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Introdução às Estruturas Metálicas

ISCTE - IUL 1
Introdução
Em Portugal tem existido um aumento deste tipo de solução estrutural em:
- Pontes
- Edifícios Industriais e Escritórios
- Parques de Estacionamento.
- Armazéns
- Hipermercados
- Coberturas
Praticamente não existem edifícios de habitação em Portugal com este tipo
de
estrutura, devido à especialidade da mão de obra e a pressões históricas no sentido
do betão.

As propriedades físicas e mecânicas deste tipo de estrutura, fazem com que


sejam
condicionadas por:
- Fenómenos de Estabilidade.
- Deformação global da estrutura.
Muito utilizadas em reparação e reforço de edifícios correntes e edifícios
antigos, principalmente na substituição de elementos estruturais. 2
Breve História das Estruturas Metálicas
Ferro Fundido – Essencialmente uma liga moldável de ferro com 1,8 a 5% de
carbono mas também com outros elementos em pequenas percentagens
(enxofre, fósforo, silício, manganésio, etc.).

Ferro Forjado – Material composto quase exclusivamente por ferro – tem menos
de 0,1% de carbono com inclusões – veios – de escória (cinza). Baixa
ductilidade e variações na resistência à tracção e compressão. Conformado a quente
(por ex. numa forja).
EC3
Aço – Liga de ferro e carbono, com percentagens deste último variáveis entre
quase 0% e 1,8%. Acima desta percentagem de carbono o material é designado
por ferro fundido. O aço macio contém 0,1 e 0,25% de carbono.

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Breve História das Estruturas Metálicas
No final do século XVIII surgem as primeiras utilizações das colunas em ferro
fundido e em 1779 a primeira ponte de ferro, sobre o rio Severn, em Inglaterra,
com 30,5 metros de vão ("Iron Bridge“ em Coalbrookdale, património da
Humanidade - Thomas Farnolls Pritchard).

O grande incremento na produção de ferro e aço acontece já no final do século


XIX, em paralelo com o crescimento da actividade industrial (Revolução Industrial).

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Breve História das Estruturas Metálicas
Em Portugal antes do “ lobby do betão” a aplicação de estruturas metálicas em
edifícios de habitação era corrente até aos anos 50

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Exemplos de Estruturas Metálicas de Engenheiros
Portugueses

Exemplos de Cobertura Metálicas Portuguesas:

Solução
Atirantad
a (SCP)

Eng. António Reis


Solução Arco
Terliçada
(FCP)
Solução Vigada
(Leiria)

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Exemplos de Estruturas Metálicas de Engenheiros
Portugueses

Exemplos de Pontes e outras estruturas Metálicas-Mistas Portuguesas:

Solução em Caixão
(IC19)

Eng. António Reis

Solução Vigada
(Rio Ave)

Silo de Clinquer
(Egipto)

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Exemplos de Estruturas Metálicas de
Engenheiros Portugueses

Exemplos de estruturas Metálicas-Mistas Portuguesas:

Eng. Mota
Pavilhão do Futuro Expo
Freitas
98
Hotel Sheraton
Porto

Reforço da Ponte Sobre o Rio Coura

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Exemplos de Estruturas Metálicas de
Engenheiros Portugueses

Exemplos de estruturas Metálicas-Mistas Portuguesas:

As torres de São Rafael e


São
Gabriel

Eng. Tiago Abecasis

Aeroporto Sá Carneiro

Aeroporto de
Faro
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Regulamentação Actual
Em Portugal existem 3 regulamentos de aplicação directa ao projecto de
estruturas:
- RSA 1983 (Regulamento de Segurança e Acções).
- REBAP 1983 (Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado).
- REAE 1975 (Regulamento de Estruturas de Aço para Edifícios).

