ARA0997

ARA0997
Pavimentos de Edifícios em Concreto Armado
Tema 01
Aula 02
Profᵃ Vanessa Silva

Doutora em Engenharia Civil
Estruturas
ARA0997 Pavimentos de Edifícios em Concreto Armado
Tema 01: Estruturas de Concreto Armado
AULA 01

1.1 Os sistemas e os elementos estruturais em concreto armado;
1.2 As propriedades e características do concreto endurecido e do aço;
AULA 02
1.3 Os métodos de dimensionamento de estruturas para os estados limites último e de
serviço;
1.4 As ponderações e as combinações a serem utilizadas no dimensionamento das
estruturas.
2
AULA 02
OBJETIVOS:

a) Interpretar os métodos de dimensionamento de estruturas para os Estados Limites
Último e de Serviço;
b) Classificar as ponderações e as combinações a serem utilizadas no dimensionamento das
estruturas.
3
O Estado Limite define as condições para quais uma estrutura deixa de cumprir a sua
função determinada, ou não satisfaz mais as condições de segurança admitidas na sua
concepção.

A segurança estrutural é obtida com a introdução dos coeficientes de ponderação. Tem-
se coeficientes de segurança para cada tipo de ação e tem-se coeficientes de segurança para
as resistências de diversos materiais.
A estrutura será segura quando as solicitações de cálculo forem iguais ou menores às
resistidas no estado limite considerado.
No Método dos Estados Limites as resistências dos materiais e as ações são
consideradas variáveis aleatórias.
É um método semiprobabilístico, pois alguns dados ainda são determinísticos, como a
resistência do material em diferentes pontos da estrutura.
4
Edifício Palace II – Rio de Janeiro, RJ
O primeiro desmoronamento ocorreu às 3 horas

do dia 22 de fevereiro de 1998, quando os pilares 1 e

2 do edifício, onde havia 44 apartamentos,
desabaram. Oito pessoas morreram como resultado
do incidente. Em 24 de fevereiro, a prefeitura
anunciou que a implosão do edifício ocorreria dentro
de 5 dias.
O segundo desmoronamento ocorreu pouco
antes das 13 horas do dia 27 de fevereiro de 1998. 30
minutos antes do desmoronamento, o laudo técnico
recomendava que os moradores voltassem ao
edifício para recuperar seus bens, quando uma
inexplicável coluna d'água irrompe da cobertura do
23° andar com toneladas de água.
5
Edifício Palace II – Rio de Janeiro, RJ
Não foi assentado se havia ou não uma piscina nessa laje, no entanto, assume-se que
uma caixa d'água teria sido drenada por razões de segurança antes do ingresso de técnicos

na instalação dos explosivos para a implosão.
Outra explicação para esse segundo desabamento é que os técnicos da implosão,
preocupados em não incomodar os vizinhos, teriam pré-instalado uma grande quantidade de
água na laje das coberturas para que na hora da implosão liberasse o mínimo de material
particulado na atmosfera. Essa providência teria sobrecarregado o limite de resistência da
estrutura fazendo parte dela ruir antes mesmo da implosão, mas essa possibilidade foi logo
descartada.
22 apartamentos foram destruídos nessa segunda queda.
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Edifício Palace II
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Rio de Janeiro, RJ - Brasil
Desabamento edifício múltiplos andares em fevereiro 1998.
Shopping Osasco
Osasco, SP - Brasil
Desabamento laje estacionamento em março 2023.
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Estados Limites – ABNT NBR 6118

ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO
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Estados Limites Últimos ELU – ABNT NBR 8681

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Estados Limites Últimos ELU – ABNT NBR 6118

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Estado Limite Último

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Estados Limites de Serviço ELS – ABNT NBR 8681

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Estados Limites de Serviço ELS – ABNT NBR 6118

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Estado Limite de Serviço

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Estado Limite de Serviço

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Estados Limites – Quais Limites???

