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3/10/2020

Universidade do Estado do Rio de Janeiro


Curso: Engenharia Civil

ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO I

Profa. Shirley Souza


(shirley.souza@uerj.br)

BIBLIOGRAFIA

• Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto


Armado. R. C. Carvalho & J. R. Figueiredo Filho;

• Curso de concreto Armado. José Milton de Araújo;

• Construções de concreto. Leonhardt e Monning

• Lajes em Concreto Armado e Protendido, V. C. M. de Souza &


A. J. P. da Cunha;

• NBR6118/2014 – Projeto de Estruturas de Concreto.


Procedimento.

• NBR6120/2019 – Ações para o Cálculo de Estruturas de


Edificações. Procedimento.

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1. INTRODUÇÃO
• Componentes do concreto: cimento Portland, agregado miúdo, agregado
graúdo e água.
•Concreto teve sua larga utilização a partir de 1824 com a patente do
cimento Portland por Joseph Aspdin, na Inglaterra.
• Primeiros concretos: resistência à compressão máxima de 10 MPa.
•Avanços na tecnologia da dosagem do concreto e adição de outros materiais
(aditivos, fibras...): resistência à compressão superior a 200 MPa.

1. INTRODUÇÃO
• Concreto tem boa resistência à compressão
• Mas baixa resistência à tração.
• Viga de concreto ensaiada à flexão – ruptura brusca em baixos níveis de carregamento e
fissuração.

• Utilização de armadura na região tracionada – concreto armado.

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1. INTRODUÇÃO
• Principais vantagens do concreto:
✓ Alta resistência à compressão, a qual é crescente ao longo do tempo;
✓ Possibilidade de moldagem de peças nas mais diversas formas (devido à baixa
consistência de lançamento);
✓ Apresenta boa resistência a choques, vibrações e altas temperaturas;
✓ Facilidade e rapidez na construção, quando do uso de peças pré-moldadas;
✓ Durabilidade elevada. Os custos de manutenção das estruturas de concreto são
baixos, se atendidos os requisitos das normas técnicas pertinentes.

• Principais desvantagens do concreto:


✓ Elevado peso próprio;
✓ Fissuração inerente à baixa resistência à tração;
✓ Baixa resistência à tração (ft = 1/10 fc);
✓ Elevado consumo de formas para moldagem, aumentando os custos.

1. INTRODUÇÃO
• Normas para projeto:
A grande utilização do concreto armado levou à padronização dos processos de
cálculo, execução e materiais. Assim, foram elaboradas normas técnicas visando
estabelecer níveis de segurança estrutural e simplificações de cálculo.
As primeiras normas e instruções técnicas foram elaboradas na Alamenha
(1904), França (1906) e Suíça (1909).

No Brasil, os órgãos responsáveis são: ABNT e INMETRO.


A primeira norma brasileira aprovada pela ABNT em 1940 (Cálculo e
execução de obras de concreto armado).
Atualmente NBR 6118:2014 Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento.
Algumas normas internacionais que podem complementar a norma brasileira são:
▪FIB Model Code for Concrete Structures 2010 (MC2010)
▪Building Code Requirements for Structural Concrete (ACI 318-14)
▪Design of concrete structures – Eurocode 2 (EC2).

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.1 Elementos Componentes da Estrutura
Estrutura é o conjunto de partes resistentes de uma edificação. Essas partes ou
elementos estruturais são classificados de acordo com sua forma geométrica e
função estrutural.
Com relação à sua forma geométrica: • elementos lineares: aqueles em
que o comprimento longitudinal
(item 14.4.1 da norma) supera em pelo menos três vezes
a maior dimensão da seção
transversal;

• elementos de superfície: são


elementos em que uma dimensão
(espessura) é relativamente
pequena em face das demais;

• elementos tridimensionais (ou


elementos de volume): quando a
peça tem os três comprimentos
da mesma ordem de grandeza.

2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.1 Elementos Componentes da Estrutura
▪ Lajes: São placas planas que servem de
piso para as edificações. Podem suportar
Com relação à sua função estrutural: cargas verticais ou horizontais e podem ser
maciças, nervuradas, planas, mistas, etc.
(item 14.4.1 da norma)
▪ Vigas: São elementos estruturais que dão
sustentação às lajes, transferindo os
esforços para os pilares.

▪ Pilares: São os elementos estruturais que


suportam as cargas das vigas, lajes, ventos,
transferindo-as as fundações.