O REAE encontra-se altamente desactualizado devido:


- Valido apenas para edifícios.
- Apresenta verificações de segurança simplificadas muito conservadoras.
- Omisso em numerosas verificações de segurança.
A necessidade dos Eurocódigos prende-se com:
- Actualizar as normas Portuguesas à luz dos novos meios computacionais.
- Aplicação de normas a todos os materiais de engenharia de estruturas.
- Norma Europeia permite que projectistas portugueses possam concorrer
directamente a concursos europeus de estruturas.

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Disposições Aplicáveis
A nível europeu, nas ultimas 3 décadas foi feito um esforço enorme no
sentido de “desenvolver e uniformizar” as regras de cálculo e dimensionamento
para diversos tipos de estruturas através dos EUROCÓDIGOS:
- Parte 1 Edifícios (EC3,EC4).
- Parte 2 Pontes (EC3,EC4).
- Parte 3 Torres, mastros e chaminés (EC3).
- Parte 4 Depósitos, silos e oleodutos (EC3).
- Parte 5 Estacas (EC3).
- Parte 6 Estruturas de aparelhos de Elevação (EC3).

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Mais informação online
https://cmm.pt/site/ - CMM - Associação Portuguesa de
Construção Metálica e Mista

http://fachagas.pt/ - Fornecedor de produtos

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Propriedades do Aço
São consideradas como constantes as seguintes mecânicas do
propriedades segundo o EC3: aço

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Propriedades do Aço
Adoptam-se os seguintes coeficientes de segurança para elementos de aço
laminado de edifícios e pontes:

Em edifícios

Em pontes

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Propriedades do Aço

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Dimensionamento - Introdução
Admite-se na verificação da resistência duma secção:
- Existe a possibilidade duma resistência elástica.
- Existe a possibilidade duma resistência plástica.

À resistência elástica está associada um esforço de cedência, que consiste na


plastificação da fibra com maior tensão.

Existe possibilidade de cedência da fibra com maior tensão, devido ao


Momento Flector, Esforço Axial, Corte, ou mesmo todos em simultâneo.

Em todos os modelos admite-se que as secções se mantem planas depois


de deformadas, assim sendo obedecem à Hipótese de Bernoulli*.

* secções rectas da viga permanecem planas e perpendiculares ao eixo flectido da viga 16


Resistência de Secções
Na presença de flexão “pura” e admitindo a hipótese de Bernoulli em regime linear a
tensão numa secção é dada por:

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Resistência de Secções

Durante a formação duma rotula plástica a secção passa primeiro por um momento
elástico e no final por um momento plástico:

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Resistência de Secções

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Resistência de Secções

Na presença de esforço axial denota-se por flexão composta, e na análise elástica


e plástica a resistência passa a ser dada por:

Na presença de esforço axial e 2 momentos denota-se por flexão


composta
desviada, e na análise elástica e plástica a resistência passa a ser dada por:

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Definição dos Elementos
Em geral uma secção é constituída por 2 elementos:
O 1º Elemento é o banzo (flange) onde se denota a espessura por tf.
O 2º Elemento é a alma (web) onde se denota a espessura por tw.

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Classe da Secção
Devido a imperfeições existentes nas secções dos elementos (banzos e almas),
estas podem sofrer problemas de instabilidade local.

Numa secção metálica “esbelta” a rotura por encurvadura local,


pode ser mais condicionante que uma rotura por plastificação.

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Classe da Secção
De maneira ter em conta este fenómeno o EC3 define 4 classes de secções para
o calculo da resistência da secção:
Classe 1 – secções em que se pode atingir a resistência plástica e, para além disso,
existe capacidade de rotação suficiente para que se forme uma rótula plástica.

Classe 2 – secções em que se pode atingir resistência plástica, mas com


fraca
capacidade de rotação depois de formada a respectiva rótula.

Classe 3 – secções onde se pode atingir apenas a resistência elástica (tensão


de cedência na fibra mais solicitada), em virtude de os fenómenos de encurvadura
local impedirem que se chegue à resistência plástica.

