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Publicação da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural

Edição 5 | ano 2 | abril de 2018 | R$ 15,90

Allianz
Parque
Os vários processos construtivos e
os desafios estruturais enfrentados
e vencidos para a construção do
novo estádio do Palmeiras

ENTREVISTA
Newton Simões Filho, da Racional
Engenharia, fala da necessária interação
entre as áreas para se ter projetos eficientes

EVENTO
Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas
chega a 10ª edição
INOVAÇÃO | CONCRETO AUTOCICATRIZ ANTE

RUMO AO
CONCRETO DO
AMANHÃ
CONCRETO AUTOCICATRIZANTE ‘ENGENHEIRADO’ COM CIMENTO DE ESCÓRIA DE
ALTO FORNO ATIVADO POR ADITIVO CRISTALINO (PRAH 4G)

POR EMILIO M. TAKAGI – MESTRE E GERENTE


DE PRODUTO – INSTITUTO TECNOLÓGICO DE
1 – INTRODUÇÃO (ou natural) como sendo o fechamento
AERONÁUTICA (ITA) / MC-BAUCHEMIE BRASIL Na última década, uma grande quanti- de fissuras devido ao próprio material
MARYANGELA G. LIMA – PROFESSORA DOUTORA dade de artigos de pesquisa dedicou-se a componente do concreto; e a autocica-
DEPARTAMENTO DE INFRAESTRUTURA AERONÁUTICA autocicatrização autônoma “engenheira- trização “autônoma” (ou de engenharia)
DO INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA (ITA)
da”, em diferentes direções de investiga- como sendo o selamento de fissuras e a
PAULO HELENE – PROFESSOR TITULAR E DIRETOR ção: como a autocicatrização com reforço restauração de propriedades mecânicas
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA de fibras, bactéria produtora de minerais, e de permeabilidade devido tanto ao pró-
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO / PHD ENGENHARIA
polímero superabsorvente, agente cica- prio material componente do concreto, e
RONALDO A. MEDEIROS-JUNIOR – PROFESSOR trizante contido em cápsulas, e a adição principalmente quanto de alguma adição
DOUTOR – DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) do aditivo cristalino (PRAH 4G). No últi- “de engenharia”, como o cimento de es-
mo caso, o PRAH em sua quarta geração, cória de alto forno (EAF), sílica ativa (SA)
pertence a uma categoria de aditivos e o PRAH [2].
impermeabilizantes redutores da poro- O fenômeno da colmatação autógena
sidade do concreto, disponível e ampla- de fissuras em concreto, já teria sido re-
mente empregada como tal no mercado portado pela Academia Francesa de Ci-
de produtos químicos da construção, e ências desde 1836, e atribuída à transfor-
classificado como Permeability-Reducing mação do hidróxido de cálcio (Ca(OH)2)
Admixtures exposed to Hydrostatic condi- em cristais de carbonato de cálcio (CaCO3)
tions (PRAH) de acordo com a recomen- como consequência da sua exposição ao
EMILIO M. TAKAGI MARYANGELA G. LIMA
dação técnica americana ACI 212.3R-10 dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
“Relatório sobre Aditivos Químicos para Mais tarde, também foram observadas
Concreto” [1]. muitas fissuras cicatrizadas preenchidas
O consenso alcançado sobre o concre- com cristais de silicato de cálcio hidrata-
to autocicatrizante (CAC), entre a comuni- do (C-S-H), de etringita (C6ASH32) e de car-
dade internacional, resultou no relatório bonato de cálcio (CaCO3) devido ao meca-
de estado-da-arte da RILEM “Fenômeno nismo da autocicatrização por hidratação
de autocicatrização em materiais à base contínua de partículas não hidratadas de
de cimento” publicado pelo comitê técni- cimento e adições minerais, como cinzas
PAULO HELENE RONALDO A. MEDEIROS- co 221-SHC criado em 2005. Distingue-se volantes (CV) e escória de alto forno (EAF)
JUNIOR o mecanismo da colmatação “autógena” residuais [3].

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INOVAÇÃO | CONCRETO AUTOCICATRIZ ANTE

