pré-alongada (aços apresentados na forma de


barras ou fios) [item 3.1.5]

Concreto protendido: elementos nos quais parte das armaduras é previamente


alongada (protensão) com a finalidade de, em serviço (ELS), reduzir fissuras e
deslocamentos e, no estado limite último (ELU), propiciar melhor aproveitamento
de aços especiais [item 3.1.4]

Armadura ativa (Ap): armaduras pré-alongadas para produzir forças de


protensão (aços especiais apresentados na forma de barras, fios e cordoalhas)
[item 3.1.6] 25
1.2 Concreto Estrutural
Vigas de concreto armado
(2) Posição deformada fissurada:
cd, sd
(1) Posição inicial

𝑁 𝜎 𝑑𝐴 (compressão) A solução da viga de


𝑁 𝐴 · 𝜎 (tração) concreto armado consiste
no estudo do equilíbrio das
diversas seções
Equilíbrio: 𝑁 𝑁 resistentes, levando-se em
conta a geometria, os
𝑁 ·𝑧 𝑁 ·𝑧 𝑀 𝐹
materiais e as solicitações
externas

26
1.2 Concreto Estrutural
Vigas de concreto protendido
(1) Posição inicial

(2) Após a protensão: ∆pi

(3) Posição deformada fissurada: cd,


sd, ∆pi + ∆pd

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1.2 Concreto Estrutural
Vigas de concreto protendido

𝑁 𝜎 𝑑𝐴 (compressão)
𝑁 𝐴 · 𝜎 (tração)
𝑁 𝐴 · 𝜎 (tração)
Com 𝜎 𝜎 ∆ ∆

Equilíbrio: 𝑁 𝑁 𝑁
𝑁 ·𝑧 𝑁 ·𝑧 𝑀 𝐹

No equilíbrio comparece agora a


força Npd cuja intensidade decorre
da soma de duas deformações: o
pré-alongamento da protensão
(∆pi ) e o ganho da deformada da
viga (∆pd )

28
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.1 Concreto

Material frágil, com grande capacidade resistente à compressão e baixa resistência


à tração. É obtido por meio da mistura de:

CIMENTO + AGREGADOS + ÁGUA + ADITIVOS (ADIÇÕES)

Concreto com ARMADURA PASSIVA: C20 ou superior

Concreto com ARMADURA ATIVA: C25 ou superior

Na prática é comum a utilização de concretos C30, C35 e C40 nas estruturas de


concreto protendido.

29
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.1 Concreto
1.3.1.1 Parâmetros do concreto, resistências

𝛾 25𝑘𝑁/𝑚³ (armado ou protendido) - Peso específico

𝛼 10 /°𝐶 - Coeficiente de dilatação térmica

fcmj – resistência à compressão média aos j dias

fck – resistência à compressão característica (28 dias) 𝑓 - resistência de


cálculo à compressão
fck,j – resistência à compressão característica (j dias)

A evolução da resistência à compressão com a idade, na ausência de ensaios


específicos, pode ser estimada através da seguinte expressão [item 12.3.3b da
NBR 6118] S = 0,38 para concreto de cimento CPIII e CPIV
S = 0,25 para concreto de cimento CPI e CPII
·
𝑓 , 𝛽 · 𝑓 , onde 𝛽 𝑒 S = 0,2 para concreto de cimento CPV (ARI)
(Mpa) t = idade efetiva do concreto em dias, com t < 28
30
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.1 Concreto
1.3.1.1 Parâmetros do concreto, resistências

Com relação à resistência à tração do concreto, na falta de ensaios, considerar as


fórmulas conforme item 8.2.5 da NBR 6118, tensões em MPa.

fct,m 0,3 · 𝑓 – resistência à tração direta média

fctk - resistêcia característica à tração:

𝑓 , 0,7 · 𝑓 ,
𝑓 , 1,3 · 𝑓 ,

Para j < 28 dias, com fck,j ≥ 7MPa, tem-se:

Tração direta: 𝑓 0,7 · 0,3 · 𝑓 , 0,21 · 𝑓 ,


Tração na flexão: 𝑓 , 1,428 · 𝑓

31
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.1 Concreto
1.3.1.1 Parâmetros do concreto, resistências

Módulo de Elasticidade do concreto para j ≥ 7dias:

𝐸 5600 · 𝑓 𝑒𝑚 𝑀𝑃𝑎 – módulo tangente inicial


(módulo a ser especificado em projeto e controlado na obra).