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Método dos Estados Limites – Estruturas de Concreto
No projeto das estruturas de concreto armado e protendido o dimensionamento dos

diferentes elementos estruturais é feito no chamado “Estado Limite Último” (ruína), onde

os elementos estruturais são dimensionados como se estivessem prestes a romper, pelo
menos teoricamente.
No entanto, para evitar que a ruptura ocorra, todas as estruturas são projetadas com
uma margem de segurança, isto é, uma folga de resistência relativamente aos carregamentos
aplicados na estrutura, de tal forma que, para ocorrer a ruptura a estrutura teria que estar
submetida a carregamentos bem superiores para os quais foi projetada.
A margem de segurança no dimensionamento dos elementos estruturais ocorre com a
introdução de coeficientes numéricos chamados “coeficientes de ponderação” ou
“coeficientes de segurança”, que farão com que, em serviço, as estruturas trabalhem longe
ou a uma certa “distância” da ruína.
Majora as Solicitações
Minora as Resistências
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Método dos Estados Limites – Análise Estrutural

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14.5.2 Análise Linear - Admite-se comportamento elástico-linear para os materiais.

14.5.3 Análise Linear com Redistribuição - Na análise linear com redistribuição, os efeitos
das ações, determinados em uma análise linear, são redistribuídos na estrutura, para as
combinações de carregamento do ELU. Nesse caso, as condições de equilíbrio e de
ductilidade devem ser obrigatoriamente satisfeitas.
14.5.4 Análise Plástica - A análise estrutural é denominada plástica quando as não

linearidades puderem ser consideradas, admitindo-se materiais de comportamento rígido-
plástico perfeito ou elastoplástico perfeito. Este tipo de análise deve ser usado apenas para
verificações de ELU.
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14.5.5 Análise Não Linear - Na análise não linear, considera-se o comportamento não linear
geométrico e dos materiais. Toda a geometria da estrutura, bem como todas as suas

armaduras, precisam ser conhecidas para que a análise não linear possa ser efetuada, pois a
resposta da estrutura depende de como ela foi armada.
14.5.6 Análise Através de Modelos Físicos - Na análise através de modelos físicos, o

comportamento estrutural é determinado a partir de ensaios realizados com modelos físicos
de concreto, considerando os critérios de semelhança mecânica.
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O termo “rigidez” define a diferença fundamental entre análise linear e não linear.
Rigidez é uma propriedade de uma peça ou montagem que caracteriza sua resposta para a

carga aplicada. Vários fatores afetam a rigidez, tais como a forma da seção transversal, o
material e as condições de apoio do elemento estrutural.
Quando uma estrutura é deformada sob uma carga, sua rigidez muda devido a um ou
mais dos fatores listados acima. Se ela sofrer muita deformação, sua forma poderá mudar. Se
o material alcançar seu limite de falha, suas propriedades mudarão.
Por outro lado, se a alteração da rigidez for pequena o suficiente, fará sentido
considerar que nem as propriedades da forma nem as propriedades do material mudarão
durante o processo de deformação. Essa pressuposição é o princípio fundamental de
análises lineares.
Independentemente de quanto o modelo deforma, se a carga é aplicada em uma etapa
ou gradualmente e de até onde as tensões desenvolvidas como resposta a essa carga podem
chegar, o modelo retém sua rigidez inicial.
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A análise não linear requer que se abandone a pressuposição de rigidez constante. Em

vez disso, a rigidez muda durante o processo de deformação. Embora o processo de

alteração da rigidez seja comum para todos os tipos de análises não lineares, a origem do
comportamento não linear poderá ser diferente, sendo lógico classificar as análises não
lineares com base na origem principal de não linearidade: material não linear e geometria
não linear.
Essas análises são mais complexas e podem ser feitas por meio dos Métodos dos
Elementos Finitos.
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Estruturas de Elementos Lineares 14.6
ABNT NBR 6118
Estruturas ou partes de estruturas que possam ser assimiladas a elementos lineares
(vigas, pilares, tirantes, arcos, pórticos, grelhas, treliças) podem ser analisadas admitindo-se

as seguintes hipóteses:
a) manutenção da seção plana após a deformação;
b) representação dos elementos por seus eixos longitudinais;
c) comprimento limitado pelos centros de apoios ou pelo cruzamento com o eixo de
outro elemento estrutural.
Os trechos de elementos lineares pertencentes à região comum ao cruzamento de dois

ou mais elementos podem ser considerados rígidos (nós de dimensões finitas).
31
Estruturas de Elementos Lineares 14.6
ABNT NBR 6118