▪ Fundações: Recebem todo o carregamento


do edifício e podem ser blocos sobre
estacas, sapatas isoladas ou associadas,
laje radier, tubulões, etc.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto
Na engenharia estrutural existem basicamente duas fases: a fase de concepção
do projeto, e a fase do desenvolvimento propriamente dito. O objetivo principal
é obter soluções adequadas, simples e econômicas para o problema proposto.
• Estética: buscar esconder ao máximo a
estrutura nas paredes, por exemplo;
• Economia: minimizar os custos com a
estrutura por meio de sua uniformização
(padronização de dimensões, repetição de
❑ Lançamento Estrutural: consiste vãos de vigas e lajes);
em escolher um sistema
estrutural que constitua a parte • Funcionalidade: posicionar o elemento de
resistente do edifício. maneira que não cause problemas quanto ao
uso do espaço.
• Estabilidade global e local dos elementos
estruturais: ao se lançar a estrutura, deve-
se procurar estabelecer uma estrutura
responsável por resistir aos esforços
horizontais atuantes na estrutura.

2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto
• Localização dos pilares;
❑ Lançamento Estrutural: consiste • Pilares alinhados (pórticos);
em escolher um sistema • Posicionamento das vigas (situação das
estrutural que constitua a parte paredes principais);
resistente do edifício.
• Lajes (posicionamento condicionado pelo
arranjo das vigas);

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto

❑ Pré-dimensionamento: análise simplificada em seções críticas, para que se tenha idéia


das ordens de grandeza envolvidas.

❑ Modelo geométrico: parte do modelo que engloba o sistema estrutural, as


vinculações, as características geométricas dos elementos e também o carregamento
aplicado.

• modelo clássico de viga contínua


Modelo de cálculo • modelo de grelha de vigas e lajes
para cargas verticais
• modelo de pórtico espacial

Modelo de cálculo para • modelo de pórtico plano


cargas horizontais
• modelo de pórtico espacial

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto
❑ Modelo geométrico para cargas verticais

• modelo de viga contínua (item 14.6.6.1 da norma)

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto
❑ Modelo geométrico para cargas verticais
Elementos Finitos
• modelo de grelha
Analogia de grelha

É possível analisar o efeito da continuidade das lajes e o


comportamento conjunto de todas as lajes e vigas de um
pavimento.

• modelo de pórtico espacial

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto
❑ Modelo geométrico para cargas horizontais

As estruturas dos edifícios podem ser mais ou menos sensíveis à ação de cargas
horizontais, como empuxos e, principalmente, ao vento, dependendo da sua esbeltez ou
da disposição e geometria de pilares e vigas.

• Modelo de pórtico plano: Este modelo


pode ser usado quando existe simetria da
edificação na direção considerada.

• Modelo de pórtico espacial

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto

❑ Análise da estrutura: O objetivo da análise • Análise elástica linear


estrutural é determinar os efeitos das ações • Análise plástica
em uma estrutura relativos a capacidade
resistente de seus elementos componentes. • Análise não linear

• Leis constitutivas adotadas para os materiais


Fatores que interferem
na análise da estrutura • Precisão desejada para os resultados
• Complexidade da estrutura

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto

❑ Análise da estrutura

• Análise elástica linear (item 14.5.2)


Premissa básica: comportamento elástico linear admitido para os
materiais.

• Análise global: seção bruta


Análise elástica linear • Análise local: seção fissurada
• Módulo de elasticidade secante do concreto Ecs

Os esforços solicitantes podem servir de base para o dimensionamento de


elementos estruturais, desde que garantida uma ductilidade mínima

• Análise elástica linear com redistribuição: Na análise linear com redistribuição,


os efeitos das ações, determinados em uma análise elástica linear, são
redistribuídos.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto

❑ Análise da estrutura
• Análise plástica (item 14.5.4)
A análise estrutural é denominada plástica quando as
não linearidades puderem ser consideradas,
admitindo-se materiais de comportamento rígido-
plástico ou elasto-plástico perfeito. Análise para
verificação no ELU.

Estruturas reticuladas Teoria das Rótulas Plásticas


Lajes Teoria das Charneiras Plásticas ou Teoria das Linhas de Ruptura

Não deve ser adotada:


• Quando se consideram os efeitos de 2ª ordem global (estruturas de nós móveis).
• Quando não houver ductilidade suficiente para que as configurações
adotadas sejam atingidas.
• Para verificações de estados limites de serviço.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto

❑ Análise da estrutura
Na análise não linear, considera-se o comportamento não
• Análise não linear
linear dos materiais. Toda a geometria da estrutura, bem
como todas as suas armaduras, precisam ser conhecidas
para que a análise não linear seja efetuada.
Geralmente é realizada por programas computacionais que utilizam métodos numéricos
como, por exemplo, o Método dos Elementos Finitos.

Efeitos não lineares nas • Não-linearidade física


estruturas • Não-linearidade geométrica

• Não-linearidade física • Não-linearidade geométrica

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.2 Concepção do projeto

De acordo com a NBR 6118:2014 (item 16.1), após a análise estrutural, o projeto
envolve três etapas: dimensionamento, verificação e detalhamento da estrutura,
envolvendo muitas vezes programas computacionais.