Este artigo apresenta os resultados da Imagem e do Som (M.I.S.) em Copaca- diferentes espessuras (predominante-
da autocicatrização “engenheirada” bana [5], na Cobertura Fluida do Museu mente de 15 cm), “flutuando” a cerca de
de três cimentos comerciais brasilei- de Arte do Rio (M.A.R.) no centro da cida- 30 m de altura apoiada em 37 tubos de
ros CPIII, CPII-E e CPV com diferentes de do Rio de Janeiro [6] e também na laje aço galvanizado. A concretagem da laje
percentagens de EAF, com teores de- de subpressão de condomínio no Setor foi executada em apenas um dia, com
crescente de 55%, 34% e 0% respec- Nordeste em Brasília [7]. uma concretagem ininterrupta de 13
tivamente, e ativado com o PRAH. Os Os engenheiros BRITEZ e HELENE horas, para evitar que a cobertura apre-
corpos-de-prova foram carregados em apresentaram os desafios da nova sede sentasse junta fria de concretagem. Na
compressão com 90% da sua carga de do M.I.S., envolvidos na concretagem concretagem dos 320 m3 de concreto,
ruptura, a fim de gerar uma rede de de uma laje de subpressão estanque 80% da água foi substituída por gelo, to-
microfissuras. Essas amostras foram em concreto armado, com 1,0 m de es- dos os concretos dos caminhões foram
posteriormente imersas em água satu- pessura, volume de 1.200 m³ e taxa de lançados em temperaturas entre 16°C
rada com cal para desencadear o me- armadura de aço de 105 kg/m3, situada a 21°C, com a trabalhabilidade neces-
canismo de autocicatrização, seguidas a 50 m da orla marítima e vinculado à sária e retardando a pega, evitando ao
de vários testes após 28, 56 e 84 dias. classe de agressividade IV. O traço do máximo a fissuração. O maior desafio foi
Foi observada uma autocicatrização concreto com propriedades autocicatri- a preparação da fôrma desta cobertura
mais evidente nas amostras de cimento zantes possuía um consumo por m3 de fluida que foi moldada com peças com 6
CPIII (55% de EAF) contendo o PRAH, e 448 kg de cimento CPIII 40 RS, adição de m por 8 m de isopor EPS e em torno de
apesar de indicar uma inversão, maior 30 kg de SA e 4,5 kg de PRAH concentra- 800 kg, pelo responsável da Festa do Boi
autocicatrização nas amostras com ci- do. O PRAH concentrado foi dosado no Garantido em Parintins - AM [6].
mento CPV (0% de EAF) comparados ao teor de 1,0% sobre o peso do cimento A engenheira SILVA apresenta um es-
CPII-E (34% de EAF), evidenciando que CPIII 40 RS. A relação água/aglomerante tudo de caso de uma concretagem de
a reações autocicatrização não são fun- foi de 0,35, onde 100% da água de amas- uma laje de subpressão executado, em
ção do simples aumento do teor de EAF, samento foi substituída por gelo (130 kg 3 etapas com um intervalo de 1 mês
e que estas reações de autocicatrização de gelo em cubos à -10ºC + umidade de entre eles, em um condomínio misto
são muito mais complexas [4]. 5% da areia), e todos os concretos dos de uso residencial e comercial, localiza-
Diferentes abordagens têm sido de- caminhões foram lançados em tempera- do no Setor Nordeste de Brasília. A laje
senvolvidas para estudar um novo tipo turas entre 20°C a 25°C. Os resultados com 2.500 m2 em concreto armado com
de concreto que têm a capacidade para demonstraram que a composição do 30 cm de espessura, volume de 750 m3,
reparar fissuras passivas com abertura concreto, o plano de concretagem e os possui uma taxa de armadura de 96 kg/
de até 0,4 mm. Dentre essas aborda- procedimentos executivos empregados m3 em conjunto com 450 g de fibras de
gens, o concreto autocicatrizante “en- foram decisivos para promover uma es- PP para cada m3. Foram dosados 3.000
genheirado” possui uma capacidade de trutura íntegra e com propriedades es- kg de PRAH concentrado ao volume total
autocicatrização autônoma que poten- tanques, bem como algumas engenhosi- do concreto da laje no teor de 0,8% so-
cializa o mecanismo de colmatação na- dades empregadas na construção dessa bre o peso de cimento CPIII-40 RS com
tural do concreto através da dosagem laje do M.I.S., dispensando, nesse caso, consumo de 380 kg/m3 e relação água/
de um PRAH que ativa os componentes alternativas tradicionais e convencionais cimento de 0,45. O maior desafio na exe-
presentes na dosagem do concreto, de impermeabilização [5]. cução desta laje de subpressão foi a ne-
como os cimentos e as adições mine- Para o traço do concreto da Cobertura cessidade da estanqueidade do sistema
rais. Este artigo aborda o uso do PRAH, Fluida do M.A.R., os engenheiros ALMEI- com uma especificidade de projeto que
geralmente  indicado como aditivo im- DA e CORRÊA especificaram uma com- não permitiria a instalação permanente
permeabilizante redutor de permeabili- posição de concreto com relação água/ de bombas de recalque da água do len-
dade, adaptado como agente promotor aglomerante 0,45 (189 litros de água) e çol freático por razões ambientais do
da autocicatrização “engenheirada” do com consumo por m3 de 391 kg de ci- entorno [7].
concreto. mento CPIII 40 RS, adição de 30 kg de
SA, 8,0 kg de PRAH e 600 g de fibras de 3 – A QUÍMICA DO CIMENTO
2 – REFERÊNCIAS polipropileno (PP). O PRAH, na versão
normal, foi dosado no teor de 2,0 % so- DE EAF E DO PRAH NA
DE CONCRETO bre o peso do cimento CPIII-40 RS. Esta AUTOCICATRIZAÇÃO
AUTOCICATRIZANTE NO cobertura com 800 t de peso próprio, Em comum, as 3 obras utilizam o ci-
BRASIL possui as dimensões de 66 m de compri- mento de EAF (CPIII 40 RS) e o PRAH para
mento e 25 m de largura (1.700 m2). A laje a dosagem do concreto autocicatrizante
Este artigo apresenta o desenvolvi- foi calculada com uma taxa de armadura “engenheirado”. Portanto, os seguintes
mento no Brasil da tecnologia de con- muito alta de 310 kg/m3, para apresen- mecanismos devem ser considerados
creto autocicatrizante pela abordagem tar um comportamento estrutural como para uma dosagem “engenheirada” de
autônoma ou “de engenharia”. Concretos uma casca de concreto, e possui a forma um concreto autocicatrizante robusto [4]:
autocicatrizantes foram utilizados recen- de uma onda com desníveis de até 1,75 a) Mecanismo de hidratação contínua
temente na laje de subpressão do Museu m e gera uma impressão de fluidez com com o uso de cimento CPIII 40 RS