Classe 4 – secções onde a ocorrência (prematura) de fenómenos de


encurvadura
local faz com que não se atinja sequer a tensão de cedência na fibra mais solicitada.
Secções com mau comportamento ao sismo. Em colunas é recomendável HEB,
RHR ou RHS secções < classe 3.
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Resistência ao esforço Axial
O valor de cálculo do esforço de compressão resistente plástico da secção
bruta:

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Resistência à Flexão

Para a resistência à flexão usa-se os módulos de flexão elásticos e plásticos que


se
encontram tabelados:

Caso existam furos nos banzos, tem de se verificar se a resistência dos banzos cheia
é maior que a resistência com os furos usando a formula anterior.

25
Resistência ao Corte
Do lado da segurança para perfis em I ou H, é possível estimar a área de
corte:

Caso o esforço transverso esteja segundo z,


admite-se que usamos a alma:

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Resistência ao Corte
Do lado da segurança para perfis em I ou H, é possível estimar a área de
corte:

Caso o esforço transverso esteja segundo y


admite-se que usamos os banzos:

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Resistência à Flexão e Corte
Uma hipótese simplificativa que se usa em pré-dimensionamento, é admitir que
os banzos resistem ao momento flector e a alma ao esforços transverso:

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Verificação à Fadiga
O aço nem sempre possui um comportamento dúctil, podendo em certas
condições apresentar rotura frágil a partir da formação e propagação de fendas.

Um dos exemplos de rotura frágil é a ponte “King Street Bridge” em Melbourne,


1962. As fendas propagaram-se através duma soldadura numa chapa do banzo
inferior, atravessando a alma da viga (à passagem de um camião de 47t num dia
frio).

29
Verificação à Fadiga
A tenacidade dum aço representa a sua capacidade de resistir à propagação
de fendas sob tensões de tracção (dano).
A tenacidade é medida através do ensaio de impacto de Charpy, no qual um
provete com entalhe é submetido a um impacto padrão (EN 10045-1).

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Verificação à Fadiga
Os factores que promovem a rotura frágil são:
- Baixas temperaturas (ponte de Melbourne)
- Concentração de tensões (dano nas janelas quadradas dos aviões)
- Composição e defeito do material
- Elevadas velocidades de deformação
Existe uma zona de temperatura de transição que separa os domínios de
comportamento frágil e dúctil do aço.

Aços de
carbono
T=0ºC.
Aços de baixa
liga T=-20ºC.

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Verificação à Fadiga
A rotura por fadiga pode ocorrer sob tensões relativamente baixas, após um
número de ciclos de cargas e descargas. Acções cíclicas em pontes metálicas,
pontes rolantes e estruturas de suporte de máquinas.

Os factores que influenciam a rotura por fadiga


são:
-Número de ciclos de
carga
-Valor da tensão
média
-Amplitude da variação de
tensões
-Concentração de
tensões

A resistência à fadiga pode definir-se como a tensão máxima s max que a peça pode
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Exemplos de Encurvadura

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Encurvadura de Colunas
Um elemento esbelto pode colapsar por encurvadura, caso o esforço
compressão
seja maior que a carga crítica (Varejamento):

A carga critica geral, é deduzida através da formula de


Euler:

Demonstra-se que esta é a carga crítica para a coluna simplesmente


apoiada.
Decorre duma processo de encurvadura global por flexão (EF).
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Encurvadura de Colunas

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Encurvadura de Vigas
Um elemento esbelto pode colapsar por encurvadura, caso o momento flector
seja
maior que um momento crítico (Bambeamento):

A momento crítico geral, é deduzido através da instabilidade por torção, e


serve
apenas para vigas simplesmente apoiadas:

Decorre duma processo de encurvadura global por flexão-torção


(EFT).
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Análise Estrutural de Edifícios
Metálicos - Introdução
Análise dos Pórticos Metálicos:
- Estabilidade da Estruturas (efeitos de 2ª ordem)
- Imperfeições (da construção e fabrico)
- Comportamento das Ligações (rígidas, molas ou
rotuladas)

Em estruturas metálicas devido à sua


esbelteza os esforços
de 2ª ordem são
elevados quando comparados com os esforços de
1ª ordem.