❑ Memorial de cálculo, desenhos e especificações: Ao final de um projeto estrutural,


deve-se ter o memorial de cálculo, que é um documento de auxílio, contendo os
critérios de projeto, descrição da concepção, do cálculo e do detalhamento; e os
desenhos gerados, com informações e especificações completas, claras, em escalas
apropriadas e de acordo com as exigências estabelecidas pela norma brasileira.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


❑ Memorial de cálculo, desenhos e especificações

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


❑ Memorial de cálculo, desenhos e especificações

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.3 Requisitos de qualidade: Segurança e durabilidade

• Capacidade resistente (segurança à ruptura);


❑ Segurança:
• Desempenho em serviço

❑ Durabilidade: Consiste na capacidade da estrutura resistir às influências


ambientais previstas no projeto, se mantendo em bom estado de conservação
sem necessidade de reparos de alto custo ao longo de sua vida útil.

O projeto estrutural deve ser feito de forma a atender aos três requisitos, bem como
considerar as condições arquitetônicas, funcionais, construtivas, de integração com os
demais projetos (elétrico, hidráulico, ar-condicionado e outros), e exigências
particulares, como resistência a explosões, ao impacto, aos sismos, ou ainda relativas à
estanqueidade e ao isolamento térmico ou acústico.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.4 Segurança estrutural
Na engenharia estrutural, uma estrutura é considerada segura quando mantém durante
sua vida útil as características originais de projeto, a um custo razoável de manutenção;
quando em condições normais de utilização, não apresenta aparência que cause
inquietação aos usuários; e quando sob utilização indevida, apresente sinais visíveis de
aviso de estados de perigo, como deslocamentos e fissuras.

Essas condições são definidas pelos Estados-limites, que se apresentam em dois grupos:
Estados-Limites Últimos (item 10.3 da norma) e Estados-Limites de Serviço (item 10.4 da
norma).
❑ Estados-Limites Últimos (ELU): são aqueles relacionados ao colapso, ou a qualquer outra
forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura.
A estrutura deve suportar as ações as quais foi submetida durante sua vida útil, sem a
ocorrência de ruptura ou perda de estabilidade.
▪ Perda de Equilíbrio
▪ Esgotamento da capacidade resistente da estrutura
“Em relação aos ELU, além de se garantir a segurança adequada, isto é, uma probabilidade
suficientemente pequena de ruína, é necessário garantir uma boa ductilidade, de forma que
uma eventual ruína ocorra de forma “avisada”, alertando os usuários.”

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


❑ Estados-Limites de Serviço (ELS): são aqueles relacionados à durabilidade das estruturas,
aparência, conforto do usuário e da boa utilização funcional da mesma.

A segurança também está relacionada ao bom desempenho em serviço da estrutura (ELS),


que deve, em condições normais de utilização, não transmitir ao usuário qualquer tipo de
desconforto.
▪ Estado-limite de deformação excessiva (ELS-DEF): Este estado é alcançado quando as
deformações (flechas) atingem os limites estabelecidos para a utilização normal, dados
em 13.3 da norma. O cuidado que o projetista estrutural deve ter é de limitar as flechas a
valores aceitáveis, que não prejudiquem a estética e nem causem insegurança aos
usuários.
▪ Estado-limite de formação de fissuras (ELS-F): Admite-se que este Estado Limite é
atingido quando a tensão de tração máxima na seção transversal for igual a resistência
do concreto à tração.
▪ Estado-limite de abertura de fissuras (ELS-W): Este estado é alcançado quando as
fissuras têm aberturas iguais aos valores máximos especificados pela norma no item
13.4.2. As estruturas de Concreto Armado trabalham fissuradas, porque essa é uma de
suas características básicas, porém, no projeto estrutural as fissuras devem ter aberturas
pequenas, não prejudiciais à estética e à durabilidade.
▪ Estado-Limite de vibrações excessivas (ELS-VE)

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.5 Ações e solicitações
As ações são definidas como causas capazes de provocar esforços (solicitações) ou
deformações nas estruturas.

Peso próprio da estrutura


(item 11.3) Diretas Peso dos elementos da construção
Permanentes: pequena Empuxo de terra e de líquido
variação durante toda a
vida da construção Deformações impostas :Retração e fluência
deslocamentos de apoio
Indiretas
imperfeições geométricas
Protensão

Cargas acidentais (cargas verticais (NBR 6120),


(item 11.4) cargas móveis, impacto lateral, força longitudinal de
Diretas frenagem ou aceleração e força centrífuga) previstas
Ações para o uso da construção, pela ação do vento e da
Variáveis água

Variações de temperatura
Indiretas
Ações dinâmicas

Explosões
Excepcionais: curta duração e
baixa probabilidade de Choques
ocorrência Sismos

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.5 Ações e solicitações

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.6 Coeficientes de ponderação e combinação das ações
Numa análise estrutural de dimensionamento, visando a segurança final,
costuma-se majorar as ações e solicitações características, resultando em valores
de cálculo.