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Estruturas de Elementos de Placa 14.6
ABNT NBR 6118
Estruturas de placas podem ser analisadas admitindo-se as seguintes hipóteses:
a) manutenção da seção plana após a deformação, em faixas suficientemente estreitas;

b) representação dos elementos por seu plano médio.
Na determinação dos esforços solicitantes nas lajes, deverá ser avaliada a necessidade da
consideração da aplicação da alternância das sobrecargas. Para estruturas de edifícios em
que a carga variável seja de até 5 kN/m2 e que seja no máximo igual a 50 % da carga total, a
análise estrutural pode ser realizada sem a consideração de alternância de cargas.
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Estruturas de Elementos de Placa 14.6
ABNT NBR 6118

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Dimensionamento, Verificação e Detalhamento

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Critérios de Projeto – ABNT NBR 6118

SEÇÃO 17 E 18
ELEMENTOS LINEARES
VIGAS E PILARES
SEÇÃO 19 E 20
ELEMENTOS DE PLACA
LAJES
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Verificações Estado Limite de Serviço - ELS

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Não é possível evitar a abertura de fissuras em estruturas de concreto armado em
elementos nos quais exista tensão de tração devido ao carregamento direto ou por restrição
à deformação imposta. As fissuras também podem ocorrer por retração plástica ou térmica e

expansão em função das reações químicas internas do concreto nas primeiras idades por
consequência da hidratação do cimento.
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Barragem da Farinha
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Patos (Sertão Paraibano), PB - Brasil
Fissuras na barragem, abril 2017.
Verificações Estado Limite Último - ELU
O Estado Limite Último (ELU) está relacionado ao colapso ou a qualquer outra forma de
ruína da estrutura, seja parcial, seja global, que determine a paralização de uso da estrutura

em parte ou no total.
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A segurança das estruturas de concreto armado deve ser verificada quanto aos seguintes
ELU:
• Perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido. Exemplo: muros.

• Esgotamento da capacidade resistente da estrutura em seu todo ou em parte devido às
solicitações normais e tangenciais. Exemplo: lajes e vigas.
• Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, considerando os efeitos de segunda
ordem. Exemplo: pilares.
• Provocado por solicitações dinâmicas devido a vibrações excessivas e fadiga. Exemplo:
ginásios e estádios.
• Colapso progressivo. Exemplo: pilar e laje.
• Esgotamento da capacidade resistente da estrutura devido à exposição ao fogo, como
mostra a ABNT NBR 15200:2012.
• Esgotamento da capacidade resistente da estrutura devido às ações sísmicas, como
mostra a ABNT NBR 15421:2006.
• Outros que possam ocorrer, eventualmente, em casos especiais. 42

Edifício Ronan Point
43
Londres - Inglaterra
Colapso Progressivo, maio 1968.

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Durabilidade de Estruturas de Concreto – ABNT NBR 6118

ABNT NBR 12655 Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento – Procedimento
45
Vida Útil e Vida Útil de Projeto – ABNT NBR 15571-1

ABNT NBR 15571-1 Edificações Habitacionais — Desempenho Parte 1: Requisitos gerais
46
Vida Útil e Vida Útil de Projeto – ABNT NBR 15571-1
O tempo médio estimado de um edifício é de 50 a 100 anos.
Alguns podem durar mais de 50 anos sem apresentar qualquer
problema, outros, apresentam problemas graves em um tempo
muito menor.