Os efeitos de 2ª ordem no EC3 podem ser


calculados com base em métodos
simplificados, dentro de certos limites. 37
Classificação dos Pórticos
Os pórticos possuem 2 comportamentos distintos quando
instabilizam:

1) Pórtico sem 2) Pórtico com deslocamentos


deslocamentos laterais (PSDL) laterais
(PCDL)
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Contraventamentos
Um contraventamento pode ser um elemento exterior rígido, ou um
elemento
interior tipo “Cruz de Santo André”:

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Edifícios Metálicos - Introdução
Para além dos aspectos económicos, tecnológicos e de “Know-how”, existem
alguns
inconvenientes:
- O problema contínuo da corrosão.
- A segurança ao fogo.

As vantagens de construção metálica face às de betão armado:


- Melhor adaptabilidade a futuras utilizações.
- Fundações mais económicas.
- Maiores vãos e menos elementos estruturais.
- Maior rapidez de execução.
- Maior ductilidade face às acções sísmicas.

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41
Edifícios Metálicos - Introdução
Piso único: instalações industriais e fabris, instalações desportivas, de aviões,
shoppings, piscinas interiores, locais de exposição, hangares
supermercados e mercados locais, etc

Multi-pisos: habitação, escritórios, comércio, e aerogares (exemplo ampliação do


aeroporto do Porto)

A construção multi-piso é muito utilizada no EUA e nos países nórdicos, mas


pouco utilizada em Portugal.

Nas soluções de multi-piso os pisos são formados por lajes de betão armado ou lajes
mistas nervuradas, descarregando em vigas-metálicas através de conectores.
Designam-se estas construções por mistas Aço-Betão.

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Condicionantes do Projecto
Condicionantes interiores geométricas:
- Volume necessário, vãos livres, gabaritos de circulação.
- Interligação entre naves e acessos.
- Condicionamentos impostos por equipamentos.
- Obstrução visual (instalações desportivas / espetáculos).

Condicionantes exteriores geométricas:


- Enquadramento paisagístico e urbanístico.
- Acessos.
- Estéticos.

Condicionantes físicas:
- Iluminação natural ou artificial.
- Isolamento térmico e acústico.

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Condicionantes do Projecto

Condicionantes geotécnicas:
- Fundações superficiais ou profundas.
- Ligações rígidas ou articuladas às fundações.
- Introdução de tirantes (cruzes de santo André) para absorver
impulsos.

Condicionantes especiais:
- Pontes rolantes.
- Guindastes vigas
moveis.
- Equipamentos pesados.

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Sistema Estrutural - Naves
À parte de requerimentos arquitectónicos uma nave é dividida em:
- Sistema estrutural principal.
- Sistema de contraventamento (longitudinal e transversal).
- Sistema de cobertura, fachada.

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Sistema Estrutural

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Sistema Estrutural Principal
Os pórticos são constituídos por grupos de naves:

As condições de apoio dependem do tipo de fundação e do tipo de ligação


montante-fundação:

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Sistema Estrutural Principal
De maneira a reduzir os esforços na travessa é possível adoptar tirantes (muito
utilizado em antigas igrejas:

Os tirantes também podem ser usados para reduzir o esforço transverso na


base:

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Sistema de Cobertura
Tipos de coberturas:

Placas de fibro-cimento (barato, frágil, esteticamente pouco


agradável, peso elevado, isolamento térmico deficiente, contem amianto)

Chapas de aço perfiladas (maiores vão com


leveza, bom isolamento térmico, bom aspecto estético, resistência
longitudinal para travar o banzo superior das madres)

Chapas de alumínio perfiladas (peso


muito
reduzido, boa resistência à corrosão, preço mais elevado, maiores
deformações, elevado ruido em caso de chuva intensa)

Chapas de materiais plásticos (são combustíveis, leves,


perdem propriedades com o tempo quando expostas ao sol)

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Sistema de Cobertura - Chapas

• Fibrocimento – chapas onduladas e trapezoidais (e=6mm) – vãos até 1.10m.


