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2016
M. A. Marino (marino@ufpr.br)
R. Dalledone M. (rdm@ufpr.br)
1
1-1
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tc037
concreto
comprimido
A A
armadura
comprimida
armadura
comprimida
Corte AA
1.2 Histórico
É atribuída ao francês Lambot a primeira construção de concreto armado: um barco que foi
construído em 1855. Outro francês, Coignet, publicou em 1861 o primeiro trabalho descrevendo
aplicações e uso do concreto armado1.
1 Para melhor conhecimento da história do concreto armado, ver O CONCRETO NO BRASIL, Vol. 1, A. C.
Vasconcelos, edição patrocinada por Camargo Corrêa S.A., 1985.
2 Como apresentados na ABNT NBR 6118 - 3.
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antecedência em relação ao início da obra. O controle tecnológico deve ser feito de acordo com a
ABNT NBR 12654.
A ABNT NBR 6118 é aplicada a concretos compreendidos nas classes de resistência dos
grupos I e II da ABNT NBR 8953, até a classe C90. A classe C20, ou superior, se aplica ao
concreto com armadura passiva5 e a classe C25, ou superior, ao concreto com armadura ativa6. A
classe C157 pode ser usada apenas em obras provisórias ou concreto sem fins estruturais,
conforme ABNT NBR 8953 (ABNT NBR 6118 - 8.2.1).
1.5.2 Massa específica
A ABNT NBR 6118 se aplica aos concretos de massa específica normal, que são aqueles
que, depois de secos em estufa, têm massa específica (c) compreendida entre 2 000 kg/m3 e
2 800 kg/m3. Se a massa específica real não for conhecida, para efeito de cálculo, pode-se adotar
para o concreto simples o valor 2 400 kg/m3 e para o concreto armado, 2 500 kg/m3
(ABNT NBR 6118 - 8.2.2).
1.5.3 Coeficiente de dilatação térmica
Para efeito de análise estrutural, o coeficiente de dilatação térmica pode ser admitido como
sendo igual a 10-5/ºC (ABNT NBR 6118 - 8.2.3).
valores
fctk,inf 0,7 fct,m 0,21 3 fck
2
Equação 1.1
em MPa
fctk,sup 1,3 fct,m 0,39 3 fck2
Sendo fckj 7MPa, estas expressões podem também ser usadas para idades diferentes de
28 dias.
O fctk,sup é usado para a determinação de armaduras mínimas. O fctk,inf é usado nas análises
estruturais.
1.5.6 Módulo de elasticidade
O módulo de elasticidade (Eci) deve ser obtido segundo ensaio estabelecido na
ABNT NBR 8522, sendo considerado nesta Norma o módulo de deformação tangente inicial,
obtido aos 28 dias de idade. Quando não forem realizados ensaios, pode-se estimar o valor do
módulo de elasticidade inicial usando as expressões a seguir (ABNT NBR 6118 - 8.2.8).
- para fck de 20 MPa a 50 MPa:
E ci E 5 600 fck valores em MPa Equação 1.3
sendo:
E = 1,2 para basalto e diabásio
E = 1,0 para granito e gnaisse
E = 0,9 para calcário
E = 0,7 para arenito
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O módulo de deformação secante (Ecs) pode ser obtido segundo método de ensaio
estabelecido na ABNT NBR 8522, ou estimado pela expressão:
fck
0,8 0,2 E ci
80
E cs min valores em MPa Equação 1.5
E ci
onde:
Eci(t) é a estimativa do módulo de elasticidade do concreto em uma idade entre 7 dias
e 28 dias;
fc(t) é a resistência à compressão do concreto na idade em que se pretende estimar
o módulo de elasticidade;
fc é a resistência à compressão do concreto na idade de 28 dias, na mesma
unidade de fc(t); e
Eci é o módulo de elasticidade do concreto na idade de 28 dias.