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composto por grandes de cimento. A análise de espec-
quantidades de EAF. A in- troscopia de raios X por disper-
corporação neste cimento são em energia (EDS) confirma
de EAF com sílica ativa (SA) a presença de cálcio, oxigênio,
em teores maiores que 6% silício, magnésio, alumínio e po-
otimiza este mecanismo, tássio. Este espectro é compa-
b) Mecanismo químico de rável ao de um cimento Portland
cicatrização com a adição comum, com exceção do pico de
de PRAH para provocar enxofre levemente maior [11].
um efeito de dissolução Inicialmente, a primeira gera-
e recristalização de sub- ção do PRAH (1G) mineral eram
produtos da hidratação partículas cristalinas muito finas,
do cimento em formações hidraulicamente inativas e não
cristalinas mais estáveis pozolânicas, de sílica (teor de
dentro das fissuras do SiO2 cristalina maior que 99%
concreto, e e superfície específica Blaine
c) Mecanismo de restrição de 4.000 cm2/g) e de carbonato
da abertura da fissura uti- (teor de CaCO3 cristalino maior
lizando uma taxa de arma- que 95% e Blaine de 3.500
dura adequada e/ou com cm2/g), e eram utilizados ape-
a adição de fibras dúcteis, nas como fillers na necessidade
para reforçar a matriz de de controlar a exsudação em
cimento, de polipropileno concretos com baixo consumo
corrugadas (PP), de vidro de cimento. Estudos mostraram
(resistente à álcalis) e de que estas partículas cristalinas
resina poval (álcool de po- FIG. 1 – DIAGRAMA TRADUZIDO DE RAHHAL ET AL (2012) de sílica e carbonato possuem
livinila). DA HIDRATAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND ESTIMULADO POR muitas propriedades físicas e
PARTICULAS CRISTALINAS DE SILICA (PRAH 1G NEGATIVO) E DE
Nos últimos anos tem havido químicas que são surpreenden-
CARBONATO (PRAH 1G POSITIVO)
uma tendência para usar mais temente semelhantes a química
cimentos Portland compostos dos “argilominerais”. Ambas as
em vez de puros. Enquanto que partículas cristalinas de sílica
as escórias de alto forno dos cimentos por consequência, contribuir para a sua (PRAH 1G com carga eletrostática nega-
CPII-E e CPIII são aglomerantes hidráu- maior resistência química [8]. tiva) e de carbonato (PRAH 1G com carga
licos, as cinzas volantes dos cimentos Em investigações posteriores das eletrostática positiva) estimulam dire-
CPII-Z e CPIV são materiais pozolânicos, capacidades de autocicatrização de tamente as reações de hidratação, por
cujo principal efeito depende do volume compósitos cimentícios incorporando constituírem centros de nucleação para
de CH disponível para a reação pozolâni- diferentes materiais suplementares ci- o hidróxido de cálcio (CH) agindo como
ca. Cimentos de escória de alto forno têm mentícios, como as cinzas volantes (CV) “cristais-semente”. O resultado é uma
uma resistência à penetração de cloretos e as EAFs, SAHMARAN et al. observaram camada dupla difusa de íons mais com-
mais alta que a do cimento de cinzas vo- que a cicatrização foi mais evidente nas primida sobre o PRAH-1G, devido ao au-
lantes CPII-Z e CPIV, pela formação subs- amostras que utilizavam a EAF [9]. Além mento do potencial Zeta das cargas ele-
tancialmente maior de gel de C-S-H que disso, a elevada área específica da super- trostáticas de íons positivos (Ca2+) e íons
possui a capacidade de adsorção física fície dos grãos da EAF fornece mais locais negativos (OH -) originadas da hidratação
dos cloretos penetrantes. A literatura re- de nucleação, bem como os íons OHˉ e do grão de cimento Portland e adquiridas
fere-se com frequência ao efeito benéfico álcalis para o fluido dos poros quando a pelas partículas conforme a hidratação
do aluminato tricálcico (C 3A) no cimento EAF necessita ser ativada [10]. avança, com o consequente aumento
CPV, por fixar quimicamente os cloretos da floculação e aumento da taxa de pre-
penetrantes. 4 – A EVOLUÇÃO DA QUÍMICA cipitação de cristais de portlandita (CH),
A pesquisa de DE BELIE et al. demostra gel de silicato de cálcio hidratado (C-S-H)
que os produtos de hidratação dos grãos DO PRAH NA REAÇÃO DE e das fases etringita (AFt) e monossulfo-
de cimento Portland e dos cimentos de HIDRATAÇÃO DO CIMENTO aluminato (AFm), conforme diagrama tra-
EAF são praticamente os mesmos, exce- O PRAH consiste em uma mistura de duzido de RAHHAL (2012) e mostrado na
to pelas menores quantidades de cristais cimento, areia e partículas cristalinas ati- Figura 1 [12].
de hidróxido de cálcio (CH) nos cimen- vas de sílica e de carbonato. As partículas A segunda geração do PRAH (2G) avan-
tos com teores mais elevados de EAF e, ampliadas em microscopia eletrônica de ça com a intercalação de ácidos carboxíli-
portanto, este concreto possui uma es- varredura (SEM) têm forma irregulares e cos (-COOH –) sobre a camada dupla difu-
trutura de poros mais refinada com uma tamanho na faixa de cerca de 1 a 20 μm, e sa de nuvens de íons positivo (Ca2+) e íons
menor quantidade de CH, o que pode, sua morfologia é semelhante à dos grãos negativo (OH-) em torno da estrutura dos