Económicas, frágeis, exigem estrutura de suporte rígida
• Aço perfilada ondulada ou trapezoidal (e=0.63 a 1.0mm, 25 mm altura ou
mais) – vãos de 2 a 12m. Podem ser revestidas, travam o banzo superior das
madres. Mais caras.
• Alumínio perfilada (e=0,7mm) – vãos até 2,30m. Boa resistência à corrosão,
leves, caras.
• Translúcidas de plástico reforçado com fibra ou não – vãos reduzidos,
degradam-se com os UV, podem ser combustíveis.
• Zinco – coberturas de pouca importância, remates e caleiras.
• Painéis isolantes – duas chapas metálicas com um núcleo isolante (e=30 a
120mm)
Sistema de Travessas
As travessas de armazéns metálicos podem ser:

-Vigas comerciais

-Vigas
alveolares

-Vigas treliçadas

-Vigas de alma cheia

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Sistema de Travessas
A altura das travessas pode ser constante ou variar ao longo do
vão:

De maneira a se ganhar alguma rigidez na zona de maiores momentos, e


resistência
ao corte adopta-se um consola curta:

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Sistema de Travessas
Para uma estrutura mais leve, também é possível adoptar treliças, com altura
mínima recomendável no apoio para permitir montagem:

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Sistema de Travessas
As treliças espaciais podem ser usadas, caso se queira tirar partido duma
travessa
sem contraventamentos:

Se usadas em sistemas múltiplos contínuos tem funcionamento do tipo


laje:

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Sistema de Travessas
As designações “clássicas” dos elementos da treliça:

Os elementos verticais se estiverem comprimidos são designados por


“montantes”,
se tiverem traccionados são denominados por “pendurais”.
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Vigas Alveolares

Vantagens:
- Aumento da resistência ao momento flector, mas mantém a resistência ao
corte.
- Menor deformabilidade e peso por altura.
- Permite a passagem de cabos e canalizações entre vigas.
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Vigas Treliçadas

Pré-dimensionamento da altura:

Leq/h= 20 a 25 - Coberturas de Edifícios Industriais (Armazéns)

Leq/h= 15 a 20 – Edifícios Comerciais

Leq/h= 10 a 15 – Pontes Metálicas ou Mistas

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Vigas Treliçadas

Pré-dimensionamento da altura:

L/h= 20 a 25 - Coberturas de Edifícios Industriais (Armazéns)

L/h= 15 a 20 – Edifícios Comerciais

L/h= 10 a 15 – Pontes Metálicas ou Mistas


Vigas de Alma Cheia
Pré-dimensionamento da altura:

Leq/h= 15 a 25 Edifícios Industriais

Leq/h= 12 a 18 Edifícios

Leq/h= 12 a 28 Pontes Rodoviárias

Leq/h= 10 a 15 Pontes Ferroviárias

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Vigas de Alma Cheia
Critérios iniciais de pré-dimensionamento da espessura da
alma:

Para impedir a encurvadura


da alma, devido à flexão do
banzo comprimido.

Para minimizar o efeito da


corrosão.

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Vigas de Alma Cheia
Os problemas de estabilidade das chapas das almas podem ser minorados através
do recurso a chapas de reforço, as quais permitem reduzir as dimensões dos painéis
das almas.

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Ligações Típicas
Para travessas de perfis comerciais uniformes em altura:
Solução com junta de montagem, que pode
ser
executada na
obra.

Caso se use um esquadro como reforço,


sem junta de construção, esta deve ser
feita na fabrica.
Solução soldada, que grande
exige
controlo de qualidade “in
situ”.
É possível usar juntas de
montagem
mesmo com esquadros.

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Ligações Metálicas - Introdução

As estruturas metálicas constituem sistemas estruturais por introdução de Ligações.