1.5.7 Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal
Para tensões de compressão menores que 0,5 fc e tensões de tração menores que fct, o
coeficiente de Poisson pode ser tomado como igual a 0,2 e o módulo de elasticidade transversal
Gc igual a Ecs/2,4 (ABNT NBR 6118 - 8.2.9).
1.5.8 Diagrama tensão-deformação - compressão
1.5.8.1 Tensões de compressão menores que 0,5 fc
Para tensões de compressão menores que 0,5 fc, a ABNT NBR 6118 - 8.2.10, admite uma
relação linear entre tensões e deformações, adotando-se para módulo de elasticidade o valor
secante como apresentado em 1.5.6, página 1-4.
1.5.8.2 Concretos de diferentes dosagens
Uma característica do concreto é não apresentar, para diferentes dosagens, um mesmo tipo
de diagrama tensão-deformação. Os concretos mais resistentes têm um "pico" de resistência em
torno da deformação 2‰. Já os concretos menos resistentes apresentam um "patamar" de
resistência que se inicia entre as deformações 1‰ e 2‰ Observa-se, também, que os concretos
mais resistentes apresentam deformações de ruptura inferiores às dos concretos menos
resistentes (Figura 1.3).
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c
c
1‰ 2‰ 3‰ 4‰
Figura 1.3 - Diagramas tensão-deformação
de concretos diversos
1.5.8.3 Efeito Rüsch
Outra característica do concreto é apresentar diferentes diagramas tensão-deformação para
ensaios de corpos-de-prova com diferentes velocidades de carregamento, como mostrado na
Figura 1.4. Para durações
c/fc maiores de tempo de
1,0 limite de ruptura carregamento, a tensão de
1 2 ruptura (c) tende para valores
duração do próximos de 80% da resistência
3 A B obtida com carregamento de
carregamento:
0,8 4
1 2 minutos curta duração (fc). Esta
C D característica do concreto é
2 20 minutos
fluência conhecida como efeito Rüsch.
3 100 minutos
4 3 dias
limite de fluência
c
8‰
c
0,85 fcd
c
n
c 0,85fcd 1 1
c 2
c
c2 cu
Figura 1.5 - Diagrama tensão-deformação da ABNT NBR 6118 -
ELU
Os valores de n, c2 e cu correspondem a:
- para concretos de classes até C50:
n2
c 2 2,0‰
cu 3,5‰
- para concretos de classes C55 até C90:
90 fck
4
n 1,4 23,4
100
90 - fck
4
cu 2,6‰ 35‰
100
A Tabela 1.2 apresenta os valores de n, c2 e cu para diferentes classes de concreto. Pode
ser observado que os concretos do grupo II (C55 a C90) têm seus patamares (cu - c2) diminuídos
à medida que aumenta a classe, chegando ao limite da inexistência deste patamar para o C90
(cu - c2 = 2,6‰ -2,6‰ = 0‰).
Classe 20 25 30 35 40 45 50 55 60 70 80 90
n 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 1,75 1,59 1,44 1,40 1,40
c2 (‰) 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 2,20 2,29 2,42 2,52 2,60
cu (‰) 3,50 3,50 3,50 3,50 3,50 3,50 3,50 3,13 2,88 2,66 2,60 2,60
Tabela 1.2 - Valores de n, c2 e cu para diferentes classes de concreto
A Figura 1.6 mostra diagramas tensão-deformação idealizados para alguns concretos dos
grupos I e II da ABNT NBR 8953. Observar que o
c C90 diagrama do concreto classe C90 não apresenta patamar.