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INOVAÇÃO | CONCRETO AUTOCICATRIZ ANTE

PRAH 1G, resultando em um aumento (MgSiO3) que são bastante estáveis em tipo de materiais cimentícios utilizados.
significativo do potencial Zeta das cargas larga faixa de temperatura permanente a Condições de exposições de cura em ci-
eletrostáticas, que fazem com que a ca- partir de -32°C até +130°C, e suportando clos úmidos / secos mostraram a melhor
pacidade de dupla troca catiônica, entre picos de até 1.530 °C. Esta estrutura cris- recuperação mecânica, enquanto que
seus íons intercalar de cálcio (Ca2+) por talina integral preenche profundamente a condição de cura somente aérea não
íons de sódio (Na+) ou potássio (K+), seja os poros e as fissuras, tornando o con- contribuiu com um fenômeno visível de
mais versátil e facilmente obtida, propor- creto impermeável e protegido quimica- cicatrização [14].
cionando ao PRAH 2G uma maior capa- mente. Agentes de cura química à base Estruturas expostas a meios aquo-
cidade “quelante” para a cristalização, e de fluorssilicatos de magnésio (MgSiF 6) e sos agressivos, que contêm microorga-
também um maior poder de dispersão ácido málico (C4H6O5 com duas termina- nismos, podem sofrer deterioração na
da partículas do PRAH 2G através das po- ções –COOH –) são utilizados para acele- matriz de cimento com a produção de
rosidades do concreto. Neste processo, o rar o processo de cristalização e também ácidos biogênicos agressivos, e também
PRAH 2G precipita uma reação química como inibidores de evaporação, pois através da formação de um biofilme na
para provocar um efeito de dissolução cada molécula de MgSiF 6 retêm 300 mo- superfície, mas esses fenômenos de
e recristalização dos subprodutos da léculas de água [13]. corrosão induzida por microorganismos
hidratação do cimento, formando uma A terceira geração do PRAH (3G), in- (MIC) ainda não foram completamente
nova estrutura de cristais não solúveis corpora agentes químicos expansores a compreendidos. A quarta geração do
de silicato de cálcio hidratado (C-S-H), base de sulfoaluminato de cálcio (CSA) ao PRAH (4G), adiciona propriedades anti-
etringita (C6ASH32) e carbonato de cálcio PRAH 2G, de modo a obter uma capacida- microbianas ao PRAH 3G, que através de
(CaCO3), profundamente nas fissuras e de aprimorada de autocicatrização “en- um mecanismo eletrofísico baseado em
porosidades do concreto, conforme Fi- genheirada” para fissuras com aberturas uma nova química de “organosilano”, o
gura 2. maiores que 0,3 mm e podendo chegar PRAH 4G se liga de forma molecular aos
A partícula cristalina de carbonato até 0,5 mm. SISOMPHON et al. relataram produtos de hidratação de cimento, e
mais porosa (PRAH 1G+) é impregnada que uma fissura com uma abertura de até rompe a membrana celular de bactérias
com uma solução de sais de flúor, fósforo 0,4 mm pode ser completamente selada aeróbicas (Escherichia coli e Staphylococ-
e magnésio. Com a presença de umida- dentro de 28 a 56 dias. Produtos de ci- cus aureus) e anaeróbicas (Thiobacilus
de, os sais de flúor difundem-se na matriz catrização no interior das fissuras foram novellus e Thiobacilus concretivorus), cuja
fissurada para formar íons fluoreto. Estes analisados usando microscópio eletrôni- eficácia pode ser comprovada através
íons reagem com produtos da hidratação co de varredura ambiental (ESEM) equi- da metodologia modificada ISO 22.196 “
C-S-H e CH e da carbonatação (CaCO3) pados com EDS. Os resultados da análi- Medição da atividade antibacteriana em
para formações amorfas mais estáveis, se química mostraram que os produtos plásticos e outras superfícies não poro-
análogas à apatita (CaF 2), resultando em de autocicatrização são compostos por sas”. A formação deste biofilme sobre o
uma matriz mais densa e mais resistente CaCO3, C-S-H e etringita. A proporção dos concreto autocicatrizante do PRAH 4G
à ácidos dentro de uma faixa de pH en- compostos minerais cicatrizados depen- antimicrobiano pode atuar como uma
tre 3 a 11, e cristais análogas à enstatita de da condição de exposição na cura e do camada protetora contra a deterioração
biológica [15]. Antes do encerramento
do comitê técnico 221-SHC “Fenômenos
de autocicatrização em materiais à base
de cimento”, foi criado em 2013, o comitê
técnico 253-MCI da RILEM “Interações en-
tre microorganismos e materiais à base
de cimento”, para preencher a lacuna do
conhecimento da interação das bactérias
com os concretos autocicatrizantes, e o
estudo da bioreceptividade dos biofilmes
formados sobre este tipo de concreto.
Os PRAHs 3G são disponíveis no mer-
cado brasileiro em duas versões: a ver-
são normal que é dosada a 2,0 % sobre
o peso de cimento (s.p.c.); e a versão
mais concentrada que é empregada
com a metade da dosagem, entre 0,8
a 1,0 % s.p.c. do traço do concreto. Os
PRAHs 4G são disponíveis somente na
versão concentrada que é empregada
FIG. 2 – MECANISMO QUELANTE DO PRAH 2G-DE CRISTALIZAÇÃO E DE DISPERSÃO QUE com a dosagem de 1,0 % s.p.c. do tra-
PROVOCA UM EFEITO DE DISSOLUÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DOS SUBPRODUTOS DA HIDRATAÇÃO ço do concreto. Os PRAHs 3G podem
DO CIMENTO PROFUNDAMENTE NAS FISSURAS E POROSIDADES DO CONCRETO
ser fornecidos em embalagens de sacos