𝐸 0,85 · 𝐸 4760 · 𝑓 - módulo de elasticidade do concreto


(módulo a ser utilizado em ánálises elásticas e verificações de ELS)

𝑣 0,2 – coeficiente de Poisson

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1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.1 Concreto
1.3.1.2 Valores limites

Valores limites para o Estado Limite de compressão excessiva na protensão:

𝜎 á 0,5 𝑎 0,7 𝑓 ,

ELU no cisalhamento: 𝜏 0,30 · 𝑓

ELU na torção: 𝜏 0,22 · 𝑓

No ELS é recomendável que as máximas tensões de compressão no concreto não


ultrapassem 0,6 . fck

33
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA PASSIVA: barras e fios classificados de acordo com o valor característico da


resistência ao escoamento (fyk), nas categorias CA 25, CA 50 e CA 60.

Parâmetros do aço CA:

𝛾 78,5𝑘𝑁/𝑚³ - peso específico

𝛼 10 /°𝐶 - Coeficiente de dilatação térmica (válido para -20°C ≤ ∆T ≤ +150°C)

𝐸 210𝐺𝑃𝑎 – módulo de elasticidade de aço CA

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1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

35
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

CORDOALHAS: constituídas por fios trefilados, enrolados em forma de hélice, como uma
corda.

Podem possuir 2, 3 ou 7 fios de protensão.

Cordoalha engraxada: cordoalha de 7 fios revestida com camada de graxa e capa plástica
de polietileno de alta densidade (PEAD).

Cabos: são unidades constituídas por várias cordoalhas.

36
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço
• As cordoalhas engraxadas e platificadas são muito utilizadas no
projeto de vigas e lajes quando se adota a pós-tração sem
aderência.
• Um cabo de protensão pode ser formado por uma única
cordoalha ou por feixes

37
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

FIOS trefilados de aço carbono: diâmetro variando de 3 a 8mm e fornecidos em rolos e


bobinas.
Podem ter superfícies lisas ou identada.

38
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

39
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA: barras, fios e cordoalhas são classificadas de acordo com o valor
característico de resistência à ruptura [fptk] e quanto à relaxação [CP] – [RN ou RB].
As armaduras de protensão são submetidas a tensões elevadas de tração. Assim,
costumam apresentar uma perda de protensão (∆pi) sob deformação constante,
denominada relaxação do aço.
Ocorre um alívio de tensão na armadura, enquanto ela é mantida com
comprimento ou deformação constante

RN – relaxação normal: a ∆pr pode atingir cerca de 12% da tensão inicial (pi);
RB – relaxação baixa: quando ∆pr < 3,5% pi

Exemplo: CP 170 RB, CP 150 RB.


- as iniciais CP = concreto protendido
- 170 e 150 = valor característico de resistência a ruptura (fptk) em kN/cm²
- as duas letras finais indicam o tipo de relaxação (normal – RN e baixa – RB)

40
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

De acordo com a NBR 7483, que trata das cordoalhas de aço para concreto protendido, os
aços mais usados são:

Categoria CP 190 RB: fpyk = 1710MPa e fptk = 1900MPa

Categoria CP 210 RB: fpyk = 1890MPa e fptk = 2100MPa

Tensão-deformação aço CA
Tensão-deformação aço CP
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1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço
As tensões de tração nas armaduras são limitadas a
ARMADURA ATIVA: valores que dependem da resistência ao escoamento e de
tração

42
1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

Estão disponíveis no mercado cordoalhas com as seguintes características na categorias


CP 190-210:

Características nas categorias: CP 190 - 210


Número de fios  Nominal (mm) Área (cm²) Massa (kg/m)
3 fios de 3,0 mm 6,5 0,218 0,171
3 fios de 3,5mm 7,6 0,303 0,238
3 fios de 4,0mm 8,8 0,387 0,304
3 fios de 4,5mm 9,6 0,466 0,366
3 fios de 5mm 11,1 0,662 0,520
7 fios 9,5 (3/8”) 0,562 0,441
7 fios 12,7 (1/2’’) 1,009 0,792
7 fios 15,2 (5/8”) 1,434 1,126

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1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

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1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

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1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

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1.3 O concreto e o aço nas estruturas protendidas
1.3.2 Aço

ARMADURA ATIVA:

Parâmetros do aço CP:

𝛾 78,5𝑘𝑁/𝑚³ - peso específico

𝛼 10 /°𝐶 - Coeficiente de dilatação térmica (válido para -20°C ≤ ∆T ≤ +150°C)

𝐸 200𝐺𝑃𝑎 – módulo de elasticidade (fios e cordoalhas)

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1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
Equilíbio estrutura de uma viga de concreto armado submetida a ações externas
crescentes:

Seção transversal 

Aumentando progressivamente as forças transversais F, a seção  passará por


diversas situações.