Os perfis metálicos são fornecidos pelas siderurgias com dimensões
limitadas.
Máximo na ordem dos 15 metros de comprimento.
É necessário interligar troços de perfis para obter elementos de maiores dimensões.
Problema de transporte de estruturas metálicas de grande envergadura obriga
à
ligação em obra. Máximo 4m x 12m nas condições normais de circulação.
Uma evolução significativa na ultimas décadas principalmente nas soldaduras com
as normas ISQ.
A concepção das ligações é dos aspectos mais importantes na economia e rapidez
da
execução da obra. Objectivos duma ligação: 1º bom funcionamento em ELU e ELS; 68
Ligações Metálicas - Introdução

Na construção metálica utilizam-se os seguintes elementos na execução de


ligações:

1) Parafusos.
2) Soldaduras.
3) Rebites.
4) Colas

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Ligações Aparafusadas
Existem fundamentalmente 2 tipos:
- Ligação aparafusada corrente.
- Ligação aparafusada pré-esforçada.
Na primeira não se tira partido da resistência por atrito entre as
superfícies.

Na segunda o parafuso é pré-esforçado com um momento torsor, gerando


deformações iniciais de tracção e corte.
Usada em estruturas com carregamentos ciclicos, para aumentar a resistência à
fadiga nas ligações.

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Ligações Rebitadas
Devido à sua fraca fiabilidade, consequência do processo construtivo, está a cair em
desuso.

Os rebites são ainda usados, devido às vantagens de rapidez de execução.


Alguns pré-esforçam o anel esmagando-o contra a rosca do parafuso.

71
Soldadura
Tipo de ligação pré fabricada em oficina. Aplicação em obra obriga a cuidados
extra de testes de ultra som e raio-X. Introduzem tensões e deformações residuais.
Existem dois tipo de soldadura:
1) De topo

2) De ângulo

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Soldadura
Usualmente utilizadas em estruturas tubulares, estas garantem alguma
ductilidade
quando comparadas com as aparafusadas.

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Ligações Coladas
Ainda pouco usadas em construção metálica, mas prevê-se grande utilização no
futuro.
Estas reduzem a preparação dos elementos a ligar.
Não introduzem tensões nem deformações residuais.
Não produzem roturas de fadiga nas placas de aço como ocorre com as soldaduras.

Carecem de regulamentação, com de para altas


problemas temperaturas e fadiga do próprio durabilidade
material.
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Tipos de Ligações
Para ganhar área útil na chapa perfurada, utiliza-se furos
desfasados:

A resistência global é dada pela menor valor da


resistência de cedência da chapa traccionada ou a
resistência ultima da ligação perfurada.

75
Tipos de Ligações
Na ligação à fundação usa-se parafusos longos, com uma argamassa de
regularização
para nivelar o contacto da placa com o betão:

76
Tipos de Ligações
Os parafusos usados dependem do fabricante, e o EC3 apenas tem formulas de
resistência para a):

O fabricante deve providenciar valores da resistência !!!!!!


77
ESTRUTURAS METÁLICAS E MISTAS

Estruturas Mistas
78
Introdução
Construção mista é aquela onde estão presentes elementos estruturais na
secção,
nas quais 2 ou mais elementos estão ligados entre si e trabalham solidariamente.

Obtém-se elementos
estruturais com comportamento
diferente do dos materiais
individuais.

Exemplo duma laje e viga mista.

79
Introdução
Apenas se considera construção mista aço-betão se existir algum tipo de
conexão,
caso contrário é construção isolada.

Os principais elementos das estruturas mistas são: o betão, o aço e os


conectores.
80
Introdução
O betão e aço complementam-se:
- O betão é eficiente à compressão e o aço à tracção.
- Têm o mesmo coeficiente de dilatação térmica.
- Betão evita a encurvadura do aço.
- Aço promove a ductilidade da estrutura.
- Betão protege o aço contra altas temperaturas durante o incêndio.
- Aço pode servir de cofragem em lajes e colunas.

Porque se utiliza estruturas mistas?