Motivos: imprecisão na avaliação das ações e carregamentos, hipóteses aproximadas


dos métodos de cálculo e imperfeições geométricas na execução da estrutura.

f é desdobrado em três coeficientes parciais, classificados em função dos diferentes tipos de


estruturas e de materiais de construção considerados.

f1: considera a variabilidade das ações

f2: considera a simultaneidade das ações

f3: considera os possíveis erros de avaliação dos efeitos das ações

❑ Combinações das ações • Combinações últimas


• Combinações de serviço

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.6 Coeficientes de ponderação e combinação das ações
▪ No ELU ( ) - As combinações últimas podem ser classificadas como:

➢ normais: aparecem as ações permanentes e a ação variável principal.


➢ especiais ou de construção: aparecem as ações permanentes e a ação variável especial.
➢ excepcionais: aparecem as ações permanentes e a ação variável excepcional, quando existir.
Nesse caso se enquadram, entre outras, sismo e incêndio.

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2.6 Coeficientes de ponderação e combinação das ações
▪ No ELS ( ) - As combinações de serviço podem ser classificadas como:
➢ quase-permanentes ( ) – podem atuar durante grande parte do período de vida da
estrutura, e são mais utilizadas na verificação do estado limite de deformações excessivas.
➢ frequentes ( ) – se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura, e
são mais utilizadas na verificação dos estados limites de compressão excessiva, abertura de
fissuras e vibrações excessivas.
➢ raras ( ) – podem atuar no máximo algumas vezes durante o período de vida da
estrutura, e são mais utilizadas na verificação dos estados limites de formação de fissuras.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.7 Durabilidade

✓ Exigências de durabilidade
Uma estrutura projetada de acordo com norma tem uma vida útil esperada, desde que
mantidas as condições ambientais consideradas em projeto.

✓ Vida útil de projeto


Período de tempo durante o qual se mantém as características da estrutura de
concreto.

Cooperação de
todos os envolvidos
nos processos

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.7 Durabilidade
✓ Agressividade do ambiente
Item 6.4: “A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e
químicas que atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações
mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras
previstas no dimensionamento das estruturas.”
Classificação geral do tipo de ambiente Risco de deterioração
Classe de agressividade ambiente Agressividade
para efeito de projeto da estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana1), 2) Pequeno
Marinha1)
III Forte Grande
Industrial1), 2)
Industrial1), 3)
IV Muito Forte Elevado
Respingos de Maré
1) Pode-se admitir um micro clima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes internos secos (salas,
dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto
revestido com argamassa e pintura).
2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras de regiões de clima seco, com umidade relativa do

ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove
raramente.
3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns

de fertilizantes, indústrias químicas.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.7 Durabilidade
✓ Espessura e qualidade da camada de cobrimento do concreto
O cobrimento da armadura é uma ação isolante ou de barreira, sendo exercida pelo concreto
interpondo-se entre o meio corrosivo e a armadura. É a espessura da camada de concreto
responsável pela proteção da armadura em um elemento. Essa camada inicia-se a partir da face
mais externa da barra de aço e se estende até a superfície externa do elemento em contato com
o meio ambiente.
Cobrimento nominal (Cnom) é o cobrimento a ser especificado em projeto que incorpora a
tolerância (c), assumida pela execução da obra.
Cnom  barra (armadura
c = 5 mm, para obras com passiva)
controle rigoroso de qualidade.
dmáx  1,2 Cnom
c = 10 mm, para as demais
obras.

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2. FUNDAMENTOS DO PROJETO ESTRUTURAL


2.7 Durabilidade
✓ Espessura e qualidade da camada de cobrimento do concreto
“... a durabilidade das estruturas é altamente dependente das características do concreto e da
espessura e qualidade do concreto do cobrimento da armadura.” (NBR 6118/14, item 7.4).
Para edificações, deverão ser seguidas recomendações para a escolha da espessura da camada de
cobrimento da armadura de acordo com a Tabela 7.2 da NBR 6118 a serem exigidos para diferentes
tipos de elementos estruturais, visando a garantir um grau adequado de durabilidade para a
estrutura e a qualidade fornecida pela relação água/cimento mostrada na Tabela 7.1 da norma.

Classe de Agressividade
Tipo de Estrutura Elemento I II III IV 3)
Cobrimento Nominal (mm)
Concreto Armado Laje 2) 20 25 35 45
Viga/Pilar 25 30 40 50
Concreto Protendido 1)
Todos 30 35 45 55

Classe de agressividade ambiental (CAA)


Concreto
I II III IV
Relação
água/cimento ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45
em massa
Classe de concreto
≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40
(NBR 8953)

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