Um dos grandes problemas atuais é a redução de custos,
refletido na qualidade do material empregado no processo
construtivo. Uma edificação que antes era construída com material
de qualidade visando durar 150 anos seria, atualmente, construída
com menor custo e com estimativa de 50 anos de duração. A
qualidade está dando lugar à quantidade.
O Ingalls Building , construído em 1903 em Cincinnati, Ohio , é o
primeiro arranha-céu de concreto armado do mundo , com 16
andares. Foi convertido em hotel, o Courtyard by Marriott Cincinnati
Downtown , em 2021.
The First High Rise Concrete

Frame Building in The United States
47

Nos projetos das estruturas
correntes, a agressividade ambiental
deve ser classificada de acordo com o
apresentado na Tabela 6.1 e pode ser
avaliada, simplificadamente, segundo as
condições de exposição da estrutura ou
de suas partes.
O responsável pelo projeto
estrutural, de posse de dados relativos
ao ambiente em que será construída a
estrutura, pode considerar classificação
mais agressiva que a estabelecida na
Tabela 6.1. 48
CAA 2 – Moderada - Urbana

CAA 4 – Muito Forte – Respingos de Maré
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CAA 3 – Forte - Marinha

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ABNT NBR 8953 Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e consistência 52

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Para concretos de classe de
resistência superior ao mínimo
exigido, os cobrimentos definidos na
Tabela 7.2 podem ser reduzidos em
até 5 mm.
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Classe de Agressividade Ambiental - Cobrimento
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO:
Ao dimensionar uma viga de um edifício residencial de três pavimentos, o engenheiro teve
dúvidas sobre qual valor de cobrimento nominal, cnom , que deveria adotar no projeto. Para

tanto fez as seguintes constatações a respeito do projeto:
• Edifício residencial em zona urbana – CAA 2 / agressividade moderada / risco de
deterioração da estrutura pequeno (Tabela 6.1 ABNT 6118);
• Elemento de concreto armado – CAA 2 / relação água cimento (a/c) menor ou igual a 0,60 /
classe do concreto maior ou igual a C25 – 25 MPa (Tabela 7.1 ABNT 6118);
• Elemento estrutural viga – CAA 2 / cnom 30 mm para uma tolerância de execução Δc igual a
10 mm (Tabela 7.2 ABNT 6118).
O engenheiro decidiu utilizar uma armadura de aço “pronta”, comercializada como coluna
POP Gerdau 7 x 27 – 8 mm.
Desta forma, as dimensões da viga irão ser baseadas na estrutura escolhida para a armadura
de aço.
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Estabelecido o comprimento nominal cnom de 30 mm, as dimensões gerais da viga seriam
de:

Largura – 30 mm + 70 mm + 30 mm = 130 mm (13 cm)
Altura – 30 mm + 270 mm + 30 mm = 330 mm (33 cm)
Lembrete:
O cobrimento nominal (cnom), é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução
(Δc). As dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar esse cobrimento.
O cobrimento nominal de uma determinada barra deve sempre ser maior ou igual o
diâmetro da barra – cnom ≥ φ barra – 30 mm > 8 mm.
A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado no concreto não pode ser
20% maior que a espessura nominal do cobrimento (dmáx ≤ 1,2 cnom). No caso da brita 1, que
tem dimensão máxima de 19 mm, verifica-se que também está de acordo, pois, 19 mm < 36
mm.
56
Para garantir o cobrimento das armaduras de aço, podem ser utilizados espaçadores. Esse
pequeno objeto é preso à armadura quando esta é posicionada na fôrma para receber o
concreto. Diversos espaçadores são utilizados nas obras: desde os industrializados, até

aqueles feitos in loco com argamassa (conhecidos como cocadas)
57
Espaçadores - Cobrimento

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Ações
Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam
produzir efeitos significativos para a segurança da estrutura em exame, levando-se em conta
os possíveis estados limites últimos e os estados limites de serviço.
A análise estrutural permite estabelecer as distribuições de esforços internos, tensões,

deformações e deslocamentos, em uma parte ou em toda a estrutura. O modelo estrutural
pode ser idealizado como a composição de elementos estruturais básicos, formando sistemas
estruturais resistentes que permitam representar de maneira clara todos os caminhos
percorridos pelas ações até os apoios da estrutura.
No caso de modelos baseados no método dos elementos finitos, diferenças finitas ou
analogia de grelha, entre outros, a discretização da estrutura deve ser suficiente para não trazer
erros significativos para a análise.
O modelo deve representar a geometria dos elementos estruturais, os carregamentos
atuantes, as condições de contorno, as características e respostas dos materiais, sempre em
função do objetivo específico da análise.
As ações a considerar classificam-se, de acordo com a ABNT NBR 8681, em permanentes,
variáveis e excepcionais.
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Ações
De um modo geral, as ações que devem ser consideradas no dimensionamento das
estruturas de concreto armado são:
• Carga permanente;