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hidrossolúveis para facilitar e minimizar TABELA 1 – TRAÇO DO CAC (COMPOSIÇÃO EM KG/M3)
os riscos de erros na dosagem dos ca- INGREDIENTES QUANTIDADES NOTA
minhões-betoneira na usina ou no can-
Água 196 kg Relação a/c = 0.5
teiro de obra. Pigmentos fotocrômicos,
Cimento 392 kg CPIII / CPII-E / CPV
que mudam de cor de forma reversível
Aditivo cristalino (PRAH 3G) 10 kg (normal) 2.5% sobre o peso de cimento
quando expostos aos raios ultravioletas
Areia de quartzo 573 kg 70% do agregado miúdo
ou luz negra, podem ser adicionados ao
PRAH como uma forma de verificação e Areia artificial 246 kg 30% do agregado miúdo
validação do plano de concretagem na Pedrisco 9,5 mm 651 kg 70% do agregado graúdo
obra, de modo a ser visível à distância, Brita 1 25 mm 279 kg 30% do agregado graúdo
que a água de exsudação do concreto Superplastificante SP 2,4 ~ 3,2 kg 0,6 ~ 0,8% sobre o peso de cimento
aditivado com PRAH apresenta uma co- Superplastificante PCE 4,0 kg 1,0% sobre o peso de cimento
loração amarelo neon fluorescente. Pro- Modificador de viscosidade 2,0 kg 0,5% sobre o peso de cimento
cedimentos de controle de qualidade re- Fibra de vidro AR 0,9 kg Resistente à álcalis - 12 mm
comendados em obra para a aceitação
e conformidade do concreto autocicatri-
zante “engenheirado“ devem ser condu- espalhamento em torno de 700 mm para de 90% da carga de ruptura, para, em se-
zidos seguindo os requisitos técnicos da todas as misturas. guida, sobrecarregá-las até a ruptura con-
norma ABNT NBR 12.655: 2015. A inspeção visual de concreto fresco forme a Figura 1. As amostras restantes
não detectou qualquer segregação ou foram pré-carregadas com 90% da carga
5 – PROGRAMA exsudação em qualquer uma das mistu- de ruptura correspondente e foram, então,
ras durante os testes. Para cada uma das subsequentemente armazenadas em água
EXPERIMENTAL misturas de concreto, foram preparados saturada de cal a 23 ± 2 °C, durante um
Neste artigo, os ensaios realizados no corpos de prova cilíndricos de Ø100mm x período adicional de 28 dias e 56 dias. Nas
concreto autocicatrizante (CAC) endu- 200mm para os ensaios mecânicos. Para amostras aditivadas com o PRAH 3G, à me-
recido foram ensaios para determinar a os ensaios de permeabilidade, os corpos dida que o teor de EAF aumenta, houve um
recuperação mecânica com o ensaio de de prova cilíndricos foram serrados em aumento significativo nas propriedades
resistência à compressão axial (RCA), e a fatias com espessuras de 50mm, e as de recuperação mecânica e de redução
redução da permeabilidade com o ensaio duas fatias médias de cada amostra fo- da permeabilidade. Portanto, observa-se
de rápido de difusão ao cloreto (ERDC). ram utilizadas para os ensaios. também que as amostras com EAF ativa-
Amostras de concreto com e sem a adi- dos com PRAH 3G são menos afetadas pe-
ção do PRAH 3G foram ensaiadas, utili- 5.2 – Recuperação da los efeitos dos carregamentos mecânicos.
zando três tipos de cimentos comerciais propriedade mecânica
brasileiros: CPIII 40RS, CPII E40 e CPV ARI Os resultados do ensaio de RCA de cada 5.3 – Redução da permeabilidade
Plus, com teores distintos de EAF nas fai- uma das misturas foram determinados an- O ensaio de rápido de difusão ao clo-
xas de 55%, 34% e 0%, respectivamente. tes dos 28 dias e após o pré-carregamento reto (ERDC) permite a comparação da
Os corpos de prova dos ensaios foram
carregados na prensa aos 28 dias com
90% da carga de ruptura de compressão,
de modo a gerar uma rede de microfissu-
ras. As amostras fissuradas aos 28 dias
foram mergulhadas em água com cal
para ativar o mecanismo de cicatrização
por mais 56 dias.