- Arquitectura.
- Reabilitação.
- Economia (maior velocidade de execução).
- Funcionalidade.
- Características de serviço da estrutura.
- Ligação eficiente.

81
Introdução
Diversidade de métodos construtivos:
- Formas e soluções estruturais à disposição do projectista (betonado “in-situ”
ou pré-fabricada, betão leve ou normal)
- Diversidade de aços (laminados a quente, perfis de placas soldadas, enformados a
frio).
- A possibilidade de não usar escoramentos durante a fase construtiva (neste caso é
necessário perfis no vão mais rígidos).
- Facilidade de montagem (após a montagem da chapa quinada, obtém-se uma
superfície de trabalho).
- Facilidade de alteração na vida útil da estrutura (muito importante em
remodelações ou reparações).
- Aplicação favorável na reabilitação (a inserção de perfis mistos é acessível na
reabilitação de edifícios antigos).

82
Vantagens e Desvantagens
Vantagens:
- Economia.
- Maior capacidade de carga.
- Pode não necessitar de escoramentos.
- Tempos curtos de execução.
- Soluções em parte pré- fabricadas (exemplos as colunas).
- Protecção ao fogo.

Desvantagens:
- Conectores.
- Complexidade de pormenorização.
- Fraca protecção ao fogo e corrosão
- Manutenção e pintura dos perfis metálicos (se não estiverem embebidos no betão).
- Custo de mão de obra (em Portugal).

83
Vantagens e Desvantagens

84
Tipologia

85
Conexão Aço-Betão
A conexão parcial pode ser mais vantajosa em edifícios, caso o custo económico
do aumento de resistência se justifique.

O EC4 considera que uma estrutura é mista, se tiver uma conexão mínima de
40%.
Caso contrario usa-se unicamente o EC3 e EC2 separadamente.
86
Conexão Aço-Betão
Existem fundamentalmente 3 tipos de conexão :

- Atrito e aderência.

- Conectores de corte.

- Interligação mecânica em lajes listas.

87
Conexão Aço-Betão
Conexão ligação mecânica nas lajes (usa pequenas saliências nas
chapas quinadas/perfiladas, isto por não ser possível soldar conectores com
chapas de espessura inferior a 0,7mm).

88
Secções Mistas
As secções metálicas podem ser bi-simétricas ou mono-simétricas. Estas
últimas
servem para aumentar a resistência à compressão do banzo inferior nos apoios.

Para se aumentar a altura útil, usa-se uma nervura nas lajes, e para aumentar
a
rigidez à torção usa-se secções treliçadas ou fechadas.

89
Secções Mistas
Quando é necessário vencer vãos acima dos 6 metros usa-se chapas perfiladas.
As
nervuras podem ser transversais ou paralelas.

Quando se quer diminuir o efeito da encurvadura ou aumentar a resistência


ao
fogo, usa-se perfis embebidos no betão.

90
ESTRUTURAS METÁLICAS E MISTAS

Lajes Mistas
91
Pré Dimensionamento

• Vãos pequenos – 3 a 6m, sem suporte durante a construção


• Ver, por exemplo: “ARVAL Floor systems guide”
Lajes Mistas - Introdução
As lajes mistas, possuem uma das maiores vantagens económicas e estruturais
ao nível da construção de edifícios:
- Chapa perfilada funciona na face construtiva como plataforma de trabalho
e
cofragem.
- Bom isolamento acústico e ao fogo.
- Elevada área da chapa permite minimizar a fendilhação do betão.
- As chapas perfiladas permitem garantir boa resistência ao corte transversal.
- O peso próprio é reduzido.

As lajes mistas com chapa perfilada tem de ser obrigatoriamente analisadas


como
lajes ortotrópicas.
Os vãos das chapas perfiladas durante a fase construtiva variam no máximo
entre 3.0m a 4.0m, entre escoramento em edifícios.