• Carga acidental;
• Ação de vento;
• Variação de temperatura;
• Retração;
• Deformação lenta;
• Choques;
• Vibrações e esforços repetidos;
• Influência do processo de construção;
• Recalques de apoios.
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Ações

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Ações – ABNT NBR 8681

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Ações Permanentes – ABNT NBR 6120

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Ações Permanentes – ABNT NBR 6118

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Ações Permanentes Indiretas – Fluência e Retração
O comportamento reológico do concreto, isto é, sua deformabilidade dependente do
tempo, tem uma considerável importância na análise estrutural. As deformações diferidas do
concreto, ou seja, as deformações dependentes do tempo, são convencionalmente separadas
em duas: a fluência e a retração.

• A fluência é o acréscimo contínuo das deformações que ocorre mesmo para uma tensão
constante.
• A retração é a redução de volume do material na ausência de uma carga externa.
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Ações Permanentes Indiretas – Fluência e Retração
Tanto a fluência, quanto a retração, diminuem com a redução do fator água-cimento e do

consumo de cimento.

Quanto mais seco for o meio externo, maiores serão a fluência e a retração. Uma vez que a
troca de água é facilitada em um elemento estrutural esbelto, a fluência e a retração serão
tanto maiores, quanto menores forem as dimensões do elemento.
A fluência e a retração apresentam uma série de efeitos indesejáveis, como: aumento das
flechas de lajes e vigas; perdas de protensão em estruturas de concreto protendido; aumento
da curvatura de pilares devido à fluência, o que introduz momentos fletores adicionais;
fissuração das superfícies externas devido à retração; introdução de esforços indesejáveis em
estruturas aporticadas devidos à retração (e, também, à dilatação térmica) o que exige a
adoção de juntas, etc.
Quanto à retração, pode-se dizer que existem quatro tipos básicos:
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Ações Permanentes Indiretas - Retração
Retração Plástica – A retração plástica ocorre quando a água é eliminada em forma de
“suor”, antes do concreto endurecer. Dessa forma, isso acontece por diferente motivos,
especialmente quando a estrutura fica exposta a: calor excessivo, ventos fortes, baixa umidade
relativa do ar.

Retração Química – A diferença de volume entre cimento, água e outras substâncias
resultantes do endurecimento — como hidróxido de cálcio, a etringita e o silicato de cálcio
hidratado — reduz o volume do concreto, gerando retração.
Retração Hidráulica – Quando o material perde água já em estado sólido. Isso ocorre em
decorrência de uma cura não controlada ou erros na dosagem do concreto.
Retração Térmica – Quando o concreto está em fase de endurecimento, ele aumenta de

volume antes de reduzir na etapa de resfriamento. Sendo assim, durante esse processo, ocorre
uma reação química em que o calor da peça é transmitido para o ambiente. Isso pode
provocar retração térmica ou exotérmica.
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Ações Variáveis – ABNT NBR 8681

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Ações Excepcionais – ABNT NBR 8681 e 6118

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Ações Excepcionais – ABNT NBR 8681 e 6118

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Combinação das Ações
Para a verificação da segurança em relação aos possíveis estados limites (ELU e ELS), para
cada tipo de carregamento devem ser consideradas todas as combinações de ações que
possam acarretar os efeitos mais desfavoráveis nas seções críticas da estrutura.

As ações permanentes são consideradas em sua totalidade.
Das ações variáveis, são consideradas apenas as parcelas que produzem efeitos
desfavoráveis para a segurança e serão analisadas de acordo com cada caso.
As ações variáveis móveis devem ser consideradas em suas posições mais desfavoráveis para
a segurança.
As ações incluídas em cada uma destas combinações (valores de cálculo das ações, 𝐹𝑑)
devem ser consideradas com seus valores representativos (com valores característicos 𝐹𝑘),
multiplicados pelos respectivos coeficientes de ponderação das ações, 𝛾𝑓.
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Ponderação das Ações – ABNT NBR 6118

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Frequente
ELU ELS Variáveis

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Combinação das Ações – ABNT NBR 6118

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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Seja uma Estrutura de Concreto Armado analisada no ELU (leia o item
11.1 Simbologia). Analisar uma Combinação Última Normal. Situação Desfavorável. Considerar
Elevada Concentração de Pessoas (edifício comercial) e Ação do Vento.