5.1 – Dosagem, preparação


e moldagem do CAC
Seis traços de CAC foram preparados
com as composições resumidas na Tabe-
la 1, para todos os três tipos de cimen-
tos, com e sem a adição do PRAH 3G. O
consumo total de cimento e a relação
água/cimento (a/c) de 0,5 foram mantidos
constantes. Um aditivo superplastifican-
te (SP) foi adicionado para conseguir um
abatimento inicial de 80 mm; em seguida,
um segundo aditivo à base de policarbo-
FIG. 3 – COMPORTAMENTO DA RCA DEVIDO À FISSURAÇÃO E AO EFEITO CICATRIZANTE
xilato (PCE) foi adicionado para obter um

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INOVAÇÃO | CONCRETO AUTOCICATRIZ ANTE

adições de escórias de alto forno (EAF)


como o CPII-E (34%) e CPIII (55%).
Em ambientes alcalinos, nas amos-
tras aditivadas com o PRAH, à medida
que o teor de EAF aumenta, as espécies
de silicatos podem dissolver-se do EAF
para criar ácido silícico (H4SiO4), que
pode reagir com o CH dissolvido, cujo
resultado são cristais de C-S-H, provo-
cando um aumento significativo nas
propriedades de recuperação mecâ-
nica e de redução da permeabilidade.
Portanto, observa-se também que as
amostras com EAF ativados por PRAH
3G são menos afetadas pelos efeitos
dos carregamentos mecânicos.