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1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
Situação (1): força F pequena, tensões pequenas c,inf < fctk,f, seções sem fissuras,
LN no CG da seção, concreto trabalhando a compressão e tração, diagramas
lineares de tensões no concreto, aço pouco solicitado passivamente. No Concreto
Armado, essa situaçao é denominada de estádio 1.

Situação (2): força F maior , tensões maiores c,inf > fctk,f, primeiras fissuras, LN
sobe, responsabilidade da tração passa para o aço. O diagrama de tensões no
concreto comprimido ainda é linear. No Concreto Armado, essa situação é
denominada de estádio 2.

49
1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
Situação (3): força F elevada, fissuras mais abertas, LN subindo, reduzindo a área
comprimida e aumentando a tensão do concreto que passa a ter um diagrama não
lienar. As tensões no aço aumentam e a viga fissurada assume uma geometria
fletida. Essa situação é denominada estádio 3.

50
1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
O cálculo do equilíbrio é semelhante nas três situações: o momento externo é
equilibrado por um binário resistente interno.

𝑁 𝐴 · 𝜎 - resultante de compressão

𝑁 𝐴 · 𝜎 - resultante de tração

∑𝐹 0→𝐴 ·𝜎 𝐴 ·𝜎 e ∑𝑀 0→𝑁 ·𝑧 𝑁 ·𝑧 𝑀𝑧

A capacidade resistente da
viga depende da geometria e
dos materias, c (concreto) e
s (aço)

Matendo constante Acc, As e


z, a eficiência da viga
aumenta com c e s .

51
1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
Para o concreto a melhoria da qualidade (e da resistência) não implica em aumento
de deformações. Já o aço apresenta um comportamento linear para tensões
menores do que a de escoamento. Logo, a mobilização de altas tensões somente
será possível com o aumento das deformações linearmente correspondentes.

Nas seções de concreto com


armadura aderida e mobilização
passiva do aço, a deformação da
seção transversal exigirá a
fissuração do concreto no
entorno do aço tracionado.
O controle da fissuração que
irá determinar o maior valor de s
(ou s), consequentemente,
determina a categoria de aço a
ser utilizado passivamente no
concreto armado.

Diagrama tensão x
Diagrama tensão x deformação de
deformação de diversas
diversas resistências de concreto
resistências de aço
52
1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
Concreto Protendido

Para resolver o problema da fissuração, surgiu o concreto protendido.


Nele, a armadura é previamente tensionada, provocando uma compressão no
concreto. O aparecimento de tensões passivas na região de envolvimento só
acontecerá após a descompressão da seção. Eventuais acréscimos com
funcionamento passivo da armadura protendida aumentarão a deformação do aço já
tensionado.

A deformação final da armadura ativa (p) será:

𝜀 ∆𝜀 ∆𝜀

na protensão no funcionamento passivo

A tensão final, p = p(p), atingirá os valores desejados na utilização da peça


protendida, justificado o bom uso dos aços especiais de alta resistência.

53
1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
Concreto Protendido

Funcionamento de uma viga protendida:


Situação (1): viga concretada antes de ser protendida ∆pi = 0 e s = 0.

Situação (2): viga protendida: ∆pi > 0 e s < 0.

54
1.4 Conceituação do funcionamento estrutural de vigas
Concreto Protendido

Funcionamento de uma viga protendida:


Situação (3): viga parcialmente carregada com 2F1, levada à posição original,
∆pi > 0 e s ≈ 0.

Situação (4): viga totalmente carregada com 2F2, em estado fissurado, com
mobilização passiva das armaduras: ∆pi > 0, ∆p > 0 e s > 0.

Deformação final da
armadura protendida:
𝜀 ∆𝜀 ∆𝜀

55
1.5 Conceitos de concreto protendido
O elemento mais importante do concreto protendido é a força de protensão, que é
o resultado do pré-alongamento da armadura ativa. A protensão representa um
sistema construtivo no qual, por meio de um processo mecânico, o aço é
protendido (tensionado) dentro dos limites, com o máximo aproveitamento da
resistência do material.