C50
C20
c
1‰ 2‰ 3‰ 4‰
Figura 1.6 - Diagramas idealizados
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fctk
0,9 fctk
Eci
ct
0,15‰
recuperação
deformação 0
c
elástica recuperação da c
fluência
fluência -
cc(t,t0)
deformação elástica
0
inicial - c(t0) t
t0 c(t0) =
t0 t
c
t cc(t,t0) =
carga sem carga 0
cs(t,t0) = s
t
Figura 1.9 - Retração do concreto
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c ( t )
c ( t 0 )
1 (t, t 0 ) cs ( t, t 0 ) Equação 1.8
Eci ( t 0 )
onde:
c(t) é a deformação (encurtamento) específica total do concreto no instante t;
c(t0) é a deformação específica imediata (t0) do concreto devida ao carregamento;
cc(t,t0) é a deformação específica do concreto devida à fluência no intervalo de tempo t - t0;
cs(t,t0) é a deformação específica do concreto devida à retração no intervalo de tempo t - t0;
c(t0) é a tensão atuante no concreto no instante (t0) da aplicação da carga permanente
(negativa para compressão);
Eci(t0) é o módulo de elasticidade (deformação) inicial no instante t0; e
(t,t0) é o coeficiente de fluência correspondente ao intervalo de tempo t - t0.
Espessura fictícia
20 60 20 60 20 60 20 60
2(Ac/u) (cm)
Barras
Diâmetro Massa Área da
Perímetro
Nominal Nominal12 Seção
(cm)
(mm) (kg/m) (cm2)
5 0,154 0,196 1,57
6,3 0,245 0,312 1,98
8 0,395 0,503 2,51
10 0,617 0,785 3,14
12,5 0,963 1,227 3,93
16 1,578 2,011 5,03
20 2,466 3,142 6,28
22 2,984 3,801 6,91
25 3,853 4,909 7,85
32 6,313 8,042 10,05
40 9,865 12,566 12,57
Tabela 1.7 - Características das barras de aço para concreto armado
12 A densidade linear de massa, em kg/m, é obtida pelo produto da área da seção nominal em m2 por 7 850 kg/m3.
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Fios
Diâmetro Massa Área da
Perímetro
Nominal Nominal Seção
(cm)
(mm) (kg/m) (cm2)
2,4 0,036 0,045 0,75
3,4 0,071 0,091 1,07
3,8 0,089 0,113 1,19
4,2 0,109 0,139 1,32
4,6 0,130 0,166 1,45
5,0 0,154 0,196 1,57
5,5 0,187 0,238 1,73
6,0 0,222 0,283 1,88
6,4 0,253 0,322 2,01
7,0 0,302 0,385 2,22
8,0 0,395 0,503 2,51
9,5 0,558 0,709 2,98
10,0 0,617 0,785 3,14
Tabela 1.8 - Características dos fios de aço para concreto armado
1.8 Simbologia14
A simbologia adotada na ABNT NBR 6118, no que se refere a estruturas de concreto, é
constituída por símbolos-base (mesmo tamanho e no mesmo nível do texto corrente) e símbolos
subscritos. Os símbolos-base, utilizados com mais freqüência, encontram-se estabelecidos em
1.8.1 e os símbolos subscritos em 1.8.2 (página 1-16).
As grandezas representadas pólos símbolos devem sempre ser expressas em
unidades do Sistema Internacional (SI) (ABNT NBR 6118 - 4.1).
1.8.1 Símbolos base
1.8.1.1 Letras minúsculas
a distância ou dimensão
menor dimensão de um retângulo
deslocamento máximo (flecha)
b largura
dimensão ou distância paralela à largura
menor dimensão de um retângulo
sup superior
t tração
transversal
tot total
u último
ruptura
v vertical
viga
vig viga
w alma
transversal
x direção ortogonal
y direção ortogonal
escoamento do aço
1.8.2.2 Letras maiúsculas
R resistências
S solicitações
1.8.3 Números
0 início
instante de aplicação de carga
28 aos 28 dias
1.10 Exercícios
Ex. 1.1: Complete o quadro abaixo. Considerar brita proveniente de rocha basáltica.
fck fctk,inf fctk,sup Eci Ecs
Concreto
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
C30
C60
C90
1-19
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c c (MPa) fcd
fck
0,00‰ 1,4
0,25‰
0,50‰
0,75‰
1,00‰
1,25‰
1,50‰
1,75‰
2,0‰
c2
cu
s f yk
s f yd
(MPa) 1,15
0,0‰
f yd
yd yd
Es
10,0‰