7 – CONCLUSÕES
FIG. 4 – REDUÇÃO PERCENTUAL DA MIGRAÇÃO DE CLORETOS COMPARANDO OS 3 CIMENTOS Neste artigo, foi observada uma auto-
cicatrização mais evidente nas amostras
de cimento CPIII contendo o PRAH 3G e
resistividade do concreto das amostras 3,6% no CPII e em 7,8% no CPV. Estes indica uma maior autocicatrização nas
fissurada aos 28 dias com as amostras valores mostram que o efeito de autoci- amostras com cimento CPIII, CPV e CPII-
fissuradas e cicatrizadas por 56 dias catrização depende do tipo de materiais -E, respectivamente. O C-S-H produzido
para todas as misturas (Figura 2). Este de cimento utilizado, o teor de EAF e da durante a reação hidráulica latente do
valor, determinado em coulombs, está adição de PRAH 3G. Conclusões seme- CPIII e do CPII-E pode então cicatrizar
relacionado com a capacidade do con- lhantes também podem ser feitas para fissuras finas da mesma maneira que o
creto para resistir à penetração de íons o ERDC. No entanto, deve notar-se que, C-S-H produzido a partir da hidratação
cloreto através das amostras. A recupe- comparando os resultados entre as Tabe- de partículas não reagidas do cimen-
ração da propriedade de estanqueida- las 3 e 4, os efeitos de autocicatrização to CPV. Como a velocidade da reação
de indica uma maior cicatrização nas se tornam mais visíveis. A quantidade na hidráulica latente do CPIII e do CPII-E é
amostras com cimento CPIII, CPV e CPII- redução dos valores de TRPC foi de 52% função do pH, é substancialmente mais
-E, respectivamente. para 49% no CPV, de 38% para 37% no lenta que a hidratação contínua do ci-
CPIII e de 21% para 20% no CPII-E. mento não reagido do CPV. Portanto,
6 – RESULTADOS E O principal mecanismo da autocica- a autocicatrização do cimento CPV se
trização autógena de uma fissura é a torna mais evidente do que o CPII-E nas
DISCUSSÕES produção de cristais de silicato de cálcio idades ensaiadas neste artigo.
6.1 – Corpos de prova fissurados hidratado (C-S-H). Durante a hidratação O desempenho do PRAH com relação
e não cicatrizados do cimento, alguns grãos de cimento a recuperação mecânica, e a redução da
Os corpos de prova fissurados foram que contêm alita (C3S) e belita (C2S) não permeabilidade varia com o tipo de ci-
ensaiados imediatamente após o pré- reagem completamente, resultando em mento. Fabricantes recomendam a dosa-
-carregamento, e considera-se que não partículas com núcleos não hidratados, gem do PRAH concentrado em 1% s.p.c.
houve tempo de passar por qualquer envolvidos em materiais hidratados de independentemente do tipo de cimento,
cicatrização da fissura. Os resultados na C-S-H e de portlandita (CH). ou do tipo da adição mineral utilizado na
Tabela 3 mostram que, para as amostras Durante a fissuração, estas partículas dosagem do traço de concreto. Portan-
não cicatrizadas, a RCA e o ERDC foram encapsuladas são naturalmente expos- to, o estudo mais aprofundado entre a
influenciados pela adição do PRAH 3G e tas e começam a hidratar quando entram relação da dosagem do PRAH, o tipo de
pelo teor de EAF no cimento comercial em contato com a água, o que provoca cimento e o tipo de adição mineral seja
CPII (34%) e CPIII (55%). uma expansão volumétrica capaz de interessante para aumentar a durabilida-
preencher completamente microfissuras. de das estruturas de concreto, uma vez
6.2 – Efeitos da autocicatrização A hidratação contínua do cimento não que a vida útil das estruturas pode ser
O PRAH 3G influencia na melhora dos reagido é o mecanismo presente nos tra- estimada em décadas.
valores de RCA das amostras fissuradas ços com cimento CPV. A reação hidráulica O autor sugere as seguintes dosagens
e cicatrizadas em 5,9% no CPIII, 5,8% no latente também pode ser outro mecanis- de PRAH 3G ou 4G e o consumo mínimo
CPII e 3,7% no CPV comparados ao valor mo para fornecer um grau significativo de cimento, sendo que a Tabela 2 para
de 28 dias. No ensaio ERDC, os valores de capacidade de autocicatrização para obras enterradas expostas ao ataque por
foram reduzidos em 7,2% no CPIII, em os traços com cimento que contenham sulfatos, a Tabela 3 para obras expostas às

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Classes de Agressividade Ambiental (CAA) CAC com técnicas que garantam a durabi- contínua de água, a estruturas submeti-
e Tabela 4 para obras especiais, resultan- lidade em longo prazo das estruturas de das a danos mecânicos repetidos, e a ata-
do no desenvolvimento da engenharia do concreto quando submetidos à exposição ques químicos de sulfatos e ácidos.

TABELA 2 – CONCRETO ARMADO ESTRUTURAL DE OBRA ENTERRADA EXPOSTAS AO ATAQUE POR SULFATOS:
DOSAGEM DO ADITIVO CRISTALINO SOBRE O PESO DE CIMENTO (S.P.C.) E CONSUMO MÍNIMO DE CIMENTO NO TRAÇO

Tipo de concreto armado Dosagem Consumo mín. Mecanismo de Requisitos técnicos


estrutural enterrada do PRAH de cimento deterioração do concreto conferidos ao concreto