Carga Permanente (g) g = 1,4 (desfavorável) e
Carga Variável (q) q = 1,4 (cargas variáveis em
geral). Isso significa que as cargas serão
majoradas em 40%. Carga Acidental 0 = 0,7
Ação do Vento 0 = 0,6
85

Retração ou Fluência Carga Variável Direta
Carga Permanente Carga Variável Direta Principal Temperatura
86
𝐹𝑑 = 1,4 𝐹𝑔 + 1,4 𝐹𝑞1 + 0,7𝐹𝑞2 + 0,6 𝐹𝑞3
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Seja uma Estrutura de Concreto Armado analisada no ELS (leia o item 11.1
Simbologia). Analisar uma Combinação de Serviço Frequente (CF). Considerar Elevada Concentração de
Pessoas (edifício comercial) como ação principal e Ação do Vento.

Valor Frequente 1 = 0,6
Valor Quase Permanente 2 = 0
Nas combinações de serviço são

consideradas todas as ações
permanentes, inclusive as deformações
impostas permanentes, e as ações
variáveis correspondentes a cada um dos
tipos de combinações, de acordo com o
que é indicado.
87

Ação Permanente
Ação Variável Principal
𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟 = 𝐹𝑔 + 0,6𝐹𝑞1 + 0 𝐹𝑞2
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Seja analisada uma viga biapoiada com extremidade em balanço, conforme
esquemático. Para a viga indicada é estabelecida uma análise de uma envoltória do diagrama de
momentos fletores solicitantes de cálculo (MSd), considerando a seguinte situação: ações permanentes
diretas, estado-limite último, combinações últimas normais e peso próprio desprezível. Admite-se o

seguinte:
a) estrutura qualquer, onde as combinações das ações que consideram o efeito favorável das cargas
permanentes (g = 1,0) precisam ser consideradas;
b) estrutura usual de edifício onde as combinações das ações que consideram o efeito favorável das
cargas permanentes (g = 1,0) não precisam ser consideradas (Tabela 11.3 ABNT NBR 6118).
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Combinação Última Normal

Fgk = Gk = 10 kN (valor característico - ação permanente direta)
Fq1k = Qk = 5 kN (valor característico - ação variável direta principal)
g = 1,4 (combinação normal - ação permanente direta desfavorável)

g = 1,0 (combinação normal - ação permanente direta favorável)
q = 1,4 (combinação normal - ação variável direta desfavorável)
q = 0,0 (combinação normal - ação variável direta favorável)
90
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: a) estrutura qualquer, onde as combinações das ações que consideram o
efeito favorável das cargas permanentes (g = 1,0) precisam ser consideradas;
Para o caso (a), deverão ser consideradas as seguintes combinações:

Fd = 1,4 Fgk + 0,0 Fq1k Fd = 1,0 Fgk + 0,0 Fq1k
(permanente desfavorável + variável favorável) (permanente favorável + variável favorável)
Fd = 1,4 Fgk + 1,4 Fq1k Fd = 1,0 Fgk + 1,4 Fq1k

(permanente desfavorável + variável desfavorável) (permanente favorável + variável desfavorável)
91
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: b) estrutura qualquer, onde as combinações das ações que consideram o
efeito favorável das cargas permanentes (g = 1,0) não precisam ser consideradas;
Para o caso (b), deverão ser consideradas as seguintes combinações:

Fd = 1,4 Fgk + 0,0 Fq1k
(permanente desfavorável + variável favorável)
Fd = 1,4 Fgk + 1,4 Fq1k

(permanente desfavorável + variável desfavorável)
92
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO: Envoltórias caso (a) e caso (b):