1.5.1 Valores limites da tensão (força) de protensão

A NBR 6118 [item 9.6.1.2.1] recomenda para a tensão pi da armadura de


protensão na saída do aparelho tensor (macaco) que não sejam ultrapassados os
seguintes valores:
- Pós-tração:
- Pré-tração:
𝜎 0,74𝑓 e 0,87𝑓 (aços RN)
𝜎 0,77𝑓 e 0,90𝑓 (aços RN)
𝜎 0,74𝑓 e 0,82𝑓 (aços RB)
𝜎 0,77𝑓 e 0,85𝑓 (aços RB)
𝜎 0,72𝑓 e 0,88𝑓 (aços CP-85/105,
fornecidos em barras)
56
1.5 Conceitos de concreto protendido
1.5.1 Valores limites da tensão (força) de protensão

- Pré-tração: - Pós-tração:

𝜎 0,77𝑓 e 0,90𝑓 (aços RN) 𝜎 0,74𝑓 e 0,87𝑓 (aços RN)

𝜎 0,77𝑓 e 0,85𝑓 (aços RB) 𝜎 0,74𝑓 e 0,82𝑓 (aços RB)

𝜎 0,72𝑓 e 0,88𝑓 (aços CP-85/105,


fornecidos em barras)

57
1.5 Conceitos de concreto protendido
Aplicação numérica:

Determine a força de protensão para uma cordoalha  = 15,2mm de aço


CP190RB, na pós-tração. Dados: Categoria CP 190 RB, fpyk = 1710MPa e fptk =
1900MPa. Ap = 1,434 cm² (tabela)
Solução:

Pós-tração: 𝜎 0,74𝑓 e 0,82𝑓 (aços RB)

𝜎 0,74𝑓 0,74 · 1900 1406𝑀𝑃𝑎

𝜎 0,82𝑓 0,82 · 1710 1402𝑀𝑃𝑎 (adotado)

𝑃 𝜎 ·𝐴 1402 · 10 · 1,434 · 10 𝑚 201 𝑘𝑁

58
1.5 Conceitos de concreto protendido
Regras das forças de protensão:
A protensão tem os seguintes objetivos:

- Impedir ou reduzir a fissuração e os deslocamentos da estrutura em serviço;

- Propiciar o melhor aproveitamento dos aços especiais no ELU.

Como atende os objetivos:

- A força de protensão elimina as tensões normais de tração provocadas pelas


ações externas, reduzindo as regiões tracionadas e, consequentemente,
diminuindo as fissurações e os deslocamentos em serviço.

- No ELU, após a descompressão da seção, haverá acréscimo de deformação da


armadura ativa (∆p), permitindo um melhor aproveitamento dos aços especiais.

As regras para verificação no ELU são as mesmas para do concreto armado, com
especial interesse nos domínios em que estão definidas as deformações de
rupturas convencionais do aço e do concreto. 59
1.6 Efeitos da força de protensão
A protensão pode ser entendida como uma força normal externa que comprime as
seções de concreto.
Nas seções não fissuradas, os efeitos são equivalentes aos de uma flexão
composta normal, na maioria das vezes com uma única excentricidade.

60
1.6 Efeitos da força de protensão
1.6.1 Tensões normais de protensão

As tensões normais da protensão na fibra genérica y será:

· ·
𝜎 , ep e y são positivos abaixo do CG e Np < 0

61
1.6 Efeitos da força de protensão
1.6.1 Tensões normais de protensão

As tensões máximas ocorrem nas fibras extremas superior e inferior da seção:

·
Na fibra superior: 𝜎 , ,
,

·
Na fibra inferior: 𝜎 , ,
,

Em função da posição de Np, podemos


ter dois tipos de protensão:

Protensão centrada: 𝑒𝑝 0 (como a força de compressão é


aplicada no CG, tem-se uma situação de compressão uniforme)
𝑁
𝜎,
𝐴
Protensão excêntrica: : 𝑒𝑝 0 (situação de flexão composta
normal com tensões máximas (+ e -) nas fibras extremas).
62
1.6 Efeitos da força de protensão
1.6.2 Exemplos de traçados geométricos

O traçado dos cabos acompanha o diagrama de momento fletor.

Viga biapoiada Viga contínua

63

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