Fundação direta acima do 0,5 % (s.p.c) >300 kg/m3 b Ataque fraco de sulfato Proteção química à penetração
lençol freático (<0,10% SO 4) a do PRAH 3G CPIII ou CPII-E por difusão e capilaridade e ataques de sulfatos
Ataque fraco de Proteção química à penetração
Fundação e estaca abaixo do 0,8 % (s.p.c) >350 kg/m3 b
sulfato por difusão e e ataques de sulfatos e
lençol freático (<0,10% SO 4) a do PRAH 3G CPIII ou CPII-E
pressão hidrostática redução da permeabilidade
Ataque moderado de Proteção química à sulfatos, redução
Fundação e estaca abaixo do 1,0 % (s.p.c) >400 kg/m3 b
sulfato por difusão e da permeabilidade, e passivação
lençol freático (>0,10% SO 4) a do PRAH 3G CPIII ou CPII-E
pressão hidrostática de armaduras e autocicatrização
Ataque severo de sulfato Proteção química à sulfatos,
>400 kg/m3 b CPIII
Fundação e estaca abaixo do 1,0 % (s.p.c) por difusão e pressão passivação da armadura, redução
ou CPII-E
lençol freático (>0,20% SO 4) a do PRAH 4G hidrostática da permeabilidade, autocicatrização
+SA (>6%s.p.c.)
(H2S > 20 ppm) e ação antimicrobiana
a
Classificação fraca, moderada e severa conforme a % em massa de sulfato solúvel em água presente no solo de acordo com a tabela 4 da NBR
12.655:2015 “Concreto de cimento Portland – Preparo, controle, recebimento e aceitação – Procedimento”. 29 p. Para condições severas de agressi-
vidade, devem ser obrigatoriamente usados cimentos resistentes a sulfatos
b
Consumo mínimo de cimento conforme os anexos E.8, F.9, G.8, H.9, I.9, J.9, K.10, L.9 e M.9 da NBR 6122:2010 “Projeto e execução de fundações”, 91 p.

TABELA 3 – CONCRETO ARMADO ESTRUTURAL EXPOSTAS ÀS CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL (CAA):


DOSAGEM DO ADITIVO CRISTALINO SOBRE O PESO DE CIMENTO (S.P.C.) E CONSUMO MÍNIMO DE CIMENTO NO TRAÇO
Consumo
Tipo de concreto armado Dosagem Mecanismo de deterioração Requisitos técnicos
mín. de
estrutural enterrada do PRAH do concreto conferidos ao concreto
cimento
Concreto 20 MPa de obra >260 kg/
– – –
geral (superestrutura) CAA I m3 c
Ataque por sulfato por
Concreto 25 MPa de obra 0,5 % de >280 kg/ Proteção contra penetração e ataques
difusão e capilaridade
geral (superestrutura) CAA II PRAH 3G m3 c químicos e redução da permeabilidade
(carbonatação)
Concreto 30 MPa 0,8 % de Ataque moderado por Proteção contra penetração e ataques
>320 kg/
de obra geral PRAH 3G sulfato, cloreto por difusão e químicos, passivação da armadura
m3 c
(superestrutura) CAA III (>3 kg/m3) capilaridade (carbonatação) e redução da permeabilidade
Ataque intenso por sulfato,
Concreto 40 MPa de obra 1,0 % de Proteção química, passivação da
>360 kg/ cloreto por difusão e
industrial em área litorânea PRAH 3G ou armadura e redução da permeabilidade
m3 c capilaridade
(superestrutura) CAA IV (PRAH 4 G) e autocicatrização (antimicrobiana)
(biodegradação)
c
Consumo mínimo de cimento correspondente a Classe de Agressividade Ambiental (CAA) conforme a Tabela 2 da NBR 12.655:2015

TABELA 4 – CONCRETO ARMADO ESTRUTURAL DE OBRA ESPECIAIS:


DOSAGEM DO ADITIVO CRISTALINO SOBRE O PESO DE CIMENTO (S.P.C.) E CONSUMO MÍNIMO DE CIMENTO NO TRAÇO

Tipo de concreto armado Dosagem Consumo mín. Mecanismo de deterioração Requisitos técnicos
estrutural enterrada do PRAH de cimento do concreto conferidos ao concreto
Concreto 35 MPa de Ataque moderado por sulfato, Proteção contra penetração e ataques
1,0 % de
estrutura hidráulica: cisterna, >340 kg/m3 cloreto por difusão e pressão químicos, passivação da armadura
PRAH 3G
piscina, reservatório hidrostática (carbonatação) e redução da permeabilidade
>360 kg/
Concreto 40 MPa de Ataque intenso por sulfato, Proteção química, passivação
1,0 % de m3 + adição
infraestrutura de ponte, cloreto por difusão e pressão da armadura e redução da
PRAH 3G mineral
túnel e barragem hidrostática (carbonatação) permeabilidade e autocicatrização
(>6% s.p.c.)
Concreto de laje de >360 kg/m3 Ataque intenso por sulfato, Proteção química, passivação
1,0 % de
subpressão 40 MPa com CPIII + SA cloreto por difusão e pressão da armadura e redução da
PRAH 3G
acabamento polido (>6% s.p.c.) hidrostática (carbonatação) permeabilidade e autocicatrização
Corrosão induzida por Proteção química, passivação
Estrutura de saneamento >360 kg/m3
1,0 % de microorganismos (H2S > 20 da armadura, redução da
em contato com H2S (ácido CPIII + SA
PRAH 4G ppm), ataque por sulfatos permeabilidade, autocicatrização
sulfúrico biogênico) (>6% s.p.c.)
e pressão hidrostática e ação antimicrobiana

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