93
Lajes Mistas - Introdução
Lajes maciças podem ser armadas segundo as regras do
EC2.

Visto as lajes em tabuleiros de pontes terem de funcionar nas 2 direcções (devido


às cargas pontuais) e necessitarem deserem armadas a
momentos positivos e negativos, não se usa chapas perfiladas.

Em geral em lajes de tabuleiros usa-se pré-lajes com negativos para os


conectores
nos banzos de
betão.

Em pontes mistas é pouco comum o uso de chapas metálicas lisas como


cofragem perdida. Com problemas de durabilidade em zonas agressivas.
94
Comportamento Estrutural
Numa laje isotrópica o comportamento estrutural é igual em todas as direcções,
algo
aceitável para lajes de betão armado.

Nas lajes mistas com chapa perfilada esse tipo de comportamento pode não
ser realista. Utiliza-se neste caso o modelo de laje ortotrópica.

De acordo com o EC4 caso se adopte chapas perfiladas estas devem ser
analisadas
numa só direcção.
95
Chapas Perfiladas
As chapas perfiladas possuem espessuras entre os 0,7mm e 4,0mm.

A altura das nervuras varia entre 45mm e 80mm, com espaçamentos proporcionais
entre as mesmas de 150mm a 300mm.

Estas dimensões podem ser diferentes caso se adopte pavimentos do tipo


“Slim
Floor”.

96
Chapas Perfiladas
A fase construtiva é a face mais condicionante da chapa perfilada, tendo de
resistir
ao peso próprio do betão fluido (fresco).
Na zona dos apoios, visto as chapas serem regularmente de classe 4 ou 3, estas
tem
problemas de encurvadura nos apoios durante a betonagem.

97
Chapas Perfiladas

Nas pontes mistas visto não se contabilizar a resistência das chapas, usa-se
sempre chapas lisas ou pré-lajes com armaduras inferiores para as lajes dos
tabuleiros.
98
Pré-dimensionamento de lajes mistas
Independentemente de serem maciças ou perfiladas estes valores podem ser
adoptados. Em todo caso nas perfiladas a altura pode ser reduzida.

99
ESTRUTURAS METÁLICAS E MISTAS

Dimensionamento de Colunas Mistas


10
Colunas Mistas - Introdução
Designam-se colunas mistas, elementos sujeitos a esforços de compressão ou
flexão composta.
No caso dos perfis metálicos serem pintados, é necessário um tipo de conexão
entre o betão e o perfil de aço.
As colunas mistas surgem nos anos 50 com betão pobre para proteger os
perfis
metálicos ao fogo.
Mais tarde começou-se a usar o betão como elemento
estrutural. As principais vantagens são:
-Resistência ao fogo
-Menores dimensões para maiores cargas actuantes.
-Reduz os problemas de encurvadura.
-Facilidade no processo construtivo e transporte.

10
Colunas Mistas - Introdução
É necessário uma conexão eficiente entre o betão e o perfil. Pode ser possível caso
o perfil não seja pintado (conexão por atrito).

No caso geral a conexão deve ser feita por


conectores.

Caso não se adopte conectores ou o perfil venha pintado, então a conexão deve
ser feita conectando os estribos das armaduras à alma do perfil (através de
furos ou soldaduras).

Ao contrário dos pilares de betão, nas colunas mistas não existem abacos para
flexão
desviada e
composta. 10
Secções de Colunas Mistas
Perfis envolvidos em betão (aço protegido do fogo, sem encurvadura
local)

10
Secções de Colunas Mistas
Perfis parcialmente envolvidos em betão (aço parcialmente protegido do
fogo)

10
Secções de Colunas Mistas
Perfis tubulares cheios de betão (aumento do confinamento do betão)

10
Secções de Colunas Mistas
Perfis tubulares e I ou H cheios de betão (aumento do confinamento do
betão,
aumento considerável da capacidade resistente)

10
Secções de Colunas Mistas
O uso de paredes estruturais mistas, possibilita as mesmas resistências com
menor
volume de betão.

Curvas M-N
semelhantes

10

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