Deve ser observado que a consideração ou não do efeito favorável da carga permanente define a
existência ou não de momentos positivos atuando na viga. A envoltória MSd do caso (a) mostra um
momento positivo máximo de 4 kNm, enquanto que a envoltória MSd do caso (b) não apresenta
momentos positivos.
Em princípio, deve-se acreditar que o efeito favorável da carga permanente deva ser sempre
considerado nas combinações de ações, e que a recomendação da norma não pode ser interpretada
isoladamente.
93
Leitura Específica
Tópico 1.3 Métodos de dimensionamento de estruturas para os ELU e ELS
SAVA: Portal da Disciplina, Tema 1: Estruturas de Concreto Armado, Módulo 3
Tópico 1.4 Ponderações e combinações a serem utilizadas no dimensionamento das estruturas

SAVA: Portal da Disciplina, Tema 1: Estruturas de Concreto Armado, Módulo 4
CLIMACO, João Carlos Teatini de Souza. Estruturas de Concreto Armado ? Fundamentos de projeto,
dimensionamento e verificação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595155213/epubcfi/6/2[%3Bvnd.vst.idref
%3Dcover.xhtml]!/4/2/2/4%4051:3
PARIZOTTO, Liana. Concreto Armado. Porto Alegre: Sagah, 2017.

Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595020917/pageid/0
94
Aprenda Mais
Palestra realizada no Instituto de Engenharia intitulada Sistemas Construtivos para estruturas de
concreto moldado in loco em Edifícios - Eng João Carlos Fonseca Junior
FUSCO, Péricles Brasiliense; ONISHI, Minoru. Introdução à Engenharia de Estruturas de Concreto.

São Paulo: Cengage, 2017
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522127771/pageid/0
95
Leitura Sugerida
AULA 05 – CARREGAMENTO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO – 26/08/2020
https://www.concretoarmado.org/post/aula-5-carregamento-das-estruturas-de-concreto
ESTADOS LIMITES ELU E ELS: APRENDA A DIFERENÇA! – 05/01/2018

https://www.guiadaengenharia.com/estados-limites/
MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES – 22/04/2018

https://www.linkedin.com/pulse/m%C3%A9todo-dos-estados-limites-daniel-
ferraz/?originalSubdomain=pt
TETO DE ESTACIONAMENTO EM SHOPPING DE OSASCO DESABA – 08/03/3023

https://www.youtube.com/watch?v=3H1Bx-oZddw
96
Atividade Autônoma AURA
Questão 1
A NBR61182014 (Projeto de Estruturas de Concreto Armado - Procedimento) define os estados limites, classificando
os em Estados Limites Últimos (ELU) e Estados Limites de Serviço (ELS). A partir destes limites são verificadas as
combinações de carregamentos a serem adotadas para simularem situações que ocorrerão durante toda a

existência da edificação. Analise as afirmativas apresentadas na sequência:
I. O Estado Limite Último é alcançado quando a estrutura tem o seu uso interrompido por um colapso total ou
parcial da estrutura.
II. O Estado Limite de Serviço está relacionado ao funcionamento adequado da estrutura.
III. A verificação da resistência da estrutura e o seu dimensionamento são efetuados para atender à segurança no
Estado Limite de Serviço.
Das alternativas abaixo, marque a que corresponde ao conjunto de afirmativas CORRETAS:
a) I, II e III
b) I e III
c) I e II
d) III
e) II e III
97
Atividade Autônoma AURA
Questão 2
Sobre os domínios de deformação do concreto armado na ruína, analise as afirmações abaixo.
I. O domínio 1 corresponde a um alongamento constante da seção transversal igual a 1%.
II. No domínio 2, a borda superior da peça começa a ser comprimida com a deformações no aço e no concreto

sendo representadas por es = 1% e 0< c<0,35% respectivamente.
III. Assim como no domínio 3, o domínio 4 apresenta a borda comprimida com a deformação cu =0,35%, porém
neste, o aço tracionado atinge o escoamento.
IV. Com a seção transversal inteiramente comprimida, o domínio 5 se caracteriza por uma deformação s =0,2%
constante e, na borda mais comprimida 0,35%< cu <0,2%.
São verdadeiras apenas as afirmativas:
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) III e IV
e) I e IV
98

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